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1. Introdução
No ano de 1995 foi criado a Emenda Constitucional nº. 9 que abriu o mercado brasileiro no
que se refere a criação de industrias petrolíferas que poderiam ser privadas ou estrangeiras e
assim, criou-se a conhecida “Lei do Petróleo” onde foi promulgada da Lei 9.478 de 1997 que
decretou o fim da produção petrolífera efetuada somente pela Petrobras. Durante esse período,
a ANP (Agência Nacional do Petróleo), promoveu licitações primeiramente voltadas para
atrair empresas privadas internacionais apresentando uma produção de maior porte para que
as empresas de médio e pequeno porte não tivessem condições de atender a essa demanda,
porém, com o passar o tempo a procura pelas empresas de maior porte foi diminuindo e a
ANP teve que criar uma nova estratégia de produção (RODRIGUES et al., 2007).
Durante esse processo de criação de métodos e estudos voltados para esse ramo, no ano de
1939 foi descoberto o primeiro poço de Petróleo localizado no Recôncavo Baiano. Nesse
período o Brasil não tinha estrutura para efetuar a extração total dessa produção, porém, o
governo começou a voltar seus recursos para exploração petrolífera e assim, evitar a idéia de
que empresas estrangeiras deveriam participar das pesquisas voltadas para essas operações
(IVO et al., 2009).
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Algumas empresas são criadas somente para ganhar a licitação e, muitas vezes, as mesmas
não trabalham de forma correta: não oferece aos seus empregados a devida segurança que os
mesmos devem ter durante todo o período que a contratante permaneça prestando serviço
(FIGUEIREDO et al., 2007).
Com o passar do tempo, com os estudos avançados para que fosse possível conseguir
melhorias técnicas para realização segura das operações petrolíferas, a Petrobras, depois de
vários acontecimentos marcantes durante sua trajetória, vem aumentando cada vez mais seus
investimentos ligados à criação de boas práticas a fim de elucidar seus funcionários diretos e
indiretos a necessidade de melhor capacitação e maior rigor em suas regras corretivas e
preventivas (DUARTE et al., 2012).
Quanto às situações críticas, foram criados planos de emergência na Petrobras para atender
diversas especificações de acidente, principalmente os acidentes de maior porte e assim,
podendo avaliar e acompanhar os diferentes setores e os riscos que neles podem existir
sempre seguindo as exigências dos órgãos regulamentadores como, por exemplo, pela ANP
(Agência Nacional do Petróleo) (DUARTE et al., 2012).
2. Revisão Bibliográfica
Conforme dispõe o artigo 19 da lei 8.813/1991, acidentes de trabalho são os que ocorrem pelo
exercício do trabalho a serviço de uma empresa, provocando lesão corporal ou perturbação
funcional que cause morte, ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade
para o trabalho (BRASIL, 1991, art. 29).
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No ano de 2013, no Rio Grande do Norte, segundo dados estatísticos oficiais da Previdência
Social, aconteceram 6.816 acidentes, dos quais 3.222 foram registrados como acidentes
típicos, 1.136 como acidentes de trajeto, 217 como doença do trabalho e os 2.241 restantes
não foram registrados em nenhuma das três categorias.
3. Metodologia
A amostra da pesquisa trata dos acidentes que ocorreram entre os meses de janeiro e outubro
do ano 2014.
A técnica estatística que suportou a análise foi a estatística descritiva para traçar e descrever o
perfil dos acidentes envolvendo as variáveis citadas anteriormente.
4. Resultados e discussões
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Quanto aos locais de instalação, verifica-se na Erro! Fonte de referência não encontrada.
que 37% dos acidentes de trabalho na indústria petrolífera ocorreram nas plataformas das
sondas, seguido por locações (16%). Esse resultado da plataforma pode ser explicado pelo
fato de que o maior número de trabalhadores encontra-se nessa área e por ser nesse local que
são realizadas as atividades de maior risco.
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Diferente do esperado, o período de maior acidente aconteceu no intervalo entre 13:00 e 18:00
horas de acordo com Erro! Fonte de referência não encontrada., apesar de que não há
grande diferença entre esse período e o de 07:00 às 12:00. O caso da existência de menores
taxas de acidentes nos horários de 19:00 às 00:00 e de 01:00 às 06:00 deve-se aos
trabalhadores desse turno terem mais atenção ao exercer suas funções por se tratar de um
período noturno e por isso, mais propício a acidentes.
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Observou-se, na Erro! Fonte de referência não encontrada., que com o aumento da idade
houve diminuição da porcentagem de trabalho, sendo a porcentagem de acidentes de trabalho
para a idade de 20 anos que representa 40% dos casos ocorridos, valor aproximado pela taxa
de acidentes de trabalho por idade do Instituto Nacional de Seguridade Social, 2009, que é de
34,8%. Os acidentes acontecem em maior proporção com os mais jovens devido a esses serem
mais confiantes e menos atentos que pessoas de maior idade.
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Na Figura 5, a quantidade de acidentes foi maior com pessoas que possuem grau de
escolaridade de nível médio completo (73%). As empresas que efetuam operações de
exploração de petróleo exigem como critério na contratação o nível médio completo para os
funcionários que iram exercer funções nas plataformas de trabalho. Como a quantidade de
funcionários com ensino médio completo é prevalente, houve maiores taxas de acidentes com
pessoas desse nível de escolaridade.
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Analisa-se na Erro! Fonte de referência não encontrada. que a maior parte das lesões
acontece na mão (48%), seguido por acidentes na face (14%). A maior parte dessas lesões
aconteceu devido a não utilização do EPI fornecido pela empresa, já que, muitos
trabalhadores relatam que é difícil realizar algumas atividades com esses equipamentos.
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Vê-se pela Erro! Fonte de referência não encontrada. que a maior parte dos acidentes
(77%) ocasiona afastamento ou restrição das atividades profissionais.
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Mais da metade (54%) dos acidentes não ocasionaram restrição de funções aos acidentados,
enquanto 20% ocasionaram 10 dias de restrição de funções aos acidentados, Erro! Fonte de
referência não encontrada., sendo poucos acidentes responsáveis por reserva a atividades
profissionais acima de 30 dias (15%).
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Notou-se que 84% dos acidentes ocorridos nas plataformas em Mossoró no período
pesquisado aconteceram com pessoas que estavam embarcadas, Erro! Fonte de referência
não encontrada..
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Foi observado que quase metade dos acidentes (43%) aconteceu com profissionais nas
funções de plataformista, seguido pela função de torrista (12%).
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Na Erro! Fonte de referência não encontrada., percebe-se que nos dois primeiros anos de
exercício da função o índice de acidente tem maior proporção com 51% dos casos, esse fato
pode ser justificado pelo fato observado na Erro! Fonte de referência não encontrada. de
que o maior índice de acidentes ser ocasionado em pessoas mais jovens, normalmente, com
menor tempo de trabalho na função e, por serem jovens, serem menos experientes.
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Diante do regime de embarque que são efetuados pelas empresas prestadoras de serviço, há
uma variação na quantidade de horas trabalhadas por turno, sendo esperado maior índice de
acidente quanto maior o número de horas de função, pelos funcionários estarem com corpo e
mente cansado, mas de acordo com Erro! Fonte de referência não encontrada., vê-se que a
quantidade de acidentes por turno é bastante variável, não sendo encontrada explicação para
tal fato.
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Nota-se que 22% dos acidentes ocorridos causaram ferimentos, segundo Erro! Fonte de
referência não encontrada. e 50% dessa fraturas aconteceram na mão, levando os
profissionais se afastarem de 15 a 30 dias de suas funções (71,4%).
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5. Considerações finais
Através das análises, conclui-se que mais da metade dos acidentes, mais precisamente 53%,
ocorrem nas locações das sondas de perfuração/produção e nas plataformas. Destes, 30%
ocorrem no período da tarde, entre as 13 e 18 horas. Quase 80% das vítimas das ocorrências
possuem idade entre 20 e 30 anos e 60% possuem o nível médio completo.
Quanto às lesões, 62% ocorrem nas regiões da mão e face, 22% nas pernas e pés e os 16%
restantes nas outras partes do corpo. Os tipos de lesões mais frequentes são ferimento (22%),
esmagamento (15%) e cortes (13%).
Em 2014, foram registrados 77% de ocorrências com afastamento e em 23% dos casos não
houve afastamento. Quanto aos dias de restrição ao trabalho, em 54% das ocorrências não
houve restrição, 20% ocasionaram até 10 dias de restrição ao trabalho, 25% entre 20 e 60 dias
e 1% ocasionou óbito da vítima do acidente.
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Percebe-se que vários devem ser os cuidados para que as atividades sejam executadas de
forma segura, não importando grau de risco da mesma.
Como medidas preventivas, devem-se implantar métodos de orientação sobre acidentes como
manuais de segurança, reuniões, divulgações de acidentes anteriores e como evita-los, além de
cursos de capacitação e qualificação dos empregados tanto na área de SMS quanto da
atividade principal que executam tanto para aqueles que estejam iniciando carreira na empresa
como reciclagem para os empregados mais antigos, visando mitigar ou eliminar a ocorrência
de atos inseguros.
Notou-se que os acidentes mais frequentes são aqueles que envolvem as mãos e face, portanto
deve-se aumentar a fiscalização no uso dos EPI’S, principalmente aqueles cuja função é
proteger essas áreas como as luvas, capacetes e afins. É necessário também verificar se as
plataformas e locações apresentam condições seguras a operação que será efetuada pelos
empregados. Essas e outras ações em conjunto irão contribuir para a redução do número de
acidentes com e sem afastamento, e no caso dos com afastamento, contribuíram também para
a redução do tempo de afastamento.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Lei 8.213 de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e dá
outras providências. Disponível em http://www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1991/8213.htm. Acesso em
07 mar. 2016.
DUARTE, Alex Santana et al. Acidentes na plataforma de Petróleo. Cadernos de Graduação: Ciências exatas
e tecnológicas, Sergipe, v. 1, n. 15, p.53-58, out. 2012.
Instituto Nacional de Seguridade Social. Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo,
segundo os grupos de idade – 2007/2009. 2009. Disponível em:
<http://www.previdencia.gov.br/estatisticas/aeps-2009-secao-iv-acidentes-do-trabalho-tabelas/>. Acesso em: 22
nov. 2014.
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IVO, Alex de Souza. O trabalho na indústria do petróleo: hierarquias sociais, moradia e nacionalismo. Revista
Mundos do Trabalho, Santa Catarina, v. 1, n. 1, p.189-223, jan. 2009.
Ministério da Previdência Social. Quantidade de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo,
segundo o Setor de Atividade Econômica. Disponível em
http://www3.dataprev.gov.br/scripts10/dardoweb.cgi. Acesso em Abril de 2016.
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