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Jean Fouquet
São Carlos
2010
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Meus sinceros agradecimentos aos meus amigos e familiares, que sempre me deram
o suporte necessário em tudo aquilo que precisei.
Agradeço a Joyce, Gabi e Lara que foram de vital importância para a formação do
conhecimento que adquiri sobre o tema.
Gostaria de agradecer todos os professores que tive ao longo desses cinco anos de
faculdade, especialmente minha orientadora Sheyla, e meus colegas de curso.
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RESUMO
ABSTRACT
ABSTRACT
In this course conclusion, it is studied the 4D planning applied in the buildings construction,
which consists in a computer visualization of the building course. In the work development,
the information about the subject was gathered, the reported experiences were studied and
the information technology and communication potential was tested. As a result, a procedure
for 4D planning was elaborated and a computer simulation was conducted using this
procedure.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 8
1.1 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8
1.2 OBJETIVO ............................................................................................................... 9
1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO............................................................................. 9
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ....................................................................................... 10
2.1 PROJETO E PLANEJAMENTO ......................................................................... 10
2.1.1 Conceitos .............................................................................................................. 10
2.1.2 2d, 3d... nD ........................................................................................................... 11
2.2 PLANEJAMENTO 4d ........................................................................................... 12
2.2.1 Definindo planejamento 4d .................................................................................. 12
2.2.2 Benefícios do planejamento 4D............................................................................ 13
2.2.3 Experiências com planejamento 4D ..................................................................... 14
2.2.4 Implantação .......................................................................................................... 16
2.2.5 Elaborando o planejamento em 4d ....................................................................... 18
2.3 SOFTWARES ......................................................................................................... 20
3. METODOLOGIA, MÉTODOS E DEFINIÇÕES PRINCIPAIS PARA OBTENÇÃO
DOS RESULTADOS ............................................................................................................. 23
3.1 METODOLOGIA................................................................................................... 23
3.2 OS SOFTWARES ESCOLHIDOS ....................................................................... 23
3.3 NÍVEL DE DETALHE .......................................................................................... 24
3.4 INFORMAÇÃO E ORGANIZAÇÃO .................................................................. 25
3.5 O MODELO 3D ...................................................................................................... 26
3.6 O CRONOGRAMA................................................................................................ 26
3.7 A ASSOCIAÇÃO ENTRE MODELO E CRONOGRAMA .............................. 27
4. RESULTADOS............................................................................................................... 31
4.1 PROCEDIMENTO PARA CRIAÇÃO DE PLANEJAMENTO 4D ................. 31
4.1.1 Definição do Produto: ........................................................................................... 31
4.1.2 Definição de Estratégia Geral ............................................................................... 31
4.1.3 Reunir informações necessárias. .......................................................................... 32
4.1.4 Montagem e organização da equipe: .................................................................... 32
4.1.5 Definição de Nomenclaturas. ............................................................................... 32
4.1.6 Criação do Modelo 3D e Cronograma da Obra. ................................................... 33
4.1.7 Criação dos grupos de pesquisa ............................................................................ 33
4.1.8 Anexar cronograma e modelo 3D......................................................................... 34
4.1.9 Movimentação de objetos ..................................................................................... 34
4.1.10 Verificação de Interferências ............................................................................ 34
4.1.11 Correção das Interferências. ............................................................................. 34
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1. INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
A complexidade das obras da engenharia civil vem crescendo a cada dia. Por conta
disso, encontram-se grande dificuldade para a visualização correta dessas obras no espaço.
O modelo de planejamento utilizando apenas projetos 2D e gráficos clássicos de
programação parece não ser suficiente para garantir um modelo de planejamento de obra
que preveja toda a organização dos espaços, evitando erros e retrabalhos.
Uma saída para superar esse desafio é a utilização de softwares 4D, que
possibilitem integrar as informações de tempo com um modelo 3D, promovendo uma
simulação virtual, onde se é possível antever todas as etapas da obra, de forma que o
entendimento da obra seja facilitado.
A utilização do planejamento 4D pode trazer grandes vantagens como reduzir o
tempo para entendimento do que irá ocorrer em cada etapa da obra, para produzir um
planejamento mais preciso, para facilitar a troca de informações, para diminuir os custos
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1.2 OBJETIVO
Como não foi encontrado nenhum procedimento que pudesse nortear a elaboração de
um planejamento 4D, o objetivo desse trabalho de conclusão de curso foi elaborar um
procedimento de construção de modelo de edifício com a utilização de software 4D e para
comprovar sua efetividade, o mesmo foi testado por meio da simulação de construção de
uma habitação popular de interesse social.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1.1 CONCEITOS
lidar com esses limites e restrições. Deve-se ser extremamente eficaz na realização do
sistema de programação e planejamento para que a alocação de recursos no devido tempo,
de forma a cumprir o escopo do projeto e finalizado com a devida qualidade.
um mercado mais acirrado, que buscam maior qualidade, com melhor o atendimento ao
cliente e maior eficiência. A empresa do futuro não poderá ser negligente com os fatores
que afetam a qualidade da construção e que impacta na satisfação do cliente final. De forma
a atender a essas expectativas as soluções relacionadas aos softwares BIM vem evoluindo.
E é nesse cenário que aparece o CAD 4D, também conhecido como planejamento 4D, já
que une as informações do tempo (cronograma) com o modelo 3D.
Silva (2008) acredita que o uso correto da tecnologia BIM permitirá a maior precisão
nos orçamentos, maior qualidade dos projetos, diminuição de retrabalho e possibilitar um
melhor planejamento. Ele ainda destaca a melhor visualização e compreensão da
construção, facilitando a comunicação entre os envolvidos nos processos.
Com o uso cada vez maior da representação 3D e da integração do modelo 3D com o
cronograma gerando o CAD 4D, existe a tendência desse conceito evoluir cada vez mais,
chegando as ferramentas CADnD, que segundo Tanyer & Aouad (2005), podem incluir
diversas informações de diferentes dimensões de projeto, tais como custo, condições de
entorno e dados relacionados a manutenção. Fu et al. (2006) afirma que este modelamento
n-dimensional atende dimensões como projeto, construção e manutenção. Os sistemas nD
podem também ser chamados de sistemas multidimensionais. Utilizando-os de maneira
correta as ferramentas nD tem a habilidade em representar e manipular um grande volume,
além de diferentes tipos de informação rapidamente. Dessa forma, pode destacar os
conflitos em projetos e contribuir para o desenvolvimento de um pensamento transdisciplinar
para projetistas e construtores.
As oportunidades identificadas por Marshallponting & Aouad (2005) na implementação
de ferramentas nD consistem: na captura, utilização e transferência do conhecimento,
promoção da educação e treinamento, melhoria nos processos de tomada de decisão,
colaboração entre projetistas, foco nos anseios dos clientes do projeto, modelagem
computadorizada, otimização de padrões e interoperabilidade.
2.2 PLANEJAMENTO 4D
São muitos os benefícios apontados pelo uso das novas tecnologias, na Construção
Civil, a tecnologia do CAD4D pode reduzir problemas desde o entendimento pelo cliente do
projeto solicitado até os da busca de resolução de problemas construtivos antes de começar
a obra. De acordo com Pinho et al (2003) a modelagem tridimensional torna o processo de
projeto ágil, minimiza o esforço de compreensão do projeto dos envolvidos no processo de
desenvolvimento e reduz o índice de erros na execução. Além disso, a tecnologia de
CAD4D trouxe benefícios para a compatibilização e coordenação de projetos, permitindo a
substituição do processo de compatibilização através da superposição e análise de
desenhos bidimensionais, que é muito menos eficaz que a feita pelos softwares que se tem
a disposição hoje, explicitando as interferências físicas entre elementos construtivos.
De acordo com Chau et al (2005), os diagramas e gráficos 2D, que são os modos
convencionais de representação do cronograma da construção, não mostram explicitamente
os fluxos de trabalho que irão ocorrer, esses fluxos são coordenados mentalmente e
dependem da habilidade de quem está analisando-os. Os avanços na modelagem 3D
permitiram que se colocassem informações nos elementos e a última novidade é na
visualização virtual, onde as informações de tempo são conectadas com o modelo 3D
tradicional, que era estático, e agora ganha vida, podendo acompanhar toda a evolução da
construção, estudando os conflitos que podem vir a ocorrer antes mesmo de começar a
obra. A equipe de planejamento pode também estudar diversas formas de executar a obra,
escolhendo entre as opções a melhor estratégia. Com o crescimento do uso do BIM, Addor
(2009) destaca que será estabelecida uma nova forma de relacionamento da cadeia
produtiva, além disso será necessário conscientizar pessoas e empresas a utilizar a nova
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tecnologia e que além dos projetistas, a indústria e os fabricantes vão ter que se inserir no
processo de mudança.
Toscani (2009) acredita que o futuro da construção é o aumento da eficiência das
empresas, a maior competitividade, a redução de custos e o aumento do controle de
processo. E para as empresas se manterem no mercado devem integrar as etapas de seu
negócio, buscar ter informações mais precisas, tomando decisões mais maturadas. As
empresas devem buscar a padronização, para reduzir preços e tornar os produtos mais
confiáveis com a certeza da qualidade.
Na empresa Método Engenharia criou-se o Núcleo BIM, que tem o objetivo implantar
o conceito BIM nos processos da empresa. Para a criação do Núcleo BIM foram realizados
treinamentos com os colaboradores que fariam parte desse Núcleo e foram feitos
investimentos na aquisição de novos softwares e máquinas. Os integrantes desse núcleo
têm como trabalho a intensa vigilância tecnológica, sempre estando atentos ao que há de
melhor no mercado, os integrantes do núcleo trabalham identificando oportunidades de
melhoria dentro de cada área, a partir disso, estudam o trabalho da área procurando
entender o melhor modo de atingir seus objetivos, a partir daí são elaborados os novos
procedimentos e são feitos projetos piloto, testando o comportamento da ferramenta com os
novos processos. Quando tudo já foi testado dentro do núcleo BIM é feita a implantação na
área de destino. A Método Engenharia já trabalha com o levantamento de quantitativos na
elaboração de propostas, dando suporte a área de orçamentos da empresa e atualmente
tem como projeto piloto o CAD 4D, juntando as informações do cronograma com o modelo
3D. O objetivo da empresa final é possibilitar o desenvolvimento de projetos integrado, o IPD
(Integrated Project Delivery), onde a integração dos projetos é completa, gerando ganhos de
produtividade e um salto de qualidade em todo processo.
Cambiaghi (2009) mostra que o escritório de projetos Cambiaghi Arquitetura já vêm
fazendo experiências em BIM, chegando a resultados como o levantamento de quantitativos
e análises de insolação.
Também há relatos de experiência do ensino do CAD 4D nas salas de aula, como no
caso contado por Ruschel & Guimarães Filho (2008) onde foi oferecida pela primeira vez na
FEC/UNICAMP, para os cursos de Engenharia Civil e Arquitetura e Urbanismo, a disciplina
eletiva CAD aplicado ao projeto de Arquitetura, que tinha foco na introdução do CAD 4D aos
alunos. Foram formados grupos misturando-se as turmas, onde cada equipe escolheu um
projeto de múltiplos pavimentos, os alunos de engenharia civil ficaram responsáveis pelo
modelo geométrico estrutural e pelo cronograma, já os alunos de arquitetura pelo modelo
geométrico arquitetônico. Com essas atividades os alunos puderam vivenciar uma
experiência de integração de projeto. Foi utilizada a infra-estrutura de graduação existente
na instituição de ensino em termos de ferramentas computacionais instaladas, versões
educacionais gratuitas ou comerciais disponibilizadas temporariamente. Utilizou-se como
ferramenta de modelagem tridimensional o AutoDesk Architectural Desktop, a ferramenta de
CAD 4D Project Point e o ambiente de colaboração Buzzsaw. A experiência foi avaliada por
meio de questionário de satisfação, preenchido pelos alunos e por acompanhamento da
colaboração por meio de análise dos registros de uso do ambiente de colaboração. Por meio
da análise das avaliações pode-se perceber que a experiência foi muito positiva e que o
CAD 4D despertou muito interesse e satisfação da parte dos alunos.
16
2.2.4 IMPLANTAÇÃO
Reed et al. (2005) destaca alguns pontos que considera importante para a criação do
planejamento 4D. Ele acredita que os projetista responsáveis pelo projeto arquitetônico e
estrutural devem ser definidos desde o início do projeto. Os membros que trabalharão
diretamente no projeto devem ter a capacidade de trabalhar com modelagem 3D. O autor
cita a importância de determinar responsabilidades específicas para cada membro do time,
deixando todos conscientes de suas responsabilidades. Deve ser acordado entre as partes
os procedimentos de compartilhamento de modelos, coordenação e checagem de
interferências.
No trabalho desenvolvido por Kerr et al. (2007) é defendida que quanto antes for feita
a implantação do planejamento 4D maior será o impacto positivo no projeto. O autor ainda
fala a respeito das lições aprendidas pelo mesmo no processo de produção do planejamento
4D. Estabelecer um método e procedimento padrão para assegurar a conformidade com o
processo. Assegurar que o usuário final tenha o nível de funcionalidade devido. Adotar um
método que permita uma dinâmica e automática sincronização dos objetos com as tarefas
previstas no cronograma. Assegura que exista uma estratégia para destacar e informar as
mudanças feitas no modelo. Diferenciar o que é o modelo e o que é arquivo publicado.
Na experiência do projeto Camino Medical Group relatada por Staub-French &
Khanzode (2006) os responsáveis pelo projeto se reuniram e decidiram que as empresas
que seriam contratadas para os serviços terceirizadas relativos ao desenvolvimento e
construção do projeto deveriam ter habilidade para lidar com tecnologia 3D e 4D,
coordenação de projetos e utilizar ferramentas de colaboração. Para assegurar isso, foi
criado um manual detalhado para qualificar essas empresas. Depois das empresas
contratadas, foram divididas as atividades. Um escritório ficou responsável pelo projeto
arquitetônico e estrutural. Todos os demais subcontratados deveriam guiar seus trabalhos a
partir desses modelos, utilizando ferramentas 3D e 4D mediante assistência. Um profissional
foi contratado para fazer a coordenação dos projetos, verificação de interferências e
planejamento 4D.
Como o projeto Camino Medical Group tratava-se de uma experiência foi necessário
primeiramente entender o potencial de uso dos modelos 3D, chegou-se a conclusão que
existem diversos usos que podem ser feitos do modelo, como análise térmica, estimativa do
custo da obra, visualização da obra, etc. Chegou-se a conclusão que dependo da
informação que se quer tirar do modelo deve-se trabalhar em um nível de detalhe diferente,
dessa forma deve-se definir os produtos que se quer tirar do modelo antes de iniciar o
processo de produção, partindo para o próximo passo: identificar o que é necessário fazer
para se obter as informações requisitadas. Depois de descobrir o que é necessário fazer,
divide-se as tarefas, define-se quem é o responsável por cada uma delas, define-se o
escopo e o nível de detalhe de cada uma das tarefas e o prazo que devem ser cumpridas.
20
Uma atitude tomada pela coordenação do projeto foi definir previamente os procedimentos
de nomenclatura, referência dos projetos, controle de versões e convenção de layers. Os
conflitos e erros identificados pela coordenação foram documentados e corrigidos. A
avaliação do projeto foi positiva, apontado diversas vantagens em se realizar um projeto
com o uso dessas ferramentas, como a possibilidade de se identificar os conflitos antes do
início da construção e os ganhos de custo e produtividade.
2.3 SOFTWARES
usuário pode somente modificar valores. Alguns elementos têm fórmulas embutidas que
remetem a um comportamento do objeto modelado, desta forma é correto dizer que são
softwares inteligentes, porque agem em resposta ao que o usuário definiu em seus
parâmetros.
Há diversos outros softwares que concorrem com os do sistema Revit Building, como
o ArchiCAD (da Graphisoft) e o Vectoworks (da Nemetscheck), que são hoje os três
softwares BIM mais conhecidos no mercado. Pereira (2010) realizou uma comparação entre
esses três softwares e avaliando os quesitos interface e facilidade de visualização; funções
importar e exportar; integração no mercado de trabalho; apresentações 2D e 3D;
modelação; biblioteca de dados; layouts; sustentabilidade; hardware e assistência técnica, o
Revit se saiu melhor, sendo considerado o mais completo dos três, seguido pelo ArchiCAD.
Apesar disso o ArchiCAD se mostrou muito eficaz em alguns quesitos como a inteface e
facilidade de utilização, e o Vectoworks se mostrou muito bom nos quesitos apresentação
2D e preço, já que o mais barato dos três softwares.
A pesquisa realizada por Amorim et al (2007) permite que se tenha um panorama
bem abrangente do uso de softwares de modelagem no Brasil. O trabalho levantou dados
de treze escritórios que possuíam softwares BIM, foram feitas questão relativas a
implantação, experiências de cada empresa e a satisfação com os resultados obtidos.
O estudo comprovou que a tecnologia BIM é um assunto que ainda tem muito para
crescer no Brasil, os resultados mostraram que menos de um quarto dos questionados
estão utilizando o software para todos os projetos (23,08%). A maior parte das respostas
mostrou as empresas ainda em operações piloto (46,15%). As demais respostas indicam o
uso do software em parte dos projetos (23,08%) e o restante das empresas não está
utilizando no momento. Além disso, é possível perceber que grande parte dos escritórios
adotaram a nova tecnologia recentemente, com 46,15% dos entrevistados adquirindo o
software em 2008.
Em pergunta feita em relação a qual software adquirido pelo escritório, descobriu-se
que 84,62% possuem a licença do Revit, da Autodesk. Os demais escritórios utilizam o
Archicad, sendo que nenhuma menção foi feita ao software Vectoworks.
Quando trata-se de planejamento 4D é necessário utilizar outros softwares em
conjunto com os anteriormente citados. Como o Navisworks, recentemente comprado pela
AutoDesk. Esse software tem como função juntar diversos tipos de arquivos BIM em um
único ambiente, mantendo suas características e informações iniciais. Isto permite que a
ferramenta possa executar uma série de funções, como identificar as incompatibilidades dos
projetos, em uma busca automática ou estabelecida pelo usuário. O software identificar
elementos com características pré-estabelecidas pelo usuário, juntando-os em grupos de
pesquisa que podem ser utilizados posteriormente. É possível caminhar pela edificação
22
pronta, em primeira ou terceira pessoal, por diversos estilos navegação, pode-se simular a
gravidade durante esse passeio na edificação, podendo-se entender a distribuição dos
espaços. O Navisworks também permite a junção desses modelos 3D com o cronograma
físico da obra, proveniente de diferentes softwares como MS Project e Primavera.
Existem outros softwares que concorrem com o Navisworks, como o Synchro,
distribuído no Brasil pela Verano, que de acordo com informações desta, o software integra
dados de programas de design CAD 3D com dados de programas de gestão de projetos
como o Primavera, gerando simulações fieis à realidade, proporcionando uma visualização
completa da simulação da construção, considerando as alterações feitas em dados do
gerenciamento de riscos e prazos do projeto, exibindo em tempo real os efeitos que tais
modificações vão acarretar na construção. Ainda segundo informações da Verano é possível
simular riscos para grupos de atividades, evitando o reescalonamento desnecessário de
recursos e analisar o valor agregado de sua solução. De acordo com o distribuidor, o
software gera documentação detalhada e precisa para apresentações de propostas, exibe
lista de tarefas e gráficos de Gantt. O Synchro trabalha com arquivos nos formatos
Autodesk, 3D InterOp Translators e Microsoft Project XML.
Apesar da existência de softwares como o Navisworks e Synchro que fazem a junção
do cronograma com o modelo 3D é possível elaborar estratégias para fazê-lo sem o auxílio
de nenhum deles, assim como mostra a metodologia desenvolvida por Silveira et al (2006),
que chegou ao CAD 4D utilizando uma rotina que modificava os layers de um maquete
eletrônica no AutoCAD, a partir das informações do cronograma desenvolvido no MS
Project.
23
3.1 METODOLOGIA
brasileiro, dominando as vendas no seguimento CAD, faz o autor acreditar que é o software
que tem mais chances de alcançar sucesso no futuro próximo. Além disso, as informações
fornecidas pela Autodesk mostram que o programa é capaz de cumprir todos os com os
objetivos descritos neste trabalho de conclusão de curso. Por fim, a Autodesk fornece uma
licença gratuita para estudantes.
Para a utilização do Revit estudou-se o manual que acompanha a instalação e foram
feitas as lições e tutoriais fornecidas no site da Autodesk University. Dessa forma, a
ferramenta foi testada até que se tivesse o domínio da ferramenta, permitindo que o trabalho
pudesse ser desenvolvido.
O software utilizado para fazer o planejamento 4D, unindo as informações do
cronograma com o modelo 3D foi o Navisworks, já que é desenvolvido pela mesma
fabricante do Revit e portanto acredita-se que haverão menos problemas de
incompatibilidade entre os softwares. Pelas informações dadas pela Autodesk, o programa
em sua versão completa, Navisworks Manage, é capaz de além de unir as informações do
cronograma com os modelos, permite o usuário passear pelo modelo, contando com uma
série de opções de câmera e modos de visualização, é possível checar interferências e
movimentar os objetos dentro do programa. O programa ainda permite a renderização de
imagens e exporta relatórios. Com isso concluiu-se que as funções do programa cumprem o
necessário para o objetivo proposto.
Para utilizar a ferramenta teve-se o apoio do tutorial Getting Started, que
acompanha o software Navisworks Manage. Seguindo o passo-a-passo do tutorial foi
possível assimilar as funções básicas, para iniciar os testes no programa. As dúvidas que
surgiram no processo de treinamento foram sendo solucionadas pela função Help do
programa e em fóruns de discussão na internet.
comercial, onde se quer apenas passar a noção geral do desenvolvimento da obra para um
cliente da construtora, ou para o consumidor final da edificação, o planejamento pode se
desenvolvido em uma escala mais macro, deixando de lado certos aspectos técnicos que
demandam um tempo para serem configurados e que não irão agregar valor na
apresentação. Mas quando se deseja utilizar o planejamento 4D para decidir a melhor
estratégia para a execução da obra, o planejamento deve ser detalhado, a fim de que se
possa prever com mais precisão os pontos de melhoria.
3.5 O MODELO 3D
3.6 O CRONOGRAMA
27
Kerr et al (2007) relata a dificuldade tida pela equipe quanto ao tentar anexar os
elementos provenientes do modelo 3D ao cronograma, com as dificuldades imposta a
29
equipe chegou até a desconfiar da funcionalidade do programa, mas mais tarde percebeu-
se que a melhor opção seria usar o artifício das selection sets, onde é possível criar grupos
com os elementos selecionados, que podem posteriormente serem anexados a cada tarefa.
Partindo da observação do autor foram feitos testes com as selection sets e concluiu-se
que se tratava de um bom artifício, mas que se fossem unidas essas seleções aos recurso
find item é possível alcançar resultados melhores, pois o processo torna-se mais
automatizado economizando tempo especialmente quando se tratam de elementos que se
repetem muitas vezes. Com a combinação dessas funções têm-se as search sets, que são
seleções feitas através de uma busca programada pelo usuário, a busca é salva e a cada
elemento presente, ou adicionado em uma possível atualização, que corresponda aos
requisitos da pesquisa é selecionado. Dessa forma nomeia-se a search set de acordo com a
tarefa correspondente no cronograma a fim de anexá-las posteriormente.
4. RESULTADOS
Deve ser feita uma reunião com o cliente para que sejam alinhadas as expectativas.
Discutir o projeto, explicando as alternativas que podem ser tomadas. Adequar o produto as
necessidades do cliente pensando no prazo e custo que a solicitação demandará.
Documentar a solicitação e definir o nível de detalhe do planejamento 4D.
Ambos devem ser feitos simultaneamente, sendo que a troca de informação entre os
grupos responsáveis deve ser constante. Os modelos 3D e cronograma podem ser criados
pela mesma equipe que irá desenvolver o planejamento 4D, ou pode ser desenvolvido
externamente com a devida orientação.
6b – Cronograma da Obra.
Os modelos 3D devem ser anexados pela função append, caso ocorra alguma
modificação durante o processo o mesmo pode ser atualizado pela função merge.
O cronograma deve ser anexado na TimeLiner e a atualização é feita no mesmo
local.
Todos os arquivos podem ser atualizados, mas é importante não apagar o arquivo de
origem ou modificar seu nome, pois nesses casos o arquivo do Navisworks perde a
referência externa.
Todos os objetos que tem movimento devem ser configurados no Navisworks. Caso
o cronograma com as datas dessas movimentações esteja pronto, deve-se anexar o mesmo
da mesma forma que foi feito com o cronograma da obra, caso contrário as tarefas terão
que ser criadas novas tarefas no cronograma da TimeLiner, anexando os elementos as
mesmas. Deve-se acessar o menu Animator e gravar o movimento feito por cada elemento,
usando as ferramentas disponíveis. Com as animações gravadas deve-se relacioná-las a
sua respectiva tarefa.
Foi estipulada a data 28 de agosto de 2011 como prazo final para entrega do
planejamento 4D, contando com eventuais contratempos a obra foi planejada para estar
concluída dia 15 de agosto de 2011.
Foram reunidas todas as informações, dados e definições que são úteis para a
criação do planejamento 4D:
utilizados para cravar os perfis metálicos, logo após serão encaixados os painéis pré-
moldados de concreto e feita a escavação gradualmente. Todas essas atividades serão
realizadas em etapas, quatro faixas de igual dimensão dividindo o terreno paralelamente a
rua. Devido ao nível de detalhe escolhido todos os elementos da fundação têm sua
execução demonstrada respeitando a divisão em faixas.
Modelo 3D:
Definiu-se que todos os elementos criados para o modelo 3D devem ter suas
quatro primeiras letras do nome escritas em maiúsculo, relacionadas ao tipo de elemento. O
segundo campo deve conter o número código de tipo de material e por fim o último campo é
reservado para informações de dimensões do elemento, como espessura de uma laje ou
altura e largura de uma porta. Os elementos ficam nomeados como no figura 6.
A L V E - 0 1 - 1 4
Criou-se uma tabela com a legenda correspondente as quatro letras que identificam
cada tipo de elemento que aparece no modelo, a partir desses tipo foi criado um código de
dois dígitos que corresponde as variações de elementos entre os de mesmo tipo. Para a
rápida identificação dos elementos foi criado um campo que corresponde a dimensão do
elemento, neste caso cada tipo de elemento tem um tipo de dimensão que é relevante estar
informada no nome. Por exemplo, no caso de portas e janelas tem-se a largura e
comprimento, no caso de lajes e alvenaria, tem-se a espessura. Para o projeto em questão
a nomenclatura adotada foi suficiente, já que ao mesmo tempo em que é simples cumpre
sua função, de identificar rapidamente o elemento além de permitir o rastreamento da
informação. As legendas utilizadas na modelagem dos elementos são representadas na
tabela 1.
ALVE alvenaria
BLOC bloco
CORR corrimão
ELTR elementos do terreno
41
EQUI equipamentos
JANE janela
LAJE laje
MVTE terra sendo movimentado
PILA pilar
PMET perfil metálico
PORT Portas
PRAN pranchamento
RAIZ estaca raiz
REVE revestimento
VIGA viga
O cronograma da obra foi criado a partir das solicitações feitas. Após definidas as
atividades, o processo de execução, os trechos que a obra seria dividida e a definição dos
fluxos principais, foi utilizada a TCPO 9 para estimar o tempo de cada atividade, levando
em conta o custo que se gostaria de ter com a obra em questão e a tecnologia adotada. Foi
levado ainda em consideração o prazo disponível para execução da obra e todas as demais
condições apresentadas. Com base nessas informações foi feito um cronograma geral,
seguindo a nomenclatura definida em etapa anterior.
Como o foco da pesquisa é estudar o planejamento 4D, tanto no desenvolvimento do
modelo 3D, como do cronograma da obra não entrou-se a fundo na questão tecnológica,
viabilidade e qualidade do projeto, discussão de prazos e alternativas de plano de ataque.
Procurou-se realizar um projeto e cronograma lógicos onde fossem aplicáveis os conceitos
estudados do planejamento 4D, dessa forma chegou-se ao modelo 3D e no cronograma
representado nas figuras 7, 8 e 9.
43
necessário estudar um momento específico com maior precisão, para que isso ocorresse
seria necessário aumentar o nível de detalhe das atividades do cronograma precisando a
hora que as atividades ocorrem.
Os equipamentos foram animados procurando simular o caminho que fazem em
obra, auxiliando a identificar visualmente cada uma das atividades.
O anexo das atividades do cronograma com o modelo 3D foi feito como definido
anteriormente, ligando pelo comando rules do Navisworks o nome dos grupos de pesquisa
do modelo ao nome da atividade do cronograma. Após a junção dessas atividades cada
uma delas foi configurada de acordo com o modo que se gostaria que aparecessem na
simulação. Dessa forma definiu-se que:
Fundações: Foi definida a cor vermelha para identificar a faixa de terra que está
sendo escavada no momento, para o momento que os elementos estão sendo construídos é
estipulada a cor verde durante o momento de execução e cor original quando concluídos.
Superestrutura: Para representar o momento correspondente com a montagem de
formas e execução de cada elemento, estes são pintados de verde durante esse período e
ficam da cor original quando esse processo tiver terminado.
Vedação: A vedação é executada por trechos, foi determinado que os blocos de
paredes que estiverem sendo executados ficam da cor verde e tomam a cor original após o
término da mesma.
Revestimento: O revestimento externo é demonstrado por fachada, que no momento
da execução fica da cor verde e quando concluída toma a cor definida para o revestimento
em questão.
Foi usado o comando Clash Detective para identificar possíveis erros no modelo,
interferências entre elementos e interferência entre os elementos colocados em movimento.
O comando não identificou nenhuma interferência entre os elementos, o que possibilitou o
prosseguimento do processo sem necessidade de alteração no cronograma ou do modelo.
No dia 01 de novembro de 2010 tem-se a primeira foto da obra, que mostra as duas
máquinas na primeira faixa do terreno, cravando os perfis metálicos que irão fazer parte da
cortina de contenção.
No dia 29 de dezembro de 2010 está sendo feita a última faixa de estaca raiz. E a
escavação do trecho B está quase concluída.
No dia 23 de março de 2011 está sendo feita o último trecho da laje do térreo,
enquanto isso, são executados os pilares do trecho 3 do edifício 2.
53
quarto andar – trecho 1 e 2) e edifício 2 (segundo andar – trecho 4; terceiro andar – trecho 1
e 2).
No dia 07 de julho de 2011 toda a estrutura está finalizada, assim como a fachada 1
do edifício A, enquanto isso, estão em execução a fachada 1 do edifício 2 e a fachada 2 do
edifício 1.
Com isso conclui-se que as decisões tomadas para elaboração do mesmo, como o
nível de detalhe e estratégia definida, foram corretas. Caso fosse detectado algum tipo de
problema seria necessário corrigi-lo na fonte causadora, que poderia ser um problema na
confecção do modelo 3D, como a ausência de algum elemento, ou posicionamento em local
incorreto; outro problema poderia ser detectado na associação do cronograma com o
modelo, um erro nesse ponto repercute na não visualização de uma atividade na execução
do planejamento 4D.
5. CONCLUSÃO
Apesar dessa dificuldade atual acredita-se que esse cenário irá mudar, vide as
experiências bem sucedidas relatadas na revisão bibliográfica. Acredita-se que quando
essas empresas estiverem colhendo os frutos desses investimentos a concorrência aderirá
a tecnologia, para não perder mercado, o que acarretará em uma mudança de patamar
tecnológico para indústria.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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