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ALBERTO NEPOMUCENO (1864-1920): EM BUSCA DA EXPRESSÃO MODERNA E DO

1099 NACIONALISMO NA MÚSICA BRASILEIRA


Aluno de Iniciação Científica: André Luís Guimarães Azevedo (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006019200
Orientador: Norton Eloy Dudeque
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Alberto Nepomuceno, modernismo, nacionalismo.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

A música de Alberto Nepomuceno está historicamente localizada num período de transição entre o romantismo, que seguia a
tradição tonal e já estava saturado, e o modernismo, cujos principais nomes são Arnold Schoenberg em Viena e Claude Debussy
na França. O período de estudos na Europa e seu contato com os compositores da época aparecem em sua obra, Nepomuceno
segue características formais clássicas com influência de Brahms e utiliza novas sonoridades que indicam o caráter moderno de
algumas de suas obras, além de demonstrar seu ideal nacionalista que está concomitantemente em conformidade ao romantismo
e modernismo. Através da análise de partituras e revisão bibliográfica sobre o compositor foi possível identificar as influências
e características das obras. Primeiramente, as canções para voz e piano demonstram sua ideologia nacionalista ao utilizar letra
escrita em português, algo que na época gerava bastante discussão. Especificamente no ciclo de canções Le miracle de la
semence, Nepomuceno escreve sua música sobre os poemas simbolistas de Jacques D’Avray e utiliza a escala de tons inteiros
que é característica do modernismo. No primeiro movimento do Trio para piano, violino e violoncelo, por exemplo, Nepomuceno
cria um ambiente modal com melodia cíclica e evita acordes que contenham sétima de dominante, estas características apontam
traços modernos da música do compositor. Já no aspecto formal, tanto o trio quanto as canções não fogem do modelo clássico e,
em alguns casos, demonstram a influência de Brahms como é o exemplo da canção Coração Indeciso onde Nepomuceno usa Bar
Form. Nepomuceno está relacionado com a tradição clássico-romântica, mas também compôs com recursos típicos do movimento
musical inovador e de ruptura que é o modernismo e tentou, em algumas obras, criar música nacional.

1100 ARTE, EDUCAÇÃO E MODERNIDADE NO PARANÁ (1889-1971)


Aluno de Iniciação Científica: Felipe Meyenberg (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022463
Orientador: Dulce Regina Baggio Osinski
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: arte, educação. modernidade.
Área de Conhecimento: 8.03.10.00-1

A união entre arte e educação no estado do Paraná passa pela compreensão local da idéia de modernidade que se deu entre a
fundação da Escola de Belas Artes e Indústrias por Mariano de Lima (1889) e a instituição da obrigatoriedade do ensino de arte
no Brasil (1971). Transitando pela história dos intelectuais, a pesquisa mapeou a atuação daqueles que atuaram na definição e
formação da idéia de arte moderna no Paraná. A coleta de dados, em fase inicial se deu em pesquisas de fontes do século XIX,
disponíveis na Biblioteca Pública do Paraná, sendo estas fontes jornais (desde 1854 até 1884) e revistas (1887 até 1900), alguns
deles criados pelos próprios participantes do modernismo paranaense, além de biografias destes intelectuais e artistas também
disponíveis na Biblioteca Pública do Paraná. Além dos documentos históricos em forma escrita, a pesquisa constatou que há
uma gama de gravuras e reproduções de desenhos e pinturas de artistas que circularam na revista “A Galeria Ilustrada”; existem,
também, alguns trabalhos de design gráfico feitos a partir dos conhecimentos em arte adquiridos na Escola de Belas Artes e
Indústrias. Pôde-se comprovar, também, a circulação de textos críticos e poemas de autores precursores do modernismo francês
nas publicações paranaenses, cabendo aqui ressaltar que o modernismo francês foi decisivo na constituição dos conceitos de arte
moderna no Brasil.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 573


1101 POLARIDADE NA MÚSICA DODECAFÔNICA
Aluno de Iniciação Científica: Gabriel Stocchero Floriani (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2005017749
Orientador: Prof. Dr. Maurício Dottori
Departamento: Música - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: música, composição, dodecafônismo.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

A técnica dodecafônica surgiu no começo do século XX e, segundo Arnold Schoenberg, era a evolução da música do período
romântico. O cromatismo causado pelo uso da tonalidade progressiva no século XIX se tornou extremamente saturado e Schoenberg
acreditava que deveria ser criado um novo tipo de organização. No começo da década de 1910 surge a nova técnica onda já não era
baseada em funções tonais e admitia novas harmonias, em sua maioria, mais dissonantes se comparados com ao que se admitia
na música até então. O desenvolvimento do dodecafonismo e da música chamada “atonal” tem seu ápice na primeira metade do
século vinte e o compositor Anton Webern, discípulo de Schoenberg, ilustra este caso. Por outro lado, havia compositores mais
interessados no desenvolvimento harmônico proporcionado pelo dodecafônismo, do que na negação de funções harmônicas e de
um resultante centro tonal. A polaridade na música dodecafônica se assemelha à tônica na música tonal e pode ser uma ou mais
notas ou um intervalo que se torna referência no decorrer da obra. Luigi Dallapiccola, pioneiro compositor dodecafônico na Itália,
procurou desenvolver em suas obras a polaridade (do italiano polarità) ao invés de seguir o caminho atonal. Este trabalho científico
tem como objetivo traçar o percurso da técnica dodecafônica e o desenvolvimento de uma peça. O resultado obtido foi positivo
e na serie desenvolvida para a peça foram usados alguns recursos para que alguns intervalos se destaquem no decorrer da obra
tais como uma tríade maior. O estudo da técnica dodecafônica amplia os horizontes harmônicos do compositor, familiarizando-o
com os intervalos isoladamente e libertando-o dos acordes tradicionais. Para se chegar à composição da peça foram usados livros
indicados como referência e exercícios práticos usando a técnica.

1102 OBSERVANDO TÉCNICAS COMPOSICIONAIS DE LUIGI NONO


Aluno de Iniciação Científica: Lucas Ferreira Fruhauf (IC - Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2005017749
Orientador: Maurício Dottori
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: composição, técnica, Darmstadt.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00- 5

Um dos compositores mais importantes do século XX foi o italiano Luigi Nono. Nono estudou com Malipiero no conservatório de
Veneza (1941 – 1945) e com Maderna e Scherchen que o orientaram para o serialismo dodecafônico(dicionário grove de música
1994), outro detalhe importante da vida desse compositor é a de que foi casado com a filha de Arnold Schoenberg, Nuria em 1955.
No começo de sua carreira Nono teve forte influência dos compositores do chamado serialismo integral em Darmstadt, onde
havia um conservatório de música contemporânea, lugar esse em que o próprio Nono foi professor. Dado um pequeno olhar sobre
a biografia desse compositor, o presente trabalho visou estudar as técnicas composicionais desse compositor. É impossível falar
sobre a estética composicional de Nono sem mencionar seu engajamento político, ligado a idéia socialista, tem uma forte ligação
com a critica da burguesia, assim justifica muito sua opção por operas, e formações menores. Segundo o autor John Warnaby
Nono queria que sua música sempre dissesse algo, comunicasse algo a quem a ouvisse, queria que sua música fosse ouvida pelos
trabalhadores das fábricas ( Only travelling itself: reflecions on Luigi Nono-1991). Outro aspecto estudado é a pesquisa sobre
novas possibilidades de escrita vocal, outras possibilidades de timbres e cores. Nono também se destacou na pesquisa da música
eletrônica, pesquisas com fitas magnéticas e combinações de instrumentos acústicos voz humana, nessa fase Nono abre mão de
uma composição estritamente serialista, a composição nessa fase de Nono segue uma tendência onde o lirismo faz frente a rigidez
formal e pré composicional. Uma análise nessas técnicas especificas foi o grande foco desse trabalho, Nono foi um compositor de
várias técnicas em diferentes fases, o começo de sua carreira marca uma ligação forte com o dodecafonismo e a rigidez formal, e
depois essa rigidez da a vez a um lirismo tomado com afinco pelo compositor, no entanto um pano de fundo permeia sua evolução
composicional que foi o seu engajamento político com o socialismo.

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1103 ESCULTURA SONORA: PESQUISA DE PARÂMETROS SONOROS E CRIAÇÃO ARTÍSTICA
Aluno de Iniciação Científica: Mario Carta Loureiro Júnior (UFPR – TN)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022530
Orientador: Roseane Yampolschi
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: escultura sonora, instalação artística, composição musical.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

O presente trabalho tem como objetivo explorar as possibilidades acústicas e eletroacústicas da linguagem interdisciplinar – unindo
música e artes plásticas – no domínio da teoria e da prática. Para isto, fez-se necessária uma pesquisa científica de parâmetros
sonoros e de uma contextualização global do projeto que permita abarcar aqueles domínios sob determinado viés filosófico-
social. Em conjunto à artista plástica Eliana Borges, foram feitas 3 instalações interligadas onde se uniram composição musical,
conhecimentos e cálculos da acústica musical e eletroacústica à estética visual em peças esculpidas em cerâmica afim de criar,
em cada uma destas instalações (em salas separadas) um ambiente diferente para a experiência individual de cada expectador.
Esta relação de experiência se dá de diversas formas: desde a contemplação do objeto e da música (1a instalação), passando pela
exploração do espaço físico e acústico (3a instalação) até o convite à interação com as peças afim de produzir sons (2a instalação).
As músicas (presentes na 1a e 3a instalações) foram compostas a partir de sons gravados das peças de cerâmica e posteriormente
processados de forma eletroacústica por computadores em softwares específicos - SPEAR, Nuendo e SoundHack. Cada um destes
programas teve uma função distinta no processo: análise e ressíntese do som, processamentos tradicionais e organização da
composição e transformações espectrais, respectivamente. O projeto acústico das peças da segunda instalação, que são feitas de
cerâmica e têm dois ou mais orifícios em seu corpo, foi feito a partir de cálculos de ressonância de Helmholtz, afim de, ao serem
percutidas em um destes orifícios, produzirem uma frequência sonora determinada. Para a terceira instalação, o projeto acústico
também dependia da fórmula aplicada às peças da segunda, pois um segmento torneado em madeira de cada uma das sete peças
serve de caixa de ressonância para altofalantes embutidos que reproduzirão as peças musicais compostas para tal instalação.
Para esta, também foi necessário um projeto eletroacústico que consiste nos 7 altofalantes já citados, além de 4 amplificadores
estéreo e 4 tocadores portáteis de MP3. Na primeira instalação, foram utilizados 5 fones de ouvido conectados a um tocador de
MP3 através de um amplificador adaptado à função para reproduzir uma única peça musical eletroacústica.

A INFLUÊNCIA DO ESPAÇAMENTO ENTRE NOTAS NA RELAÇÃO CONSONÂNCIA-


1104 DISSONÂNCIA DE ACORDES
Aluno de Iniciação Científica: Orlando Scarpa Net (UFPR - TN)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2005017749
Orientador: Maurício Dottori
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes.
Palavras-chave: composição musical, musica contemporânea, harmonia.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

Em sua obra “A técnica da composição musica: parte teórica” (1946), Paul Hindemith expões seu sistema de composição. Hindemith
dedica boa parte de seu livro à harmonia e à análise dos intervalos musicais, e cria um sistema sintetizado em uma tabela para
analisar o grau de dissonância de um acorde qualquer. Nesta tabela, Hindemith cria 6 grupos, cada um com dois ou três subgrupos,
ordenados por grau de dissonância. Com esta tabela seria-se, teoricamente, capaz de analisar qualquer acorde baseado no número
de intervalo dissonantes do mesmo. Hindemith não leva em consideração o espaçamento entre as notas do acorde, uma segunda
dó3-#dó3 teria o mesmo valor de uma segunda dó3-#dó7 de acordo com esta tabela. Porém, o espaçamento entre as notas muda
consideravelmente a dissonância ou consonância de um intervalo, uma oitava dó2-dó7 soa ligeiramente mais dissonante, do que
uma segunda dó2-#dó7 . Alguns compositores já se utilizaram desta propriedade do espaçamento suas obras, alguns exemplos
são Prokofiev, nos primeiros compassos de Alexandre Nevsky, e Ligeti, no segundo e quinto movimento de Musica Ricercata.
Em ambos os exemplos, intervalos de oitava soam quase dissonantes devido ao grande espaçamento entre as notas. O objetivo
deste trabalho é analisar de que maneira o espaçamento interfere na consonância ou dissonância de intervalos e investigar como
a articulação do espaçamento pode complementar o sistema do Hindemith. Neste trabalho foram detalhados alguns aspectos
da teoria de Hindemith, que poderiam ser complementados com o uso do espaçamento. Em seguida, foram abordados alguns
conceitos da discussão da psicoacústica a respeito das relações de dissonância e consonância. Foi visto de que maneira idéias
dos autores David Huron (2001), Alexandre Porres (2007), Richard Parncutt e Hans Strasburger (1994) que ajudam a explicar a
influência do espaçamento em relações de consonância/dissonância. Em seguida, foi discutido de que maneira as relações de
consonância e dissonância foram interpretadas ao longo da história. A ultima parte deste trabalho advêm da própria composição
musical. Foram utilizadas análises de compositores que usaram o espaçamento em suas obras (Ligeti, Dallapiccola e Prokofiev) e
também composições próprias que tem na articulação do espaçamento a base da organização da forma. Por último, foi discutido
de que maneira a discussão da psicoacústica e da composição musical se aplicam ao sistema de Hindemith no que diz respeito à
articulação do espaçamento.
LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 575
ASPECTOS DA CONSTRUÇÃO DA PERFORMANCE PELO MÚSICO: MOTIVAÇÃO,
1105 ESTRATÉGIAS E METAS
Aluno de Iniciação Científica: Rudiany Reis da Silva (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022533
Orientador: Rosane Cardoso de Araújo
Departamento: Artes - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: performance musical, cognição, motivação.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

O objetivo geral para esta pesquisa foi investigar a sistematização do estudo para aquisição de um novo repertório pelo músico e sua
relação com o desempenho musical, observando os elementos mais significativos que interferem na construção da performance.
Como objetivos específicos, buscou-se: a) verificar elementos significativos que interferem na performance de uma determinada
peça; b) analisar características individuais do processo de preparação do repertório pelos participantes; c) refletir, a partir da ótica
dos sujeitos, possibilidades sobre a melhoria do desempenho performático, verificando estratégias e metas d) verificar elementos
motivacionais intrínsecos e/ou extrínsecos presentes no processo de estudo dos participantes. Para a realização deste estudo utilizou-
se uma metodologia híbrida, que incluiu um estudo de levantamento e um estudo de desenvolvimento longitudinal de observação
da construção da performance. O levantamento inicial (ou survey) foi realizado – por meio de um questionário – para reconhecer
características gerais quanto aos hábitos de estudo de um grupo de alunos de cursos de graduação em música da Escola de Música
e Belas Artes do Paraná. Na sequência foram convidados dois alunos (um de instrumento e um de canto) para participar do estudo
longitudinal que serviu para coletar os dados sobre os diversos processos de preparação do repertório, utilizando-se nesta etapa
observações (filmagem das práticas) e entrevistas. Por meio desta pesquisa foram alcançados resultados específicos conforme cada
etapa metodológica. Com o levantamento inicial, obteve-se dados para caracterizar o grupo pesquisado e reconhecer de elementos
referentes aos hábitos de estudo do instrumento, apontados como: a utilização de aquecimento muscular; a análise prévia da obra; a
estruturação do estudo (tempo diário e semanal); e também a utilização de diferentes processos para o enfrentamento de dificuldades.
Já no estudo longitudinal foram analisados aspectos sobre a aquisição de um novo repertório - desde o início da leitura da partitura até
o processo de performance pública – nos quais os elementos motivacionais, tanto intrínsecos como extrínsecos, foram especialmente
observados e relacionados com o estabelecimento de metas e o enfrentamento de desafios. Por meio desta pesquisa, foi possível
concluir que o processo de construção da performance por um músico só se torna produtivo quando a prática do estudo diário estiver
bem estruturada em termos de motivação, tempo, estratégias e metas, levando-se em conta que os desafios a serem vencidos,
não podem ser inatingíveis – na visão de quem constrói a performance – pois assim, o processo não será prazeroso, ocasionando
desmotivação e, até, abandono do material pelo músico.

1106 AÇÃO INTEGRADA PARA O LETRAMENTO


Aluno de Iniciação Científica: Anna Carolina Legroski (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007021656
Orientador: Lúcia Peixoto Cherem
Colaborador: Luciane Boganika
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: leitura, aprendizado da leitura, construção de sentidos.
Área de Conhecimento: 8.01.06.00-5

A partir das discussões teóricas e das palestras realizadas durante a “Ação Integrada para o Letramento”, iniciamos uma oficina
de avaliação em LEM e LM com professores da Secretaria Estadual de Educação. Nosso objetivo era a sensibilização para um
trabalho minucioso com os textos utilizados em sala de aula para explorar ao máximo a capacidade leitora dos alunos. É preciso ter
em mente que a escolha e o manuseio de um texto demandam uma série de fatores, sem os quais, o trabalho corre o risco de ser
linear e simplificador. Assim, o professor necessita ter um grande conhecimento prévio do texto para poder orientar seus alunos na
descoberta tanto do explícito quanto do implícito. Procuramos incentivar a reflexão sobre o texto e sobre o que se encontra nele,
desde a análise da razão gráfica até a análise da cadeia argumentativa que o autor construiu para a elaboração do seu ponto de
vista, passando pela reconstituição de informações e chegando à reconstrução da rede argumentativa. Quando o trabalho com o
texto em sala é efetivo, ele garante a formação de leitores autônomos que foram conquistando a capacidade de leitura do texto
escrito, o que inclui obviamente suas estruturas, facilmente identificadas por esses leitores formados. Ao longo deste trabalho,
colhemos um corpus de questões elaboradas para um texto apresentado em quatro línguas, o que proporcionou um trabalho
conjunto dos professores, tanto da língua materna quanto das línguas estrangeiras. Essas questões serão analisadas a partir de
uma matriz de questões, resultado de uma pesquisa anterior em leitura. Esta análise nos permitirá verificar o percurso de leitura
feito pelos professores ao elaborar suas questões, revelando sua formação para o ensino da leitura.

576 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


MODERNIDADE, CRISE DO SUJEITO E ARTICULAÇÃO DE LINGUAGENS EM
1107 A-B-SUDARIO
Aluna de Iniciação Científica: Christy Beatriz Najarro Guzmán (IC-Voluntária)
N° de Registro do Projeto de Pesquisa do BANPESQ/TALHES: 2007022034
Orientadora: Isabel Jasinski
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras chave: modernidade, crise do sujeito, linguagens literária e cinematográfica.
Área de Conhecimento: 8. 02.05.00-3

A-B-Sudario de Jacinta Escudos privilegia a relação entre as linguagens literária e cinematográfica na articulação de sentidos
plurais no romance, sendo a perspectiva do cinema uma possibilidade de configuração do personagem principal como um sujeito
fragmentado, evidente no desdobramento de Cayetana como protagonista e suposta autora da obra, que vive uma crise em relação
à possibilidade da escrita. Na segunda metade do século XX, após as Grandes Guerras, tem lugar um redirecionamento do processo
estético da modernidade, chamado por alguns críticos de “modernidade tardia”, decorrente de uma visão de mundo decadente,
onde as utopias morrem e aquilo que unificava as sociedades, as garantias da organização social burguesa, se desintegra. Nesta
etapa da modernidade, intensifica-se a consciência sobre um sujeito fracionado e pessimista. Este processo de desintegração do
sujeito e perda de referenciais questiona de forma radical a legitimidade das diferentes expressões artísticas como linguagens
herméticas e criações de sentido imanente, permitindo, desta maneira, um diálogo entre si. Este trabalho visa explorar a relação
que a autora faz das linguagens literária e cinematográfica no romance A-B-Sudario, considerando que a obra foi publicada em
2003, como conseqüência da confrontação entre o indivíduo que busca sua expressão pessoal, a possibilidade dessa expressão e
a inserção dos produtos da indústria cultural nos modos perceptivos do final do século XX.

1108 VARIAÇÕES EM TORNO DA POÉTICA DE JULIA BURGOS


Aluno de Iniciação Científica: Francinne de Oliveira Lima
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007022033
Orientador: Prof° Dr° Rodrigo Vasconcelos Machado
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Julia Burgos, poesia feminina, literatura hispano-americana.
Área de Conhecimento: 8.02.08.00-2

A história de Porto Rico é marcada pela luta para se tornar um país totalmente independente, somente em meados do século XX
houve o estabelecimento de eleições democráticas, e a ilha se tornou Estado Livre Associado aos Estados Unidos. Essa busca
pela independência é marcada, entre outros, pelo movimento artístico, que tenta manter a tradição e a cultura como forma de
preservar a identidade do povo porto-riquenho. Como resultado, as obras dos artistas deste país são marcadas pelo tom de
denuncia e critica e pela procura de uma voz coletiva. No entanto, um dos grandes nomes da poesia porto-riquenha, Julia de Burgos
apresenta uma poesia voltada para si mesma, como um reflexo da sua problemática pessoal. Porém, como não poderia deixar de
ser, apresenta traços comuns aos seus contemporâneos, como a busca constante do ser e seu destino, a presença constante da
morte (tanto física como espiritual), o aspecto formal (grande importância ao conteúdo e linguagem agressiva). Uma característica
da sua poética, que resulta em sua singularidade, é a forma como, através de metáforas e simbolismos retribuídos a elementos
da natureza (principalmente a água), ela projeta a sensibilidade feminina. Infelizmente não há materiais que abordem de maneira
concreta a obra desta escritora, por isso a dificuldade em realizar este trabalho baseando-se em datas e referencias. O principal
objetivo aqui é destacar a poética e a sensibilidade dessa autora através da analise de alguns de seus poemas, nos quais a temática
apresentada se relaciona com a vida da poetisa. Para isso, é apresentada a biografia de Burgos, bem como o contexto sociocultural
em que se insere (fundamentais para o desenvolvimento de sua obra). Tais informações, posteriormente, serão contextualizadas
em algumas de suas poesias, revelando de forma prática o que penso ser a questão principal da sua poética.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 577


1109 AÇÃO INTEGRADA PARA O LETRAMENTO
Aluno de Iniciação Científica: Lahis Tavares Lopes Budal (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007021656
Orientador: Lúcia Peixoto Cherem
Colaborador: Luciane Boganika (Licenciar)
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: letramento, leitura, análise do discurso.
Área de Conhecimento: 8.01.06.00-5

A grande preocupação do projeto “Ação Integrada para o Letramento” é a de interagir com o professorado para discutir e propor
um trabalho de reflexão sobre sua capacidade de leitura a fim de promover uma melhora nessa habilidade e em suas práticas
pedagógicas. A integração prevista pode ser considerada em dois níveis: 1) integração universidade/escola, tendo em vista ações
efetivas da academia junto aos órgãos educadores e uma colaboração nas atividades de formação contínua dos professores de
língua materna e língua estrangeira moderna; 2) reflexão sobre a preparação acadêmica dos futuros professores de LM e LEM,
considerando a problemática futura do ensino da leitura, ou seja, da necessidade de ensinar a ensinar o trabalho de manuseio do
texto escrito, sua estrutura e materialidade, no ambiente acadêmico. Para atingir esses objetivos, baseamo-nos no conceito de
pesquisa-ação, tendo por objetivo unir o estudo da teoria e o conhecimento sobre a prática para atingir uma intervenção mais
eficaz junto aos docentes. As reflexões feitas sobre as práticas pedagógicas relacionadas ao ensino da leitura baseiam-se na idéia
de que a língua falada e a língua escrita são duas habilidades diferentes a serem exploradas e que o trabalho com textos realizado
no ambiente escolar deve incluir exercícios que o abordem não apenas de maneira linear, mas globalmente. Entendemos que o
professor deve ter estes pressupostos em mente e, então, trabalhar para desenvolver no aluno as habilidades necessárias para o
domínio da prática da leitura. A pesquisa, realizada em equipe, foi desenvolvida tendo como base esses pressupostos e o presente
trabalho consiste em apresentá-los tendo em vista os resultados obtidos ao verificar a capacidade leitora e de ensino da leitura
dos professores coordenadores de núcleos da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

1110 REDIMENSIONANDO A PRÁTICA DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA


Aluno de Iniciação Científica: Luciane Boganika (Licenciar)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006019786
Orientador: Nathalie Anne-Marie Dessartre
Colaborador: Natália Florencio
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: língua estrangeira, educação.
Área de Conhecimento: 8.02.02.00-4

O Projeto “Redimensionando a Prática Pedagógica de Ensino de Língua Estrangeira Moderna” é uma abordagem extracurricular de
ensino de Língua e Cultura Francesa direcionado a alunos do Ensino Fundamental ou Médio de escolas públicas. Este projeto insere
os acadêmicos de língua francesa numa situação real de ensino em sala de aula, oportunizando com isso uma experiência prática que
não tiveram contato na grade curricular. Os planos de aula são elaborados pelos alunos-bolsistas sob orientação de um professor-
orientador que auxilia o licenciado a desenvolver pesquisas e materiais que serão aplicados em classe, valendo-se de recursos
lúdicos, interativos e culturais. Esse contato licenciado-orientador é de extrema importância durante todo o processo, pois nessas
orientações semanais são discutidas as temáticas, pontos falhos, tempo e eficácia de cada atividade. As aulas extracurriculares de
língua francesa de nível básico são ministradas em turmas formadas por, no máximo, 20 alunos do Ensino Médio ou Fundamental
de escolas da rede pública; através de dois encontros semanais, de 1hora e 30 minutos cada, ao longo do ano, obedecendo ao
calendário escolar. A forma lúdica utilizada nas aulas privilegia a compreensão e expressão oral, principalmente a interação verbal,
porém sem deixar de trabalhar durante o curso com o incentivo da leitura e escrita em língua estrangeira. Em dois meses de curso
os alunos mostraram evidente interesse pela língua e cultura francesa, além do notável resultado na expressão oral.

578 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


O NEGRO NA MÚSICA POPULAR CUBANA: UMA POSSÍVEL LEITURA DA CANÇÃO
1111 INTERPRETADA POR “BOLA DE NIEVE”
Aluno: Miguel Angel Rodriguez Silva
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007022033
Orientador: Rodrigo Vasconcelos Machado
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: performance, música, Bola de Nieve.
Área de Conhecimento: 8.02.08.00-2

Esta pesquisa tem como objetivo estudar as relações entre letra, música e história, da cultura popular cubana. O trabalho
centraliza-se em diálogos estabelecidos entre a tradição européia e africana da Ilha, tratadas através da análise da produção
musical da primeira metade do século XX. Também veremos como funciona a justaposição entre língua verbal e não verbal,
narrador e intérprete (o performer), no texto cantado. Para a análise, se utilizarão obras que fazem parte da cultura, da poesia
popular e da música dançante do povo cubano. Utilizando-se como objeto de pesquisa, produções de diferentes artistas cubanos,
interpretadas pelo também compositor cubano Ignácio Jacinto Villa conhecido como “Bola de Nieve” (1911-1971), e gravadas no
CD “El Inigualable Bola de Nieve” (Havana- 1992). Se poderá constatar através de este estudo que existem nas obras analisadas,
dois assuntos que são relevantes para a construção da sociedade cubana, os conflitos raciais e religiosos. Outra comprovação é
a importância da “performance”, que é um mecanismo de passagem de informação, transmitindo memória, sentido e saber social
através da execução equilibrada do texto musicalizado.

1112 REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS DA LÍNGUA INGLESA NA GLOBALIZAÇÃO


Aluno de Iniciação Científica: Saionara Gisele Souza Coutinho (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006021093
Orientador: Clarissa Menezes Jordão
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: globalização, inglês, formação discursiva.
Área de Conhecimento: 8.02.02.00-4

Considera-se como ponto de partida desta pesquisa o pressuposto de que os processos de globalização têm levado ao surgimento
de novas formações discursivas de grande importância no que diz respeito aos processos de representação de indivíduos,
comunidades, línguas e conhecimentos, tendo como enfoque principal o papel da língua inglesa neste contexto. Para analisar tal
pressuposto, a pesquisa tem como objetivos verificar de que forma o discurso específico produzido pela academia envolvendo
globalização e ensino de inglês como língua estrangeira leva à construção de novos procedimentos discursivos de representação
dos sujeitos pesquisadores e pesquisados e de diferentes áreas e conhecimentos, dando sempre destaque à língua inglesa em
seu papel como língua internacional e analisando o impacto de seu uso em pesquisas nacionais. Espera-se também verificar o
que sugerem os pesquisadores para o contato, ou confronto, com tais representações principalmente nas áreas de formação de
professores e de ensino de língua inglesa. O último objetivo é determinar como os pesquisadores assimilam ou resistem ao contato
com as formas de representação presentes no contexto do uso da língua inglesa por comunidades científicas internacionais. A
metodologia para a realização da pesquisa consistiu primeiramente na seleção de leituras e discussão de textos, busca e tabulação
de dados de estudos que tenham “globalização” como palavra chave, constantes nos bancos de dados de várias IES do Brasil, e
no levantamento e leitura da produção dos principais pesquisadores do país. Cumprida esta etapa, no momento estamos fazendo
contato pessoal com tais pesquisadores com o objetivo de se obter indicações de outras referências relevantes na área e fazer uma
análise comparativa dos estudos feitos no Brasil em busca não só de formações discursivas comuns a eles, mas como também
das estratégias de assimilação ou resistência propostas pelos pesquisadores. A última etapa na realização do projeto consistirá
na divulgação dos resultados obtidos em forma de artigo acadêmico e/ou livro. Como resultado das etapas já cumpridas, foram
encontradas nos bancos de dados das IES do Brasil inúmeras pesquisas contendo “globalização” como palavra-chave, pesquisas
estas desenvolvidas nas mais diversas áreas do conhecimento.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 579


1113 A ESTRUTURA DE EVENTOS E AS NOMINALIZAÇÕES
Aluno de Iniciação Científica: Adriano Scandolara (UFPR - TN)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022534
Orientador: Maria José Gnatta Dalcuche Foltran
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: nominalizações, aspecto, evento.
Área de Conhecimento: 8.02.01.00-8

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise da estrutura argumental das nominalizações deverbais do português brasileiro (PB),
segundo as teses de Dowty (1979), Tenny (1994), Grimshaw (2001), Basílio (2003) e Alexiadou & Grimshaw (2008). Foram tomados
como dados as informações de catalogamento de verbo levantadas pelo projeto de pesquisa Sintaxe e Semântica do Léxico Verbal
em PB de Wachowicz e Foltran, a partir do qual foi composta a lista de nominais submetidos a análise. Nominalizações deverbais
são aqui delimitadas como sendo todos os nominais formados ou explicitamente a partir de um verbo (como revela a morfologia
de palavras como “destruir” e “destruição”) ou compartilhando sua estrutura morfológica com um verbo sem se poder determinar
a sua derivação (como em “ jogo” e “ jogar”). Basílio vê nas nominalizações um recurso para contornar restrições sintáticas da
língua e que também permite focar um evento, tal como descrito pelo verbo envolvido na nominalização, como um universal,
sem a necessidade de marcação de argumentos verbais, como um desencadeador ou um afetado. Nominais, por definição, não
possuem estrutura argumental, contudo, no caso das nominalizações, embora a estrutura argumental possa ser ignorada, ela é
herdada do verbo do qual elas se derivam. Além disso, outras estruturas também são herdadas, como a temática e a aspectual,
selecionando os argumentos e adjuntos possíveis e definindo características como a telicidade e a relação temporal do evento.
Essa leitura eventual, entretanto, não é sempre possível, pois existe a ambiguidade da possível leitura resultativa, ou seja, nesse
caso, o nominal passa descrever não o evento do verbo, mas sim um produto deste evento, o que implica a não existência das
estruturas supracitadas na nominalização, aproximando-a de um nominal típico. O produto descrito também pode ser de diferentes
naturezas, de acordo com o verbo e o argumentos que ele aceita. Com base nos testes realizados, submetendo os verbos e seus
nominais a determinadas construções sintáticas, foi demonstrado como estes traços presentes no léxico têm seus reflexos na
sintaxe e como ambiguidades de diferentes naturezas são emprestadas às nominalizações pelas estruturas temporais complexas
pressupostas nos verbos.

1114 APLICAÇÃO, TRANSCRIÇÃO E ANÁLISE DE TESTES DE AQUISIÇÃO


Aluno de Iniciação Científica: Aline Fatturi Rodrigues (IC - Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007022203
Orientador: Teresa Cristina Wachowicz
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: aquisição, estado, atividade.
Área de Conhecimento: 8.02.01.00-8

O presente trabalho orienta-se aos dados de aquisição de aspecto de crianças brasileiras, baseado nos dados do Projeto
‘Construção de banco de dados para estudos em aquisição de tempo e aspecto’, alocado no DLLCV, SCHLA, UFPR. De acordo com
a classificação vendleriana de verbos, podemos dividi-los em 4 categorias, baseados em seu aspecto lexical: accomplishments,
achievements, estados e atividades. Meu relatório tem como objetivo analisar a hipótese apresentada por Hodgson, 2003 de
que há uma convergência de verbos estativos e de atividade com o aspecto imperfectivo em dados de aquisição de linguagem.
O método de pesquisa utilizado foi o production test (Crain &Thorton; 2005). A entrevistadora apresentava à criança uma imagem
onde um personagem da ‘Turma da Mônica’ praticava uma ação em que o verbo a ser analisado estava presente e pedia à
criança que lhe dissesse o que via ali. Foram utilizadas crianças de 3 a 5 anos, sendo 11 de 3 anos, 11 de 4, 10 de 5 anos e 10
adultos como grupo controle. Esperava-se que as crianças produzissem sentenças do tipo Small Clause, uma predicação que se
estabelece entre um constituinte que é sujeito e um outro que é predicado sem que o núcleo desse predicado seja um verbo (ou
uma flexão verbal) (Mioto et al.; 2005), ou de perífrases com verbos auxiliares em situações estativas e perífrases com –ndo em
situações de atividade. Nos resultados da pesquisa, entretanto, nenhuma criança produziu sentenças como as esperadas em
situações estativas contra 80% dos adultos que produziram sentenças da maneira esperada. Não houve surpresas nos resultados
obtidos dos testes em situações de atividade, onde 72% das crianças de 3 anos, 54% de 4 anos e 90% de 5 anos responderam
positivamente quando comparadas aos 100% de respostas positivas do grupo controle. A partir destes resultados pude concluir
que, no PB, estados não convergem no aspecto imperfectivo, enquanto atividades convergem. Também pude confirmar a hipótese
apresentada em Smith, 1997 e Davidson, 1967 de que eventos estativos não possuem agentes. Isso ocorre porque no PB verbos
estativos são considerados verbos leves. Além disso pude observar que o –télico (ponto final) de um evento estativo não pode ser
considerado o mesmo –télico de um evento de atividade, como fica implícito em Bertinetto, 2001, uma vez que a trajetória de um
evento estativo não é a mesma de um evento de atividade.

580 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


1115 PROPRIEDADES LEXICAIS DOS VERBOS DERIVADOS DE ADJETIVOS
Aluno de Iniciação Científica: Amanda Ceccon (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022534
Orientador: Maria José Gnatta Dalcuche Foltran
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: adjetivo, verbo, deadjetival.
Área de Conhecimento: 8.01.01.00-3

Este trabalho é um recorte de um projeto maior intitulado “O léxico verbal do Português brasileiro” que tem como objetivo explicar
as propriedades semânticas e sintáticas de um rol de verbos selecionados previamente. Esta pesquisa se volta para os verbos que
têm base adjetival, em outras palavras, verbos deadjetivais, como avermelhar (vermelho), ridicularizar (ridículo). A partir deles, faço
uma análise da estrutura argumental, estrutura sintática e principais informações semânticas que eles transmitem. Além disso,
analiso a propriedade escalar que eles herdam dos adjetivos. Rappaport (2007) menciona dois tipos de escala com as quais trabalho:
escala two-point e multi-point, e, dentre esta, a literatura faz 4 outras classificações: 1) escala aberta (abreviar, abrilhantar); 2)
fechada superior (acinzentar, juntar); 3) fechada inferior (entortar, compatibilizar); 4) escala fechada (igualar, achatar). Assumo,
como Foltran e Wachowicz (2008), que os verbos deadjetivias do português brasileiro são sensíveis a suas bases adjetivais e que
a estrutura da escala adjetival é relevante para a interpretação aspectual do verbo e, portanto, do sintagma verbal. A princípio, a
maior parte dos verbos selecionados são de escala multi-point , com a grande maioria pertencendo ao tipo escala fechada inferior.
Somente uma pequena parte se encaixa no tipo two-point e, dentre estes, encontramos os verbos com sentido pontuais, como
santificar, anular etc., que colocam uma série de questões para as teorias aspectuais.

1116 LEVANTAMENTO DE USOS DOS VERBOS DO PB


Aluno de Iniciação Científica: Anamaria Kaiser Saggin (UFPR - TN)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007 022268
Orientador: Teresa Cristina Wachowicz
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: verbo, aspecto, semântica.
Área de Conhecimento: 8.01.01.00-3

Este trabalho filia-se ao projeto de Pesquisa intitulado Sintaxe e semântica do léxico verbal em (Português Brasileiro) PB, alocado
no DLLCV, SCHLA, e registrado em Banco de Projetos da UFPR (Thales). A investigação orienta-se aos dados de aspecto verbal
do português brasileiro (PB). Vendler, ainda dentro do campo da Filosofia da Linguagem, foi o primeiro a propor este conceito
para o inglês, em 1967. Sua proposta era a de uma divisão quadripartite dos verbos, que seriam desta forma classificados em
verbos de Atividade, Estativos, Accomplishments e Achievements. Também o refinamento destas noções por Dowty (1979) e os
testes propostos por este lingüista para a classificação dos verbos serão abordados. Outro conceito importante é o do Léxico,
cuja definição dentro da Semântica difere da do senso comum. Em segundo lugar, será delineada a ligação da Semântica com
a Morfologia, e apontados alguns comportamentos prototípicos da informação temporal e aspectual dos verbos em relação ao
contexto em que os mesmos ocorrem; um exemplo disso é a tendência de os verbos Deadjetivais (ou seja, verbos que têm sua
origem em adjetivos) a serem Degree Achivements – dentro da classificação de Dowty – ou a tendência de os verbos Denominais
(cuja origem é um nome, ou seja, um substantivo) a serem Accomplishments. Metodologicamente, o trabalho investigou os dados
do NURC (Norma URbana Culta), que se compõem de uma série de transcrições de entrevistas feitas com diversos falantes de
língua portuguesa nas mais variadas situações; estes dados foram usados num projeto bastante significativo dentro da lingüística
no Brasil, que envolveu diversos lingüistas nas décadas de 1970 e 1980, a Gramática do Português Falado.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 581


VERIFICAÇÃO DE OCORRÊNCIAS REAIS DE ITENS DE POLARIDADE NEGATIVA EM
1117 PORTUGUÊS BRASILEIRO
Aluno de Iniciação Científica: André Luiz de Oliveira Almeida (IC-Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007022211
Orientadora: Lígia Negri
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: expressões de polaridade negativa, mídia eletrônica, português brasileiro.
Área de Conhecimento: 8.02.01.00-8

A presente pesquisa buscou verificar as ocorrências de possíveis expressões de polaridade negativa em português, numa extensão
da pesquisa original da tese de doutorado da orientadora. Para tanto, através de comandos de busca específicos, acionados na
mídia eletrônica, pôde-se compor um corpus de algumas dessas expressões em seus contextos de ocorrência, são elas: “patavina”,
“nem que a vaca tussa”, “nem aqui nem na China”, “só se for na China”, “nem fudendo”, “nem com reza brab(v)a”, e “só com reza
brab(v)a”. Esses dados foram coletados principalmente em sites eletrônicos de livre acesso, tais como, Observatório da Imprensa,
revistas eletrônicas da globo.com e do uol.com, além de blogs diversos, dentre outros. O corpus gerado dessa maneira permitiu
organizar tais expressões segundo duas grandes perspectivas: a primeira, de natureza mais sintática, que verifica a distribuição
estrutural e o valor funcional dessas expressões; a segunda, de natureza mais semântica, que busca examinar relações de escopo
no sentido de avaliar sob quais elementos tais expressões ocorrem. Exemplo:
Foi mal, mas essa menina sv[ não tem 4 anos .[nem aqui nem na China]loc. adv.]sv
loc. adv

Disponível em: <http://www.chongas.net/chongas/2007/11/30/charice-pempengco>. Acesso em: 27 mar.2009. No exemplo


acima, a expressão em negrito é uma possível expressão de polaridade negativa em português e ocorre sintaticamente no interior
de um sintagma verbal (SV), sob o escopo de um verbo negado (ou de uma predicação negada) e tem o valor distribucional de
um advérbio, por isso, locução adverbial (loc.adv.). A análise do escopo permite, além disso, analisar as expressões em termos da
suscetibilidade à negação e aos contextos considerados deflagradores de expressões de polaridade negativa. Essa análise ajuda a
fornecer base empírica de dados para a fundamentação da explicação teórica desse fenômeno das línguas naturais

TRADUÇÃO, COMENTÁRIOS E NOTAS DA OBRA ELEMENTA HARMONICA, DE ARISTÓXENO


1118 DE TARENTO: DA PÁGINA 15 A 25 DA EDIÇÃO DE DA RIOS
Aluno de Iniciação Científica: Marcelo Bourscheid (IC - Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022419
Orientador: Roosevelt Araújo da Rocha Júnior
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: tradução, Aristóxeno de Tarento, música antiga.
Área de Conhecimento: 8.02.03.00-0

Neste trabalho, apresentaremos uma introdução geral à música na Grécia Antiga, através de um estudo da teoria musical de
Aristóxeno de Tarento, um dos mais importantes teóricos da música na Antiguidade Clássica. Partindo de excertos da tradução
comentada que desenvolvemos da obra Elementa Harmonica editada por Rosetta da Rios, pretendemos apresentar e explicar
alguns conceitos centrais da teoria aristoxênica contidos nesse tratado, tais como harmonia, som, gênero, intervalo, sistema,
dentre outros.

582 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


O ULYSSES DE JOYCE REESCRITO POR HUAISS: PROBLEMAS DE TRADUÇÃO E AS
1119 SOLUÇÕES ENCONTRADAS
Aluno de Iniciação Científica: Áureo Lustosa Guérios Neto (IC - Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES:
Orientador: Caetano Waldrigues Galindo
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Joyce, Ulysses, tradução, Houaiss.
Área de Conhecimento: 8.02.08.00-2

O objetivo do presente trabalho é o de avaliar criticamente os méritos e deméritos da tradução brasileira do Ulysses de James
Joyce feita por Antônio Houaiss. O recorte metodológico que serve de base para a reflexão crítica é constituído pelos três primeiros
episódios do Ulysses, no original e na tradução. Já a referência teórica sobre a qual se constrói a argumentação é o texto O Discurso
no Romance de Mikhai Bakhtin. A reflexão não se circunscreve apenas ao texto traduzido em si, mas também toma como relevante
alguns dados biográficos que ligam Houaiss ao Ulysses. A argumentação do trabalho caminha paralelamente levantando pontos
positivos e negativos da tradução em questão: de um lado a erudição afiada, as condições precárias de trabalho, a divulgação de
uma obra tão importante; de outro, a pouca experiência como tradutor, a fala coloquial artificial, as poucas notas de rodapé.

AQUISIÇÃO DE ASPECTO LEXICAL E GRAMATICAL EM CRIANÇAS DO PB: ANÁLISE DE


1120 COMPREENSÃO
Aluno de Iniciação Científica: Bruna Martins Viana (IC-Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007022203
Orientador: Teresa Cristina Wachowicz
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: aquisição de língua 1, aspecto, tempo.
Área de Conhecimento: 8.01.06.00-5

O presente trabalho orienta-se aos dados de aquisição de aspecto de crianças brasileiras, baseado nos dados do Projeto “Construção
de banco de dados para estudos em aquisição de tempo e aspecto”, alocado no DLLCV, SCHLA, UFPR. Foram feitos diversos
testes baseados em figuras da Turma da Mônica com crianças de 3 a 6 anos em Centros de Educação Infantil da Prefeitura de
Curitiba (CMEI) e com alguns adultos que serviram como grupo de controle. Tendo como base tal banco de dados este trabalho
tem como objetivo verificar de que forma as crianças compreendem sentenças com verbos de estrutura complexa (achievement
e accomplisment). Estudos das teorias nas áreas de aquisição, estruturas verbais, semântica e aspecto (Bertinetto 2001/2006,
Delidaki e Varlokosta 2003, Hodgson 2003, Pustejovsky 1991) levam a conclusão de que esses verbos possuem diferenças com
relação às convergências télico/perfectivo e atélico/imperfectivo. As crianças possuem aspecto lexical, mas não compreendem
perfectividade e imperfectividade. Tal afirmação fica clara com o seguinte exemplo de teste: foram apresentadas três figuras
na seguinte sequência, na primeira havia o Cebolinha com o prato do almoço cheio em sua frente, na segunda a personagem
já aparece comendo e na última o prato está vazio. Diante da frase “O Cebolinha tava comendo o almoço” a criança ou o adulto
deveria apontar qual das figuras era representativa da frase. Enquanto quase todos os adultos indicaram o estágio intermediário,
as crianças variaram bastante nas respostas, indicando inclusive o estágio inicial. Todas as crianças tiveram a mesma variação na
compreensão desses verbos de estrutura complexa, o que leva a crer que elas ainda não adquiriam a estrutura do tempo e somente
a do aspecto lexical.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 583


1121 O ROMANCE RURAL NO PERÍODO FORMATIVO
Aluno de Iniciação Científica: Ewerton de Sá Kaviski (IC-Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022557
Orientador: Fernando Cerisara Gil
Colaboradores: Geisa Fabíola Müller e Silva (PIBIC/CNPq), Thiago Bittencourt de Queiroz (IC-Voluntária)
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: literatura brasileira, matéria rural, prosa de ficção.
Área de Conhecimento: 8.02.06.00-0

O Projeto “Experiência Rural e a Formação do Romance Brasileiro” tem por objetivo repensar e rediscutir a literatura regionalista,
com especial atenção para a forma romance. Trata-se de analisar o que se tem denominado de regionalismo como uma das
instâncias formadoras do romance brasileiro no interior do nosso sistema literário, bem como mapear e caracterizar as estratégias
discursivas das formas de acumulação e superação formal nos diferentes momentos que a literatura regionalista passou. Para o
desempenho do trabalho desse primeiro ano, as atividades se centraram na leitura dos romances do século XIX selecionados e
distribuídos nos três planos de trabalho dos alunos envolvidos na pesquisa: Ewerton de Sá Kaviski, Geisa Fabíola Mueller e Silva e
Thiago Bittencourt de Queiroz. Acrescento ainda que as atividades desenvolvidas neste ano por cada aluno não versou somente
sobre seu próprio plano de trabalho, mas o de todos os três envolvidos. Trabalhamos, portanto, em cima dos seguintes romances:
O gaúcho (1870), O sertanejo (1875) de José de Alencar, O ermitão de Muquém (1869), de Bernardo Guimarães, Inocência (1872) de
Visconde de Taunay, O vaqueano (1872) de Apolinário Porto-Alegre e Dona Guidinha do Poço (1892?) de Manoel de Oliveira Paiva.
Acrescentamos, para a leitura e discussão, dois outros romances que não estavam incluídos nos planos de trabalho: Til (1871) e
O tronco do ipê (1872) de José de Alencar. Feita a leitura, cada aluno deveria produzir um pequeno ensaio abordando um aspecto
formal dos romances, pré-estabelecido pelo orientador, de modo que, em data agendada para encontro, pudéssemos debater
sobre o tipo de leitura empreendida por cada um. Os aspectos formais que foram privilegiados para serem analisados durante
as leituras foram: o estatuto do narrador, o alto e o baixo (o sublime e o grotesco), a influência dos gêneros, a representação da
violência, a representação feminina e amorosa e a representação da natureza. O produto das discussões sobre os romances e as
formulações produzidas nas leituras apontam para a necessidade de uma compreensão mais precisa e ampla de um aspecto crucial
na formação da literatura brasileira, particularmente na prosa de ficção – o regionalismo.

BAKHTIN, JOYCE E GALINDO: AS DIFERENTES VOZES NA TEORIA, NO ORIGINAL E NA


1122 TRADUÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Fabrízia Carvalho Ribeiro (IC - Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007021710
Orientador: Prof. Dr. Caetano Waldrigues Galindo
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: James Joyce, Mikhail Bakhtin, Ulisses.
Área de Conhecimento: 8.02.08.00-2

Em 1922, a publicação de Ulysses, de James Joyce, nos trouxe aquele que ficaria conhecido como o grande romance do século
XX. Igualmente relevante na teoria literária do século XX é Mikhail Bakhtin, filósofo russo que desenvolveu estudos acerca da
prosa, do romance e seus mecanismos intrínsecos. Caetano Galindo, professor da Universidade Federal do Paraná, tem sua tese de
doutoramento sobre os trabalhos de Joyce e Bakhtin, na qual buscou verificar em que medida o esquema bakhtiniano de análise da
narrativa literária se adéqua ao estudo dos mecanismos de representação do discurso e ao convívio entre personagens e narrador
no romance de Joyce. O que determina o trajeto deste trabalho é que se pretende, em alguma medida, reverter as relações
instrumento-objeto, fazendo o romancista ler o crítico. Avaliando que tipo de relações entre autor-narrador, narrador-personagens,
personagens-personagens podemos encontrar em Ulysses e o que elas podem nos dizer de uma visão singular sobre a literatura.
Ou seja, como se dá a relação de convívio, influência, ação e reação entre as vozes dos personagens e entre eles e a voz do
narrador e, o que se pode encontrar em Bakhtin que corrobora para estas impressões. O objetivo aqui é aprofundar as discussões
encontradas em Galindo (2006) e verificar as eventuais conclusões que aquele trabalho apresenta. Portanto, vai-se além de uma
complementação do que foi inicialmente elaborado, resultando numa extensão dos primeiros postulados, agora em um domínio
um pouco maior. Para tanto me detenho sobre a teoria, o original e a tradução: os aspectos da teoria do romance de Bakhtin, o
original de James Joyce e a tradução de Ulysses, ainda inédita, que compõe o trabalho de Galindo. Partindo de Joyce, na tentativa
de transpor o texto para uma outra língua, o tradutor necessariamente se vê diante das mesmas questões que se apresentaram
ao autor do original. E Galindo, tradutor e crítico, acredita ser capaz de ter uma apreensão mais adequada das dificuldades a que
Joyce naquele momento se propunha, bem como um noção mais aperfeiçoada das especificidades dessa mesma empresa. Assim
resta saber quanto dos processos analisados em Galindo (2006) teriam sido efetivamente bem respondidos pela tradução que ele
propôs. Paralelo essencial para essa análise é o livro Quase a mesma coisa, de Umberto Eco, onde autor defende a noção de que
o texto final de uma tradução terá sempre uma relação com o texto original. Ou seja, o texto final traduzido comparado ao original
será sempre quase a mesma coisa.

584 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


1123 O ROMANCE RURAL NO PERÍODO FORMATIVO
Aluno de Iniciação Científica: Geisa Fabíola Müller e Silva (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022557
Orientador: Fernando Cerisara Gil
Colaboradores: Ewerton de Sá Kaviski (IC-Voluntária), Thiago Bittencourt de Queiroz (IC-Voluntária)
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas Letras e Artes
Palavras-chave: literatura brasileira, matéria rural, prosa de ficção.
Área de Conhecimento: 8.02.06.00-0

O Projeto “Experiência Rural e a Formação do Romance Brasileiro”, na etapa presente, pretende auscultar os romances rurais
produzidos no século XIX com o propósito de refletir sobre o processo formativo do romance brasileiro, tendo em vista as
correspondências existentes entre forma literária e ordem social. As obras analisadas elencam diferentes autores, sendo elas: O
Ermitão de Muquém (1869) de Bernardo Guimarães; O gaúcho (1870), Til (1871), O tronco do ipê (1872) e O sertanejo (1875) de José
de Alencar; Inocência (1872) de Visconde de Taunay; O vaqueano (1872) de Apolinário Porto-Alegre; O Cabeleira (1876) de Franklin
Távora e Dona Guidinha do Poço (1892) de Manoel de Oliveira Paiva. Os tópicos de discussão circunscreveram a representação
da violência e do homem pobre, a representação feminina, o estatuto do narrador e a representação da natureza. Cada leitura
foi seguida de uma discussão junto ao orientador e aos outros colaboradores, sendo que também foram produzidos textos que
expressassem a reflexão sobre os tópicos recortados. Caracterizando, dessa forma, a interface ensaística do projeto, ao fomentar
a prática escrita e reflexiva do pesquisador. No que se refere à matéria rural – e ao empreendimento civilizatório encarnado pelo
romantismo brasileiro, nota-se a predominância de um narrador em 3ª pessoa que marca sua posição de homem letrado, portanto
urbano, através do discurso indireto. Outro elemento composicional que se destacará na ordem social escravocrata é o tipo
humano representado pela valentia, visto que o mandonismo patriarcal engendrará, na literatura, a figura do valentão, adjetivo mor
da identidade sertaneja. Nesse sentido, a valentia parece figurar como garantia da autonomia do indivíduo livre, porém, pobre e
dependente do favor de um proprietário.

INVESTIGANDO AS FRONTEIRAS ENTRE FONÉTICA E FONOLOGIA ATRAVÉS DA ANÁLISE


1124 ACÚSTICA DOS SONS DO PORTUGUÊS BRASILEIRO
Aluno de Iniciação Científica: Jeniffer Imaregna Alcantara de Albuquerque (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2003012775
Orientador: Adelaide Hercília Pescatori Silva
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: fonética, fonologia, róticos.
Área de Conhecimento: 8.01.01.00-3

Tratamentos de dados de aquisição de uma língua estrangeira (L2) geralmente tomam o processo como um momento em que o
aprendiz “substitui” um som da L2 por outro semelhante de sua língua materna (L1), ou “transpõe” estruturas silábicas, acentuais,
da L1 para a L2. Um olhar sobre a aquisição de L2 que assume uma perspectiva dinâmica, por outro lado, permite enxergar o
processo sob perspectiva diferente: através da análise acústica do sinal de fala, pode-se ver que nem sempre há “substituições”
ou “transferências” de fato, mas produções próximas às dos falantes nativos da língua estrangeira que se adquire. Isto fica claro ao
se investigar, como faz este projeto, a produção de oclusivas finais por informantes paranaenses aprendizes de inglês, focalizando-
se o fenômeno conhecido por dessonorização terminal (DT). Cabe ressaltar que a discussão sobre a DT não é recente, mas vem
sendo objeto de pesquisa desde 1987, com o trabalho de Major (1981) e Eckman (1987). Nesses estudos, os autores caracterizam
a DT como um processo que envolve a perda do traço [sonoro] em algumas posições finais, ou seja, uma consoante sonora se
ensurdeceria em posição final. Frise-se que ambos os estudos prevêem apenas duas categorias de sons: os sonoros e os não
sonoros. Contudo, pesquisas recentes apontam para outra direção: Zimmer (2004), e.g., aponta para a necessidade de se observar
os contextos adjacentes à oclusiva e os correlatos acústicos envolvidos na caracterização da DT. Com base nesse estudo, elaborou-
se, neste projeto, um experimento para testar a produção das oclusivas finais do inglês [p, b, t, d, k, g]. O experimento contou com
5 sujeitos não nativos e um sujeito nativo, que leram um conjunto de 72 sentenças 5 vezes, totalizando 2160 dados para análise.
O procedimento de análise acústica foi realizado através da extração da duração relativa dos dados e este parâmetro mostrou que
as produções da informante nativa e dos informantes paranaenses é semelhante: contrariamente à previsão categórica de Major
ou Eckman, observa-se nos dados uma gradiência na sonorização das oclusivas. Mais ainda, essa gradiência parece influenciada
pelo ponto de articulação dessas consoantes. Notou-se também que a produção de uma determinada oclusiva exibe variação intra-
sujeito, o que reforça o caráter gradiente da DT: não se trata de produzir sons surdos ou sonoros apenas, mas sons que tendem a
uma ou outra categoria. Nesse sentido, estamos na mesma direção do trabalho de Zimmer (2007).
LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 585
1125 O USO DA VARIANTE URUGUAIA EM SALA DE AULA: SEM PRECONCEITOS
Aluno de Iniciação Científica: João Paulo Partala (PIBIC - CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006020530
Orientador: Prof.ª Dr.ª Elena Godoi - Co-Orientador: Prof.º Dr.º Rodrigo Vasconcelos Machado
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: polidez, faces, alertas.
Área de Conhecimento: 8.00.00.00-2

O projeto tem como objetivo estabelecer um processo de relações entre a língua portuguesa e espanhola, mais precisamente
a variante uruguaia, buscando uma justificativa para o ensino dessa variante aos falantes brasileiros, eliminado qualquer tipo
de preconceito linguístico. Tendo em vista a complexidade e extensão do trabalho, que exigirá estudos posteriores, fizemos um
recorte, analisando pontualmente alguns elementos pelo viés da pragmática, nesse caso, relacionados a Teoria da Polidez. Brown
e Levinson (1987) apresentam o quadro teórico sobre polidez mais elaborado, explorado, e também o mais criticado. O modelo
de Brown e Levinson da polidez inspira-se diretamente em Goffman, que se baseia nas noções de face e de território, rebatizados
por esses autores, respectivamente, como face positiva e face negativa. Ao mesmo tempo, Brown e Levinson reciclam a noção
de ato de linguagem, interessando-se pelo efeito que estes podem ter sobre as faces dos participantes. A face negativa é o
conjunto dos territórios do ‘eu’ (território corporal, espacial, temporal, bens materiais ou simbólicos); e a face positiva, o conjunto
das imagens valorizadas de si mesmos que os interlocutores constroem e tentam impor na interação. A partir desse modelo e
de questionários aplicados a estudantes universitários de Curitiba e Montevidéu, faremos uma explanação a respeito dos alertas
utilizados pelos falantes em quatorze situações distintas do cotidiano (questionário), traçando comparativos entre as duas línguas
e seu respectivos fatores (poder, gênero, distanciamento, etc.). Para o trabalho com os alertas utilizaremos os preceitos de
Ballesteros (1999), que considera esse alertas como um constituinte externo que capta a atenção do receptor antes da emissão
do ato de fala, resumidamente, esses alertas consistem em: nomes próprios, sobrenomes, termos afetivos ou ofensivos, títulos,
pronomes pessoais, verbos de atenção interjeições e onomatopéias.

A PIERREMENÁRDICA RECRIAÇÃO DE UM MITO: A REPRESENTAÇÃO DO DISCURSO NO


1126 ULYSSES DE JAMES JOYCE E NA TRADUÇÃO DE BERNARDINA DA SILVEIRA PINHEIRO
Aluno de Iniciação Científica: Jonathas Rodrigo Bitencourt Duarte (Voluntário)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2007021710
Orientador: Caetano Waldrigues Galindo
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Mikhail Bakhtin, James Joyce, Ulysses.
Área de Conhecimento: 8.01.06.00-5

Este trabalho tem por escopo examinar a tradução de Ulysses assinada por Bernardina da Silveira Pinheiro, publicada em 2005
pela Editora Objetiva. A fim de evitar uma análise que se prenda excessivamente ao rigor terminológico, adotamos como suporte
teórico-metodológico o doutorado de Caetano Galindo, que testou a capacidade de adaptação do sistema bakhtiniano de análise
de romanesca às especificidades do texto de James Joyce, especialmente no que diz respeito à representação do discurso e ao
convívio entre as vozes das personagens e dos narradores da obra. A ideia de Galindo, acima de tudo, foi a de “traduzir” Ulysses em
um sistema teórico (que, contudo, não chega a receber de Galindo uma formulação plena), e ombreá-lo às categorias bakhtinianas
de análise romanesca. Para Galindo, a principal dificuldade de análise do texto joyceano está em separar as vozes – isto é, em
saber, de fato, a quem pertence cada discurso representado no texto. Afinal, segundo Galindo, o texto de Joyce trabalha, o tempo
todo, com a contaminação de uma voz pelo discurso de outra. A técnica do monólogo interior seria o exemplo mais visível desse
processo: trata-se de um artifício pelo qual a voz do narrador é claramente sufocada pela das personagens, que se transformam,
elas mesmas, em condutoras da narrativa. Após uma análise dos textos teóricos de Bakhtin sobre a prosa romanesca, da tese de
Galindo e da recepção crítica e jornalística da tradução de Pinheiro, foram realizadas reuniões semanais para leitura de Ulysses
no original, a fim de subsidiar a escrita do relatório. Paralelamente, analisamos as poucas reflexões publicadas por Pinheiro
sobre tradução, e a maneira como seu texto foi vendido pela editora. Nesse último processo, tornou-se evidente um objetivo
de popularizar Ulysses e de ressaltar sua suposta coloquialidade. Contudo, parece-nos que para atingir esse objetivo, Pinheiro
teria sacrificado boa parte da variedade linguística e da pluralidade de vozes que Galindo considera como centrais em Ulysses.
Além disso, mesmo a questão da coloquialidade como elemento central da tradução de Pinheiro é questionável. Prova disso é
que até mesmo a tradução de Antônio Houaiss, tradicionalmente recebida pela crítica como uma tradução erudita, supera em
muitos trechos a coloquialidade da tradução de Pinheiro. Os resultados desta pesquisa têm por objetivo tanto sondar a eficácia da
proposta de Galindo, como também verificar a possibilidade de se aplicar as ferramentas teóricas de Mikhail Bakhtin a uma análise
mais ampla de projetos de tradução.

586 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


TRADUÇÃO DA DEFINIÇÃO HARMÔNICA DE ARISTÓXENO DE TARENTO NA OBRA
1127 HARMONIKON STOIKHEION
Aluno de Iniciação Científica: Leonardo Teixeira de Oliveira (UFPR - TN)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022419
Orientador: Roosevelt Araújo da Rocha Júnior
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: música, música grega antiga, harmonia.
Área de Conhecimento: 8.03.03.00-5

O tratado de harmonia “Armonikon Stoikheion” de Aristóxeno de Tarento (séc. IV a.C.) marca o estudo da música segundo a sua
percepção enquanto é executada, ao mesmo tempo em que mapeia os fundamentos dessa arte através de uma sistematização
dos diferentes modos de harmonia. É o tratado musical mais antigo a que temos acesso, e um marco da história da teoria musical:
a divisão em modos e o entendimento de harmonia da música grega, ainda que de maneira indireta (por meio de uma tradução
em latim de Boécio no séc. V d.C.), fundamentaria toda a teoria musical moderna. No nosso projeto, foi realizada uma tradução do
grego clássico para o português da introdução e da definição do objeto de estudo do tratado, relativos ao cap. I, linha 1 ao cap.
10, linha 10 da edição de Marcus Meibom, publicada nas páginas 5 a 15 pela editora Rosetta da Rios. Com acesso ao aparato
crítico da edição de Meibom e a edições em inglês (Henry S. Macran), francês (Annie Bélis) e italiano (Rosetta da Rios) da obra,
pôde-se propor uma tradução com notas explicativas do significado de termos originais em grego e paralelos com a teoria musical
moderna.

1128 ESTUDO SOBRE O LIVRO XVII DAS INSTITUTIONES GRAMMATICAE DE PRISCIANO


Aluno de Iniciação Científica: Luana de Conto (UFPR-TN / IC-Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2005038389
Orientador: Rodrigo Tadeu Gonçalves
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: gramática antiga, morfologia, língua latina.
Área de Conhecimento: 8.02.03.00-0

Este trabalho trata da concepção de gramática na antigüidade – derivada da téchnē grammatiké grega – especialmente no contexto
da Roma Bizantina. O objeto de estudo é a obra do gramático latino Priscianus Caesariensis (séc. V), que desenvolveu vários
trabalhos acerca da língua latina por ter como propósito o ensino do latim clássico como dialeto padrão da organização política aos
cidadãos de Bizâncio que não dominavam esse código. O objetivo desse trabalho é delimitar as características da sua gramática,
sempre tendo em vista a influência grega de Apolônio Díscolo e o propósito didático desse material. Além do levantamento de
bibliografia que contemple o tema, foi adotada também como instrumento de pesquisa a tradução de um trecho da obra do autor: a
terceira parte do Institutio de nomine et pronomine et verbo, eleita por não haver ainda tradução para o português, de modo que esse
trabalho possa tonar esse documento acessível aos pesquisadores lusófonos. O objetivo inicial de se ater somente ao Livro XVII das
Institutiones grammaticae foi abandonado porque se revelou menos produtivo frente à possibilidade de tradução e de um estudo
mais profundo da Institutio de nomine et pronomine et verbo. Constatou-se que essa obra do autor tem foco na morfologia dessas
três partes do discurso – nome, pronome e verbo – e se abstém de questões outras, como as de cunho sintático e semântico. Fica
como resultado principal da pesquisa desenvolvida durante o programa a tradução parcial do livro, que será anexada à tradução
do restante da obra – objetivo da monografia de conclusão de curso deste pesquisador. A conclusão do trabalho é que Prisciano
está inserido no gênero de gramática do seu período, sem dúvida, mas vale ressaltar que o modelo palavra & paradigma de análise
morfológica, tido como o tratamento padrão nas gramáticas antigas, não esgota seu modelo de análise, que parece estar mais
próximo de modelos de item & arranjo.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 587


1129 A FICCIONALIZAÇÃO DO PASSADO HISTÓRICO NO SÉCULO XXI
Aluno de Iniciação Científica: Mozer Silveira Anjos (PIBIC – CNPQ)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022500
Orientador: Marilene Weinhardt
Colaborador: Tassia Kleine
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: literatura e história, ficção histórica, ficção brasileira contemporânea.
Área de Conhecimento: 8.02.06.00-0

Entre as muitas obras contemporâneas de ficção histórica, figura Era no tempo do rei, de Ruy Castro. Esse texto entrelaça o
resgate histórico ao resgate literário. Este devido à intertextualidade claramente perceptível com personagens, sendo um em
caráter de protagonista, presentes no livro Memórias de um sargento de milícias, do romântico Manuel Antonio de Almeida. Tal
aspecto será abordado com mais cuidado em outro momento do projeto. E ainda no campo do diálogo entre textos, a ligação com
o passado nacional ocorre quando da fundamental inclusão, no livro de Castro, de momentos ligados à vinda da Família Real a,
da fixação da Família Real e do comportamento da Família Real – a primeira corte europeia fora do velho continente – em terras
brasileiras. O enlace de literatura e história se tece nas aventuras entre a criança Leonardo Pataca, o personagem literário referido
anteriormente, e o também infante Dom Pedro, principal representante do componente histórico em Era no tempo do rei. Serve de
cenário ao enredo um Rio de Janeiro em formação cultural – ambiente que proporciona a descrição de, por exemplo, o início da
formação histórica do espaço da capital fluminense. Os dados históricos tiveram sua verificação possível devido à leitura e análise
de Dom João VI no Brasil, de Manuel de Oliveira Lima, e de 1808, de Laurentino Gomes – aquele, um discurso histórico; este, um
discurso jornalístico. Ambos abordam principalmente a presença da corte portuguesa em terras tupiniquins. Teóricos da história,
como Mark Bloch, também foram lidos para percepção do olhar dessa ciência sobre temas relevantes, a saber: o tempo histórico.
E a fixação do histórico como elemento indispensável em uma produção ficcional, conforme critérios interpretados em teóricos da
ficção histórica – de textos introdutórios de Marilene Weinhardt a estudos consagrados de Georges Lukacs e Walter Mignolo –,
não altera o passado, mas repensa-o como cenário ao literário. A essa conclusão aspira este trabalho.

1130 FIGURAÇÕES DA CRÍTICA SOCIAL EM LUCIANO DE SAMÓSATA: HISTÓRIA E


FICCIONALIDADE
Aluno de Iniciação Científica: Priscila Buse (Fundação Araucária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006020668
Orientador: Pedro Ipiranga Junior
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: Luciano de Samósata, crítica social, ironia.
Área de Conhecimento: 8.02.09.00-9

A presente pesquisa tem como objetivo a análise da obra de Luciano de Samósata, autor do século II d.C., a fim de se contemplar o
seu modo de retratar o quadro social da época. A obra de Luciano de Samósata exerce uma crítica cáustica sobre o mundo e seus
atuantes. É desse universo que avulta uma centralização no ato de caracterizar os tipos sociais que, apesar de condizentes aos
significativos paradigmas da tradição literária, têm uma extensão objetiva na realidade social que abarca o autor. Dentre as obras
estudadas, priorizei para a análise os livros “Diálogos dos Mortos” e “Nigrino”. Em “Diálogos dos Mortos” temos a utilização do
Hades como cenário para o eterno exercício de análise da figuração do outro. Ali, distanciada do mundo dos vivos, onde prevalecem
leis desiguais, a crítica se liberta das dúvidas que resultam da própria limitação do juízo humano, se cobrindo de licitude e certeza,
e podendo, desse modo, assumir a forma sarcástica, presente no discurso cínico. Assim, a Filosofia Cínica assume, em Luciano,
características de ideal. A ela cabe o papel de denunciadora dos vícios e enganos humanos, das injustiças e inconformidades
que davam o tom à vida da época. Na obra “Nigrino” há a idealização da cidade de Atenas, o que representa o parâmetro de
alteridade em relação à sociedade de seu tempo. Essa pólis idealizada, da mesma maneira que o Hades luciânico, se constitui
a partir de um paradigma da tradição passada, mas que é empregado de forma irônica, já que Luciano não deixa de zombar dos
filósofos, estabelecendo sempre uma crítica ao modo de fazer filosófico. Dessa forma, retomando a tradição platônica concernente
à constituição de um mundo idealizado, ele também se utiliza da criação de uma suprarrealidade que dialoga com o presente e
propõe as suas mudanças na realidade cotidiana.

588 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009


1131 PROCESSOS DE FICCIONALIZAÇÃO DA HISTÓRIA EM ALGUNS ROMANCES DO
SÉCULO XXI
Aluno de Iniciação Científica: Tassia Kleine (PIBIC/CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022500
Orientadora: Marilene Weinhardt
Colaborador: Mozer Anjos (PIBIC/CNPq)
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: ficção histórica, literatura brasileira contemporânea, Ruy Castro.
Área de Conhecimento: 8.02.06.00-0

O ano de 2008, no qual foram celebrados os 200 anos da chegada da corte portuguesa no Rio de Janeiro, foi marcado pela vasta
produção de obras literárias que dialogam diretamente com o evento histórico, suas causas e suas principais consequências.
O presente trabalho visa discutir diferentes aspectos da apropriação não apenas de elementos da história no discurso literário,
mas também de elementos da literatura no discurso histórico, analisando de que maneiras as formas narrativas se aproximam
e se distanciam em diferentes períodos, com ênfase nas publicações contemporâneas. Será realizado breve levantamento dos
romances históricos publicados devido ao bicentenário do desembarque da corte e será trabalhada, sobretudo, a obra Era no Tempo
do Rei, de Ruy Castro, que pertence ao corpus do projeto de pesquisa “A Ficcionalização do Passado Histórico no Século XXI” e
que realiza forte intertextualidade também com a história literária, através da retomada de figuras de Memórias de um Sargento
de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Uma visão panorâmica do conjunto de obras de Ruy Castro possibilitará, também, uma
reflexão acerca dos discursos biográficos, jornalísticos, ficcionais e históricos, que permeiam, por vezes simultaneamente, suas
publicações. Sendo o romance o gênero mais propício para a manifestação desta diversidade de aspectos, um raciocínio elaborado
através das leituras de Roland Barthes, Mikhail Bakhtin e Eric Auerbach indicará em que consiste esta característica. Funcionaram
como aporte teórico para a concepção de ficção histórica adotada textos de Georg Lukács, Linda Hutcheon, Seymor Menton e
Marilene Weinhardt, cujos posicionamentos serão expostos criticamente ao longo do relatório.

1132 O ROMANCE RURAL NO PERÍODO FORMATIVO


Aluno de Iniciação Científica: Thiago Bittencourt de Queiroz (IC-Voluntária)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022557
Orientador: Fernando Cerisara Gil
Colaboradores: Geisa Fabíola Müller e Silva (PIBIC/CNPq), Ewerton de Sá Kaviski (IC-Voluntária)
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: literatura brasileira, regionalismo, prosa de ficção.
Área de Conhecimento: 8.02.06.00-0

O objetivo do projeto “Experiência Rural e Formação do romance brasileiro” é analisar os impasses e problemas que a chamada
literatura regionalista enfrentou para encontrar um ponto de vista literário válido – ou seja, estética e formalmente consistente -
dento do sistema literário brasileiro. O foco de trabalho desse primeiro ano ficou centrado na leitura dos romances rurais do século
XIX. Realizou-se a leitura dos seguintes romances: O Ermitão de Muquém (1869) de Bernardo Guimarães; O gaúcho (1870), Til
(1871), O tronco do ipê (1872) e O sertanejo (1875) de José de Alencar; Inocência (1872) de Visconde de Taunay; O vaqueano (1872)
de Apolinário Porto-Alegre; O Cabeleira (1876) de Franklin Távora e Dona Guidinha do Poço (1892) de Manoel de Oliveira Paiva.
Depois de concluída a leitura, foram elaborados textos críticos sobre alguns aspectos dos romances em questão. Cada texto foi
seguido de uma discussão com o orientador e os demais alunos envolvidos no projeto. Os aspectos formais que foram privilegiados
para serem analisados durante as leituras foram: o estatuto do narrador, o alto e o baixo (o sublime e o grotesco), a influência
dos gêneros, a representação da violência e dos pobres, a representação feminina e amorosa e a representação da natureza.
Os resultados das discussões sobre os romances e as formulações produzidas nas leituras apontam para a necessidade de se
compreender o romance regionalista como algo complexo e parte da continuidade constitutiva da experiência literária brasileira.

LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 589


1133 BIOGRAFIA NA ANTIGUIDADE: AS VIDAS DE PITÁGORAS E A CONSTITUIÇÃO DE UM
GÊNERO
Aluno de Iniciação Científica: Vinicius Ferreira Barth (CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2006020668
Orientador: Pedro Ipiranga Junior
Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: biografia, antiguidade, Pitágoras.
Área de Conhecimento: 8.02.09.00-9

De acordo com os resultados obtidos nas pesquisas de formação de gênero textual na Antiguidade, dando enfoque específico
ao que consideramos texto de gênero biográfico, tornou-se possível delimitar e identificar contextos de inter-relações deste
com outros gêneros. A biografia, no modelo que se forma na Grécia a partir do quarto século a.C., dialoga incessantemente com
o gênero romanesco, com o encômio, e se constrói principalmente por intenções pedagógicas, a Paidéia. Os resultados desta
pesquisa culminam, então, na análise da Vida de Pitágoras, de Porfírio, de modo que façamos as devidas justificativas e relações
para que o texto seja enquadrado de maneira satisfatória no gênero biográfico. Para tanto, serão consideradas as análises prévias
de textos biográficos, como: Demônax, de Luciano de Samósata; Evágoras, de Isócrates; Agesilau e a Ciropedia, de Xenofonte. As
teorias a respeito do texto biográfico e seus usos são igualmente integrantes da pesquisa, em que a integram principalmente os
autores: Arnaldo Momigliano e Patricia Cox, entre outros. As conclusões a respeito do percurso biográfico antigo nos levam, enfim,
a ver não apenas o modo como os textos foram concebidos, lingüística e historicamente, mas também moral e pedagogicamente.
Com efeito, não deixam de ser comuns as exposições de “cidadãos ideais” e de “homens santos” feitas pelos autores aqui
estudados. Por fim, a biografia como gênero tem o papel de objeto a ser aqui desvendado, em seus diversos usos e roupagens,
dando-nos uma pista de como transformou-se em um modelo textual dentro de seu percurso histórico.

MAPEAMENTO DA SITUAÇÃO ATUAL DAS MPES PRODUTORAS DE LOUÇA DE MESA


1134 E OBJETOS DE ADORNO DE CAMPO LARGO COM RELAÇÃO À GESTÃO DO DESIGN,
TENDÊNCIAS E BUSCA DE INOVAÇÃO
Aluno de Iniciação Científica: Ivone Böhler (PIBIC - CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022601
Orientador: Virginia Borges Kistmann
Departamento: Design - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: gestão do design, desenvolvimento de produtos, cultura do design.
Área de Conhecimento: 6.12.02.00-2

Para caracterizar as empresas Cerâmica Brasília, Indústria e Comércio de Porcelanas Bordignon Ltda, Cericamp Indústria e Comércio
de Cerâmica Ltda, e o trabalho dos artesãos do Ateliar Fedalto e Otero e José Taveiro, este último representando a Associação dos
Artesãos de Campo Largo, sob o ponto de vista do design estratégico, tático e operacional, foram levantados dados através de
entrevistas, fotografias dos produtos das empresas e observações locais em paralelo à revisão de literatura, em que se destacam
a tradução do livro Handbuch Trend Management, de Alex Buck et alli, o trabalho da mestranda Maria Emilia Mendes Jayme e
pesquisas anteriores junto às APLs de Campo Largo. Após a análise dos dados levantados, verificamos que o quadro apresentado
na pesquisa apresentada em 2003 por ECKER et al. pouco se alterou. A estratégia de gestão das empresas ainda é empírica,
personalizada na figura do dono da empresa, não há investimento expressivo em inovação, os produtos são e desenvolvidos de
forma intuitiva e o lote é definido diretamente pelo representante ou pelo cliente. A prática da cópia direta ainda é indiscriminada. As
empresas pesquisadas não apresentam uma política de desenvolvimentos de produtos associada ao design e, embora apresentem
competências centrais distintas, carecem de diferenciação, e o campo que se apresenta à inserção da gestão de design e ao
design de produtos é vasto. Entre os obstáculos para a atuação do designer junto a estas empresas, incluem-se seu baixo capital
operativo e, principalmente, a não existência de uma cultura do design, que lhes permita avaliar o retorno de tal intervenção em
termos de melhoria dos produtos, de valor percebido por seus clientes, de identidade de marca e do retorno financeiro decorrente.
Antes de podermos falar de estratégias de tendência ou de aplicar o modelo de tríade de efeito de produto proposto por BUCK
et al., é preciso estabelecer com estas empresas parcerias, adequadas às suas necessidades específicas, que lhes permitam
implementar gradualmente soluções do design estratégico, do design tático e do design operacional, aferindo resultados, de modo
a lhes dar parâmetros para perceber que serão capazes de financiar design com sucesso, criando nas empresas a consciência da
importância do design. O interesse em exportar seus produtos, manifestado por quatro das cinco empresas pesquisadas, pode ser
um bom ponto de partida para propor tais parcerias.
590 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009
DESIGN E AVALIAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS UTILIZADAS EM MÉTODOS DE
1135 ANÁLISE DA TAREFA
Aluno de Iniciação Científica: Kelli Cristine Assis da Silva Smythe (PIBIC-CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022621
Orientador: Stephania Padovani, PhD - Colaborador: Drª. Carla Galvão Spinillo
Departamento: Design - Setor: Ciência Humanas Letras e Artes
Palavras-chave: análise da tarefa, representações, design
Área de Conhecimento: 6.12.01.00-6

Este trabalho é parte integrante do Projeto “Avaliação da Eficácia de Métodos de Análise da Tarefa Visando o Incremento de
sua Aplicabilidade” e teve como objetivo desenvolver um novo método de análise de tarefa com base na avaliação de métodos
existentes, além de propor e avaliar novas formas de representação junto a estudantes de design da informação. A análise de
tarefa inclui uma série de técnicas que visam obter descrições das ações de pessoas utilizando um sistema, representação dessas
descrições, estimativa de dificuldades e demandas e avaliação de sistemas com base em requisitos funcionais. Identificada a
análise da tarefa, foi realizado um estudo analítico, com base na literatura existente, das formas de modelagem utilizadas e suas
representações para então serem desenvolvidos modelos de caracterização e análise de representações. Esses modelos basearam-
se em taxonomias de representação gráfica, princípios de design da Informação, sintaxe gráfica, e em heurísticas de usabilidade
fornecidas por diversos autores. A aplicação dos modelos pretende contribuir para a criação de representações gráficas de análise
da tarefa, bem como para a identificação de falhas que venham a prejudicar a produção e compreensão de sistemas de informação.
Foi então proposto um método para geração de um novo sistema e avaliação de um sistema existente, o qual é composto por: coleta
de dados sobre a tarefa; identificação de possibilidades de seqüência de atividades e requisitos para realizá-la; unificação das
seqüências, atividades e requisitos, entre outros. A verificação do método se deu a partir da geração de representação para uma
tarefa específica, seguida de avaliação junto a 12 estudantes de design gráfico, os quais avaliaram o método e as representações
através de entrevista. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes apresenta facilidade (a) em explicar a tarefa a
partir da representação proposta, (b) em entender a clareza de conteúdo e (c) ordem de leitura de passos representados. Todos
participantes consideraram que o método possui seqüência lógica e é um facilitador no desenvolvimento de representações de
análise de tarefa. Foram feitas sugestões como: inserir teclas de atalho disponibilizadas pelo sistema e, necessidade de inclusão
de usuários na fase inicial do método, executando a tarefa, para assim, identificar os requisitos informacionais necessários.
Conclui-se que, de modo geral os resultados foram satisfatórios e pretende-se que contribuam para o incremento da eficiência do
desenvolvimento de representações no âmbito da tarefa.

DESENVOLVIMENTO DE ESTRATÉGIA E ESCOPO PARA SISTEMA DE INFORMAÇÃO


1136 INSTRUCIONAL DIGITAL PARA BULAS DE MEDICAMENTOS
Aluno de Iniciação Científica: Larissa Lívia Rodrigues Barbosa (PIBIC - CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022713
Orientador: Carla Galvão Spinillo - Co-Orientador: Jose Marconi Bezerra de Souza
Colaborador: Stephania Padovani
Departamento: Design - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: design, sistemas de informação, bulas de medicamentos.
Área de Conhecimento: 6.12.01.00-6

Este subprojeto faz parte do projeto “InfoBula: Metodologia de desenvolvimento, avaliação e disseminação de informações
sobre bulas de medicamentos” (apoio CNPq- Laboratório de Animação Interativa e Design da Informação da UFPR- LAI-DI). Com
o objetivo de dar suporte ao design de bulas de medicamentos, foi produzido um sistema de informação instrucional digital
denominado “Guia Prático: como melhorar bulas de medicamentos”. O desenvolvimento do sistema se deu através das etapas
de planejamento, produção e avaliação. Na fase de planejamento foi feita a seleção do conteúdo, optando-se por um sistema
de acesso fácil aos usuários, com instruções concisas e exemplos visuais como apoio. Na fase de produção desenvolve-se a
interface e a programação do sistema, resultando na geração de um protótipo. Na fase de avaliação, o protótipo foi validado
qualitativamente com 5 participantes desenvolvedores de bulas de medicamentos. Teve duração de 6 horas e foi dividido em 2
etapas em formato de workshop. Na primeira etapa pedia-se que os participantes individualmente interagissem com o sistema/
Guia e a partir deste desenvolvessem uma bula. Nessa etapa também foram aplicados dois checklists: um antes e outro após o uso
do Guia, com o objetivo de medir sua eficiência quanto ao aprendizado de design de bulas. Aplicou-se também um questionário de
satisfação para verificar a usabilidade do Guia e se o mesmo era visualmente atraente. Na segunda etapa as bulas desenvolvidas
pelos participantes foram discutidas em grupo, assim como a aplicabilidade e adequabilidade do sistema. Os resultados mostraram
que o sistema/Guia não apresenta deficiências de entendimento e uso. A hierarquia dos tópicos e subtópicos dos menus se
mostrou intuitiva e os participantes não apresentaram dificuldades de navegar no Guia. No entanto, observou-se a necessidade
de aprimorar o conteúdo do Guia, principalmente algumas diretrizes apresentadas, as quais necessitam de maior detalhamento e
exemplos visuais para promover sua compreensão. Por fim, pode-se concluir que o sistema/ “Guia Prático: como melhorar bulas
de medicamentos” gerou uma impressão positiva aos participantes e que pode ser útil para o aprendizado e o desenvolvimento de
bulas de medicamentos. Atualmente o sistema está sendo ajustado para futura implementação na indústria farmacêutica.
LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009 591
MOTIVAÇÃO X LÚDICO: UMA NOVA ABORDAGEM PARA O DESIGN DE JOGOS
1137 EDUCACIONAIS
Aluno de Iniciação Científica: Leonardo Mendes Moroni (IC-Voluntário)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022689
Orientador: André Luiz Battaiola - Co-orientador: Flavio Eduardo Martins
Departamento: Design - Setor: Ciências Humanas Letras e Artes
Palavras-chave: games, ludicidade, motivação, educação.
Área de Conhecimento: 6.12.01.00-6

Jogos eletrônicos (referidos a seguir como games) têm se popularizado devido a sua capacidade de utilização de várias mídias
(imagem, animação, som etc.) e de interatividade para criar uma experiência lúdica. Apesar do estigma de diversão despretensiosa,
a utilidade destes games pode torná-los “ferramentas instrucionais eficientes, pois eles divertem enquanto motivam, facilitam o
aprendizado e aumentam a capacidade de retenção do que foi ensinado, exercitando as funções mentais e intelectuais do jogador”
(Tarouco, Roland, Fabre, Konrath, 2004). Ao elaborar o design de um game educacional, os conceitos utilizados entre as áreas
do game design e da educação apresentam dificuldade para serem conciliados, pois eles focam objetivos distintos, faltando uma
metodologia formal que os una. Por conta disso, games educacionais falham em atrair a atenção do aluno, por não conseguirem
conciliar seu objetivo pedagógico com os aspectos lúdicos dos games. Um dos principais problemas observados na criação
desses games é o sentido errado de desenvolvimento, que se inicia por adotar um estilo de jogo e posteriormente considerar
como encaixar seu conteúdo pedagógico nessa estrutura. Considerando-se o jogo como uma ferramenta educacional, o correto é
partir dos pressupostos e conteúdos pedagógicos para depois se selecionar as características do game. O aspecto lúdico de um
game está associado com características emocionais (tensão, desafio, excitação, prazer, diversão, etc.), os quais são difíceis de
serem conceituados, assim, se optou por considerar a motivação como fator principal de um game educacional. O conceito de
motivação em games tem sido pesquisado por alguns autores (Malone) e, quando bem aplicado permite a criação de um fluxo de
imersão do jogador (Csikszentmihalyi, 1991), em que o jogador se conecta completamente ao sistema do game através de desafios
configuráveis em termos de dificuldades e habilidades. A pesquisa realizada permitiu concluir que a conciliação de critérios de
design de games comerciais com aspectos pedagógicos é algo pouco estudado. No contexto do projeto EEHouse, foram estudados
critérios motivacionais, foi definida uma estrutura que considera este critério em design de games e foram aplicados partes destes
conceitos no design do game EEHouse. Além disso, estruturou-se uma linha de pesquisa nesta área que está em andamento.

DESENVOLVIMENTO DE ESTRUTURA DE SUPERFÍCIE PARA SISTEMA DE INFORMAÇÃO


1138 INSTRUCIONAL DIGITAL PARA BULAS DE MEDICAMENTOS
Aluno de Iniciação Científica: Naomi Kobayashi La Rocca (Voluntário, PIBIC – CNPq)
Nº de Registro do Projeto de Pesquisa no BANPESQ/THALES: 2008022713
Orientador: Carla Galvão Spinillo - Co-Orientador: Jose Marconi Bezerra de Souza
Colaborador: Stephania Padovani
Departamento: Desig - Setor: Ciências Humanas, Letras e Artes
Palavras-chave: design, sistemas de informação, bulas de medicamentos.
Área de Conhecimento: 6.12.01.00-6

Parte do projeto InfoBula (apoio CNPq- Laboratório de Animação Interativa e Design da Informação da UFPR- LAI-DI), este subprojeto
Desenvolvimento de Estrutura e Superfície para Sistema de Informação instrucional digital para bulas de medicamentos visa oferecer
suporte ao design de bulas de fármacos através de um sistema instrucional digital denominado Guia Prático: como melhorar bulas de
medicamentos. Este apresenta diretrizes propostas no projeto InfoBula de forma ilustrada e animada, aplicadas em uma bula fictícia
otimizada, a fim de facilitar o aprendizado sobre design de bulas por usuários desenvolvedores. Este subprojeto focou na produção
dos exemplos ilustrados do uso desejado de texto e imagens da bula otimizada, abordando questões relacionadas ao design
desse impresso (e.g. hierarquia da informação, tipografia, tipos de representação pictórica) e considerando as recomendações
já existentes da Anvisa. Sua metodologia constou de três etapas: planejamento, produção e avaliação. Na primeira, definiu-
se os exemplos visuais a serem desenvolvidos. Na segunda, produziram-se várias alternativas dos elementos gráficos da bula
fictícia (e.g. tabelas, diagramações, ilustrações), que foram selecionados e compostos, sendo inseridos e programados no sistema,
resultando em um protótipo do Guia Prático. Na última etapa, validou-se o protótipo com cinco desenvolvedores de bulas do
Paraná, através de observação de tarefa, entrevista e questionário conduzidos durante um workshop. Neste, inicialmente, os
participantes interagiram com o sistema/Guia a fim de desenvolver uma bula e em seguida responderam checklists e questionários
de satisfação. Após isto, as bulas produzidas com base no Guia foram discutidas pelos participantes, assim como a aplicabilidade e
adequabilidade do sistema/Guia. Os resultados foram analisados qualitativamente sendo considerados, no geral, positivos. No que
concerne o foco deste subprojeto, a aceitação e compreensão das imagens foram satisfatórias, sendo sugeridos alguns ajustes e
acréscimos de mais ilustrações. Conclui-se que os exemplos ilustrados são fundamentais para o sucesso do Guia Prático, visto que
funcionam como complemento e/ou reforço do conteúdo verbal, proporcionando um aumento significativo da compreensão do Guia
Prático: como melhorar bulas de medicamentos e contribuindo para a sua futura implementação nas indústrias farmacêuticas.

592 LIVRO DE RESUMOS – 17º EVINCI E 2º EINTI / 0UTUBRO / 2009

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