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ILHÉUS, BAHIA
2006
1
ILHÉUS, BAHIA
2
2006
3
Alexandre Schiavetti – DS
UESC
Adolfo Lamar – DS
UESC
4
AGRADECIMENTO
A todos os meus colegas da turma VII e aqueles de outras turmas com que
convivemos como aluno especial.
ABSTRACT
Studies all over the world indicate that economic activities related to tourism are
growing, particularly those supported by natural attractions. At the same time,
preservation efforts are resulting in new protected areas and constant improvement of
management tools for the existing ones. In Brazil, the SNUC – National Conservation
Units System, created a kind of protected areas where economic exploration is legal,
such as the APA – Environment Protection Area and it is common to find lodges there.
In many cases these hotels stand out by offering ecotouristic experiences, where the
visitor makes contact with nature and the local population, contributing to their
sustainability. Those lodges cause potential impacts and, as they depend on natural,
social and cultural resource preservation, ways of diminishing the negative effects of
their presence are being searched for. There are many examples of successful
undertakings in this task. This study investigates the architecture of lodges installed
inside the APA Costa de Itacaré – Serra Grande, in the southern coast of Bahia State,
Brazil, in order to discover the differences in comparison to similar lodges located
outside of protected areas, on the coast of Ilhéus. The weight up matrix concept was
used to create the MASArq, Architecture Socio-environmental Evaluation Matrix,
defining weights for six parameters with some specialists participation. Data were
collected with a 40 question form-questionnaire in 51 lodges, from a universe of 104.
The result showed that lodges located inside the APA have a more sensitive
architecture to social and environmental matters, compared to those outside of it. On
the other hand, this group (inside APA) has a global medium score far from the
maximum: 400 points out of 1000. The group outside of the APA received only 310
points. For parameters such as “energy” and “sanitary conditions” both groups got a
similar score; for the remain, “water”, “inside comfort” (the best result of the “inside the
APA” group, with 70% of the maximum score), “biota” and “social-economic
conditions”, all results were favorable to the inside the APA group. But for the two
parameters considered the most important, “water” and “energy”, this group received
only 21% and 18% of maximum score, respectively, indicating that there is much room
for the lodges’ facilities improvement within protected areas. There are few official
demands and patterns for lodges in protected areas and, with deficient control and
guidance, architectural sustainability depends on the eventual conscience of idealist
owners with futuristic vision for investing in details that will make a difference for
society and the business.
LISTA DE FIGURAS
Figura 3 - Maho Bay, nas Ilhas Virgens: exemplo de intervenção arquitetônica de baixo
impacto sócio-ambiental negativo .................................................... 24
Figura 4 - Maho Bay, nas Ilhas Virgens: passarelas suspensas e definição de locação
reduzem o impacto sócio-ambiental negativo .................................... 25
Figura 5 - Eco-tendas de Maho Bay, nas Ilhas Virgens: solução com maior conforto e
mantendo o baixo impacto sócio-ambiental negativo ..................... 27
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
RESUMO ................................................................................................. v
ABSTRACT ............................................................................................. vi
APRESENTAÇÃO ................................................................................ 01
PARTE 1 – INTRODUÇÃO
PARTE 2 – MÉTODOS
APRESENTAÇÃO
lugares onde estamos longe de casa, não precisamos nos preocupar com arrumação
mais felpudas. Estarmos hospedados em um hotel ou pousada nos faz sentir menos
sendo preferenciais à proteção ou, até, em áreas legalmente protegidas. Nessas áreas
influenciar nossas atitudes durante a estadia e, quem sabe, pelo resto da vida. Além
Mas essa pousada existe? Será que estar em uma área protegida faz com que
várias regiões do mundo, inclusive do Brasil ilustram o estado atual do tema. A seguir
indicadas por cada especialista e a adotada para análise dos dados. A análise
estatística dos dados busca a confirmação da viabilidade dos dados e dos grupos
utilização prática.
4
PARTE 1 – INTRODUÇÃO
que, antes, era analisado apenas do ponto de vista econômico, devido à degradação
melhoria da qualidade de vida não só das pessoas da época atual, como as das
2002 um estudo que dizia que desde 1999 a economia estaria absorvendo 120% da
da história em que decisões terão que ser tomadas e novos caminhos descobertos e
5
sustentabilidade.
gerar empregos.
6
biodiversidade.
sustentadores.
espiritual. Com o advento das monarquias, a hospedagem passou a ser exercida pelo
conhecido hoje como apartamento, foi introduzido por César Ritz no primeiro
grandes de engenhos e fazendas, nos conventos e nos ranchos à beira das estradas.
Andrade et al. (2004) ainda lembram que era comum o quarto de hóspedes nas casas
de hotéis.
governo criou o Decreto 1160 que isentava de impostos por sete anos os cinco
primeiros grandes hotéis que ali se instalassem. Em 1908 foi inaugurado o Hotel
Grandes hotéis se instalaram nas capitais, nas estâncias minerais e nas áreas
turismo nacional, o que provocou mudanças nas leis de zoneamento dos municípios,
dias de hoje grupos hoteleiros promovem políticas sistemáticas para ampliar sua
novo”.
avançar a uma nova dimensão do segmento, uma resposta a um mundo muito mais
maneira em que se garanta benefícios para todos, não apenas para as pessoas que
viajam, mas também para as comunidades que eles visitam e para seus respectivos
até o fim desta década. Para tanto, apresentam os três pontos básicos para o sucesso
da proposta:
máxima.
mercado do turismo atingiu cerca de U$$ 3,4 trilhões, e a previsão para o ano de 2005
11
é que o turismo será responsável por 11,3% da mão de obra empregada. Dados do
WTTC indicam que o segmento do turismo é responsável por 11% do PIB mundial,
internacionais ao ano e todos esses dados devem dobrar até 2030 segundo Christ et
al. (2003). Ainda segundo os autores, turismo representa um dos cinco maiores itens
em 2015 (Figura 6). As previsões para a América Latina indicam 133,4 bilhões de
10.679,00
12.000,00
10.000,00 6.201,00
8.000,00
6.000,00
4.000,00
2.000,00
-
2005 2015
228,40
250,00
200,00
133,40
150,00 93,80 América Latina
100,00 55,10 Brasil
50,00
-
2005 2015
13
5.827.720 empregos, cerca de 7,0% do total, um a cada 14,4 empregos. Até 2015 este
atividades em turismo se inserem, bem como ganham um novo contorno. Nos anos
nos anos 90, demarca as políticas que norteiam o setor, centrando foco nas ações
território.
(sic), serviços e equipamentos turísticos e com uma imagem que lhe caracteriza. A
produção, a circulação e o consumo (BRAGA, M., 2004). A autora afirma que é preciso
frase: “Uma cidade será boa para o turista se ela for boa para seus moradores”.
entre outras coisas, criou os Fóruns Estaduais e fixou diretrizes, metas e programas
para o setor a serem implantados até 2007 (AGECOM, 2003). Dentre as metas estava
2002, 415.800 pessoas, sendo 75.600 empregos diretos. Recebeu 4,05 milhões de
(MINTUR, 2004) o Ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia confirmou a definição
da meta de 9 milhões de turistas estrangeiros ao ano, sendo que em 2003 a meta era
receber 4,4 milhões de turistas e chegou-se ao número de 4,096 milhões, contra 3,78
mas muitos outros profissionais. Beni (2005) relata que pesquisas da Universidade de
São Paulo têm revelado que o turismo impacta 52 segmentos diferentes da economia
país em áreas como medicina, engenharia agrícola, educação física, arquitetura, por
atrações para as gerações futuras, uma política turística eficaz que deve considerar a
Carneiro (2001) envolve o ponto de vista do cidadão que usufrui o turismo e o ponto
(1997), Ruschmann (1997), Cooper et al. (2001), Mitraud (2001), Mehta (2002)
futuro.
o que antes era “encontro do Homem com a Natureza em seu estado selvagem”, foi
ampliado para “modalidade turística que tem como motivação principal viajar para
aumentar o valor das terras deixadas em estado natural e os lucros financeiros devem
(ANDERSEN, 1995). Para Andersen (1995), ela deve ser uma extensão criativa do
mundo natural e servir como uma janela que integre o visitante à natureza.
dos edifícios. Este último ganha destaque por Mc Arthur (1998) que afirma que talvez
do local de implantação dos edifícios, pode utilizar luz, espaço e até mesmo sons para
esta interação com os hóspedes pode criar uma experiência interpretativa altamente
interativa e eficiente.
amostral como turistas que tivessem realizado uma viagem ecológica nos últimos
dezoito meses e considerou esse tipo de viagem como aquela que acontece em áreas
uma organização baseada nos Estados Unidos, e destinos que variaram do Alasca à
que sejam informativos, confiáveis e responsáveis. Além disso, concluiu que o mais
que obtiveram maior pontuação dentre todos. Aspectos como apelo visual do material
anseios do mercado.
1
Tangíveis (tangibles) e eco-tangíveis (eco-tangibles) podem ser interpretados como aspectos
fisicamente percebidos, sendo estes últimos relacionados, também, a questões ambientais.
19
Eagles et al. (2002) confirmam que turismo em áreas protegidas é uma parte
entre 236 e 370 bilhões de dólares em 1996, apesar de aceitarem que os dados para
não destinaria recursos necessários para aproveitar seu potencial inteiramente, o que
Wells (1997 citado por EAGLES et al., 2002) chamou de quase universal sub-
natural até uma vila ou cidade inteira. Insistem que toda a infraestrutura deve ser
de estar em um local especial (EAGLES et al., 2002). Citam que tanto o Serviço
(1998) publicaram excelentes roteiros para projetos turísticos em parques e que são
pouco impactantes sobre o meio ambiente. Como exemplo, citam a Reserva Particular
Sabi Sabi, na África do Sul, adjacente ao Parque Nacional Kruger, utilizado para
reintrodução do rinoceronte branco e do leão, empregam mais de 100 locais com suas
Há três pousadas e os efluentes líquidos são coletados por gravidade para um tanque
20
aos poucos através das raízes das plantas para uma pequena área alagada, onde
tamanho:
21
a regiões sub-utilizadas.
parques.
1. Acomodações turísticas, em si, não combinam com uma área natural e são
o controle.
Tanzânia, localizado numa ilha anteriormente não habitada no Oceano Índico, e que
sete bangalôs que podem receber até 14 visitantes cada. Além disso, visitas de um dia
cisternas subterrâneas.
4. Ventilação natural.
FRANCIS, 2003, citados por FONT; HARRIS, 2004). Além das tarefas de melhorar o
atividades relacionadas a turismo têm surgido como ferramentas para reduzir impactos
como Green Globe 21 (internacional), Certificate for Sustainable Tourism (Costa Rica),
Green Deal (Guatemala), Smart Voyager (Galápagos) e Fair Trade Tourism, da África
Salvador, Bahia, que inclui a criação de uma Norma Técnica: a Norma Nacional para
HOSPITALIDADE, 2006):
indica a norma estarão aptos a receber a certificação, o que indicará uma situação em
empreendimento denominado Maho Bay, nas Ilhas Virgens, justifica sua utilização
como exemplo ativo de que é possível empreender de forma a minimizar efeitos sobre
Selengut (1996) projetou chalés que puderam ser edificados entre árvores e
servindo os hóspedes (Figura 1). Após mais de vinte anos de operação, a propriedade
foi recuperada de forma que o hábitat para plantas e animais é mais sadio do que
Figura 4 - Maho Bay, nas Ilhas Virgens: passarelas suspensas e definição de locação reduzem
o impacto sócio-ambiental negativo. Fonte: Hawkins et al., 1995, p. 134
Selengut (In: HAWKINS et al., 1995) construiu, portanto, em Maho Bay, nas
Ilhas Virgens, 114 bangalôs (Figura 2) em forma de tendas utilizando projeto sensível
ao meio ambiente.
26
utiliza energia solar no Harmony Resort. Por mais de 19 anos, Selengut realizou
teto, ao contrário de Maho Bay, nas Ilhas Virgens. No entanto, Selengut também pode
permitida nos bangalôs em forma de tenda de Maho Bay, que mantinha uma das mais
altas taxas de ocupação do Caribe: 70% ao longo do ano e 95% na alta estação. O
autor confirmou sua surpresa ao perceber que seus clientes preferiam hospedar-se em
tendas que haviam custado 7.000 dólares ao invés das unidades do Harmony, de
custo próximo a 80.000 dólares cada. Criou, então, o que ele chamou de “ecotents”,
Figura 5 - Eco-tendas de Maho Bay, nas Ilhas Virgens: solução com maior conforto e mantendo
baixo impacto sócio-ambiental negativo. Fonte: Hawkins et al., 1995, p. 132
Em 1991, o governo das Ilhas Virgens, a partir de uma oficina (workshop) sobre
comunidades à sua volta e tentam ganhar vantagens com a grande demanda atual do
ecoturismo.
ao ecoturismo, com o objetivo de criar novos empregos nas ilhas, aproveitar seu apelo
denominado “ecolodges”:
no ecoturismo, como a Costa Rica, Amazônia, África do Sul e África Oriental. Schlüter
(1995) também cita o exemplo de Selengut em Maho Bay, nas Ilhas Virgens, em que,
dos principais destinos ecoturísticos do mundo, que determina que a altura dos
na área dos parques nacionais próximos a opção foi o estilo alpino, pela semelhança
água, coleta de esgoto e lixo. Por outro lado, no centro da Patagônia há uma série de
lagos de grande beleza cênica e distantes dos principais centros urbanos. Ali, os
em seu projeto e operação seriam tomadas medidas para interferir o mínimo possível
na natureza. A autora cita três exemplos: as Cabañas Lago Vintter, bastante arejadas,
sem luz artificial e cujo combustível para calefação é retirado ao redor; a Cabaña
com gerador de energia e com a lenha dos bosques para calefação e cocção; e o
estudado por Hawkins et al. (1995) e simplificado pelos autores na Figura 4, de forma
CONVENCIONAL ECO-POUSADA
Luxo Necessidades básicas de conforto
Estilo genérico Estilo específico
Foco no relaxamento Foco na atividade e educação
Atividades nas instalações Atividades na natureza
Desenvolvimento invasivo Desenvolvimento integrado com o meio
ambiente local
Propriedade de grupo ou consórcio Propriedade individual
Lucros baseados na capacidade de ocupação, Lucros baseados no projeto estratégico,
serviços e preços locação, baixa capacidade de ocupação,
serviços, preços
Alto investimento Moderado a baixo investimento
Atrações chave são as instalações e o entorno Atrações chave são o entorno e as instalações
Serviços e apresentação luxuosos das Refeições e serviços bons e saudáveis, com
31
protegidas e como o turismo tem sido desenvolvido. O quadro mapeado nas três APA
ambiental promovido pela Universidade Federal do Ceará, o Projeto Parque Vivo, que
educacional público e privado. Vinte e oito trilhas foram criadas até dezembro de 1999
de 80, a Ilha começou a passar por transformações devido ao turismo mal planejado.
dos problemas ambientais e sociais e para a luta pela sua institucionalização como
hídricos, para suas populações rurais e urbanas. Nos últimos vinte anos, é cenário de
33
imprópria para banho. Foi realizado estudo com o intuito de discutir os impactos sócio-
ambientais, ocasionados pelo uso turístico dos recursos hídricos da Represa do Lobo.
financeira.
turístico cria impactos ambientais que necessitam ser mantidos sob controle, a fim de
As visões oferecidas por Selengut (1996), Blake e Becher (1996) e McGregor (1996)
35
turísticos desde o planejamento? Selengut (1996) afirmou que realizou encontros com
al., 2004). Os autores afirmam que isso acontece porque os empresários julgam
36
ambiente.
essa finalidade, segundo o autor, deve sempre buscar a preservação das qualidades
da instalação naquele local ou sítio. Para Hawkins et al. (1995), o sucesso relativo do
consegue tornar-se uma soma natural ao local, em forma e espírito, ela alcançou
sucesso.
segurança e acessibilidade.
4. Capacidade de gestão.
5. Acesso a capital
empreendedores.
39
longevidade do empreendimento em si. Dias (2003) cita o Hotel Meliá Jardim Europa,
de São Paulo, e o Hotel Tropical Cataratas, de Foz do Iguaçu, como alguns desses
segundo investiu R$ 800 mil em reformas e treinamento para obter o ISO 14.001, a
exemplo, que busca a prática dos princípios do turismo sustentável, é adequar o seu
saúde financeira cria, portanto, a necessidade de pensar a sua arquitetura a partir dos
princípios da sustentabilidade.
40
lembra que apenas com a Revolução industrial do século XVIII apareceu o conceito de
como nos dias de hoje. Ainda no século XIX as principais reivindicações das
segundo Dias (2003), de vários balneários na Europa, como Bath, Brighton, Ostende e
Vichy. Durante o século XIX aconteceu uma fase do turismo da alta burguesia e, no
final do século, uma segunda fase caracterizada pela incorporação dos empregados
médios, mas com renda insuficiente para os padrões da fase anterior, causando a
conservação no mundo. Segundo Miller (citado por FARIA et al., 2002), a região foi
infratora.
de proteger os ecossistemas surge o modelo de Área Natural Protegida, que pode ser
pessoas que ali vivem trabalha diretamente conectada com recursos naturais. Os
maioria da população viver nos ambientes urbanos de alta concentração. Manter parte
serviços vitais dos ecossistemas, como hábitat para vida selvagem, controle de
autores ainda afirmam que as terras não degradadas são importantes para pesquisas
naturais para o lazer, ou o que eles chamam de “importância para o espírito humano”.
Conforme Costa (citado por FARIA et al., 2002), o primeiro esforço significativo
divisa dos estados do Rio de Janeiro e de Minas Gerais. O parque foi criado com o
O mesmo autor cita que mais três parques foram criados nessa mesma década:
trecho da Mata Atlântica, onde está a famosa formação de pedra conhecida como
“Dedo de Deus”. Na criação dos parques nacionais, segundo Faria et al. (2002), o
direta com a natureza, bem distinta das relações reconhecidas pela sociedade urbano-
industrial contemporânea.
fiscalização dessas áreas, onde o homem deveria se manter distante sob risco de
outras atividades e uso dos solos (DIAS, 2000, citado por FARIA et al., 2002).
explorar de forma a não privar futuras gerações de desfrutar dos recursos ali
existentes. Para tanto, alguns dos mecanismos de organização de sua ação são o
outros. Há, inclusive, algumas APA que têm incluídos em seu interior Núcleos Urbanos
Consolidados – NUC, como é o caso da APA Costa de Itacaré Serra Grande, no litoral
Sul da Bahia. Neste caso, há, ainda, a legislação municipal que deve direcionar a
exigências de áreas permeáveis por lote, as próprias dimensões dos lotes, altura da
IBAMA, por exemplo, encarrega-se de fiscalizar, mas, numa APA, há mais controle,
mais exigências e uma legislação própria que indica setores para usos do solo
consciência maior dos moradores no que diz respeito às questões do meio ambiente:
adequada de materiais locais, como madeira, palha, bambu, areia, terra, por exemplo.
Conservação – UC, são definidas no SNUC como “espaço territorial e seus recursos
destacar:
e monitoramento ambiental.
sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos naturais, com exceção
dos casos previstos pelo próprio SNUC. As categorias deste grupo são as
seguintes:
1. Estação Ecológica
2. Reserva Biológica
3. Parque Nacional
4. Monumento Natural
3. Floresta Nacional
4. Reserva Extrativista
5. Reserva de Fauna
Conservação federais, sendo que 2,78% são de proteção integral e 3,52% são de uso
Ambiental – APA, duas Áreas de Relevante Interesse Ecológico – ARIE, uma Estação
Ecológica, quatro Parques Estaduais, nesses biomas que totalizam 5,88% do território
A categoria Área de Proteção Ambiental – APA foi criada através da Lei nº.
Espanha, Franca e Alemanha (IBAMA, 2001). Tem como objetivo: proteção ambiental,
populações humanas.
De acordo com o SNUC (2004), Área de Proteção Ambiental – APA é uma área
em geral extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
1994, e com a extensão territorial do país, esse percentual, segundo Holanda (2001)
ainda é tímido. A autora cita exemplos, como o da Costa Rica, que possui 20% de seu
território sob proteção federal. Existem, no Brasil, áreas de enorme importância que
não estão protegidas. Holanda (2001) afirma, ainda, que há, nas unidades, deficiência
do Cacau é composta por sete municípios: Canavieiras, Santa Luzia, Una, Ilhéus,
contando com uma Reserva Biológica, um Parque Estadual, diversas RPPN (Reserva
e Itacaré.
Foi criada pelo Decreto Estadual No. 2.186 de 7 de junho de 1993. Seu
1996 e sua ampliação foi autorizada pelo Decreto Estadual No. 8.649 de 22 de
420 430 440 450 460 470 480 490 500 510
;; ;; ;;;;;;;;;
842 0 Itacaré ;;;;; 842 0
Pa rq ue Es t adu al ; APA
Se rra do Co ndu ru Serra Grande
841 0 841 0
Itacaré
;
840 0 ;; ; 840 0
Uruçuca Me ios de H ospe dag em
pesqu isa dos
den tro da APA
839 0 Lag oa En ca nta da 839 0
Coaraci
APA
838 0 838 0
Almadina Rio Almada Lagoa Encantada e
Itajuípe
Rio Almada
837 0 837 0
Barro Preto ;;
;
836 0 836 0
Ilhéus ;
Itabuna ; ;;
835 0 ; 835 0
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; ;; Me ios de H ospe dag em
;; ; pesqu isa dos
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834 0
; ;; fo ra d a APA
834 0
;;
;
833 0 833 0
420 430 440 450 460 470 480 490 500 510
40 0 40 80 Kilometers
BAHIA #
Salv ador W E
“The true basis for the more serious study of the art of architecture lies with
those indigenous humble buildings that are to architecture what folklore is to
22
literature, or folksong to music…”
Frank Lloyd Wright, Arquiteto, 1930.
2
A verdadeira base para o estudo mais sério da arte da arquitetura reside nas rústicas edificações
indígenas que são para a arquitetura o que folclore é para a literatura ou as canções folclóricas para a
música. Tradução nossa.
54
profissional e afeta, em paralelo, a sua imagem pela confusão que essa multiplicidade
foco nas duas dimensões de sua criação acaba sendo o diferencial a se esperar do
que costuma passar longe dos olhares do grande público, que desconhece este traço
questões ambientais.
Barnett (In: STITT, 1999) lembra que apenas há pouco mais de um século, com
de que as mais importantes concessões pela construção são ditadas pela Terra. A
do conforto.
Wright, um dos arquitetos mais importantes do século XX, reconhecido pelo American
Ian McHarg (citado por STITT, 1999), autor do famoso livro Design with Nature
considerando que arquitetura moderna nem moderna seria, pois não estaria utilizando
projetou e construiu suas edificações com a natureza. Teve que compreendê-la para
física e intelectualmente. Espanta-se como, em tão pouco tempo, uma tradição que
teria durado por toda a história da humanidade (adaptação dos povos ao clima e
barro do México e Brasil, as grossas paredes brancas com poucas aberturas, típicas
Van der Ryn e Calthorpe (1986) buscaram na ecologia a base para (re) definir
matemática de algumas de suas subdisciplinas, mas, num contexto mais amplo, uma
ciência dos relacionamentos entre “coisas” vivas e entre elas e elementos físicos e
químicos: uma ciência que nos ajuda a compreender como o mundo trabalha.
design. Esta ciência seria a provedora de molduras para fascinantes ligações entre
autores citam a tecnologia de polímeros que funcionam como a pele humana, ou como
arquitetura verde, e que há muito espaço no mercado para edificações cada vez mais
exemplo.
de projeto de paisagem por Aberley (citado por STITT, 1998) em consonância com as
por sua vez, seria o estudo das relações entre as coisas vivas, incluindo as pessoas, e
seu ambiente biológico e físico. “Planejamento ecológico” poderia, então, ser definido
das paisagens. Cita o geógrafo Donald Meinig: “Meio ambiente nos suporta como
natural e construído.
exemplo. Um dos precursores teria sido Victor Olgyay, que apresentou a expressão
natureza. O que ele chamou de ecologia profunda não separa seres humanos do meio
ambiente natural.
59
clássicos”: Olgyay, Givoni e Fanger. Olgyay (citado por ROMERO, 2001) propôs um
esquema para construção de uma casa estável (reduz forças negativas e aproveita
Climate que, segundo Romero (2001) teria sido o primeiro texto de fácil compreensão
variáveis do lugar. Givani, e seu livro Man, Climate and Architecture, mostra a inter-
relação entre homem, clima e arquitetura com destaque para elementos climáticos de
adaptação com o meio. A autora muda o enfoque para arquitetura solar e registra o
panorama que servirá de base aos projetistas após a chamada crise do petróleo. Nos
anos seguintes a arquitetura solar ganha forças como reação à inadequação térmica
Romero (2001) cita ainda um dos raros estudos de desenho urbano com
construção e procura estabelecer uma ponte entre o saber erudito dos profissionais da
Cook (citado por ROMERO, 2001) acredita que o desenho bioclimático tenha
Para o autor, em todas as épocas a cultura e o clima de um lugar têm sido geradoras
regionalismo. Da mesma forma, López de Asiain (citado por ROMERO, 2001) define o
clima e a economia dos meios. Citam que Porto reconheceu a riqueza dos recursos
suas casas de maneira que a ventilação percorra todo o ambiente, elevam-nas do solo
de baixa densidade que, ainda segundo Franco (2001), aproxima-se de certo modo
época, que se poderia colocar naquela disposição toda a população dos Estados
Unidos numa área equivalente ao estado do Texas e que, portanto, o resto do país
resposta aos inputs de megalópoles do mundo industrializado ver sua imagem refletida
recursos.
biodegradáveis?
parâmetros ambientais?
65
Romero (2001) estudou os diversos autores que têm tratado o edifício como um
“elemento de controle do clima”. A autora concluiu que todos eles procuram a relação
maximizá-las.
66
mantém complexas relações energéticas com o meio que o rodeia. Seu estado de
energia interior é determinado pelo equilíbrio que se produz entre os ganhos e perdas
pele”, elementos que detêm a radiação solar antes que chegue à envoltura do edifício,
aberturas.
1. Vegetação
2. Beirais
3. Quiosques
4. Coberturas
5. Pérgulas
6. Planta livre
v
pessoas que retornarão à sua casa, à sua cidade, à sua própria visão de
mundo, com uma semente de que talvez seja mudar um pouco o mundo a
ambientais.
do atendimento aos itens avaliados. Possui uma estrutura simples e Silva et al.
impactos.
dados canadenses, que pode ser alterada pelas equipes de avaliação dos
enquanto o tema “água” não recebe atenção especial de nenhum dos sistemas.
apesar de não ser a mais importante categoria para nenhum dos sistemas de
1.3.2.2 No Brasil
et al., 2003).
um método estrangeiro no Brasil, com base no sucesso que tal método tenha
obtido em seu país de origem” (SILVA et al., 2003, p. 13). Por exemplo, todos
iniciar por um nível de ambição mais baixo, que contemple todos os aspectos
edifícios.
desempenho).
1.4 O PROBLEMA
da região? Diegues (1997) afirma que, num primeiro momento, esses atores
inspiração.
1.5 OBJETIVOS
xii
Sul da Bahia.
PARTE 2 – MÉTODOS
atividade turística.
xiv
uma cidade antiga: o povoado foi batizado de São Miguel da Barra do Rio de
cacau chegou a ser sua principal atividade, mas com a crise cacaueira, grande
ampliação dos limites da APA o município teve praticamente toda sua área
núcleo urbano. Guimarães (2003) afirma que a cidade de Itacaré ainda possui
patrimônio.
1534. Parte de seu território está incluída nos limites da APA Lagoa Encantada
evasão rural das últimas décadas causada pela crise da principal lavoura da
xvi
se justifica pela situação atípica da APA Costa de Itacaré Serra Grande que
Total 104
transcrever dados.
xix
(MATTOS, 2004).
que é repassado várias vezes até que seja obtida convergência das respostas.
citada por MATTOS, 2004) na área de turismo e dos professores André Luiz
FISCHER, 2001).
estudos sobre esta metodologia têm discutido sua validade enquanto método
científico, por criar conhecimento novo, mas ao mesmo tempo reafirma que
deve ser considerado como um processo válido por fazer uso da melhor
participantes.
Nesta pesquisa foi aplicada uma técnica variante, desde que coletou
convite para participar, por meio eletrônico e na matriz definitiva (MASArq) foi
respondidas, três de forma adequada: Anne Becher (1), Sandra Holanda (2) e
New Key to Costa Rica, famoso guia deste país do Caribe, um dos mais
que apresenta, a cada edição, pesquisa sobre turismo sustentável com mais de
adequação.
de valores
que poderiam ser utilizadas para serem comparadas entre si. A “Whole House
para a definição dos pesos para cada indicador, de forma que a somatória
pergunta assume 100% da pontuação máxima prevista, caso seja “sim”; 50%,
caso seja “parcialmente” e 0%, no caso da resposta ser “não”. Caso todas as
dados.
verificar algum padrão que possa ser interpretado. Esta técnica transforma os
os eventos amostrais. Aqueles que estiverem ligados por uma ramificação mais
Figura 15 – MASArq
Indicadores sócio-ambientais da arquitetura de meios de hospedagem
e perguntas a eles relacionadas
(continua)
7 ÁGUA - APROVEITAMENTO
A Há sistema formal de aproveitamento de água de chuva?
B Há aproveitamento adequado de água de rios, córregos e nascentes?
C Há tratamento adequado da água para consumo humano?
D Há reaproveitamento de águas servidas?
Figura 15 – MASArq
Indicadores sócio-ambientais da arquitetura de meios de hospedagem e
perguntas a eles relacionadas
xxix
(conclusão)
9 BIOTA - FAUNA
Houve preocupação declarada durante o planejamento e projeto das instalações com as
A
espécies animais locais?
Houve preocupação declarada durante a execução das instalações com as espécies
B
animais locais?
C Há preocupação declarada com as espécies animais locais?
D Há programas específicos de proteção a espécies animais locais?
E Há mecanismos para afastar espécies animais indesejáveis ao invés de exterminá-las?
10 BIOTA - FLORA
Houve preocupação declarada durante o planejamento e projeto das instalações com as
A
espécies vegetais locais?
Houve preocupação declarada durante a execução das instalações com as espécies
B
vegetais locais?
C Há preocupação declarada com as espécies vegetais locais?
D Há programas específicos de proteção a espécies vegetais locais?
E
Houve consciência ecológica na escolhas de espécies vegetais utilizadas no paisagismo?
importantes (300, para Holanda e 250 para Schiavetti), embora Schiavetti tenha
Tabelas 5 e 6.
xxxi
INDICADORES PONTUAÇÃO
PROFISSIONAIS 1 2 3 4
ENERGIA
Processos de economia de energia 100 100 125 75
Fontes alternativas de energia 100 100 125 75
CONFORTO AMBIENTAL
Isolamento térmico 65 75 25 40
Ventilação natural 65 75 75 70
CONDIÇÕES SANITÁRIAS
Lixo 80 75 75 110
Esgoto 100 75 75 110
ÁGUA
Aproveitamento de água 70 150 100 75
Racionalização do consumo de água 90 150 150 75
BIOTA
Fauna 80 50 75 75
Flora 85 50 75 75
CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS
Oportunidade de emprego 85 50 75 130
Respeito à cultura local 80 50 25 90
xxxii
INDICADORES PONTUAÇÃO
ENERGIA 200
Processos de economia de energia 100
Fontes alternativas de energia 100
CONFORTO AMBIENTAL 123
Isolamento térmico 51
Ventilação natural 72
CONDIÇÕES SANITÁRIAS 175
Lixo 85
Esgoto 90
ÁGUA 215
Aproveitamento de água 99
Racionalização do consumo de
água 116
BIOTA 141
Fauna 70
Flora 71
CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS 146
Oportunidade de emprego 85
Respeito à cultura local 61
F Significância
0
-3 -2 -1 0 1 2 3
-1
-2
-3
-4
3 3
2 2
1 1
0 0
-3 -2 -1 0 1 2 3 -3 -2 -1 0 1 2 3
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-4 -4
bom desempenho também nos outros dois. Da mesma forma, os dados sobre
ambos os gráficos.
SÓCIO-CULTURAL
0.5
CONFORTO
FATOR 2
BIOTA
0.0
xxxvi
CONDIÇÕES
CONFORTO CONDIÇÕES SÓCIO-
ENERGIA AMBIENTAL SANITÁRIAS ÁGUA BIOTA ECONÔMICAS
ENERGIA 1,0000
CONFORTO AMBIENTAL 0,0990 1,0000
CONDIÇÕES SANITÁRIAS 0,3477 0,1407 1,0000
ÁGUA 0,4807 0,4522 0,4772 1,0000
BIOTA 0,1173 0,6652 0,2618 0,4990 1,0000
CONDIÇÕES SÓCIO-ECONÔMICAS 0,0210 0,8424 0,0507 0,3315 0,7138 1,0000
distância euclidiana.
mesma análise pode ser feita para os eventos 20 e 21, para os eventos 17, 18
pelos eventos 36, 33, 35 e 31, caracteriza-se por apresentar todos de fora da
APA. No segundo, com os eventos 32, 29, 28, 30, 34, 38, 5 e 40, apenas um é
de dentro da APA, ou seja 12,5% dos eventos. Há, no entanto, equilíbrio entre
os dois tipos de pousadas no terceiro grupo, formado pelos eventos 48, 44, 9,
8, 37, 6, 41, 39, 43, 10, 14 e 49. São cinco de dentro da APA e 7 de fora. Todos
os eventos do quarto grupo são de dentro da APA, 11, 12, 16, 15, 18, 17, 19,
se ligam entre si. Este fato indica uma individualização excessiva em ambas as
parte das pousadas não permitem agrupamentos por semelhança. Neste caso,
42
7
1
4
2
3
27
36
33
35
31
32
29
28
30
34
38
5
40
48
44
9
8
37
6
41
39
43
10
14
49
45
11
12
16
15
18
17
19
20
21
22
24
23
25
13
46
50
51
26
47
0 10 20 30 40
FORA DA APA
D I S T Â N C IA S
42
7
1
4
2
3
27
36
33
35
31
32
29
28
30
34
38
5
40
48
44
9
8
37
6
41
39
43
10
14
49
45
11
12
16
15
18
17
19
20
21
22
24
23
25
13
46
50
51
26
47
0 10 20 30 40
FORA DA APA
D I S T Â N C IA S
3.3 GERAIS
pontuação máxima a ser obtida, no caso, 1000 pontos. A média dos meios de
1000
900
800
700
FORA DA APA
600 40% PONTUAÇÃO MÁXIMA
500 31% DENTRO DA APA
400
300
200
100
0
equivalente a apenas 40% sugere que muito ainda deve ser corrigido e a
compreensão do tema.
3.4 PARÂMETROS
especialistas consultados.
250
200
150
59% 58%
100 70% 60%
46%
45% 21%
50 17% 18% 14% 32%
15%
-
ENERGIA CONFORTO CONDIÇÕES ÁGUA BIOTA CONDIÇÕES
AMBIENTAL SANITÁRIAS SÓCIO-
ECONÔMICAS
FORA DA APA
PONTUAÇÃO MÁXIMA
DENTRO DA APA
3.4.1 ÁGUA
economia de água (troca de toalhas e roupa de cama a cada dois ou três dias,
além dessas opções, educação direta e indireta sobre consumo de água é uma
toalhas a cada dois dias, com exceção de quando o cliente solicita a troca
seja, 88% das pousadas do primeiro grupo praticam a troca de toalhas a cada
dois dias e apenas 42% do segundo grupo adotam esta prática de forma
regular.
P O N T UA ÇÃ O O B T ID A N O P A R Â M E T R O "Á G UA "
P E LO S M E IO S D E H O S P E D A G E M P E S Q UIS A D O S
D IV ID ID O S E M "D E N T R O D A A P A " E "F O R A D A A P A "
220
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
C LA S S I FI C A Ç ÃO D OS M EI OS D E H OS P ED A GEM N ES TE P A R ÂM ETR O
natural parece retirar água de aqüíferos sem critério e sem preocupação com o
3.4.2 ENERGIA
215, a determinada para “energia” foi 200, muito próxima e demonstra, ainda,
da APA, foram 18% e 17%. Isto significa, mais uma vez, muito pouca atenção e
significativos.
pequeno porte são opções de que empreendedores podem se utilizar para criar
xlix
empreendimento.
banho. Isto significa 19% e 20% dos meios de hospedagem, em cada grupo,
área protegida.
l
lampiões a gás, mas havia experimentado painéis solares nas áreas públicas,
com resultado pouco satisfatório. Como a maioria dos outros hotéis, este utiliza
consumo de água, pouco se faz para diminuir a utilização de energia nos meios
adotam tal prática, mesmo parcial. 68% e 54% são números que indicam
sépticas com sumidouros, com três exceções entre os de fora da APA e duas,
líquidos.
interpretação anterior.
promover a cultura local através do estilo, das cores e dos materiais, assim
por exemplo.
para esse quesito, contra 46% das pousadas fora da APA. Em ambos os
prestadores de serviços.
de dentro da APA, 76% e 8%, totalizando 84% das pousadas deste grupo. No
outro grupo, são apenas quatro (15%) que têm na arquitetura o reflexo da
unânime.
lv
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
C LA SSIF IC A ÇÃ O D OS M EIOS D E HOSPED A GEM N EST E PA R Â M ET R O
3.4.5 BIOTA
pontos (28% da pontuação máxima), esse número sobe para treze (52%), no
preocupação com eles por parte dos meios de hospedagem e refletida em sua
arquitetura e paisagismo.
lvii
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
C LA SSIF IC A ÇÃ O D OS M EIOS D E HOSPED A GEM N EST E PA R Â M ET R O
geral.
adequação.
neste mesmo grupo, há uma pousada com pontuação zero. Enquanto a maioria
14 acima de 100 pontos, o outro grupo apresenta apenas uma pousada com
essa pontuação. Mais uma vez, e agora de forma bastante evidente, o grupo
outro grupo.
lix
120
110
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26
C LA S S I FI C A Ç ÃO D OS M EI OS D E H OS P ED A GEM N ES TE P A R ÂM ETR O
35
30 86%
76%
25
70%
20
45 % 43%
15
33%
10
5
0
ESTILO E DECORAÇÃO ABERTURAS LUZ SOLAR X ELÉTRICA
REFLETEM CULTURA FAVORECEM
LOCAL VENTILAÇÃO NATURAL
FORA DA APA
PONTUAÇÃO MÁXIMA
DENTRO DA APA
exemplo, um meio de hospedagem pode ter recebido uma pontuação total alta
apesar de ter obtido pontuações baixas nos outros quesitos. Este fato é
comprovado após a análise da Figura 26: dos dez meios de hospedagem que
“condições sócio-econômicas”.
lxii
10
9
8
8
7 7
7
6
5
5
4 4
4
0
ENERGIA CONFORTO CONDIÇÕES ÁGUA BIOTA CONDIÇÕES
AM BIENTAL SANITÁRIAS -SÓCIO
ECONÔM ICAS
de cinco pousadas, conforme indicado na Figura 27. Este fato indica uma
10
9 8
8
7
6 5
5 4 4
4 3
3
2
1
0
CONFORTO AMBIENTAL CONDIÇÕES SANITÁRIAS ÁGUA BIOTA CONDIÇÕES SÓCIO-
ECONÔMICAS
cinco meios de hospedagem dentro da APA. No total geral, dos dez meios de
hospedagem com maiores pontuações, oito estão dentro da APA. Esta análise
água e energia parecem, mais uma vez, relegadas a segundo plano, seja pela
10 10
10 9
9 8
8
7 6 6
6 5
5
4
3
2
1
0
TOTAL GERAL ENERGIA CONFORTO CONDIÇÕES ÁGUA BIOTA CONDIÇÕES
AMBIENTAL SANITÁRIAS SÓCIO-
ECONÔMICAS
região.
1. Economia
2. Educação ambiental
3. Captação de clientes
4. Satisfação de clientes
aplicação.
resultado foi bastante claro: sim, há diferenças e todas elas apontam para uma
resultados foram ruins, muito aquém do que poderia ser esperado de meios de
localidades não-urbanas.
metros cúbicos de água por ano, sendo que 60% deste volume referem-se à
(2002) registrou que o turismo é um dos setores que mais consomem energia e
(2003b) afirmam que cerca de 50 bilhões de kWh são consumidos nos Estados
lo. Dados indicam que, enquanto hotéis de uma estrela da rede Accor
consomem 157 kWh por metro quadrado por ano, duas estrelas têm seu
lxix
que afetam o planeta e têm forte reflexo local. Tanto questões sobre a água
investir em detalhes que, se não hoje, em muito breve deverão fazer grande
aparece com algum destaque nesta pesquisa, embora haja indicações de que
Bay, nas Ilhas Virgens, ao luxo de seu resort Harmony State. Além da
mercadológico.
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lxxi
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lxxvii
APÊNDICE 1