Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
Goiânia
2006/2
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
APRESENTAÇÃO
No processo de ensino-aprendizagem o
professor exerce o papel de mediador, facilitador, estimulador e
orientador.
2
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
SUMÁRIO
3
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
“É a atuação estatal voltada para obter, gerir e aplicar os recursos financeiros necessários à
consecução das finalidades do Estado que, em última análise, se resumem na realização do bem
comum.” Kiyoshi Harada.
a) Receita
O que é entrada?
Entrada é o mesmo que ingresso e receita?
Entrada = Ingresso, mas nem sempre = Receita
b) Gestão
c) Despesa
4
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Derivada Tributo
5
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
2 – Tributo
2.1 - Conceito
Introdução
A palavra tributo induz a pensar em uma relação jurídica de obrigação de dar dinheiro ao
Estado. Ocorre, entretanto, que tal obrigação pode originar-se de quatro situações distintas, das quais o
tributo é uma delas, conforme nos ensina o prof. Geraldo Ataliba1: a) multa; b) obrigação
convencional; c) indenização por dano e d) tributo. A primeira, é decorrente de uma sanção por prática
de ato ilícito. A segunda , é decorrente de uma obrigação ex voluntate, ou voluntária, ou
contratual. A terceira, nasce com a ocorrência de um fato ilícito que venha a trazer dano ao Estado. A
quarta é decorrente de uma imposição legal, independentemente da vontade das partes, sem caráter
punitivo, nem indenizatório, diferenciando-se da obrigacional, principalmente pelo aspecto legal
impositivo.
Vimos, aí, a diferenciação do tributo das outras obrigações para com o ente estatal. Mas,
ainda, resta definir expressamente como se dá essa relação de pagamento de tributo ao Estado. Paulo
de Barros Carvalho2, em uma pesquisa bastante conhecida, conseguiu elencar sete empregos da palavra
tributo pelos legisladores, pela doutrina e pela jurisprudência, os quais Octavio Campos Fischer3 nos
lembra, relacionando-os com os respectivos doutrinadores:
1
Hipótese de incidência tributária. 4. ed. São Paulo: RT, 1990, p. 33.
2
Curso de direito tributário. Pp. 16-20.
3
A contriuição ao pis. 1. ed. São Paulo: Dialética, 2000, p. 44.
6
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Em meio a essa divergência conceitual sobre tributo, surge um conceito legal, prescrito no
art. 3º do Código Tributário Nacional (CTN), que o faz, explicitamente. Parece, então, que toda a
confusão passaria a ser resolvida por ele. Ocorre, entretanto, que não é função do legislador definir ou
conceituar institutos jurídicos, mas dos operadores do direito, que realizam um exercício de
interpretação das normas, alimentando a ciência jurídica.
Surge, daí, uma questão que não parece estar pacífica entre os doutrinadores, que é a de se
tomar o conceito legal de tributo como preceito que deve ser seguido sem questionamentos, ou se ele
serve apenas como orientação didática.
A outra corrente, defende que o referido conceito legal não pode ser visto senão como
orientação didática, pois cabe apenas à ciência jurídica a construção de conceitos. Geraldo Ataliba 8,
utilizando-se de expressão de Sainz de Bujanda (autor espanhol), repete, dizendo que tal dispositivo
não passaria de um “preceito didático”. Octavio Fischer9 nos lembra, ainda, que Marçal Justen Filho
fala em “conceito gentilmente sugerido”10.
Como fundamento dessa argumentação, Geraldo Ataliba explica que o conceito de tributo
do CTN é um conceito jurídico-positivo11 e, não, lógico-jurídico, isto é, que evolui no tempo, à medida
4
Cusro de direito tributário, 7ª ed. São Paulo: Malheiros, 1993, p. 40.
5
Manual de direito financeiro e direito tributário, 10ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1995, pp. 190 e ss.
6
Manual de direito financeiro, 2ª ed. São Paulo: RT, 1997, p. 46.
7
A contribuição ao pis, 1. ed. São Paulo: Dialética, 2000, p.47.
8
Hipótese de incidência tributária, 4. Ed. São Paulo: RT, 1990, p. 29.
9
Op. cit., p. 48.
10
Sujeição passiva tributária. Belém: Cejup, 1986, p.82.
11
Op. cit., p. 37. “11.12 Juan Manuel Teran, insigne jurista mexicano, expõe com muita felicidade a distinção entre os
conceitos lógico-jurídicos (que são conceitos apriorísticos), fórmulas de apreensão de realidade jurídica genérica, e os
conceitos jurídico-positivos (conceitos a posteriori), que só podem ser construídos em face de um determinado sistema,
por terem sua validez restrita no tempo e no espaço (Filosofia del Derecho, México, pp. 81 e ss.), como é o conceito de
tributo do direito constitucional brasileiro, hoje.
11.13 O conceito de tributo é nitidamente um conceito jurídico-positivo. Há de ser formulado, hoje, de modo diverso,
relativamente ao passado. Sofreu evolução. Pode modificar-se e a até desaparecer. Aquele, aqui, vigente, pode não ser
extensível a todos os sistemas atuais. Sua compreensão é maior ou menor aqui e alhures. Como todo conceito jurídico-
positivo, é mutável, por reforma constitucional”
7
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
que evolui a sociedade em que ele será aplicado, e, não, que seja um conceito aceito
independentemente de qualquer experiência, apriorístico.
“Por certo que, à luz da boa ciência do Direito Tributário, os equívocos que esse
conceito trouxe são criticáveis. Todavia, deve-se tentar compreender que quem
faz ciência não é o legislador e, o que é mais importante, que este não legisla
para o cientista, de modo que, dentro do contexto jurídico pátrio, sendo o
conceito em questão direcionado, isto sim, para os órgãos aplicadores do direito,
ele é de uma importância extrema.
Serve, então, de norte seguro contra as arbitrárias investidas do Poder Público, na
sua ganância de arrecadar mais e mais, sem freios e racionalidade.”
Posto isso, vemos que o conceito legal de tributo, constante do art. 3º do CTN tem caráter
normativo, trazendo elementos considerados necessários e outros desnecessários, assim entendendo a
doutrina moderna. Faz-se mister, pois, conhecer as expressões do conceito legal de tributo, para poder-
se verificar os seus equívocos.
Analisando cada uma das expressões desse conceito, devemos seguir o pensamento
daqueles que defendem o conceito legal como prevalente, o que faremos considerando os
apontamentos de Hugo de Brito Machado13:
a) Toda prestação pecuniária. Toda refere-se às prestações pecuniárias que observem aos
demais elementos do conceito. Prestação pecuniária é aquela em que a pessoa
obrigada entrega ao Estado os meios financeiros que lhe cabem, para que este realize
os seus objetivos.
b) Compulsória. Obrigação derivada da lei.
c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir. Mesmo esse autor que defende o
conceito legal, admite que esta expressão nada tem de significação, posto que, pelo
exposto na letra “a” acima, o direito tributário brasileiro não admite o tributo in natura
e in labore, ou seja, pago com coisas ou com trabalho. Entende, pois, que esta
expressão “serve apenas para colocar o conceito de tributo em harmonia com a
possibilidade excepcional de extinção do crédito respectivo mediante dação em
pagamento, ...”
d) Que não constitua sanção de ato ilícito. O tributo é obrigação decorrente de lei e, não,
penalidade por prática de ato ilícito. A hipótese de incidência nunca poderá ser um ato
ilícito, mas o fato que permitirá a subsunção da hipótese de incidência pode ser um ato
ilícito.
e) Instituída em lei. Somente a lei pode instituir tributo.
12
Op. cit., p. 48.
13
Op. cit., p.40.
8
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
a) A palavra “toda” é desnecessária, posto que uma definição só pode se referir a todas as
situações14;
b) “Compulsória” é utilizada com redundância, pois a prestação a que ela se refere
somente pode ser compulsória, como corrige Paulo de Barros15;
c) Segundo Luciano Amaro, as expressões “em moeda” e “ou cujo valor nela se possa
exprimir” cometem dupla redundância, pois o caráter pecuniário a que se referem já
está incluso no início do dispositivo. Por outro lado, segundo Paulo de Barros 16, elas
teriam ampliado a compreensão do objeto da prestação, já que todos os bens podem
avaliados economicamente, inclusive o trabalho humano, o que descarta esta hipótese
Hugo de Brito Machado;
d) “Que não constitua sanção de ato ilícito” é a parte do conceito mais aceita, porém,
Octavio Fischer17 nos lembra que Arnaldo Borges considera-a como a mais imprecisa
do conceito, e Edvaldo Brito sustenta a sua revogação diante do inciso II do § 4º do art.
182 da Constituição Federal, porquanto este dispositivo autoriza a progressão de
alíquota do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, desde que o
proprietário não obedeça à função social da propriedade que a Constituição apregoa.
Não é válida esta observação, principalmente porque os tributos não tem apenas caráter
fiscal, mas também, extrafiscal, de controle das atividades sociais e econômicas
mediante exação, que redistribua a renda e a justiça social;
e) A expressão “instituída em lei” também é desnecessária, posto que nenhuma relação
jurídica existe se não prevista em lei18;
f) “E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada” é expressão que,
usando as palavras de Luciano Amaro19, não traduz todos os entes do polo ativo, nem
alcança todos os lançamentos, mas apenas aqueles praticados de ofício, e estes já são
vinculados por lei.
Conclusão
Conclui-se, assim, que o conceito legal, constante do art. 3º do CTN está em pleno vigor,
porque de acordo com o Sistema Tributário insculpido na Constituição Federal, não obstante as
incorreções ou impropriedades acima reveladas, não se permitindo, em decorrência, qualquer
elaboração conceitual contrária a ele ou fora dele.
14
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. p. 19.
15
Teoria da norma tributária, p. 63
16
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. P.25
17
Op. cit., p.48
18
Ibidem. p. 27
19
Direito tributário brasileiro. p. 22.
9
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Introdução
A classificação das espécies tributárias é um tema não menos contraditório na doutrina do
que o do conceito de tributo. Em um levantamento realizado pelo prof. Luciano Amaro20 podemos
antecipar a grande controvérsia entre os autores a respeito da classificação das espécies de tributos:
Nota-se, pois, que a discussão aprofundada sobre o tema demanda um espaço bem maior
do que dispomos neste curso. Motivo pelo qual, trataremos sobre os conceitos mais utilizados de cada
uma dessas classificações, sem, no entanto, prejudicar a compreensão do que seja cada uma delas.
20
Ibidem, p.p. 63 e ss.
21
Direito tributário brasileiro. p. 28.
10
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Imposto
Segundo o art. 16 do CTN, imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Quer isto dizer, que o imposto é aquele tributo cuja obrigação não está relacionada de
forma alguma com a atividade do Estado para com o contribuinte. Este deve, simplesmente pelo fato
de ter cometido um fato que gera a incidência de uma hipótese prevista na lei como capaz de criar a
obrigação tributária.
Dois critérios são utilizados para se analisar a classificação de tributos, quais sejam: a
vinculação quanto a atividade estatal do fato gerador e fato gerador propriamente dito, conforme nos
ensina Sacha Calmon Navarro Coelho22. Assim, são vinculados os tributos que exigem uma atividade
estatal diretamente oferecida ao contribuinte, e não-vinculados aqueles que não oferecem qualquer
atividade estatal relacionada diretamente com o contribuinte. Através da análise do fato gerador,
verifica-se se o tributo está ou não vinculado a uma atuação estatal específica, relativamente ao
contribuinte.
Taxa
A taxa, por sua vez é um tributo vinculado, pois necessita de uma atuação estatal no
exercício do poder de polícia ou pelo fornecimento, efetivo ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição (art. 145, II da CF/88, art.
77 do CTN).
Merece esclarecimento o que vem a ser exercício do poder de polícia. O poder de polícia é
o poder que o Estado tem de regrar o exercício individual de direitos no interesse da coletividade.
somente pela utilização efetiva; b) serviços essenciais ao interesse público, cuja prestação é do
interesse geral (por exemplo, serviço de esgoto, coleta de lixo), em relação aos quais a taxa é cobrada
quer o contribuinte se sirva da atividade, quer não (utilização efetiva ou potencial); c) finalmente, fora
do campo das taxas, serviços públicos não essenciais (por exemplo correios), que seriam remunerados
por preços públicos.”
Contribuição de melhoria
A contribuição de melhoria é o tributo que decorre de atuação estatal de realização de uma
obra pública a qual proporcione, para os proprietários de imóveis adjacentes, uma valorização de suas
propriedades.
Entendem alguns autores, dentre eles, e mais destacado, Sacha Calmon25, que a omissão no
art. 145, III da Constituição Federal, da valorização do imóvel do proprietário beneficiado com a obra,
permite que o legislador ordinário crie esse tributo tendo por base de cálculo seja o custo da obra, seja
a mais-valia causada no imóvel do particular.
Conclusão
Vimos acima as principais espécies tributárias, porque elencadas, expressamente, na
Constituição Federal como tributos (art. 145). Classificação essa que ninguém discorda. Porém, os
outros tributos relacionados no início deste título, por não terem sido tratados na CF/88, tal como os
impostos, as taxas e a contribuição de melhoria, recebem uma variedade de classificações pelos
doutrinadores, conforme vê-se daquele quadro comparativo.
A seguir veremos um quadro onde consta cada uma das espécies de tributos, sua previsão
legal, características, exemplos, comentários e o quadro comparativo entre os autores da classificação
dos tributos, com algumas observações.
25
Ibidem, p. 413.
26
A contribuição ao pis. p. 62.
12
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
2.2 CLASSIFICAÇÃO
Impostos União (arts. 153 a 154) Art. 16 Não há atividade estatal
Estados e DF (art. 155) específica dirigida ao
Municípios e DF (art. 156) contribuinte (Não vinculado)
Taxas (art. 145, II) Art. 77 Há uma atividade estatal - De polícia - Art. 78 do CTN;
específica dirigida ao - Os direitos dos particulares afetam os interesses
contribuinte (Vinculado) da coletividade, sofrem limites e restrições de
ordem pública;
- Exercício do poder de polícia;
- Atividade do Estado que verifica o
cumprimento das exigências legais pertinentes e
concede a licença, a autorização, o alvará etc.
- Ex.: Taxa de Licença para Funcionamento
Taxa de Fiscalização de portos
Taxa de Fiscalização Ambiental
Contribuição de Melhoria art. 145, III Arts. 81 - Decorre da atuação estatal de realização de uma obra pública de que decorra, para os proprietários de
e 82 imóveis adjacentes, uma valorização de suas propriedades;
- A valorização é a medida da melhoria;
13
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Empréstimo compulsório União (art. 148) - É um ingresso temporário de recursos nos - Casos - Despesas extraordinárias, decorrentes de
cofres do Estado; calamidade pública e de guerra externa efetiva ou
- Criado por Lei Complementar; iminente;
- Não há qualquer relação com o conceito - Investimento público de caráter urgente e de
de taxa ou imposto; relevante interesse nacional;
Contribuições sociais União (arts. 149 e 195) - Somente a União pode criá-las; -Para a Seguri- - do empregador (I)
- Caracterizam-se pela destinação; dade Social (art. - do empregado (II)
195) - concurso de prognósticos (III)
Contribuições de intervenção no União (art. 149, caput, § 2º) - Destinam-se a instrumentar a atuação da União no domínio - Ex.: Lei 10.336/01
domínio econômico econômico, financiando os custos e encargos pertinentes.
Contribuições de interesse das União (art. 149) - São destinadas ao custeio das atividades das instituições - Ex.: Anuidade da OAB
categorias profissionais ou fiscalizadoras e representativas de categorias econômicas ou
econômicas profissionais;
- O fato gerador é o exercício de atividade profissional ou
econômica
A DOUTRINA
Rubens Gomes de Souza - Impostos;
- Taxas;
- Contribuições
14
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
- Taxas
Critério: possibilidade de distinguir as pessoas a quem o tributo aproveita
15
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
16
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Outras classificações foram desenvolvidas para demonstrar, sob critérios específicos, as várias
características dos tributos, além do critério científico da regra-matriz:
TRIBUTO
Prestação resultante de
obrigação jurídica unilate-
Natureza
ralmente estabelecida pelo
Jurídica Estado, mediante expressa
disposição de lei.
17
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
TRIBUTO
Classificação
Impostos;
Taxas;
Contribuição de melhoria;
Pedágio;
Empréstimos compulsórios;
Contribuições Sociais;
Contribuições de intervenção no domínio
econômico;
Contribuições de interesse das
categorias profissionais ou econômicas;
Contribuições para seguridade dos
servidores dos Estados, DF e Municípios;
Contribuição para o custeio do serviço de
iluminação pública.
18
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
TRIBUTO
Classificações
Federais Fiscal
Estaduais Parafiscal
Municipais
Sujeito Ativo
Competência
Direto
Fiscal Indireto
Extrafiscal
Relação com o sujeito passivo
Finalidade
Fixos Regressivos
Variáveis Progressivos
Regra-matriz
19
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
3 - Direito Tributário
Ciência do Direito “À Ciência do Direito cabe descrever esse enredo normativo, ordenando-o,
declarando sua hierarquia, exibindo as formas lógicas que governam o
entrelaçamento das várias unidades do sistema e oferecendo seus conteúdos
de significação.” Paulo de Barros Carvalho
Os textos legislativos, ou seja, o direito positivo, são construídos por pessoas que utilizam de
linguagem técnica (“discurso natural” com expressões de cunho científico).
O legislativo, em sentido amplo, é constituído de pessoas de diversas origens e classes sociais,
trazendo consigo suas experiências, suas expectativas, seus desejos etc.
Por conta disso, vemos as atecnias, impropriedades, deficiências, ambigüidades nos textos legais.
A linguagem do cientista do Direito é científica, porque emite proposições descritivas que se
harmonizam com os sistemas concernentes à lógica clássica.
Desta forma, temos um processo de formalização da linguagem à medida que se busca as estruturas
lógico-formais até alcançar, dentro do Direito, a Linguagem da Lógica Jurídica, onde os conceitos são
unívocos, e, não plurissignificativos, como no plano da linguagem do Direito Positivo. Ver diagrama
elaborado por Paulo de Barros Carvalho:
20
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
A cognoscência que cada indivíduo tem faz a diferença na formação do juízo ao se ler um texto do
direito positivo.
A norma jurídica é exatamente o juízo (ou pensamento) que a leitura do texto provoca em nosso
espírito.”
Sendo assim, é difícil de ser ver um texto do direito positivo que, em si mesmo, consegue transmitir a
integridade existencial de uma norma jurídica.
Existem enunciados expressos e enunciados implícitos.
O sistema do direito positivo abriga antinomias, as quais só desaparecem, ou se agravam, com a
expedição de outras regras.
No plano científico não há contradição entre as múltiplas proposições descritivas.
Cada uma das ciências jurídicas corresponde um método de investigação, mas vale para a Ciência do
Direito, exclusivamente, a ordem jurídica posta.
A ordenação jurídica é una e indecomponível, ou seja, não se pode conhecer regras jurídicas de forma
isolada, mas em harmonia com todo o sistema.
“Direito Tributário positivo é o ramo didaticamente autônomo do direito, integrado pelo conjunto
das proposições jurídico-normativas que correspondam, direta ou indiretamente, à instituição,
arrecadação e fiscalização de tributos.”
“À Ciência do Direito Tributário compete descrever esse objeto expedindo proposições declarativas
que nos permitam conhecer as articulações lógicas e o conteúdo orgânico desse núcleo normativo,
dentro de uma concepção unitária do sistema jurídico vigente.”
21
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Contributiva
• Capacidade Econômica “Real possibilidade de diminuir-se patrimonialmente, sem destruir-se
e sem perder a possibilidade de persistir gerando a riqueza de lastro à
tributação”. Geraldo Ataliba.
• Progressividade
• Seletividade
• Progressividade • No IPTU atua como sanção (art. 156, § 1º c/c art. 182, § 4º, II), no Estatuto
da Cidade (Lei 10.357/2001);
• No ITR atua em função da produtividade da terra e da sua função social;
Princípios tributários • art. 170, IX; • art. 172; • art. 173, § 1º e § 2º; • art. 174; • art. 179; • art. 182, § 4º, II;
decorrentes da ordem
econômica
23
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Outras Imunidades • art. 153, § 2º, II • quem aufere penalidade não recebe rendimento
revogado pela “do trabalho”;
EC 20 • Aposentados maiores de 65 anos;
• art. 153, § 3º, III • o IPI não incidirá sobre produtos destinados ao
exterior;
24
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• art. 155, § 2º, XII • Exclui incidência do ICMS nas exportações para
exterior de serviços e produtos definidos em
LC, além dos do inciso X, “a”;
• Outras imunidades fora • art. 195, § 7º ⇒ Contribuição social para entidades beneficentes;
do Sistema Tributário
• art. 5º, XXXIV ⇒ sobre petição aos poderes públicos;
•art. 5º, LXXIV ⇒ sobre serviços públicos de assistência jurídica;
• art. 5º, LXXVI ⇒ sobre registro civil de nascimento e óbito;
• art. 5º, LXXVII ⇒ sobre habeas corpus e habeas data;
• art. 184, § 5º ⇒ impostos federais, estaduais e municipais sobre
transferência de imóveis desapropriados para
reforma agrária
Limitações de • Tributos federais • art. 153, § 5º • alíquota mínima de 1% para imposto sobre ouro;
alíquotas
• Tributos municipais • art. 156, § 3º, I • Lei Complementar para fixar alíquotas máximas
Limitações quanto à • art. 145, § 2º • Veda utilização de base de cálculo própria de impostos para exigência
base de cálculo de taxas;
• art. 154, I • Impostos de competência residual não podem ter base de cálculo nem
fato gerador próprios dos impostos discriminados na CF;
25
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Leis Complementares • Requerem maioria absoluta de votos na Câmara e no Senado (art. 69, CF);
• Dispor sobre conflitos de competências (art. 146, I);
• Regular limitações constitucionais do poder de tributar (art. 146, II)
• Normas gerais de Direito Tributário (art 146, III);
• Criação de certos tributos - art. 148 (Empréstimo Compulsório)
- art. 153, VII (Imposto Sobre Grandes Fortunas)
- art. 154, I (outros impostos)
• O CTN é formalmente lei ordinária e materialmente lei complementar;
Leis Delegadas • Elaboradas pelo Presidente da República sobre matérias específicas. objeto de delegação
por ato do Congresso Nacional (art. 68, CF);
• Podem ser utilizadas para instituição de tributos;
Tratados Internacionais • “...está para a lei interna assim como a norma especial está para a norma geral.” Luciano
Teoria Monista (Kelsen): Amaro
- Tratado predomina
• Não instituem tributos;
sobre direito interno;
Teoria Monista (Wenzel): • Não revoga lei interna, mas cria situação de exceção;
- Constituição valida • O CTN não tem hierarquia suficiente para impor a força dos tratados.;
tratado; • O art. 98 do CTN tem caráter meramente didático;
Teoria Dualista: harmonia • Preceito de tratado prevalece sobre lei estadual ou municipal que contrapõe-se a ele.
entre eles. • A lei não tem poder de afastar dispositivos de tratado.
Resolução • Limitar alíquotas de certos impostos estaduais (art. 155, § 1º, IV; § 2º, IV e V)
• Possui esfera específica de competência
Decretos Regulamentares • Não podem inovar em matéria sujeita à reserva da lei; • Regulamento de Execução;
• Art. 49, V, CF, Poder Regulamentar • Regulamento autônomo;
26
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
27
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO
Obs.: O Direito Tributário não possui uma técnica específica de interpretação, apesar do art. 107 do CTN
• Extensiva
• Literal/gramatical • Analogia
• Lógica •Princípios gerais de D.
• Sistemática • Restritiva (infrações e penalidades) ? Tributário
• Histórica • Princípios gerais de D.
• Finalística/Teleológica • Estrita (hipótese de incidência) Público
• Equidade (justiça)
Taxativa? Não.
E os Princípios G. de Direito
lei lacunosa
Hermenêutica
INTERPRETAÇÃO ≠ INTEGRAÇÃO
Ciência da
Interpretação
Busca-se
Identificar o preencher o
sentido e o alcance
vácuo da lei.
da norma.
PERSEGUEM A IDENTIFICAÇÃO
DA MELHOR QUALIFICAÇÃO
JURÍDICA PARA DETERMINADO
FATO
INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA: Contraria o art. 109 do CTN. Preocupa com o conteúdo econômico do fato.
ABUSO DE FORMA: Utilização de forma jurídica atípica para realização de negócio jurídico.
Ex.: Doação em vez de Compra e Venda / Permuta em vez de Compra e Venda
ABUSO DE DIREITO: Procedimentos legais com fins outros diferentes daqueles normalmente utilizados.
28
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
6 - A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
• Natureza Jurídica ⇒ de direito público ⇒ obrigação ex lege (dispensa o concurso da vontade do obrigado)
⇒ o seu nascimento prescinde da vontade da parte que se obriga
⇒ basta a ocorrência do fato previamente descrito na lei para que surja a
obrigação
• Conceito ⇒ “... é a relação jurídica em virtude da qual o particular (sujeito passivo) tem o dever de prestar
dinheiro ao Estado (sujeito ativo), ou de fazer, não fazer, não fazer ou tolerar algo no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos, e o Estado tem o direito de constituir contra o particular
um crédito.” (Hugo de Brito Machado)
29
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
7 – FATO GERADOR
• Da Obrigação Principal ⇒ CTN, art. 114
⇒ Características • situação ⇒ fato ou conjunto de fatos
• Validade do ato jurídico ⇒ art. 82, C.C. (“A validade do ato jurídico requer agente capaz (art. 145, I), objeto lícito e forma
prescrita ou não defesa em lei (arts. 129, 130 e 145)”). Ato Nulo ou Anulável.
⇒ não importa para o Direito Tributário
⇒ na hipótese de incidência não pode conter descrição de ato ilícito
⇒ Quanto à formação ⇒ instantâneos: consuma-se num dado momento (IR, ICMS, IOF, ITBI)
no tempo ⇒ periódicos: quando sua realização se põe ao longo de um espaço de tempo (IR);
⇒ continuados: renova-se em cada exercício financeiro (IPTU, IPVA, ITR)
30
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Interpretação do Fato ⇒ Independe ⇒ da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes (art.118, I)
Gerador ⇒ da natureza do seu objeto (art. 118, I, in fine)
⇒ dos seus efeitos (art. 118, II)
• Ficção Jurídica ⇒ não há dúvida sobre o fato real, mas a lei o nega;
⇒ “utilização privativa pelo legislador”;
⇒ “a lei atribui a certo fato características que, sabidamente, não são reais”;
⇒ não se confunde com a presunção absoluta;
⇒ “a lei nega a realidade fática e constrói uma realidade jurídica diversa daquela”;
⇒ “não cabe sequer cogitar-se de prova em contrário”;
⇒ “é legítimo somente quando a verdade legal não esteja em confronto com norma superior”;
• “Se o emprego dessas técnicas implicar afronta, ainda que indireta, a qualquer princípio constitucional, ele deve ser
repelido...”
• “Em suma, aquilo que o legislador não puder fazer diretamente (porque não esteja na sua esfera de competência ou porque
fira preceito de norma superior), ele igualmente não pode fazer, de modo indireto, mediante utilização (que, nessas
circunstâncias, se revelará artificiosa) das presunções ou ficções.” (art. 110 do CTN)
• Não Incidência ⇒ pura e simples ⇒ ou tout court: o fato simplesmente não é referido na lei
31
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
8 – SUJEITO ATIVO
⇒ Residual ⇒ É aquela atribuída à União atinente aos outros impostos que podem ser criados sem
situação não prevista na CF (art. 154, I, CF)
• Exercício da ⇒ A CF/88 não cria tributos, mas outorga poderes para tal;
Competência ⇒ A lei ordinária é o veículo idôneo para criação de tributo;
Tributária ⇒ A competência tributária é indelegável;
⇒ Não é permitido modificar conceitos de direito privado para ampliar a competência tributária. Isto
também se aplica para o Direito Público.
32
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
⇒ Na falta dos itens acima ⇒ o lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou
fatos que deram origem à obrigação
33
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
⇒ Responsabilidade de ⇒ pais
Terceiros ⇒ tutores ou curadores
⇒ administradores
⇒ o inventariante
⇒ o síndico e o comissário
⇒ os tabeliães e escrivães e demais
serventuários de ofício
⇒ os sócios
⇒ Condições:
- impossibilidade de o Estado exigir
diretamente do contribuinte
- que o terceiro intervenha no ato tributável
ou seja omisso a ele
34
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
10 - CRÉDITO TRIBUTÁRIO
• Conceito ⇒ É a relação jurídica obrigacional entre credor (Sujeito Ativo) e devedor (Sujeito Passivo), cujo
objeto é o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária
⇒ Consubstancia-se na qualificação e na quantificação da obrigação fiscal
• Fontes ⇒ Lei
⇒ Fato Gerador
⇒ Lançamento
• Revisão ⇒ só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública
(art. 149, § único) ⇒ erro de fato
• Modalidades ⇒ Direto ou de Ofício ⇒ normalmente nos tributos diretos (IPTU, ITR, IPVA)
(art. 149, CTN) ⇒ situações duráveis ou permanentes
⇒ Meios ⇒ investigação real
⇒ por presunção
⇒ por indícios
35
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Liminar em ⇒ Concessão de liminar, garantindo o direito do sujeito passivo de não pagar um crédito tributário exigido;
Mandado de ⇒ Súmula 266/STF: não cabe mandado de segurança contra lei em tese;
Segurança ⇒ Mandado de Segurança Preventivo não ofende a Súmula 266, pois busca evitar a lesão a direito, por justo receio,
tendo em vista a obrigatoriedade do art. 142.
36
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Pagamento ⇒ “é a entrega ao sujeito ativo, pelo sujeito passivo ou por qualquer outra pessoa em seu nome, da quantia
correspondente ao objeto do crédito tributário” Hugo de Brito Machado
⇒ a imposição de penalidade não afasta a obrigação de pagamento do tributo (art. 157, CTN)
⇒ Presunção de pagamento: não ocorre nem com pagamento total, nem com pagamento parcial (art. 158, CTN)
⇒ Lugar do Pagamento: no domicílio do sujeito passivo (art. 159, CTN)
⇒ Tempo do Pagamento: o previsto na legislação ou 30 dias depois da data em que se considera o sujeito
passivo notificado do lançamento
⇒ Juros de mora: são devidos quanto ao crédito não pago, independentemente do motivo, à taxa de 1% ao mês;
não são devidos na pendência de consulta (art. 161, CTN)
⇒ Forma: em moeda, cheque, vale postal ou estampilha (art. 162, CTN)
⇒ Imputação de pagamento: existindo vários créditos tributários contra o sujeito passivo e este paga sem
identificar qual está pagando, pode o sujeito ativo imputar o pagamento (art. 163, CTN)
• Compensação ⇒ art. 170, CTN (é encontro de contas entre credor e devedor recíprocos)
⇒ depende de lei autorizativa (Ex.: União – Lei 8.383/91, art. 66)
- reciprocidade das obrigações
- liquidez das dívidas
requisitos:
- exigibilidade das prestações Paulo de Barros Carvalho
- fungibilidade das coisas devidas
37
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Decadência ⇒ É o período de tempo que o sujeito ativo tem para constituir o crédito tributário pelo lançamento;
(art. 173)
⇒ Contagem do prazo de 5 ⇒ Inciso I – a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o
anos lançamento poderia ter sido efetuado;
⇒ Inciso II – cria a suspensão e a interrupção do prazo decadencial;
⇒ art. 150, § 4º - contado da ocorrência do fato gerador.
⇒ Não atinge o lançamento por homologação, porque neste caso a homologação sempre ocorre (tácita ou
expressa)
⇒ Parágrafo único –
• Prescrição ⇒ É o período de tempo que o sujeito ativo tem para cobrar o crédito tributário não satisfeito pelo sujeito
(art. 174) passivo;
⇒ Início ⇒ Após o lançamento ⇒ Aliomar Baleeiro, Ives Gandra da Silva Martins, Fábio Fanucchi,
Carlos da Rocha Guimarães, Alberto Xavier, Eduardo Marcial
Ferreira Jardim;
⇒ Após decisão definitiva ⇒ Hugo de Brito Machado, Bernardo Ribeiro de Moraes, Edvaldo
de recurso administrativo Brito, Sebastião de Oliveira Lime, Sacha Calmon Navarro
Coelho, Carlos Mário da Silva Velloso, José Carlos Graça
Wagner, Ricardo Lobo Torres;
⇒ Após a inscrição na ⇒ Zelmo Denari;
Dívida Ativa
• Repetição do ⇒ O CTN usa inadequadamente as expressões tributo, sujeito passivo e fato gerador, pois se há direito a
Indébito Tributário repetição é porque não havia ocorrido fato gerador, nem teria sido constituído crédito tributário, nem surgiria o
sujeito passivo;
⇒ Ocorre, sim, o pagamento de um valor sob a falsa idéia de estar extinguindo um crédito tributário.
⇒ O que norteia a existência desta previsão legal é o princípio do não locupletamento sem causa, que no caso
seria do sujeito ativo;
⇒ O solvens, ou quem entrega o valor a título de pagamento, pode ser tanto contribuinte, quanto responsável.
⇒ A amplitude da restituição em ser total ou parcial posta pelo CTN é imprópria, porque se há restituição, esta
somente pode ser total, porque o que não se pode devolver é devido.
39
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
40
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
• Noção O CTN busca proteger o crédito tributário evitando a frustração de sua cobrança
em caso de execução fiscal;
Outorga ao crédito tributário privilégios em relação a outros créditos;
As vantagens concedidas não podem ser dispensadas pelas autoridades
administrativas;
• Presunção de Fraude A doutrina é dividida quanto ao momento que inicia-se a verificação de fraude: a
partir da inscrição na Dívida Ativa ou a partir da citação em processo de
(art. 185)
execução fiscal;
A presunção de fraude só pode ser considerada se o devedor põe em risco a
satisfação do crédito tributário, ou seja, se ele reserva bens suficientes à
satisfação do crédito tributário, não se pode falar em presunção de fraude o ato
de alienação ou de gravação de inalienabilidade ou impenhorabilidade de seus
bens.
• Concurso de preferências O crédito tributário tem preferência a qualquer outro tipo de crédito, não
importando a data em que ele foi constituído, i.e., mesmo que tenha sido
(Art. 187)
constituído antes do crédito tributário;
Exceção: crédito trabalhista
• Encargos da massa falida e do Trata-se das obrigações surgidas após a decretação da falência e, não, as
anteriores, que são da empresa falida, pois a massa falida assuma nova
concordatário
personalidade, podendo realizar atos de lucratividade e negócios jurídicos.
(Art. 188) Os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos depois da
decretação da falência, ou de concessão de concordata, gozam de preferência
absoluta, ainda que não vencidos;
preferem inclusive às demais dívidas da massa;
para contestá-los, a massa falida, ou o concordatário precisa garantir a instância,
o que poderá fazê-lo depositando o valor correspondente, e se não puder garantir
a instância, por esta ou outra forma, reservará bens suficientes à extinção total do
crédito e seus acréscimos;
o representante da Fazenda Pública credora deve ser ouvido a respeito da
natureza e do valor dos bens reservados.
• Inventário e arrolamento. O inventariante deve informar todas as dívidas do autor da herança e de seu
espólio;
Liquidações de pessoas
As fazendas públicas (federal, estadual e municipal) são intimadas a se
jurídicas manifestarem nesses processos;
(Art. 189)
• Exigências de quitações
(Art. 192)
41
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
13 - A ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
(Arts. 194 a 200)
⇒ Certidões Negativas de Débito ⇒ A certidão poderá ser exigida como forma de prova de
quitação com o Fisco;
⇒ Deve ser requerida pelo interessado e fornecida em 10
dias;
⇒ A emissão de Certidão Negativa que prejudicar o Fisco,
acarretará em responsabilidade pela dívida, além da
criminal e funcional contra o funcionário que a expediu;
⇒ Dispensa-se a certidão negativa nos casos em que o ato
seja imprescindível para se evitar a caducidade de direito;
⇒ Tem o mesmo efeito a certidão positiva que apresente:
a) créditos lançados e ainda não vencidos;
b) créditos em cobrança judicial, cujo juízo já esteja
garantido com penhora ou depósito judicial;
c) créditos suspensos, conforme possibilidades do CTN;
42
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
15 – Imposto
(Conteúdo extraído da obra do Prof. Walter Paldes Valério, indicada na Bibliografia)
• Conceito ⇒ “É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer
atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” Walter Paldes Valério
• Características ⇒ O seu fato gerador é sempre uma situação presumida pelo legislador como reveladora de
capacidade contributiva do cidadão;
⇒ Não corresponde, para o obrigado, uma atividade estatal específica relativa ao contribuinte.
⇒ Reais: ⇒ São aqueles que se referem à coisa sobre s qual incide o fato gerador,
abstraindo-se a pessoa que a possui;
⇒ Pessoais ⇒ São aqueles que se referem à pessoa, considerando-se suas atividades como
fato gerador;
⇒ Fixos ⇒ São aqueles cujo valor a pagar é fixo e constitui alíquota (ISSQN);
43
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
⇒ Progressão graduada ⇒ É uma escala onde cada faixa possui sua alíquota
mas que constitui apenas uma parcela do imposto
devido.
⇒ Sonegação fiscal;
⇒ retardamento até que o Fisco autue.
⇒ Amortização
⇒ Elisão
44
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
Bibliografia
BÁSICA
AMARO, Luciano da Silva. Direito Tributário Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1997
ATALIBA, Geraldo. Noções de Direito Tributário. São Paulo: Revista dos Tribunais;
_______. Hipótese de incidência tributária, SP: RT, 1991;
BALEEIRO, Aliomar. Direito Tributário Brasileiro. Rio de Janeiro: Forense, 11. ed.,
1999
_______. Limitações constitucionais ao poder de tributar, 7. ed. RJ: Forense, 1997;
BECKER, Alfredo Augusto. Teoria geral do direito tributário, SP: , 1992;
BORGES, José Souto Maior. Lançamento tributário. RJ: Malheiros, 1999;
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 12. ed. São Paulo: Saraiva,
1999.
CARRAZA, Roque Antônio. Curso de direito constitucional tributário, 10ª ed., SP: RT,
1997.
COÊLHO, Sacha Calmon Navarro. Comentários à constituição de 1988 – sistema
tributário. RJ: Forense, 2000.
_______. Curso de direito tributário brasileiro. 2. ed., RJ: Forense, 1999;
DECOMAIN, Pedro Roberto. Crimes Contra a Ordem Tributária. Santa Catarina:Obra
Jurídica;
DENARI, Zelmo. Decadência e Prescrição Tributárias. Rio de Janeiro: Forense;
FANUCCHI, Fábio. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Resenha Tributária;
LIMA, Arnaud de Abreu. Do Processo Tributário. São Paulo: Resenha Tributária;
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva.
NOGUEIRA, Ruy Barbosa. Curso de Direito Tributário. São Paulo: Saraiva;
SOUSA, Rubens Gomes de. Compêndio de Legislação Tributária. Rio de Janeiro:
Financeiras;
TORRES, Ricardo Lobo, Tratado de Direito Constitucional Financeiro e Tributário (os
direitos humanos e tributação). Rio de Janeiro: Renovar, 1999, v. III;
_______. Curso de direito financeiro e tributário. RJ: Renovar, 1993;
VALÉRIO, Walter Paldes. Programa de Direito Tributário: parte geral. Porto Alegre:
Sulina;
XAVIER, Alberto. Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo
tributário. RJ: Forense, 1997.
45
CURSO DE DIREITO TRIBUTÁRIO I - UCG
Prof. Rodrigo Gusmão de Paula
INTERNET
Escritórios:
Governo:
Tribunais:
46