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Anais do III Colóquio Brasileiro de Ciências Geodésicas 0

VIABILIDADE DA IDENTIFICAÇÃO DE VARIEDADES DE


VIDEIRA PELAS DIFERENÇAS OBSERVADAS NA
RESPOSTA ESPECTRAL DAS FOLHAS

Naíssa Batista da Luz1


Débora Liria Fonseca2

1 Pesquisadora do Centro Nacional de Pesquisas em Uva e Vinho, Unidade da


Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Bento Gonçalves – RS.
naissa@cnpuv.embrapa.br
2 Estagiária do curso técnico em agricultura da Escola Agrotécnica Federal
Presidente Juscelino Kubitschek, Bento Gonçalves – RS

RESUMO

O avanço do agronegócio vitivinícola nacional nas últimas décadas é notório, e a


demanda por tecnologias que subsidiem o processo de tomada de decisão no manejo
das áreas cultivadas com videira vem aumentando nos últimos anos. A viabilização
de técnicas de mapeamento e monitoramento remoto das áreas cultivadas nas
principais regiões vitivinícolas do país, sobretudo na região da Serra Gaúcha no RS,
é dificultada pelas características do relevo e pelo grande número de variedades, as
quais nem sempre são cultivadas em áreas homogêneas junto às pequenas
propriedades. Considerando-se que a existência de diferenças na resposta espectral
destas variedades poderiam ser detectadas mais facilmente nas folhas, por ser a
escala mais elementar, iniciou-se estudos com espectroradiometria. Foram
mensuradas as folhas de variedades de videira cultivadas em áreas experimentais do
Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho, com o auxílio de um
espectroradiômetro portátil marca Li-Cor modelo Li-1800.. Foram detectadas
diferenças significativas em todos os comprimentos de onda, sendo possível separar
algumas variedades e dois grandes grupos de variedades. A perspectiva é bastante
promissora, haja visto a alta separabilidade espectral da variedade Isabel, cultivada
em aproximadamente 40% da área total (CADASTRO VITÍCOLA DO RIO GRANDE DO
SUL, 2001).
Palavras-chave: espectroradiometria; comportamento espectral; variedades de Vitis
spp.
Anais do III Colóquio Brasileiro de Ciências Geodésicas 1

ABSTRACT

The progress of the national grape and wine agribusiness in the last decades is
notorious, and the demand for technologies that support the decision making process
of vineyard management have increased in the last years. Remote mapping and
monitoring techniques deployment in the cultivated areas of the main vine growing
regions of the country, above all in Serra Gaúcha's area in RS, is hindered by the
relief’s characteristics and the great number of varieties, which not always have been
cultivated in homogeneous areas close to the small properties. Considering that the
differences in the spectral response of these varieties could be detected more easily
in the leaves, as the most elementary unit, studies have began with
spectroradiometry. Vine leaves varieties were measured from plants cultivated in
experimental areas of the Centro Nacional de Pesquisa de Uva e Vinho, with the aid
of the Li-1800 portable. Significant differences were detected in all the wavelengths,
demonstrating the possibility to distinguish some varieties and two great groups of
varieties. The perspective is quite promising, considering the high separability of
Isabel variety spectral response, cultivated in approximately 40% of the total area.
(CADASTRO VITÍCOLA DO RIO GRANDE DO SUL, 2001).

Keywords: spectroradiomety; spectral behavior; Vitis spp. varieties.


Anais do III Colóquio Brasileiro de Ciências Geodésicas 2

1. INTRODUÇÃO

A principal região produtora de vinhos finos no Brasil é a Serra Gaúcha situada


no nordeste do Rio Grande do Sul. Nesta região, as videiras são cultivadas em
pequenas propriedades que empregam mão-de-obra familiar, inseridas em um relevo
bastante acidentado e pouco mecanizável. Somando-se estas características ao fato
de que existe um grande número de variedades de videira, por vezes em uma mesma
propriedade ou área cultivada, fica clara a dificuldade de mapeameamento remoto
dos cultivos.
A agroindústria nacional e regional tem evoluído bastante nas últimas décadas
(PROTAS et al., 2002), e a necessidade de produtos obtidos a partir de sensores
remotos naturalmente deve acompanhar esta tendência. À medida que as exigências
do mercado consumidor crescem, deve haver um incremento tecnológico no
processo de tomada de decisão e no manejo das áreas cultivadas, tanto por
necessidade de otimização no uso dos recursos e consequente otimização dos
dividendos quanto pela redução dos impactos ambientais negativos, a exemplo do
que vem ocorrendo nos países desenvolvidos com aplicação de tecnologias de
agricultura de precisão (LUCHIARI, 2003).
Diante deste contexto, é essencial a geração de informações a respeito do
comportamento espectral das variedades de maior interesse econômico regional e
nacional, que subsidiem a análise da viabilidade de identificação de variedades de
Vitis spp. e da detecção de alterações nas condições fisiológicas e estruturais das
plantas. Optou-se portanto pela obtenção de informações a respeito das folhas, nível
mais elementar de um estudo de radiometria da vegetação, em um primeiro
momento. Considerando-se que neste nível seria possível a obtenção de informações
de extremamente detalhadas, possivelmente os resultados obtidos não se propaguem
em mesma escala ao dossel das áreas cultivadas, que sofrem interferência da
geometria de visada, da disposição e do número de camadas de folhas, do tipo de
cobertura e do solo e tantos outros fatores (GAO et al., 2000). Assim, caso existam
diferenças espectrais suficientes para a identificação de variedades ou grupos de
variedades e alterações fisiológicas e estruturais, certamente se manifestarão em
escala foliar.
Na região do visível, informações a respeito do teor de pigmentos e da atividade
fisiológica das plantas podem ser levantadas, dada a alta correlação destes
comprimentos de onda com a absorção da energia fotossinteticamente ativa
(THOMAS e GAUSMAN, 1977 ; PALTA, 1990; GAMON e SURFUS, 1990; YODER et al.,
1995). A estrutura foliar é mais facilmente detectada a partir de sensores remotos
que operam na região do infravermelho, sobretudo no que diz respeito ao número de
camada de células, à disposição destas células, à proporção de espaços
intercelulares, ao teor de umidade e de determinados nutrientes, além das
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características da superfície foliar, como pilosidade e a presença de ceras ou outros


exudados (FOURTY et al., 1996).

2. OBJETIVOS

Caracterizar a resposta espectral de folhas de diferentes variedades de Vitis spp.,


visando a identificação dessas variedades a partir de sensores remotos. As atividades
realizadas para atingir este objetivo foram:
• Mensuração da resposta espectral de folhas das variedades de Vitis spp.
Auxerrois, Cabernet Franc, Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Chenin
Blanc, Gamay, Gewürztraminer, Goethe, Isabel, Jacquez, Malvasia Bianca,
Niágara Branca, Pinot Noir e Riesling.
• análise das diferenças entre as assinaturas espectrais típicas das variedades
de Vitis spp.,
• análise da separabilidade espectral, em escala foliar, das variedades de Vitis
spp.

3. METODOLOGIA

3.1. MATERIAL

Para a mensuração da resposta espectral das folhas das variedades de Vitis spp.,
utilizou-se um espectroradiômetro portátil modelo Li-1800 da marca Li-Cor, em
conjunto com a esfera integradora externa modelo 1800-12 S de mesma marca.
Como referência de reflectância, foram utilizadas placas de sulfato de bário.
As plantas cujas folhas foram mensuradas subsistem em condições
microclimáticas de relevo, solos e manejo bastante semelhantes, nos plantios
experimentais e bancos ativos de germoplasma do Centro Nacional de Pesquisa de
Uva e Vinho, em Bento Gonçalves, RS, da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária – EMBRAPA. Não foram utilizadas plantas com qualquer tipo de
tratamento experimental.
Os dados obtidos foram transformados e analisados nos softwares Statistica 6, R
e Excel.

3.2. MÉTODOS

Foram selecionadas pelo menos seis plantas de cada variedade, e para cada uma
das plantas foram mensuradas cinco folhas totalmente desenvolvidas e com ausência
de fungicida formulado a base de sulfato de cobre. Para todas as folhas foram
realizadas duas mensurações consecutivas, armazenando-se o dado médio das duas
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observações. As plantas encontravam-se, por ocasião da coleta de dados, em estágio


de pleno desenvolvimento vegetativo, no período entre início de janeiro e março.
As medidas foram realizadas “in vivo”, para que não houvesse perda água e
alteração na atividade fotossintética da folha, caso fosse destacada da planta e
submetida a fontes de iluminação em laboratório.
A placa de referência foi mensurada em média 1 vez a cada 20 observações,
sempre no início e final da cada período de coleta de dados, igualmente por meio de
duas mensurações consecutivas e armazenando-se o valor médio. A média dos dois
valores armazenados foi utilizada como referência paras os dados coletados no
período.
Os dados brutos foram corrigidos no software Excel, com base nos valores
obtidos para a mensuração da placa de referência, resultando no fator de reflectância
bidirecional (Equação 01). Os dados corrigidos foram depurados para exclusão de
observações discrepantes, obtidas quando feixes de luz externa à esfera integradora
incidem sobre a amostra e a fibra ótica (valores excessivamente altos), ou quando
houveram falhas de iluminação (valores baixos ou negativos).
La
01
Lr
Onde: La: reflectância da amostra e Lr: reflectância média da placa de
referência de sulfato de bário.
O software Statistica foi utilizado para a realização das análises de variância
pontuais (por comprimento de onda, de 50 em 50nm no intervalo entre 400 e
1100nm) e análises multivariadas de componentes principais e de grupamentos.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Analisando-se a resposta espectral obtida pela mensuração das folhas de
variedades de Vitis spp. (Figura 1a), observa-se que as diferenças são mais
acentuadas na região do infravermelho próximo, associada à estrutura das folhas; do
que na região do visível, diretamente relacionada com o teor de pigmentos e a
atividade fotossintética (citação4). Nos demais gráficos (Figura 1b, c e d), as
diferenças nas respostas espectrais são visualizadas com maiores detalhes. Na região
do visível, algumas variedades se diferenciam das outras, principalmente no pico de
reflectância do verde, como a Malvasia Bianca e a Chardonnay, com maior
reflectância do que o restante, e a variedade Jacquez com reflectância menor.
FIGURA 1. (A) RESPOSTA ESPECTRAL TOTAL (300 A 1100 nm) DE FOLHAS DE VARIEDADES
DE Vitis spp., AMPLIAÇÃO DA RESPOSTA ESPECTRAL NAS REGIÕES DO VISÍVEL (B), RED
EDGE (C) E INFRAVERMELHO PRÓXIMO (D)

Na região do infravermelho podem-se evidenciar diferenças mais acentuadas


entre todas as variedades, sem destaque de nenhuma delas. Na região de transição do
visível para o infravermelho próximo, comumente conhecida como “red edge”,
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observa-se um deslocamento do ponto de inflexão da curva de resposta espectral,


destacando-se as mesmas variedades citadas para a região do visível, Chardonnay e
Malvasia Bianca, com maior reflectância e a variedade Jacquez, com menor
reflectância. No entanto, percebe-se que o intervalo entre as curvas não se mantém
constante nesta faixa de transição, entre 680 e 710nm.
Esta tendência também pode ser observada na Tabela 1 e na Figura 2, que
apresentam os dados da análise de variância entre as variedades para determinados
comprimentos de onda, para um nível de significância de 5%. Contudo, diferenças
significativas são observadas em todos os comprimentos de onda.

TABELA 1. ANÁLISE DE VARIÂNCIA PARA DETERMINADOS COMPRIMENTOS DE ONDA,


COM NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA DE 0,05% E F TABULAR=1,69 (** SIGNIFICA RESULTADO
ALTAMENTE SIGNIFICATIVO).

Comprimento de onda (nm) F


**
400 5.38
**
450 4.38
**
500 4.59
**
550 9.38
**
600 6.88
**
650 6.18
**
700 9.09
**
750 31.57
**
800 41.83
**
850 51.28
**
900 59.13
**
950 65.04
**
1000 78.81
**
1050 87.47
**
1100 91.34

Pode-se observar também na Tabela 1 que existem diferenças significativas a


um nível de significância de 5% em todas as bandas analisadas, ainda que diferenças
mais acentuadas sejam detectadas na região do infravermelho próximo, conforme
evidenciado pela Figura 2.
Na região do visível, o comprimento de onda do verde (550 nm),
correspondente ao pico de reflectância da clorofila, apresenta um valor de F
levemente mais alto do que as feições de absorção dos pigmentos, que parecem ter
um comportamento mais homogêneo entre as respostas espectrais das variedades de
videira.
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FIGURA 2. VALORES DO FATOR F PARA UM NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA DE 5% PARA


DETERMINADOS COMPRIMENTOS DE ONDA.

100

90

80

70

60
Fator F

50

40

30

20

10

0
0

00

50

00
40

45

50

55

60

65

70

75

80

85

90

95

10

10

11
C o m p rim e n to d e O n d a (n m )

O cálculo das componentes principais demonstrou-se extremamente útil na


definição das regiões do espectro de maior importância para a diferenciação das
variedades. Na Figura 3 observa-se que foi possível, através desta análise,
representar em duas componentes aproximadamente 93% da variação das 400
bandas espectrais analisadas.

FIGURA 3. PERCENTUAL DE REPRESENTAÇÃO DOS CINCO PRIMEIROS AUTOVALORES


OBTIDOS ATRAVÉS DA MATRIZ DE COVARIÂNCIA E O PERCENTUAL ACUMULADO.

98.95% 99.41%
100% 93.88% 96.95%

80%
77.63%

60%

40%

20% 16.25%

3.07% 2.01% 0.46%


0%
1 2 3 4 5
Autovalores
% Total % Acumulado

Na Figura 4 demonstra-se a contribuição e o peso das três primeiras


componentes principais. Evidencia-se o peso da região do infravermelho próximo na
primeira componente, que representa mais de 77% do conjunto de espectros
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analisados. A segunda componente (que explica mais do que 15% do percentual


total dos dados) tem forte influência da região do visível, e a terceira provavelmente
traz a variação do pico de reflectância do verde na região do visível e do “red edge”,
na transição dos comprimentos de onda do vermelho para o infravermelho. Com
base nestas informações, pode-se presumir que as diferenças na estrutura celular das
folhas, quer seja em número de camadas ou disposição de células e espaços
intercelulares, relacionada à região do infravermelho próximo (citação6) é mais
importante na diferenciação das variedades de Vitis spp.do que o teor de pigmentos e
a atividade fotossintéticas das plantas, relacionados à região do visível (citação7).

FIGURA 4. CONTRIBUIÇÃO (a) E PESO (b) DOS FATORES NAS COMPONENTES PRINCIPAIS 1,
2 E 3.

0.02 0.8
(a) 0.6 (b)
dos fatores

0.4
Contribuição

dos fatores

0.2
0.0
Carga Peso

0.01 -0.2
Contribuição

-0.4
-0.6
-0.8
-1.0
0.00 -1.2
400 500 600 700 800 900 1000 1100 400 500 600 700 800 900 1000 1100
Comprimento de onda (nm) Comprimento de onda (nm)
Comp
Fator 1 1 Comp
Fator 2 2 Comp
Fator 3 3
Comp
Fator 1 1 Comp
Fator 2 2 Comp
Fator 3 3

Quando as diferentes regiões do espectro são comparadas, é possível perceber


alterações na resposta espectral das folhas das variedades analisadas, que poderiam
viabilizar sua identificação espectral, ou separar grupos de variedades. Na Figura 5
observa-se a distância euclidiana entre a resposta espectral das variedades, podendo
ser identificados grosseiramente dois grupos de variedades mais próximas, o
primeiro formado pelas variedades Auxerrois, Isabel, Goethe, Gewürztraminner,
Pinot Noir, Cabernet Franc e Niágara Branca e o segundo pelas variedades Riesling,
Gamay, Malvasia Bianca, Jacquez, Chardonnay H, Chardonnay V, Cabernet
Sauvignon H, Cabernet Sauvignon V (as letras H e V referem-se ao sistema de
condução horizontal – latada e vertical – espaldeira, respectivamente).
Naturalmente, esperava-se que uma mesma variedade conduzida por dois sistema de
condução diferentes, como no caso de Chardonnay e Cabernet Sauvignon
conduzidas pelos sistemas latada e espaldeira, apresentassem uma resposta espectral
semelhante, o que foi evidenciado pelas conexões diretas observadas entre ambas.
.A variedade Chennin Blanc apresenta uma distância euclidiana muito maior do que
o restante das variedades, conectada posteriormente aos dois grupos formados.
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Outra informação derivada do gráfico apresentado na Figura 5 é a relativa


separabilidade da variedade Isabel, agrupada imediatamente com apenas duas outras
variedades, Auxerrois e Goethe, antes da formação dos dois grandes grupos. Como
esta variedade ocupa grande parte das áreas cultivadas, é extremamente importante
que técnicas de mapeamento e monitoramento sejam viabilizadas a partir de
sensores remotos para esta variedade.
FIGURA 5. GRÁFICO RESULTANTE DA ANÁLISE DE GRUPAMENTOS PELA DISTÂNCIA
EUCLIDIANA ENTRE A RESPOSTA ESPECTRAL DAS VARIEDADES. A LINHA PONTILHADA
NO CENTRO DA FIGURA INDICA A SEPARAÇÃO DAS VARIEDADES EM DOIS GRUPOS.
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5. CONCLUSÕES

A análise do comportamento espectral das variedades forneceu uma excelente


noção do que se pode esperar no tangente à obtenção de informações a partir de
sensores remotos que venham a subsidiar o mapeamento e o monitoramento das
áreas cultivadas.
As informações obtidas sinalizam para a importância do infravermelho próximo
na identificação das variedades, e também para a necessidade de expandir a faixa de
obtenção de informações para outros comprimentos de onda do infravermelho, além
de 1100nm.
Resultados relevantes foram obtidos, principalmente no tocante à alta
separabilidade espectral de uma das variedades de maior interesse, a Isabel,
comumente cultivada nas regiões vitícolas do país.
Outro ponto importante é a separação em um mesmo grupo das variedades
analisadas conduzidas por diferentes sistemas de condução, já que esperava-se que
não fossem encontradas grandes diferenças na resposta espectral foliar.

6. PERSPECTIVAS

É pouco provável a viabilidade de identificação de variedades a partir de


sensores remotos orbitais ou aerotransportados, ainda que tenham excelente
resolução espectral, já que a análise de grupamentos evidencia a baixa
separabilidade entre as variedades. Com este estudo, pôde-se perceber que seria
possível, em escala foliar, a separação de grupos de variedades.
Considera-se necessária a ampliação destes estudos visando analisar o
comportamento destas variedades em diferentes condições ambientais e de cultivo,
para validar os padrões de resposta espectral obtidos.
A geração deste tipo de informações pode subsidiar a tomada de decisão na
seleção de técnicas e atividades de mapeamento e monitoramento remoto das
variedades estudadas. É evidente a necessidade de continuidade de estudos
expandindo-se os limites do espectro eletromagnético estudado e as escalas de
análise de folha para dossel e de radiometria para sensoriamento remoto
aerotransportado e orbital.
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7. REFERÊNCIAS

PROTAS, J.F.S.; CAMARGO, U.A.; MELO, L.M.R. A vitivinicultura brasileira:


realidade e perspectivas. In: 1o Simpósio Mineiro de Viticultura e Enologia,
16 a 19 abril, Andradas, MG. Viticultura e Enologia – Atualizando Conceitos.
Andradas: Epamig, p.17-32, 2002.
LUCHIARI, A. Exposição oral. In: XI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento, 05 a
10 de abril de 2003, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.
Cadastro Vitícola do Rio Grande do Sul – 1995/2000 – Editor técnico: Loiva Maria
Ribeiro de Mello – [CD-room] Versão 1.0 – Bento Gonçalves: Embrapa Uva e
Vinho/Ibravin. 2001.
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YODER, B.J.; PETTIGREW-CROSBY, R.E. Predicting nitrogen and chlorophyll content
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THOMAS, J.R.; GAUSMAN, H.W. Leaf reflectance vs. Leaf chlorophyll and
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PALTA, J.P. Leaf chlorophyll content. Remote Sensing Reviews, vol.5, no. 1, p.
207-213.
GAMON, J.A.; SURFUS, J.S. Assessing leaf pigment content and activity with a
reflectometer. New Phytopatologist, no. 143, p. 105-117. 1999.
FOURTY, T.; BARET, F.; JACQUEMOUD, S.; SCHMMUCK, G.; VERDEBOUT, J. Leaf
optical properties with explicit description of its biochemical composition:
direct and inverse problems. Remote Sensing of Environment, no. 56, p. 104-
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