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Seu Voto vale muitas vidas!

Uma opinião me marcou neste final de semana que passou.


Ao conversar com um seminarista franciscano, num encontro de
jovens católicos no interior do Estado, ouvi que: “ao votar temos que
demonstrar que amamos o próximo, esquecer questões pessoais, não
devemos escolher nosso representante em troca da reforma da igreja, da
promessa de emprego ou do atendimento daquela necessidade emergencial,
mas para amar o próximo, como Jesus ensinou, devemos votar no candidato
que realmente irá proporcionar melhores condições de vida para todos os
nossos irmãos do Brasil e do Maranhão, bem como aqueles que darão
preferência à defesa da vida e dignidade humana ao criarem as leis no
parlamento”.

Assim, concordando plenamente com as sábias palavras do


jovem seminarista, lembrei daquelas campanhas que pregam o voto
nulo ou branco como protesto, mas que de nada servem.

Afinal: a boa escolha, que implique em mudança da nossa


realidade para melhores condições de vida, importa em votar
pensando na defesa dos semelhantes. Basta verificar o passado e o
presente de cada candidato, aferir se suas propostas são concretas e
em que rumo vão. Advertindo que o voto nulo ou branco tem o
mesmo tratamento legal: são inválidos!

Na Urna Eletrônica temos as possibilidades de serem


lançados votos nominais aos candidatos, pois com a digitação
correta do número do candidato e sua confirmação, apertando a
tecla verde intitulada “CONFIRMA”, temos voto conferido ao
referido candidato listado na urna, vejamos imagem do simulador
de votação do TSE, com duas grandes personalidades da
comunidade artística brasileira, os saudosos, Chacrinha e Grande
Otelo, como candidatos:
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Isto por expressa menção da Lei nº 9.504/97, quando


especifica que: “A votação eletrônica será feita no número do candidato ou
da legenda partidária, devendo o nome e fotografia do candidato e o nome
do partido ou a legenda partidária aparecer no painel da urna eletrônica,
com a expressão designadora do cargo disputado no masculino ou feminino,
conforme o caso” (art. 59, § 1º).

Mas há também a possibilidade do eleitor expressar sua


indiferença para com o resultado da eleição e digitar voto em
branco, apertando a tecla intitulada “BRANCO”, conforme imagem
do simulador do TSE1:

Outra possibilidade é o eleitor digitar de forma errada o


número, não apertar a tecla alaranjada intitulada “corrige” e, com

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http://www.tse.gov.br/internet/eleicoes/urna_eletronica/simulador_Votacao_2010/br.htm
Acesso em 24/08/2010 às 15:01 hs.
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isso, ter seu voto conferido como “NULO”, ocorrendo tal


circunstância para toda e qualquer digitação de número que não
exista na relação dos candidatos lançada no sistema pela Justiça
Eleitoral:

No exemplo acima se vê que não existe nenhum candidato


a senador com o número digitado, daí que deveria o eleitor corrigir
a digitação ou confirmar e ter seu voto contabilizado como NULO.

Situação peculiar pode ocorrer no caso das candidaturas


proporcionais, pois a imagem acima diz respeito à eleição
majoritária de senador, onde mesmo sendo indicados os dois
primeiros números referentes a um partido, que possui dois
candidatos ao senado, não se tem como contabilizar o voto ao
partido, diferente do que ocorre com os candidatos proporcionais,
onde o voto conferido à legenda partidária é conferido no computo
para fins do quociente eleitoral, vejamos o mesmo simulador para
Deputado Estadual:
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Ora, a digitação incorreu no mesmo erro para senador, só


que no sistema proporcional, no caso referente aos deputados
estaduais, onde se verifica que com os dois primeiros números
correspondendo a um partido político, existente na listagem
inserida na urna, o voto não será conferido a um candidato
individualmente considerado, mas será conferido ao seu partido,
pois os dois primeiros números dizem respeito à legenda da
agremiação.

O que decorre do tratamento diferenciado consignado na


Lei das Eleições: “Na votação para as eleições proporcionais, serão
computados para a legenda partidária os votos em que não seja possível a
identificação do candidato, desde que o número identificador do partido seja
digitado de forma correta” (art. 59, § 2º) e “No sistema eletrônico de
votação considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar o número
do partido no momento de votar para determinado cargo e somente para
este será computado” (art. 60).

Assim, percebe-se que os votos nulos e brancos conferidos


diretamente pelo eleitor decorrem de sua única e exclusiva
responsabilidade, pelos mais diversos fatores, desde os altos índices
de analfabetismo constantes no Brasil, onde a pessoa possui
dificuldades de distinguir os signos lingüísticos inscritos na urna,
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até a livre e soberana manifestação do eleitor de fazer o seu protesto


pelos mais diversos motivos.

Cumpre mencionar que na nossa experiência no âmbito


eleitoral, trabalhando como militante social ao longo de muitos anos
no combate à corrupção eleitoral e em defesa de uma Democracia
livre, justa e solidária; ousamos dizer que hoje em dia são diminutas
as ocorrências de votos brancos ou nulos por falta de conhecimento
do eleitor ao votar.

Isso, já que tanto os candidatos como partidos e a própria


Justiça Eleitoral, ao longo da vitoriosa implementação do sistema
eletrônico, levaram os eleitores a passarem por um longo
aprendizado e, no mais das vezes, até mesmo o cidadão analfabeto
já distingui números e os identifica com o candidato de sua
preferência.

Aprendizado que poderíamos citar outros tantos fatores,


desde a popularização dos telefones, que oportuniza acesso a
teclados, a estabilidade monetária, que viabilizou à população ter a
possibilidade de fazer as pequenas contas em números simples, etc.

Mas há que ser feita uma diferença por deveras relevante,


pois quando se tratar desta livre manifestação do eleitor, que não é
acometido por ausência de conhecimento para votar (ERRO NA
DIGITAÇÃO), mas deliberada e conscientemente votar branco ou
nulo, existe manifestação de vontade expressa em situações
distintas.

O eleitor que vota em branco, por livre consciência, emite


manifestação de que o mesmo é indiferente ao quadro de
candidatos, exercendo sua soberania popular no sentido de que não
gostaria sequer de ter contra si a obrigatoriedade do voto, pois
acompanharia o que o restante dos seus concidadãos decidirem.

Já no voto livremente anulado, percebe-se que o eleitor


quer escolher um candidato, mas pode, pelos mais diversos motivos,
encontrar-se frustrado e decepcionado com a classe política,
apresentada no rol dos pleiteantes a cargo eletivo e, assim, decide
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anular seu voto, tentando conferir sua escolha a um número que não
representa nenhum dos indicados pelos partidos políticos.

Assim, no sistema eletrônico de votação é impossível se


conferir voto a quem não esteja relacionado no conjunto dos
candidatos. Merecendo observar a distinção entre votos válidos e
inválidos feita pelo próprio TSE, resolvida de forma didática na
Consulta 1.657, proveniente do Piauí, que deu origem à Resolução
nº 22.992/2008.

Na ocasião restou consolidada a diferença entre as


naturezas dos votos, nas bem traçadas linhas da manifestação do
Ministro do Supremo Carlos Ayres Britto:

[...] não se pode somar grandezas ontologicamente distintas.


Coisas heterogêneas. O voto propriamente nulo revela, em geral
(excepcionado o erro), uma dada vontade do eleitor em não
sufragar nenhum dos candidatos, em vocalizar um protesto
contra a política ou, até mesmo, contra o voto obrigatório. Trata-
se, portanto, de legítima expressão da vontade soberana do eleitor.
Vontade, contudo, que não é direcionada a nenhum dos
postulantes a cargo eletivo e que, portanto, assim é de ser
recebida e considerada.
[...] De outro lado, o voto dado a candidato que concorreu,
participou de atos de propaganda eleitoral e constou da urna
eletrônica, é voto intencionalmente orientado para um específico
candidato. Candidato aparentemente apto a receber o sufrágio,
mas cujo registro a Justiça Eleitoral jamais deferiu ou confirmou.
Situação que não se confunde com aquela em que o eleitor
deliberadamente opta por anular o seu voto.
[...]
Seja como for, esse tipo de voto nulo não se confunde com o voto
nulo da legislação eleitoral infraconstitucional, porque aqui o
voto é inicialmente válido, virginalmente prestimoso - o eleitor dá
o voto a um candidato ou a um partido ou a uma coligação - e a
desprestimosidade é superveniente; não é por auto-desqualificação
do voto, mas sim por desqualificação do candidato, pela Justiça
Eleitoral, que vem a negar-lhe o registro, e, como conseqüência,
anula os votos dados a esse candidato. Mas o eleitor teve um
outro tipo de inspiração e de destinação para o seu voto - ele deu o
voto a alguém ou a algum partido. O voto se tornou nulo à
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revelia do eleitor. No primeiro caso, não. Mas, nesse segundo


caso, sim. E qual a conseqüência disso? São coisas heterogêneas,
não se somam. Não há como se somarem as duas categorias de
voto, porque são coisas heterogêneas que obedecem a inspirações
diferenciadas, a motivações diferenciadas. No primeiro caso, o
eleitor não quer seu voto direcionado para ninguém, para nada, e,
no segundo caso, o eleitor direciona, sim, o seu voto; ele quer
eleger alguém [...]

Assim, se vê que o voto nulo ou branco lançado pelo eleitor


não conta, devendo o cidadão exercer sua soberania para fins de
defesa da vida, buscando a melhor escolha, que traga um novo
rumo aos destino de nossos semelhantes. Afinal, como disse o jovem
seminarista, o voto vale muitas vidas!

29/08/2010

Márcio Endles Lima Vale


Advogado & Professor Universitário

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