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Belém – Pará
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
2001
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Belém – Pará
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
2001
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Avaliado por:
_____________________________
Prof. Celso Michiles Barreto
Data ___/___/___
Belém – Pará
UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
2001
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DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTO
VYGOTSKI
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a importância dos jogos e brincadeiras no
espaço do recreio mediante a entrevistas com crianças de 5 a 6 anos, observando suas
brincadeiras neste espaço. Adotou-se a pesquisa qualitativa e a realização de observação e
aplicação de questionário em uma turma de Jardim II que equivale a faixa etária de 5 anos e
contendo na turma 25 alunos; e alfabetização de 6 anos contendo 20 alunos na turma de uma
escola particular de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio da cidade de Belém. Os
resultados das entrevistas mostram que a preferência das crianças pelo espaço do recreio é
porque elas se sentem à vontade para brincar livremente podendo assim criar e recriar sem o
rigor da sala de aula. O estudo conclui que Educadores da Educação Infantil procurem se
aperfeiçoar mais sobre a importância dos jogos e brincadeiras para que possam melhor
contribuir na formação integral do desenvolvimento da criança, pois jogos e brincadeiras são
elementos de grande importância no processo de ensino-aprendizagem.
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SUMÁRIO
4.4. Relato das observações das brincadeiras das crianças no horário do recreio ....... 23
ANEXOS
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CAPÍTULO I. INTRODUÇÃO.
Sabemos que o campo pedagógico vem sofrendo muitas mudanças e com ele os
recursos didáticos especialmente os jogos e brincadeiras. A criança tendo o seu espaço livre
na hora do recreio, solta a sua imaginação e fantasia com suas brincadeiras prazerosas, porque
se sentem mais livres para brincar, conversar e até inventar suas próprias brincadeiras.
Vale ressaltar que os jogos não estão relacionados só com o ato de brincar e sim com o
desenvolvimento físico, afetivo, cognitivo, moral e social. Portanto é com o desenvolvimento
harmonioso e global da criança que o educador deverá interagir o lúdico através dos jogos e
brincadeiras como recursos pedagógicos acessível aos diversos níveis de ensino. No brincar,
aprendemos e ensinamos sobre o mundo em que vivemos e por esse motivo a brincadeira é a
forma como toda a criança inicia sua relação, com o mundo.
Sendo assim considero de vital importância que a ação pedagógica desenvolvida com
crianças da ed. infantil e ensino fundamental deva basear-se no respeito e no conhecimento de
suas características específicas.
Para evidenciar tal importância é que este trabalho tem como objetivos
2.1. O JOGO
No século XVII, o jogo exerceu um papel importante no que diz respeito às atividades
do cotidiano das crianças e cada etapa de seu desenvolvimento físico e mental, não
abandonam as brincadeiras que se perpetuam ao longo dos tempos. Segundo AIRES (1981)
“A criança abandona o traje da infância e sua educação é entregue aos cuidados do homem”.
É clara a forma rígida com que as crianças eram vistas naquela época. Controladas, eram
tratadas como adultos em miniatura.
O jogo educativo surge no século XVI, na Roma e Grécia Antiga onde Platão comenta
a idéia de “aprender brincando” fazendo assim oposição à utilização da violência e da
repressão. Desta mesma forma Aristóteles também para a educação de crianças atividades
sérias de ocupações adultas como uma maneira de preparo para a vida futura. Somente com o
Renascimento o jogo deixa de ser objeto de reprovação incorporando-se assim no cotidiano
dos jovens, não mais como diversão sim como tendência natural do ser humano. Desta forma
a criança como um ser dotado de natureza distinta do adulto chega ao século XVIII,
permitindo a criação e expansão de estabelecimentos para educar também as crianças.
Frobel indica o jogo livre como suporte da ação docente. E desta forma nasce o jogo
educativo
O jogo não pode ser visto de modo simplista, como uma mera ação de nomear.
Empregar um termo não é um ato solitário. Subentende todo um grupo social que a
compreende, fala e pensa da mesma forma. Portanto considerar que tenha um sentido dentro
de um contexto significa a emissão de uma hipótese, a aplicação de uma experiência ou de
uma categoria fornecida pela sociedade, vinculada pela língua quanto instrumento de cultura
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Diante de minha pesquisa pude observar que o lúdico é a alternativa para o ensino na
educação infantil pois penso que através das atividades livres que são feitas de forma
prazerosa utilizando-se de jogos e brincadeiras, desperta o interesse do aluno proporcionando
assim um melhor desenvolvimento no fator biológico, emocional, psicomotor, social,
simbólico dentre outros, formando assim pessoas, participantes, conscientes e críticas.
Através do jogo, a criança satisfaz suas necessidades interiores pelo prazer e esforço
espontâneo. O jogo por ser uma necessidade física e mental ele aciona e ativa as funções
psiconeurológicas e as operações mentais, estimulando assim o pensamento.
O jogo permite à criança a realizar o seu eu, construindo assim a sua personalidade
além de desenvolver a linguagem.
Quando a criança brinca, ela relaxa, aliviando assim as suas tensões, descarrega
energia assimilando a realidade do mundo em que vive.
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O ato de brincar segundo ALMEIDA (1990), “é algo natural na criança e por não ser
uma atividade sistematizada e estruturada acaba sendo a própria expressão de vida da
criança”.
Pelo devaneio ser composto de memória e imaginação é que Mario de Andrade apud
Faria, (1994) em “Vestida de Preto”, fala da alegria de soltar balões quando na verdade não o
fez. Neste sentido notamos que as memórias de infância enchem-nos de imaginações quando
nos deparamos com poemas como “Cai, cai balão, cai, cai balão, na Rua do Sabão!” (Manoel
Bandeira, 1986). Os desvaneios fazem voltar as lembranças da infância como também os
nossos sonhos, ideais e vontade.
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Como a poesia, os jogos infantis aguçam em nós o imaginário, a memória dos tempos
passados. Portanto o brinquedo está sempre ligado ao tempo de infância do adulto com
representações vinculadas pela memória e imaginação.
A palavra “brinquedo” não deve ser restrita à pluralidade de sentido dos jogos, pois
conota crianças e tem uma dimensão material, cultural e técnica. Enquanto objeto é sempre
suporte de brincadeira. E a brincadeira nada mais é do que a ação que a criança desenvolve ao
realizar as regras do jogo, ao mergulhar na ação lúdica.
sons na brincadeira, é perguntada por outra: “Você está chorando?” ao que responde: “Não,
estou engraçando!”.
Para Micotti apud Piaget (1987), em seus estudos sobre a linguagem infantil verificou
que grande proporção da mesma se classifica como egocêntrica e que a proporção é maior na
linguagem de crianças ao redor de quatro anos de idade, ou seja com o declínio do
egocentrismo se observa o aumento na comunicação. Dos 4 aos 5 ou 6 anos de idade, a
linguagem não exerce totalmente a função de comunicar o pensamento. Os procedimentos
indicam que a criança não se coloca no ponto de vista do ouvinte e centraliza esta atividade
em torno de si mesma. Este fenômeno é explicado como forma de prolongar a realidade em
atendimento aos próprios desejos ou seja os objetivos visados e não obtidos pela ação se
realizam em tempos verbais, em decorrência do conteúdo mágico e da fantasia que
acompanha a linguagem. Um outro jeito de explicar estes procedimentos seria em termos de
não estabelecimento de diferenciação completa entre as palavras e as ações. No monólogo, a
criança ainda não domina completamente a relação palavra e objeto, mescla palavrações e
ações.
Por outro lado, a linguagem socializada passa por certos estádios de desenvolvimento
de antes de chegar a um intercâmbio de pensamento, constituindo choque de afirmações
contrárias sem compreensão ou justificação; é só por volta dos 7 ou 8 anos que a discussão
passa a ser troca de pontos de vista, como, com esforço para explicar o próprio e compreender
o alheio.
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Por fim afirma Micotti (1987), os procedimentos que em geral caracterizam esta fase
desenvolvem-se intuitivamente em decorrência do egocentrismo deformador, isto é resultam
da centração do pensamento nos fins da própria atividade, não considerando todas as relações
em jogo. As relações admitidas são as referentes às atividades do sujeito, e não são
descentradas em um sistema de relações objetivas. Assim o pensamento intuitivo focaliza em
cada momento uma relação determinada e atinge o real em termos de sua aparência
perceptiva.
Há várias autores que descrevem o jogo como elemento da cultura relacionando-o aos
aspectos sociais como o prazer de jogar, “não – seriedade”, por não ter ligação com o dia-a-
dia, as regras existentes, a liberdade de jogar etc. Entretanto, outros autores como Vygotsky,
afirma que nem sempre o jogo assume essas características, obtendo em alguns casos o prazer
e o esforço para alcançar o objetivo da brincadeira. Em suas regras todo o jogo possui sua
característica marcante seja ela explícita ou implícita.
Segundo KISHIMOTO (1994) a criança quando brinca toma uma certa distância da
vida cotidiana, entretanto no mundo imaginário. Portanto assim como o brinquedo que
desperta a imaginação e a fantasia, o jogo tem na ação voluntária uma característica marcante.
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Ao brincar a criança mostra toda a sua sensibilidade ao duvidar daquilo que vê, que
pega. Segundo OLIVEIRA (1984), “brincando, ela nega o empirismo comum nos adultos.
Aquilo que é, não é”.
O brincar para a criança é fonte de vida, fantasia, interação entre o real e, o imaginário,
onde espontaneamente ela descobre o mundo que a cerca através de experimentação onde
muitas vezes transforma essa experimentação em brinquedos. Cada contexto social constrói
uma imagem de jogo e brincadeira conforme os seus valores e modo de vida, que se expressa
por meio da linguagem. O brinquedo sugere um mundo imaginário da criança e do adulto,
criador do objeto lúdico. Em se tratando da criança, o imaginário varia conforme a idade de 5
a 6 anos, integra predominantemente elementos da realidade.
A infância é tida como a idade do possível, podendo-se projetar sobre ela a esperança
de transformação social. Hoje também a imagem de infância é enriquecida, com o auxílio de
concepções psicológicas e pedagógicas que reconhecem o papel de jogos, brinquedos e
brincadeiras no desenvolvimento e na construção do conhecimento infantil. Em cada
brinquedo sempre se esconde uma relação educativa. Ao construir o seu próprio brinquedo, a
criança aprende a trabalhar e a transformar os seus elementos fornecidos pela natureza ou
materiais já elaborados, construindo assim um novo objeto, seu instrumento para brincar.
Quando a criança recebe um brinquedo pronto, nem sempre se conforma com o seu
significado explícito e fechado.
3.2. LOCAL: Na área livre do parque da escola particular de Educação Infantil e Ensino
Fundamental e Médio CESEP-Belém.
A escola fica localizada na Av. Pedro Miranda e atende a uma clientela de classe
média.
Esta escola possui um rol de entrada, um parque amplo com brinquedos diversos onde
as crianças brincam além de um espaço reservado pelas crianças para jogo de futebol e
queimada e uma casa feita de madeira que as crianças denominam de casa do “Tarzan” onde
elas geralmente brincam de faz de conta. As salas são em forma de malocas e se localizam em
volta do parque. Os banheiros se localizam dentro das salas. A lanchonete funciona no outro
bloco da escola pois a educação infantil é separada dos outros níveis de ensino.
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Procedimentos:
Fase II – Após a pesquisadora ter obtido o consentimento da direção da escola, foi aplicado o
questionário junto às professoras da escola. As professoras colaboraram com a pesquisadora,
não mostraram nenhuma resistência e responderam todas as perguntas.
Fase III – Após a aplicação do questionário, a pesquisadora passou para a fase de observação
das brincadeiras feitas crianças no horário do recreio. Nesta fase as crianças colaboraram
bastante e até houve disputa para ver quem era entrevistado ao ponto da professora ter que
intervir para amenizar a situação.
CRIANÇA RESPOSTAS
Neste quadro pôde ser observado que todas as crianças entrevistadas gostam de brincar
por vários motivos como: pelo espaço do parque, pelos colegas, pelos brinquedos etc.
CRIANÇA RESPOSTAS
Neste quadro observa-se que as crianças em suas brincadeiras favoritas brincam pelo
prazer que tais brincadeiras proporcionam. Portanto, quando a criança brinca, ela o faz de
modo bastante compenetrado, sem se preocupar com aquisição de conhecimentos.
CRIANÇA RESPOSTAS
02 Sim, panelada.
03 Sim, adivinhações.
05 Sim, joguinho.
CRIANÇA RESPOSTAS
02 É muito legal.
06 São legais.
08 Legais.
Através desta pergunta consegue-se constatar que as crianças gostam muito das
brincadeiras no horário do recreio porque na área aonde brincar tem atrativos como os
brinquedos e espaço amplo para que possam se movimentar melhor.
CRIANÇA RESPOSTAS
Para a maioria das crianças o recreio é de vital importância pois é neste espaço que
elas podem interagir de forma mais prazerosa.
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Pergunta nº 06: Você gostaria de sugerir algumas brincadeiras para horário do recreio?
CRIANÇA RESPOSTAS
02 Gostaria, basquete.
Neste quadro foram dadas sugestões para brincadeiras na hora do recreio. Observa-se
que as crianças nas sugestões voltam-se na sua maioria, para brincadeiras tradicionais.
Perguntas Respostas
2ª) Como você define jogos e Jogos e brincadeiras são ferramentas de trabalho
brincadeiras?
que estimulam o desenvolvimento infantil.
3ª) Na sua visão que importância tem os Os jogos e brincadeiras são importantes porque
garantem o aprendizado prazeroso, estimulando o
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jogos e brincadeiras na vida das crianças? interesse e participação das crianças em todas as
atividades.
5ª) De que forma são desenvolvidos os São contemplados pelo conhecimento de Mundo,
conteúdos programáticos na Educação Artes, Música, Matemática, linguagem oral e
Infantil? escrita.
6ª) Como você vê o uso dos jogos e Utilizando-se dos jogos e brincadeiras a criança
brincadeiras no trabalho com crianças estabelece contato consigo própria e com o outro,
pré-escolares? fator importante ao seu desenvolvimento social,
assim como ao desenvolvimento de habilidades,
atitudes e conceitos referentes as áreas de
conhecimento.
* Formação Profissional
( ) 1º grau
* Formação Profissional
( ) 1º grau
algum teórico que Maria Lúcia Thiessen, Ana Rosa Beal foi sobre este assunto.
discuta a etc.
importância do
lúdico na vida da
criança? Qual?
6ª) O que você Muito interessante, pois percebemos Vejo este momento como único, pois é
pensa sobre as que eles dramatizam, conversam naturalmente cedido o espaço para a
brincadeiras das livremente, reconstroem com os liberdade de expressão para que a
crianças no horário colegas regras para as brincadeiras, criança escolha seus companheiros e
do recreio? desenvolvem e enriquecem o ainda defina quais brincadeiras irá
vocabulário e estimula o respeito e a participar no grupo.
cooperação entre os coleginhas.
No quadro apresentado percebe-se que ambas professoras têm uma visão teórica da
importância dos jogos e brincadeiras na vida da criança. As duas afirmam usar jogos em salas
de aula e que os mesmos ajudam na aprendizagem da criança tornando a aula mais prazerosa.
Observei que no espaço do parque as professoras deixam os alunos mais à vontade e não
interferem quase em suas brincadeiras.
Constatei que a área do recreio é ampla, dando condições para que a criança possa
brincar com prazer. Possui espaços de areia para correrem, brincarem de bola etc. Também
possui uma área com balanças, escorrega, uma casinha de madeira que eles chamam de “casa
do Tarzan”, onde vivenciam em sua maioria brincadeiras dirigidas à sua família como: brincar
de mamãe e papai. Esta área também possui um globo de ferro, uma ponto de madeira e
maloquinhas onde geralmente elas levam livrinhos e histórias e brincam de professor.
— Bola de futebol
Durante as brincadeiras geralmente surgiam conflitos que eram resolvidos pelo próprio
grupo, geralmente pelo que mostrava mais liderança. Quando não chegavam a um acordo, os
conflitos eram levados à professora ou a auxiliar para amenizar a situação.
Foi observado que a criança vê o recreio como o horário de maior prazer na escola.
Quando elas saem das salas, elas correm como se estivessem presas e lhes foi dado a
liberdade naquele momento.
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As professoras não interferiam nas brincadeiras a menos que fossem solicitados pois
esse horário e exclusivo das crianças.
4.5. DISCUSSÃO
Macedo (1995, p. 10) “..., seria importante que se permitisse na escola que os meios,
ao menos por algum tempo, fossem os próprios fins das tarefas; que permitisse às crianças e
aos professores serem criativos, que tivessem prazer estético e conhecessem o gozo da
construção do conhecimento”.
Nas observações feitas nas turmas de Alfabetização e Jardim II, observeu-se o quanto
elas interagem nas brincadeiras, mesmo com idades diferenciadas pelas turmas. As crianças
maiores de 6 anos ajudam as de 5 anos que participam de todas as atividades propostas pelas
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O tempo parece não existir para eles, brincar como se o recreio não fosse acabar.
Segundo De Vries e Famiê (1991, p. 12) “... a proposta de jogos em grupo não é
advogada meramente para que as crianças aprendam a jogar determinados jogos. O que
importa é que o jogo proporcione um contexto estimulador da atividade mental da criança e
de sua capacidade de cooperação, seja ele jogado ou não de acordo com regras previamente
determinadas”.
As meninas assim como os meninos, brincam sem que a diferença de idade possam
interferir. Do mesmo modo que os meninos, há uma certa liderança por parte do grupo de
Alfabetização conduzindo assim as brincadeiras que são geralmente de boneca, faz de conta
(casinha), outras gostam de brincar de pira, amarelinha, queimada etc.
Assim, para Brougère (1995, p. 47) “Na brincadeira, a criança não se contenta em
desenvolver comportamentos, mas manipula as imagens, as significações simbólicas que
constituem uma parte da impregnação cultural à qual está submetida”.
Portanto de fundamental importância que se faça uma reflexão e análise para que os
jogos e brincadeiras proporcionem à criança o diálogo entre ela e o mundo. É importante
também ressaltar que a brincadeira é uma experiência de convívio, de troca, de interação,
socialização e aprendizagem, onde se manifesta não apenas entre crianças, mas em todos que
dela se dispuserem a participar.
As professoras de Alfabetização e Jardim II, dessa mesma escola, afirmam que através
do brincar a criança, vai aos poucos tomando contato com a realidade; na brincadeira ela
oscila entre o real e o simbólico e tenta descobrir sua própria identidade e a dos outros. Assim
como também influência na relação afetiva e educativa da criança.
Isto está presente nas palavras de Brougère (1995, p. 106) ao dizer que “Na verdade a
brincadeira dá testemunho da abertura e da invenção do possível, do qual ela é o espaço
potencial do surgimento. A brincadeira que pode às vezes, tornar-se uma escola de
conformismo social, de adequação às situações propostas, pode, do mesmo modo, tornar-se
um espaço de invenção, de curiosidade e de experiências diversificadas”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Devido a pouca importância que muitos professores dão a dimensão lúdica da criança
considerando os jogos e brincadeiras como perda de tempo é que tem sido negado essa
dimensão lúdica da criança. E isso porque a escola contribui de certa forma, atribuindo um
conceito para a sociedade de formar crianças somente para serem leitores e escritores,
satisfazendo assim o interesse dessa sociedade.
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Observei que no espaço do recreio a criança através das atividades lúdicas tem a
possibilidade de crescimento sócio-pessoal, pois quando uma criança brinca de maneira
participativa, procura satisfazer suas necessidades e expressa interesses espontâneos. E é na
valorização pelo professor do caráter lúdico e educativo dos jogos e brincadeiras é que o
espaço de sala de aula se torna adequado ao desenvolvimento da criança.
Por meio das brincadeiras os professores podem observar e constituir uma visão dos
processos de desenvolvimento das crianças em conjunto e de cada uma em particular,
registrando suas capacidades de uso das linguagens, assim como de suas capacidades sociais e
dos recursos afetivos e emocionais que dispõem.
Entretanto, pode-se utilizar os jogos, especialmente aqueles que possuem regras, como
atividades didáticas. Porém é fundamental que o professor tenha consciência que as crianças
não estarão brincando livremente nestas situações, pois há objetivos didáticos em questão.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, P. N. Educação lúdica técnicas e jogos pedagógicos. 8 ed. São Paulo: Loyola,
1990.
MACEDO, Lino de. Os jogos e sua importância na escola. Caderno de Pesquisa. São Paulo.
Nº 93. p. 5-10. Maio. Editora Cortez.
OLIVEIRA, Paulo de Salles. O que é brinquedo. Coleção Primeiros Passos. Ed. Brasiliense.
ANEXOS
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Perguntas Respostas
CRIANÇA RESPOSTAS
01
02
03
04
05
06
07
08
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CRIANÇA RESPOSTAS
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Pergunta nº 06: Você gostaria de sugerir algumas brincadeiras para horário do recreio?
CRIANÇA RESPOSTAS
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05
06
07
08
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As crianças formam grupos e tem sempre um que se destaca (o líder) para direcionar
as brincadeiras propondo ao grupo brincadeiras. O grupo é muito solidário.
As atividades que mais usam é o futebol para os meninos como foi dito anteriormente,
agrupando um número bem significativo em torno dessa atividade, é como se fosse uma aula
extra.
Para as meninas, o brincar de casinha do Tarzan (nome dado a uma enorme casa
construída no meio do parque) é o maior centro de interesse. Lá elas conversam geralmente
sobre família, escola ou delas mesmas.
Os materiais que mais usaram neste dia foram: a bola, boneca e sua própria
imaginação.
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Neste dia, foram observadas alguns meninos brincando de bola. O líder sempre tenta
resolver algum conflito que possa surgir durante o jogo.
Observei que mesmo com todo o entusiasmo da turma, a atividade recreativa feita pela
professora, tomou quase todo o espaço do recreio, restando 5 minutos para o recreio livre.
Houveram protestos por parte de alguns alunos.
A atividade feita pela professora envolveu tanto meninos como meninas, entrosando
assim os dois grupos que geralmente brincam separadas.
Neste dia foram feitas as entrevistas que podem ser observadas na metodologia deste
trabalho na parte de resultados. Foram feitas algumas perguntas com alguns alunos da turma
onde não houve embaraço para esses alunos responderem.
Todos queriam participar da entrevista dando o seu depoimento de como viam a hora
do recreio.
No geral eles gostam muito desse espaço por ser um momento livre, sem intervenção
do adulto.
Como não era possível entrevistar todos ao mesmo tempo. Com a ajuda da professora
as crianças voltaram sua atenção para as brincadeiras do parque só permanecendo um grupo
(o mais persistente) para a entrevista.
Os materiais usados neste dia foram: máquina de fotografar, papel, caneta e gravador.
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Neste dia há um conflito entre as equipes pois um aluno foi empurrado pelo outro que
pegou a bola e não quis mais que o jogo continuasse. O problema foi contornado pela
estagiária que estava presente e conversou com os dois.
Um grupo brinca no parque no balanço e fazem uma aposta entre eles, de quem
balança mais alto. A brincadeira para quando a professora interrompe alegando que eles
podem cair.
51
As crianças saem correndo para o parque. Uns correm para os brinquedos do parque
(meninos e meninas) outros para o campinho de futebol e outros para um enorme carro feito
de madeira onde eles simulam que estão em um ônibus.
Outro grupo parece esquecer-se do tempo brincando com baldes de areia. Eles
simulam um aniversário e me convidam para cantar o parabéns.
Os materiais utilizados neste dia foram: bonecas, baldes, bola, brinquedos do parque e
um carro de madeira.
Neste dia foi aplicado os questionários onde as crianças responderam com entusiasmo
as perguntas feitas. Expressando sua opinião e reivindicando um horário mais longo na hora
do recreio. Os questionários podem ser observados na metodologia deste trabalho na parte de
resultados.
O material usado neste dia foi: bola, bonecos, máquina de fotografar, caneta e papel.