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PROJETO DE REABILITAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS DO SISTEMA CANTAREIRA

Déborah Maria Ciarelli


Biólogo da Divisão de Proteção de Recursos Hídricos da Sabesp.
Edson Kazuhiro Nochi
Tecnólogo do Departamento de Produção Sul da Sabesp.
José Marcos Petriche Pinho
Engenheiro da Divisão de Proteção de Recursos Hídricos da Sabesp.
Maurício Alexandre Mennella
Biólogo da Divisão de Proteção de Recursos Hídricos da Sabesp.
Hélio Luiz Castro (*)
Engenheiro sanitarista formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1995, mestrando em Recursos
Hídricos pela Universidade de São Paulo ocupando a gerência da Divisão de Proteção de Recursos Hídricos da Sabesp.
Rua Costa Carvalho, 300 – Pinheiros - São Paulo – SP - CEP 05429-900 – Brasil Tel.: 055 11 3388-8364 055 11 3388-
8707 Fax: 055 11 3815-0143. E-mail: heliolcastro@sabesp.com.br

RESUMO

O Sistema Cantareira produz 33 m3/s de água, através da reversão das águas, que nascem em Minas Gerais e
naturalmente seguiam em direção à região de Piracicaba, para abastecer mais de 50% da população da Região
Metropolitana de São Paulo – RMSP.
Este Sistema Produtor de Água começou a ser construído em 1967, para atender a uma demanda crescente de água da
RMSP, pois no ano de 1970, a mortalidade infantil chegara a índices alarmantes: 81,3 por mil crianças nascidas vivas,
antes de atingirem o primeiro ano de vida.
Para a construção das barragens de terra que formam o Sistema Cantareira, foram retiradas as camadas de argila de
diversas jazidas próximas às obras, desprezando e descartando toda a camada de solo fértil, dando origem às
denominadas áreas de empréstimo, que juntas, totalizam aproximadamente 217 hectares de área total.
Em 1994, a Sabesp firma um acordo com o Ministério Público no sentido de recuperar os danos causados, elaborando
para isso, um projeto de recuperação ambiental para ser implantado nas áreas degradadas do Sistema Cantareira.
Com o início do presente Projeto, a Sabesp conseguiu reverter este quadro que prejudicava sua imagem junto à
sociedade, para uma situação bastante confortável, chegando a ser premiada pela Associação Brasileira dos Dirigentes
de Marketing – ADBV: em 1997, com o prêmio Top de Ecologia e em 1998 com o Super Top de Ecologia.
Os esforços empreendidos apresentam resultados bastante promissores, porém uma única intervenção, sem um forte
compromisso com a continuidade na manutenção dessas áreas, compromete seriamente a consolidação dos trabalhos
desenvolvidos até o momento, podendo até mesmo ocasionar o retrocesso das ações, culminando na perda de todos os
recursos financeiros empregados no desenvolvimento deste projeto.

Palavras chaves: degradação, recuperação, reflorestamento, áreas de empréstimo, viveiros.

INTRODUÇÃO

As obras do Sistema Cantareira tiveram início em 1967, pelo extinto DAE, com o objetivo de atender a uma demanda
crescente de água da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, na tentativa de reverter a dramática situação dos
índices de mortalidade infantil. Explica-se, no ano de 1970, a mortalidade infantil chegou a índices alarmantes: 81,3 por
mil crianças nascidas vivas, antes de atingirem o primeiro ano de vida (Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo. Revista Ligação, Especial, set/out de 2000).

Através do Sistema Cantareira, as águas, que nascem em Minas Gerais e que naturalmente seguiam em direção à região
de Piracicaba, são revertidas para a RMSP, abastecendo de mais de 50% da população daquela região.
Para a construção das barragens de terra que formam as represas do Sistema Cantareira, foram utilizadas camadas de
argila, retiradas de diversas jazidas próximas às obras, hoje denominadas áreas de empréstimo, que juntas, totalizam
aproximadamente 217 hectares de área total, sendo que toda a camada de solo fértil dessas áreas foi desprezada e
descartada.

Desde a época da construção das barragens de terra até meados do ano 1996, essas áreas ficaram desprovidas de
qualquer tipo de proteção vegetal, totalmente expostas às intempéries e sujeitas a formação de erosões laminares, que
por sua vez evoluíram para imensas voçorocas.

Em 1994, a Sabesp elaborou e submeteu à aprovação do Ministério Público, um projeto de recuperação ambiental para
ser implantado nas áreas degradadas do Sistema Cantareira, firmando dessa forma um Acordo Judicial. Nasce daí, o
Projeto de Reabilitação das Áreas Degradadas do Sistema Cantareira, que começa a ser implantado em meados de 1996.

O PROJETO

Em 1996, começa a ser implantado o Projeto de Reabilitação das Áreas Degradadas do Sistema Cantareira.

Considerando-se apenas os aspectos econômicos para a implantação de um Projeto de Reabilitação de Áreas


Degradadas, provavelmente optaria-se pelos projetos convencionais de reflorestamento, através da monocultura. Porém
o objetivo não é apenas verificar a viabilidade econômica e técnica, existem sérios compromissos com a qualidade e
quantidade de água produzida para o consumo humano, além da preocupação com a minimização dos impactos
ambientais causados quando da construção de barragens e represas. Sob essa perspectiva e sabendo-se que os
reflorestamentos de culturas monoespecíficas são responsabilizados por causarem distúrbios ambientais de difícil
recuperação, optou-se então pela implantação de um projeto de plantio misto, consorciando-se espécies exóticas e
nativas, para o Sistema Cantareira.

OBJETIVOS E METAS

Os objetivos do referido projeto são: o atendimento aos compromissos assumidos pela Sabesp junto ao Ministério
Público; manter os viveiros florestais produzindo mudas de plantas de espécies nativas e exóticas para atender às
demandas deste projeto e incentivar e promover o desenvolvimento de ações voltadas à educação ambiental que
sensibilizem as comunidades locais sobre a importância da preservação ambiental.

As metas do referido projeto são promover a reabilitação ambiental das 13 áreas de empréstimo localizadas no Sistema
Cantareira, que juntas totalizam 217 hectares de área total e adequar as estruturas existentes para o recebimento de
visitas, promovendo a aproximação da Sabesp com as comunidades locais.

METODOLOGIA

A metodologia adotada é resultado de experiências de campo anteriormente conduzidas pela Sabesp nas próprias áreas
de empréstimo. A partir dessas experiências, concluiu-se pela condução da reabilitação ambiental dessas áreas em duas
fases consecutivas e interdependentes, quais sejam:
1ª Fase (Práticas Agronômicas e Recuperação Vegetal).
2ª Fase (Implantação Florestal e Paisagística).

I) 1ª Fase (Práticas Agronômicas e Recuperação Vegetal)


A 1ª fase deste projeto é fundamental para o sucesso da recuperação das áreas de empréstimo. Caracteriza-se pela
aplicação de práticas e técnicas agronômicas consagradas, promovedoras da cobertura vegetal, visando a restauração e
estabilização do relevo e melhoria do potencial produtivo, com a recuperação da função química, física e biológica do
solo (reciclagem de nutrientes, aumento da infiltração e armazenamento de água e aumento da ação microbiológica no
solo), suporte para a Implantação Florestal (2ª fase).

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II) 2ª Fase (Implantação Florestal e Paisagística)
A 2ª fase caracteriza-se pela implantação florestal e paisagística, visando a recomposição ecológica e estética das áreas
degradadas, valendo-se basicamente de três modelos de reflorestamento que deverão ter o seu início condicionado ao
andamento, desenvolvimento e sucesso das operações da 1ª fase.
Os modelos propostos e que estão sendo efetivamente adotados, depois de analisados os resultados obtidos na 1ª fase,
são:
MODELO 1 - Plantio Heterogêneo de Espécies Arbóreas e Arbustivas de Ocorrência Natural na Região (Espécies
Nativas);
MODELO 2 - Plantio Associado (Espécies Nativas e Exóticas) e
MODELO 3 - Plantio Homogêneo (ou Associado) de Espécies Exóticas.

EVOLUÇÃO DO PROJETO

Desde a época da construção das barragens do Sistema Cantareira até o ano de 1996, não foram feitas intervenções nas
áreas de empréstimo, tornando-as inóspitas, impossibilitando a reinstalação de vegetação e consequentemente da fauna.
O solo desprovido da proteção vegetal, e exposto às intempéries, tornou-se suscetível às erosões laminares, culminando
no aparecimento de erosões enormes denominadas voçorocas.

A partir do início da implantação do presente Projeto, a Sabesp promoveu uma forte intervenção nessas áreas degradadas
do Sistema Cantareira, resultando na implantação da primeira etapa deste Projeto, cujos resultados parciais podem
facilmente comprovados pelos relatórios de andamento que foram encaminhados ao Ministério Público (Relatórios da
Sabesp nº 1, 2 e 3, referentes ao Projeto de Reabilitação das Áreas degradadas do Sistema Cantareira).

Recuperação ambiental deve ser entendido como ato de dotar os locais a serem trabalhados com os meios
autoregenerativos para obtenção de ganhos multiplicadores dos processos naturais, que possibilitem estabelecer
condições adequadas para a instalação e evolução de processos de regeneração da vegetação e de repovoamento da
fauna, a princípio, de forma induzida, e posteriormente de modo natural através de:
Restauração e estabilização do relevo mediante o emprego de obras civis de pequeno porte.
Restauração das capacidades físicas do solo.
Restauração das capacidades químicas do solo.
Restauração das atividades biológicas do solo.
Restauração do banco de sementes do solo.
Indução dos processos de regeneração natural.
Enriquecimento florestal como indutor e acelerador da sucessão ecológica e corretor das características cênicas
indesejáveis, conferindo melhorias estéticas e estabilidade à comunidade formadora do ecossistema.
Formação de “habitat” de espécies da fauna local.
Formação de banco genético de essências de ocorrência regional, privilegiando a diversidade de espécies.

Após a implantação dos primeiros trabalhos foi possível identificar os pontos de maior fragilidade que necessitam de
intervenções diferenciadas, através da utilização de sistemas de drenagem e de contenção de erosões mais apropriados a
esses casos específicos.

Para esses casos específicos foram contratados os serviços de especialistas para elaboração de projetos executivos de
drenagem e contenção de erosões.

Com o término do contrato referente à 1ª etapa do “Projeto de Recuperação das Áreas Degradadas”, em setembro de
1998, ocorreu a paralização das obras de recuperação destas áreas. Devido as fortes chuvas ocorridas no verão,
ressurgiram as erosões e, com a impossibilidade de manutenção imediata, em função das contenções financeiras
impostas pela Sabesp, essas erosões encontraram condições adequadas para evoluírem e formarem novas voçorocas,
ocasionando um grande retrocesso no estágio dos trabalhos já desenvolvidos.

Após a normalização do fluxo de desembolso no contrato subsequente (2ª etapa), retomou-se o ritmo dos trabalhos,
buscando solucionar os problemas advindos do período anterior. Foi necessário buscar alternativas viáveis técnica e

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economicamente. Assim sendo, contratou-se: a elaboração de projetos de drenagem e serviços de consultoria para
avaliar ambientalmente a implantanção do Projeto de Reabilitação das Áreas Degradadas do Sistema Cantareira.

Para o sistema de drenagem, considerando cada situação específica, foi indicada a implantação de escadas hidráulicas.
Como sistemas alternativos estão sendo utilizados: o gabião, as paliçadas, entre outros, para a contenção de erosões e
evitar possíveis escorregamentos de terra e danos a terceiros.

Como mecanismos complementares optou-se por utilizar técnica de plantio em sulcos, com a finalidade de criar
rugosidade no terreno, dificultando o caminhamento das águas e, consequentemente, diminuindo a velocidade de
escoamento das águas, obtém-se também como benefício a retenção da umidade próxima às mudas plantadas e aumento
da produtividade no plantio.

Atualmente, todas as áreas degradadas estão sendo trabalhadas e encontram-se em diferentes estágios de evolução do
Projeto. Em síntese, até o momento todas as áreas foram objeto de intervenções mecânicas, com todos os terrenos
regularizados, as erosões e voçorocas foram controladas através de serviços de terraplenagem e aplicação de técnicas de
drenagem apropriadas ao relevo e ao clima local, além do plantio de aproximadamente 300.000 mudas, até o momento.

As atividades nas áreas de empréstimo deverão se concentrar nas manutenções e no adensamento dos plantios, visando
agilizar o “fechamento” dessas áreas.

CONCLUSÕES

Todas as ações empreendidas para o desenvolvimento deste trabalho tem contado com o apoio e comprometimento dos
técnicos tanto da Divisão de Proteção de Recursos Hídricos da Produção – AAHP quanto com da Divisão do Sistema
Santa Inês - AANI. Sem este comprometimento não seria possível criar as condições mínimas necessárias para a plena
implantação deste projeto.

Cabe ressaltar a importância da construção do Sistema Produtor de Água Cantareira que possibilitou uma melhoria na
qualidade de vida da população da Região Metropolitana de São Paulo – RMSP, reduzindo substancialmente a taxa de
mortalidade infantil, uma vez que, em 1973, o índice de mortalidade infantil chegara a um número de 87 crianças mortas
em cada grupo de mil que nasciam vivas.

Caso algumas providências tivessem sido tomadas logo após a conclusão das obras de construção do Sistema Cantareira,
certamente os problemas advindos dessas obras teriam sido minimizados, o que também reduziria a necessidade de
aporte de recursos financeiros para a recuperação ambiental dessas áreas.

Todos os trabalhos que estão sendo desenvolvidos, tanto nas áreas de empréstimo quanto nos viveiros florestais, têm
sido direcionados para a consolidação do Jardim Botânico das Águas do Piracicaba e de São Paulo e para promover a
aproximação da Sabesp com as comunidades locais, principalmente através da educação sanitária e ambiental,
procurando disseminar a importância da preservação ambiental e com isso obter o comprometimento das pessoas com
nossos projetos.

Um exemplo prático da importância de trabalhos voltados à conscientização das pessoas: as áreas de empréstimo são
suscetíveis a incêndios, muitos deles são provocados pelos próprios vizinhos. Através da conscientização busca-se a
parceria com nossos vizinhos, minimizando conflitos e evitando-se assim prejuízos e riscos.

Os esforços empreendidos apresentam resultados bastante promissores, porém uma única intervenção, sem a
continuidade na manutenção compromete seriamente a consolidação dos trabalhos desenvolvidos até o momento.

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Figura 01: Terraplenagem para construção da Figura 02: Construção da barragem do Jaguari (25-
barragem do Jaguari (12-04-80) 08-81)

Figura 03: Vista geral da Área de Empréstimo nº 10 Figura 04: Vista geral da Área de Empréstimo nº 12
(1996). (1996).

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Figura 05: Área de Empréstimo nº 2 – Voçoroca (1992). Figura 06: Voçorocas (1996).

Figura 07: Área de Empréstimo nº 5 – Aterro de Figura 08: Área de Empréstimo nº 5 - Aterro de
voçoroca (novembro de 1996). voçoroca (1996).

Figura 09: Área de Empréstimo nº 5 – reconfiguração Figura 10: Área de Empréstimo nº 5 - reabilitação
do terreno (1997). (1997).

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Figura11: Vista geral da Área de Empréstimo nº 5 Figura 12: Vista geral da Área de Empréstimo nº 5 e 6
(março de 1998). (junho de 1999).

Figura 13: Vista geral da Área de Empréstimo nº 9 Figura 14: Área de Empréstimo nº 9 (março de 1999)
(junho de 1999)

Figura 15: Área de Empréstimo nº 9 - detalhe das Figura 16: Área de Empréstimo nº 1 - detalhe do
mudas plantadas (dezembro de 1998) plantio das mudas (outubro de 2000)

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