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Efeito do Nim ISSN - 0100-9508

(Azadirachta indica)
sobre Oídio e Antracnose

IAPAR/INFORME DA PESQUISA Nº 155 - AGOSTO/08


ROBERTO REQUIÃO
Governador do Estado do Paraná

VALTER BIANCHINI
Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - IAPAR

JOSÉ AUGUSTO TEIXEIRA DE FREITAS PICHETH


Diretor-Presidente

ARNALDO COLOZZI FILHO


Diretor Técnico-Científico

ALTAIR SEBASTIÃO DORIGO


Diretor de Administração e Finanças

MARIA LÚCIA CROCHEMORE


Diretora de Gestão de Pessoas
Informe da Pesquisa nº 155 ISSN 0100-9508
agosto/08

Efeito do Nim (Azadirachta indica)


sobre Oídio e Antracnose
Solange Monteiro de Toledo Piza Gomes Carneiro

INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ - LONDRINA-PR


INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ

COMITÊ EDITORIAL
Séphora Cloé Rezende Cordeiro
Sueli Souza Martinez - Editora Executiva
Telma Passini
EDITORAÇÃO/REVISÃO
Sueli Souza Martinez
DIAGRAMAÇÃO/CAPA
Devanir de Souza Moraes

DISTRIBUIÇÃO
Área de Difusão de Tecnologia - ADT
adt@iapar.br / (43) 3376-2373
Tiragem: 2.000 exemplares

Impresso na Gráfica do IAPAR.

Todos os direitos reservados.


É permitida a reprodução parcial, desde que citada a fonte.
É proibida a reprodução total desta obra.

Impresso no Brasil / Printed in Brazil


2008
Sumário

Apresentação ........................................................................................ 5
Descrição dos subprodutos avaliados .................................................. 5
Efeito do nim sobre o oídio do tomateiro .............................................. 6
Efeito do nim sobre o oídio do feijoeiro ................................................. 8
Efeito do nim sobre a antracnose do feijoeiro ..................................... 10
Considerações finais ........................................................................... 11
Referências ......................................................................................... 13
Efeito do Nim (Azadirachta indica) sobre Oídio e Antracnose

Apresentação
O nim, Azadirachta indica A. Jussieu, árvore da família Meliaceae, é
conhecido há séculos, principalmente na Índia, por sua ação medicinal, e nas
últimas décadas seu estudo tem se difundido devido às substâncias inseticidas
presentes nas folhas e frutos. Dentre os mais de 40 terpenóides já identificados
na planta que possuem ação contra insetos, a azadiractina é o composto mais
eficiente [MORDUE(LUNTZ) & NISBET, 2000; SCHMUTTERER, 1995]. Esses
compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados, e
persistência bastante curta no ambiente. O plantio do nim está crescendo
rapidamente no Brasil, com o objetivo de exploração da madeira e também
para a produção de folhas e frutos, de onde se retira a matéria prima para
produtos inseticidas, para uso medicinal, veterinário ou na indústria de
cosméticos (MARTINEZ, 2002).
Além dos diversos usos já citados, o nim tem apresentado potencial
para o controle de patógenos de plantas, e tem sido estudado para essa
finalidade por pesquisadores de alguns países (CARNEIRO, 2002). Porém, a
maioria dos trabalhos publicados visou o controle de doenças em culturas
importantes na Europa e Ásia, sendo poucos os estudos em espécies de
interesse para Brasil. Considerando que o efeito do nim sobre fungos é variável
e depende, entre outros fatores, da dose, da época de pulverização, do
patógeno alvo e da forma de extração/produção do subproduto do nim, foram
realizados estudos no IAPAR para obter informações sobre a eficiência do nim
no controle de algumas doenças, nas culturas do feijoeiro e do tomateiro em
casa de vegetação.

Descrição dos
subprodutos avaliados
Extrato de sementes. As sementes foram trituradas em liqüidificador
com água e deixadas em repouso por 20 horas. Após esse período, a calda foi
agitada, filtrada e diluída nas proporções de 35, 25 ou 15 g de sementes/l de água.

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Informe da Pesquisa 155

Extrato de folhas. Folhas verdes, recém coletadas foram lavadas e


trituradas com água em liqüidificador. Após 20 horas, a calda foi agitada, filtrada
e diluída nas concentrações de 16, 8, 4, ou 2%.

Óleo. Foi utilizado óleo emulsionável de sementes de nim em


concentrações entre 0,25% e 2,0%.

Efeito do nim sobre o


oídio do tomateiro
O oídio do tomateiro, causado pelo fungo Oidium lycopersici, é uma
doença relativamente comum, caracterizando-se pela formação de estruturas
de cor branca a cinza nos folíolos (Fig. 1), pecíolos e caule e posterior
amarelecimento das áreas afetadas.

Figura 1. Folhas de tomateiro com sintomas de oídio.

Efeito do óleo emulsionável. Plantas de tomateiro, cultivar Santa Clara


Miss Brasil foram pulverizadas com óleo de nim nas concentrações de 0; 0,25;
0,5; 1,0 e 2,0% quando apresentavam os primeiros sintomas de oídio, e quatro
dias após foi realizada uma segunda pulverização.

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Efeito do Nim (Azadirachta indica) sobre Oídio e Antracnose

Todas as concentrações do óleo de nim foram eficientes no controle do


oídio e mantiveram a porcentagem de área foliar com sintomas igual ou inferior
a 1%. As plantas da testemunha (pulverizadas com água) apresentaram mais
de 23% de área foliar com sintomas ao final do experimento (Fig. 2).

30
0
0,25%
0,5%
% Área fo ar afetada

20 1,0%
2,0%

10

0
3 4 5 6 7
Dias após a primeira pulverização

Figura 2. Efeito do óleo emulsionável de nim sobre a severidade do oídio do tomateiro. 0%; 0,25%,
0,5%, 1,0% e 2,0% = concentrações de óleo de nim utilizadas. A flecha indica o dia da segunda
pulverização.

Efeito do extrato de folhas. Neste experimento as plantas foram


pulverizadas com o extrato aquoso de folhas de nim, nas concentrações
de 0, 2, 4, 8 e 16%. O extrato foi aplicado sobre o tomateiro após o
surgimento dos primeiros sintomas, e a segunda pulverização foi realizada
quatro dias após a primeira.

O extrato de folhas foi pouco eficiente no controle do oídio nas menores


doses, melhorando com o aumento da concentração (Fig. 3). Na concentração
de 16% o extrato ficou muito espesso, o que dificultou a pulverização, além de
apresentar ação fitotóxica sobre o tomateiro.

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Informe da Pesquisa 155

16
0
2%
4%
12

% Área fo ar afetada
8%
16%

0
3 4 5 6 7
Dias após a primeira pulverização

Figura 3. Efeito do extrato de folhas de nim sobre a severidade do oídio do tomateiro. 0 = 0%; 2%,
4%, 8%, 16% são as concentrações do extrato de folhas utilizadas. A flecha indica o dia da segunda
pulverização dos tratamentos.

Efeito do nim sobre o


oídio do feijoeiro
O oídio do feijoeiro, causado pelo fungo Erysiphe polygoni, pode afetar
toda a parte aérea da planta, que fica coberta por um crescimento branco e
pulverulento (Fig. 4), constituído por micélio e esporos do fungo.

Efeito do óleo emulsionável. A eficiência do óleo de nim no controle


do oídio do feijoeiro foi avaliada em um grupo de plantas da cultivar IAPAR-31
que apresentavam o mesmo nível de infecção por Erysiphe polygoni (Fig. 5A).
As plantas foram divididas em cinco grupos e cada grupo foi pulverizado com
um dos tratamentos: óleo de nim nas concentrações de 0,5; 1,0 ou 2,0%,
água ou o fungicida triforine, indicado para o controle de oídio em feijoeiro.

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Efeito do Nim (Azadirachta indica) sobre Oídio e Antracnose

Figura 4. Oídio em folhas de feijoeiro.

Na avaliação realizada após o tratamento das plantas, o efeito do óleo


de nim nas três concentrações testadas foi semelhante ao do triforine no
controle do oídio (Fig. 5B), tendo reduzido em aproximadamente 77% o número
de manchas de oídio/folha.

4 A
Nº de manchas / fo ha

a a
3 a

a a
2

0
4 B
Nº de manchas / fo ha

3
a

b b b
1 b

0
Água 4 ml/l 0,5% 1,0% 2,0%
Triforine Óleo de nim

Figura 5. Efeito do óleo de nim aplicado após o surgimento dos sintomas sobre o número de
manchas de oídio/folha em feijoeiro. A: Avaliação antes da pulverização; B: Avaliação dois dias
após a pulverização. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

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Informe da Pesquisa 155

Efeito do extrato de sementes. O extrato de sementes de nim nas


proporções de 35, 25 ou 15 g/l, foi pulverizado sobre o feijoeiro 48 horas antes
ou 24 horas após a inoculação de E. polygoni. A avaliação foi realizada 13
dias após a inoculação do fungo, através da contagem do número de manchas
de oídio em cada folha das plantas tratadas ou da estimativa da severidade.
O extrato de sementes de nim foi eficiente no controle do oídio nas duas
épocas de pulverização (Tabela 1). Quando aplicado antes da inoculação, as
três concentrações foram semelhantes entre si no controle da doença, e desse
modo, a concentração de 15 g de sementes/l de água mostrou-se mais
adequada por ser mais econômica. Quando o extrato de sementes foi
pulverizado após a inoculação, as três concentrações foram tão eficientes
quanto o fungicida. O extrato de sementes reduziu os sintomas de oídio em
aproximadamente 90% nos dois testes, mostrando a possibilidade do emprego
das sementes de nim para controle deste patógeno.

Tabela 1. Efeito do extrato de sementes de nim sobre o oídio do feijoeiro em duas


épocas de pulverização. I: pulverização 48h antes da inoculação. II: pulverização 24h
após a inoculação.

Nº de manchas / folha Sev


Tratamentos
I
Água 8,88 a
Fungicida triforine a 4ml/l 0,00 c
Extrato de sementes a 35 g/l 1,84 b
Extrato de sementes a 25 g/l 1,52 b
Extrato de sementes a 15 g/l 1,38 b
Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%.

Efeito do nim sobre a


antracnose do feijoeiro
A antracnose do feijoeiro, causada pelo fungo Colletotrichum
lindemuthianum, causa lesões necróticas nas nervuras das folhas, podendo
afetar também pecíolos, ramos e vagens (Fig. 6).

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Efeito do Nim (Azadirachta indica) sobre Oídio e Antracnose

Figura 6. Antracnose em vagens e folha de feijoeiro.

O óleo de nim foi avaliado nas concentrações de 0,5, 1,0 ou 1,5% para
o controle da antracnose em plantas da cultivar Carioca. Os tratamentos foram
pulverizados em três épocas antes ou após a inoculação do patógeno, porém
nenhum deles foi eficiente no controle da doença.

Considerações finais
Os resultados obtidos no controle do oídio do tomateiro e do oídio do
feijoeiro estão de acordo com relatos de outros autores, que mostraram a
ação do nim sobre outros oídios (PRITHIVIRAJ et al., 1998; SINDHAN et al.,
1999; STEINHAUER, 1999). Por outro lado, o nim não controlou a antracnose
do feijoeiro neste experimento.

A ação do nim sobre fungos é muito variável e depende de vários fatores,


como já citado. É sabido que a composição química das sementes pode variar,
e de fato varia com a localização geográfica do plantio e o biótipo da planta,
além das condições ambientais nas quais o material foi cultivado. Assim,
torna-se difícil comparar os resultados obtidos por pesquisadores de locais
diferentes, que avaliam preparados de várias purezas e composições. Por
exemplo, a ação do nim no controle da requeima do tomateiro, causada por
Phytophthora infestans, foi considerada ineficiente por ROVESTI et al. (1992)
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Informe da Pesquisa 155

e promissora por DINIZ et al. (2006). Contudo, é bem estabelecido que o nim
possui compostos biologicamente ativos e que muitos fungos fitopatogênicos
apresentam sensibilidade a eles. Encontrar a forma de utilizar essa
sensibilidade, de modo que a doença seja controlada sem afetar negativamente
a planta hospedeira e integrando com outras medidas alternativas de controle
de doenças, é o desafio.

Foram observados sintomas de fitotoxicidade em plantas de feijoeiro


quando o óleo de nim foi aplicado em doses acima de 1%, com algumas plantas
apresentando folhas encarquilhadas (CARNEIRO et al., 2007). O extrato de
sementes na concentração de 35 g/l produziu leve encarquilhamento das folhas
em algumas plantas. No tomateiro, o óleo emulsionável a 1% e principalmente
2% resultou em fitotoxicidade, que se manifestou como encarquilhamento e
manchas necróticas nas folhas (CARNEIRO, 2003). A reação depende da
espécie vegetal, sua idade e fase de desenvolvimento, mas tem sido relatada
em algumas culturas quando se testaram concentrações acima de 1% ou 2%,
dependendo do trabalho (MARTINEZ, 2002). Além disso, não existem
informações sobre possíveis efeitos fitotóxicos do nim sobre os tecidos florais.

Como foi demonstrado pelo estudo, o nim apresentou, nas condições


em que os experimentos foram realizados, controle do oídio do tomateiro e do
feijoeiro. O óleo de nim a 0,25% e 0,5% controlou o oídio do tomateiro e a
0,5% controlou o oídio do feijoeiro, sem provocar fitotoxicidade. O extrato de
folhas de nim não foi eficiente no controle do oídio do tomateiro, mas o extrato
de sementes de nim controlou o oídio do feijoeiro, sendo que as doses de 15
e 25 g/l não foram fitotóxicas. Por outro lado, o óleo emulsionável de nim não
controlou a antracnose do feijoeiro nos dois testes realizados (PIGNONI &
CARNEIRO, 2005). Esses resultados foram obtidos em casa de vegetação e
mostram o potencial de A. indica no controle do oídio do feijoeiro e do tomateiro.
No entanto, outros testes precisam ser realizados em campo, pois sabe-se
que a eficiência do nim pode ser reduzida quando o mesmo é exposto a
condições de altas temperaturas e à radiação solar (MARTINEZ, 2002).

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Efeito do Nim (Azadirachta indica) sobre Oídio e Antracnose

Referências
CARNEIRO, S.M. de T.P.G. Ação do nim sobre fungos fitopatogênicos. In:
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produção. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 2002. p. 59-64.

CARNEIRO, S.M. de T.P.G. Efeito de extratos de folhas e do óleo de nim


sobre o oídio do tomateiro. Summa Phytopathologica, v.29, n. 3, p. 262-
265, 2003.

CARNEIRO, S.M. de T.P.G.; PIGNONI, E.; VASCONCELLOS, M.E. DA C.;


GOMES, J.C. Eficácia de extratos de nim para o controle do oídio do
feijoeiro. Summa Phytopathologica, v. 33, n. 1, p. 34-39, 2007.

DINIZ, L.P.; MAFFIA, L.A.; DHINGRA, O.D.; CASALI, V.W.D.; SANTOS,


R.H.S.; MIZUBUTI, E.S.G. Avaliação de produtos alternativos para controle
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MARTINEZ, S. S. Composição do nim. In: Martinez, S.S. O Nim –


Azadirachta indica: natureza, usos múltiplos, produção. Londrina:
Instituto Agronômico do Paraná, 2002. p. 23-30.

MORDUE(LUNTZ), A. J.& NISBET, A.J. 2000. Azadirachtin from the neem


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PIGNONI, E. & CARNEIRO, S.M. de T.P.G. Severidade da antracnose em


feijoeiro e pinta preta em tomateiro sob diferentes concentrações de óleo de
nim em casa de vegetação. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, v. 8,
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PRITHIVIRAJ, B., U.P. SINGH, K.P. SINGH & K. PLANK-SCHUMACHER.


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Pflanzenkrankheiten und Pflanzenschutz, v. 105, n. 3, p. 274-278.

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Informe da Pesquisa 155

ROVESTI, L., S. DI MARCO & D. PANCALDI. 1992. Effect of neem kernel


extract on some phytopathogenic fungi under greenhouse conditions.
Zeitschrift für Pflanzenkrankheiten und Pflanzenschutz, v. 99, n. 3, p.
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SCHMUTTERER, H. (Ed.). The neem tree Azadirachta indica A. Juss.


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SINDHAN, G.S., I. HOODA & R.D. PARASHAR. 1999. Evaluation of plant


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STEINHAUER, B. 1999. Possible ways of using the neem tree to control


phytopathogenic fungi. Plant Research and Development, v. 50, p. 83-92.

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