Sei sulla pagina 1di 36
Capitulo 3 O aprendizado pluralista: aprendendo num mundo democratico hornet ee enemnereneeemnerei d Parte | A jornada rumo a singularidade pessoal Perdendo-se Quando tinha li os meus 17 anos, tiz uma das minhas muitas ¢: minhadas pel: s dunas de areia ao norte de Hadera, Levei comigo meus binéculos, com o plano de observa quente e desga ros pa saros da regido. Era um dia stante. Grios de areia colavam na minha pele, o suor escorria pelo rosto, estava com sede € nao conseguia sentir o mesmo prazer que eu costumava sentir observando p: ssaros. Chateado e decepcionade, resolvi voltar para casa e segui para a diregio Oeste, indo rumo Aestrada, Eu conhecia bem o caminho, mas, irritado pela combinagio de transpira impaciéncia ¢ aquele sol lancinante, acabei me perdendo. Fiquei vagando pelo que parecia ser muito tempo, mas todas as du- gpecto. P 7 nas tinham para mim exatamente o mesmo aspecto. Por um momento, sempre, quando, de repente, imaginei que acabaria ficando preso la para .o havia explorado. Senti uma centelha de avistei um morro que eu ainda ni 7 aquela li i . cl ct elas as, curiosidade despertar em mim. C conhecia bem aquelas dunas. «. Resolvi subi-la, enquanto maldizia a é el ra vou J quie cheguei no topo. Nunca v eu nao me lembrava de ter visto antes mim mesmo por minha curiosidade, at co do tamanho dum campo de futebol brilha- esquecer a sensagao. Um va, azul, bem no meio das dunas, com cercada de verde. Com um berro de alegria, impida e convidativa, uma agua limpida ¢ convid corri duna abaixo, arrancando minhas roupas enquanto descia, mergulhei na 4gua fresca. Nadei por um bom tempo, batendo os bragos e as pernas na agua € gritando de prazer, maravilhado com a descoberta desse lago desconhecido. Depois me vesti € encontrei com facilidade 0 caminho de volta 4 estrada. Uma semana depois, convidei alguns amigos para compartilhar essa minha descoberta. “Vocés nao vio acreditar”, eu disse a eles. “Esperem s6 para ver que beleza que é esse Jago”. Desta vez fomos de carro, chegando ao lago pela estrada de acesso mais proxima, e de la demos uma caminhadinha rapida, subindo o morro. Estivamos l4, olhando para aquela agua limpida, eu — cada vez mais elétrico — e meus amigos — surpreendentemente de- cepcionados. ““Espera, é s6 isso? Que que tem de especial nesse laguinho?” Tentei explicar para eles 0 quanto aquele lugar foi especial para mim, mas nao adiantou. Eu trouxe mais pessoas até o lago desde entdo, mas descobri que, cada vez que faco isso, eu me vejo incapaz de recriar nos outros a mesma sensa¢io de empolgacio e interesse que aquele lago tem para mim. Essa histéria resume, a meu ver, 0 que acontece a uma pessoa durante um processo de aprendizado. O aprendizado é um processo de busca e descoberta, de grande empolgacio e intimidade — e tudo isso é muito dificil de transmitir aos outros. Acredito que todo aprendizado é a descoberta de algo novo. A experiéncia da descoberta, o momento em que vocé descobre algo novo — encontrar uma planta que eu esteja procurando havia tempos, esbarrar num livro que eu nunca vi antes... ou qualquer outra descoberta, seja sobre o mundo ou sobre mim mesmo - é uma das experiéncias mais poderosas e comoventes que existem. Mas 0 que acontece em escolas convencionais e conservadoras? A escola era para ser um lugar para as criancas descobrirem dezenas de coisas novas todos os dias, mas alguma coisa estranha acontece, em vez disso — as criangas ficam entediadas e no param de procurar maneiras de fugir das descobertas e experiéncias que aparecem em seu caminho. Até a palavra “escola” sozinha ja desperta nelas um sentimento seme- Ihante 4 rea¢do que meus amigos tiveram quando lhes contei do meu laguinho: “La vem esse chato de novo com o lago esquisito...”. Parece que, - Mas quem passar por NBO UA BUND DEMO wATICO ela uma v reabari sentindo depois i sede de avers aquele que nun © ENED cles iro se Para que todas as 1: ean Vivenciila de 4 Uveram essa sensag Peter no deseo por el Scubran 6 se aS criangas y devem escolher sozinhas 6 novo ¢ de da descober 0 primorosa Angas des ‘ Gas de U proprio “| ABUCIN NOS seus Proprio caminho Trada, que ‘a descoberta pessoal t qualquer tenta KO pessoal”, “desertos”. Elas mesmo que descubram ter estavain procurando no I aescola deve permitir qu tomado uma decisao lugar crrado ~, entide do que Tum adulto mostrar-lhes “Os seus erros”, M possa entender Nisso q oponho ao aprendizado € 0 caso. Na verdade, que aprendemos é porque es: Sr para clas muito mais » atalho ao faz iva de tomar um “o que é certo” ou apontar-the Ha qui Hue estou dizendo que eu me 4 partir da experiencia dos outros, mas no estou convencido de através da experiéncia do quem escolhemos aprender. Acredito que fascinantes para todo mundo, sobretudo par mesmo tempo, a que a maioria das coisas s Outros — daqueles com as experiéncias alheias sio 4 criangas curiosas. Mas, ao credito que, se permitirmos que essas criangas curiosas aprendam sem serem coagidas, elas ficarao fascinadas pelo mundo da- quelas pessoas com quem escolheram aprender naquele momento em particular. Portanto, qualquer tentativa de impor a minha experiéncia ou a de qualquer outra pessoa sobre as criancas sera um esforco estéril e desprovido de qualquer conexio com a jornada pessoal dessas criangas. O aprendizado pluralista Eu tive muita dificuldade para decidir Ce tae enn de aprendizado que ocorre numa escola en = a o nome de “aprendizado pluralista”, porque ele emer se conceito da educagao democratica. E um processo de ap} onhece a tre os est es — rendizado com base reconhi GHA entre os estudantes — um aprendizado cor em direitos iguais para cada individuo para expressarem sua itos iguais p% la singulari-_ )s s aie @BAB aquilo que faz com que cada um se vequéncia, partilhamos de Somos todos seres humanos €, por secre eG diversas caracteristicas que ae parecidos entre nés, somos todos SS A maioria de nos tem objetivo nosound neice fe aia diferentes para atingir esses ol ne ae diferentes apeantit 7 animais, enquanto outros tém aversa i quem goste de cui 73 ha quem goste de trabalhar com criangas, © que para outros seria um pesadelo; ha quem tenha facilidade em estudar de manha Outros funcionam melhor 4 noite: ha quem goste de estudar matemitica, 20 Passo que outros se sentem entediados com a d iplina até o ponto. da distracao; ha quem aprenda melhor assistindo palestras, 0 que, para outros, funciona como um remédio para dormir. enquanto, Eu poderia continuar, ad infinitum. © ponto a que quero chegar € cada individuo na Terra tem um pertil unico de aprendizagem, A diversidade humana é uma das coisas mais belas que ha; 0 com- bustivel que movimenta nosso mundo. Ela deveria, portanto, ser a base Para todos os modelos de aprendizado. A diversidade humana significa que os modelos de aprendizado devem reconhecer o fato de que eu sou diferente © Gnico. Do contrario, entio eles nio me reconhecem: eles podem reconhecer pessoas semelhantes a mim, que se parecem comigo, mas nao tém o menor interesse em conhecer o que faz de mim tinico. Eu nao sou a soma das qualidades que remetem a mim. Embora seja verdade que ha muitas caracteristicas que partilho com outras pes- soas (e.g. sexo masculino, mais de 40 anos, israclense, graduado, etc), essas caracteristicas nio compéem o meu retrato tinico, aquele “algo” sem igual que conecta todas as caracteristicas rotineiras a0 nucleo in- dividual ~ 0 todo é maior que a soma das suas partes. A resposta a pergunta “quem sou eu?” pode ser encontrada no “eu tinico e multifacetado” que conecta todos os infinitos elementos: 0 “eu” cujo Principal interesse no momento € escrever as minhas ideias sobre o assunto da educagao; 0 “eu” atualmente envolvido na questao do “como me fazer entrar num estado de escrita”; 0 “eu” que sabe como escrever de manha cedo, mas nao 4 noite; 0 “eu” que sabe como contar histérias, mas nem tanto como citar 0s outros; o “eu” que pensa através de cenas e imagens; 0 “eu” que tem paixdes Gnicas, lembrancas pessoais e certos individuos que 0 atraem. Todas estas coisas € mais sio 0 “eu imico”, Esse é 0 “eu” cuja existéncia ndo é representada por uma lista ordenada de dados que podem ser encontrados nos ministérios do governo ou nos arquivos de escola, O modelo de aprendizado que me reconhece me vé como um ser humano com um cédigo genético multicelular que nao tem qualquer outro equivalente humano. Esse modelo se baseia na percepeio de que todos os seres humanos sao tinicos e que cada um oferece a sua Propria contribuicio ao mundo. E um modelo que ajudara a cada Participante a reconhecer, aceitar e expressar aquilo que faz com que ele ou ela seja tnico/a, Para sermos mais precisos, vamos chama-lo de “SMMUHGOIGO (CORHECIMEREOICSUIFICAdO™Misto é, 0 conhecimento humano), porque © mundo do conhecimento ainda nao “codificado” nao tem limites. © “quadrado” representa 0 conhecimento que os sistemas edu- cacionais no mundo decidiram que os estudantes precisam aprender na escola (ainda que diferentes paises incluam diferentes conhecimentos nesse quadrado, 0 volume de cada quadrado é semelhante em todas as culturas). lo, o quadrado contém algum grau de conhecimento de i arte do conhecimento cientifico se encontra além = ra, artes ¢ todas as disciplinas nhecimento existem além do Por exempl ciéncia, mas a maior mesmo vale para literatut undos inteiros de con mente daqueles que basicos de todas as dos seus limites. O estudadas na escola. M' quadrado. A nogéo em concentrar os elemento: criam 0 quadrado é a de que disciplinas “importantes” 75 © expor ay criangas a esses elementos iri permitir que elas expandam reas de escolha no futuro, aprofundem seus conhecimentos nas suas Carl Rogers, um dos tundadores da psicologia humanista nos Estados Unidos, criticou ha mais de 40 anos 6 conceito do “quadrado”, Em seu livro, Liberdade para aprender, Rogers"! escreve: Nio taz muito tempo que desenvolvi um interesse pelos aborigenes australianos. ‘Temos aqui um grupo que por mais de 20.000 anos do no qual o homem conseguin viver ¢ existir num ambiente desol: receria em questio de dias, O segredo da sobrevivéncia moderne p do aborigene tem sido a capacidade de ensinar. Eles repassavam até © Menor trago de conhecimento sobre como encontrar 4gua, como ¢ encontrar no deserto rastrear presa sem trilhas. Um conhecimento desses é transmitido aos jovens como como matar o canguru, como sendo a tinica maneira de se comportar, ¢ qualquer inovagio é mal- F de sobreviver num ambiente hostil mas relativamente esta vista, Fica claro que 0 aprendizado forneceu ao aborigene © modo vel. Isso me traz para mais perto agora do cerne da questio que me interessa. O ensino ¢ a transmissio do conhecimento fazem sentido num ambiente que nio muda, E por isso que essa tem sido uma fungio que passa séculos sem ser questionada. Mas, se ha uma verdade so- bre o homem moderno, é que ele vive num ambiente que esté em continua mudanga, Uma coisa de que eu posso ter certeza é que a fisica ensinada ao estudante de hoje estara ultrapassada até o final da déc ada. O ensino de psicologia com certeza estara datado dentro de 20 anos. Os tais “tatos da historia” dependem, em sua maior parte, do humor e do temperamento da cultura atual. A quimica, a biologia, a genética, a sociologia estio todas num fluxo tal que uma atirmacio feita com tirmeza hoje sera certamente modificada quando chegar a hora em que o estudante tera que aplicar o conhecimento. Rogers continua ainda Estamos, a meu ver, diante de uma s ituagdo inteiramente nova na educagio, em que o objetivo, se quisermos sobreviver, sera facilitar O tinico homem que recebe educ: € 0 que aprendeu a aprender; © homem que para mudar: homem que percebeu que seguro, que apenas © proces bases para a segurang aprendeu a se adaptar nenhum conhecimento ¢ sso de buscar conhecimento fornece as . A mutabilidade depender do process vez do conhecimento estitico é a tinic. oem ‘A coisa que faz sentido como objetivo para a educagio no mundo moderno, Rogers langa diividas conhecimento geral que é independent do tempo e do lugar. Eu Partilho dess qualquer vantagem sobre qui cimento. Todos os Pontos e; ‘obre a noo de que hi um reve fe dos seres aagao, 2 Opinido. “O quadrado” nio tem alquer ©Uutro ponto d Stdo conectados para todo aprendizado, como disser; no dominio geral, Tvat6rio de humanos, da situ 0 territorio do conhe- a todos os outros, fa base am os n¢ Mas no cora¢io hum exceto do lugar que o seu Coragao desej; Por consequéncia, ao longo d. barcamos em nossas vidas, podemos 8508 sAbiOs, NO se ano: neontra “Ninguém aprende a Tora ja” (Talmude da Babilonia)!” 4 Jornada educativ; abarea que a ‘aem que em- apenas uma porcentagem umenta constantemente, A er © que perdemos. mindscula do conhecimento global verdade é que nunca poderemos sab Considerar os estudantes como um piblico uniforme leva a criagio de curriculos que dependem da idade e do contetido em n vez da singularidade do individuo. © mundo do “quadrado” recebe outra detinigio do mundo dos adultos: a zona do “tempo bem aproveitado”, Os adultos (e.g., 08 pais, 0 sistema educacional) sustentam que, quando os estudantes esto envolvidos em atividades dentro do quadrado, seu tempo é bem aproveitado, ao passo que, quando eles esto ativos em areas externas a0 quadrado, suas agdes sto definidas como sendo parte da zona do “tempo perdido”. Zona do “tempo bem aproveitado” Zona do “tempo perdido” a eet FA Cy: v ia das criangas em idade i a vasta maiori; Essas definigées levam amas e: credito que isso tenha ntoar na area do quadrado. Acredito q| escol; e amo} ie, em qualquer area : Ses catastréficas: primeiro, que, como q ‘epercussd: i mesmo ou aos outr ém 6 capaz de ver a si mesm lait sobrecarregada, ninguém ue os especialistas em educagio esti porq ividual € um processo com clareza. Segundo, que, ea convencidos que a avaliacao do est 78 EDUCAGAO DEMOCRATICA ital, essa sobrecarga os forgou a Cran UNL SINLEH Que CALC BOLIZA ay. vital, arg adrado por meio de fernimentay que ignoran criancas dentro do qu + aval Essas ferramentas incluent uma divisio por a avaliagio individual. 1 faixas etarias ("Todas as criangas em uma corte idade sao..."), siste mas de testes uniformiz, ; que X estao...”) ¢ outras ferramentas que avaliam o grupo dentro do idos (“Todos que receberem una nota mator quadrado, em vez dos individuos. Além disso, a sobrecarga e a eategorizagiio motivaram © desenvol- (FATRASTTAALONENUAAMONEMTOHIETWS ~ isto &, corsas ~ c, assim, faz com que eles sejam muito mais ficeis de ser comparados, Como sabemos a partir da teoria de avaliagao, os sistemas que testam, de forma “objetiva”, os estudantes (e, 1 arde, os adultos também) nao ais descrevem uma realidade ji existente — eles a criam. Para a questio em jogo aqui, a grande industria que age dentro do “quadrado” tenta medir a todos nés em relagio ao modelo objetivo ideal. Ela ensina os estudantes a aspirarem pelo modelo ideal — em outras palavras, a se parecerem um com 0 outro. O problema é que nao somos semelhantes. Como JA notei, mesmo que partilhemos de certas caracteristicas, nao somos parecidos uns com 0s outros nos detalhes daquilo de que somos compostos. Inserir todos os estudantes num mesmo quadrado amontoado e “objetivas” medi-los com ferramentas cria © que conhecemos como a “curva normal”, dentro da qual as criangas sio medidas e inseridas em categorias claras: na “média’, as que so “excelentes” ¢ as que so “fracas” relagio a um objeto ideal, as que estio — tudo isso em E presumivel supor que, entre os leitores deste livro, a maioria foi categorizada na escola como “medianos” » alguns como “excelentes” € outros, como eu, como “fracos”, minancia d; ‘AS vozes que ouvimos dentro © APRENDy: PIZADO PLURALista, APRENDE, NDO NUM oa UNDO DEMOCRATICO + Aquilo que faz com que y; vida. O que é 'Mportante & do “modo ideal”, Océ é relevante © quanto voce . clevante para a S¢ aproximar “excelente” z fee especialista de fora (0 prof eceber autoriz + Poucos apenas podem se T excelentes, Na de voc ; cury s seri sempre mediang. *Pormal.a maioria Em muitos casos, hi um m detinidos como “excelentes” dey “medianos”, ou talvez até “ TACOS". € sd definidos como “ porque aprenderam a como. “enganar o sistema” para que Ha quem possa me responder dizer mas seja bem-vindo a0 mundo real. Ji de Xcelentes” apenas ele 08 veia como tal “Desculpa ter que Ihe avisar. ua hora de vocé descer das me diga uma coisa, onde é que vocé estav: Esse € 0 ponto em que, no meu mor conservador conseguiu seu maior “ “quadradistas”, a nas aulas de estatistica? do de ver, o sistema escolar “sucesso” em converter todos em + 20 nos ensinarem a categorizar as pessoas de acordo com seu grau de sucesso dentro do mundo do quadrado. Mesmo quando Rossa ocupagio do quadrado termina, continuamos a preservar seus Principios de categorizac¢ao automaticamente e, por consequéncia, con- Unuamos acreditando que aqueles que “venceram” dentro do quadrado (que tiveram boas notas na escola, terminaram seu doutorado, etc.) sio individuos de maior sucesso, mais importantes e melhores. As aulas de estatistica estao corretas sé quando se medians 0s seres humanos segundo uma tinica escala —a escala do “quadrado”, a —— do modelo ideal. Mas a situagio muda quando 4s pessoas ¢ permitido ue escolham a 4rea em que querem se desenvolver. Areas de forga .ssoas podem se interessar ¢ mer- ; de pessoas vivas hoje Jidade de genio” em Acredito que as dreas pelas quais as pessoas ae i: o mir Tsao potencialmente maiores do que © aqua iv ni ¢ da Terra, e que cada pessoa viva tem um Sulha Na fac, 79 pelo menos uma Area da vida. Acredito que todos os seres humanos, nic soa Iguns poucos talentosos, podem se sobressair. Todos somos talentosos € podemos nos sobressair, mas cada um se sobressai numa area diferente Um sistema educacional que aceite essa perspectiva nao pode abriy mio de seu principal recurso, que é 0 talento natural que cada estudante traz consigo. O sistema da educagao democratica tem um compromisyy em permitir a todos os estudantes que descubram e¢ desenvolvam suas areas de forga individuais: as dreas em que a natureza individual de cada pessoa se sobressai em relagio as outras. E de suma importancia que, no inicio de nossas vidas, tenhamos oportunidade de crescer nessas 4reas en) que temos interesse e capacidade de aprender em alto nivel; e tenhamos a oportunidade de experimentar 0 sucesso. O interesse € 0 sucesso sio experiéncias essenciais para uma infancia que possibilite o crescimento. A percep¢ao da humanidade no mundo democratico A percepcio da humanidade no mundo antigo, estratificante ¢ antidemocratico (que, infelizmente, é adotada ainda pela maior parte dos paises democraticos) é a de que a populacio pode ser dividida em trés grupos: 0 grupo dos “excelentes” (os génios), o grupo dos “medianos” € um grupo adicional dos “fracos”. O novo modelo, sugerido pela educago democratica, é um modelo em qu é claro, todos os estudantes) @iMUaReame Nin, . Nesse modo de pensar, vé-se 0 todo da pessoa como composto de muitas ¢ variadas capacidades, em vez de enxergar a pessoa como pertencente a um estrato em particular da sociedade, Areas de forga Areas de crescimento es S © eaminho do crescimento O proposito da educagio democrati : ° : ca € fornecer aos estudantes as condigdes que irio encoraj a-los a comegando um processo de aperteigoar sua confianga em suas Proprias habilidades. As regras da curva hormal sé Uma vez inseridos nele, busca pi as areas de forga em que poderio “funcionam” dentro do “quadrado”. a de nés pode Na propor¢ao de s areas do conhecimento dentro da c propor¢do iri claramente Mas, quando saimos de se sobres: @ maiori ser mediana ou medio- hés tera qualquer sucesso real ‘aixa fer fracassar e ser expuls; do quadrado, t sair. Todo individuo & um gé: telagdes humanas, cuidado com os anima As possibilidades sio infinitas, Quando nio definimos um dado “quadrado” de conhecimento desejado, mas, em vez disso, abrimos um mundo inteiro de conheci- mento, a curva normal perde a sua validade. Quando nao determinamos um valor diferencial para conquistas diferentes, e.g., dizendo que um professor de matemiatica é mais importante do que alg cre. Apenas uma peque n. chada (e outra pequena ‘a do sistema). ‘odo € cada individuo é capaz nio em pelo menos uma Area: is, salto a distancia, geografia... uém que cuida de cavalos, descobrimos que todo ser humano tem dentro de si a habi- lidade de ser um génio em sua propria area de fora. Area de crescimento A area de crescimento € 6 campo que, no momento, fascina o estudante mais do que qualquer outra area. E a disciplina, area de inte- Tesse ou busca que faz com que ele sinta a maior atra¢do e curiosidade. A area de crescimento é caracterizada por emogées intensas, como entusiasmo, empolgacio, desafio e um desejo agudo de voltar a ela de novo e de novo. Quando criangas ou adultos entram em sua area de crescimento, mesmo por longos periodos de tempo (dias, semanas ou meses), eles ndo experienciam qualquer diminuicio de energia, mas um feedback positivo, que as revitaliza. i | Com as criangas menores, é facil identificar essas areas, por nio te- rem ainda sido moldadas pelo julgamento social convencional. Quando a Crianga descobre que consegue andar, ela tenta de novo € de atten 4 experiéncia. Blas apresentam novos desafios para si continents e empolgam mais a cada passo dado — mesmo que aa ee criangas do jardim de infancia podem passar horas com jogo: que as divertem, por mais que nenbum dos adultos possa compreendé-los, ontece quando uma crianga descobre 0 jogo de bolinhas de m a veja quantas horas ela passa ser tada, tentando de novo Note 0 que : empl gude, por exemp! n ¢ de novo atingir 6 alvo, com um entusiasmo que para Nos pode parecer meio exage ido. “Voce nao quer ir fazer alguma outra coisa?”, os pais as 4 fel er ster ondeieds vezes perguntam, mas a crianga esta feliz em permanecer onde esta. Em vez disso, ele representa o desafio de uma nova experiencia. Na 4rea de crescimento, os estudantes usam suas habilidades ao maximo para obterem sucesso em desafios que parecem estar além de suas habilidades atuais. A area de crescimento é necessariamente a nossa maior drea de a. A partir das observagées de criangas que crescem num ambiente livre, por vezes parece que clas optam por crescer em Areas que Thes sio mais dificeis, Eu conheci um menino de uns 9 anos, cuja principal forga nio era a provza fisica -, ele nasceu com uma deficiéncia motora consideravel. Durante meses, esse menino praticou plantar bananeira, dar cambalhota ¢ muitas outras atividades que eram particularmente dificeis para ele. Ele ficava horas a fio trabalhando num mesmo movi- mento. Observando-o 4 distancia, ele parecia envolvido, entusiasmado, em profunda concentragio, da que caisse com frequéncia e seus movimentos fossem tudo, menos fluidos. Quando as criangas (e até os adultos, na verdade) tém a chance de permanecer em sua frea de crescimento sem serem perturbadas ou for- cadas a abandon’ Ja, elas adquirem habilidades cognitivas e emocionais consideriveis, © sucesso da crianga que plantava bananeira se deu gracas 4 sua crenga na propria persisténcia. O menino ap bre superagio de a partir de rendeu uma li¢ao so- suas dificuldades ¢ sobre coragem, tirando conclusoes suas quedas, © assim cresceu sua capacidade de aprender. Na proxima vez que for entrar no proceso de as ferramentas que adquiriu de conclusées a partir do fracasso, wi sisténcia e da p: aprendizado, ele sabera usar plantar bananeira. A habilidade de tirar ma com aciéncia ~ tudo isso ira as de aprendizagem. A esse O aprendizado pluralista, tal de areas de crese ‘imento, feito, mas de preensao da importancia da per- ajuda-lo quando tentar lidar com Processo, chamo de “transferéncia”. como definido aqui, ocorre dentro Nao se trata do aprendizado daquilo que é COMO OCorreMm os processos. Os contextos especificos em cae ne corre no sio importantes. Nao é 0 conhecimen- ‘0 de Plantar bananeira e jogar bolinha de gude que tem significado. outras are Areas de crescimento € inteligéncia emocional Daniel Goleman comega 0 seu liv: a questdo intrigante da Correlacdo entre na vida. Goleman Investigou um gran To Inteligéncia Emocional™ com © sucesso na escola e 0 sucesso de namero de estudos sobre o assunto e, para sua surpresa, descobriu que nao ha qualquer correlagio entre sucesso académico na escola e 0s indices v sucesso na vida. Porém, quando ele Procurou po: estatistica para tragar uma conexio entre as habil: adolescéncia com 0 sucesso, Goleman chegou ao conceito de “inteli- Béncia emocional”, que, diferente das boas notas na escola, pode como um instrumento Para prever o sucesso na vida. Segundo Goleman, a intelig@neiaT@iHOGIOHal é composta de quatro competéncias: Nesta categoria, Goleman inclui o autoconhecimento emocional, 0 que quer dizer a capacidade de ler as proprias emogdes ¢ as dos outros, a 4Ptecia¢ao do impacto dessas emogdes € 0 uso da intui¢io ao tomar decisdes. O autoconhecimento também inclui a capacidade do individuo de avaliar a si mesmo da forma mais precisa possivel, e envolve 0 ana mento das préprias qualidades e fraquezas. A a Lea ‘er uma nogio razoavel de seu valor proprio e de suas hal i i “ - = Goleman, também faz parte do componente de autoconhecimento, Este componente inclui: f itt ie entos ¢ impulso Ra eat emocional: controle sobre os sentiment ip Se perturbam a ordem. eet Transparéncia: ser honesto, integro € isados para representar ralgum tipo de Ancora idades da intineta e da servir - ser lexivel em situagdes mutaveis ca idade de ser fle Adaptabilidade: a capac : culos. em superar obstacu a Automotivagio: 0 impulso para melhorar a propria performance utomotivagao: bes pro exceléncia. © cumprir com padroes proprios de excelencia ae Iniciativa: estar pronto para agir ¢ agarrar as re na Ouimismo: a habilidade de ver 0 lado positivo das coisas, te componente inclui: : Empatia, definida como “a sensibilidade aos sentimentos dos outros, (0 da perspectiva alheia ¢ o interesse pelas suas preocupacdes” zacional: a capacidade de sentir a politica e as a compreen Consciéneia orgar redes da organizagio. Orientagio de servigo: a capacidade de compreender e cumprir as necessidades dos subordinados. Este componente inclui a capacidade de lideranga, tal como ex- Pressa na habilidade de iniciar e coordenar os esforcos de uma equipe de Pessoas; gerenciamento de conflitos, expresso na capacidade de resolver desavencas; a habilidade de criar vinculos interpessoais: e a habilidade de pressentir os sentimentos, motivagdes € preocupacdes dos outros e compreender sua natureza. A leitura das ideias em Inteligéncia emocional me levou a conclusio de que a educacio democritica, s obretudo a educacio pluralista, cultiva o desenvolvi estdo envolvidas que Preocupagédes do cotidiang — desempenho. Nesse sentido, "sem ego. Paradoxalmente, i dominio pleno daquilo que estao feitamente adequadas as demand, fees ae ainda as ue ears eM sua melhor forma quando entum no Preocupar com o yj : vel de Essas palavras descrevem, com uma Perdem toda inibig JMBICIO, Langan as p satide, Contay, IMenas aS pessoas & Pessoas em fluxes demonstram um Szendo, Com sts reagdes pet AS Mutavers da tareta, Precisio assombrosa, aquilo que a, ainda que, até onde nunca tenha visitado al; uxo, Goleman! tenho conhecimento, Csikszentmihalyi No final do capitulo sobre ff “Aprendizagem e fluxo: um novo mo gue em sua explicacio: Jguma proclama: delo para educacio”, € prosse- O modelo de fluxo sugere que obter dominio de qualquer habilidade ou corpus do conhecimento é algo que idealmente deve acontecer de forma natural, conforme a crianga é atraida ds areas que a envolvem espontaneamente — que ela ame, em esséncia. Essa paixio inicial pode ser a semente para niveis superiores de realizacio, conforme a crianga se da conta de que investir naquela rea ~ seja essa rea a danga, a matematica ou a misica ~ é a fonte da alegria do fluxo. E Ja que é preciso levar a si mesmo ao limite para sustentar 0 fluxo, ele se torna o principal elemento motivador para o aperfeicoamen- to constante; ele alegra a crianga. Isso, é claro, é um modelo mais positivo de aprendizado do que o que qualquer um de nés teve na escola. Quem nio se lembra da escola, pelo menos em parte. com incontaveis horas de tédio pavoroso, pontuadas por momentos de alta ansiedade? Buscar o fluxo no aprendizado é um modo mais humano, natural e muito mais provavel de ser eficaz para canalizar as emogdes em prol da educagio. liana De fato, o modelo de Goleman encontra sua expressao cotid: ie i Sas a nao se encontr. no contexto da educa¢ao democratica, em que a énfase Jo obrigados a estudar “o qué” A estudantes sio no “o qué” (aquelas areas que os a _ enn na ay iiae ein ver disso, no “como” (aperfeicoame ae fades | Hae 4ximo, possibil das qualidades pedagdgicas em seu ponto oo ai ria ‘studante que estude em qualquer area pela qu: A conex4o entre a area de forga e a area de crescimento © objetivo do aprendizado pluralista ¢ levar os estudantes até sua area de crescimento, onde as suas habilidades se encontram em seu (@@MOTTLATRD O proceso, demonstrado por Csikszentmihaly revela ter uma altissima correlacio com as varias definicdes da GD A transicao pelas areas de crescimento recarrega as baterias dos estudantes com a crenga neles mesmos. 0 que os preenche com a percep¢ao de que eles sio “dignos” € “capazes”. Esse processo vem em combina¢io com (HaleneeeD Porém, porque @slareas (GRO HAAIIETAPEAMD Em certas situacdes, quando as dificuldades nas areas de crescimento “sugarem” sua energia, ele precisa retornar a suas areas de forca para recarregi-las, antes de embarcar numa nova 4 jornada em sua 4rea de crescimento. Em outras palavras, o estudante canaliza seu processo de apren- dizado entre Areas de forca € areas de crescimento, em que as areas de forga servem como um “pit stop” para a jornada de crescimento: Gowee] Area de forga | Area de crescimento Depois que 0 estudante completa o processo de Tecarga na area de forca, ele pode embarcar numa jornada de aprendizado numa nova Area de crescimento. Na maioria dos casos, durante a nova jornada de crescimento, 0 estudante explora as for¢as ¢ habilidades que adquiriu na primeira jor- nada, € entao usa essas habilidades para expandir sua capacidade de lidar com as dificuldades ¢ obstaculos que o aguardam na segunda jornada. PRADO PLURAUSTa Api RENDENDO NUAI MUNDO DEMO. CRATICO 87 Area de erescumente 2 Nesse ponto, é im POTtante not, : tem mais de uma unic ea A maioria dos est a area de a antes: durante Jornada dentro OVas teas de orga que podem energia pedagogica, torga, e que, encontram novas Mais de da area de crescimento eles, Servir Como reservas adicio As tinhas representa os eaminhos de crescimento, Os trtingutos represemtant area dde fry descobertas durante a Jornada de eres A espiral, que representa a jornada entre as duas reas, demonstra como 0 aprendizado pluralista aos poucos expande a inteligéncia emo- cional do estudante ¢ permite que ele embarque em jornadas cada vez mais profundas e rumando cada vez mais longe. O estudante adquire mais coragem e novas ferramentas para estudar as areas que o fascinam, Parte Il A arte do “desconhecer” - a jornada para a descoberta da diversidade de singularidades O conceito do aprendizado linear A diferenca entre 0 aprendizado plaralista que ocorre na zona de “tempo perdido” e 0 aprendizado q ; im nio s6 no modo de do conhecimento. ue ocorre na zona do “tempo bem aprender, mas também Aproveitado” se express . : 0 na percepgio € na expressio do mund conheciment o conhecim cimenti Em escolas tradicionais, a énfase é dada ao estudo © A aquisigio do 0: 0 conhecimento processado, © conhecimento Preparado, rento correto, o conhecimento livre de dividas. O conhe- o servido aos estudantes nao é o resultado de uma pergunta que foi feita ou de uma busca pessoal, mas um conhecimento que é dado oi feita ou d como um presente das autoridades ao estudante. O saber é adquirido de forma hierarquica, 0 que quer dizer que todo conhecimento serve como base para o conhecimento por vir, Numa jornada no mundo tradicional do conhecimento, 0 caminho segue da ignorancia para a iluminacio, visando satisfazer as autoridades, Permitam-me que eu represente tal jornada do seguinte modo: Desconhecimento. ———————— Conhecimento Depois setas adicionais s4o0 somadas, criando o que chamo de “aprendizado linear”: a b ¢ 4 © fog ——_—_ bs Conhecimento Desconhecimento Nessa jornada, que se da dentro do quadrado, os estudantes apren- dem que: existe um conhecimento “correto” ¢ que ele esti nas mios das autoridades; 2. asua busca a he Pessoal no tem qualquer significancia porque nao é relevante para o aprendizado: 3. 0 seu posi ' ne Posicionamento Pessoal nao é relevante porque o conhe- nto correto indi : ou : foi descoberto Por individuos tnicos e raros ¢ 4g. SPousa na mio das pessoas “certas”; 4. qualquer descoberta a i que nio se ali “ cere ¢ alinhe com o “conhecimento 5. se espera que na ‘40 Se cometam €rros (por C1 : estudante a Perder pontos em repeal . sua n e ‘ota final); é altamente importante provar que | vocé tem a resposta certa. 6 EESENDO NUM MUNDO DEMOCRATICO Quando o estudante é €xposto a uma res linha (como no seguinte diagrama) posta errada”, e, posta que nao esta na ae acende-se uma luzinha de “res- S ss oS ‘s Mais extremos, acende-se um lustre inteiro de “desqualificagio individual” Conhecimento Encontrei um exemplo tipico disso quando alguns estudantes de nossa escola expressaram desdém sobre uma descoberta avassaladora que fizeram: ‘A gente encontrou uns judeus religiosos, e vocé nao vai acreditar como eles sio burros. Eles acreditam de verdade que Deus criou o mundo”. Entio eu lhes perguntei como eles achavam que o mundo tinha sido criado. Eles olharam para mim com assombro e responderam: “Ah, vai, Yaacov, vocé esta de brincadeira, né? Vocé nao sabe? Todo mundo sabe que 0 mundo foi criado no Big Bang”. E eu lhes respondi: “Entao, em que medida vocés sio diferentes dessas criancas ultraortodoxas? Assim como elas, vocés sabem como © mundo foi criado. E, assim como elas, vocés sabem que qualquer outra resposta esta errada. Vocés sabem até tudo que ha para saber sobre os outros que ousam apresentar qualquer outra resposta: sio uns idiotas...” © conhecimento adquirido “na linha” nao vem s6 do campo do conhecimento cientifico. E possivel encontrar conhecimentos incon- testiveis em muitas Areas: “Nao existe vida sem avaliacées para entrar na universidade”; “ler ¢ escrever S04 base de todo conhecimento”; “a universidade é 0 portal para a vida"; “dinheiro ¢ 0 meio de obter tudo na vida”; e assim por diante, a lista continua. Para descobrir se voce pertence meacado ao encontrar perspectivas que as fazem com que vocé se sinta 3 escola de aprendizado linear, Veja o quanto vocé se sente a Se opGem ds suas — se essas perspectiy; . setae ea poeas estimulado ou a lutar contra os “traidores” ou a emba jornadas de aprendizado. 89 A historia da corda ¢ do abisme 1s pessoas nna sociedad ndida sobre un abine, Ser ee ocidental, a vida é Para a matoria di nba este: vay como andar numa corda | outra da corda & constiderade a capar de andar de uma pons a o verdaderre teste do sucesso coisa mats importante do mundo, Como consequéncta, as pessouts € ¢ ONCEDERANE PRIDE ipalmente ne : oO -0 pe perigo representado por aqueles que fracasanun Nino — 0 perio de cair no abismo. Comegamos a andar na corda bamba desde o dia em que nascemos, ¢ alguns dizem que tinda antes disso, A corda tem muitos pontos diferentes to longo do caminho, por exemplo; aprender a ler ¢ eserever na primeira série, as provas para entrar na faculdade aos 16-18, a universidade aos 20, 0 casamento, ter a filhos, a alimentagio, a saiide, 0 sucesso profissional, a familia, nagio, ¢ assim por diante. Nio sou de subestimar essas coisas: jA visitei alguns desses pontos no passado e¢ estou em alguns deles no presente, b, no entanto, ha outros ainda que plangjo visitar no futuro, Minha vontade, porém, ¢ de levantar ¢ gritar: “Nao tem abismo nenhum debaixo da cordal”. E acrescentaria ainda que nao ha corda também, nem pe- rigo de cair (exceto para aqueles que acreditam que estio de fato andando numa corda bamba sobre um abismo). Algumas consideragdes sobre a corda e o abismo Detalhes técnicos da corda: A corda é um lugar bem apinhado de ¢do leva a muitos problemas, e muit: trazem desastre. Os pontos ao longo d nem todas as pe: gente. Essa superlota- as quedas desnecessarias 4 corda sio construidos de modo que Das E sae 48 Possam passar por eles, A superlota¢io perto dos pontos cria uma situagio em que qi ju: em algum momento. Ha alarmistas profis ase todos caem ionais i ao longo de toda 8 perigos de que possa ter esquecido. lembrar sobre a corda, para cairn i no abismo a qualquer um NBO NUM MUNDO DEM: OCRATICO Lembretes ¢ recom endagdes Nas areas tora d a cord, aha mui da corda, que possanr inter to espago par Fora do aleance Pode-se encont “Ar. Pontos pelos qu 1 © sucesso. P. 4 coragem de olh a todos. Tar OU CTiar pontos encontrar gratific: Mis se pode passar e Preciso ter ra se cheg ar além d AT Nesses pontos corda. Aprendendo na zona de ou aprendendo o “tempo perdido” “desconhecimento” O que de fato existe “além da corda"? O que “caem no abismo”? Essas Perguntas, do aprendizado pluralista e aquilo que eu que acontece com os io signiticativas no campo cu gostaria de examini-las primeito vendo ci. Por exemplo, como posso saber a Tespost: tosas como: Como chegamos até aqui? O que Minha resposta para Ss perguntas é clara: Ew ndo set! Porque essas questées me intrigam, ja indaguei muita gente sobre elas. Recebi muitas respostas que nao me deram a menor sensagio de ter adquirido um “conhecimento” novo, mas que a para perguntas porten- acontece depois da morte? me fizeram sentir que muitos de nés nao fazem uma distingio clara entre as nos Sas crengas, ou pensamentos, € 0 nosso conhecimento. Na uralmente, também tenho varias crengas e pensamentos sobre a vida, mas seria arrogante de minha parte achar que as minhas crengas incorporam a verdade absoluta para toda a humanidade. Em seu livro, The Unfinished Revolution, John Abbott © Tory Bisa! : sustentam que 90 por cento do que sabemos atualmente sol os ° : rebro foi descoberto ao longo dos Gltimos 100 anos. Eles presumem, r i ‘i > conhe- Portanto, que nos proximos trés anos, noventa por cento do co ; Z z das pesquis cimento na rea sera novidade — 0 resultado das pesq s executadas Nesses proximos trés anos. : erdade absoluta & 0 equi Acreditar que os meus pensamentos sio a verdade ae ; 4 um Deus... ous, ¢ eu Sequer sei se h lente a declarar a mim mesmo como pane “ samt i eegeg al Esta é icionamento Peer tat ecimento sobre os outros, nao tenho o direito de forgar o meu desconhecimer a eres € eles nio tém o direito de forgar o deles sobre mim. cles nao tén Pt) 92 EDUCACAO DEMOCRATICA dizer que eu encorajo a ignorincia, pois, se nunca poderemos realmente 5 2 conhecer algo, entao para que aprender? ‘ Assim, deixem-me esclarecer 0 que digo. Vamos supor que o fisico Stephen Hawking e eu sejamos convidados a participar de um debate sobre astrofisica ¢ a questdo seja: Como a Terra foi criada? Minha resposta, que receberia nota maxima, seria que eu nio sei, eae hoje ninguém sabe de verdade. Hawking daria uma resposta parecida, Entio, por que ele estudou tanto, quando qualquer um poderia dar uma resposta parecida para praticamente qualquer pergunta? O motivo é esse: 0 desconhecimento de Hawking no campo da astrofisica é maior do que o meu! E esse desconhecimento é 0 re- sultado de muito aprendizado e estudo extensivo do conhecimento ¢ descobertas nessa 4rea. Em outras palavras, como muitos ja disseram ¢ muitos outros ainda vivenciam diariamente, quanto mais vocé aprende, maior 0 seu conhecimento, ¢ a percepc¢ao do seu desconhecimento cresce de acordo (em outras palavras, adquirir conhecimento é uma condic¢io de pré-requisito para desenvolver o “desconhecimento” de uma dada Area). Essa é uma situago comum, sobretudo quando nos envolvemos num proceso de aprendizado profundo e significativo. A seguinte espiral ilustra a relagio entre 0 conhecimento e 0 desconhecimento numa dada Area. No come¢o, o conhecimento é limitado, e, como consequéncia, o desconhecimento também: Desconhecimento Conh a ‘onhecimento ENE! CDC WM MOG RUCK eATCS © modelo da espiral expressa 0 conceito de que, de aprendizado. cu continuo conectado tanto as minhas quanto as questdes © dividas que alimentam min nhecimento. Uma vida que combina 0 mundo do conhecimento ¢ 9 mundo do desconhecimento cria as condicdes que encorajam o crescimento Num estado de crescimento, as perguntas ¢ as dusndas que existem na zona do desconhecimento nao sio varridas para debaixo do sapere. Elas so © motor que propulsiona a busca pelo conhecimento em seus niveis mats altos (fluxo ¢ abertura). Nesse estado. perspectivas diferentes se tornam uma oportunidade para aprendizado ¢ nio mais representam uma ameaca ao estudante. O crescimento da espiral também representa um aumento das competéncias de inteligéncia emocional do estudante, em concordancia com 0s indices determinados por Goleman: 2 cada etapa ideias atuais ha busca por co- 1. Autoconhecimento: 0 estado reciproco entre “conhecer™ ¢ “des. conhecer” cria uma perspectiva constante de critica ¢ anilise. 2. Autogestao: a busca pelo aprendizado ¢ mouvada pela cuniosidade € pela responsabilidad pessoal. s 3. Consciéneta social: permanecer nas zonas de descon doeends f cnv. ma sociedade mul convidativo para diferentes perspectivas. ¢ ¥! ee as pas. a como opertu! cultural e de multiperspectivas passa a set VISt: ope € nao como ameaca. eee ee : nio ¢ “julgado 4. Gerenciamento dos relacionamentos: 0 om yulea “contra” nos. O outro representa “a favor” ou ” Sena nt e desenvolvimento uma oportunidade para novas descobertas Pessoal. cr] = ea ee perenne “Conhecimento vivo” versus “conhecimento morto” Vamos tocar agora na tensao que existe entre o conheciment, eo desconhecimento a partir de outro Angulo. Tente imaginar ou desenhar uma Arvore. Suponho que a maioria de vocés deva ter imaginado uma Arvore composta de um tronco, galhos e folhas que se parece es- quematicamente com isso: Mas isso, € claro, representa apenas parte da arvore, a parte que | é visivel. Arvores também tém um sistema de raizes. A rvore acima | é apenas uma meia Arvore, ou, talvez, uma Arvore cortada ou morta A representagao de uma Arvore viva deveria se parecer com algo assim: Este exercicio representa a conexio profunda entre o desconheci- mento (as raizes que nao se vé) eo conhecimento (0 tronco e os galhos). Uma arvore sem raizes € uma Arvore morta. O conhecimento desco- nectado das raizes da falta de conhecimento (isto é, perguntas, diividas e curiosidade) é um conhecimento morto, Infelizmente, tem se tornado { bastante popular o hobby de colecionar “conhecimento empalhado”. Um argumento que pode ser feito contra o modelo da espiral ¢ que, como qualquer descoberta atual Pode se revelar, no futuro, como sendo errénea ou problemiatica, tal abordagem poderia esfriar a paixio pela busca e descoberta, que sio o amago de nossa motivagao para procurar e explorar “novos mundos”. 7 AENOITZADO PLURALISt, APRENO EDC MA NDS Ot bate, Eu encontrei uma Tes; POsta Comove, entrevista conduzida com o Mle para es) artist: rt wa question numa 4 SUIGO Alberty ¢ “acometts en 146) Para mim estava sendo ¢ {1 Eu olho para as min estar completas, sig un um fracasso! ada vez mais difies) completa minhas ob ras Todas e| has estétuas la, até as que n fragmento, parecem + Cada uma é urn fracawe, Sim, Entretanto, em cada un me esforcando; algo di e até numa terceira, Mas a estatua que tenho em mente tudo que aparece nas outras esti poderoso de continuar trabalhar ma delas, existe algo daquilo pelo que estou muna Mas nessa hi algo que { 1880 existe e algo mais em outea, alta nay outras duas contém tudo, © nisso tuas. Isso & 6 ndo. que motiva o desejo Giacometti descreve os dois extremos da cria¢io e, segredos da existéncia humana: de um lado, outro, uma busca dolorosa, “Para alguém que diz que talvez, um dos © conhecimento absoluto; do Tepleta de fracasso e davida, Quando me dizem: nao sabe nada, vocé me parece bem certo de si”, eu penso na estatua que tem tudo e no artista que nunca conseguird escul- Pi-la, mas sempre estard numa jornada com esse fim, sempre procurando, Nao ha alternativa, sendo tentar fazer as duas coisas cimento absoluto, a fé que nos permite agir dentro da realidade ¢ tomar decisées, por um lado, e, por outro, permanecer com o sentimento de que nado sabemos, que nos ajuda a langar davidas, a mudar de dire¢ao € a nos renovar. — ter o conhe- Em seu livro Como amar uma crianga, Janusz Korczak"*’ descreve a ié 6pri imento: experiéncia de seu proprio desconhecim: Como, quando, quanto ~ por qué? a a is que Eu observo muitas perguntas a espera de respostas, davidas qi procuram esclarecimento. E respondo: “Eu nio sei”. “Eu nio se ja ciéncia, es ve formacao, 0 aparecimento de novos Ni ssa € a névoa da formacao, © aparec! ciéncia, ue chegam cada vez mais Prod ena Mie Coes cérebro que nio esta sujeito ao pe 7 i ia i al vazis persurbalor. Eu gostaria de eee - oe ea Pvilhoso “eu nao sei”, Go eee — AO DEMOCHATICL 96 EDUCAG dria que todos compreendessern que nenhiun hve © ney, Eu gost 7 {pode subse 9 pemamento independent médice ou cenust fo discermimente atento Cerca de 15 anos depois, na introdugae a segunda edigao de Coy, “ere sar uma criana, Janse Korezak' continua a descrever a experiéne, amar ima crianga, Jil soutras perguint hipote Quinze anos se passaram, Muit eae vidas foram somadas, € a falta de (@ em verdades predetertninad, aumentou As verdades do educ yuma avalia 0 subjetiva de experiés, cias, UF Momento Gnice € final de Consideragoey © sentinente Sua riqueza~ 0 néimere © 0 peso dos problemas concernentes a ee Em ver de corrigir © completar, é preferivel apontar (em letra midi, © que mudou ao redor ¢ dentro de mim. A jornada na espiral do desconhecimento O que acontece quando uma crianga ou um adulto procura sua dees de interesse ¢ reflete sobre o seu caminho dentro da 4 Muitas ve ea de crescimente Ze5 ja OUI pessoas dizendo: “As criangas em eycols democriticas vivem na moleza”. O argumento é que, como nao obn gamos as criangas a estudarem certas matérias, ¢ elas escolhem por si Proprias © que ¢ como aprender, suas vidas s0 muito mais faceis do que as das suas contrapartes no sistema escolar convencional. Eu dirt que © oposto é verdade: procurar uma A d. ca de interesse & uma tarcts as mais formidaveis, ¢ 0 proceso de aprendizado dentro da Area le crescimento exige enormes reservas de forga interior. Durante anos, tentei entender se hi zacio em particular na situagao de no ambiente livres ¢ avia alguma ordem ou organ! aprender o que me era apresentatlo da Escola Democritica de Hadera © em outras escolss democriticas que visitei, A tarefa parece impossivel, por cast de toda a diversidade que ha entre os estudantes. Apenas recentemente meu ver, expressa 0 ap, democratic fui capaz de formular um modelo que. + arente caos que se encontra no ambiente da escol! a. Esse modelo pode que trabalham na dre. base para pesquisas s Sido objeto de pesqu jo fazer sentido para todas a peso" amas tenho esperanga de que ele possa servir bre novas reas de estudo, qu até agora nao tel! sano campo da edu agao, para o conhecimento, De acordo com uma visio linear da aprendizagem, a jornada do estudante deve continuar ao longo de toda a vida, e ele esté continua- mente fazendo descobertas, Porém, um olhar mais detido n ‘a escola meses ~ todo 0 seu mundo é aquilo iodo de tédio, falta- The interesse em qualquer coisa e ela nem ao menos quer tocar em sua area de interesse anterior. Usarei o modelo de espiral para ex; plicar o que, na verdade, acon teceu com a crianga. Area de descoberta (Germinagio) Area de desconhecimento (A morte do “velho” €4 semeadura do “novo") Area de conhecimento (Desabrochando) ~ Area de divida (Murchando) As quatro partes basicas da espiral do desconhecimento Feereeees n espiral. Com © processo que descreverei aqui é um proceso em cm eee “onsequéncia, terei que decidir exatamente por onde comegara des 98 EDUCAGAO DEMOCRATICA A inovagio na descrigio do aprendizado em espiral, em contraye com o aprendizado linear, é que aquele em espiral € uma jornada mu I Ele no envolve o mero progresso linear a partir de urn sconhecimento para um de conhecimento, a ser seguide conhecimento, ¢ assim por diante. O processo espiral é a partir do desconhecimento para o conhe- tidirecion estado de de por ainda mais ciclico: uma diregao segue cimento. Eu a chamo de ‘Ag mesmo tempo, hé outro caminho que se move do conhecimenty para o desconhecimento. Eu a chamo de “uma jornada desconstrutiva de crescimento”. Em outras palavras, tanto a construgao quanto a des- construcio tém grande importante na jornada de crescimento pessoal “uma jornada de crescimento construtiva” pela qual passam os estudantes. ssa jornada dentro do mundo do aprendizado nao é do tipo cog- nitivo-quantitativo, como é a hipotese de virias teorias pedagégica ‘mas, em vez disso, uma jornada multidimensional que inclui tanto 0 nivel psicoldgico quanto 0 filosofico do processo. Comegaremos a descri¢ao da jornada em algum lugar na “area de desconhecimento”, Quando me encontro nesse estado, come¢o a criar interesse num assunto em particular, o que me leva a um alto nivel de aprendizado (um estado de fluxo), até chegar ao estagio em que eu me considero um especialista no tema em que estou interessado. Nesse ponto, eu chego na “érea de conhecimento”. Escolhi descrever esta etapa como sendo a primeira de quatro. A area de conhecimento — o desabrochar Nesta area, sentimos que chegamos ao que estivemos procurando por muito tempo. E no s6 “chegamos” como nos sentimos “em cas” 1. Quando dominamos as aptiddes necessarias para desempenharmos em nossa area de interesse, a situago pode ser descrita como a de completar todas as partes de um quebra-cabeca para formar uma unica imagem completa ; Nos niveis mais altos desta etapa, o estudante descobre que ang sua area de forga e é capaz de obter novas revelagdes nessa area. Ness€ ponto, ele vivencia um sentimento de realizagio e satisfacao peso! ane lo tipo que se sente ao fim de uma jornada ardua — uma sensa¢a0 de exaltago, um surto de energia e poder. oe es ‘A: APRENDENDO nung MUNDO DEMOCRATIC © comeca a sentir qu ie dominou © 0 resto “nao estd a sua altura”, pete : arregdncia, que & comum na fase tudo, que é “dono da verdade” e que to Aiisso eu chamo de a armadilha do desabrochar. Os estudantes nesta etapa tendem a evitar ide com os outros e dependem apenas de sua propria aa ler por sua vez, reduz o nivel de seu aprendizado, 0 que, O segundo perigo é a armaditha da s, o estudante ganha uma posi¢io de Tespt admiraco dos seus pares. Seu dominio s eguranca, uma situac3o em que eto entre os seus colegas e a ‘obre a sua rea traz um salério confortavel, mas ele deixou de ter um interesse real nela. A “armadilha da seguranca” prende o estudante na “4rea de for¢a” (0 seu sucesso), que deixa de ser sua Area de crescimento. Como apontei antes, a drea de forca permanece fixa, enquanto a de crescimento varia. Por consequéncia, a descoberta da area de forca pode servir de incentivo para embarcar numa nova jornada, mas a “armadilha da seguranca” pode por um fim em futuras dreas de crescimento, porque impele o estudante a desistir do controle e do dominio sobre a situacao, para que adentre um espaco de incertezas. Quando o individuo consegue evitar a armadilha, ele deixa de ter interesse naquilo que buscou até entio e se permite dar prosse- guimento ao processo. Depois, ele chega a proxima etapa da espiral. A 4rea de davida — murchando Nesta etapa, a drea de forca muda. O estudante sente haver ae duras que fazem com que o seu quebra-cabega perfeito ae : ui Asrachaduras podem ser uma falta de confianga nas descoberss 1% "ma etapa anterior ou um sentimento assombroso de que © imteresse na drea esta diminuindo. «ca abrir mio de posigoes de Esta etapa faz com que seja necessario abrir Mfesa © de autojustificativa. O estudante precis certas do passado e transicionar para um estado ¢ «Bio nesta etapa é a coragem para ouviT 4 hat que é autoevidente. 4 abrir mio das des- o de atengao. O que es das dividas € a a de desconstru¢io — as rachaduray, 1 estado de incerteza toma conta, dos os obstaculos entram num ida. Os estudantes podem a dos e até mesmo com raiva s de entender que esta = i O estudante entio entra na etap: vio crescendo e un onseguem superar (0 izado na area de dav: 1 amargurados, desconfia obretudo se forem capaze: : no processo de crescimento, novas experiéncias cepcio de que “esse é o primeiro passo rumo ao no quebra-cabeca Aqueles que ¢ proceso de aprend: principio se senurely As poucos, 5 é uma etapa natural chegam — como a per ( caminho”. comeco de um novo ¢ i ; A etapa da diivida exige vastas reservas de forca interior, porque significa que € preciso deixar um espago confortavel e recompensador para obter crescimento num outro desconhecido e perigoso. Além disso, © processo muitas vezes impele 0 estudante a ben suas percepgdes anteriores de si mesmo. E por isso que um grande nimero de armadilhas diferentes pode aparecer nesta etapa: + Negagio do processo de fluxo (“Preciso tirar essa bobagem da cabeca”, “Preciso ser realista e descer das nuvens’”’). + Um “retorno ao rebanho”, que envolve uma consagra¢io do conhecimento anterior, uma falta de desejo de abrir mio do que foi conquistado. * A adogio de um conhecimento tinico e claro — Em vez de possi- bilitar o processo de desconstrucao, o estudante adota o conhe- cimento Gnico sem antes passar pelo processo de aprendizado pluralista, isto ¢, sem primeiro fazer uma verificacgdo profunda de suas dividas pessoas. Para passar pela etapa de divida, 0 estudante precisa ter a coragem de perder 0 controle ¢ acreditar que o processo de crescimento Pessoal o levard 4 descoberta de novos mundos. Essa etapa exige uma fé profunda nas cap lado, e, por outro, um: : cidades pessoais, por um 1a disposicao Para abrir mio da motivacio mente levaria os > : ‘i Se mencionadas acima, ‘studantes ds armadilhas A Area do dese ‘onheci 7 a morte do “velho” ‘mento © a semeadura do “novo” situa em torno da linh, ida, a et; Esta area a area se ‘a do desconhecimento, E uma area de caos n; ay , apa Paem que o estudante se sente totalmente ATE perdido. As pegas do quebra abega p, « Parecem imporsivers de 1a visio de mundo anterior Sotire asm Um des: desespey sentimento intervalar de franquilidade preparacio para a semeadura na Nova area. Os estudantes, nesta etapa d. mentos de tédio, falta de interes os eXtrem, Montar, toda MOTONAMENto completo, ¢ scila entre 0 tota o estudante oscila entre 6 total TO Pela morte do “Velho” © um © Teearga das enengias” como. escola democratic. Se eM to até depressio, A importancia da p, sy relatam senti dos os tcontecimentos na escola e,em AEM Por essa dire, CAO entre as tam uma garantia de renovag. 4 & enorme, Uma Pessoa Ateas descobre Joe criag. conectada 4 personalidade tinica do in Esse periodo se Parece com que aprende a fazer a trans que clas represen Ao pessoal que esta diretamente dividuo, aS etapas tin, ainda que por vezes Insuportaiveis — Ja vi estudantes que, nessa etap: no se pressionaram a continuar, El ais da gravidez, que Io essenciais pp rao Nascimento, a, demonstraram entustasmo, mas es utilizaram seu tempo para des- cansar, conscientes de que estavam Seguindo n; criativo e a descoberta de novos lugares (ap. quais lugares seriam esses). A expectativa foi acompanhada por um sentimento de grande exaltacio. Outros estudantes, nas armadilhas. Nesta etapa, as armadilhas sio de dois tipos princip I. Evasio — um desejo de escapar dos medos e das tensdes en- quanto se abre mio do “nascimento da propria singularidade” -a Interrup¢ao, em outras Palavras, da aten¢do as vozes nteriores. Nesta etapa, o estudante retorna “automaticamente” 4 sua area anterior de forca, um movimento que nao esta orientado para os interes mas sim para reunir as forcas necessarias para sobreviver. oe 4 “ado¢io” em vez do “nascimento = 08 ong a vivenciam uma e Periéncia de completo desamparo e nio aie ‘ncontrar conforto nas realizagoes anteriores. Esse oe 7 3 Permite que © motor da criatividade dé ignicio, € 0 unis oe ina “idas capaz de salvar o estudante é a “adogio™ do que as ia ‘nena Motivel, Por mais que nao tenha parentesco com _ ae : Pessoal & Seja motivada apenas por fatores de ee Int ‘ Essas armadilhas resultam em cera neee pirat sn ee eee ener “de autoconfianga do estui a direcio do aprendizado t de nio terem ideia de porém, cairam Ss atuais, A irea de descoberta - germinagao Momento de perminagdo ¢ conhecimento, a area de descoberta -onheci ra a area d transports o estudante da crise do desconhecimento pa le conheennento, i Esta ea etapa em que varias partes do quebra-cabeca se retinem Para formar uma nova imagem. Nela, o estudante nao precisa mais de Apoww externo, porque suas cnergias estio em seu auge. Ele desfruta de fagdo, vivenciando ao maximo as unt sentimento de completude ¢ satis experiénety signiticativas de seu aprendizado. © estudante entra em estados frequentes de fluxo e tem um sen- Lmento torte de que esti descobrindo novos mundos quase todo dia. A armaditha desta ctapa ¢ ficar preso numa drea de forga que nao Srv como trea de crescimento; durante a jornada em areas de desco- berta, ha uma grande probabilidade de que cle encontre reas de forga ate entio desconhecidas. Esses encontros podem desencadear mudancas no direcionamento do crescimento do estudante, qualquer mudanga desse tipo © bem-vinda, Porém, um encontro com uma area de fora que io interesse ao estudante pode fazer com que ele rapidamente tique preso numa “armadilha de talento” ou “armadilha de seguranca”. Esse 6 em termos bem gerais, o modelo de espiral, que ilustra 0 processo do aprendizado pluralista. Ele nao a dizado dentro dos muros da escol ponta apenas para o apren- 1 ou numa drea em particular, Todos os individuos em qualquer etapa de suas vidas podem se ver em qualquer piral. Ha pessoas que, durante toda sua vida adulta, completario apenas uma tnica volta da espiral ( de suas vidas em uma das armadilhas) ¢ uma das etapas da (OU Passardo muitos anos ha os que circulam entre os pro- cessos de murchar e germinar e de volta davida, em ritmos variados. a1s complexo do que o apresentado Sos costumam trabalhar Juntos — esses Processos nio sio isolados, e podemos Passar por eles num grande nimero de areas ao mesmo tempo. E por isso {ME Nos sentimos em Ar ras podemos estar ‘gar entre as varias 4 Naturalmente, 0 modelo é m: aqui, porque, na vida, os proc eas de forca emi certas areas, enquanto em outr nhecimento, ena Ela nio impele os estudantes a passarem Para a proxima etapa nem a perma F necerem onde estio, Isso Possibilita oY PLURALISTA. apy APRENDENDO. NUM MUNDO PEMOCRATICO 193 que eles vivenciem um processo aprofian fad ‘ dado as variedades ¢ com todos 08 seus compone de aprendizagem de tod A crianga apre tes desde. Hel de andar no deserto, Aminho © a ve ; ct a experiéneia de °° Para um mergulho maravilh descobriu., as. nde a am, cedo, orientando-se e encontr AE a expense, ando o seu ¢ como uma oportunid aguas do laguinho que perder-se a ado Parte Ill aPprendizado Pluralista — ura democratica Os resultados do uma cult © aprendizado convencional se “aprendizado linear” posta errada”, cone absorvendo quais sio a + quem so as pessoas * € 0 quanto € perigoso cometer err tra na assimilagio do Tesposta certa” © a “res- “que sabem” ¢ as que “no sabem", ‘os. Os resultados disso sio: Estamos 0 tempo todo verificando em que ponto estamos dacurva normal para ver qual 0 nosso valor ¢ o que a sociedade espera de nés. Estamos 0 tempo todo nos inserindo na curva também, de que nao nos envolvamos — bate na madeira! nao estao “no nosso nivel”, modo — COM as pessoas que Em outras palavras, tudo isso leva a uma estratificagio social, Os efeitos individuais do aprendizado pluralista que ocorrem dentro da espiral sio bem diferentes. Eles fazem com que o estudant. Encontre suas dreas de forga, para recarregar as baterias de modo que possa ser ativo em suas areas de crescimento (interesse). a A a recisa aban- Tenha a percepgao de que esta numa busca em que preci i i crescer Nos novos, donar os conhecimentos antigos para poder cre novo que, ele se continuar nessa busca, eventualmente também serio abandonados. : e- Veja uma perspectiva diferente como uma pobieated ace i 2 estamos envolvidos. lerar 0 processo de aprendizado em que estamos en eae Encontre os aspectos tinicos dos outros individuos ¢ assim i idual. mente seu proprio desenvolvimento individ Ha quatro critérios numa esc ‘ola que sio indicativos do SUCE Ss a qua SUcess., do aprendizado pluralista A propria escola muda ~ novas vozes levam a novas criagdes, fy, pressa em todos os aspectos da escola: as instalagdes, 4 o, . as disciplinas estudadas. Tudo esti see ganizagio ¢ o plano de aul sujeito A mudanga, Di-se ouvido a vozes diferentes na escola ~ a escola nao esti preocupada em fazer propaganda do seu sucesso, mas, em yey e em encorajar as diferentes vozes que se ouvern disso, preocupa- dentro dela como uma oportunidade para o er scimento da escola © caladas ou deixadas de io colocadas no centro do palco. Em seu livro Real como um todo. Vozes diferentes nao lado: elas Education, 0 educador inglés David Gribble!"*! descreve 14 escolas sem igual em todo o mundo. Uma delas é a Escola Democratica de Hadera. Uma das carater da e aracteristic: que contribuem para esse cola, diz Gribble, é 0 fato de que todos os aspectos da escola estio abertos para debate, ¢ o debate é completamente transparente para todos, incluindo visitantes de fora da escola A violencia logo diminui ~ eu vejo a violéncia como um dos pesos da balanga, 0 outro sendo a criatividade individual. Quando os estudantes estao cheios de fé em suas proprias capacidades (isto eles descobriram suas areas de forga) e envolvidos nos processos de fluxo em sua jornada para realizar seus objetivos, eles nao tém qualquer necessidade de violéncia ou destruigao para declararem sua existéncia (cf. Capitulo 8). Um grande niimero de grupos espontineos se organizando para realizar atividades ~ a observagio prolongada das atividades de professores e estudantes demonstra muitos casos de grupos que st organizam de forma espontinea, para que estudantes € professores realizem uma ampla variedade de objetivos. Tais objetivos podem incluir a organizacio de uma equipe para produzir uma revista em video, encenar um: ‘a peca, montar uma colénia de férias na escola. Crganizar equipes de estudo em varias Areas, e assim por diante. Os Professores se retinem para dar aullas multidisciplinares e ha também Profs sae dutbes mistas de estudantes e professores. A quantidade de ativida des espontineas em 7 Baa r 4 equipe em escolas democraticas é muito ma! lo qu s : WHE © que se vé em outras escolas (incluindo as que define™ 1400 HUM MNO DESO bane O74 © “trabalho em equipe” COMO UM de Um olhar mais aprofundado mais 0s estudantes © quantidade de Seus objetiven declaradeny “ola demonstra que mito sobre a quanto 8 protessores ¢¢ trabalho em equipe meu ver, a organizacio espontinns indicadores do sucesso de am na evola taser a Com 9 qual eles Cenvolver, A um dos prisicipars aprendizager 4M equipes & UM processes de 1m pharalivea Quando as pessoas descobrem sua Prépria singularidade, a do caminho da jornada. Aos poucos, elas sociedade composta de individuos tinicos, si com as quais eles tém de lidar é desse tipo encontrar pessoas que de criar uma equipe vencedora, Muitos estudantes Ja perceberam que, que faz com que a Escola Democritica de Ha incomum de tantas pessoas talentosas em respondo que é improvavel que muitas das criangas estudando na excols de Hadera sejam diferentes de quaisquer criangas ao redor do mundo, exceto que a maioria das criangas estuda em escolas convencionais que nao permitem que os estudantes se vejam como individuos por causa da superpopulagio dentro do quadrado e da busca intensa pelo “apro- veitamento maximo do seu tempo”. inda falta metade tao vivendo numa -omo a matoria das tarefas descobrem que es ingulares, ( multidisciplinar; & mais facil numa sociedade Possuem as habilidades que eles nao tém, a firm do seu ponto de vista, 0 dera seja dinica € a reuniao mustas diferentes areas, Eu A conclusio é que 0 proceso de aprendizado pluralist cria uma cultura democratica, uma cultura que conduz adiante cada individuo rumo ao lugar em que pode descobrir o seu individuo singular interior ¢ assim também se conscientizar da importancia enorme de descobrir a singu- laridade dentro de outros individuos e expressi-la em sua colaboracio di - seu livro Democracia e educagao [Democracy . Introduction to the Philosophy of Education), John lou : os eines ceito de cultura do seguinte modo: “A one Paige cae algo que é plantado e cultivado, algo ma Be eee Beatie rit eased mea Cee ty fe € tal como associada € como pessoa é idéntico a aquilo que essa pess 0s outros, num fluxo livre de oe ican peas! Quando Dewey fila do devieera democratica, cle chegs 3s Seciacdes e a manutengao de uma culty Seguintes revelacées: 106 EDUCACAO DEMOCRATICA Um individuo nio seria um individuo se nio houvesse algo de in- comensuravel nele, Seu oposto ¢ 0 mediocre, o mediano. Sempre que uma qualidade distintiva se desenvolve, surge a distingio da Personalidade, e, com ela, uma promessa maior de um servigo social que vai além do estoque em quantidade de commodities materiais. Pois como pode haver uma sociedade que realmente valha a pena Servira nio ser a que seja constituida de individuos com qualidades pessoais dignas e significativas? Em outras palavras, o Principal resultado de um aprendizado pluralista é a cria¢ao de uma cultura democritica. O pilar central de uma cultura democritica é a habilidade de de nico em cada individuo e colaborar com el crie algo juntos. encontrar 0 que ha le ou ela para que se

Potrebbero piacerti anche