0 valutazioniIl 0% ha trovato utile questo documento (0 voti)
288 visualizzazioni1 pagina
Este resumo descreve o livro "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos" da autora Marcia Angell. O livro desconstrói mitos sobre a indústria farmacêutica, argumentando que ela não é tão inovadora e que muitas pesquisas vêm de instituições públicas, não da indústria. O livro também discute os conflitos de interesse entre a indústria e pesquisas científicas, e como a indústria cria novos mercados para doenças. A autora oferece sol
Este resumo descreve o livro "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos" da autora Marcia Angell. O livro desconstrói mitos sobre a indústria farmacêutica, argumentando que ela não é tão inovadora e que muitas pesquisas vêm de instituições públicas, não da indústria. O livro também discute os conflitos de interesse entre a indústria e pesquisas científicas, e como a indústria cria novos mercados para doenças. A autora oferece sol
Este resumo descreve o livro "A Verdade sobre os Laboratórios Farmacêuticos" da autora Marcia Angell. O livro desconstrói mitos sobre a indústria farmacêutica, argumentando que ela não é tão inovadora e que muitas pesquisas vêm de instituições públicas, não da indústria. O livro também discute os conflitos de interesse entre a indústria e pesquisas científicas, e como a indústria cria novos mercados para doenças. A autora oferece sol
A V E R D A D E S O B R E O S L A B O R AT R I O S nha, Frana e Estados Unidos, existem cerca de sete
FARMACUTICOS. Angell M. Rio de Janeiro/So mdicos para cada promotor de vendas, nmero que Paulo: Editora Record; 2007. 319 p. parece elevado e representativo do valor que o setor de ISBN: 978-85-01-07440-9 marketing das empresas vem recebendo, como explica a pesquisadora. Plulas de desconfiana Marcia Angell destaca, tambm, que os laborat- rios tm buscado instituir novos mercados, criando do- A publicao, em lngua portuguesa, do livro A Verdade enas ainda no estabelecidas. Os medicamentos para sobre os Laboratrios Farmacuticos, de Marcia Angell, ansiedade social ou para o transtorno da disforia pr- foi uma afortunada idia e pode oferecer aos profissio- menstrual so alguns exemplos. Moynihan 2, em 2003, nais de sade e ao pblico em geral uma compreenso debateu assunto semelhante sobre a criao e fabrica- mais aprofundada sobre a ordem vigente na produo, o do Viagra para o sexo feminino, sem que houvesse divulgao e prescrio de medicamentos por parte uma definio cientfica do que seja uma disfuno se- das indstrias. xual entre mulheres. Marcia Angell, ex-editora-chefe do conceituado Por fim, a autora prope algumas possveis solu- peridico cientfico New England Journal of Medicine e es para, se no resolver, ao menos enfrentar essas pesquisadora do Departamento de Medicina Social da questes. Portanto, considero este um livro fundamen- Harvard Medical School, onde se dedica a temas rela- tal queles que desejam se aprofundar nas questes li- cionados indstria farmacutica e ao conflito de in- gadas indstria de medicamentos e aos conflitos de teresses nas investigaes cientficas, , seguramente, interesse nas investigaes cientficas. uma respeitvel autoridade para abordar o assunto. O livro utiliza uma linguagem simples e se torna Alexandre Palma Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil. acessvel s pessoas no iniciadas em cincias farma- palma_alexandre@yahoo.com.br cuticas ou em cincias biomdicas. Mesmo assim, no se perde em posies baseadas no senso comum; ao contrrio, suas observaes so pontuadas com re- 1. Willerroider M. Making the move into drug sales. ferncias que asseveram sua posio. Nature 2004; 430:486-7. A pesquisadora faz um rico passeio sobre os mean- 2. Moynihan R. The making of a disease: female sex- dros da vida dos laboratrios farmacuticos. Seu mer- ual dysfunction. BMJ 2003; 326:45-7. gulho proporciona uma riqueza de anlises que permi- te elucubrar sobre em quem e em que as pessoas tm depositado a vida. Seu plano de trabalho favorece a re- flexo sobre alguns pontos relevantes e, passo a passo, desconstri alguns mitos. Inicialmente, possvel destacar idia hegemni- ca, mas equivocada, de que a indstria farmacutica inovadora. De acordo com a autora, o mercado carece de produtos realmente novos e no de medicamentos, denominados por ela de imitao, uma vez que so variaes de drogas antigas. Outro mito que cai por terra o do elevado custo financeiro da pesquisa cientfica despendido pelos la- boratrios farmacuticos. Marcia Angell advoga que grande parte das pesquisas tem origem em instituies acadmicas ou governamentais, que recebem verba pblica. O conflito de interesses mais um srio proble- ma tico envolvendo os laboratrios e a produo de investigaes cientficas. A autora explica que, a des- peito de uma suposta neutralidade cientfica, as inds- trias farmacuticas tm patrocinado as pesquisas que tentam comprovar algo que interessa a elas prprias. Os laboratrios, para justificar que uma determinada droga se mostra eficaz, apenas procuram compar-la a um placebo, mas no com drogas j existentes. Sendo assim, o mercado tem recebido medicamentos que so melhores, apenas, do que nada. Alm disso, Angell alerta que no raro os labora- trios, ao conduzirem um ensaio clnico, viciarem seus dados de modo que possam garantir resultados mais favorveis de seus prprios frmacos. Vale ressaltar que esto em jogo vultosas somas de recursos finan- ceiros utilizadas para cooptar mdicos e instituies e, principalmente, para desenvolver uma forte polti- ca de marketing. O estranho convvio entre a indstria farmacutica e os mdicos tem reforado esta idia. Willerroider 1 comenta que, na Alemanha, Gr-Breta-
Cad. Sade Pblica, Rio de Janeiro, 24(6):1456-1459, jun, 2008