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Câmara

Municipal de
Limeira

Administração 2005/2006

Noções de
Processo
Legislativo e de
Técnica
Legislativa
Municipal
Câmara Municipal de Limeira

ELZA SOPHIA TANK MOYA


Presidenta

ANTONIO CÉSAR CORTEZ


Vice-Presidente

CARLOS GOMES FERRARESI


1º Secretário

TÁRCÍLIO BOSCO
2º Secretário

2
Rua Pedro Zaccaria, 70 – Jardim Nova Itália – LIMEIRA - SP -
CEP 13484-350 – PABX (0xx19) 3404-7502

Noções de Processo Legislativo


e de Técnica Legislativa
Municipal

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Noções de Processo Legislativo
e de Técnica Legislativa
Municipal

Assessoria dos Negócios Jurídicos da Presidência

Trabalho elaborado por Luis Fernando Cesar Lencioni

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Limeira, 2005

Câmara Municipal de Limeira. Assessoria dos Negócios


Jurídicos da Presidência. Noções de processo legislativo e de
técnica legislativa municipal. Limeira, 2005.

65 p.

Trabalho elaborado por Luis Fernando Cesar Lencioni.

1. Processo Legislativo 2. Técnica Legislativa.


Lencioni, Luis Fernando Cesar. Limeira, 2005.
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APRESENTAÇÃO

O presente singelo e pragmático trabalho,


elaborado pela Assessoria dos Negócios da Presidência
a nosso pedido, tem por objetivo precípuo servir de
amparo ao parlamentar e a seus assessores que têm
seu primeiro contato com os trabalhos camarários, e,
conseqüentemente, dão seus primeiros passos na
elaboração e apresentação de proposições legislativas.

Esperamos que, sobre se tratar de uma obra


modesta, possam todos que dela se abeberar extrair os
fundamentos para uma vereança profícua e cheia de
êxitos.

Elza Sophia Tank Moya


Presidenta

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INTRODUÇÃO

O Poder Legislativo Municipal e a sua função


legislativa

A Câmara Municipal é o Poder Legislativo do


Município, e, como tal, é o responsável pela criação
do direito municipal novo por meio de Emendas à
Lei Orgânica, de Leis Complementares e
Ordinárias, Decretos Legislativos e Resoluções
sobre todas as matérias de competência do
Município.

Pois bem, o processo legislativo adotado pelos


Municípios, por certo, como acreditamos, sofre os
influxos das regras e princípios do processo
legislativo estabelecido na Constituição da
República por força do princípio da simetria com o
centro, cabendo aos Municípios, elevados pela
Constituição Federal de 1988 à categoria de entes
federativos autônomos regidos por Lei Orgânica
própria, dispor sobre os aspectos concernentes ao
interesse local no processo legislativo.

É que, com o advento da Constituição Federal


de 1988, cujo princípio básico de repartição de
competências reside na predominância do interesse,

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o Município passou a gozar status de partícipe da
Federação ocupante do mesmo nível hierárquico
que os demais com competência legislativa
exclusiva e suplementar para as matérias de
interesse local. Daí contar cada Município de per se
– exceto evidentemente nas questões reguladas no
processo legislativo constitucional – com um
processo legislativo que lhe é peculiar.

Esta solução constitucional é realmente digna


de elogios, pois é corolário do respeito à diversidade
que caracteriza o regime democrático, com ele se
harmonizando. Por outro lado, assim o fazendo
reconhece o constituinte que é no Município que os
problemas ocorrem, e é por aqueles que nele vivem,
e que, mais do que ninguém, conhecem em detalhes
as variantes que o compõem, que devem ser
encontradas as soluções.

Destarte, cabe, pois, ao legislador municipal a


magnânima tarefa de escolher, dentre os vários
possíveis, qual o processo legislativo mais adequado
para o porte e os interesses do Município, decidindo
até mesmo quais as espécies de veículos legislativos
que irá adotar, observando a técnica legislativa.

Este trabalho apresenta uma visão geral


simplificada do processo legislativo adotado em
nosso Município de molde a prover os que a ele
recorrerem de um instrumento bastante para lhes
auxiliar na tarefa rotineira diária de elaborar,
apresentar e acompanhar o andamento de

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proposições na Câmara Municipal de Limeira, com
as especificidades que lhes são próprias.

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.........................................................6
INTRODUÇÃO...............................................................8
PROCESSO LEGISLATIVO MUNICIPAL
CONCEITO
PROCESSO E PROCEDIMENTO
I – PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ORDINÁRIO
CONCEITO
Projeto de lei
Conceito
Modelo
Fase de apresentação
Fase de instrução
Fase de deliberação
Fase de positivação
II – PROCEDIMENTOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS
CONCEITO
a)- PROPOSIÇÕES PRIMÁRIAS
Procedimento de emenda à Lei Orgânica
Proposta de emenda à Lei Orgânica
Conceito
Fases do Procedimento
Modelo
Procedimento de Lei Complementar
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Decreto Legislativo
Conceito
Particularidades do procedimento

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Modelo
Procedimento de Resolução
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Elaboração de Códigos
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de leis de planejamento e
orçamento
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
b)- ATOS LEGISLATIVOS
Procedimento de Recurso
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Parecer
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Parecer de Contas
b.1)- ATOS LEGISLATIVOS INOMINADOS
Procedimento de Requerimento
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Moção
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Indicação
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
c)- PROPOSIÇÕES SECUNDÁRIAS
Procedimento de Substitutivo

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Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
Procedimento de Emendas ou Subemendas
Conceito
Particularidades do procedimento
Modelo
NOÇÕES DE TÉCNICA LEGISLATIVA
CONCEITO
PRINCÍPIOS A SEREM OBSERVADOS
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DE UM PROJETO
Cabeçalho ou preâmbulo
Epígrafe
Ementa
Fórmula de promulgação
Contexto
Artigo
Parágrafo
Inciso
Alínea
Item
Agrupamento de artigos
Disposições complementares e
suplementares
Disposições Preliminares ou Lei de
Introdução
Disposições Gerais e Disposições
Finais
Disposições Transitórias
Cláusula de Vigência
Cláusula Revogatória
Fecho
Justificativa
Fecho da Justificativa
EMENDA
Epígrafe
Fórmula da alteração proposta
Contexto
Fecho

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Justificativa
Fecho da Justificativa
REQUERIMENTO
Epígrafe
Vocativo
Contexto
Fecho
PARECER
Epígrafe
Contexto
Fecho

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PROCESSO LEGISLATIVO MUNICIPAL

A lei é produto típico do Estado de Direito,


elaborada através de um conjunto de atos preordenados
e concatenados na direção da positivação de uma
intenção manifestada através de um projeto, cujo
resultado final decorre, em última análise, do polígono
de forças que compõem a sociedade para a qual está
destinada a norma legal.
No Município a produção de normas legais é
regulada pela Lei Orgânica Municipal, a qual pode
adotar um procedimento legislativo próprio, respeitados
os princípios e regramentos constitucionais sobre o
processo legislativo, escolhendo inclusive quais atos
legislativos e espécies normativas haverá no Município,
e, ainda, disciplinar como serão seus respectivos
procedimentos, ou relegar ao Regimento Interno da
Edilidade o poder de fazê-lo.
Por isso, pois, não é incomum, hodiernamente, ao
contrário, se encontrar procedimentos diferentes para a
elaboração de idênticos atos legislativos e espécies
normativas nos municípios brasileiros, assim como atos
legislativos e espécies normativas diferentes em cada
um – embora com menor freqüência do que se
encontram procedimentos diversos –, nada obstante
haja entre eles traços comuns decorrentes exatamente
da incidência dos propalados princípios e regramentos
constitucionais sobre a matéria, como frisado uti supra.
Esta característica do processo legislativo
municipal, pós constituição de 1988, veio na esteira da
globalização e do movimento político de retorno à polis –
municipalização – em face da constatação da existência

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de uma crescente incapacidade da Administração
Central do País e dos Estados de dar solução adequada
aos problemas que afligem o cidadão no dia a dia vivido
no município no qual ele reside, constitui família,
trabalha, estuda, pratica esportes, atividades de
recreação e lazer, e etc., e se utiliza dos serviços
públicos em geral, valorizando o município como
entidade por estar este mais perto da população e ter,
por isso mesmo, maior facilidade para diagnosticar e dar
solução mais rápida e apropriada aos problemas que a
afligem.
Não é por outra razão que está a cargo dos
municípios atualmente a gestão da saúde, da educação
infantil e, em grande parte dos municípios, também da
educação fundamental, da polícia de trânsito, e,
caminhando-se a passos largos nessa direção, em
breve, ao que tudo indica, também o policiamento
ostensivo e, eventualmente, até mesmo o ensino médio,
como tem sido proposto pelo atual Governo Federal
através da criação do Fundeb.
Nesse quadro, em razão da crescente importância
do município na elaboração e execução das políticas
públicas que mais interessam aos cidadãos, é inegável a
importância do estudo do processo legislativo municipal
como instrumento de produção normativa capaz de dar
atendimento às demandas sociais.

CONCEITO

Processo legislativo municipal é o conjunto de


atos antecedentes e posteriores regulados pela Lei
Orgânica do Município que se remetem na direção da
produção de atos legislativos e espécies normativas
municipais.

PROCESSO E PROCEDIMENTO

Processo, como já se disse, é a sucessão de atos


tendentes a uma finalidade, é a seqüência direcionada e

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concatenada de atos objetivando um determinado fim.
Procedimento, por sua vez, é a maneira como esse
processo de desenrola, ou seja, são os aspectos
externos ao processo que se exteriorizam através da
forma, do modo como ele se movimenta.

I – PROCEDIMENTO LEGISLATIVO ORDINÁRIO

O procedimento legislativo ordinário é, por assim


dizer, um procedimento típico, padrão, se constituindo
na fonte subsidiária normativa da qual bebem todos os
demais procedimentos.

CONCEITO

O procedimento legislativo ordinário é aquele


utilizado na produção de leis ordinárias, e se desenvolve
cumprindo quatro fases distintas.

FASE DE APRESENTAÇÃO

A fase de apresentação ou de iniciativa, é aquela


na qual é exercitada a faculdade de propor um projeto
de lei, atribuída a pessoas ou órgãos, de forma geral ou
especial. É o ato que desencadeia o processo
legislativo.

A iniciativa pode ser concorrente, privativa e


vinculada.

Concorrente: quando a competência para


apresentação da proposição não estiver reservada a
ninguém, podendo ser apresentada tanto por iniciativa
do Prefeito, da Mesa Diretora, dos Vereadores, ou de
5% do eleitorado local.

Privativa: quando a competência para iniciar o


processo legislativo estiver reservada a um determinado

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titular. Por exemplo: preleciona o Art. 31, da LOM, a
saber: “Compete à Mesa, dentre outras atribuições: (...)
III - propor projetos de resolução que disponha acerca
de: a) Secretaria da Câmara e suas alterações; b)
criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços e fixação da
respectiva remuneração, observados os parâmetros
estabelecidos na lei de diretrizes orçamentarias; (...) V -
apresentar projeto de lei dispondo acerca de autorização
para abertura de créditos adicionais, quando o recurso a
ser utilizado for proveniente da anulação de dotação da
Câmara.”; e o Art.23 do RICML esclarece: “Compete à
Mesa, dentre outras atribuições estabelecidas em lei,
neste Regimento ou por Resolução da Câmara, ou delas
implicitamente decorrentes: I - propor projetos de lei nos
termos do que dispõe o art. 61 "caput" da Constituição
Federal; II- propor projetos de decreto legislativo
dispondo sobre: a) licença do Prefeito para afastamento
do cargo; b) autorização ao Prefeito para, por
necessidade de serviço, ausentar- se do Município por
mais de quinze dias; c) fixação da remuneração do
Prefeito e do Vice-Prefeito para a Legislatura
subseqüente sem prejuízo de iniciativa de qualquer
Vereador na matéria, até 60 dias das eleições
municipais; * nova redação suprimindo do texto a
expressão "antes", de acordo com a Res. Nº 71/92,
alterando assim a redação determinada anteriormente
pela Res. Nº 69/92. d) concessão de licenças ao
Prefeito, nos termos da Lei Orgânica Municipal; III-
propor projetos de resolução dispondo sobre; a) sua
organização, funcionamento, polícia, criação,
transformação ou extinção dos cargos, empregos ou
funções de seus serviços e fixação da respectiva
remuneração, observados os parâmetros estabelecidos
na lei de diretrizes orçamentárias; b) concessão de
licenças aos Vereadores, nos termos do que dispõe a
Lei Orgânica Municipal; c) fixação da remuneração dos
Vereadores e a verba de representação do Presidente
da Câmara, para a legislatura subseqüente, sem

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prejuízo da iniciativa de qualquer Vereador na matéria
até 60 (sessenta) dias antes das eleições municipais;
(...) XV- elaborar e encaminhar ao Prefeito até 30 de
Agosto a proposta orçamentária da Câmara a ser
incluída na proposta do Município e fazer, mediante ato,
a discriminação analítica das dotações respectivas, bem
como alterá-las, quando necessário; * redação de
acordo com a Res. Nº 60/92); por outro lado, determina
o Art. 51 da LOM: “compete, exclusivamente, ao
Prefeito a iniciativa dos projetos de lei que disponham
sobre: I - criação e extinção de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta e autárquica,
bem como a fixação da respectiva remuneração; II -
criação, estruturação e atribuições das Secretarias
Municipais e órgãos da administração pública; III -
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e
aposentadoria dos servidores;” e o Art. 202 do RICML
estabelece: “É da competência privativa do Prefeito a
iniciativa das leis que disponham sobre: I- a criação,
estruturação e atribuições das Secretarias, órgãos e
entidades da administração pública municipal; II- a
criação de cargos, empregos e funções na
administração pública direta e autarquia bem como a
fixação e aumento de sua remuneração; III- regime
jurídico dos servidores municipais; (art.61, parágrafo 1º
CF) IV- o plano plurianual , as diretrizes orçamentárias e
o orçamento anual, bem como a abertura de créditos
suplementares e especiais (art.165 e 167, V da CF)”. É
da competência da Comissão de Assuntos Relevantes
interessada a proposição de Projeto de Resolução para
sua prorrogação (§ 8º, do art. 116, do RICML). É da
competência da Comissão Parlamentar de Inquérito a
proposição de Requerimento para sua prorrogação (art.
130, do RICML). É da competência do seu autor ou da
maioria dos subscritores, quando de autoria de órgão
colegiado, a apresentação de requerimento de retirada
de proposição (art. 170, c/c art. 188, do RICML); Obs: a
retirada impede a reapresentação na mesma sessão
legislativa, salvo deliberação em contrário do Plenário (§

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5º, do art. 188, do RICML). É da competência dos
Líderes, do Autor ou do Relator da matéria o
requerimento de adiamento de votação (art. 253, do
RICML). É da competência dos Líderes – ou de 2/3 dos
membros da Câmara – o pedido de adiamento de
votação de matéria tramitando em regime de urgência
(art. 253, § 3º, do RICML).

Vinculada: quando a apresentação da proposição


for obrigatória num determinado momento para o titular
da iniciativa. Por exemplo: Dispõe o art. 35, do ADCT,
em seu § 2.º: “Até a entrada em vigor da lei
complementar a que se refere o art. 165, § 9.º, I e II,
serão obedecidas as seguintes normas: I - o projeto do
plano plurianual, para vigência até o final do primeiro
exercício financeiro do mandato presidencial
subseqüente, será encaminhado até quatro meses antes
do encerramento do primeiro exercício financeiro e
devolvido para sanção até o encerramento da sessão
legislativa; II - o projeto de lei de diretrizes orçamentárias
será encaminhado até oito meses e meio antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa; III - o projeto de lei orçamentária da
União será encaminhado até quatro meses antes do
encerramento do exercício financeiro e devolvido para
sanção até o encerramento da sessão legislativa.”

FASE DE INSTRUÇÃO

A fase de instrução é a fase que medeia a


apresentação e deliberação, quando então o projeto é
enviado às comissões para estudo e fica sujeito à
apresentação de proposições secundárias.

FASE DE DELIBERAÇÃO

Esta fase se inicia com a votação da matéria pelo


Plenário, e se completa com a apreciação pelo

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Executivo do texto aprovado, o qual pode intervir no
aperfeiçoamento da lei. Tal apreciação pode resultar no
assentimento (a sanção) ou na recusa (o veto). A
sanção transforma em lei o projeto aprovado pelo
Legislativo. Pode ocorrer expressa ou tacitamente. A
sanção é expressa quando o Executivo dá sua
concordância, de modo formal, no prazo de 15 dias
contados do recebimento da proposição de lei,
resultante de projeto aprovado pela Casa Legislativa. A
sanção é tácita, quando o Executivo deixa passar esse
prazo sem manifestação de discordância.
Pode o Executivo recusar sanção à proposição de
lei, impedindo, dessa forma, sua transformação em lei.
Tal recusa se manifesta pelo veto, que pode ser total ou
parcial, conforme atinja toda a proposição ou apenas
parte da mesma.
Segundo dispõe o § 2º do art. 66 da Constituição
da República, “o veto parcial somente abrangerá texto
integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea”.
O veto pode ter por fundamento a
inconstitucionalidade da proposição de lei ou a sua
inconveniência. No primeiro caso, há um motivo
estritamente jurídico: a incompatibilidade com a Lei
Maior. No segundo caso, há um motivo estritamente
político, que envolve uma apreciação de vantagens e
desvantagens: se o Executivo julgar a proposição
contrária ao interesse público, opor-lhe-á veto;

FASE DE POSITIVAÇÃO

A fase de positivação, também classificada como


complementar ou de aquisição de eficácia, compreende
a promulgação e a publicação da lei.
A promulgação é o ato que declara e atesta a
existência da lei, indicando que esta é válida e
executável. Cabe ao Chefe do Executivo promulgar a lei.
Se ele, nos casos de sanção tácita e de rejeição do veto,
não o faz no prazo de 48 horas, deve o Presidente da
Casa Legislativa fazê-lo. Depois da promulgação, vem a

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publicação, que, em nosso sistema, é o meio de tornar a
norma conhecida, vigente e eficaz.

II – PROCEDIMENTOS LEGISLATIVOS ESPECIAIS

Os procedimentos legislativos especiais, como a


própria denominação já traduz, são aqueles que
encartam ritos, caminhadas diferentes do procedimento
ordinário. Tais procedimentos vinculam-se, em geral,
cada um deles, a uma determinada espécie legislativa e,
via de regra, se socorrem subsidiariamente, nas suas
lacunas, do procedimento padrão.

a)- PROPOSIÇÕES PRIMÁRIAS

PROCEDIMENTO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA

A Lei Orgânica, mutatis mutandi, é a assim


chamada Constituição do Município, e, como tal, se
caracteriza igualmente pela maior rigidez, impondo,
ainda, a priori, estejam presentes também certas
condições de emendabilidade relativas à presença de
normalidade política, à matéria versada e ao tempo de
apresentação.
Assim, quanto à condição de normalidade política,
fez-se mister que não esteja o Município sob
intervenção, e/ou o País sob decreto de estado de
defesa ou de sítio.
Não se admitirão, da mesma forma, proposições
tendentes a abolir a forma federativa de Estado, o voto
direito, secreto, universal e periódico, a separação dos
Poderes, e a violação ou revogação dos direitos e
garantias fundamentais.
Por fim, quando uma proposta de emenda houver
sido rejeitada, esta não poderá ser reapresentada na
mesma sessão legislativa.

FASES DO PROCEDIMENTO

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Fase de Apresentação

No procedimento legislativo ordinário o veículo


legislativo é o projeto de lei. No procedimento legislativo
especial o veículo legislativo tem um nome específico
em cada um deles.
No procedimento legislativo especial para
modificação da Lei Orgânica, à semelhança do que
ocorre com as Constituições, o veículo legislativo
apropriado é denominado proposta de emenda, cuja
denominação será seguida do número cardinal
respectivo segundo a ordem cronológica de
apresentação.
Em rigor, exceto aquelas condições de
emendabilidade anteriormente descritas e as normas e
princípios Constitucionais aplicáveis aos Municípios,
toda matéria de competência municipal pode ser tratada
pela Proposta de Emenda à Lei Orgânica, aí incluídas as
competências privativas para dispor sobre determinadas
matérias que, como já se disse, não se constituam em
matéria constitucional espelhada por força do princípio
da simetria com o centro.
Dispõe o art. 47 da Lei Orgânica Municipal que: A
Lei Orgânica do Município poderá ser emendada
mediante proposta: I - de um terço, no mínimo, dos
membros da Câmara Municipal; II - do Prefeito; e III - de
cidadãos, mediante iniciativa popular assinada, no
mínimo, por 5% (cinco por cento) de eleitores.

Fase de Instrução

Na fase de instrução o projeto é enviado às


comissões para estudo e fica sujeito à apresentação de
proposições secundárias, as quais também se
submetem às mesmas condições de emendabilidade da
proposição primária, inclusive quanto ao quorum de
assinaturas.

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Fase de Deliberação

Na fase de deliberação a proposta será discutida e


votada em dois turnos, com interstício de 10 dias,
considerando-se aprovada quando obtiver, em ambas as
votações o voto favorável de dois terços dos membros
da Câmara Municipal.

Fase de Positivação

Uma vez aprovada, a emenda à Lei Orgânica


será promulgada pela Mesa da Câmara Municipal, com
o respectivo número de ordem, e devidamente publicada
no Jornal Oficial do Município entrará em vigor na data
nela prevista, ou, na ausência de previsão nesse
sentido, na data da sua publicação.

Epígrafe PROPOSTA DE EMENDA À LEI


ORGÂNICA
Ementa Acrescenta parágrafo ao art. 74 da Lei
Orgânica do Município
Fórmula de A Câmara Municipal de ........... aprova:
Promulgação
Contexto Art. 1 º – Fica acrescentado ao art. 74 da
Lei Orgânica do Município o seguinte § 3º:
“Art. 74 – ...................
§ 3º – Quando da apreciação de recurso
ao Plenário, contra a decisão de
inconstitucionalidade da proposição, emitido
pela Comissão competente, a deliberação da
Câmara é tomada por dois terços de seus
membros.”
Art. 2º – Esta emenda à Lei Orgânica
entra em vigor na data de sua publicação.
Fecho Plenário........, ........de................de ...........
....................................
Vereador
.................................. ................................
Vereador Vereador

23
.................................. ................................
Vereador Vereador

Justificativa Justificativa:

Em todas as casas legislativas do país, a


Comissão de Legislação e Justiça ou comissão
especial que analisa o aspecto jurídico das
proposições tem poder para arquivar matéria
com parecer de inconstitucionalidade. O recurso
a esta decisão é, obviamente, garantido ao
autor da proposição, mas seu acatamento
obedece a normas variadas, ou seja, por
decisão de maioria simples dos presentes em
plenário, como é o caso da CMBH, ou exigência
de quorum qualificado.
A presente proposta busca o
aperfeiçoamento do processo legislativo nesta
Casa, com o entendimento de que ele passa
pela valorização do trabalho da Comissão de
Legislação e Justiça, cuja tarefa regimental
primordial é apreciar o “aspecto constitucional,
legal e regimental dos projetos”. É tarefa dos
vereadores, como legítimos representantes do
povo garantidos pela Constituição, legislar sobre
assuntos de interesse local ou suplementar a
Legislação Federal e Estadual no que couber.
Portanto, é essencial que as proposições de lei
obedeçam aos princípios e limites
constitucionais e aos da Lei Orgânica do
Município.
Sabemos, entretanto, que matérias jurídicas
podem admitir interpretações e leituras
diferenciadas, bem como as proposições de lei
podem se originar de necessidades sociais e
políticas emergentes ditadas por interesses da
coletividade que merecem ser avaliados além
do aspecto jurídico-formal. Com efeito, para se

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contrapor a um parecer técnico de
inconstitucionalidade, é preciso fazê-lo à altura,
devidamente fundamentado e sob o respaldo de
um quorum qualificado. Tenho a convicção de
que, adotando quorum qualificado para decidir
sobre recurso contra inconstitucionalidade de
proposições, estaremos contribuindo para a
maior
Fecho da Plenário ............, ........... de................de........
Justificativa
.................................
Vereador

PROCEDIMENTO DE LEI COMPLEMENTAR

O procedimento de Lei Complementar tem como


proposição o Projeto de Lei Complementar que tem a
finalidade de completar as disposições da Lei Orgânica
Municipal, cuja denominação será seguida do número
cardinal respectivo segundo a ordem cronológica de
apresentação.
O projeto de lei complementar em nosso
município, conforme esculpido no art. 48 da Lei
Orgânica Municipal dependerá para sua aprovação do
voto da maioria absoluta dos membros da Câmara,
observadas as demais disposições referentes ao
procedimento legislativo ordinário, porém, aconselha-se
que a votação se dê em dois turnos para que não se
alegue prejuízo em face da confusa previsão
estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 240 do RICML, os
quais consignam que: “Serão votados em um turno de
discussão e votação: a) com intervalo mínimo de 10
dias entre eles, as propostas de emenda à Lei Orgânica;
b) os projetos de lei complementar; c) os projetos de
lei do plano plurianual, de diretrizes orçamentárias e do
orçamento anual; d) os projetos de codificação.”; que:
“Excetuada a matéria em regime de urgência, é de 2

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sessões o interstício mínimo entre os turnos de
votação das matérias a que se referem as alíneas "b",
"c" e "d" do parágrafo anterior.”; e que: “Terão
discussão e votação únicas todas as demais
proposições”.
Outrossim, estabelece o parágrafo único do
aludido artigo da lei organizante que proceder-se-á ao
manejo do projeto de lei complementar para tratar das
seguintes matérias: I - Código Tributário; II - Código do
Obras; III - Estatuto de Servidores; IV - Plano diretor; V -
Criação de cargos e aumento de vencimento dos
servidores; VI - Regime Jurídico dos Servidores
Municipais; VII - Zoneamento e Parcelamento urbano;
VIII - Concessão de serviços públicos; IX - Concessão
de direito real de uso; X - Alienação de bens imóveis; XI
- Aquisição de bens imóveis por doação com encargos;
XII - Autorização para efetuar empréstimo de instituição
particular; XIII - Infrações político-administrativas.

PROCEDIMENTO DE DECRETO LEGISLATIVO

O procedimento de Decreto Legislativo, regulado


pelo art.208 do RICML, tem como proposição o Projeto
de Decreto Legislativo, cuja denominação será seguida
do número cardinal respectivo segundo a ordem
cronológica de apresentação, o qual se destina a regular
as matérias político-administrativas de competência
exclusiva da Câmara que excedem os limites de sua
economia interna, não sujeito à sanção do Prefeito e
cuja promulgação compete ao Presidente da Câmara.
Constitui matéria de decreto legislativo, conforme
esculpido no § 1º, do art. 208, do RICML, a saber: a) a
fixação de remuneração do Prefeito e do Vice-Prefeito;
b) a concessão de licença ao Prefeito; c) a cassação do
mandato do Prefeito e do Vice-Prefeito; d) a concessão
de título de cidadão honorário ou qualquer outra
honraria ou homenagem a pessoas que,

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reconhecidamente, tenham prestado serviços ao
Município.
Entretanto, será de exclusiva competência da
Mesa Diretora a apresentação dos projetos de decreto
legislativo a que se referem as alíneas "b" e "c" do
parágrafo primeiro do art. 208, do RICML, competindo,
nos demais casos, à Mesa, às Comissões ou aos
Vereadores.
Os projetos de decreto legislativo a que se refere
a alínea “d”, do mesmo parágrafo anteriormente citado,
somente serão outorgados às pessoas que
comprovarem domicilio no município por prazo superior
a 25 (vinte e cinco) anos.
No mais, os Projetos de Decretos Legislativo
submetem-se ao procedimento padrão, devendo-se
salientar que existem outras iniciativas reservadas
concernentes aos Projetos de Decreto Legislativo
encontradiças em normas esparsas, geralmente
atribuídas às Comissões Temporárias criadas para
concessão de homenagens.

PROCEDIMENTO DE RESOLUÇÃO

O procedimento de resolução legislativa a que se


refere o art.209 do RICML, se vale da proposição
denominada Projeto de Resolução, cuja denominação
será seguida do número cardinal respectivo segundo a
ordem cronológica de apresentação.
. Esta proposição se destina a regular assuntos de
economia interna da Câmara, de natureza político-
administrativa, versando sobre o processo e o
procedimento legislativos, as suas Secretarias
Administrativas, os serviços camarários, a Mesa e os
Vereadores.
Por outro lado prescreve o § 1º do art. 209, do
RICML, de forma exemplificativa, que se constitui em
matéria de projeto de Resolução: a) destituição da Mesa
ou de qualquer de seus membros; b) fixação da
remuneração dos Vereadores e da verba de

27
representação do Presidente da Câmara; c) elaboração
e reforma do Regimento Interno; d) julgamento de
recursos; e) constituição das Comissões de Assuntos
Relevantes e de Representação; f) organização,
funcionamento, polícia, criação, transformação ou
extinção dos cargos, empregos ou funções de seus
serviços e fixação da respectiva remuneração
observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias e os limites constitucionais;
(art.48 c.c.art51,IV da CF) g) a cassação de mandato de
Vereador; h) demais atos de economia interna da
Câmara.
Estabelece ainda o § 2º do mesmo artigo que a
iniciativa dos Projetos de Resolução poderá ser da
Mesa, das Comissões ou dos Vereadores, sendo
exclusiva da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação a iniciativa do projeto previsto na alínea "d" do
parágrafo anterior, aplicando-se a eles a tramitação
ordinária das demais proposições.
Entretanto, existem também outras iniciativas em
matéria de projeto de resolução que também são
reservadas, tais como a apresentação de proposição
dispondo sobre o Código de Ética e Decoro Parlamentar
que pertencia anteriormente à Mesa Diretora por
disposição regimental que foi posteriormente revogada
pela Resolução n.º 234/04 transferindo a titularidade
para o Corregedor Legislativo; sobre cassação de
membros da Mesa Diretora, pertencente à Comissão
Processante; sobre a prorrogação de prazo de
funcionamento de Comissão de Assuntos Relevantes,
pertencente à própria Comissão; sobre a organização,
funcionamento e/ou polícia da Câmara, bem como
criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos ou funções dos serviços camarários e fixação
da respectiva remuneração, pertencente à Mesa
Diretora; além de daquelas matérias reguladas por
normas esparsas.

MODELO DE PROJETO DE RESOLUÇÃO

28
Epígrafe PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº
Ementa Altera redação do parágrafo único do
art. 53 da Resolução nº .........., de ....
de ........... de ..........., que contém o
Regimento Interno da Câmara Municipal
de ..............
Fórmula de A Câmara Municipal de ............ aprova:
Promulgação
Contexto Art. 1 º – Fica alterada a redação do
parágrafo único do art. 53 da Resolução
nº .........., de ...... de ................. de .......:
“Art. 53 – ...................
Parágrafo único – No caso dos incisos I
a III caberá recurso fundamentado, subscrito
por 1/3 ( um terço) dos membros da Câmara
ao Plenário, solicitando que o projeto tenha
tramitação normal, desde que interposto nos
cincos dias úteis seguintes à distrubição dos
avulsos do parcer.”.”
Art. 2º – Esta emenda à Lei Orgânica
entra em vigor na data de sua publicação.
Fecho Plenário........, ........de.............de ...........
....................................
Vereador
Justificativa Justificativa:

A medida se impõe desde que ...


Fecho da Plenário............, ........... de................de........
Justificativa
.................................
Vereador

b)- ATOS LEGISLATIVOS

PROCEDIMENTO DE RECURSO

29
O procedimento de recurso a que alude o art. 210,
do RICML, se refere ao rito especial que será aplicado
aos Recursos interpostos contra atos do Presidente da
Mesa da Câmara ou do Presidente de qualquer
Comissão, interpostos dentro do prazo de dez dias,
contados da data da ocorrência, por simples petição
dirigida à Presidência, e que se vale subsidiariamente do
procedimento padrão.
Apresentado o recurso pelo interessado – urge
lembrar incidirem aqui os requisitos típicos pertinentes
aos pressupostos processuais açambarcados pela
Teoria Geral do Processo, quais sejam: interesse,
legitimidade e possibilidade jurídica do pedido; os quais
se apresentam como elementos determinantes da
iniciativa –, este será encaminhado à Comissão de
Constituição, Justiça e Redação para opinar e
apresentar o seu parecer, em forma de Projeto de
Resolução, acolhendo ou denegando o recurso, para
que seja submetido a uma única discussão e votação na
Ordem do Dia da primeira sessão ordinária a se realizar
após a sua leitura, quando, então, aprovado o recurso, o
recorrido deverá observar a decisão soberana do
Plenário e cumpri-la fielmente, sob pena de se sujeitar a
processo de destituição, mantendo-se integralmente a
decisão no caso de sua rejeição.

PROCEDIMENTO DE PARECER

O procedimento estatuído à apreciação de


pareceres é traçado no art. 217 do RICML., e é como
que um procedimento padrão para os pareceres, o qual
se vale também subsidiariamente do procedimento
legislativo ordinário.
São matéria de pareceres das Comissões
Processantes, da Comissão de Constituição, Justiça e
Redação e do tribunal de Contas, os seguintes casos: I-
Das Comissões Processantes; a) no processo de
destituição de membros da Mesa; b) no processo de

30
cassação de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores; II- Da
Comissão de Constituição, Justiça e Redação; a) que
concluírem pela ilegalidade ou inconstitucionalidade de
algum projeto; III- Da Comissão de Orçamentos,
Finanças e Contabilidade sobre o parecer prévio do
Tribunal de Contas sobre as contas do Prefeito.
Uma vez emitidos os pareceres pelas
Comissões competentes, estes serão discutidos e
votados na Ordem do Dia, com exceção dos pareceres
emitidos pela Comissão de Constituição, Justiça e
Redação, os quais são definitivos nos termos do art.
109, do RICML, cuja redação foi alterada pela Res. Nº
357/08, e os emitidos pelas Comissões de Assuntos
Relevantes que serão apenas lidos em Plenário.

Procedimento de Parecer de Contas

Os pareceres do Tribunal de Contas sobre as


Contas da Mesa da Câmara Municipal, a despeito do
que preleciona o RICML, são definitivos, nos termos do
art. 71, II, da CF/88, e, conseqüentemente, não podem
submetidos à votação, mas apenas lidos em Plenário
para conhecimento.
No que se refere às Contas do Prefeito,
entretanto, uma vez recebido o processo do Tribunal de
Contas do Estado, com o respectivo parecer prévio a
respeito da aprovação ou rejeição das contas, o
Presidente, independentemente de sua leitura em
Plenário, mandará publicá-lo, remetendo cópia à
Secretaria Administrativa onde permanecerá à
disposição dos Vereadores. Após a publicação, o
processo será enviado à Comissão de Orçamento,
Finanças e Contabilidade que terá o prazo de 30 (trinta)
dias para emitir o seu parecer, opinando sobre a
aprovação ou rejeição do parecer do Tribunal de Contas.
Caso a Comissão de Orçamento, Finanças e
Contabilidade não observe o prazo fixado, o Presidente
então designará um Relator Especial, para que, no
prazo improrrogável de 10 (dez) dias, para emita o

31
parecer. Exarados os pareceres pela Comissão de
Orçamento. Finanças e Contabilidade ou pelo Relator
Especial, nos prazos estabelecidos, ou mesmo sem
eles, o Presidente incluirá os pareceres do Tribunal de
Contas na Ordem do Dia da sessão imediata, para
discussão e votação únicas, ficando as sessões em que
se discutirem as contas com o expediente reduzido a 30
(trinta) minutos, contados do final da leitura da ata,
reservando-se a Ordem do Dia, preferencialmente, a
essa finalidade. A Câmara tem o prazo máximo de
90(noventa) dias, a contar do recebimento dos
pareceres prévios do Tribunal de Contas, para julgar as
contas do Prefeito e da mesa do Legislativo. Durante 60
(sessenta) dias as contas do Município deverão ficar à
disposição de qualquer contribuinte, em local da fácil
acesso, para exame e apreciação, o qual poderá
questionar-lhes a legitimidade nos termos da lei,
devendo a Câmara Municipal nesse período manter
servidores aptos a esclarecer os contribuintes. O
parecer do Tribunal de Contas somente poderá ser
rejeitado por decisão de 2/3 (dois terços) dos membros
da Câmara. (art.31, parágrafo 2º, Constituição Federal).
Uma vez aprovadas ou rejeitadas as contas, estas serão
imediatamente remetidas ao Ministério Público e aos
Tribunais de Contas da União e do Estado para os
devidos fins, bem como publicado o parecer do Tribunal
de Contas com a respectiva decisão da Câmara
Municipal.

b.1)- ATOS LEGISLATIVOS INOMINADOS

PROCEDIMENTO DE REQUERIMENTO

O procedimento de requerimento diz respeito ao


ato legislativo denominado Requerimento, cuja
denominação será seguida do número cardinal
respectivo segundo a ordem cronológica de
apresentação, e que é regulado pelo Art. 218 e
seguintes do RICML, o qual dispõe que: requerimento é

32
todo pedido verbal ou escrito formulado sobre qualquer
assunto, que implique decisão ou resposta.
Quanto à produção de efeitos os requerimentos,
se dividem em duas categorias: a) os que dependem de
decisão, e, b) os que produzem efeito com a mera
apresentação. Quanto à competência para apreciá-los,
se classificam em: a) decididos pelo Presidente; e b)
decididos pelo Plenário. E quanto à forma, se dispõem
em verbais e escritos.
São escritos, mas não dependem de decisão, os
requerimentos concernentes aos seguintes atos: a)
retirada de proposição ainda não concluída na Ordem
do Dia; b) constituição de Comissão Parlamentar de
Inquérito desde que formulada por 1/3 (um terço) dos
Vereadores da Câmara. c) verificação de presença; d)
verificação nominal de votação; e, e) votação, em
Plenário, de emenda ao Projeto de Orçamento – a
alínea e do art. 218 do RICML fala em emenda
“aprovada ou rejeitada”, entretanto, trata-se de uma
contraditio in terminis, pois só a emenda rejeitada é que
depende de requerimento para ir à votação – rejeitada
na Comissão de Finanças, Orçamento e Contabilidade,
desde que formulado por 1/3 (um terço) dos Vereadores.
São decididos pelo Presidente da Câmara e
formulados verbalmente, os requerimentos que
solicitem: I- a palavra ou desistência dela; II- permissão
para falar sentado; III- leitura de qualquer matéria para
conhecimento do Plenário; IV- interrupção do discurso
do orador nos casos previstos no art.243 deste
Regimento; V- informações sobre trabalhos ou a pauta
da ordem do Dia; e, VI- a palavra, para declaração do
voto.
São decididos pelo Presidente da Câmara, e
escritos, os requerimentos que solicitem: I- transcrição
em ata de declaração de voto formulada por escrito; II-
inserção de documento em ata; III- desarquivamento de
projetos nos termos do art. 190 deste Regimento; IV-
requisição de documentos ou processos relacionados
com alguma proposição; V- audiência de Comissão,

33
quando o pedido for apresentado por outra: VI- juntada
ou desentranhamento de documentos; atos da mesa, da
presidência ou da Câmara; VII- informações em caráter
oficial, sobre atos da mesa, da presidência ou da
Câmara; e, VIII- requerimento de reconstituição de
processos.
São decididos pelo Plenário e formulados
verbalmente os requerimentos que solicitem: I-
retificação da ata; II- invalidação da ata, quando
impugnada; III- dispensa da leitura de determinada
matéria, ou de todas as constantes da ordem do dia, ou
da Redação Final; IV- adiantamento da discussão ou da
votação de qualquer proposição; V- preferência na
discussão ou da votação de uma proposição sobre
outra; VI- encerramento da discussão nos termos do
art.247 deste Regimento: VII- reabertura da discussão;
VIII- destaque da matéria para votação; IX- votação pelo
processo nominal, nas matérias para as quais este
Regimento prevê o processo de votação simbólico; X-
prorrogação do prazo de suspensão da sessão nos
termos do art.181, parágrafo 6º deste Regimento.
Os requerimentos de retificação e o de
invalidação da Ata serão discutidos e votados na fase do
Expediente da Sessão ordinária, ou na Ordem do dia da
Sessão extraordinária em que for deliberada a Ata,
sendo os demais discutidos e votados no início ou no
transcorrer da ordem do Dia da mesma sessão de sua
apresentação.
São decididos pelo Plenário, e escritos, os
requerimentos que solicitem: I- vista de processos,
observado o previsto no art. 239 deste Regimento; II-
prorrogação de prazo para a Comissão Especial de
Inquérito concluir seus trabalhos, nos termos do art.132
deste Regimento; III- retirada de proposição já incluídas
na Ordem do Dia, formulada pelo seu autor; IV-
convocação de sessão secreta; V- convocação de
sessão solene; VI- urgência especial; VII- constituição
de precedentes; VIII- convocação de Secretário
Municipal; IX- licença de Vereador; X- a iniciativa da

34
Câmara, para a abertura de inquérito policial ou de
instauração de ação penal contra o Prefeito e
intervenção no processo-crime respectivo.
O requerimento de Urgência Especial tem por
efeito dispensar as exigências regimentais, salvo a de
número legal e de parecer, para que determinado
projeto seja imediatamente submetido ao Plenário, a fim
de evitar grave prejuízo ou perda de sua oportunidade.
O requerimento de urgência especial somente
será recebido se for apresentado, com a necessária
justificativa, pela Mesa, em proposição de sua autoria,
ou por 1/3 (um terço), no mínimo dos vereadores. O
pedido poderá ser apresentado em qualquer fase da
sessão, mas somente será submetido ao Plenário
durante o tempo destinado à Ordem do Dia, não estando
sujeito a discussão, mas encaminhamento de votação
pelos Líderes das bancadas partidárias, pelo prazo
improrrogável de 5 minutos, dependendo, para sua
aprovação, do voto favorável da maioria absoluta dos
Vereadores.
Não é admitida concessão de Urgência Especial
para qualquer projeto com prejuízo de outra Urgência
Especial já votada, salvo em casos de calamidade
pública ou que estiver em risco a segurança pública.
Determina o caput do art. 193, do RICML, que
uma vez aprovado o requerimento de Urgência Especial,
o Presidente obrigatoriamente deverá suspender a
sessão pelo período de trinta (30) minutos para o
recebimento de substitutivos, emendas ou subemendas,
e, preleciona o § 1º do mesmo artigo que se a matéria,
submetida ao regime de urgência especial, não contar
com os devidos pareceres, o Presidente suspenderá a
sessão pelo prazo de trinta (30) minutos, nomeando um
Relator Especial, entrando a matéria – após a
apresentação do parecer é claro – imediatamente em
discussão e votação, com preferência sobre todas as
demais matérias da Ordem do Dia.
Não fosse o bastante, prevê em adição o § 2º do
mesmo artigo que estando instruída a matéria em

35
regime de urgência especial com pareceres das
Comissões ou parecer do Relator Especial, esta entrará
imediatamente em discussão e votação, com
preferência sobre todas as demais matérias da Ordem
do Dia.
Por certo, a redação emprestada a estes
preceptivos é profundamente confusa, imprecisa e
contraditória, beirando a contraditio in terminis.
É que do obscuro texto do § 1º do art. 193 do
RICML se tem a impressão, em argumento a contrario
sensu, de que como a norma diz que deverá o
Presidente suspender a sessão e nomear relator
especial se a matéria, submetida ao regime de urgência
especial, não contar com os devidos pareceres que,
então, se poderia concluir que se ela os contiver poder-
se-á passar imediatamente à sua apreciação, como
parece também dar a entender inclusive o § 2º do citado
artigo. Acontece que se forçosamente deverá o
Presidente suspender a sessão para apresentação de
proposições secundárias pelos Vereadores, então,
nunca ocorrerá tal hipótese, pois caso assim se faça
estar-se-á violando o direito de emendar inerente à
função legislativa dos membros do Poder Legislativo, e,
conseqüentemente, a higidez do processo legislativo.
Não bastasse isso, não há nenhuma razão lógica
que justifique tenha o Presidente que esperar o
transcurso do prazo para apresentação de proposições
secundárias para depois suspender novamente a
sessão e só então nomear relator especial, pois caso
não haja apresentação de substitutivos, emendas ou
subemendas a nomeação do relator logo após a
aprovação do requerimento em nada prejudicará os
trabalhos, ao inverso, mormente quando a matéria
principal não contar com os pareceres, tornará mais
célere o procedimento permitindo que assim que forem
apresentadas as proposições secundárias já vá o relator
apreciando-as e emitindo os seus pareceres. Deve-se
lembrar, entretanto, que o prazo para a apresentação

36
dos pareceres é direito relator que se for exigido não
poderá ser sonegado.
Os requerimentos que solicitem informações ao
Prefeito sobre assunto determinado, relativo à
Administração Municipal, serão lidos no Expediente e
encaminhados de imediato a quem de direito.
O requerimento verbal de adiamento da discussão
ou votação e o escrito de pedido vista de processos
devem ser formulados por prazo determinado, devendo
coincidir o seu término com a data da sessão ordinária
subseqüente.

MODELOS DE REQUERIMENTO

“REQUERIMENTO N.º /

Senhor Presidente,

Requeremos ao Plenário, nos termos do


art.______ da Lei Orgânica e do art.______ do
Regimento Interno, seja convocado (a) o (a)
____________ (autoridade) para prestar informações
pessoalmente sobre __________________ (assunto) no
dia ____, às _____ horas, no ___ (Plenário ________).

................., ........... de................de........

.................................
Vereador”

“REQUERIMENTO N.º /

Senhor Presidente,

Requeremos ao Plenário, nos termos do art.


_____ do Regimento Interno, seja constituída comissão
especial para promover estudos relativos a
_________________________________ (assunto).

37
................., ........... de................de........

.................................
Vereador”

“REQUERIMENTO N.º /

Senhor Presidente,

Requeiro (Requeremos) a V. Exa., nos termos do


art.____ do Regimento Interno, seja designado membro
para a Comissão ________________________(nome
da comissão) por ocorrência de vaga.

................., ........... de................de........

.................................
Vereador”

“REQUERIMENTO N.º /

Senhor Presidente,

Requeiro ao Plenário, nos termos do art._______


da Lei Orgânica e do art. _______ do Regimento
Interno, seja encaminhado a(ao)
________________________ pedido de informações
sobre ____________
____________________.

................., ........... de................de........

.................................

38
Vereador”

“REQUERIMENTO N.º

Senhor Presidente,

Requeiro (Requeremos) a V. Exa., nos termos do


art.____ do Regimento Interno, seja o(a)
_________________ (tipo e n.º da proposição)
submetido (a) à apreciação de __________________
(nome da comissão ou órgão da Câmara).

................., ........... de................de........

.................................
Vereador”

“REQUERIMENTO N.º /

Senhor Presidente,

Requeiro (requeremos) a V. Exa., nos termos do


art._____ do Regimento Interno, seja retirado (a) de
tramitação o (a) _______________ (tipo e n.º da
proposição) , de minha (nossa) autoria.

................., ........... de................de........

39
.................................
Vereador”

PROCEDIMENTO DE MOÇÃO

O procedimento de moção é aquele relativo ao ato


legislativo chamado de moção regulado pelo Art.228 e
seguintes do RICML, cuja denominação será seguida do
número cardinal respectivo segundo a ordem
cronológica de apresentação, e que se constitui em
proposições da Câmara a favor ou contra determinado
assunto, e que podem ser de: I - Apoio; II - Protesto; III –
Congratulações, louvor ou aplausos.; IV - Pesar; ou, V -
Apelo. As moções são lidas, discutidas e votadas
nominalmente, na fase do Expediente da mesma sessão
de sua apresentação. As moções de congratulações em
razão de aniversário de criação, fundação ou instalação
de entidades, estabelecimentos. empresas e
associações somente poderão ser apresentadas quando
da comemoração do 5o aniversário, 10o, 15o e assim
sucessivamente. No mais se valem, subsidiariamente,
do procedimento legislativo padrão.

MODELO DE MOÇÃO

“MOÇÃO N.º /

Senhor Presidente,

Apresento a V. Exa., nos termos do art.______ do


Regimento Interno, a presente Moção de
_____________, a ser encaminhada a (ao)
______________, por _______________.
................., ........... de................de........

40
.................................
Vereador”

PROCEDIMENTO DE ELABORAÇÃO DE CÓDIGOS

O procedimento de elaboração de códigos é


aquele relativo à proposição destinada à produção de
um corpo normativo a que se dá o nome de Projeto de
Código, cuja denominação será seguida do número
cardinal respectivo segundo a ordem cronológica de
apresentação, regulado pelo Art. 267 e seguintes do
RICML, e se consubstancia numa reunião de
disposições legais sobre a mesma matéria, de modo
orgânico e sistemático, visando estabelecer os
princípios gerais do sistema adotado e a prover,
completamente, a matéria tratada.
Os projetos de códigos, depois de apresentados
ao Plenário serão publicados, remetendo-se cópias à
Secretaria Administrativa, onde permanecerá à
disposição dos Vereadores, sendo, após, encaminhados
à Comissão de Constituição, Justiça e Redação, para
onde, no prazo de 30 (trinta) dias, poderão os
vereadores encaminhar emendas a respeito. Após
encerrado o prazo para emendas terá a Comissão 30
(trinta) dias para exarar parecer sobre o projeto e as
emendas apresentadas, e, uma vez decorrido este
prazo, ou apresentados todos os pareceres pela
Comissão, entrará a matéria na pauta da Ordem do Dia.
Na primeira discussão, o projeto será discutido e
votado por capítulo, salvo requerimento de destaque,
aprovado pelo Plenário.
Uma vez aprovado o projeto em primeiro turno
de discussão e votação, com emendas, voltará à
Comissão de Constituição, Justiça e Redação, por mais
de 15 dias, para incorporação das mesmas ao texto do
projeto original. Encerrado o primeiro turno de discussão

41
e votação, seguir-se-á a tramitação normal dos demais
projetos, sendo encaminhado às comissões de mérito.
Os Projetos de Código têm como condição de
procedibilidade, além daquelas atinentes à iniciativa e as
previstas no art. 186, do RICML, a inexistência de outro
projeto de código em trâmite no momento da
apresentação da proposição, bem como complexidade
e/ou abrangência suficientes a exigir que a matéria seja
promulgada como código. As alterações parciais de
códigos tramitarão segundo o procedimento legislativo
ordinário, o qual será aplicado subsidiariamente ao
procedimento de elaboração de código.

PROCEDIMENTO DE LEIS DE PLANEJAMENTO E


ORÇAMENTO

O procedimento de elaboração de leis de


planejamento e orçamento é aquele relativo à produção
do Plano Plurianual, da Lei de Diretrizes Orçamentárias
e da Lei Orçamentária Anual através de um Projeto de
Lei, cuja denominação será seguida do número cardinal
respectivo segundo a ordem cronológica de
apresentação, regulado pelo art. 272 e seguintes do
RICML. A iniciativa de tais Leis é vinculada e privativa
do Chefe do Poder Executivo.
A lei que institui o plano plurianual se destina a
estabelecer as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública municipal para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para as relativas
aos programas de duração continuada.
Por sua vez, a lei de diretrizes orçamentárias
compreende as metas e prioridades da administração
municipal, incluindo as despesas de capitais para o
exercício subseqüente, orientando a elaboração da lei
orçamentária anual, dispondo sobre as alterações na
legislação tributária.
São compreendidos na lei orçamentária anual: I- o
orçamento fiscal do Município, seus fundos, órgãos e

42
entidades da administração direta e indireta, inclusive
Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II-
o orçamento de investimento da empresas em que o
Município, direta ou indiretamente, detenha a maioria do
capital social com direito a voto; e, III- o orçamento da
seguridade social.
Os projetos de lei do plano plurianual e de
diretrizes orçamentárias deverão ser encaminhados à
Câmara ate 30 (trinta) de maio e devolvidos para sanção
do Executivo até o encerramento do primeiro período da
sessão legislativa.
O projeto de lei orçamentária anual do Município
deverá ser encaminhado à Câmara até o dia 30 (tinta)
de setembro e devolvido para sanção até 30 (trinta) de
novembro.
Recebidos os projetos, o Presidente da Câmara,
após sua leitura em Plenário, determinará,
imediatamente, a sua publicação, remetendo cópia à
Secretaria Administrativa, onde permanecerá à
disposição dos Vereadores. Em seguida à publicação,
os projetos irão à Comissão de Orçamento, Finanças e
Contabilidade, para recebimento de emendas
apresentadas pelos Vereadores no prazo de 10(dez)
dias (Obs: O dispositivo regimental que trata da questão
prevê apresentação de emendas também pela
comunidade. Entretanto, a apresentação de proposições
secundárias é privativa dos membros do parlamento,
sendo, pois, inválida a disposição neste aspecto. É
provável que o legislador tenha querido dizer sugestões
externando os primeiros passos no sentido do
orçamento participativo). Decorrido o prazo para a
apresentação de emendas terá a comissão permanente
de Orçamento, Finanças e Contabilidade 15 dias de
prazo para emitir os pareceres sobre o projeto e as
emendas apresentadas.
As emendas ao projeto de lei do orçamento
anual ou aos projetos que o modifiquem têm como
condição de validade a compatibilidade com o plano
plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias, a

43
indicação dos recursos necessários, admitidos apenas
os provenientes de anulação das despesas, excluídas
as que incidam sobre dotação para pessoal e seus
encargos, serviços da dívida e compromissos com
convênios, se destinarem à correção de erros ou
omissões, ou à alteração de dispositivos constantes do
texto do projeto de lei.
As emendas ao projeto de lei de diretrizes
orçamentárias tem como condição de validade a
compatibilidade com o plano plurianual.
A mensagem do Chefe do Executivo enviada à
Câmara objetivando propor alterações aos projetos de
lei de planejamento e orçamento, somente será
recebida, enquanto não iniciada pela Comissão
Permanente de Orçamento, Finanças e Contabilidade a
votação do parecer sobre a parte cuja alteração é
proposta.
A decisão da Comissão de Orçamento, Finanças e
Contabilidade sobre as emendas será definitiva, salvo
se 1/3 (um terço) dos membros da Câmara requerer ao
Presidente a votação em Plenário, sem discussão de
emenda aprovada ou rejeitada pela própria Comissão.
Uma vez emitidos e publicados os pareceres da
Comissão de Orçamento, Finanças e Contabilidade
sobre o projeto e, se houverem emendas, sobre as
proposições secundárias, a proposição será incluída na
Ordem do Dia da primeira sessão. Caso a Comissão de
Orçamento, Finanças e Contabilidade não observe os
prazos a ela estipulados, o projeto será incluído na
Ordem do Dia da sessão seguinte, como item único,
independentemente de parecer, inclusive do de Relator
Especial.
As sessões nas quais se discutem as leis
orçamentárias terão a Ordem do Dia preferencialmente
reservada a essas matérias, e o Expediente ficará
reduzido a 30 minutos, contados do final da leitura da
ata, tendo preferência na discussão o Relator da
Comissão e os autores das emendas

44
Na hipótese de não serem apreciados pela
Câmara, nos prazos legais previstos, os projetos de lei
de planejamento e orçamento, estes deverão ser
obrigatoriamente incluídos na Ordem do Dia,
sobrestando-se a deliberação quanto aos demais
assuntos, para que se ultime a votação, não se
interrompendo a sessão legislativa sem a manifestação
do Plenário sobre a matéria, suspendendo-se o recesso
até que ocorra a deliberação.
No procedimento legislativo de leis de
planejamento e orçamento se aplicam subsidiariamente
as demais normas relativas ao processo legislativo
ordinário ou padrão.

PROCEDIMENTO DE INDICAÇÃO

O procedimento de elaboração de códigos é


aquele relativo à Indicação que é o ato escrito em que o
Vereador sugere medida de interesse público às
autoridades competentes.
A indicação será protocolada na Secretaria da
Câmara Municipal e encaminhada de imediato a quem
de direito, salvo se houver sido solicitado por seu autor a
deliberação pelo Plenário, quando, então, somente será
enviada após a sua aprovação, submetendo-se
subsidiariamente, no que for cabível, ao procedimento
legislativo padrão.

INDICAÇÃO N.º /

Senhor Presidente,

Apresento a V. Exa., nos termos do


art.________do Regimento Interno, a presente
Indicação, a ser encaminhada ao Senhor Prefeito,
sugerindo que a _____________________ (nome da
entidade) seja declarada de utilidade pública.

45
................., ........... de................de........

.................................
Vereador”

c)- PROPOSIÇÕES SECUNDÁRIAS

Substitutivos

O procedimento de substitutivo é o utilizado no


processamento de Substitutivos, regulado pelo art. 211
do RICML, apresentado por um Vereador ou Comissão
para substituir um projeto já em tramitação sobre o
mesmo assunto. Estabelece o § 1º, do art. 211, do
RICML, que não é permitido ao Vereador ou Comissão
apresentar mais de um substitutivo ao mesmo projeto. A
redação imprecisa do transcrito dispositivo, certamente,
pode causar dúvida quanto à possibilidade de ser
apresentado mais de um substitutivo ao mesmo projeto.
Todavia, deitando olhos nas demais normas regimentais
vemos que quando o legislador quis se referir ao
conjunto de membros do legislativo indistintamente,
como regra aplicável a todos os edis, utilizou-se da
palavra vereador no plural. Assim, como se vê, em
verdade o preceptivo enfocado tem por finalidade
precípua vedar a apresentação de mais de um
substitutivo, seja pelo mesmo Vereador, seja pela
mesma Comissão.
Uma vez apresentado o substitutivo por Comissão
competente – a Comissão será competente quando
proposição for submetida a sua apreciação para
emissão de parecer, oportunidade na qual poderá
apresentar proposição secundária – este será enviado
às outras Comissões que devam ser ouvidas a respeito
No caso do substitutivo ser apresentado por
Vereador, este será enviado às Comissões
competentes.

46
Os substitutivos são discutidos e votados antes do
projeto original (O dispositivo que trata da questão no
RICML, por infelicidade se utiliza da palavra
preferencialmente na ordem de votação. Todavia, não
se trata de questão de preferência, e sim de seqüência
lógica, uma vez que não se pode votar mais nenhuma
proposição secundária depois da aprovação da primário,
isto é, do projeto, sob pena de violação da decisão do
Plenário.
Destarte, aprovado o substitutivo o projeto original
restará prejudicado. No entanto, rejeitado o substitutivo
tramitará normalmente a proposição primária.

MODELO DE SUBSTITUTIVO

“SUBSTITUTIVO Nº .... AO PROJETO DE LEI


Nº ......./.......

(Dispõe sobre os cuidados com cães das raças


Pitbull, Rottweiler e dos que sejam produto de seu
cruzamento e dá outras providências)

A Câmara Municipal de ............ aprova:

Art. 1º – Os atuais proprietários de cães das raças


Pitbull, Rottweiler e dos que sejam produto de
cruzamento dessas raças ficam obrigados, no prazo de
30 (trinta) dias, contados da data de publicação do
Decreto de sua regulamentação, aos seguintes
procedimentos:
I – atualizar as vacinas e esterilizar o animal;
II – equipar o animal de coleira e mordaça, ao
conduzi-lo em lugares públicos;
III – registrar o animal no órgão estadual
competente, com atuação no Município;
IV – entregar a sua condução em vias e
logradouros públicos, quando for o caso, a pessoas
maiores de dezoito 18 (dezoito) anos.

47
Art. 2º Decorrido o prazo de que trata o artigo
anterior, as infrações ao disposto nesta Lei serão
punidas:
I – com a perda da propriedade do animal, no
caso de infração ao disposto no inciso I do artigo
anterior e no seu art. 1º;
II – com a aplicação de multas nos casos dos
demais incisos do artigo anterior.
Art. 3º O Regulamento desta Lei definirá:
I – o valor das multas de que trata o inciso II do
artigo anterior;
II – o total de multas a serem aplicadas;
III – os prazos que intermediarão a aplicação
dessas multas;
IV – circunstâncias que definirão a prática
reiterada das infrações punidas com aplicações de
multas;
V – providência a ser adotada, quando da prática
reiterada de que trata o inciso anterior.
Art. 4º Esta Lei entra em vigor na data de sua
publicação.
Plenário ...................., .... de ............. de ............
..................................
Vereador
Justificativa:

A presente proposição tem por finalidade....”

Emendas e Subemendas

O procedimento de emenda e subemenda é o


utilizado no processamento de Emendas e
Subemendas, regulado pelo art. 212 e seguintes do
RICML.
Emenda é uma proposição secundária
apresentada com a finalidade de modificar uma
proposição primária já em trâmite.

48
As Emendas podem ser supressivas, substitutivas,
aditivas e modificativas:
Emenda supressiva é a que visa suprimir, em
parte ou no todo, o artigo, parágrafo, inciso, alínea ou
item do projeto;
Emenda substitutiva é a que deve ser colocada
em lugar do artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item do
projeto;
Emenda aditiva é a que deve ser acrescentada ao
corpo ou aos termos do artigo, parágrafo, inciso, alínea
ou item do projeto;
Emenda modificativa é a que se refere apenas à
redação do artigo, parágrafo, inciso, alínea ou item sem
alterar a sua substância.
A emenda, apresentada à outra emenda,
denomina-se subemenda.
As emendas e subemendas recebidas serão
enviadas às Comissões competentes para parecer que
se for favorável franqueará o acompanhamento do
projeto em sua regular tramitação, sendo submetidas a
discussão e votação pelo Plenário e, se aprovadas
passarão a dar nova redação ao projeto original que
será encaminhado à Comissão de Constituição, Justiça
e Redação para a elaboração da Redação Final na
forma do texto aprovado.
Os substitutivos, emendas e subemendas só
podem ser apresentados até antes de se iniciar as
discussões sobre o projeto original.
A proposições secundárias devem ter relação
lógico-jurídica direta ou imediata com a matéria da
proposição principal, cabendo recurso da decisão que
dispuser sobre seu recebimento pelo Presidente.
Na eventualidade de não haver correlação lógica
entre a proposição secundária e a matéria do projeto,
preleciona o § 3º, do art. 214, do RICML que o
Presidente determinará o seu destacamento para
constituir projeto em separado, sujeito à tramitação
regimental. Entretanto, por certo, não será sempre
assim, mas somente quando houver possibilidade

49
técnica em face das disposições regimentais e princípios
incidentes, sob pena de se admitir possa uma
proposição tramitar sem a observância dos requisitos
materiais e formais estabelecidos.
De outra face, a mensagem aditiva do Chefe do
Executivo se constitui em projeto novo que, entretanto, à
semelhança das demais proposições secundárias,
somente poderá ser apresentada até antes de iniciadas
discussões do projeto original, pois é equiparada à
emenda aditiva para fins de tramitação regimental. Por
isso, a mensagem aditiva só pode acrescentar algo ao
projeto original, jamais modificar a sua redação, suprimir
ou substituir no todo ou em parte algum dispositivo.
Não são admitidas emendas que impliquem
aumento de despesa prevista: I - nos projetos de
iniciativa privativa do Prefeito, ressalvado o disposto no
art.166, parágrafos 3º e 4º da Constituição Federal; e, II
- nos projetos sobre organização dos serviços
administrativos da Câmara Municipal.

MODELO DE EMENDA SUPRESSIVA

Epígrafe EMENDA Nº 01 AO PROJETO DE LEI


Nº 1114/99
Ementa (Suprime o art. 3º do Projeto de Lei
nº ..../... que ...)
Fórmula de Suprima-se o artigo 3º do Projeto de Lei
Promulgação nº ....../.....
Fecho Plenário......, ........de.........de .........
....................................
Vereador
Justificativa Justificativa:
A presente proposição tem por
finalidade ...
Fecho da Plenário......, ........de.........de .........
Justificativa ....................................
Vereador

50
MODELO DE EMENDA SUBSTITUTIVA

Epígrafe EMENDA Nº 01 AO PROJETO DE LEI


Nº ......./....
Ementa (Dá nova redação ao caput do Projeto
de Lei ....../.... que ......)
Fórmula de O caput do art. 3º do Projeto de Lei
Promulgação nº ......../...... passa a ter a seguinte redação:
Contexto “ Art. 3º – Nas áreas em cuja posse
provisória o Município de ............... foi imitido
– declaradas de interesse social, para fins de
implantação de programas de moradia popular
– descritas no Anexo II desta Lei, e situadas
nos Bairros ........, ..................., ................,
e .................., deverão ser realizadas as obras
de construção das unidades habitacionais,
com recursos do FMHP, de acordo com os
programas aprovados pelo CMH, devendo,
para tanto, a ............. realizar convênios,
assinar contratos, bem como providenciar os
demais instrumentos jurídicos necessários à
consecução dos programas.”
Fecho Plenário......, ........de.........de .........
....................................
Vereador
Justificativa Justificativa:
A apresentação da presente emenda
tem por escopo...
Fecho da Plenário......, ........de.........de .........
Justificativa ....................................
Vereador

MODELO DE EMENDA ADITIVA

51
Epígrafe EMENDA Nº 01 AO PROJETO DE LEI
Nº ...../...
Ementa (Acrescenta um artigo com dois
parágrafos ao Projeto de Lei nº ...../....
que .....)
Fórmula de Acrescente-se onde couber:
Promulgação
Contexto “ Art. .... A lei de diretrizes
orçamentárias de cada ano conterá os planos
e programas a serem implementados no ano a
que se referir para melhoria da qualidade na
prestação do serviço de saúde e para garantir
o atendimento ao usuário do mesmo serviço
nos termos definidos por esta Lei.
§ 1º – O orçamento de cada no conterá
os recursos necessários para garantir a
implementação integral dos planos e
programas referidos na caput, bem como
anexo demonstrativo do cumprimento da regra
deste parágrafo.
§ 2º – Os recursos de que trata o
parágrafo anterior não poderão ser reduzidos
por meio de emenda, durante a fase de
tramitação do projeto de lei orçamentária, ou
por meio de decreto de abertura de crédito
adicional em favor de outra dotação
orçamentária, durante a fase de execução da
lei orçamentária.”
Fecho Plenário......, ........de.........de .........
....................................
Vereador
Justificativa Justificativa:
A proposição procura garantir o
cumprimento dos planos e programas
aprovados pela Casa de Leis para o exercício
superveniente, assegurando a manutenção
dos recursos para tanto, ...
Fecho da Plenário......, ........de.........de .........
Justificativa ....................................

52
Vereador

MODELO DE EMENDA MODIFICATIVA

Epígrafe EMENDA Nº 01 AO PROJETO DE LEI


Nº ...../...
Ementa (Modifica a redação do art. 8º do Projeto
de Lei nº ...../.... que .....)
Fórmula de O art. 8º do Projeto de Lei nº ...../....,
Promulgação passa a ter a seguinte redação:
Contexto “ Art. 8º- A Lei Orçamentária Anual para
o exercício de ............. não poderá autorizar a
transposição de recursos orçamentários por
simples ato do Poder Executivo.
Fecho Plenário......, ........de.........de .........
....................................
Vereador
Justificativa Justificativa:
A proposição tem por finalidade corrigir
a redação do art. 8º do Projeto de Lei nº ...../...
que estabelecia que não poderiam ser
transpostas verbas por simples atos do Poder
Executivo. Ora, nada obstante este termo
tenha caído em desuso, pois atualmente a
palavra correta é recurso, a não especificação
de que se tratam de recursos orçamentários
pode causar uma incorreta interpretação do
dispositivo no sentido de que seriam vedadas
as transposições de recursos financeiros
também. Daí a apresentação da presente
proposição.
Fecho da Plenário......, ........de.........de .........
Justificativa ....................................
Vereador

53
NOÇÕES DE TÉCNICA LEGISLATIVA

Apresentamos a seguir rudimentos de técnica


legislativa com a finalidade de orientar o legislador e
seus assessores na arte de elaborar proposições e atos
legislativos e, assim, facilitar o trabalho de uns e de
outros, evitando as delongas de tramitação em face de
defeitos de técnica na produção normativa.

Conceito de Técnica Legislativa

Em sentido amplo, a técnica legislativa engloba


todo o processo legislativo, inclusive as fases de
iniciativa, elaboração, discussão, votação, sanção,
promulgação, publicação e período de vacatio legis (o
compreendido entre a data da publicação da lei e o
início da sua vigência).
A técnica legislativa no sentido estrito é a
metodologia de montagem de uma proposição ou ato
legislativo.

Princípios a serem observados na elaboração


do texto legal

A técnica legislativa stricto sensu pressupõe o


conhecimento das qualidades essenciais de estilo,
especialmente a correção, a clareza, a concisão e a
harmonia, podendo-se acrescentar a originalidade,
que, no caso, se restringe à justificação da proposição.
Dentre os princípios que presidem à elaboração
do texto legal, podemos destacar os seguintes:
1 – A redação do texto deve ser clara e precisa,
obedecendo à ordem lógica.
2 – Deve haver ementa enunciativa do objeto em
destaque, à direita do papel, logo abaixo do título e data.

54
3 – O contexto desdobra-se em artigos, cada um
dos quais deve tratar de um único assunto.
4 – Na numeração dos artigos e dos parágrafos,
usam-se algarismos arábicos, sendo numerais ordinais
até o nono artigo (art.1º, art.9.º) e, a partir daí, numerais
cardinais (art.10., art.11. etc.).
5 – O artigo conterá, exclusivamente, a norma
geral, o princípio, reservando-se aos parágrafos as
medidas complementares e as exceções.
6 – A palavra artigo deve ser abreviada, quando
seguida do respectivo número, usando-se art. para o
singular e arts. para o plural, escrevendo-se, nos
demais casos, por extenso.
7 – Deve-se abreviar a palavra parágrafo com o
sinal ”§” para o singular, ou “§§” para o plural, sempre
que seguida do respectivo número, usando-se a
expressão “parágrafo único”, por extenso, se o artigo
contiver um só parágrafo; o parágrafo pertence sempre
a artigo, jamais a inciso ou alínea.
8 – Não serão usadas abreviaturas nem siglas nas
referências às pessoas jurídicas, salvo quando
consagradas pelo direito ou conhecidas e generalizadas
por todo o território nacional, mas, ainda em tais casos,
deve-se escrever por extenso a primeira referência ao
nome e, a seguir, a sigla, entre parênteses.
9 – Quando o assunto comportar discriminações,
o enunciado constará do artigo, e os elementos de
discriminação serão apresentados sob a forma de
incisos.
10 – Quando os artigos se sucederem, tratando de
assuntos heterogêneos, deve-se manter, tanto quanto
possível, a uniformidade inicial dos verbos.
11 – O texto legal não comporta expressões
esclarecedoras, tais como: ou seja, isto é, por
exemplo, v.g. e outras equivalentes.
12 – Devem-se empregar termos que tenham o
mesmo sentido e significado no maior espaço territorial
possível, evitando-se as expressões locais e regionais, a
não ser que o ato legislativo tenha caráter restrito e não

55
haja possibilidade de posterior ampliação do seu campo
de incidência.
13 – As expressões devem ser usadas em seu
sentido comum, exceto quando se tratar de assunto
técnico, ressalvada, em qualquer circunstância, a
observância do estilo jurídico.
14 – As frases devem reduzir-se ao mínimo
possível, sem prejuízo da idéia finalística.
15 – Quando se tratar de um ato extenso, aos
primeiros artigos devem ser reservadas a definição do
objetivo deste e a limitação do seu campo de aplicação.
16 – Nos diversos artigos de um mesmo texto
legal, deve-se exprimir a mesma idéia por palavras
idênticas, evitando-se a sinonímia.
17 – O legislador deve evitar o emprego de
expressões com sentido radical, como, por exemplo,
“dispõe definitivamente”, “aplica-se a todos os casos” ou
“somente se aplica a tais pessoas”, etc.
18 – Antes de redigido o artigo, devem ser
cuidadosamente examinadas e selecionadas as
matérias a serem tratadas no ato legislativo.
19 – Deve-se escrever por extenso, entre
parênteses, a expressão correspondente à indicação de
importância em dinheiro ou de percentagem, constante
do contexto.
20 – Deve-se dar preferência à forma positiva, ao
singular, à terceira pessoa, à determinação do sujeito.

Elementos constitutivos de um Projeto de Lei

Cabeçalho ou preâmbulo
Pode-se entender por cabeçalho ou preâmbulo a
parte inicial de uma lei, não incluída no texto, mas
destinada a identificar o ato na ordem legislativa, através
do tempo e do espaço.

Subdivide-se em:

Epígrafe

56
Indicação da espécie da proposição, do número
de ordem e do ano de apresentação.

Ementa
Resumo claro, fiel e conciso do conteúdo do
projeto, devendo, no caso de alteração de dispositivo de
lei, fazer referência a ele, transcrevendo a ementa da lei
modificada.

Fórmula de promulgação
Dá-se o nome de fórmula de promulgação ao
órgão legiferante, que, no uso de atribuição ou
competência constitucional, baixa determinado ato, e à
ordem de execução, que se expressa por uma forma
verbal, como “decreta”, “sanciona”, “aprova”, “promulga”,
conforme o tipo ou a fase de tramitação da proposição.

Contexto
Compreende a matéria de que trata a proposição,
dividindo-se em artigos e podendo subdividir-se em
parágrafos, incisos, alíneas e itens.
No art.160 da Constituição do Estado, abaixo
transcrito, encontram-se as diversas espécies de
dispositivos em que pode subdividir-se um artigo:
“Art.160 – Os projetos de lei relativos a plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento
anual e a crédito adicional serão apreciados pela
Assembléia Legislativa, observado o seguinte:
I – caberá à Comissão Permanente de
Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia
Legislativa:
a) examinar e emitir parecer sobre os projetos de
que trata este artigo e sobre as contas apresentadas
anualmente pelo Governador do Estado;
b) examinar e emitir parecer sobre os planos e
programas estaduais, regionais e setoriais previstos
nesta Constituição, e exercer o acompanhamento e a
fiscalização orçamentários, sem prejuízo da atuação das
demais comissões da Assembléia Legislativa;

57
II – as emendas serão apresentadas na Comissão
indicada no inciso I, a qual sobre elas emitirá parecer, e
apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário da
Assembléia Legislativa;
III – as emendas ao projeto da lei do orçamento
anual ou a projeto que a modifique somente podem ser
aprovadas caso:
a) sejam compatíveis com o plano plurianual e
com a Lei de Diretrizes Orçamentárias;
b) indiquem os recursos necessários, admitidos
apenas os provenientes de anulação de despesa,
excluídas as que incidam sobre:
1) dotação para pessoal e seus encargos;
2) serviço da dívida;
3) transferência tributária constitucional para
Município; ou
c) sejam relacionadas:
1) com a correção de erro ou omissão; ou
2) com as disposições do projeto de lei.
§ 1.º – O Governador do Estado poderá enviar
mensagem à Assembléia Legislativa, para propor
modificação nos projetos a que se refere este artigo,
enquanto não iniciada, na Comissão a que se refere o
inciso I, a votação da parte cuja alteração for proposta.
§ 2.º – Os projetos de lei do plano plurianual, das
diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão
enviados pelo Governador do Estado à Assembléia
Legislativa, nos termos da lei complementar a que se
refere o art. 159.
§ 3.º – Os recursos que, em decorrência de veto,
emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária
anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão
ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos
especiais ou suplementares, com prévia e específica
autorização legislativa.”

Artigo
É a unidade básica do contexto, à qual se
subordinam parágrafos, incisos, alíneas e itens.

58
Parágrafo
Constitui a imediata divisão de um artigo, sendo
complemento aditivo ou restritivo do caput deste.

Inciso
É o desdobramento do artigo ou do parágrafo,
geralmente destinado a enumerações.
Na numeração dos incisos, usam-se algarismos
romanos, seguidos de travessão, empregando-se dois-
pontos ( : ) para encerrar a frase do artigo ou do
parágrafo precedente e antes das alíneas em que se
desdobre o inciso.

Alínea (ou Letra)


Adota-se a alínea (ou letra) para a subdivisão do
parágrafo ou do inciso.
Trata-se de discriminação feita com as letras do
alfabeto, seguidas de parêntese.

Item
Empregado para desdobramento da alínea (ou
letra), é indicado por algarismo arábico seguido de
parêntese.

Agrupamento dos artigos


Sendo a unidade do texto de qualquer ato da
ordem legislativa, o artigo é o ponto de partida para a
subdivisão ou o agrupamento dos assuntos.
Analisada a subdivisão, passemos a tratar do
agrupamento, que se faz necessário quando o grande
número de artigos de um ato legislativo exige a
sistematização da matéria, segundo idéias que se
correlacionam, dependente e normativamente, como no
caso dos códigos.
Adota-se, desse modo, o seguinte critério para o
agrupamento das idéias em artigos: a SEÇÃO constitui-
se de um conjunto de ARTIGOS; o CAPÍTULO, de um

59
conjunto de SEÇÕES; o TÍTULO, de um conjunto de
CAPÍTULOS; o LIVRO, de um conjunto de TÍTULOS.
Sendo necessário o agrupamento dos LIVROS,
adotam-se as PARTES denominadas PARTE GERAL e
PARTE ESPECIAL ou, excepcionalmente, PARTE
PRIMEIRA, PARTE SEGUNDA, etc.
Numeram-se as SEÇÕES, os CAPÍTULOS, os
TÍTULOS e os LIVROS com algarismos romanos.

DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES E
SUPLEMENTARES

Disposições Preliminares ou Lei de Introdução


As Disposições Preliminares representam
esclarecimentos prévios que localizam a lei no tempo e
no espaço, apontando seus objetivos, definindo os
termos por ela adotados e enunciando os princípios
jurídicos e os de aplicação que ela encerra.
Essa parte pode ou não integrar o texto legal.
Recebe, além da denominação indicada acima, a de Lei
de Introdução, quando não integra o texto.
Seu articulado pode ter numeração própria,
quando se tratar de Lei de Introdução, pois, sendo parte
independente do texto legal, sua promulgação pode dar-
se em separado.

Disposições Gerais e Disposições Finais


As Disposições Gerais representam uma
continuação do texto da lei, englobando, no final desta,
os artigos que contenham assuntos de caráter geral,
diretamente dependentes ou intimamente relacionados
com todo o texto, ou, ainda, seguindo ou precedendo
cada um dos diversos grupos de assuntos que
justifiquem ou exijam um apêndice contendo medidas de
caráter geral, até mesmo de conteúdo regulamentador.
A numeração desses preceitos faz-se em
continuação à dos artigos do texto legal.
Sob o rótulo de DISPOSIÇÕES FINAIS, reúnem-
se, no final do ato e em continuação numérica ao seu

60
articulado, as medidas restantes, de caráter geral e
referentes a todo o texto da lei, visto em seu conjunto.

Disposições Transitórias
São as que tratam de situações que, por seu
caráter especial e temporário, exigem imediata
disciplina.

Cláusula de Vigência
Determina a data em que a lei entra em vigor.
É após a publicação da lei no órgão oficial e o
transcurso do prazo estabelecido para a sua efetiva
entrada em vigor que o seu cumprimento se impõe a
todos.

Cláusula Revogatória
A partir da edição da Lei Complementar nº 107, de
26.4.2001, que alterou a Lei Complementar nº 95/98
ficou vedada a declaração de revogação geral, nos
termos do art. 9º desse diploma legal.
Atualmente então só se admite cláusula de
revogação específica com menção expressa da lei ou
disposição revogada.

Fecho
É o encerramento da proposição e abrange:
a) local (Sala das Reuniões, Sala das Comissões)
e data de apresentação;
b) nome do autor.

Justificativa
Constitui-se dos argumentos expendidos pelo
autor da proposição, para demonstrar a necessidade ou
oportunidade desta.
A fundamentação dos projetos de iniciativa do
Poder Executivo contém-se na própria mensagem que
os encaminha ao Legislativo.

61
O Manual de Redação da Presidência da
República assim define mensagem: “É o instrumento de
comunicação oficial entre os Chefes dos Poderes
Públicos, notadamente as mensagens enviadas pelo
Chefe do Poder Executivo ao Poder Legislativo para
informar sobre fato da Administração Pública; expor o
plano de governo por ocasião da abertura de sessão
legislativa; submeter ao Congresso Nacional matérias
que dependem de deliberação de suas Casas;
apresentar veto; enfim, fazer e agradecer comunicações
de tudo quanto seja de interesse dos poderes públicos e
da Nação.”
As diretrizes atualmente adotadas pela Câmara
Municipal de Limeira obedecem às estabelecidas pela
Lei Complementar n.º 95, de 26 de fevereiro de 1998,
que regulamenta o parágrafo único do art.59 da
Constituição da República.

Fecho da Justificativa
É o encerramento da justificativa e abrange:
a) local (Sala das Reuniões, Sala das Comissões)
e data de apresentação;
b) nome do autor.

Emenda
A emenda, proposição acessória já definida e
classificada anteriormente, compõe-se de:
a) epígrafe, em que à expressão EMENDA N.º ....
se segue a indicação da espécie e do número da
proposição a que ela se refere.
b) ementa, consistindo num resumo claro, fiel e
conciso do conteúdo da emenda, devendo fazer
referência ao projeto para cuja alteração é proposta,
transcrevendo a ementa da proposição a ser modificada.
c) fórmula pela qual se determina a alteração a
ser feita: “Suprima-se ...”, “Onde se lê ...”, “Leia-se ...”,
“Acrescente-se ...”, “Dê-se ao art.... a seguinte redação”.
d) contexto, em que se procede à supressão ou
substituição de determinada expressão, ou se enuncia o

62
dispositivo a ser acrescentado, ou se dá nova redação a
determinado dispositivo.
e) fecho, que compreende o local (Sala das
Reuniões, Sala das Comissões), a data de apresentação
e o nome do autor.
f) justificativa, em que o autor da emenda expõe
as razões da alteração proposta.
g) fecho da justificativa, que compreende o local
(Sala das Reuniões, Sala das Comissões), a data de
apresentação e o nome do autor.

Requerimento
Requerimento é todo pedido feito por Vereador ou
comissão a respeito de matéria prevista no Regimento
Interno.
Quanto ao aspecto formal, os requerimentos
podem ser escritos ou orais.
O requerimento escrito compõe-se de:
a) epígrafe, que consiste na palavra
REQUERIMENTO, seguida de número nos casos em
que a proposição é sujeita a decisão do plenário.
b) vocativo, que indica a autoridade a quem é
dirigido (Presidente da Câmara ou Presidente de
Comissão).
c) contexto, em que o signatário formula sua
solicitação, após as palavras de praxe: “O Vereador que
este subscreve requer a V. Ex.ª, na forma regimental, ...”
d) fecho, que compreende o local (Plenário
“Vereador , Sala das Comissões), a data de
apresentação e o nome do autor.
e) justificativa, constituída dos argumentos que
demonstram a necessidade ou oportunidade da medida
solicitada. Os requerimentos são geralmente
acompanhados de fundamentação, mesmo quando não
haja exigência regimental nesse sentido.
f) fecho da justificativa, que compreende o local
(Sala das Reuniões, Sala das Comissões), a data de
apresentação e o nome do autor.

63
Parecer
É o pronunciamento de comissão, de caráter
opinativo, sobre matéria sujeita a seu exame, devendo
ser escrito em termos explícitos e concluir pela
aprovação ou pela rejeição da matéria, salvo o da
Comissão de Constituição e Justiça, que se restringe ao
exame preliminar de constitucionalidade, legalidade e
juridicidade.
O parecer escrito compõe-se, em geral, de três
partes: relatório, fundamentação e conclusão.
Na redação do parecer, deve-se atentar para o
seguinte:
a). A epígrafe mencionará a comissão incumbida
de examinar a matéria (v.g, Colenda Comissão de
Constituição, Justiça e Redação), e conterá a palavra
PARECER, seguida, logo abaixo, no lado esquerdo, do
número do processo, do interessado, e do assunto sobre
o qual será emitido o parecer.
b) O contexto compreenderá:
I- exposição da matéria em exame;
II- conclusão do relator com:
a) sua opinião sobre a legalidade ou ilegalidade, a
constitucionalidade ou inconstitucionalidade total ou
parcial do projeto, se pertencer à Comissão de
Constituição, Justiça e Redação;
b) sua opinião sobre a conveniência e
oportunidade da aprovação ou rejeição total ou parcial
da matéria, se pertencer a alguma das demais
comissões;
III- a decisão da Comissão, com a assinatura dos
membros que votaram a favor ou contra;
IV- o oferecimento, se for o caso, de substitutivo
ou emendas.
c) O fecho indicará o local (Sala das Comissões,
Sala das Reuniões da Mesa, etc.), a data e as
assinaturas do Presidente, do Relator e dos demais
membros da Comissão ou da Mesa.

64
BIBLIOGRAFIA
– BELO HORIZONTE. Assembléia Legislativa de
Minas Gerais: Manual de informações úteis para o
funcionamento das Câmaras Municipais; Natália de
Miranda Freire [et al.]. Belo Horizonte: Presidência da
Mesa, 2000.
– BRASIL. Constituição da República Federativa
do Brasil promulgada em 5 de outubro de 1988.
– BRASIL. Presidência da República. Manual de
redação da Presidência da República; Gilmar Ferreira
Mendes [et al.]. Brasília: Presidência da República,
1991.
– CASTRO, José Nilo de. Direito municipal
positivo. 3. ed. Belo Horizonte: Del Rey, 1996.
– FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Do
processo legislativo. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
– FUNDAÇÃO PREFEITO FARIA LIMA – CEPAM
– Superintendência de Assistência Técnica. Gerência de
Legislação Constitucional. O processo e a técnica
legislativa municipal. São Paulo, 1992.
– HORTA, Raul Machado. Estudos de direito
constitucional. Belo Horizonte: Del Rey,1995.
– MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo
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