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Secções O Natal na Associação Sócio-Terapêutica de Almeida Imprimir Artigo
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Editorial
pena Adicionar Favoritos
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Região São diferentes, sim, porque especiais, os
Política dez jovens que frequentam a Associação O meu jornal
Sociedade Sócio-Terapêutica de Almeida, em Cabreira Adicionar Notícia
Economia do Côa. Muitas vezes queriam ser
semelhantes aos meninos ditos normais, Ver Notícias
Cultura
mas os dedos que lhes apontam
Desporto frequentemente não lhes permitem ousar o
Opinião sonho. Nesta altura, também são diferentes. Notícias Relacionadas
Cartoon Para melhor, muito melhor. Trocam o espírito comercial por uma serenidade ASTA
Galeria contagiosa e da sua lista de Natal não consta outra coisa que não a harmonia. · Teatro para todos
Num Só Clique · Cristina, a idealista
Há quem pense que não têm sentimentos. Quem diga que são perfeitos inúteis ou · Mais notícias...
grotescas criaturas, filhos de um deus menor. Muitas vezes a própria família desdenha
Pesquisar: da sua figura, nem sempre perfeita, nem sempre aprazível, muitas vezes
incompreendida. Tantas vezes que eles mesmos passam a acreditar que pouco vale a
Ok
sua existência. E repetem-no baixinho, cismam com isso. Às vezes, secretamente,
desejam ser diferentes. Normais. Mas esse é um desejo que só desvendam ao menino Site de pequenos
Jesus, todos os anos por esta altura. Na ASTA, Associação Sócio-Terapêutica de anúncios
Almeida, com sede em Cabreira do Côa, também há meninos assim, que gostariam de Milhares de anúncios
ser normais, para não serem apontados na rua. Flávio, o saudosista; Luís, o calmo; classificados na vossa
cidade - 100%
David, não gosta de fruta nem de peixe nem de beijos; João, que não quer ouvir falar
gratuito !
em pimentos porque lhe fazem lembrar os tempos em que frequentava a escola regular; www.olx.pt
José Manuel, o que não larga o capacete [«um chapéu moderno», como diz o David]
desde o lançamento da primeira pedra do futuro Centro de Apoio da ASTA; Marco,
benfiquista «de coração»; Tânia, Sónia; Regina e Cláudia. São dez jovens, alguns
Centro Social
adultos, com necessidades especiais, deficiências diversas, que precisam de um olhar
Açores
atento, constante, protector. E ali, naquele lugar remoto, são todos especiais. Por isso Procura Associações?
ousam ser meninos iguais a todos os outros, com ideias, sentimentos e sonhos. Muitos Encontre aqui a
sonhos. O Natal assim o propicia. solução ideal!
Maria José Dinis, fundadora da associação, conta que os jovens «adoram» esta época pai.pt/associaoAgrcolaDeS
natalícia. «Nota-se alguma ansiedade, um sentimento diferente», afirma. O facto de
anualmente receberem como presente uma peça de teatro, pelos educadores da Casa
de Santa Isabel, «uma prenda que muito lhes agrada», deixa-os atentos ao calendário,
«marca-lhes um determinado momento do ano, que é muito importante para eles».
Aliás, assegura, «o Natal é muito importante para nós, há momentos importantes
durante o ritmo do ano, mas o Natal possui um calor diferente». Tal como explica, «a
partir do princípio de Dezembro nota-se algo de diferente em nós, é uma energia, uma
luz, as nossas canções mudam, as nossas leituras também, a preocupação com a
decoração, em colocar as estrelas e motivos natalícios, a feitura dos presépios e dos
postais». Este ano acrescentou-se ainda o facto de elaborar trabalhos para apresentar
numa exposição no Instituto Português da Juventude. «É uma época especial para
todos», afirma. «Todas as noites quando vamos dormir eu e as meninas conversamos
acerca dos nossos sentimentos e dos nossos sonhos, às vezes cantamos, e nesta
altura também se nota uma diferença, há outro calor, outra luz», acrescenta Cristina
Larrinaga Aizarna, educadora do ensino especial, que reside com duas jovens no
primeiro núcleo familiar da ASTA, a Casa da Oliveira. Nesta altura tudo parece mais
sentido, «é o agradecimento por aquilo que nos dão, a partilha daquilo que temos,
pouco ou muito, com os outros. Tudo isso é vivido com muita força neste tempo de
Natal». Na associação tudo muda por esta altura. «Muda o começo da manhã, o final
do dia, este espírito de Natal está impregnado nas paredes, em cada esquina, em cada
sorriso está algo diferente», explica Maria José Dinis, «e acho que conseguimos
transmitir isso às pessoas que nos rodeiam, as pessoas que visitamos, nas mensagens
que mandamos, onde revelamos sobretudo serenidade e confiança». É assim «a nossa
forma de viver o Natal, uma forma muito intensa e não apenas o natal comercial, de
comprar presentes e de nos vestirmos de Pai Natal». Essas coisas, ditas normais, são
esquecidas na ASTA. Aqui, é tempo das coisas que valem a pena. Aqui importa mais o
espírito, importa mais a descoberta de um anjo numa aguarela, uma estrela, um
menino, uma vela. Importa «o acto de criatividade, de atenção, de vivência interior
muito forte», termina Maria José.

Por: Maria João Silva

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