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EZ10 VANONI NATUREZA EINTERPRETACAO DAS LEIS TRIBUTARIAS NATURA ED INTERPRETAZIONE DELLE LEGGI TRIBUTARIE Tradugao de CEDAM - Casa Edirice Dott. A. Milani - Pédua 1832 . RUBENS GOMES DE SOUSA ? fA | es Silicoes Financeiras Sith ~Rio de claneiro ” no vanost aor @n). Sob aste aspecto, ndo hé d vastio da sua prépria esfera ju do ere~ rdade a que se refere esta afirma- tiva evidentemente nao significa sbmente que, em virtude de a cargo do sujeito, um jo comportamento nega- esfera da sua expacidade mente alterada. ivo, a objegio é apres« muis conereta quando se diz que o tribute res! patrimoniais a the impde deter Naqui titui uma de inge os ita a sua liberdade, porquanto inadas obrigagdes, ue se refere & afirmativa de que o tributo cons: pessoal, que surge a favor do que se encontre nas condigdes prev Basta portanto, para excluir o tri tos patrimoniais, o tributo nao restringe o exerefeio do direito de propriedade. CAPITULO IV CARACTERISTICAS DO DIREITO FINANCEIRO sigfio que compete ao d reito, estudando suas relagdes, por um vado, ¢ por outro com 0 direito pi BE de gn pertence 20 di tag das fronteiras .O direito financeiro, lexo de relagdes patrimo- 1m efeito, numa esfera Timitrofe efetivamente na zona na qual nem sempre mente os institutes ‘tencentes ao direito pri separe PRETACAO DAS LEIS TRIBUTARIAS entende 0 po © imperium seré 0 fundamento rre direito sem sangéo, isto & da norma juridica. ressuposto, tanto do di- que em estudo ae ireito privad sperium como a eapaci- 10 absolutamente pro- uo, confirma-se o direito estreitos, Um predominio 2, sob 0 ponto de no campo estreito dos poderes dis- se pode até inte razbes de ordem s a sua compreensio € 0 5) ‘eito piiblico e do dir privado sto © porque correspondem a final Nao repousando sobre nenhuma diferener substanci campos é um critério meramente mais falar, em sen- je do Estado sbbre de subordinagao tal como , 0 fato de uma norma ser dase de uma das partes, veito privado teriamos submeti relagdes ocorrentes ent um outro su der sobe- um sujeito fo se devi ito de ne bém a pro as EZ10_VANONI no se discute, e que se resolvem na garantia do interésse de uma s6 das partes a que se refore a relagio (alimentos, repar~ jeitos da relacao juri procurou aprofundar a classitieagio examinando as ri direito, tanto sob o aspecto formal (fac endo possul: a ma faculdade, ou ica. te, 0 direito tutela sempre um interésse éste é considerado digno de reconhecimento ju ssse reconhecimento corresponda 9 interésse que c to piblico, e o interéss ‘em uma relagdo de dade da relaefio ocorren __NATURBZA E INTERPRETAGAO DAS LDIS TRIBUTARIAS 149 mitir a imposeibilidade de estabelecer limites nitidos entre di piblico e direito privado com base em critérios substan- (217). BE’ certo que naquilo que se refere ao aspecto material da relagio juridica, o interésse que inspira toda a atividade es- tatal 6 0 interésse do Estado, isto é, 0 interés membros do Estado, tulelado em fungi de f das as relagdes que competem ao mente considerar como relecdes idade de direito pi do Estado ser sujeito de relagées de direito privado. ‘A distingdio que JELLINEK tenta introduzir a éste respeito entre os fins gerais prOprios do instituto de direito, e os fins tram fora désse instituto, para classificar os pri- 10 pliblico ¢ os segundos en~ JBLLINEK entende, por exemplo, que 0 mono baco sei lo, porque o Estado, além de se teresse eral, que seria a de for- , propoe-se ainda uma finalidade receita, fi tendente a éste ‘inieo objetivo como uma ati iente de direito piblico? E, por outro lado, como se 2 naturena Juridica do mo- nopélio a finalidade de obter receita para o Hstado, quando € exclusivamente por esta razsio que 0 monopélio é exercido? (218). ete, eltee do tabaco corresponde so impésto a BZI0 VANONL dda para o mes econdmicos necessitriamente 2 " Segundo NAWIASKY, no & poss stinguir, sob 0 ponto tre direito pitblico e direito privado, Con- direito Tinaneeiro e o direito privade nga, porque como a adm jode exercer a sua vontade a nfo ser naqui im tabém 0 sujeito do direito privado ‘a que a let Ihe atribui ow re~ dois campos diferem, todavia, pela a com que consideram os interésses que constituem 9-7 ages juridieas. As relacdes de di- JELLINEK, que representa o Estado como p vontade essencialmente independente do we do cidada - or NAWIASKY 6 sem di olher a sta te erial, como se fora entre os in- relagio juridiea, r, a diversidade na maneira de considerar os énte- nfo importa em diversidade dos préprios interésses, ou 2, cm diverskdade do elemento material da relagto junidiea, jade dos meios previstos para ite, em diversidade de que @ ordenamento seco uma igualdade ou uma diferenga ob- lade das caracteristicas flerenca de intensidades, formulado pelos 6reiios aos quais 0 ordenamento juridico atribui competéncia para tais Nawiasky, rehtliche 6! terminados fins. Vojamos a atividade financeira, isto como ja foi dito m ima vez, orienta-se no sentido de pro- porcionar ao Estado os meios econdmicos necessrios & reali- zagio de seus fins, © Estado pode procurar por diferentes processos a ob- tengo das riquezas que The sojam necessirias. Em ¢ exerceré uma atividade con casos, rrente com a atividade privada, valendo-se, para tutelar o seu préprio interésse, dos mesmos meios que o ordenamento juridico atribui ao individuo para garantir o seu interésse privado. O Estado possui florestas, pastagens, terrenos, edificios, que nfo Ihe servem para o exer- cicio de fungées iblicas, mas de que se utiliza para a obten- Ho do re Para ésse fim, vende, compra, contrata, aluea, ou dé em aforamento, segundo as normas fixadas pelo direito civil. (0 Estado € proprietario de ages de sociedades indus- tris cciais: além disso, promove éle préprio quando te- nha nisso um interésse, a constituigdo de tais sociedades, da mesma maneira pela qual um particular possi agdes de s0- ciedades ou promove a constituigaio de novas entidades eomer- ciais, Nesta atividade o Estado se submete, da mesma forma que o particular, as normas contidas no Cédigo Comercial. Em outras hipéteses, ao contrério, 0 Estado realizaré os seus fins através de atividades especificas préprias da entidade pliblica, que o ordenamento juridico reconheee, delimita e ga- rante em seu livre exercicio dentro de determinados limites. Para obter os meios econdmicos necessérios, o Estado exerce ‘monopélios contrai empréstimos nas formas expeefficas aos empréstimos pi e que vio desde a divida consolidada até a emissfo do papel moeda, e, finalmente, cobra tributos. Nas hip6teses consideradas em primeiro lugar, 0 Estado utiliza-se do direito privado; ao contrério, na segunda série de hipéteses, utiliza-se do direito piiblico. Analisando as duas eategorins, nfo se consegue encontrar qualquer caracteristiea material que as diferencie, A finali- GAO DAS LEIS TRIBUTARTAS 15 dade que inspira a atividade do Estado, ¢ o interéase que anima essa atividade, 6 0 mesmo em ambos os a obteng&o de meios econémicos indispensiveis & vida do Estado. Tao sd- mente razées de oportuni ceasos, como mais idineo & obtengio da finalidade que o Bs tado se pro} 0; mas, fora ésses critérios de oportunidade, que sio eritérios politicos ou histéricos sujeitos a modifieagdes e a evolugdes, nfo existe nenhum Quando 0 Estado poe em agio uma de obter meios econdmicos, », quer utilize o direito privado, senga de uma mesma vontade — a vontade do Estado, mani- festada segundo as formas reguladas pelo ordenamento juri- Jentada no sentido da obtengio de um mesmo inte- Silo simente os meios, pelos quais o ordenamento juridico \do, que podem di- tes as mesmas re- jeitos de direito, ou, ao contrério, sejam formuladas regras especificas para garantir a atividade do Estado no caso particular; por sua ver, a diversidade de tute em relagio com a diversa finalidade que as eondigées hist6ricas, politicas, eeondmicas ou sociais impéem A atividade do Estado. Fica assim esclarecida a impossibilidade de encontrar uma distingaio entre direito piblico e direito privado, com base no clemento substantive: a tinica diseriminagio possivel € ba- seada sobre a forma que assume em conereto a tutela juridies (221). Neste sentido, pode-se considerar como pertencentes.ao 5-5 Vovmas destinadas exelusivamente @ regular direito publico as as de: clusivamente a re © tutelar a organizagio ¢ a atividade dg Estado e das demais asses ferir, s eradas sufici ative e toda. relagé GE Wairem denuann, Vervaltungsrecht, ott e210 VANONT entidades pitblieas: ao direito.privade, as normas que regulam. © garanten) a atividade‘de tod , quando o ordenamento juridieo no considere oportuno disciplinar a atividade daquele e destas mediante normas es- peciais ad hoc, ou seja, mediante normas de direito publico. 0 carater absolutamente extrinseco do eritério que divide © direito pablico do privado 6 ado pela historia do di- reito, Direito piiblico e direite como ea texorias separat as especiais tio profundas, que di am a passagem das relacdes de uma categoria para a outra, ao sabor das mudangas das condieses histérica: Quanto mais ¢ Bstado consolida, e quanto mais afixma se amplia a natureza Fungées que exeree, e por conseguinte cresee o am- bito do direito ptiblico, no qual se vim a ineluir até mesmo re- lagies juridieas que, em outras formas de Estado, exam regu ladas pelo diveito privado. Fiea assim confirmada a possibili- dade da transferéneia da tutela de uma determinada atividade de Estado, do campo do direito privado para 0 direito piblico © vice-versa, em estreita dependéneia com os principi x08 diferentes paises e nas diferentes épocas, i namento juridieo. Quanto as normas que regulam a atividade financeira esta evolugéio 6 especialmente evidente. No Estado polieial, o eardter privado da atividade financeira era de tal forma rae dicado na consciéneia juridiea, que 0 Estado, como suijeito de direitos patrimoniais (fiseo), assumin o carder de pessoa ju- ridica de direito privado, nitidamente destacada ¢ autonoma do Estado como pessoa juridica de direito piblico, O fisco era stidito do Estado, ¢ fienva submetido as regras de direito eivil Koz mesmos térmos que qualquer particular (222). No Estado de Direito, 20 contrério, chegou-se @ afirmar a unidade da (222) Maven, 0. 05.5, FLpnen, 35 pessoa juridica do Ki privado (228), no entreter publico da atividade fin yo afirmou-se o eardter de direito fio dos meios neces como atividade es- deste, passou a ser considerada , concretizando-se no complexe .cho finaneeira do Estado moderno, entretanto, 0 Estado renuneiou inteira- relagées patrimoniais, das garan- ico reconhece aos sujeitos de di- com efeito, na gestiio de parte dos bens que 1a patrimonio, 0 Estado utiliza-se do direito pri- ‘Assim 6 que o Estado pode comprar, vender, adquiriv ou por sucessio testamentéria, da mesma forma nndividuo, ¢ segundo as normas do direito pri- dina. d ordenamento Nem tius que © ordenat a atividade financeira permanece em sua es- ste cardter essen- nte pitblico aps 0 ; e utilize do direito privado. Assim é sempre o direito piiblieo que determina o modo de manifestacio da vontade do Estado, mesmo quando esta seja orientada no sentido de por em atividade uma relago de dircito privado; assim tam- até mesmo sobre as relagdes privadas do Estado, fixundo limites que o direito privado nio nal i. 28 gps. Contra it. passin, que Bstado,como Finanesivas, que te de financeira este} conhece, como por exemplo quando recusa capacidade para contratar com a administracio pibliea administradores, em- pregados ou dependentes da 4 utilizagdo pelo Bstado de levar a modifieagdes no exereicio conereto da. jurisdiciio, como » onde, com a instituiedio do foro do erério idas, no interésse do Estado, normas espec de competéncia para conhecer das agées em que seja parte uma nda que tais agdes tenham por objeto relagdes de ordem privada. De tais consideragdes pode-se evidentemente conel loca-se Dlico, muito embora em seus pontos de contacto com o ico: com efeito, no ordenamento, positive 0 tributo sempre regras préprias, correspon: dentes & fungio essencial que no Estado moderno ¢ atribuida a esta fonte de receita. 31 — A circunstancia, que vimos de afirmar, do direito ‘tributério pertencer ao direito pitblico, permite observar como doutrina, admitida ainda hoje prinefpalmente pelos civilistas francéses, que considera o direito tributirio como direito que faz exeeciio a0 di enearado como direito comum, nao representa, em substaneia, outra coisa que a elaboragio, um caso particular, da opinido atualmente superada, de que no reito privado se contém os principios gerais do diveito, Esta teoria apresentou um obsticulo nfo pequeno & ela- boraglo de uma doutrina prépria do direito piblico, que pu- |. Parece mais conforme & realidade Finanesira como. um ae ($ TRIBUTARIAS 157 ito privado, a sua n complexo auténomo de normas regulado- ima parte da vida social, mostraram smo que do ponto de vista sistema ite cont 1c erais que fo comum se entende o conjunto dos principios gt eae i ir, com ORLANDO, ico como 0 direito ue decorvan de sum" (225) jo, eomo ramo d 0, no pole Tima excegio as regras do direito privado. iderar a sua posigfo relativamente aos to, © a questio, posta nestes sermos, posterior. blema das re- direito pri- direito privado, ‘quer relagio ent 'As relagdes entre os dois ramos do direito so, intensas, mesmo porque direito nte por objeto as ‘0 privado, que conservam o seu valor também com relagao ao tribute, Mas, na maior parte dos casos, 0 direite atividades da vida econdmica: e sto mento, 0 patriin’ vetanto, faltam (drio para definir ésses fendmenos que, por outro lado, jé interessaram sob outros as- que os definiu e elaborou a sua figura os térmos do direite civil por- quanto entende que assim limitar com sufietente apro- ximagdo os fenémenos que constituem 0 objeto das suas pré- i Nes fala em propriedade, em venda, mas éstes conceitos nao devem ser énten idamente, atribuindo-se-lhes ésse valor: o valot rreito privado, e tao sbmente ao contr ie sem titulo, ou seja, aquéle gue 160 ito tributario, que jé se 1s outros ramos do direito, e espe ‘Alemanha, surgi guerra), tende ‘08 seus proprios i ‘ecomplexo, e por esta raziio o por eriar para os recorre a expresses jf conhecidas pelo direito pri yutirio, 0 mesmo icado que um valor particular, lo A funcho econdmica © emprégo da mesma palavra em dois ear; emprégo jentes veja porque 0 le ons indo & exato pensar que o legislador néo seja cx ir novos co! ide, 0 legislador, ito de outro ramo do direito, ou enten- , ¢ portanto se refere ao instituto tal doutrina jurfdica, ou pretende Jdaptando-o aos fins da norma que redige, ¢ en- expressa ow indiretamente, esta sua intengiio. As- lor pode declarar que “para os efeitos da lei tri- ito de direito civil se deverd en- lerminada maneira; como pode dizer que também 1 ao impdsto tal ou qual relacio, que o institut de tomado como base do naseimento da obrigagio tri- «teria abrangido; ou ainda, inversamente, pode ex- ama relagdio, que segundo a lei civil eaberia ‘ado. Desta forma, 0 problema do va~ ., mais geralmente, dos con- Jor dos coneei ceitos prov reito tributério resolve-se em um pr’ porque se trata efetivamente de verificar se a tenha fiear, ¢ de que mancita, os conceitos de itingir as suas finalidades proprias (231). ‘entando levar em conta com maior aproximacao 0 desen- volvimento real das relagées jurfdicas, BLUMENSTEIN (232) -as, segundo as quais os institutos de di- ‘a influir nos institutos de direito tributario. far concel- (250) L10N, Max, Stewerrel 195 sus. 851) 0 ponto do vista de Lion é acolto om substincia, por, Po- rte me Uimanteeteurpescts, 22 ed., Berlimy Liebmann ue abandons de Boeken, que acolhera mes (et. 16 Wirtechaftebegriffe, city Ps Peahes’ Stewereckt, cit., vol. T, pp. vehtlicher Begriffe fiir das moderne Pic mecigabe far Eugen Huber zum oiebszigsten Stewerren argebracht von der juratischen Fakulldt der’ Univers Ber, Berna, Wyss, 1919, pp. 209 sas. AGAO DAS LEIS TRIBUTARIAS 158 ‘transformaciio © MENSTELN reco1 a sucessflo em matéria quanto consideram efetivamente 0 mesmo fato da nte & de BLUMENSTEIN é feita por BOR- e ent&o, como 0 direito privado ja atingiu uma elaboragio ] uéneia exereida pelos conceitos a construcdo das relagoes tributérias, da sbbre a determinagao do objeto tributavel. es tributirias (delimitagaio da ea ixaeio da maneira de caleular os pra~ jimento, desenvolvimento & do sujeito, faghio formal do nai de impos direito pr Em outros cagos, os coneeitos de di- privado podem ser adaptados As finalidades ‘ago expressa da le 6 mencionado pelo ordenamento tributério em razio de uma analogia intima campos (por exemplo, no que se refere as r¢ contribuinte, do domi gundo BLUMENSTBIN, as normas de direito cf cadas desta forma, passam a fazer parte do direito tributario ‘em contraposigao com os ins tam valor simplesmente como gislador para elaboragio da ni Finalmente, o diveito ci nigdes de tem hipdteses em © institute di ento reito privado para 1a social, Nessas condigées, nfo entio que jam modificados de ma- ‘aa levar em conta as necessidades do ordenamento tribu- tario, embora conservando muitas das caraeteristicas do di- 1 - 106 108 BZIO VANONI valores, muito embora co . para a atual privado, e de modo geral por outros ramos do jam referidos de qualquer maneira pelo dir que 6 a de regular 0 desenvol recordar que uma idéntica rel maneiras diferentes a mais de um ramo do direito. (0 fato do um individuo ceder a outre 0 uso e a dispon Vidade de um bem contra o pagamento de um preeo, dé gar a uma venda, tutela a vontade dos individuos orientada no sentido de 1. determinadas finalidades individuais. Mas pode ainda interessar a0 direito administrativo, por exemplo, quando 0 objeto do contrato esteja sujeito a certos encargos ou limitagGes de reito pliblico, ou ainda quando uma das partes seja o Estad fou uma outra entidade publica. Pode interessar ainda ao di- yeito penal, quando haja pos contra a pro- priedade, ou contra a £6 piblica, e casos semelhantes. Pode, finalmente, ter importancia para o direito tributirio, quando naquele fato se eneare uma manifestagio tributavel. Todavia, cada um désses ramos do direito, embora apli- cando 20 mesmo fato as suas préprias normas, 0 considera em fungio de finalidades diversas, pondo em relévo aquéle aspecto inquanto 0 direito privado, ao diseiplinar compra © venda, preocupa-se com tutelar o exerci dade individual orientada para fins particulares, o dire butério considera, ao contrério, as relagées que surgem, em consequéncia da compra e venda, entre individuos ¢ Estado, em térmos de obrigagio tributdria, JS TRIBUTARIAS 165 ETAGAO DAS, adas pelos dois ramos do di- vme, e sejam baseadas no mes~ ite idénticas. A lei tributéria: le ligar 0 naseiment de impésto & compra & |, enquanto constate na transmissio de riqueza, que 8e verifies através désse contrato, a manifestagio de uma capa~ dade para suportar a tributagio: é claro, entéio, que 0 di- na compra e venda, essencialmente- a transmissio de riqueza; ¢ 0 tributo ser devido sempre que a itese, a velacdi iio eatba ites do instituto da com- fe venda tal como 0 con vito privado. ‘Admite-se que na maioria dos casos 0 coneeito de direito da com o de direito privado, porque, continuan- ‘corte compra e ven e na situag&o econdmica que intere e-versa, geralmente no ocorre a situagio econdmica visada pela lei tributé importe em um co flido segundo 0 direito To ponto de vista abs ceitos de direito tributario e os de direl nfo pode © de objeti rei enham a observagfio de que, do bsoluta entre os con- wvadlo nfo existe identidade absoluta is entre direito privado ¢ tributario. Jar a raz&o porque coneeitos diferentes tenham_ exato pensar que dirige. Embora diferentes titutos elaborados pelos vai xr, segundo os objetivos prop ramos de direito para dis is de cada um déles, a mesma. comum: o fato material q seu objet Exsa identidade de objeto explica porque os institutos tenham a mesma denominacao, Esta, na realidade, nao 6 tan- to 0 nome préprio do ‘0 no direito privado, que seja usurpado pelo , da mesma maneira que o reito tomou duzindo-0, ma sa servir para di mesmo tendo uma raiz comum, qua sos institutes: ao paso que a diferenga no contetido dos pr6- prios institutos depende da diferente fung&o, que éles desem- de m de ulterior elaboragdo de conceitos de di- lo por objeto o mesmo fato material que itutos de direito privado. Na rea- “4 objeto: e isto maioria dos casos por corporado ao direito tributirio, retira ao préprio instituto quale (238) ensen, Dor Bs ice doe Steerreehts ole., cit, pp. 8 ses. AGAO DAS LEIS TRIBUTARIAS _167 to privado, para transformé-lo em stituto perde, com efeito, io de tutela de um inte- . pura transformar-se num eonceito coneernente tutela do interésse do stado em obter os meios necessirios para fazer frente as necess objeto dé em resultado uma mudang o resultado final nio Ao de eonceitos do direito privado, & ‘este sentido, de elaboragao de conceitos de existente do ‘afirmado, que a influéncia do di- io nflo 6 uma influa 4 havia atingido quando © ito tributario comecou a se impor como ramo juridico indepen- den| Existe porém uma reito privado #fo referidos pelo tanto conservam inalterado 0 seu valor cdo de fatos materiais da vida s dios casos, relagdes econdmicas, mas podem também ser alsumas vezes relugdes juridieas. ‘Alguns tributos, como as taxas de enregistrement, de namissio, de fiscalizagao, de .co, como eram cha- mmadas no direito tributério anterior & Revoluedio Francesa, © ‘quo eatao em referéneia com uma atividade posta em prétiea pelo Estado a favor do individuo, eram ¢ sfo ainda concel- fuados como direitos cobrados pelo Estado pelo servigo que ‘duo, ao assegurar o exereicio da atividad: ndo certas finalidades. Visto que na maioria dos casos essa garantia do Bstado é conferida através da preser- 168 Bio VANONI_ preservagio ncia de normas ¢ nascimento a ao aperfei da tutela, finigo de um igdes que im} “des que caibam na de- externo em relacdo ac taria faz objeto da sua propria regulamentagio, Portanto, uma ‘ves que o in: 10 privado nile ¢ incorporado ao di- reito tributario, m: © valor que ridica disci substancialmente privado da prépri ‘to tributério, na hipbtese considerada, a rela- & seni o objeto do instituto fiseal construido pela Ora, como a norma juridica nfo altera a material ou social que toma por objeto, mas Ii destaque os seus aspectos que mais the interessam, norma tributéria seja uma relagio ju- que tenbam relevanei ~a se compreende como 0 tos de direito privado como dadus de futo para a construcdo dos seus préprios coneeitos, se bem que néio chegue ao ponto de modifiear 0 contetido dos préprios institu. tos, entretanto possa prescindir de certas earacte qucles institutos, ainda que essenciais do ponto de direito privado, A lei tributdria pode estabelecer & ros, entre rreito privado eonsidere como isto aquéles que por vir ‘sho incapazes de produzir efeitos juridicos de direito privado, ¢ os negdcios , aos quais uma sen- tenga judicial tenha nogado n eapacidade de produair efeitos juridicos de rado, ¢ a respeito dos quais 0 direito ‘a, conservam ern certos ¢2s0s a sua ca] du paralcamente 808 negécios plenamente vilidos para o direito eivil (236) Compete ao intérprete verificar se a lei tributéria, a0 user expressées juridicas jd conhecidas do direito privado, tenha idido constrair um conceito proprio do direito tributério fu, ao contrério, nio tenha feito mais que valerse de insta: fos jd elaborados no direito privado, para sobre éles fundar institutos finaneeiros. Tim tal pesquisa o intérprote deveré guiarse principal- mente pela fungio que o institute, sobre o aus exerca no direito tributdrio, E para éste fim ¢ que o intérprete tenha presentes as caracteristicns financelnts do cade tributo, de modo a enquadrar norma de que se trate no conjunto das finalidades que a lei se propbe. fp. ex. 0 arte 1%) (tro. (texto ‘inieo aprovado, De ra 110 BZ10_VANONI_ Por exemplo, para entender ¢ aplicar exatam pensavel veri celra, um imposto de transmis dade contributiva evid inalterado o valor que tm por exemplo, regula 0 estado da pessoa e a sta eapacidade, a neira de computar 0 tempo, oferece as normas gerais da repre- taco, da preserigao, ete, Ora, o direito tributério muitas vezes, expressa ou tacitamente, a tais regras de conservam na lei tribataria a mesma efiedeia lo. Podera esta circunstineia est referéneia a8 consequéncias de daquele, nao obstante transeedem o direito privado, « gras que interessam a todo o campo do direito em geral. A capacidade juridiea, ou seja, a idoneidade de viduo para ser sujeito de di a capacidade de ay ito para praticar atos j 05 seus direitos, so conceitos que interess wt preservactio do Lalar de conceitos de direito privado ireito tributirio, senio antes 10s, por motivos varios, em leis de ‘undamentais normas, embora tenham indiretamen- ifluem sobre a ordem dos privilé- lormas de direito tributdrio, na verdade, ta is, porquanto givs, sfio essencialmente izagio do direito financeiro 10 6 raramente enfrentado relngdes tributérias como perten- JJuem em seu trata- e do direito admi- jutirio alguns au- centes a0 di mento desta nistrative ima disciplina. Como parti E710 VANONT MYREACH-RUBINFELD concepeao que faz do dire piiblico independente, eomp dente do constitueion: JBLLINEK (241) enxerya independente do direito tributi estudo a éste altimo, tinieo que inter: tivo, objeto do seu tratado. Enquanto a doutrina publiefstica _douts permaneceu dominada pela teoria da tripartiesio dos poderes do Estado em poder le- 20 direito administra | | | __NATURBZA E INTERPRETAGKO DAS I TRIBUTARIAS_173, 1 penal € processual) , pax natural ¢ inevitével da ati- reito, Todavia, a eri 12 eléssica da divisiio dos poderes, ¢ ike, que substitui a tripartigio ja recordada em constituigdo e administracdo, a ite doutrina publicista alem& considera que thda a pode ser reduzida aos térmos de administra~ do legiferante © administracio executiva, tendendo @ com- preender no direito administrativo em sentido amplo o estudo atividades do Bstado relativas & admi- Jaco até a jurisdigéo administrati- dividido por sua vex em recia repousar sob: vidade do Estado di ‘A incerteza que, através da critica e das construgées das doutrinas mais reeentes, velo a afetar a classificacéo dos ramos gue constituem 0 direito piblico, mostra todas ag subdivisées do di plinas particulares nfo correspondem a difer dag, mas a eritérios de Tustamente, neste assunto, © pro reito tributirio, e do dircito financeiro em geral, no direito pi- blieo, é encarado por alguns sob o ponto de vista de indagar se oc feradas constitui um conjunto fauténomo e inspirado por critérios préprios, que ju sou estudo segundo conceitos particulares, Nestes térmos, 0 problema foi enfrentado na Itélia por VITAGLIANO (243), ¢ jnais recentemente na Alemanha por BALL e HANSEL (24 solugdo nio pode ser duvidosa: o direito tributério possui,uni- dade, independéncia e propriedade de normas e de conceitos, que decorrem da identidade da funcéo exercida pelos institue fos disefplinados por ésse ramo particular do dircito, e que 4), Stouerreeht und engin, A, Der Bunfluiy dex Stewerreeh m4 EZIO_VANONI fazem ddle um organisme auténomo que deve ser estudado como método apropriado, ‘Nao afeta a importancia desta conelusdo o fato de que di- ferengas na conceituagio do direito publico ¢ dos que éste se divide, tenham levado BALL a considerar o dircito tributdrio como ramo independent do direito piblico, enquan- to HENSHL foi levado a considerd-lo como um ramo especial do- jreito administrativo, correspondente a conceitos indepen dentes (245). © direito finaneeiro € 0 conjunto das normas que regu itividade do Estado ¢ das demais entidades piblieas, no senti frente as necessidades piiblicas (246) Junto de n para fazer portanto unt co! ‘mas unidas entre si por uma finalidade comum: ¢ a unidade de fins determina a unidade do eritério juridico que o inspira, unidade esta que ndo pode ser descur tudioso do direito, Enquanto a divisao classiea do direi ro a naturoza formal da atividade exereitada pe nane alidade vi- sada pela atividade ptiblica regulada pelo direite, de modo } __NATUREZA B INTERPRETAGAO DAS LUIS TRIBUTARIAS._115 do direito financeiro se contém normas que, ypertenceriam quer a0 direito adminis- que no ambi gundo 0 eritério fo trative, quer ao jud Nao & caso de investigar aqui se seria preferivel uma clas- sificagio do direito pitblieo baseado em critérios materiais (Isto % fundada sdbre a diversa natureza dos fins, ou seia, dos in- ‘ardases visados pelo Estado) (247), Imports mais, para a ‘nossa pesquisa, determinar a utilidade, do ponto de vista cien- tifico, de agrupar o estudo de tddas as relagdes jurfdicas que tenham por fim a obtengio de receita para o Estado em uma discipliia tiniea, ¢ principalmente importa insistir em acen- taar como as normas do direito financeiro correspondem a prin- ‘ios gerais préprios, independentes de coneeitos dosenvol- vidos em outros campos do direito. Neste sentido, parece justifieada a doutrina mais recente que so esforga por fazer do direito fnanceiro 0 objeto de wma Giseiplina independente do direito péblico. A semelhanea do direito penal, do direito processual, do direito trabalhista, 0 di reito financeiro apresenta um conjunto de normas que, pelas finalidades a que se destinam, pela natureza da respectiva tu tela. juridiea, relagdes da vida social a que 5° referem, apresentam earacteristicas préprias, que as diferen- cium de outras normas do direito pablieo. F’ bem verdade, como ‘observa HENSEL, que 0 processo de diferenciagio entre 08 con- ceitos de direito fiianceiro @ os conceitos pertencentes a ou- tros ramos do direito ainda nfo esté completo, mem mesmo as respeito do proprio direito tributario alemao, que doutrin’- riamente se apresenta em nossos dias como 0 mais evoluido. Mas é sufieiente acentuar como a necessidade de uma finanga mnais racional (colocada em primeiro plano pelas necessidades ‘excepcionais da guerra européia ¢ do apés-guerra) determinow MBO VANONT_ a aceleragiio do processo de diferenciagio entre 0 direito fi- naneeiro ¢ os outros ramos do direito, para demonstrar que 0 afirmado cardter especifico das relagées finan ponde & realidade das coisas. Na verdade, quanto mais a: financeiras se aperfeigoam, tanto mais a natureza particular das relagdes reguladas apresenta-se como indiscutiv A afirmagéo do direito finan dente traz consigo a afirmacio da ‘a outros ramos do direito pil parte essencial do direito finan 34 — Consequéneia da indep ¢ portanto do tributério, é ‘A distingao entre direito comum cepcional 6 uma das distingdes mais incertas da teoria geral do reito, Esta incerteza perturbou bastante a doutri inter pretac&io, porquanto se costuma ensinar que nem tédas as re- gras de hermenéutica, préprias do direito comum, sio aplicé- veis & interpretagio das normas de direito singular. A hesitagio na classificagio de uma norma como sendo de direito comum ou de direito singular produ, como consequéncia uma ineerteza quanto as regras aplicdveis & sua interpretagio. Constitui um dos méritos da doutrina mais recente (248) © fato de ter impriniido clareza A matéria da classificagio das normas juridicas, reeorrendo as fontes do direito romano. Das diversas distingdes ¢ sub-distingdes que vinham surgindo, foi mantida 0 ‘a contraposi¢&o fundamental entre direito comum on geral e di cional. Norma de di- reito comum é aquel os gerais, § TRIBUTARIAS 177 carat los nos parégrafos anterio- entre os preceitos tribu- ves, esp tarios e as outras normas de direito preceitos do direito tributé ituam exceedes a normas mais ge) jea a maneira pela qual ‘0 dever genérico dos i jos de coneorrer para as despesas pliblieas do Estado, as normas do direito jo referem-se & generalidade dos sujeitos do ordenamento juridico e regulam a nort mesma forma que as normas comumente consideradas como jo comum. © tributo considerade em si_mesmo ‘como fendmeno da vida Social, néio representa a excecfio, mas fa regra, porque é um pressuposto de fato da existéncia do Es- tado: e sem Estado é ineoncebivel uma vida juridicamente or- denada, Sob éste wpita o ordena- ‘0 aparece muito mais alta, e até mais genérica ira o ordenamento do direito privado, no ista costuma colocar exclusivamente ireito tributario Jlador tende, com efeito, a cons- .¢ permitam a satisfaeso, da methor ma- fou seja, com o menor sacrificio individual e ‘com 0 maior heneficio para a coletividade, do dever genérico do individuo de coneorrer para as despesas do Estado a que pertence por vinculos politicos, sociais @ econémicos. Desta ‘em sua esséneia representa a normalidade nos, que pode ter a vi um eardter excepeional we 710 VANONI dos casos na vida do Estado, ter organizagio se m preeeil contra t soais, A gener: sua extensiio a todas as da propriedade particle Basta, com efeito, recordar que 0 tributo om sua esséneia juridica nio € senfo uma obrigacio pessoal de concorrer para a manutengiio do Estado, para se verificar que éle ndo representa uma exeegdo relativamente a0 preceito de tutela da propriedade pri qu nao constitui excecdo a éste pri garante outras obrigagées patrimoni dade privada 6 baseada sobre 0 eritér' encontro 4 norma que garante ao indiv que the pertenee. Nao esta portanto em contradigao com a afirmada g ‘a constatacao, feita no pardar: luo a utilizacto daqui que inspiram 0 ras normas tributitias & simples eon- de certos assim considerado, assim também exi excepeionais, Mas a sus excepeionalidade de de consideragées par~ formam 0. tamente fio excepcionais, por ‘erentes motivos, outorgam isen- exemplo, sls normas que, por Ges do pagamento de tributes, 15 gerais contidos nas pro]

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