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CURSO: Anual Noturno

MATÉRIA: Direito Civil


PROFESSOR: Marcus Vinicius
DATA: 20.08.2010
Aula 21

PROPRIEDADE

1. PODERES DO PROPRIETÁRIO
2. MODOS DE AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA
2.1. REGISTRO DE IMÓVEIS
2.2. ACESSÃO

Aula de hoje:
2.3. USUCAPIÃO
2.3.1. Introdução
Na maior parte das legislações que tem origem no Direito Romano, usucapião é
empregada no feminino.

Curiosamente, o Código Civil de 1916 usava usucapião no masculino,


contrariando a origem histórica da palavra.

No Código atual voltou-se a utilizar a palavra no feminino, de forma que agora a


forma mais adequada é que a utilizemos no feminino.

Existe um conceito clássico da usucapião, formulado desde o Direito Romano que


serve até hoje:

Usucapião é modo de aquisição da propriedade ou de outro direito real que decorre


da posse prolongada no tempo.

2.3.2. Requisitos
a) Posse
b) Decurso do Tempo

É preciso que o indivíduo tenha posse e que essa posse se prolongue no tempo.

Da combinação desses requisitos resulta a aquisição de propriedade.

Em determinadas circunstâncias, se alguém mantém consigo a posse de um bem


por um certo lapso de tempo sem que haja oposição do proprietário, esse possuidor tornar-
se-á ele próprio o novo proprietário.
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PROFESSOR: Marcus Vinicius
DATA: 20.08.2010
Aula 21

A usucapião se classifica dentre os mecanismos que servem para dar à propriedade


a sua função social.

Se o proprietário não cuida do bem e um terceiro se estabelece e cuida da coisa


sem que o dono se manifeste, esta pessoa merece se tornar proprietária. O que está por trás
é a função social da propriedade.

2.3.3. Expressão “Prescrição Aquisitiva”


Existe uma expressão sinônima que a doutrina usa para se referir a usucapião:
prescrição aquisitiva.

Esse termo nos remete a uma comparação. Essa expressão (prescrição aquisitiva)
sugere uma comparação entre a usucapião e o fenômeno da prescrição extintiva.

A usucapião (fenômeno próprio dos direito reais) tem alguma coisa a ver com a
prescrição extintiva?

A prescrição extintiva existe quando alguém perde a sua pretensão porque não a
exerce no prazo estabelecido por lei.

Não existe a perda do direito material do agente, o que o sujeito perde a


possibilidade de exercer esse direito em juízo.

Na usucapião, por exemplo, um terreno registrado em nome de “A”. Mesmo que


“A” não use o terreno, se ninguém invadir, ele não perderá a propriedade. Se B se apropriar
do terreno, o proprietário tem a Ação Reivindicatória (não confundir com ação
possessória). Se A não propuser a ação reinvidicatória de imediato, B continua no terreno...
A partir de um certo momento, B obtém a usucapião, preenche os requisitos da usucapião.

A partir desse momento, dá para dizer que prescreveu a ação reivindicatória do


anterior proprietário?

As ações reinvidicatórias são imprescritíveis, uma vez que são inerentes à


propriedade! Existiram enquanto o sujeito for proprietário!

Mas quando B preencheu os requisitos da usucapião, passou a ser proprietário,


então A perdeu o direito. A não perdeu a pretensão, perde o direito de propriedade, porque
B o adquiriu.
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Claro que quando perde o direito, perde também a ação reivindicatória, mas não
porque ela prescreveu, mas porque ele perdeu o direito que ela defende.

Assim, a usucapião tem muito mais semelhanças com a decadência do que com a
prescrição. Portanto, a expressão prescrição aquisitiva não é muito técnica, porque equipara
a usucapião (existe a perda efetiva do direito) com a prescrição (existe a perda da ação e
não do direito), que são coisas diferentes.

Além disso, a pretensão extintiva pressupõe tão somente que o titular da pretensão
fique inerte. Na usucapião, não há só inércia. É preciso que haja a inércia do proprietário e
a atividade do invasor. Se o proprietário ficar inerte, mas ninguém ocupar do terreno, não
haverá usucapião.

A usucapião é um modo de aquisição da propriedade, independente do registro,


tanto assim que a sentença da usucapião tem natureza declaratória.

Claro que se a pessoa se torna proprietária por usucapião, basta que tenha
preenchido os requisitos, mas é importante ajuizar a ação de usucapião, para que possa
provar para terceiros que usucapi.

2.3.4. Modo originário de aquisição da propriedade


Diz-se que é um modo derivado de aquisição da propriedade quando há uma
transmissão da propriedade (alguém passa a propriedade para outrem).

Quando alguém adquire por usucapião, a propriedade vem purgada de quaisquer


ônus que tenham sido obtidos pelo antigo proprietário.

Assim, se o imóvel tiver sido hipotecado pelo antigo proprietário, o usucapiente


adquire o imóvel sem a hipoteca, que se extingue, pois há a aquisição originária do bem.

2.3.5. Bens Insuscetíveis de Usucapião


A usucapião implica em uma aquisição de propriedade. A regra é de que os bens
em geral são usucapíveis.

Qualquer bem pode ser usucapido ou existem bens insuscetíveis de usucapião.

a) Coisas fora do comércio


Esse conceito de coisa fora do comércio abrange duas categorias:
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• Insuscetíveis de apropriação
São as coisas incorpóreas. Quando tivemos nossas primeiras aulas de posse e de
direito reais vimos que desde o tempo do direito Romano posse e direitos reais só podem
recair sobre coisas corpóreas, tangíveis, suscetíveis de apropriação. Só existe posse e
propriedade no sentido técnico da palavra sobre coisas corpóreas.

Exemplo: ninguém pode entrar com uma ação de reintegração de posse de um


direito autoral.

Não está certo dizer que uma pessoa é proprietária de um direito autoral, a pessoa
é titular de um direito autoral, do nome...

Essa questão se tornou muito sensível com a questão da usucapião das linhas
telefônicas, que são incorpóreas, de forma que em princípio não se admitia posse de linha
telefônica, não se podendo usucapi-la.

Surgiu uma solução que dizia que a linha telefônica, apesar de incorpores, pode se
materializar no aparelho telefônico. A partir do momento em que se tornou corpóreo, é
possível exercer posse e é possível que haja a usucapião.

Portanto, a partir do momento em que a doutrina materializou a linha telefônica,


foi possível usucapir.

Assim, as coisas incorpóreas não podem ser objeto de usucapião porque, antes de
mais nada, não podem ser objeto de posse.

• Legalmente inalienáveis
Também são coisas fora do comércio as coisas legalmente inalienáveis.

Supondo que uma senhora tenha um filho único irresponsável economicamente.


Antes de morrer, essa senhora faz um testamento deixando a casa para o seu filho, mas no
testamento grava a casa com cláusula de inalienabilidade, para proteger o filho, impedindo
que ele possa vender o imóvel a qualquer momento.

Supondo que alguém acabe invadindo a casa, esbulhando a casa. Se esse invasor
permanecer nessa casa por tempo suficiente, ele poderá usucapir?

Predomina o entendimento de que esse bem pode ser usucapido. É insuscetível de


usucapião os bens legalmente inalienáveis, ou seja, cuja inalienabilidade tenha sido
instituída por lei. O bem no exemplo se tornou inalienável por força da vontade, de forma
que pode ser usucapido.
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b) Bens públicos
Não estão abrangidos na categoria de bens legalmente inalienáveis?

Há três categorias de bens públicos:


• Os bens de uso comum do povo (praças, ruas, estradas...)
• Bens públicos de uso especial (de propriedade dos entes públicos e destinados a
uma função pública: delegacias, hospitais públicos, fóruns, escolas públicas, etc.)
• Bens públicos dominicais ou dominiais (são públicos porque pertencem aos
entes públicos, mas não estão sendo utilizados para nenhuma finalidade pública: terras
devolutas)

Dessas três categorias, só as duas primeiras são legalmente inalienáveis. Os bens


dominicais não são legalmente inalienáveis, porém, também não são suscetíveis de
usucapião.

Na Constituição anterior também não se admitia a usucapião de bens públicos,


mas havia uma exceção.

Admitia-se usucapião especial de bem público das terras devolutas. A Constituição


atual vedou todas as espécies de usucapião de bens públicos, eliminando essa exceção.

2.3.6. Pessoas que podem usucapir


Próxima aula.

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