Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
A fibra, um dos componentes dos alimentos vegetais que nos seres humanos não pode
ser digerida pelas secreções gastrointestinais, até pouco tempo era praticamente
ignorada pelos pesquisadores da área de nutrição e alimentos. Por ser indigerível e de
valor nutricional negligenciável, ela ficava de lado até mesmo na formulação de dietas
saudáveis. Contudo, nos últimos anos este nutriente ganhou importância especial
através de observações epidemiológicas e clínicas que relacionaram a ocorrência de
certas enfermidades (doença cardiovascular, câncer de cólon, diabetes....) à dietas
pobres em fibras. Além disso, os mecanismos de ação pelos quais as fibras normalizam
a função gastrointestinal, prevenindo a constipação (intestino preso), já foram definidos
pelos pesquisadores.
O objetivo deste artigo, portanto, é difundir a importância deste nutriente para nossa
saúde, discutir os recentes avanços no campo das fibras alimentares e conscientizar as
pessoas da importância de se aumentar a ingestão de forma a usufruir de todos os
benefícios proporcionados por ela.
O interesse que existe atualmente acerca da relação entre a ingestão da fibra alimentar e
o risco de contrair enfermidades originou-se nas observações de dois médicos ingleses,
Dr. Dennis Burkitt e Dr. Hugh Trowell que trabalharam na década de 70 em estudos na
África. Eles observaram que a dieta dos africanos era baseada em alimentos ricos em
fibras (cereais integrais, verduras, frutas e legumes) e que as doenças gastrointestinais,
tais como prisão de ventre, diverticulite, diverticulose, hemorróidas e câncer de cólon
eram praticamente inexistentes.
Por todos esses motivos, fica cada vez mais claro que o retorno à dieta a qual estamos
geneticamente adaptados, que consiste em cerca de 85% de alimentos vegetais e apenas
15% de alimentos de origem animal, reduziria a incidência de muitas enfermidades
comuns em países desenvolvidos. Tal dieta seria inevitavelmente rica em fibra
proveniente de grãos integrais e de produtos à base de farelo, frutas, verduras e
leguminosas e, obviamente, seria muito mais pobre em gorduras. Este tipo de dieta
provocaria uma redução significativa na incidência do câncer e das doenças
cardiovasculares que, em conjunto, respondem por cerca de 70 a 80% das mortes
prematuras em sociedades desenvolvidas.
As fibras presentes nos alimentos vegetais podem existir de duas formas: insolúvel ou
solúvel. Embora essas duas frações atuem no nosso organismo de maneira diferente,
ambas trazem benefícios à nossa saúde.
A fração insolúvel é encontrada nos cereais (farelos de um modo geral), hortaliças,
frutas (especialmente nas cascas) e leguminosas. Este tipo de fibra atua principalmente
na parte inferior do nosso intestino (intestino grosso), aumentando o volume fecal e
fazendo com que haja a produção de fezes mais macias. Por isso, elas estão relacionadas
à prevenção de prisão de ventre e de doenças como diverticulite e câncer de cólon.
Os mecanismos pelos quais as fibras insolúveis exercem seus efeitos são simples. Como
elas não são digeridas e nem absorvidas pelo organismo, elas aumentam a quantidade de
resíduos no intestino, o que aumenta o bolo fecal; e como essas fibras têm a capacidade
de absorver água, as fezes ficam mais macias e a movimentação intestinal fica
facilitada.
A ingestão deve consistir de quantidades iguais de fibras solúvel e insolúvel e pode ser
obtida com 5 ou mais tipos de frutas e vegetais e 6 tipos de grãos totais (cereais e
leguminosas). Deve ficar claro que não é possível obter quantidades adequadas e
variadas de fibras apenas pela ingestão de grandes quantidades de frutas e vegetais, já
que esses possuem menor quantidade de fibras quando comparados aos grãos integrais,
devido ao seu alto teor de água.
· Cereais processados à base de farelo (farelo de trigo, arroz, aveia, cevada, etc)
· Leguminosas (feijão, ervilha, grão de bico, lentilha, etc)
· Frutas (maçã, pêra, goiaba e pêssego com casca, frutas cítricas como laranja e
mexerica incluindo o bagaço, uva-passa)
· Hortaliças (batata com casca, brócolis, cenoura, couve, repolho, etc)
Existem várias formas de você obter uma quantidade maior de fibra na sua alimentação
do dia a dia, veja algumas:
· Consuma várias porções de frutas ao dia. Dê preferência à fruta inteira em vez do suco.
E para obter uma maior quantidade de fibras procure comê-las com casca e bagaço, se
for possível;
· Nas refeições em restaurantes, inclua verduras e saladas e peça frutas como sobremesa.
Últimas considerações
O aparelho digestivo do cavalo possui particularidades onde são exigidos altos teores de
fibras na dieta para que ele possua uma ótima digestão.
O limite de ração na dieta é de 2,5 kg por refeição, sendo o ideal ao redor de 1,5 a 2,0
kg. Havendo necessidade de complementar a dieta com volume superior, devemos
administrar em várias refeições ao dia (ex.: para 6,0 kg diários, são necessárias 03 a 04
refeições; havendo necessidade de um maior volume de ração, devemos fracionar mais
ainda ou procurar rações de melhor qualidade), para evitar quadros de cólicas, tão
traumáticos para o animal.
Por outro lado, volumosos muitos secos também podem causar quadros de desconforto
digestivo devido a uma aceleração exagerada do peristaltismo, devido ao elevadíssimo
teor de fibras indigestíveis na dieta.
Uma boa consistência de fezes, nem pastosas nem ressecadas, indica que o alimento
ficou tempo suficiente no aparelho digestivo para ter seus nutrientes aproveitados ao
máximo pelo animal.
Cada categoria possui necessidades diferentes, sendo algumas mais exigentes que
outras. Para se suprir estas necessidades, não é possível a utilização exclusivamente de
volumosos, pois a capacidade de ingestão do cavalo é inferior às suas necessidades,
devido ao alto grau de especialização e seleção que o homem impôs ao cavalo. Por isso
é que devemos utilizar as rações concentradas para complementar as necessidades do
cavalo.
Esta complementação não deve ultrapassar 65% do volume total de alimento ingerido
por dia por animal, e deve ser adequada às suas reais necessidades.
Lembramos que a relação volumoso/concentrado deve variar conforme a qualidade do
volumoso e também do concentrado: quanto melhor a qualidade de um, menor será a
quantidade de outro. Devemos sempre priorizar um concentrado de melhor qualidade
para que possamos reduzir consideravelmente sua quantidade.
Carboidratos e Proteína
Além da importância dos nutrientes, o ambiente ruminal proporcionado pela dieta pode
afetar diretamente a digestão. O pH é um fator importante que atua tanto na degradação
protéica quanto dos carboidratos. O valor ótimo varia entre 6 e 7 sendo que, para um
grande número de microrganismos, a atividade máxima se situa próximo a 6,5. Com a
redução moderada de pH ruminal até aproximadamente 6, a digestão da fibra decresce
sem influenciar o número de microrganismos fibrolíticos. Dietas contendo elevadas
quantidades de concentrado, contribuem com a redução nos valores de pH ruminal para
valores ao redor de 5,5, ocorrendo redução do número desses microrganismos, como
também da taxa de crescimento, podendo causar inibição na digestão da fibra.
Dietas ricas em amido contendo níveis abaixo de 20% de FDA ou 30% de FDN tendem
a influenciar negativamente o pH ruminal e a digestão da fibra das forragens,
contribuindo para a diminuição do consumo de matéria seca. Assim, a inclusão de
fontes concentradas que contenham fibra, contribui para o aumento da fibra efetiva da
dieta podendo evitar o decréscimo no pH ruminal não afetando diretamente o tempo de
colonização.
Todos estes eventos digestivos que ocorrem com os alimentos refletem diretamente
sobre a produção animal. O desempenho animal é um dos principais índices
considerados dentro de um sistema produtivo, sendo, bons resultados obtidos a partir do
atendimento das exigências nutricionais de mantença e produção, principalmente de
proteína e energia.
A nutrição moderna não está restrita apenas à investigação dos processos digestivos,
mas, também tem grande importância com relação à qualidade do produto final.
Garantir a reprodução e a produção quantitativa e qualitativa de carne, leite e lã são
grandes e significativos reflexos da importância da avaliação nutricional dos alimentos.
Autores:
Rosemary Laís Galati
Zootecnista, Doutoranda em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias, Unesp/Jaboticabal.