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Desafiliados (Robert Castel) - jovens sem teto, sem família que em geral foram
abandonados cujos laços sociais foram desfeitos.
Desafiliação positiva (François de Singly 2003) – desafiliação como processo de
emancipação
Não se deve falar que os jovens de comunidades pobres sejam desafiliados no
sentido de que seus laços sociais foram rompidos, pois muitos trabalham e ou
estudam e moram com suas famílias
Questão: como promover a emancipação de indivíduos que não conseguem
formar uma rede de contatos, á que as relações primárias (familiares) acabam
por cumprir as funções das relações secundárias
Produção e reprodução cultural dependem da socialização dos jovens – a
inserção desse jovem nas redes secundárias acarretará na sua individualização
e emancipação
Porém, deve-se escapar da perspectiva dualista de que o papel da classe média
é de reprodutora da sociedade moderna e as classes baixas reprodutoras da
pobreza
Desafio à idéia corrente que os jovens são presas fáceis ao apelo das drogas e
que seriam acríticos quanto a esse assunto
Questão pertinente aos jovens: quem usa drogas é doente ou criminoso?
Questão: o fácil acesso não é provocador do uso no caso das drogas?
Estratégia: oferecer oportunidades educacionais para que os jovens
desenvolvam o senso crítico e percebam as manipulações por parte da
industria das drogas
Juventude e sociedade
Trabalho, educação, cultura e participação
Família não se define pelos laços biológicos, mas pelos significantes que criam
os elos de sentido nas relações. Se o que une famílias é o laço de sangue é
porque esse laço é significante
Lugar do jovem na família como aquele que introduz o outro, identidade do
jovem se constrói pelas várias alteridades com as quais se confronta
Novo sentido do “estar em casa”, importância dos grupos de pares
Experiência socialmente compartilhada que simbolizam o período da
adolescência como de mudança (não lugar)
Problemas de outra ordem relacionada à relação destrutiva (ex. relações
amorosas) porém o assunto das drogas é o mais visado como destrutivo
Família é o campo de conflitos, mecanismos que o jovem utiliza para tornar-se
sujeito. A partir das indagações do que constitui um conflito nas famílias pode-
se pensar os limites do que é ou não negociável na sociedade
Tendência à desqualificação do discurso quanto parte dos estratos mais baixos
da população
Medo é o sentimento freqüente na vida desses jovens, ele permeia suas ações
e escolhas (medo de sair de casa, de falar algo que não deve, de estar na hora
errada no lugar errado)
Dizem-se impossibilitados de enfrentar as condições que são impostas
(incapacidade do sujeito de vencer as adversidades, sendo empurrados para a
marginalidade). Essa incapacidade pode ser atribuída ao caráter do indivíduo
ou a falta de oportunidades
A ocupação do tempo aparece como preocupação, tempo ocioso aparece como
oportunidade para a marginalidade
A ação do sujeito (a vida que levam é resultado de suas escolhas) aparece como
fator importante para esses jovens
Considerações finais
Pablo Ornelas
Rosa
- Processo histórico:
Anos 2000
- Estado, sociedade e família tem responsabilidade em diferentes áreas da vida
das crianças e jovens
- Questão das drogas assume o caráter de inimiga interna, campanhas de “lei e
ordem”
- Discurso hegemônico de que a favela é o lócus da droga é lá que habita o seu
disseminador na sociedade, discurso que dá respaldo a arbitrariedade e
justifica invasões as favelas e atitudes violentas para com a população que lá
vive
- Combate a drogas: concentração nos pontos de vendas (comunidades
carentes), dissimulando a entrada do “capital do tráfico” no mercado financeiro
através de atividades lícitas
Dados Pessoais
- Reprodução da demarcação etária adotada pelo Estatuto da Criança e do
Adolescente (12 aos 18 anos)
- 90% dos jovens são do gênero masculino
- Número de mulheres cresceu nos últimos 05 anos, porém ainda são menos
freqüente e geralmente suas participação é mediada pela influência masculina
(namorados, irmãos)
- Forte influência paternalista e machista, o que pode ser entendida com uma
forma de barrar a participação das mulheres no tráfico pela visão de serem mais
fracas, mas também há uma grande preocupação com suas mulheres (mães,
irmãs)
-Relação étnica = grande maioria de não brancos, oriunda das populações mais
pauperizadas (não se deve reduzir esse dado à relação etnia = pobreza=
criminalidade)
Condições de Moradia
- Todos residem em áreas urbanas
- Contradição = a maioria diz residir em casa própria (sua ou de familiares) não
significa que possuem condições materiais favoráveis nesse campo e sim que a
posse física não corresponde à posse jurídica
- Habitações precárias em bairros periféricos
- Resignação com a situação de moradia, falta de perspectiva
- Falta de atuação do poder público sobressai no discurso quando falam do que
não gostam nas suas comunidades
Educação e Trabalho
- Nenhum dos 88 jovens entrevistados se enquadra nos parâmetros
estabelecidos pelo Ministério da Educação. Enorme defasagem na relação
idade-série, com intervalos de estudo que variam de 03 a 12 anos
- Relação idade-série serve de indicador de repetência e evasão escolar
(fracasso escolar)
- 5º série é um dos principais pontos estranguladores da rede pública
- 25 dos jovens começaram a trabalhar entre os 7 e 12 anos (ilegalidade
trabalho infantil)
- Problemas em arrumar emprego agravado por terem passado pelo sistema
socioeducativo
- 04 jovens declararam que “trabalhavam” no tráfico
- Vulnerabilidade social e pessoal: pouco estudo, múltiplas reprovações,
defasagem educacional, cursos profissionalizantes que não surtiram efeito,
histórico de trabalho infantil, baixa remuneração, exclusão dos direitos
trabalhistas, seqüência de negativa afetando a auto-estima desses jovens e
mostrando o descaso do poder público
Convivência familiar
- Extrapola a relação “mãe-pai-filho” para abranger todas as pessoas que
convivam no domicílio
- Residem com um número consideravelmente alto de pessoas (apenas 21
vivenciam o tripé “mãe-pai-irmãos”)
- Elevado número de separações evidenciadas pelas composições familiares
freqüentes: mãe/irmã, mãe/padrasto/irmão, mãe/avô/tio
- Maioria das pessoas do convívio tem grau de consangüinidade
- No primeiro momento da entrevista a maior parte das respostas foram
positivas quanto à relação que tem com as pessoas com quem moram. Quando
se aprofundam as perguntas revelam os conflitos existentes, críticas acirradas
aos pais
- Não fazem muitas atividades de lazer junto as familiares. Mais citadas foram:
assistir tv, fazer compras e ir a igreja. Não fazem muitos programas devido aos
problemas financeiros e o distanciamento dos familiares
- Mãe e irmãos são os familiares com quem esses jovens mais gostam de
conversar (questões afetivo-sexuais, preocupação com o futuro e formas de
lazer)
- Citam o resgate do relacionamento familiar como um dos fatores mais
importante para retirar o jovem do tráfico ou impedir seu ingresso
Lazer e Cultura
- Formas de divertimento mais freqüente: ir ao baile, pagode, futebol, soltar
pipa, praia, namorar e ficar (atividades pouco dispendiosas)
- Revelam a vontade de ir a shopping, bares, fazer compras e acusam a falta de
recursos financeiros como obstáculo a esses divertimentos
3. A vida no tráfico
Cotidianos de uma sociedade que não se reconhece
Dentre os aspectos que caracterizam a vida dos jovens atendidos pelo SAP, os
que dizem respeito à saúde são provavelmente os que despertam menos debates e
polemicas, são negligenciadas pelos jovens e por segmentos da sociedade.
Morbi-mortalidades
-Nos anos 90 mortes por causas externas assume o segundo lugar entre a
população de 10 a 19 anos (crescimento no número de homicídios)
-Tem um estilo de vida estressante
-Sofrem devido a um isolamento social (são temidos dentro de suas
comunidades e não podem se relacionar com determinadas pessoas devido à
divisão em facções criminosas)
Necessário fugir dos determinismos sociais para explicas escolhas que dizer
respeito à subjetividade humana, mesmo tendo maior visibilidade os fatores
sócio-estruturais em eu os jovens estão inseridos.