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Apresentação
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Protopia
Ensaios de Outros Topos
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eleitor-consumidor.
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Perguntas Frequentes
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1.Qual é o objetivo da
Protopia?
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Seja a revolução!
Manifesto descalculista
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HOUAISS
Calculista
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DESOBEDIÊNCIA CIVIL
DESOBEDECER para demonstrar uma posição de não
aceitação a uma regra, lei ou decisão imposta que não faça
sentido e para não se curvar a quem a impõe. É este o
princípio da DESOBEDIÊNCIA CIVIL, violenta ou não.
A NÃO VIOLENTA tende a demonstrar mais a
violência inerente a tal imposição uma vez que obriga os
agentes defensores dessas regras usarem a força contra o
praticante da desobediência que está apenas agindo da
maneira que acha correto, se negando a seguir as decisões
tomadas por outras pessoa sobre sua vida sem agredir ou
revidar quem está tentando o impedir.
A VIOLENTA é uma ação onde a desobediência não é
passiva, ou seja, se ocorrer atos violentos por parte da
polícia, por exemplo, ocorrerá uma reação dos
manifestantes da mesma altura. Mas o que é violento é
muito pessoal: se para alguém atirar pedras em um prédio é
um ato violento, para outros pode não ser. Por isso é
necessário que todos tenham clareza sobre o caráter da
manifestação e que sejam discutidas as noções de violência
previamente. Lembre-se que o que eles fazem conosco
todos os dias é uma violência, a desobediência violenta é
uma reação a isso e, portanto, não é gratuita, como eles
tentam fazer parecer.
A opção por um tipo de ação deve ser feita ANTES
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APANHANDO DA POLÍCIA
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CAVALOS:
A assustadora, porém eficiente, técnica de impedir a
passagem da cavalaria funciona com os manifestantes
deitando lado-a-lado (sem espaço entre eles) inclinando
levemente o tronco para formar uma superfície ondulada,
pela qual os cavalos não passam. Só se pode usar essa
técnica quando os cavalos não estiverem com muita
velocidade. E lembre-se inocentes bolinhas de gude são
ótimas contra a cavalaria.
CACHORROS:
Essa é uma situação difícil. Lembre-se de NÃO
OLHAR 0 CACHORRO NOS OLHOS. Procure acalmar o
policial, converse com ele e não se mostre nervoso.
POLICIAIS:
Funcionam apenas seguindo ordens de seus
comandantes, portanto não adianta negociar com eles. A
negociação vai ser feita por alguém encarregado de falar
com seus superiores. Olhe sempre nos olhos deles, não
ofenda e sempre peça calma. Mostre que você está
confiante: a principal arma deles é o medo.
Eles usualmente marcam algumas pessoas para
perseguirem, por isso lembre-se de ter peças de roupa
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PRIMEIROS SOCORROS
NTRODUÇÃO
Esperamos que com esta cartilha você tenha
condições de se tratar ou tratar outros ativistas durante
uma ação direta. Queremos ajudá-lo a se manter na ação o
mais saudável e forte possível. Para isso, você precisa ter
um conhecimento básico sobre primeiros socorros e
conhecer os acessórios utilizados; saber sobre a roupa que
deverá usar; aprender como manter a calma; etc. Nesta
cartilha, procuramos colocar situações que podem ocorrer
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GÁS LACRIMOGÊNEO
Vista roupas impermeáveis. O algodão absorve o gás,
deixando os químicos em contato com sua pele por mais
tempo. Use bandana ou máscara de pintor (R$ 1) com
vinagre diluído em água. Se puder, leve um Cebion (ou
similar) e coloque na boca. Use óculos de natação (R$ 2 em
lojas de artigos esportivos). Não use lentes de contato pois
elas retêm o gás nos olhos. Passe leite de magnésia ou
bicarbonato de sódio em volta dos olhos para aliviar o ardor.
Antes de ir à manifestação, tome banho com sabão neutro.
A oleosidade da pele ajuda a fixar o gás. Nunca esfregue os
olhos! Para desinfetá-los, vire a cabeça lateralmente e deixe
a água escorrer do olho para fora, em um olho de cada vez.
A amônia corta o efeito do gás.
Ao voltar, tire as roupas antes de entrar em casa. O
gás e principalmente o spray de pimenta permanecem na
roupa por muito tempo. Coloque-as num saco plástico, e
então lave ou jogue fora. Tome um banho Frio (pois fecha os
poros e o químico não entra na pele) com sabão neutro. Se
puder use roupas impermeáveis, que cubram a maior parte
do seu corpo.
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PEQUENAS HEMORRAGIAS
NASAL - inclinar (abaixar) a cabeça para frente; pedir
para a vítima cuspir todo o sangue da boca e respirar pela
boca; fazer pinçamento do nariz, logo abaixo do osso, na
cartilagem, por 10 min; soltar devagar. Se continuar
sangrando, enfie um pedaço de algodão ou pano no nariz e
continue o pinçamento por mais 10 min.
CORTES - expor o ferimento; fazer compressão direta
sobre a hemorragia; com um pano limpo comprimir em cima
do ferimento elevá-lo ao nível do coração; quando o pano
estiver cheio de sangue, colocar outro por cima.
VASO EXPOSTO - fazer o pinçamento dos vasos.
OBJETO TRANSFIXADO - mantê-lo fixo colocando
algum pano em volta; colocar um objeto leve tampando o
que está transfixado; prender com uma fita; pôr um pano
em cima e prender com uma faixa.
FERIMENTOS GRAVES - providenciar socorro médico e
hospitalar.
OBS: USE SEMPRE LUVAS. NÃO RETIRE CURATIVOS
ENSANGÜENTADOS E NÃO DÊ LÍQUIDO OU COMIDA, NO
MÁXIMO, MOLHE A BOCA DO FERIDO. PALPE O PULSO
DISTAL PERIODICAMENTE (APERTE UM POUCO E DEPOIS
SOLTE).
LESÕES CRANIANAS
PANCADAS LEVES - Levar para um hospital.
LACERAÇÕES DO COURO CABELUDO - controlar a
hemorragia (pressão direta com pano seco, limpo, sem
fiapos); tratar o choque (se tiver); levar para o hospital
verificando os sinais vitais.
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QUEIMADURAS
PROCEDIMENTO BÁSICO: deite a vítima para apagar
o fogo; se não conseguir, enrole-a em um cobertor do
pescoço para baixo. NUNCA MANDE A VÍTIMA CORRER.
O QUE FAZER: resfriar a queimadura com água fria,
nunca gelada; retirar os pertences dela; cobrir toda a lesão
com lençol ou pano limpo e úmido; procurar ajuda médica
imediatamente e NÃO FURAR AS BOLHAS.
QUEIMADURA NOS OLHOS: vire a cabeça das pessoas
para o lado; mantenha o olho lesado aberto e lave-o com
água fria por 30 min; não jogue água em jatos; faça curativo
adequado para tampar os olhos e busque socorro médico.
OBS: NUNCA ESTOURE BOLHAS; NÃO DÊ ÁGUA; NÃO
PASSE POMADA NEM MERCÚRIO; NÃO COLOQUE NADA A
NÃO SER PANO LIMPO E ÚMIDO.
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LEIS E DIREITOS
Direito de manifestação, locomoção e expressão do
pensamento:
Constituição Federal - Artigo 5: Todos são iguais
perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes-
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o
anonimato;
VI - é inviolável a liberdade de expressão e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e
suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as
invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e
recursar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença;
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em
locais abertos ao público, independentemente de
autorização, desde que não frustrem outra reunião
anteriormente convocada para o mesmo local, sendo
apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
Limites da ação policial
Constituição Federal - Artigo 50:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
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de entrar na casa)
O mandado de busca e apreensão é um documento
que o(a) juiz(a) entrega aos(às) policiais para que eles/elas
possam entrar na casa de qualquer pessoa, mesmo contra a
vontade do(a) morador(a). Neste mandado deve constar:
endereço exato da residência em que será realizada a
busca; nome do morador(a); motivo da busca; assinatura
do(a) juiz(a).
A busca pelos(as) policiais deverá ser realizada
durante o dia. À noite somente com autorização do(a)
morador(a).
Se não tiver ninguém na casa(No caso do(a)
morador(a) não estar em casa, a busca deve ser durante o
dia), os(as) policiais deverão chamar dois vizinhos(as) para
acompanharem a busca. No final. os vizinhos(as) devem
assinar o relatório de como foi a revista e o que foi
apreendido na casa
Busca pessoal
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Considerações Críticas
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Desdobramentos...
Deprima-se
A Industria farmacêutica agradece!
"Pela manhã pensamos na tarde, durante a
semana, sonhamos com o fim de semana,
suportamos a vida de cada dia pensando nas
férias que vamos tirar dela. Nesse sentido
estamos imunizados, contra a realidade,
entorpecidos quanto à perda de nossas energias"
- P.M., Bolo`Bolo
Você poderia ser
qualquer um, mastigando
esses grãos industriais com
leite ácido sentado em sua
casa ou em pé algum sub-
emprego, com a boca
aberta (semi-desdentada
ou) cheia de dentes
esperando a morte chegar.
Você poderia ser eu sentado
no meu lugar, no meu
quarto, na minha sala de aula, no meu ônibus, no meu
trabalho, no meu psicólogo (ou psiquiatra) destilando as
mesmas depressões, sintomatizando as mesmas doenças
que irão encher os bolsos de algum empresário do setor
farmacêutico.
Depressão, infelicidade, déficit de atenção,
envelhecimento precoce, stresse - tudo o que pode ser
patologizado brilha como ouro aos olhos desses mercadores
da saúde mental e seus remédios de última geração para
todo tipo de mal. Nos nossos dias, não há criaturas mais
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Quando nossos
antepassados não
passavam de bandos
vivendo em florestas,
savanas ou desertos, a
avareza era
provavelmente
considerada um 'mal
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Banquemos por um
instante o papel do
etiologista sóbrio. Cirrose ou
câncer possuem origens
bem distintas de parkinson
ou epilepsia, que por sua
vez possuem causas
distintas de doenças como malária, dengue ou AIDS. As três
últimas são do grupo das doenças epidêmicas, resultam de
contágio, por sexo inseguro ou picadas de mosquitos
infectados. As do meio são provavelmente frutos de um
grande azar genético ou de má formação embrionária,
enquanto as primeiras são sistêmicas! (Isso mesmo!) Tão
sistêmicas quanto estresse e depressão. O que leva uma
pessoa a beber até adquirir uma cirrose é desgosto,
desilusão, fuga ou tédio, o que causa câncer em alguém são
décadas de consumo de porcarias industriais cancerígenas
displicentemente comercializadas sob as vistas grossas dos
Ministérios da Saúde de todo o mundo³.
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Bancar o louco
não é a melhor Estratégia
Certas pessoas que ao chegarem à conclusão de que
o mundo as incomoda, resolvem retrucar o incômodo com
um incômodo maior ainda. A idéia não seria ruim se
soubessem canalizar seus esforços para o lado certo.
Em certos contextos a
liberação do incomodo, em
forma de revolta e raiva é o
melhor a ser feito. Mas para a
maior parte destas pessoas,
bancar o louco e rodar a
baiana não chega a ser uma
tática, é sim um estilo de
vida - algo a ser anexado à
própria identidade, que
quando acionado é descarregado, o resultado é leveza e
soltura em seu 'eu' intrinceco, quem está ao seu redor é
quem geralmente aguenta o repuxo. Mas... diante de
tamanho beneficio o que importa as vítimas da rodada?!
Como metralhadoras giratórias com problemas no
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Revolta saudável
ela não faz a menor diferença
Por todos cantos vemos manifestações "pacíficas".
Estudantes revoltados empunham flores, como se hippies
tivessem resolvido algo caminhando em avenidas. Os
motoristas, pessoas normais tentando manter suas vidas
numa relativa estabilidade débil, se revoltam contra o
"caos", que nada mais é que chegar em casa 10 minutos
atrasado. E agora, pasmem, até a classe média semi-alta se
acha movimento social protestando contra a demora de
algumas horas para embarcar em seus vôos para Miami ou
para o Nordeste. As peruas e mauricinhos estão cansados.
Pobres diabos.
Se nem tudo começou com os reformistas pós-
petistas¹, por aqui, no Brasil, parece que eles seguem a
risca com suas tédio-passeatas, tudo o que manda o manual
do esquerdista revoltadinho. A conseqüência da revolta
estudantil, por vezes sindical, é nada mais que um pequeno
congestionamento para os motoristas e passageiros de
ônibus e uma pequena catarse para os pós-petistas. Nada
mais. Nada muda, ninguém toma partido (para além da
instrumentalização da luta em nome do próprio partido) e
tudo segue seu rumo cotidiano logo após a manifestação
acabar.
Não se sabe se essa
demência começou com os
hippies, mas certamente ela se
consolidou no medo de
qualquer revoltado de tomar
um pau da polícia. De lá para
cá os pós-petistas evoluíram
muito no quesito "protestos",
agora entre eles apanhar da
polícia e aparecer no jornal oferece inclusive alguma chance
de ganhar um carguinho de confiança com algum deputado
ou mesmo concorrer a deputado em alguma eleição.
Maravilhas do mundo encantado dos vermelhos menos
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votados!
Seja o que for, apanhar e se revoltar passivamente
por ter apanhado ainda é a regra. Então, que brademos em
altos tons: os pós-petistas (assim como os hippies a seu
tempo) não vão resolver NADA e os policiais NÃO SÃO
INVENCÍVEIS. Se a revolta é contra bancos, que se queimem
os bancos e se afrontem os policiais. O levante - festivo ou
vociferante é necessário para acabar com a bunda-molice.
Aliás, os policiais são controlados por políticos (da
esquerda e da direita) que por sua vez só se sentirão
intimidados por maiorias ocupadas em quebra-quebras. Se a
revolta parecer consensual entre a população - e talvez você
possa fazer alguma coisa nesse sentido - os políticos
ordenarão que os policiais recuem (como já ocorreu algumas
vezes) e pode ter certeza que eles vão querer recuar. Caso
contrário, esteja certo de que você participará de uma
pequena batalha que poderá ser mil vezes mais divertida do
que ir à montanha-russa na Disney. Admita os riscos: ser
preso, apanhar e talvez ser hospitalizado. Mas afinal, existe
melhor forma de combater a violência institucional que
aniquilando o monópolio da repressão estatal de dentro de
si e assumindo que a luta pode ser simétrica?
Entenda que após isso você não mudará o mundo,
mas certamente deixará o objeto de revolta com um pé
atrás antes de fazer a próxima patifaria. Lembre-se do lema
dos anarquistas gregos - "Não vamos fazer igual! Vamos
fazer pior!" Alguém uma vez disse "é melhor morrer em pé
do que viver de joelhos!" - prepare sua máscara, suas
canções anarquistas, suas pedras e molotovs e boas festas!
Arte-Rebeldia
Quero minha parte em pólvora
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será".
"Infecção" é sinônimo de "colonialismo" e o grande
objetivo do Vírus-Sistema é uma epidemia global
generalizada. Apesar dos hospedeiros correrem risco de vida
e começarem a perceber alguns sintomas como surtos de
violência (aparentemente sem sentido) e caos ambiental
(que por enquanto é assumido como mera inconveniência),
a grande maioria permanece insensível em seu mundo
fictício de constante progresso onde toda desolação deve
ser ignorada.
Como alguém já disse antes nosso vírus-sistema um
monstro assimilador, se alimenta do nosso imaginário, de
estilos de vida, convertendo nossas referências, mesmo (e
talvez principalmente) aquelas que se voltam contra ele,
podem ser assimiladas, esvaziadas de conteúdo,
estetizadas, produtificadas na forma de objetos de consumo
a serem usados contra todo e qualquer desejo de
insurreição. "Propaganda é a arma do negócio" e após o
bombardeio midiático, finalmente os chineses podem se
deliciar com Coca-Cola, também os indígenas devem se
tornar empreendedores e logo o sonho americano estará
disponível nos subúrbios de Bagdad. Os anti-sistêmicos e os
sistematicamente marginalizados são chamados de volta ao
centro, através de suas imagens roubadas e refeitas em pró
da grande epidemia.
Virose(s)
Se o vírus como uma boa
metáfora ele não pode ser pensado
como algo único e coeso. Não existe
apenas um único vírus, mas sim
diversas viroses diferentes que em
diferentes contextos, apesar de
serem viroses pró-sistêmicas, em
certos contextos podem competir
entre si sem muita consciência (ou
consideração) de suas
conseqüências. O Estado dos burocratas, em sua ânsia por
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Ameríndia kilombola
Contra as Verdades Vendidas pelo Status-quo
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Anarcologia e anarquitetura
Saberes de combate e convivência necessários para a
transformação
Anarcologia
Ocultismo
Nomadologia
"Saia do caminho da Justiça, ela é cega!"
Stanisław Jerzy Lec
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Comunicalidade
A arte do diálogo e o primado do entendimento
mútuo - manifesto contra a lógica de partido - técnicas de
conversação - diálogo mediado vs. diálogo não mediado - os
saberes indígenas sobre a arte de contar e de ouvir.
Anarquitetura
Arquitetando e constituindo espaços de liberdade
Reencantando
Para que haja uma coesão em qualquer grupo, é
necessário que existam mais do que objetivos racionais
compactuados entre todos. É necessário um imaginário em
comum, algo que vá além da razão e que de um certo
encantamento para a vida cotidiana, já que razão não
podemos encontrar. É por isso que as sociedades em toda a
história desenvolveram religiões, credos, etc. As pessoas,
para viverem em coletivo, precisam acima de tudo acreditar
nas mesmas coisas. Essas coisas dão sentido a vida e
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Semeando zonas
autônomas
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Aspectos Organizacionais
Não aceitamos qualquer tipo de estado e de "iniciativa
privada". Mas isso não quer dizer que não sejamos um
espaço coletivo (como o ESTADO se tornou sinônimo no
mundo de hoje) e também não quer dizer que não
exercemos atividades econômicas. Pelo contrário. Uma Z.A.
deve zelar, acima de tudo, por um jogo político limpo, onde
todos tenham voz, mas ninguém será responsável por esse
zelo, ou seja, todos são. Uma Z.A. não deve aceitar a
propriedade privada como estipulador de regras (e sequer
as regras), mas isso não quer dizer que as pessoas não
possam viver confortavelmente que não tenham privacidade
na medida em que desejarem (isso é essencial para o
grande jogo de imagens motoras contra o Sistema!). Por
mais que a casa em que viva um cidadão da Z.A. seja
coletiva, o espaço reservado a ele é pessoal, não no sentido
de ser dele, mas no sentido desta pessoa possuir uma certa
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Tamanho
(Variáveis de Espaço e População a serem
apresentadas, não se deve deixar de lado a
historicidade)Platão falava que a pólis perfeita, para
preservar a "democracia", deveria ter "fatorial de 7"
cidadãos, o que são, na prática, 5040 cidadãos. É claro que
o conceito de cidadão para Platão era o pai de família, dono
de terras, etc. Para nós, cidadãos são todos que possam ser
minimamente esclarecidos (o que exclui, a princípio,
somente crianças).
No entanto, pensar uma zona autônoma com 5040
habitantes é um pouco extravagante. Em outras palavras: é
gente demais. Christiania, com menos de 1000 habitantes,
já se encontra num processo de descentralização espacial
das decisões, tendo que possuir vários espaços separados,
como se fossem várias zonas autônomas numa só.
A princípio, então, devemos pensar uma zona
autônoma com possibilidades de que caibam todas pessoas
num mesmo espaço, o que significa na prática que mais de
200 habitantes tornaria inviável tal idéia. Com o tempo é
possível que pessoas que tendem a praticar agricultura irão
tomar a frente em decisões a respeito de agricultura, assim
como pessoas que praticam obras, tenderão a tomar a
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Interesse Coletivo
O princípio é simples: se um quer bolo, e o outro
biscoitos, o objetivo é conseguir bolo E biscoitos. Isso
significa: você pode (e deve) integrar todos os seus
interesses neste projeto desde que eles não sejam
conflitantes com o que está sendo discutido nos outros
tópicos.
Comunicalidade
Comunicalidade significa para nós a busca pela
compreensão do outro e do que o outro nos traz, antes de
censurá-lo ou mesmo criticá-lo. Todas as necessidades e
todas as habilidades passam pela capacidade de poder
expressá-las e entendê-las como tal. O que é necessário
para o grupo é manter sempre vínculos de comunicação, na
resolução de desentendimentos, bem como, de
planejamento e organização com a finalidade de realizar
todos objetivos possíveis. Sinceridade é princípio básico. Se
você quer biscoitos, não tente falar mal do bolo para que as
pessoas tendam a gostar de biscoitos. Você é livre para
fazer o que quiser e a comunidade tem como princípio
defender o que tu goste. "política" aqui tem um novo
significado: o de buscar juntos solucionar problemas de
todos, sejam os que forem.
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Ambiente e Socialidade
Uma ZA deve manter um ambiente feito para
sociabilidade. Isso significa que parques e locais cobertos
públicos devem ser priorizados. Afinal, o consenso e as
discussões não nascem tão-somente de espaços ditos para
isso, mas sim do convívio diário, do respeito mútuo, da
alteridade. Tomar um chimarrão, dividir um cigarro, tomar
uma cerveja ou um vinho são essenciais para uma estrutura
coletiva. Caso contrário o raciocínio meramente funcional irá
tomar conta da comunidade e, se está se fazendo uma ZA, é
justamente para não viver sob o jugo do império da razão
funcional. Além disso, devemos primar por um meio-
ambiente em que as pessoas se sintam bem. Pouco importa
que pra isso acontecer tenhamos que restringir o número de
habitantes ou nos esforçar economicamente pra conseguir
mais terras. O importante não é que a ZA se torne uma
cidade, mas sim que se torne um ambiente em que as
pessoas se sintam suficientemente bem para querer manter
aquele local como sua morada.
Ocultismo e Visibilidade
Pensando na historicidade do projeto precisamos
solucionar o problema do tempo de transição. O Estado e
sua sociedade, aqueles que cotidianamente assinam o pacto
dominação e trabalham para sua manutenção,
provavelmente não verão com bons olhos um espaço
libertário surgindo do outro lado da cerca. Alguns diriam
"Ocultismo é a solução, não devemos deixar que saibam o
que estamos fazendo, disfarcemos a coisa toda de
acampamento de férias da Igreja IsNowBall (ou da Igreja
Livrai-vos dos Senhores), assim não chamaremos atenção".
Ok, essa pode realmente ser uma boa estratégia no
contexto de estarmos num grupo pequeno, e sem muita
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Economia solidária
Possivelmente, uma vez notório, se necessite manter
a comunidade numa espécie de legalização, ao ponto de
que não se possa utilizar argumentos na imprensa contra
nós. Por exemplo: plantar maconha poderia ser o argumento
triunfal da imprensa ou do poder pra desmantelar uma
comunidade de "traficantes".
Estamos desenvolvendo um sistema de escambo
baseado na web que poderá ser utilizado em breve de forma
a criar um meio de troca de bens e serviços na ZA sem
depender da moeda corrente "oficial". Ele está sendo
desenvolvido com tecnologia Open Source e poderá ser
continuamente aprimorado conforme as necessidades da
coletividade.
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Protopia
Ensaios de Outros Topos
Desafiando a criatividade
Objetivos Internos
• Estabelecer e manter infra-estrutura para vivência,
sociabilidade e criatividade.
• Constituir um sistema de mutualidade e
solidariedade.
• Fornecer e apoiar iniciativas libertárias com espaço,
tecnologia e conhecimento.
• Superar as relações de poder da família patriarcal.
• Buscar autosustentabilidade energética e econômica
por meios coletivos.
• Acolher visitantes apresentando outros referenciais
através da vivência na ZA.
• Servir de estímulo para o amplo desenvolvimento
social (político, cultural e econômico) e intelectual de
todos os envolvidos.
Objetivos Externos
• Auxiliar com tecnologia, esforços e conhecimento o
surgimento de novas Zonas Autônomas Libertárias.
• Trocar idéias, visitas e bens com grupos indígenas,
quilombolas, camponeses, okupas e outras ZAs.
• Unir-se local e globalmente a outros projetos
fortalecendo relações com redes de resistência
global.
• Estimular através da subversão cotidiana a
ampliação da imaginação e da criatividade.
• Criar uma série de novos referenciais de
sociabilidade libertária influenciando e alimentando
imaginários.
• Não parar de agir até o momento em que não se
possa mais ver o asfalto das grandes cidades
encoberto por plantas, arbustos e raízes.
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