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CONTEÚDO

PROFº: PANTOJA / MARQUES


02 GRÉCIA – ESPARTA (Cont.)
A Certeza de Vencer MA250308

IV. ESPARTA Origens


“(...) A arqueologia confirma que, pelo menos até o
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4.1 INTRODUÇÃO
século VI a.C., Esparta era uma cidade-estado comparável às
outras e dominada por uma aristocracia de grandes
proprietários. É bem verdade que a conquista da Messênia, ao
cabo de duas longas guerras, havia permitido aumentar o
número dos que participavam da função guerreira e que tinham
sido beneficiados pela distribuição de lotes, de clerói, tomados
do território conquistado, enquanto a redução à condição de
hilotas das populações messênicas permitia-lhes uma dedicação
exclusiva à vida militar. Porém, durante a segunda guerra da
Messênia a cidade-estado parecia ter fechado em si mesma,
com a decadência do artesanato e o desaparecimento do uso da
moeda de prata. Diante da massa de populações dependentes
(...), a classe guerreira dos homoiói, dos semelhantes, formada
pelo conjunto dos cidadãos espartanos, passa a ser um grupo
privilegiado que vive recluso em perpétuo estado de defesa.
Essa é a origem da vida austera que tanto impressionava seus
contemporâneos e permitia Esparta desempenhar papel
preponderante no mundo grego.” (MOSSÉ, p.121)
A Revolução Hoplita

“Afirmou-se que Esparta teve duas histórias separadas, a sua “O aparecimento do hoplita, pesadamente armado,
própria e a da sua imagem no exterior (ou ‘miragens’). combatendo em linha, e seu emprego em formação cerrada
Considerando o muito que se escreveu sobre Esparta na segundo o princípio da falange dão um golpe decisivo nas
Antiguidade, é notório como o quadro é confuso, contraditório e prerrogativas dos hippeis (cavaleiros) (...). O herói homérico, o
incompleto. Em parte, isso deve-se, ao fato de a miragem bom condutor de carros, podia ainda sobreviver na pessoa dos
atravessar constantemente a realidade, distorcendo-a e hippeis; já não tem muita coisa em comum com o hoplita, esse
encobrindo-a muitas vezes, e em parte, porque os Espartanos soldado-cidadão. O que contava para o primeiro era a façanha
eram extremamente calados. Houve uma época, no período individual, a proeza feita em combate singular. Na batalha, (...) o
arcaico, em que Esparta desempenhou um papel predominante valor militar afirmava-se sob forma de uma aristéia, de uma
no desenvolvimento dos traços principais da civilização grega: superioridade toda pessoal. A audácia que permitia ao guerreiro
na poesia, como é sabido, a partir dos fragmentos que ainda executar aquelas ações brilhantes, encontrava-a numa espécie
existem; na música, de acordo com fidedignas e antigas de exaltação, de furor belicoso, a lyssa, onde o lançava, como
tradições; até mesmo, ao que parece, na navegação e na fora de si mesmo, o menos, o ardor inspirado por um deus. Mas
criação de algumas das instituições germinais da cidade-estado.” o hoplita já não conhece o combate singular; deve recusar, se
“Contudo, após 600 a.C. aproximadamente, deu-se um lhe oferece, a tentação de uma proeza puramente individual. É o
corte aparentemente abrupto. A partir daí nenhum cidadão homem da batalha de braço a braço, da luta ombro a ombro. Foi
espartano é recordado por qualquer atividade cultural. O seu treinado em manter a posição, marchar em ordem, lançar-se
famoso ‘d discurso lacônico’ era sinal de que nada tinham para com passos iguais contra o inimigo, cuidar, no meio da peleja, de
dizer, a conseqüência final do estilo de vida peculiar que tinham não deixar seu posto.” (VERNANT, P.66-67)
levado a cabo nessa altura.”
“(...) Mediante conquistas, Esparta possuía as regiões
da Lacônia e da Messênia, bastante férteis, segundo os padrões
gregos, dando-lhe acesso ao mar e fornecendo o ferro, produto
natural, raro e inestimável (adequado correspondente em
relação à prata de Atenas).” (FINLEY, p.71-72).
4.2 A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ESPARTANO:
Licurgo

“Esparta era efetivamente, aos olhos


dos escritores gregos da época, a cidade-
estado modelo por excelência, a que se Falanges Hoplitas – Nesta cerâmica antiga, observa-se o
beneficiava da eunomia, ou seja, de uma boa encontro entre duas falanges hoplitas, onde se identifica a
legislação, atribuída a um legislador muito formação cerrada de combate, o armamento pesado e a
antigo, Licurgo. Descrito pela tradição como utilização do mesmo tipo de equipamento pelos guerreiros.
membro de uma das duas famílias reais de
Esparta, ele teria, como tutor de um dos reis e “As transformações políticas e sociais que as novas
VESTIBULAR – 2009

após consultar o oráculo de Delfos, dado à técnicas de guerra produzem em Esparta e que resultam numa
cidade leis que regulamentariam ao mesmo tempo a cidade de hoplitas traduzem (...) o espírito igualitário de uma
organização dos poderes pela famosa rhetra (...) e todos os reforma que suprime a oposição antiga do Laos e do demos para
aspectos da vida social e econômica (partilha igualitária das constituir um corpo de soldados cidadãos, definidos como
terras, proibição do comércio e uso de metais preciosos, homóioi e dispondo todos eles em princípio de um lote de terras,
educação rigorosamente fixada, refeições feitas em comum, de um kléros, exatamente igual ao dos outros.” (VERNANT,
regulamentação do casamento etc.).” p.60)

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Estrutura Social Assembléia. Os membros do júri, fechados, tinham pranchetas,


onde inscreviam para cada concorrente a amplitude do clamor.
Esparciatas: “Chamados ‘os iguais’ (Homoiói), eram os
Eles ignoravam de quem estava se tratando, sabendo somente
cidadãos gozando de plenos direitos. Os adultos entre eles, ou
que se tratava do primeiro, do segundo, do terceiro e assim por
seja, os chefes de famílias capazes de portar armas e dotados
diante. Aquele que tivesse recebido as aclamações mais
de lotes de terras, nunca foram muito numerosos; além disso,
prolongadas e mais calorosas, eles o proclamavam eleito.”
seu número diminuiu sem cessar: talvez nove ou dez mil quando
da redivisão da terra cívica em porções iguais, eram oito mil no PLUTARCO, “Vida de Licurgo”, XXVI, 1-5 (In: PINSKI, p.68-69)
início do século V a.C. e não mais de dois mil no século IV a.C. “A Gerúsia tinha função de preparação dos projetos de
Isto aponta a uma tremenda concentração da propriedade sobre lei a serem votados pela assembléia e funcionava como tribunal
a terra cívica a se processar nos tempos clássicos, caindo com o para a justiça criminal.”
tempo a maioria dos esparciatas na situação dos ‘inferiores’, ao
não poder mais contribuir com alimentos e vinho para as Ápela: “Formada pelos cidadãos de mais de trinta anos e em
refeições coletivas. De fato, no começo tanto a terra cívica pleno gozo dos direitos, reunia-se ao ar livre, elegia os gerontes
quanto os hilotas eram propriedades do Estado, atribuindo-se e os éforos e votava sem discutir – por aclamação ou, em caso
somente o seu usufruto aos cidadãos; mas com o tempo os de dúvida, dividindo-se em dois grupos – as propostas que lhe
esparciatas passaram a tratar estes bens como propriedade foram submetidas pelos éforos ou pela Gerúsia. Se tentasse ir
privada, o que possibilitou a sua concentração, num processo contra o costume e discutir as propostas, ou tomar qualquer
cujos detalhes aliás nos escapam.” decisão contrária à constituição, os reis e a Gerúsia tinham o
poder de dissolvê-la.”
Periecos: “Se por um lado não podiam participar da vida cívica
de Esparta – o que não os eximia do combate como hoplitas, Eforato: Os únicos magistrados espartanos eram os cinco
sob manda dos esparciatas –, monopolizavam o comércio e o éforos, eleitos por um ano pela Ápela entre todos os esparciatas,
artesanato (pela proibição de viverem metecos na Lacônia e na sem qualquer distinção de riqueza ou nascimento. No século VI
Messênia e pela proibição das operações de comércio com o a.C. parece ter ocorrido um reforço de suas atribuições (reforma
exterior, salvo aquelas em que os periecos agissem como atribuída ao éforo Quílon). O presidente do colégio dos éforos
intermediários), podiam ter bens e terras (distintas das terras era epônimo, ou seja, dava o seu nome ao ano em que exercia
cívicas) e comprar escravos. Governavam as suas comunidades suas funções. Presidia a Ápela, em especial, quando eram
com autonomia quanto aos negócios internos, mas sob a recebidos embaixadores estrangeiros ou se votava a paz ou a
vigilância de um governador esparciata nomeado para cada uma guerra. Em caso de guerra, os éforos ordenavam a mobilização
delas; naturalmente não podiam ter uma política externa própria. e estabeleciam a estratégia a ser seguida; dois deles
Não são conhecidas revoltas de periecos a não ser tardiamente.” acompanhavam o rei que, para a campanha em questão,
recebesse o comando supremo. A função principal dos éforos
Hilotas: “(...) camponeses que durante muito tempo foram vistos era, na verdade, a de controlar a educação dos jovens e vigiar a
como escravos públicos, trabalhavam nos lotes atribuídos aos vida social e política de Esparta, com a finalidade de evitar
esparciatas, entregando-lhes de início a metade da colheita e, qualquer desvio em relação ao regime tradicional. Tinham
mais tarde, segundo parece, uma quantidade fixa de produtos. grandes atribuições judiciárias, podendo julgar mesmo os reis.
Podiam possuir bens e constituir família, mas eram tratados com Seu enorme poder era limitado pelo caráter anual e colegiado do
grande dureza. Iam à guerra em princípio como auxiliares e cargo. No conjunto, então, apesar da presença dos reis, o
serviçais; mas a intensificação das guerras externas fez com que regime espartano era oligárquico e não monárquico, mas de um
fosse necessário armar como hoplitas a muitos hilotas. Estes só tipo muito especial. (CARDOSO, p.53-56)
podiam ser alforriados pelo Estado. Suas revoltas – cruelmente
reprimidas mas sempre recomeçadas – e o fato de que eles e os “Deve-se notar enfim que o regime de Esparta, com sua
periecos com o tempo passassem a constituir a grande maioria dupla realeza, a apella, o éphoroi e a gerousia, realiza um
do exército espartano foram fatores de enfraquecimento do ‘equilíbrio’ entre os elementos sociais que representam funções,
regime tradicional.” virtudes ou valores opostos. Neste equilíbrio recíproco assenta-
Aparelho Político se a unidade do Estado, ficando cada elemento contido pelos
outros nos limites que não deve ultrapassar. Plutarco atribui
Diarquia: “(...) dois reis hereditários (não necessariamente em
assim à gerousia um papel de contrapeso que mantém entre a
linha direta, nem segundo o princípio de primogenitura) em duas
apella popular e a autoridade real, um constante equilíbrio que
famílias, os Ágidas e os Euripôntidas. Os reis tinham altas
se coloca, segundo o caso, do lado dos reis para se opor a
funções religiosas e comandavam o exército; não tinham
democracia, ou do lado do povo para impedir o poder de um só.
poderes políticos efetivos, a não ser como membros ex officio do
Da mesma maneira, a instituição dos éphoroi representa no
Conselho dos anciãos, eram obrigados a jurar lealdade à
corpo social um elemento guerreiro, “júnior” e popular, por
constituição e vigiados de perto pelos magistrados ou éforos.”
oposição à gerousia aristocrática, qualificada como convém a
Gerúsia: “Conselho de anciãos (...) composta pelos dois reis, “seniores”, por uma ponderação e uma sabedoria que devem
mais 28 cidadãos com mais de sessenta anos (isto é, liberados contrabalancear a audácia e o vigor guerreiros.” (VERNANT,
das obrigações militares). Eram vitalícios e eleitos de forma p.70-71)
curiosa: BIBLIOGRAFIA
“(...) o membro falecido deveria (...) ter por sucessor o cidadão CARDOSO, Ciro F. “A Cidade-Estado Antiga”. SP: Editora Ática, 1993.
do qual o valor seria julgado o mais alto entre os homens de
mais de sessenta anos”. FINLEY, Moses. “Os Gregos Antigos”. Lisboa: Edições 70, 2002.
Esta era a mais importante (...) das competições existentes no
mundo e a mais digna de ser disputada. Pois não se tratava do MOSSÉ, Claude. “Dicionário da Civilização Grega”. RJ: Jorge Zahar
mais rápido dos rápidos, do mais forte dos fortes, mas do melhor Editor, 2004.
e do mais sábio entre os bons e os sábios. (...)
PINSKY, Jaime. “100 Textos de História Antiga”. SP: Contexto, 2001.
A escolha se fazia da seguinte maneira: reunia-se a Assembléia,
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designavam-se os homens que se recolheriam em uma casa VERNANT, Jean-Pierre. “As Origens do Pensamento Grego”. RJ: Difel,
vizinha. Eles não podiam ver, nem serem vistos. Somente o 2006.
bclamor da Assembléia chegava a seus ouvidos. Era através de
gritos, neste caso, como todo o mais, que eles julgavam os
concorrentes. Estes não eram introduzidos todos juntos mas,
após o sorteio, um de cada vez atravessava em silêncio a

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