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CONTEÚDO
4.1 INTRODUÇÃO
século VI a.C., Esparta era uma cidade-estado comparável às
outras e dominada por uma aristocracia de grandes
proprietários. É bem verdade que a conquista da Messênia, ao
cabo de duas longas guerras, havia permitido aumentar o
número dos que participavam da função guerreira e que tinham
sido beneficiados pela distribuição de lotes, de clerói, tomados
do território conquistado, enquanto a redução à condição de
hilotas das populações messênicas permitia-lhes uma dedicação
exclusiva à vida militar. Porém, durante a segunda guerra da
Messênia a cidade-estado parecia ter fechado em si mesma,
com a decadência do artesanato e o desaparecimento do uso da
moeda de prata. Diante da massa de populações dependentes
(...), a classe guerreira dos homoiói, dos semelhantes, formada
pelo conjunto dos cidadãos espartanos, passa a ser um grupo
privilegiado que vive recluso em perpétuo estado de defesa.
Essa é a origem da vida austera que tanto impressionava seus
contemporâneos e permitia Esparta desempenhar papel
preponderante no mundo grego.” (MOSSÉ, p.121)
A Revolução Hoplita
“Afirmou-se que Esparta teve duas histórias separadas, a sua “O aparecimento do hoplita, pesadamente armado,
própria e a da sua imagem no exterior (ou ‘miragens’). combatendo em linha, e seu emprego em formação cerrada
Considerando o muito que se escreveu sobre Esparta na segundo o princípio da falange dão um golpe decisivo nas
Antiguidade, é notório como o quadro é confuso, contraditório e prerrogativas dos hippeis (cavaleiros) (...). O herói homérico, o
incompleto. Em parte, isso deve-se, ao fato de a miragem bom condutor de carros, podia ainda sobreviver na pessoa dos
atravessar constantemente a realidade, distorcendo-a e hippeis; já não tem muita coisa em comum com o hoplita, esse
encobrindo-a muitas vezes, e em parte, porque os Espartanos soldado-cidadão. O que contava para o primeiro era a façanha
eram extremamente calados. Houve uma época, no período individual, a proeza feita em combate singular. Na batalha, (...) o
arcaico, em que Esparta desempenhou um papel predominante valor militar afirmava-se sob forma de uma aristéia, de uma
no desenvolvimento dos traços principais da civilização grega: superioridade toda pessoal. A audácia que permitia ao guerreiro
na poesia, como é sabido, a partir dos fragmentos que ainda executar aquelas ações brilhantes, encontrava-a numa espécie
existem; na música, de acordo com fidedignas e antigas de exaltação, de furor belicoso, a lyssa, onde o lançava, como
tradições; até mesmo, ao que parece, na navegação e na fora de si mesmo, o menos, o ardor inspirado por um deus. Mas
criação de algumas das instituições germinais da cidade-estado.” o hoplita já não conhece o combate singular; deve recusar, se
“Contudo, após 600 a.C. aproximadamente, deu-se um lhe oferece, a tentação de uma proeza puramente individual. É o
corte aparentemente abrupto. A partir daí nenhum cidadão homem da batalha de braço a braço, da luta ombro a ombro. Foi
espartano é recordado por qualquer atividade cultural. O seu treinado em manter a posição, marchar em ordem, lançar-se
famoso ‘d discurso lacônico’ era sinal de que nada tinham para com passos iguais contra o inimigo, cuidar, no meio da peleja, de
dizer, a conseqüência final do estilo de vida peculiar que tinham não deixar seu posto.” (VERNANT, P.66-67)
levado a cabo nessa altura.”
“(...) Mediante conquistas, Esparta possuía as regiões
da Lacônia e da Messênia, bastante férteis, segundo os padrões
gregos, dando-lhe acesso ao mar e fornecendo o ferro, produto
natural, raro e inestimável (adequado correspondente em
relação à prata de Atenas).” (FINLEY, p.71-72).
4.2 A ORGANIZAÇÃO DO ESTADO ESPARTANO:
Licurgo
após consultar o oráculo de Delfos, dado à técnicas de guerra produzem em Esparta e que resultam numa
cidade leis que regulamentariam ao mesmo tempo a cidade de hoplitas traduzem (...) o espírito igualitário de uma
organização dos poderes pela famosa rhetra (...) e todos os reforma que suprime a oposição antiga do Laos e do demos para
aspectos da vida social e econômica (partilha igualitária das constituir um corpo de soldados cidadãos, definidos como
terras, proibição do comércio e uso de metais preciosos, homóioi e dispondo todos eles em princípio de um lote de terras,
educação rigorosamente fixada, refeições feitas em comum, de um kléros, exatamente igual ao dos outros.” (VERNANT,
regulamentação do casamento etc.).” p.60)
designavam-se os homens que se recolheriam em uma casa VERNANT, Jean-Pierre. “As Origens do Pensamento Grego”. RJ: Difel,
vizinha. Eles não podiam ver, nem serem vistos. Somente o 2006.
bclamor da Assembléia chegava a seus ouvidos. Era através de
gritos, neste caso, como todo o mais, que eles julgavam os
concorrentes. Estes não eram introduzidos todos juntos mas,
após o sorteio, um de cada vez atravessava em silêncio a