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Teste n° 1 de Portugués, 12° ano, Pessoa Orténimo GRUPOI A L@ 0 poema seguinte: E interior a minha mégoa A alegria do dia claro.. Oh nudez trémula da dgua... Porque me sinto eu desolado 5 De haver tanta calma e alegria E nenhuma em meu ser cansado.. Acaso nao me bastaria Olhar a alegria da terra Esser alegre como o dia? 10 Ah, ensina-me, 6 Natureza, A darminha alma inteiramente A calma da tua beleza A nao ter alma salvo a hora A pertencer-te, ampla alma rente 15 Atuaalmageradora Qualquer coisa que nao seja esta Agonia do pensamento Que ¢ 0 que do meu ser me resta.. Sopra, sopra, vento.. 20 Grande invisivel alma em festa. Que ha entre mim e 0 momento? Fernando Pessoa (03-10-1915), in Poesia (19021917), Assirio & Alvim Explicita a relagio antitética que se perceciona nas trés primeiras estrofes. 2, Justifica o recurso As apéstrofes a0 longo do poema. Apresenta trés tragos caracterizadores do sujeito poético, fundamentando-te no texto. L.A Natureza apresentase conotada euforicamente (‘dia claro’ v.2; “nudes trémulada égua’, v.35 "clamae alegria’, v. 5, que envolvem a terra). Por outro lado, 0 “eu” poético encontra-se em total eposi¢lo a essa tranguilidade que 0 rodeia (*mégoa" v.1;“desolado’, v. 4; Ycansado’, v. 6) 2. Com aapéstrofe (‘Oh nudez trémula da dgua...”, v3; "6 Natureza’ v.10 *vento’, v.19), o sujeito poético interpreta a Natureza, de formaa obter respostas para a sua inquietacio, concretizando pedidos que possam, de alguma forma, atenuar a sua dor existencial 8. O sujeito postico apresenta-se “desolado”(v. 4), “eansado” (v. 6) ¢ atormentado pela “agonia do pensamento” (v.17), que nao o deixa viver tranquil. Lé 0 texto com atengdo € responde as questdes com frases bem estruturadas. 1 Tenho tanto sentimento Que é frequente persuadir-me De que sou sentimental, Mas reconheco, ao medir-me, 5 Que tudo isso é pensamento, Que nao senti afinal. Temos, todos que vivemos, Uma vida que é vivida E outra vida que € pensada, 10 Ea tnica vida que temos E essa que é dividida Entre a verdadeira e a errada. Qual porém é a verdadeira E qual errada, ninguém 15 Nos saberd explicar; E vivemos de maneira Que a vida que a gente tem E a que tem que pensar. Fernando Pessoa, in Cancioneiro 1, O poema anda em torno da criacdo poética, explorada pelo sujeito poético numa perspetiva pessoal, escrevendo tanto na primeira pessoa do singular, como do plural. 1.1. Comprova a afirmacao, transcrevendo palavras distintivas do uso da primeira pessoa. 1.2. Refere a intencionalidade do sujeito poético ao mudar o discurso da primeira pessoa do singular para a primeira do plural. 1.3. Identifica 0 antecedente do pronome “Nos” (verso 15). 2. O sujeito poético reconhece a sua obsessdo pela racionalizacdo dos sentimentos, apesar de ter, por vezes, a ilusao de que ¢ sentimental 2.1, Transcreve os versos que comprovam a afirmacao anterior. 2.2. interpreta o sentido do conector “Mas” (verso 4) no poerna. 3. Identifica os pares através dos quais se desenvolve a dicotomia sentir/pensar € prova, através da tua experiéncia de leitura, que esta oposicao é uma marca distintiva da arte poética pessoana. 4, Em que medida podemos reconhecer, neste poema, a visto platénica do mundo, associando a mensagem transmitida a ideia do “terraco”, presente no poema “Isto”? 5. Apresenta uma possivel diviséio do texto em partes, justificando a tua proposta. PROPOSTA DE CORRECAO 1.1, As palavras/ expressdes que comprovam o uso da primeira pessoa sao: “Tenho” (verso I); “persuadir-me” (verso 2); “sou” (verso3); “reconheco” (verso4);“medir-me” (verso4); “senti” (verso 6); “Temas” (verso 7}; “vivemos” (verso 7) .. 1.2. 0 sujeito poético comeca por apresentar a teoria do fingimento poético numa perspetiva pessoal, mas passa a falar em “todos que vivemos" (verso 7), visto que o pensamento € uma caracteristica intrinseca ao Homem, que vive entre o sentimento © 0 pensamento permanentemente. 1.3. O antecedente do pronome “Nos” é “todos que vivemos” (verso 7) 2.1. “Tenhotantosentimento/ Que é frequente persuadir-me / De que sou sentimental” (versos 1a3) 2.2. 0 sujeito posticousa oconector com valor de oposi¢ao—"Mas” (verso4)—, visto que comeca por se afirmar como “sentimental” (verso 3), para, logo de seguida, assumir que ao fazer esse tipode raciocinio, ja esti.a intelectualizar as suas emocées e a fazer prevalecer arazio sobre a emoao, 3. A oposicdo sentir/pensar desenvolve-se, ao longo do poema, através dos pares vida “vivida/ vida “pensada” ¢ vida “verdadeira’/ vida ‘errada’— pares de opostos que explicitam a fragmentaclodo eu”. Seguindo a mesma linha de pensamento, nos poemas “Autopsicografia” e “Isto”, 0 eu poético também aborda esta relacao de interdependéncia entre a razao e a emocdo, chegandoa comparar, no primeiro poema, o coracdo a um comboto de brincar, cuja existencia depende dos carris (metafora de pensamento} 4. A mensagem transmitida na segunda estrofe aproxima-se da nocao de mundo sensivele de ‘mundo inteligivel, defendida por Platao, concretizada no Mito da Caverna. De facto, 0 sujeito postico fala de uma vida “verdadeira’ (mundo inteligivel) e de uma vida “errada” (mundo sensivel). Para se atingira vida “verdadeira’,o sujeito postico tera de transformar as emordes, recorrendo a razao, ultrapassando 0 “terraco”, referido no poema “Isto”, apresentado como uma representacdo das barreiras que se param as vivéncias da criacdo poé ica ("Essa cousa é que é linda’). Tal como os prisioneiros que vivem na cavernae que tem uma existencia baseada namentira, uma vida “errada’, iluséria, 86 alcancardoa vida “verdadeira” se se libertarem dos, sentidos (correntes) e recorrerem a razao, também o sujeito postico recusaa manifestacio pura dos sentimentos como forma de alcancar a verdade 5. © poema é composto por trés momentos distintos. No primeiro, correspondente & primeira estrofe, 0 sujeito poético comeca por falar, numa perspetiva pessoal, dos sentimentos que 0 atravessam e que ele transforma no pensamento, No segundo momento, composto pela segunda estrofe, o sujeito pos ticoadmite que adualidade sentir/ pensaré prépria do Homem endo apenas uuma caracteristica sua, Por Ultimo, no tereeiromomento, oeu poético resigna- se perantea constatacio de ser incapaz de perceberqual¢ a vida verdadeira e qual é a crrada, mas com uma certeza: “a vida que a gente tem / Ba que tem que pensar” (versos 17 € 18), ou scja, 0 pensamento prevalece sobre a emocao.

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