Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde

ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA QUINTA DO CONDE

CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – NÍVEL SECUNDÁRIO
2009/2010
SOCIEDADE, TECNOLOGIA E CIÊNCIA Curso de EFA – Nível
Secundário
Início em Setembro 2009

STC : UC7 –
DR3 Área – Sociedade, Tecnologia e Ciência [STC]
Núcleo gerador 7: Saberes Fundamentais Conteúdos: Processos através dos quais a ciência se
integra e participa nas sociedades.

Recursos / materiais: Projector multimédia, Centro de Recursos Educativos, Internet

Duração:
______
Formadores: César Barros /José Rodrigues

Células estaminais criadas a partir da pele humana1

Uma equipa de investigadores da Universidade de Harvard, Estados Unidos da América, conseguiu criar
células estaminais a partir da fusão de células embrionárias com células normais da pele. "É um grande
avanço no que chamamos de reprogramação", afirmou Rui Luís Reis, presidente da Sociedade Portuguesa de
Células Estaminais e Terapia Celular (SPCETC).

O que esta equipa de investigadores norte-americanos - "um grupo importante nesta área da investigação",
referiu Rui Luís Reis - conseguiu foi "fazer com que uma célula adulta voltasse a ser embrionária, isto é, a
célula embrionária vai convencer, pela fusão, a adulta que também é embrionária e portanto ter a capacidade
de diferenciação que essa tem".

O objectivo final dos cientistas, ainda não alcançado, é criar células, que possam ser usadas com fins
terapêuticos, mas sem ter que recorrer a um óvulo humano e sem criar um embrião humano, condicionante
que tem levantado problemas éticos em vários países.

As células estaminais são as principais células do corpo, utilizadas na regeneração de tecidos, órgãos e
sangue. Os investigadores já conseguiram provar que as células estaminais retiradas dos embriões são
consideradas as mais versáteis e portanto poderiam ser utilizadas para tratar doenças como o cancro,
Parkinson ou Alzheimer. A questão, nos EUA (ver caixa), é a ilegalidade da utilização de células embrionárias
para investigação.

A equipa, liderada por Kevin Eggan, conseguiu demonstrar com esta nova experiência "que o sistema de
células embrionárias tem a capacidade de reprogramar cromossomas de células somáticas adultas depois de
uma fusão celular", referem os investigadores.

No entanto, este não é ainda o passo que os cientistas desejam, porque esta descoberta tem ainda uma
"barreira técnica significativa". As células que foram obtidas pela fusão contêm o dobro do ADN, isto é, contêm
cromossomas da célula da pele e da célula embrionária, o que ainda não permite a sua aplicação na medicina.

"É um problema a resolver, para conseguir desenvolver uma nova tecnologia, que poderá acontecer dentro de
10 a 15 anos", sublinhou Rui Luís Reis.

Maximina Pinto, directora do Instituto de Genética Médica, que realçou o passo dado nesta investigação, mas
sublinhou esta barreira técnica, lembrando o caminho que ainda há para percorrer até se conseguir perceber

1
Virgínia Alves, Jornal de Notícias de 23/08/2005
 Agrupamento de Escolas da Quinta do Conde
ESCOLA BÁSICA INTEGRADA DA QUINTA DO CONDE
CURSO DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DE ADULTOS – NÍVEL SECUNDÁRIO
2009/2010
SOCIEDADE, TECNOLOGIA E CIÊNCIA Curso de EFA – Nível
Secundário
Início em Setembro 2009
exactamente o que faz as células embrionárias terem a capacidade de se diferenciar.

Vazio legal persiste em Portugal

A investigação levada a cabo pela equipa da Universidade de Harvard ainda utiliza células estaminais
embrionárias, o que levanta alguns problemas éticos em diferentes países. Nos Estados Unidos não é
permitido utilizar recursos federais para este tipo de investigação, que só é possível com recurso a fundos
privados e de uma forma controlada. Em Portugal existe um vazio legislativo. Sabe-se que o Governo pretende
debater a questão, mas o que há é apenas um decreto -lei generalista de 1997, segundo o qual se aceita a
investigação quando esta tenha como único propósito beneficiar o embrião. Rui Luís Reis, presidente da
Sociedade Portuguesa de Células Estaminais e Terapia Celular, salientou que é necessário perceber o alcance
deste tipo de investigação. Por outro lado, referiu, não é possível chegar a novas tecnologias que permitam a
criação de células estaminais, sem estudar as células embrionárias.

1) Indique o interesse médico das células estaminais.

2) Identifique alguns problemas éticos relacionados com a pesquisa de células estaminais

embrionárias.

3) Indique alguns objectivos e limitações da investigação apresentada nesse texto.