AVALIAÇÃO DE CONFIABILIDADE E CUSTO DO CICLO DE

VIDA DE MANIFOLDS SUBMARINOS

DE PRODUÇÃO (MSP)
EVALUATION OF RELIABILITY AND COST OF THE SUBSEA
PRODUCTION MANIFOLDS (SPM) LIFE CYCLE
EVALUACIÓN DE LA CONFIABILIDAD Y DEL COSTO DEL
CICLO DE VIDA DE MANIFOLDS SUBMARINOS DE
PRODUCCIÓN (MSP)

Salvador Simões Filho1

Carlos Cavalcanti Moreira1
Ricardo Yoshinori Okada2
Guilherme S. T. Naegeli3
Luiz Gustavo Cosentino4

RESUMO
Apresenta-se, aqui, a avaliação de confiabilidade e custo do ciclo de vida para tomada de decisão entre dois projetos de
manifolds submarinos de produção (MSP) a serem utilizados na Bacia de Campos. Um deles tem como base o conceito de
manifold tradicional, com atuadores hidráulicos residentes (MSP-1), iguais aos que serão instalados no Campo de Albacora; o
outro, é um projeto de manifold desenvolvido pela PETROBRAS, no qual apenas um atuador recuperável é utilizado para
acionamento de todas as suas válvulas (MSP-2). As indisponibilidades e os custos do ciclo de vida de cada opção proposta
foram avaliadas e comparadas quanto à otimiziação e viabilidade econômica do projeto. Nesta avaliação, evidenciou-se a
vantagem da execução do projeto MSP-2, que apresentou, em relação ao MSP-1, lucro líquido de US $ 4,275,098.00 com uma
indisponibilidade média de 4.004x10-03.

ABSTRACT
The evaluation of the reliability and the cost of the life cycle is presented herein, in order to aid decision making between two
subsea production manifolds SPM) projects, wich are to be used in the Campos Basin. One of said projects is based on the
concept of the tradicional manifold, and it is provided with resident hydraulic actuators (SPM-1), equal to those wich willbe
installed in the Albacora Field. The other project is a manifold project developed by PETROBRAS, in wich only one
recoverable actuator is used to actuate all valves (SPM-2). The unavailability and the cost of the life cycle of each option
proposed have been compared as far as optimization and economic feseability of the project concerned. In this evaluation, the
advantage of execution of the SPM-2project, has become evident, wich presented, in comparison to SPM-1, a net benefit of
US$ 4,275,098.00 with an average unavailability of 4.004x10-03.

RESUMEN
Se presenta aquí la evaluación de la confiabilidad y del costo del ciclo de vida para la tomada de decisión entre dos proyectos
de manifolds submarinos de producción (MSP) que serán utilizados en la Cuenca de Campos. Uno de ellos toma como base el
concepto de manifold tradicional, con accionadores hidráulicos residentes (MSP-1), iguales a los que serán instalados en el
Campo de Albacora; el outro es un proyecto de manifold desarrollado por la PETROBRAS, en el cual solamente un

1
E&P, Gerência de Tecnologia e Engenharia de Instalação de Produção (GETINP).
2
E&P, Gerência de Suporte Técnico e Engenharia (GESTE).
3
Assessoria Técnica de Engenharia (ASTEN), Centro de Pesquisas (CENPES).
4
E&P-BC, Gerência de Engenharia de Instalações Submarinas (GENSUB).
94 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
accionador recuperable es utilizado para accionar todas sus válvulas (MSP-2).Las indisponibilidades y los costos del ciclo de
vida de cada ópcion propuesta han sido evaluadas y comparadas en lo que respecta la optimización y la factibilidad
económica del proyecto. En esta evaluación, se tornó evidente la ventaja de la ejecución del proyecto MSP-2, que presentó,
en relación al MSP-1, una ganancia neta de US$ 4,275.098.00 con una indisponibilidad promedio de 4.004 x 10-03.
1. INTRODUÇÃO
Com o trabalho de avaliação de confiabilidade e custo
do ciclo de vida, objetiva-se a escolher entre dois
projetos de manifolds submarinos de produção (MSP)
a serem utilizados na fase II do Campo de Albacora,
na Bacia de Campos. Um deles é denominado de
MSP-1 (manifold tradicional, com acionamento
hidráulico); o outro, MSP-2 (manifold pioneiro, com
acionamento compartilhado, mecânico, também
conhecido de MAC-MANIFOLD). Esse campo foi
escolhido como cenário para os testes porque nele
serão instalados quatro manifolds do tipo tradicional
(MSP-1).
O critério adotado para a decisão foi o modelo da
norma International Electrotechnical Commission,
IEC-300(1), que também é adotado pela The
Foundation for Scientific and Industrial Research at
the Norwegian Institute of Technology, Division of
Safety and Reliability”, SINTEF(2), conforme
apresentado na figura 1.
O modelo tem quatro partes principais: dados de
entrada, análise preditiva de confiabilidade, análise
preditiva econômica e bases para suporte da decisão.
Na análise preditiva de confiabilidade, foram
utilizadas as técnicas de Análise de Modos, Efeitos e
Criticalidade de Falhas (AMFECA) e Árvores de
Falhas (AF). A análise preditiva econômica foi
realizada com o auxílio da técnica do Custo do Ciclo
de Vida (CCV).
2. DESCRIÇÃO DO SISTEMA
O sistema de manifold submarino de produção será
utilizado no Campo de Albacora para operar durante
as 24 horas do dia em lâminas d’água profundas (em
torno de 600m). O objetivo principal é a coleta e
distribuição da produção de petróleo. Sua
produtividade (ou regularidade de produção) depende
fundamentalmente da freqüência de ocorrência de
falhas dos seus componentes, freqüência e duração
dos testes operacionais de produção e dos respectivos
tempos- médios total e parcial de intervenção. A
combinação desses fatores é, portanto, a medida da
confiabilidade do sistema em relação aos objetivos do
projeto.
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
(Originais recebidos em 26.03.98).
Descreve-se, suscintamente, a seguir, cada sistema de
manifold analisado. Os fluxogramas de engenharia de
cada sistema são apresentados nos anexos I e II.
2.1. MSP-1
Manifold com quatro headers (produção, teste de
produção, gas-lift e serviço/gas-lift) que recebe a
produção de oito poços equipados com ANMs. O
controle é feito a partir de quatro PODs de controle.
Cada um deles controla dois poços e dois conjuntos de
válvulas (12 válvulas) das linhas do manifold que
estão ligadas aos poços, além de ter o controle das
válvulas (14 válvulas) das duas ANMs. As válvulas
do manifold que estão ligadas aos dois poços, assim
como as válvulas das duas ANMs, são acionadas
hidraulicamente de modo independente. Também são
acionadas hidraulicamente por um dos PODs de
controle as válvulas de interligação dos headers
(VGBP e VEPB).
2.1.1 Cenário de Operação Normal
• VEBP, VGBP, VGTi, VGLi operam normalmente
fechadas (fail close);
• VEMP, VGPi, VGGLi operam normalmente
abertas (fail open);
• a falha do POD, não afeta as válvulas do
manifold, mantém o CPi e CGLi na posição e fecham
as válvulas da ANM de dois poços;
• teste do poço e do gas-lift (abre VGGLi e fecha
VGLi).
2.1.2. Cenário de Operação Utilizando a Linha de
Teste para Produzir um Poço
Acontece quando há impossibilidade de produção
devido à falha fechada de VGPi, isto é, ela foi fechada
para teste e ficou emperrada (possibilidade muito
remota), ou entupimento da linha por hidrato ou
parafina (possibilidade mais plausível) VEBP (fail
close), VGBP (fail close), VGPi (fail open) do poço
que está usando a linha de teste operam fechadas;
VGTi (fail close) do poço que está usando a linha de
teste opera aberta;
a falha do POD leva à interrupção de produção pela linha
de teste, mantém o CPi e CGLi na posição, fechando as
válvulas da ANM, VGTi e abrindo VGPi.
95
 DADOS
Confiabilidade CCV DE
Dados de Entrada Dados de Entrada ENTRADA

Modelo de
Confiabilidade

(AMFECA e AF) ANÁLISE PREDITIVA

DE CONFIABILI DADE

Indisponibilidade Número Taxas de Falhas

Média de Esperado de dos
Produção (A) Intervenções Componentes
(NEI)

Modelo do
CCV ANÁLISE PREDITIVA
ECONÔMICA

Cálculo do
CCV

BASES PARA SUPORTE

Performance DA DECISÃO
do CCV

Fig.1 Modelo do SINTEF.

Fig.1 – SINTEF model.
Obs: AMFECA - Ánálise de Modos, Efeitos e Criticalidade de Falhas (FMECA).AF - Análise por Árvores de Falhas
(FT). CCV - Custo do Ciclo de Vida (LCC).

2.2. MSP-2 de controle - cada um tem o controle de quatro

poços, controla somente as válvulas (28 válvulas)
Manifold com quatro headers (produção, teste de das quatro ANMs. O controle dos oito conjuntos
produção, gas-lift e serviço/gas-lift) que recebe a de válvulas (48 válvulas) das linhas do manifold
produção de oito poços equipados com ANM’s. que estão ligadas aos poços é efetuado por um SC
O controle das ANMs é efetuado por dois PODs (que é o POD do SAC) que comanda o sistema de
96 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
atuação compartilhada- SAC. As válvulas do
manifold que estão ligadas aos oito poços são
acionadas mecanicamente pelo SAC e de modo
seqüencial. As válvulas de interligação dos
headers (VGBP e VEBP) são acionadas
mecanicamente pelo SAC, que é composto por:
MSF (módulo da estrutura principal), MPF
Fig.2 - Diagrama de blocos funcional do sistema.
Fig.2- Functional system blocks diagram.
2.2.1. Cenário de Operação Normal
• válvulas do manifold falham as it is:VEBP,
VGBP, VGTi, VGLi operam fechadas;
• VEMP, VGPi, VGGLi operam abertas;
• a falha do POD, não afeta as válvulas do
manifold, mas fecha as da ANM;
• a falha do SC (que é o POD do SAC) afeta o
SAC;
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998
(módulo de posicionamento de fundo), TT
(ferramentas de torque) e SC (sistema de
controle). O MPF tem sete componentes: TSB
(estrutura mecânica de suporte), TC (carro
ferramenta), AC (carro atuador), PA (atuador de
pinos), WA (atuador de passo), VA (atuador
vertical) e MD (retentor mecânico)
• a falha do SAC só influencia o processo
quando há necessidade de se usar a linha de teste.
2.2.2. Cenário de Operação Utilizando a Linha
de Teste para Produzir um Poço
Ocorre quando há impossibilidade de produção devido
à falha fechada de VGP, isto é, ela foi fechada para
97
teste e ficou emperrada, ou o SAC teve outro tipo de 4.1. Definição do Evento Topo da Árvore de
problema. Falhas

• VEBP, VGBP, VGP ficam fechadas; Em função da necessidade de otimizar a continuidade

• VGT aberta
• a falha dos PODs fecha as válvulas da ANM. A
falha do SC só afeta o SAC;
• falha do SAC só influencia o processo quando
ocorre a necessidade de voltar a atuar nas válvulas das
linhas de produção;
• retira-se o SAC quando houver problema.
3. ANÁLISE QUALITATIVA DE
CONFIABILIDADE
A análise qualitativa de confiabilidade, aqui relatada,
foi realizada utilizando-se a técnica de AMFECA
(Análise de Modos, Efeitos e Criticalidade de Falhas:
em Inglês, FMECA - Failure Mode, Effects and
Criticality Analysis).
4. ANÁLISE QUANTITATIVA DE
CONFIABILIDADE
A análise quantitativa de confiabilidade, aqui relatada,
foi realizada, utilizando-se a técnica de árvores de
falhas (AF), de acordo com as seguintes etapas:
operacional do sistema de produção de petróleo, a
análise de confiabilidade do MSP objetivou a
determinação de todas as combinações de falhas dos
componentes do sistema capazes de levar a
interrupções na produção- perda de produção de um
poço.
4.2. Hipóteses Básicas da Análise
HIPÓTESE 1: Componentes e sistema têm função de
densidade de probabilidade exponencial, implicando
taxas de falhas constantes (λ comp= cte e λ sist = cte).
HIPÓTESE 2: O MSP está sujeito a intervenções
para reparos, isto é, é considerado um sistema com
intervenções para reparos e o tempo-médio total de
intervenção (τ) é a soma dos tempos: médio parcial de
intervenção (τ’) mais o médio de logística
(mobilização de sonda ou balsa). Para o MSP-1
considerou-se τ = 69 dias. Para o MSP-2, somente o
SAC é reparável, considerou-se o τ = 20 dias.
Detalhes sobre os tempos de intervenção e de duração
dos testes são apresentados nas tabelas I e II.

TABELA I
COMPONENTES DO SISTEMA, MODOS DE FALHAS, DURAÇÃO DO TESTE E
TEMPO MÉDIO TOTAL DE INTERVENÇÃO PARA O MANIFOLD TRADICIONAL
TABLE I
SYSTEM COMPONENTS, FAIL MODE, DURATION OF THE TEST AND TOTAL AVERAGE
INTERVENTION TIME FOR THE TRADITIONAL MANIFOLD

Código do Componente Descrição Duração do Tempo Médio Total de

Modo de Falha Teste tt (horas) Intervenção
τ (dias)
POD Pod de Controle
Inclui falha humana, falha Falha em Atuar - 20
espúria e falha do sistema de
energia elétrica
VG Válvula-Gaveta
VGP e VGPT) Falha em Abrir 24 69
Falha em Fechar 24 69

98 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998

 TABELA II
COMPONENTES DO SISTEMA, MODOS DE FALHAS, DURAÇÃO DO TESTE E TEMPO MÉDIO
TOTAL DE INTERVENÇÃO PARA O MANIFOLD COM ACIONAMENTO COMPARTILHADO
TABLE II
SYSTEM COMPONENTS, FAIL MODE, DURATION OF THE TEST AND TOTAL AVERAGE
INTERVENTION TIME FOR THE MANIFOLD WITH SHARED ACTUATION
Código do Componente Descrição
Modo de Falha
TT Ferramenta de Torque
Falha em Atuar
MPF Módulo de Posicionamento
(composto do atuador de pinos, da Ferramenta
atuador vertical e atuador de passo) Falha em Atuar
POD Pod de Controle
Inclui falha humana, falha espúria e Falha em Atuar
falha do sistema de energia elétrica
SC Sistema de Controle
Inclui falha humana e do sistema de Falha em Atuar
energia elétrica
VG Válvula-Gaveta
(VGP e VGPT) Falha em Abrir
Falha em Fechar
HIPÓTESE 3: Não é possível produzir pela linha
anular dos poços.
HIPÓTESE 4: Não é possível produzir mais do que
um poço pela linha de teste.
HIPÓTESE 5: As taxas de falhas das válvulas
obtidas do OREDA(3) levam em conta o acionamento
hidráulico, suprimento de energia elétrica e controle.
Como não havia disponibilidade de taxas de falhas
para válvulas sem acionamento hidráulico- caso das
válvulas acionadas pelo SAC-, foi utilizado o mesmo
valor. A adoção desta hipótese, que é conservativa(4),
favorece o manifold convencional, porém não invalida
o estudo, já que o mesmo é comparativo.
HIPÓTESE 6: A possibilidade de entupimento no
manifold não foi considerado no estudo, já que
acontece nos dois sistemas. Além disso, há previsão
de procedimento de passagem de PIG pelos headers
do manifold e os poços estarão equipados com Gravel
Packer, evitando acúmulo de areia nas linhas.
HIPÓTESE 7: Considera que não chega petróleo a
um poço, quando existe uma falha no POD para
acionar a ANM.
HIPÓTESE 8: A válvula-gaveta será considerada na
análise como perfeitamente fechada, não havendo
comunicação entre o gás da linha de gas-lift e a
produção da linha de teste de produção.
HIPÓTESE 9: Será considerado a injeção de gas-lift
como situação normal. Não há falhas.
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998
Tempo Médio Total
Duração do Teste de Intervenção τ
Tt (horas) (dias)
0.5 20
0.5 20
- 20
1.0
20
0.5 -
0.5 -
HIPÓTESE 10: Vida útil da instalação é de 20
anos(5).
HIPÓTESE 11: A taxa de falha da válvula VEMP
seguiu a mesma premissa da hipótese 5 por não
estarem disponíveis dados sobre válvulas atuadas por
ROV.
HIPÓTESE 12: A válvula VEMP e o choke (CP) não
falham fechadas; a válvula VEBP não falha aberta.
HIPÓTESE 13: Não é considerada a possibilidade de
produção pela linha de serviço de 10”.
HIPÓTESE 14: Não são consideradas operações de
backup por ROV, apesar de ser uma vantagem do
SAC.
HIPÓTESE 15: A taxa de falha do POD do SAC,
denominada SC, foi considerada melhor do que a do
POD de ANM por ter menos funções, foi considerado
como dois PODs de ANM em paralelo.
HIPÓTESE 16: As taxas de falhas dos MSP são
apresentadas nas tabelas III e IV. Alguns valores não
serão utilizados no estudo quantitativo em função das
hipóteses adotadas.
HIPÓTESE 17: Os resultados dos testes de campo
(GEBIG/PETROBRAS) realizados no protótipo do
MAC foram limitados em termos de ciclos de testes
(fator tempo) o que levou os dados de falhas
utilizados no estudo a serem conservativos. Na
literatura, as taxas de falhas para os componentes do
SAC (TT e MPF) são menores do que os valores
utilizados.
99
 TABELA III
APRESENTAÇÃO DOS DADOS DE FALHAS EM RELAÇÃO AO TEMPO
TABLE III
FAIL DATA ALONG THE TIME
Código do Descrição Taxa de Falhas MTTF Referência
Componente Modo de Falha (106horas) (anos)
ANM Árvore-de-Natal Molhada
Master – XMV
Falha em Abrir 1.3 87.81 OREDA (3)
Falha em Fechar 1.8 63.42 Pag. 452/3
WING –AFV
Falha em Abrir 2.5 45.66 OREDA (3)
Falha em Fechar 1.3 87.81 Pag. 454/5

CP CHOKE
Falha em Abrir 2.5 45.66 OREDA (3)
Falha em Fechar 1.3 87.81 Pag. 454/5

POD Pod de Controle DNV (KONGSBERG)

Falha em Atuar 3.2 35.7 REPORT (6)

SC Sistema de controle DNV (KONGSBERG)

Falha em Atuar 3.2 35.7 REPORT (6)

VE Válvula-Esfera
(VEMP, Falha em Abrir 2.12 53.85 OREDA (3)
VEBP) Falha em Fechar 2.12 53.85 Pag. 124/5

VG Válvula-Gaveta
(VGP, Falha em Abrir 2.5 45.66 OREDA (3)
VGPT) Falha em Fechar 1.3 87.81 Pag. 454/5

TABELA IV
APRESENTAÇÃO DOS DADOS DAS FALHAS POR CICLOS
TABLE IV
FAIL DATA PER CYCLE
Código do Descrição MTTF Freqüência Referência
Componente Modo de Falha (Ciclos) (Ciclos/Ano)

PA Atuador de Pinos Technica Library DP-1633 (7)

Falha em Atuar 240,385 2,928

TT Ferramenta de Torque Teste do Protótipo do Mac no GEBIG (8)

Falha em Atuar 31,878 9,216
VA Atuador Vertical Teste do Protótipo do Mac no GEBIG (8)
Falha em Atuar 3,093 960
WA Atuador de Passo Teste do Protótipo do Mac no GEBIG (8)
Falha em Atuar 8,939 2,928

5. ANÁLISE ECONÔMICA não só os de compra e instalação do equipamento,

como os de manutenção durante a sua vida útil.
Na análise econômica foi utilizada a técnica do Custo Geralmente, o CCV é modelado como:
do Ciclo de Vida (CCV), cuja terminologia e modelo
seguem a proposição adotada pela IEC(1) e
SINTEF(2).No CCV, leva-se em conta todos os custos, CCV = CAS + CSV + CIV
100 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
onde:
CAS = custo de aquisição do sistema;
CSV = custo de suporte da vida;
CIV = custo da indisponibilidade da vida.
O CCV também pode ser escrito como:
CCV = CAS + CIE + COM + CIV
Nesta fórmula, CAS e CIE são custos de
investimentos no sistema ou equipamento. O CAS é
Fig.3- Custo do ciclo de vida.
Fig.3- Life cycle cost (LCC).
O custo de investimento foi explicitado em sete
componentes, conforme apresentado na figura 3.
Porém, ele pode ser ainda mais detalhado como
ilustrado na figura 4.
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998
formado por três elementos, CE (custo do
equipamento), CIC (custo de instalação e
comissionamento) e CEG (custo de engenharia e
gerência). COM é o custo de operação e manutenção
anual que, no caso, será o custo de intervenção (CI). O
CIV é custo da indisponibilidade da vida, que
representa o custo da perda de produção (CPP),
devido à indisponibilidade média do sistema. A
divisão do CCV é ilustrada na figura 3.
Isto significa que o custo de investimento pode ser
escrito como:
CINV = CC + CEA + CIC + CEGV + CEGC + CER + CT
101
onde:
CC = custo do componentes (hardware);
CEA = custo do equipamento adicional necessário;
CIC = custo de instalação e comissionamento;
CEGV = custo de engenharia e gerência de vendas;
CEGC = custo de engenharia e de gerência de
contratos da Companhia;
CER = custo de estoque de reposição;
CT = custo de treinamento.
Para efeito da análise de custo do ciclo de vida,
quando os custos forem iguais para os dois sistemas
(MSP-1 e MSP-2), considerando-se os custos iguais a
zero, tem-se:
CIE = CEA = CIC = CEGV = CEGC = CER = CT = zero.

CC
Custo do Componente
(Hardware)
CE

Custo do Equipamento
CEA
Custo de Equipamento
Necessário Adicional

CIC
Custo de Instalação
CINV e Comissionamento
Custo de
Investimento

CEGV
Custo de Engenharia e
de Gerência de Vendas
CEG
Custo de Engenharia
e Gerência
CEGC
Custo de Engenharia e
de Gerência de Contrato
da Companhia

CER
Custo de Estoque de
Reposição
CIE
Custo de Investimento
em Equipamentos para
Operação e Manutenção CT

Custo de Treinamento

Fig.4 – Custo de investimento (CINV).

Fig.4 – Investiment cost

102 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
A produção estimada do Campo de Albacora que
passa pelo manifold, recebida dos seus oito poços, é
de 6,400 m3/dia.
Para fins de comparação, os custos totais de cada
projeto são apresentados na forma de valor presente.
Para tanto, leva-se em consideração o período de vida
útil e uma taxa de juros, que reflete o custo de capital
de mercado. O valor anual corresponde a um certo
valor presente que pode ser calculado pela equação:
(1 + i ) n − 1
Vp = Va . = Va. FVA
i.(1 + i ) n
onde:
Vp = valor presente (dólares);
Va = valor anual (dólares/ano);
i = taxa de juros anual;
n = período de tempo em anos (normalmente, o tempo
esperado de vida útil da instalação);
FVA = fator de valor atual.
Os valores utilizados para cálculo foram estimados
pela E&P-GERPRO/GETINP/GECOMP e E&P-
BC/GEPRO/GENSUB:
• Taxa de juros anual i = 15% a.a.;
• Vida Útil = 20 anos;
• Produção média de oito (8) poços = 8 x 800 x
6.29 = 40,256 BOPD;
• Custo do barril (médio) = US $ 15.00;
• Custo médio da produção (diário) = 40,256 BOPD
x 15.00 US$ = US $ 603,840.00;
• Custo médio da produção (anual) = 40,256
BOPD x 15.00 US$ x 365 dias =
US$ 220,401,600.00;
• FVA = 6.2593.
TABELA V
ATRIBUTOS DE CONFIABILIDADE (}, A E NEI (1/ANO)) COM OS CASOS A E AS
TABLE V
RELIABILITY ATRIBUTES (}, A AND NEI (1 YEAR)) WITH CASES A AND AS
Alternativa
Indisponibilidade Média ( A )
Disponibilidade Média (A)
Número Esperado de Intervenções Nei (1/Ano)
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998
6. ANÁLISE DOS RESULTADOS
6.1. Análise das Árvores de Falhas
Alguns aspectos importantes na realização do trabalho
devem ser destacados nesta análise.
• O parâmetro de confiabilidade chamado de
disponibilidade (ou indisponibilidade), é o fator
mais importante para a análise de viabilidade
econômica (ou custo do ciclo de vida).
• Por não existir no E&P banco de dados de falhas
para sistemas submarinos - principalmente por
serem sistemas novos -, quantitativo de falhas e
experiência suficientes para obtenção e previsão
de dados estatísticos de falhas, foram utilizadas
informações da literatura internacional e dados
obtidos no teste de protótipo do MAC, realizado
no GEBIG/PETROBRAS. Esta consideração é
importante porque o estudo de confiabilidade
objetiva a comparação entre os projetos MSP-1 e
MSP-2.
• As hipóteses citadas foram utilizadas para
simplificação da modelagem por árvores de
falhas. Porém, sempre foi adotada postura
conservativa em relação à alternativa MSP-2, um
sistema pioneiro, e portanto, com poucas
informações disponíveis. Adotou-se, também, a
simplificação em virtude de limitações do
software FTW(9) da Principia.
Foi realizada análise de sensibilidade considerando-se
apenas a variação nas taxas de falhas dos
componentes dos sistemas, parâmetros sobre os quais
se tinha maior incerteza. Adotou-se o critério de
utilizar as taxas de falhas com uma ordem de grandeza
maior - dez vezes maior (chamado de caso as) – do
que as taxas de falhas obtidas da literatura
internacional e do teste do protótipo.
As tabelas V e VI e as figuras 5 e 6 apresentadas, são
ilustrações dos resultados obtidos.
*MSP-1a *MSP-2a **MSP-1as **MSP-2as
-03 -03 -02
6.135 x 10 4.004 x 10 6.052 x 10 3.862 x 10-02
0.993865 0.995996 0.939480 0.961380
0.03245 0.07307 0.3201 0.7048
103
 TABELA VI
CUSTO DO CICLO DE VIDA (CCV) COM OS CASOS A E AS
TABLE VI
LIFE CYCLE COST (LCC) WITH CASES A AND AS
Alternativa *MSP-1a *MSP-2a **MSP-1as **MSP-2as
-03
Indisponibilidade Média 6.135 x 10 4.004 x 10-03 6.052 x 10-02 3.862 x 10-02
Custo do Ciclo de Vida (CCV) (US$) 20,981,808.00 15,706,710.00 105,733,105.00 65,043,257.00
* a - atual - valores calculados considerando-se as taxas de falhas obtidas na literatura internacional e no teste do
protótipo que foi realizado no GEBIG/PETROBRAS.
** as - simulação - valores calculados considerando-se que as taxas de falhas dos componentes de cada alternativa são
uma ordem de grandeza maior (chamado de caso as) do que as taxas de falhas obtidas na literatura internacional e nos
testes de protótipo do caso a.

Fig. 5 - Indisponibilidade média. ( A )

Fig.5 – Average unavailability ( A )

Fig.6 - Número esperado de intervenções (1/ano)

Fig.6. – Expected number of interventions (1/year).

104 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
Verifica-se que do ponto de vista de confiabilidade,
ou melhor, indisponibilidade média (ou
disponibilidade média) e número esperado de
intervenções, e também quanto ao custo do ciclo de
vida, o MSP-2 é sempre melhor do que o MSP-1.
6.2. Análise do Custo do Ciclo de Vida
Verifica-se que, do ponto de vista do custo de
investimento (CINV), e também quanto ao custo do
Fig. 7 - Custo de investimento (valor presente).
Fig.7 – Investiment cost (present value).
Fig. 8 - Custo do ciclo de vida (valor presente).
Fig.8 – Life cycle cost (present value).
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998
ciclo de vida (CCV), os valores obtidos para o MSP-2
são menores do que os valores do MSP-1. Isto pode
ser verificado nas figuras de 7 a 12. Além disso, de
acordo com as figuras de 8 e 12, as parcelas de
custos de aquisição do sistema (CAS), custo do
suporte da vida (CSV) e custo da indisponibilidade
da vida (CIV) do MSP-2 são menores do que as
parcelas do MSP-1.
105
Fig.9 - Indisponibilidade média ( A ).
Fig.9 – Average unavailability versus life cicle cost (LCC) in cases a and as.

Fig.10 - Número esperado de intervenções (1/ano).

Fig.10 – Expected number of interventions (1/year).

Fig.11 - Custo de investimento (valor presente).

Fig.11 – Investiment cost (present value).
106 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
Fig.12 - Custo do ciclo de vida (valor presente).
Fig.12 – Life cycle cost (present value).

Fig.13 - Indisponibilidade média versus custo do ciclo de vida (CCV) com os casos a e as.
Fig.13 – Average unavailability versus life cycle cost (LCC) in cases a and as.

Obs: as -simulação - valores calculados considerando que as as taxas de falhas dos componentes de cada alternativa são uma
ordem de grandeza maior (10 vezes maior - chamado de caso as) do que as taxas de falhas obtidas da literatura internacional e
dos testes de protótipo realizados no GEBIG/PETROBRAS (caso a).

Outra análise importante é a verificada no gráfico da custo do ciclo de vida com os casos a e as. Observa-se
figura 13, que combina a indisponibilidade média e o que a variação da indisponibilidade média
(diminuição) é maior para o MSP-2 do que para o (aumento) é maior para o MSP-1 do que para o
MSP-1; a variação do custo do ciclo de vida MSP-2. Porém, para o MSP-2, quanto ao parâmetro
Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111 jul./dez. 1998 107
indisponibilidade média, considerando o caso as -
difícil de acontecer por ser uma hipótese muito
pessimista - atingiria o valor de 3.862 x 10-02. Para o
MSP-1, atingiria o valor de 6.052 x 10 -02 . Verifica-
se ainda que, para valores de CCV até
US$ 35,000,000.00 e indisponibilidade média de
até 9.500 x 10 -03 (ponto de intersecção das curvas
da figura 13), o MSP-2 é melhor do que o MSP-1.
Para valores maiores de CCV e de
indisponibilidade média, o MSP-1 é melhor do que
o MSP-2. Nesta segunda faixa, os valores de
indisponibilidade média começam a ficar
inseguros (da ordem de 0.1). Quanto ao custo do
ciclo de vida o lucro líquido entre o MSP-1 e
MSP-2 para o caso a é de US $ 4,275,098.00
(valor mais provável, computado ao longo dos 20
anos de vida do projeto, utilizando taxas de falhas
obtidas da literatura internacional e do teste do
protótipo MAC); para o caso as o lucro líquido é
de US$ 40,689,848.00.
Para validação deste estudo é recomendável o
acompanhamento do comportamento do desempenho
dos manifolds fabricados e instalados na Bacia de
Campos, com monitoração dos dados de falhas. Além
disso, no caso do MSP-2, observa-se a viabilidade -
porque existe um lucro líquido de US $ 4,275,098.00
(valor presente) em relação ao MSP-1 - de fazer teste
de confiabilidade (acelerados) em laboratórios
renomados de partes do manifold para simulação de
comportamento da vida, principalmente dos
componentes com inovação tecnológica.
Recomenda-se, ainda, a criação de bancos de dados de
falhas de sistemas submarinos devido a sua
importância para a PETROBRAS (pioneira no mundo
na exploração em águas profundas). Particularmente,
no caso dos manifolds, pode-se fazer o
acompanhamento do comportamento da modelagem
que foi realizada com a situação real, e, se for o caso,
proceder aos ajustes necessários.

7. CONCLUSÕES

Concluiu-se que a alternativa MSP-2 (manifold com

acionamento compartilhado) é superior ao MSP-1
(manifold tradicional), e economicamente viável.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) INTERNATIONAL ELETROTECHNICAL COMMISSION Reliability and maintainability management.. Geneve :

Bureau Central de la Commission Eletrotechnique Internationale, 1984. 19 p.(IEC 300).

(2) LYDERSEN, S., AARO, R. Life cycle cost prediction handbook: computer-based process safety systems. Trondheim:
Selskapet for Industriell og Teknisk Forsking, 1989. 47 p. (SYNTEF Report STF 75 A 89024).

(3) DET NORSKE VERITAS. Off-shore reliability data handbook. 2ª ed. Hovik, 1992. 614 p. (OREDA 92).

(4) PRINCIPIA ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE. Master guide Rio de Janeiro, 1995. 129 p.

(5) BAUGH, B. F. Predictive risk analisys for subsea and floating production systems,. In: AMERICAN SOCIETY OF
MECHANICAL ENGINEERS. ENERGY SOURCES TECHNOLOGY CONFERENCE AND EXHIBITION, 10.,
1987, Dallas. Offshore and artic operations symposium. New York: American Society of Mechanical Engineers, 1987.
p. 1-13.

(6) DET NORSKE VERITAS. Fault tree calculation and failure mode and effect analisys (FMEA) on subsea control system
hercules project. Hovik, 1995. 1 v. (report 95-3598).

(7) DET NORSKE VERITAS. TECHNICA LIBRARY. Component failure-rate data with potential applicability to a nuclear
fuel reprocessing plant. Aberdeen, 1982. 1 v. (DP-1633).

(8) Ensaios de confiabilidade. Rio de Janeiro, PETROBRAS/SUPEN/ASTEM, 1966. 3 p. Relatório interno.

(9) PRINCIPIA ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE. FTW: manual do usuário. Rio de Janeiro, 1995. 1 v.

108 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
BIBLIOGRAFIA
HENLEY, E. J., KUNAMOTO, H. Reliability engineering and risk assessment. Englewood Clifs: Prentice Hall, 1981. 568 p.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Coordenação dos Programas de Pós-graduação em Engenharia.

Introdução à análise de segurança por árvore de falhas. Rio de Janeiro: PETROBRAS 1985.

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 ANEXO I

MSP-1

110 Bol. téc. PETROBRAS, Rio de Janeiro, 41 (3/4): 94-111, jul./dez. 1998
 ANEXO II

MSP-2

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