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Este documento discute as problemáticas no estudo das fontes da Antiguidade Clássica. O autor destaca a importância da filologia e as dificuldades no processo de análise das fontes literárias. Ele argumenta que, embora fictícias, estas fontes refletem suas épocas e podem fornecer informações históricas, desde que analisadas criticamente devido à tendência da intertextualidade e reinvenção de histórias.
Descrizione originale:
Ensaio sobre o texto do Professor Doutor Nuno Simões Rodrigues, sobre as problemáticas que surgem aquando o estudo das fontes clássicas.
Este documento discute as problemáticas no estudo das fontes da Antiguidade Clássica. O autor destaca a importância da filologia e as dificuldades no processo de análise das fontes literárias. Ele argumenta que, embora fictícias, estas fontes refletem suas épocas e podem fornecer informações históricas, desde que analisadas criticamente devido à tendência da intertextualidade e reinvenção de histórias.
Este documento discute as problemáticas no estudo das fontes da Antiguidade Clássica. O autor destaca a importância da filologia e as dificuldades no processo de análise das fontes literárias. Ele argumenta que, embora fictícias, estas fontes refletem suas épocas e podem fornecer informações históricas, desde que analisadas criticamente devido à tendência da intertextualidade e reinvenção de histórias.
ANTIGUIDADE CLSSICA Rumos e Escrita da Histria, Nuno Simes Rodrigues
Rodrigo Manuel Gregrio Rodrigues
Rumos e Escrita da Histria. Estudos em Homenagem a A. A. Marques de Almeida, Lisboa, Edies Colibri, 2006, pp. 643-659
O texto em anlise uma reflexo sobre as problemticas inerentes ao estudo das
fontes da Antiguidade Clssica. Nuno Simes Rodrigues, neste seu trabalho, d realce importncia da Filologia como cincia que estuda a historiografia e todas as dificuldade que vo surgindo ao longo de todo o processo de anlise. O autor, no seu texto, utiliza como exemplo, para o desenvolvimento da temtica, todos os gneros literrios, deixando os restantes tipos de fontes de fora, o que comea por ser uma deciso inteligente, uma vez que neles que podemos encontrar a maior parte da informao sobre as sociedades clssicas. Assim, afirma que o seu objetivo mostrar ao leitor uma reflexo sobre as problemticas e as dificuldades que um Historiador que se debruce sobre a Histria da Antiguidade Clssica tem que enfrentar. O autor comea, assim, por nos interrogar sobre o contributo que os vrios autores Gregos e Romanos possam trazer para aumentar, ou at mesmo credibilizar o conhecimento que dizemos ter sobre os povos clssicos. Depressa Nuno Simes Rodrigues se prope a responder a esta pergunta, assim como a tantas outras que colocou ao longo do seu trabalho o que deixa o leitor confiante nas palavras que vai lendo, persuadindo-nos assim pelo ethos que, mesmo sendo uma caracterstica de um orador, no deixa de ser representado na escrita do mesmo. Assim, afirma e com muita verdade, que no podemos descartar ou descredibilizar os documentos literrios por serem uma construo fictcia, uma vez que o individuo sempre fruto do seu passado e da sua poca e, como tal, toda a criao consequncia da sua vivncia (p.644). Para comprovar o que acabara de dizer, recorre aos Poemas Homricos e s tragdias gregas, o que no nos deixa de todo espantados porque o uso destes textos como exemplos para a literatura fictcia clssica exaustivamente regular. Assim esclarece-nos sobre as obras e como estas esto assentes em alicerces da vida real da poca clssica. Saindo da literatura fingida sustentada pelo real, Nuno Simes Rodrigues, faz referncia agora a outro gnero de literatura clssica: escrita Histrica, qual o autor no atribui grande credibilidade. Deste modo diz-nos que a escrita de Herdoto facilmente refutada, uma vez que no passa de pequenas historietas que do corpo a digresses disseminadas por toda a obra (p. 644), uma afirmao que, e como j nos habituou o autor, logo sustentada por um exemplo: a histria do msico de Aron. O exemplo escolhido , de facto, esclarecedor uma vez que nos mostra o relato de acontecimentos impossveis num texto que deveria estar a retratar o real. Que historiografia esta? Que validade tm as suas informaes e anlises para o historiador contemporneo da Antiguidade Clssica?, assim prossegue o autor com o seu trabalho, colocando-nos duas questes importantes referentes ao assunto tratado anteriormente. Para lhes dar resposta mostra-nos vrios exemplos, donde surge uma nova problemtica: a intertextualidade dos textos gregos e romanos. Aqui o autor mostra-nos, realmente, a tendncia que existe para o reaproveitamento de histria antigas para fazer novas. Mas a problemtica aqui impe-se quando estas novas tramas criadas querem-se fazer passar por historiografia, assim, para justificar a existncia desta questo, Nuno Simes Rodrigues, fala-nos de variadssimas histrias, como por exemplo a semelhana existente 1 entre os tringulos amorosos Cludio, Messalina e Slio e Hefesto, Afrodite e Ares. Nas consideraes finais do seu trabalho, o autor resume tudo o que outrora havia dito, concluindo, assim, que qualquer historiador que trabalho com as fontes de teor literrio do perodo Clssico tem de estar consciente do trabalho que est realizar, porque, e como vamos vendo ao longo da leitura, muitas so as problemticas inerentes investigao destes materiais. Contudo, afirma que no devemos de qualquer modo descartar este tipo de fontes porque Tudo pode ser fonte histrica. Na verdade, dadas as suas caractersticas intrnsecas, os prprios historiadores antigos se tornaram, eles prprios e as suas obras, objetos de estudo historiogrfico (p.659). Com este texto ficamos de uma forma positiva a perceber, realmente, as problemticas e as dificuldades inerentes ao trabalho de um historiador da poca clssica quando se centra na rea da Filologia. Nada seria to esclarecedor se Nuno Simes Rodrigues no escrevesse de uma forma to pragmtica e clara, utilizando um simples, mas eficaz mtodo de perguntas e respostas.
Para que todos entendais. Poesia atribuída a Gregório de Matos e Guerra - Vol. 5: Letrados, manuscritura, retórica, autoria, obra e público na Bahia dos séculos XVII e XVIII