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c) Princípio da primazia da realidade: Uma das idéias básicas que permeiam o direito do
trabalho é a da informalidade. O legislador foi absolutamente fiel a essa diretriz, ao
proclamar a consensualidade do contrato de trabalho (art.442 da CLT) e se socorrer de
formalidade apenas quando indispensáveis à configuração de exceções às regras do
contrato mínimo, este sempre mais favorável ao trabalhador.
Da consensualidade natural do contrato de trabalho resulta a prevalência dos fatos,
sempre que estes estiverem em discordância com os registros em documentos ou acordos.
O princípio da primazia da realidade também acaba por ser um desdobramento do princípio
da primazia da proteção porque o trabalhador sempre sai beneficiado, quer pela facilitação
da prova de suas alegações (a realidade se demonstra através de qualquer meio idôneo),
quer pela ineficácia dos registros desconformes com a situação de fato mais favorável. A
norma impregnada desse principio está consubstanciada no art. 456 da CLT.
d) Princípio da continuidade: A dependência dos sujeitos no contrato de trabalho é
recíproca, embora a qualidade dessa dependência seja distinta (para o empregado, o
emprego é essencial, garantidor da subsistência; para o empregador, a força de trabalho do
empregado é necessária como fator componente do funcionamento da empresa. O
empregador tem certeza de contar com a força de trabalho a ser entregue pelo empregado,
este tem a certeza de receber daquele a fonte de sua subsistência, expressa no salário. Daí a
natural perenidade da relação de emprego, traduzida no trato sucessivo do contrato de
trabalho. Acrescente-se o valor-trabalho, quer como meio de realização do homem, quer
como fator de progresso da humanidade.
A função social da empresa tem sido apregoada desde as primeiras discussões em
torno da luta de classes. Nesse contexto, a empresa tem no regime de economia capitalista,
a função social de dar emprego. Tudo que vise à conservação da fonte de trabalho, a dar
segurança ao trabalhador, constitui não apenas um beneficio para ele, enquanto lhe
transmite uma sensação de tranqüilidade, mas também redunda em beneficio da própria
empresa e, através dela, da sociedade. O contrato de trabalho tende a permanecer
indefinidamente no tempo, quer para atender às necessidades mais imediatas e prementes
do empregado e do empregador, quer porque interessa, ao progresso e a paz social, a sua
manutenção.
f) Princípio da boa-fé: Leva a exigir do trabalhador que se empenhe com toda sua
capacidade e diligência na execução das tarefas que lhe forem determinadas e que o
empregador se apreste em fornecer todos os meios necessários ao desenvolvimento da
atividade produtiva e cumprir rigorosamente suas obrigações contratuais. Fere o princípio
da boa-fé o empregado que pratica ato de improbidade, é mal procedido, exerce
concorrência desleal com o empregador, divulga segredos legítimos da empresa, ofende
física e moralmente o empregador. O mesmo se diz do empregador que desrespeita os
direitos de autoria e imagem de seu empregado, recusa-lhe, caprichosamente, referências
abonatórias, sonega-lhe direitos contratuais, ofende-o moral ou fisicamente, submete-o a
situação de constrangimento, o induz a praticar atos em detrimento de direitos já
adquiridos, etc.