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4ª AULA

PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO

O princípio é a regra não escrita, diretriz intuitivamente introjetada no grupo social


e, explícita ou implicitamente, no ordenamento jurídico. Segundo Américo Plá Rodrigues
os princípios são “linhas diretrizes que informam algumas normas e inspiram direta ou
indiretamente uma série de soluções pelo que, podem servir para promover e embasar a
aprovação de novas normas, orientar a interpretação das existentes e resolver os casos não
previstos”.

Os princípios tem três funções básicas:


1) Para o legislador informam a criação de norma, devem criar a lei de acordo com os
princípios (função informadora).
2) Para o interprete e o operador do direito, orientam a compreensão da norma existente
(função interpretadora).
3) Eventualmente assumem o papel de fonte integradora da lacuna da norma. Servem para
solucionar o caso em concreto (função integradora).

Assim, os princípios são garantia de coerência do ordenamento jurídico e, quando


identificados com elo comum a determinado conjunto de normas, determinam a autonomia
desse conjunto, concedendo-lhe fisionomia própria.

# Princípios Constitucionais do Direito do Trabalho

A constituição brasileira deixa clara a prevalência dos direitos sociais em relação


aos direitos individuais. A dignidade da pessoa humana é o valor preponderante. No
pressuposto de decorrer o Estado da existência (prévia) de que um povo, o valor da
dignidade da pessoa humana não é apenas do Estado, mas da sociedade que nela se
organiza e que dele deve exigir a consecução de uma política tendente a preservar e
respeitar o valor fundamental. Para José Gomes Canotilho “a república é a organização que
serve ao homem, não é o homem que serve aos aparelhos políticos organizatórios”, onde há
o expresso reconhecimento da dignidade da pessoa humana.
A igualdade apontada no direito do trabalho projeta-se da percepção da dignidade
intrínseca ao trabalhador, pessoa humana. A desigualdade econômica que deixa o
empregado a mercê do empregador, é fator de profunda indignidade, a busca dessa
desigualdade, de alcançar uma igualdade verdadeira é a busca da realização da dignidade da
pessoa humana.

# Princípios do Direito do Trabalho

A realidade histórica consagra o direito do trabalho como instrumento eleito pelo


Estado como forma de garantir direitos mínimos à classe trabalhadora, através de
imposição de limites à exploração da força de trabalho. Independente da discussão em
termos da ideologia de Estado, o princípio da proteção, pelo qual se compensa a
inferioridade econômica do trabalhador com tratamento legal privilegiado, expressa a
ideologia do Direito do Trabalho.
Assim, passamos a compreender alguns princípios do Direito do Trabalho:

a) Princípio da Proteção: Enquanto no direito comum há um constante preocupação em


assegurar a igualdade jurídica dos contratantes, no direito do trabalho a preocupação central
é a de proteger um das partes na busca de uma igualdade substancial. Esse princípio traduz
a premissa de que se deve favorecer aquele a quem se pretende proteger.
A partir da percepção do valor de igualdade, o direito do trabalho adota um
princípio compensador de desigualdade (de proteção), consagrando um favorecimento do
trabalhador, sujeito mais fraco na relação com o capital. A lei trata desigualmente os
desiguais, privilegiando o trabalhador, no plano formal. Busca desta forma a compensação
da desigualdade substancial entre ele e o empregador, no plano econômico.
As normas de Direito do Trabalho instrumentalizam o princípio protetivo,
estabelecendo presunções favoráveis ao trabalhador. Exemplo disso, é se empregado vem a
praticar atos que possam vir em detrimento que o fez sob coação ou induzimento em erro,
de plano comina em nulidade tais atos, conforme artigo 9º e 468 da CLT.
b) Princípio da irrenunciabilidade: A premência do empregado, a necessidade de prover
subsistência, a disputa no mercado de trabalho, a desinformação, a própria vulnerabilidade
decorrente da inferioridade hierárquica em relação ao empregador tornaria o trabalhador
alvo fácil de atos de renuncia e avenças lesivas. Daí a natureza publicista das normas que
tutelam a relação de emprego, consubstanciadas no contrato mínimo legal, indisponível,
portanto irrenunciável.
A definição clássica da irrenunciabilidade, impossibilidade jurídica (do trabalhador)
de privar-se voluntariamente de uma ou mais vantagens concedidas pelo direito trabalhista
em beneficio próprio, expressa uma vedação ao ato voluntário de desligamento ou de
abandono de um direito.
É na limitação da autonomia individual que o Estado encontra o maior remédio para
proteger o trabalho e, em conseqüência, a liberdade e a dignidade do seu prestador. Essa
razão da necessidade da preservação do contrato mínimo legal indisponível,
independentemente da força emergente da organização coletiva, que, diante da
progressividade do direito social, deve atuar, preferencialmente na busca de melhorar ou
ampliar as condições mínimas de trabalho garantidas na lei para todo o trabalhador.

c) Princípio da primazia da realidade: Uma das idéias básicas que permeiam o direito do
trabalho é a da informalidade. O legislador foi absolutamente fiel a essa diretriz, ao
proclamar a consensualidade do contrato de trabalho (art.442 da CLT) e se socorrer de
formalidade apenas quando indispensáveis à configuração de exceções às regras do
contrato mínimo, este sempre mais favorável ao trabalhador.
Da consensualidade natural do contrato de trabalho resulta a prevalência dos fatos,
sempre que estes estiverem em discordância com os registros em documentos ou acordos.
O princípio da primazia da realidade também acaba por ser um desdobramento do princípio
da primazia da proteção porque o trabalhador sempre sai beneficiado, quer pela facilitação
da prova de suas alegações (a realidade se demonstra através de qualquer meio idôneo),
quer pela ineficácia dos registros desconformes com a situação de fato mais favorável. A
norma impregnada desse principio está consubstanciada no art. 456 da CLT.
d) Princípio da continuidade: A dependência dos sujeitos no contrato de trabalho é
recíproca, embora a qualidade dessa dependência seja distinta (para o empregado, o
emprego é essencial, garantidor da subsistência; para o empregador, a força de trabalho do
empregado é necessária como fator componente do funcionamento da empresa. O
empregador tem certeza de contar com a força de trabalho a ser entregue pelo empregado,
este tem a certeza de receber daquele a fonte de sua subsistência, expressa no salário. Daí a
natural perenidade da relação de emprego, traduzida no trato sucessivo do contrato de
trabalho. Acrescente-se o valor-trabalho, quer como meio de realização do homem, quer
como fator de progresso da humanidade.
A função social da empresa tem sido apregoada desde as primeiras discussões em
torno da luta de classes. Nesse contexto, a empresa tem no regime de economia capitalista,
a função social de dar emprego. Tudo que vise à conservação da fonte de trabalho, a dar
segurança ao trabalhador, constitui não apenas um beneficio para ele, enquanto lhe
transmite uma sensação de tranqüilidade, mas também redunda em beneficio da própria
empresa e, através dela, da sociedade. O contrato de trabalho tende a permanecer
indefinidamente no tempo, quer para atender às necessidades mais imediatas e prementes
do empregado e do empregador, quer porque interessa, ao progresso e a paz social, a sua
manutenção.

Diretrizes informadoras a partir da sistematização de Plá Rodrigues:

- A regra é a do contrato a prazo indeterminado, pois os contratos a prazo determinado são


admitidos excepcionalmente (art.443 da CLT).
- Mantida a atividade econômica, a alteração da estrutura jurídica ou na propriedade da
empresa não afeta os contratos de trabalho em curso (art. 10 e 448 da CLT).

e) Princípio da razoabilidade: constitui o contrapeso necessário do princípio da proteção,


uma espécie de seu redutor ou de fator de contenção. Há intima correlação entre o que é
razoável e o que é real, entrelaçando-se noções apropriadas não só ao principio da
razoabilidade, como ao da primazia da realidade. É razoável admitir a existência da relação
de emprego, mesmo que exista um contrato de sociedade.
A consolidação das Leis do Trabalho assimilou expressamente esse principio ao
cuidar do salário-utilidade, em seu art. 458, parágrafo 1º. Da mesma forma, ao estabelecer a
presunção de que, na falta de estipulação expressa no contrato, o empregado obrigou-se a
todo e qualquer serviço compatível com sua condição pessoal (art. 456, parágrafo único).

f) Princípio da boa-fé: Leva a exigir do trabalhador que se empenhe com toda sua
capacidade e diligência na execução das tarefas que lhe forem determinadas e que o
empregador se apreste em fornecer todos os meios necessários ao desenvolvimento da
atividade produtiva e cumprir rigorosamente suas obrigações contratuais. Fere o princípio
da boa-fé o empregado que pratica ato de improbidade, é mal procedido, exerce
concorrência desleal com o empregador, divulga segredos legítimos da empresa, ofende
física e moralmente o empregador. O mesmo se diz do empregador que desrespeita os
direitos de autoria e imagem de seu empregado, recusa-lhe, caprichosamente, referências
abonatórias, sonega-lhe direitos contratuais, ofende-o moral ou fisicamente, submete-o a
situação de constrangimento, o induz a praticar atos em detrimento de direitos já
adquiridos, etc.

g) Princípio da Autodeterminação Coletiva: O direito do trabalho é a única das


disciplinas jurídicas em que as relações jurídicas se estabelecem, sistematicamente, em dois
planos distintos, porém vinculados: no plano coletivo, onde o objetivo é a obtenção de
normas disciplinadoras de trabalho; no plano individual, onde se desenvolvem,
concretamente, as relações de trabalho.
As relações coletivas não envolvem diretamente os indivíduos, mas coletividades
abstratas, as chamadas categorias profissionais (de empregados) e econômicas (de
empregadores), representadas nas relações entre si, pelos respectivos sindicatos. Dessas
relações resultam normas e condições de trabalho, obtido no contrato coletivo de trabalho,
que vão disciplinar a relação de emprego, consubstanciada no contrato individual de
trabalho.
A vontade coletiva vincula as vontades individuais, em ambos os pólos da relação
de emprego, resultando assim em algumas conseqüências:
- a auto-regulamentação provinda dos contratos coletivos é vinculativa para os contratos
individuais. Integra o elenco do contrato mínimo (art.444 da CLT), sendo irrenunciável,
pelo individuo empregado, enquanto vigente.
- Há submissão dos interesses do trabalhador-individuo aos interesses de sua categoria
profissional. Dessa sorte, teoricamente, um trabalhador pode ser prejudicado concretamente
diante transação no plano coletivo que for considerada vantajosa para sua categoria
profissional. É, contudo, importantíssimo, ressalvar: a negociação coletiva não atinge, nem
reverte, direitos adquiridos no contrato individual, inclusive os instituídos unilateralmente
pelo empregador, em regulamentos da empresa.
- É possível a flexibilização de direitos garantidos na lei através do exercício da autonomia
coletiva. Em determinados casos, a norma contempladora de direitos, cuja transação é
vedada no plano individual, dela cogita no plano coletivo, criando uma espécie de válvula
de escape (art.462 da CLT). Contudo, inexistente tal espaço, os contratos coletivos não
podem suprimir, nem reduzir direitos contemplados na lei. Há que se respeitar a hierarquia
das fontes formais de direito.
Os trabalhadores se auto protegem na organização coletiva e, assim, adquirem
autonomia capaz de qualificá-los a negociar com maior liberdade. No plano das relações
individuais, os trabalhadores são protegidos, daí o pequeno espaço de liberdade para a
negociação concreta com o empregador.

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