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L I TE R A TU R A
A R TE V I S U A L
C IN E M A
Nº01 AGO/SET 2010
A ARTEDEFAZER ARTE
1
“Ninguém precisa dizer que, na verdade, eu não sou tão bom
assim. Mas eu tento ser, o que é tão bom quanto”.
- Gabriel Bá
Editorial:
SOBRE PULSARTE
Quando alguns membros de um grupo literário sentiram necessidade de manifestar-se
em diferentes formas de artes e de divulgar seu trabalho com maior liberdade, criaram o
Selo Pulsarte, que se destinava facilitar a produção de publicações independentes através
da cooperação mútua.
SOBRE FANZINE
Há pessoas que recebem a arte em suas vidas como mero passatempo. Há outras que
sonham em viver pela arte; sonham em viver a arte. Escrever um livro. Pintar uma tela.
Gravar um CD. Criar uma história em quadrinhos. No entanto, quantos álbuns
revolucionários nunca foram gravados! Quantas histórias em quadrinhos nunca foram
ilustradas! Quantos clássicos da literatura foram esquecidos no fundo de uma gaveta...
Hoje, porém, com o advento da Internet e de outros meios de divulgação, muitos viram
seus sonhos se materializarem, criarem asas: Blogs, fotologs, comunidades literárias e
artísticas, periódicos, antologias e é claro, Fanzines.
Segundo Wikipédia pai dos burros (o Aurélio hoje é avô), “FANZINE é uma revista
(magaZINE) editada por um fã (do inglês, fan). Engloba todo o tipo de temas, com
especial incidência em histórias em quadrinhos, poesia, música e cinema... em padrões
experimentais”.
Resumindo: fanzine, é um passaporte que dá ao passageiro o direito de pilotar seu
próprio avião. Já divulgamos na Internet... Agora chegou a hora de alçarmos um novo
vôo. Preparem-se para as piruetas!
SOBRE A EPÍGRAFE
A epígrafe acima, é de autoria do talentoso Bá, que juntamente com seu irmão gêmeo
Fabio Moon, criou “10 pãezinhos” – o Fanzine mais bem sucedido do Brasil, e que deu a
eles, a estrutura necessária para tornarem-se os primeiros autores nacionais a receberam o
prêmio Eisner, o Oscar dos quadrinhos.
Portanto essa frase que inaugura nosso Zine serve apropriadamente como mote da
nossa publicação, afinal, o que temos de mais genuíno, de mais valoroso, é justamente a
boa vontade. Então, antes de julgar a ‘qualidade’ de nossos trabalhos, valorize nosso
esforço. Pois se essa publicação tornou-se real, foi à base de sangue, suor, lágrimas e
xerox muito xerox!
– Marcos Roberto Moreira
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A Arte de fazer Arte
O critico de cinema Ricciotto Canudo, publicou em 1923 o “Manifesto das
Sete Artes”, que pela primeira vez, classifica as diferentes formas de expressões
artísticas de acordo com sua linguagem. Como critico de cinema, Canudo via a arte
cinematográfica como a junção das seis artes precedentes. Para entender melhor, veja
a lista das sete artes e o que cada uma representa em termos de expressão humana:
1ª Música (som);
2ª Dança/Coreografia (movimento);
3ª Pintura (cor);
4ª Escultura (volume);
5ª Teatro (representação);
6ª Literatura (palavra);
7ª Cinema (integrando os elementos das seis artes anteriores)
O objetivo de Canudo era de salientar a cinematografia como “expressão
artística máxima”. Por isso ela vinha por ultimo.
Com o tempo, porém, outros tipos de expressões, também consideradas formas
de arte, foram adicionadas ao manifesto:
8ª Fotografia (imagem);
9ª História em Quadrinhos (arte seqüencial)
Embora Canudo tivesse seus próprios objetivos ao criar tal lista, esta serve
como base para um estudo mais apurado de cada expressão artística. E muito pode e
deve ser dito a respeito de cada uma delas. E é o que nós faremos, já que esta
publicação é dedicada acima de tudo à arte, aos artistas que a representam e ao
publico que a prestigia.
Assim, incluiremos no nosso “cardápio”, tanto trabalhos como artigos
dedicados a cada tipo de arte, não deixando de fora é claro, artes marginalizadas –
como o graffiti, por exemplo – e artes digitais – computação gráfica, criação de
games, etc.
A principio, nosso foco de atuação será a região em que vivemos – Mauá e as
cidades circunvizinhas – com o intuito de estimular a criação artística da região. Mas
ficaremos atentos a quaisquer tipos de manifestações artísticas que venham a surgir.
Afinal, esta revista existe pela arte para a arte.
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Lidiane Santana
Licença poética
Limitar a criatividade
por rédeas na arte
seguir moldes
medi-la em centímetros
enfeitar com rimas raras
num ritmo musical
de uma cadência toante dificílima
Oh! Mil metáforas de flor!
Desculpe, senhor
se a rima não é exata
se a retórica não é intacta
se foge o motivo ao habitual
papel de parede de pôr do sol
ou de anjos voando no arrebol
blá, blá , blá e coisa e tal
E se um borrão de tinta
figurar algum barbarismo
e ferir a norma culta da língua
5
Trago em mãos a licença poética
impresa em folha de seda
escrita com letras douradas
com registro e firma assinada
devidamente esquecida e perdoada
Programa
PESO NO ORçamenTO
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10
goiabada
por: Jorge de Barros
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Diários de Bicicleta
Roteiro por Lexy Soares
MÃE:
Eu te ajeitonem que seja na
porrada!
Seq 2 – int – corredor - amanhecendo
Menino baixa a cabeça e continua andando pelo
corredor, indo até a porta
13
Seq 4 – ext – ruas - dia
Vários takes do MENINO andando pelas ruas, em
vários lugares da cidade, em várias horas do dia.
Em alguns takes, ele pedala, em outros, ele
empurra a bicicleta.
MENINO:
Merda! Esqueci de trazer comida...
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O Poeta M edíocre (Poética da M ediocridade)
Jorge de Barros
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D IE T A R A D IC A L !
por MarcosRobertoMoreira
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Éderson Rocha
Sentimento do mundo
Pudesse eu
Falar de amores
Da vida
Ou uma razão qualquer
Que venha a dar sentido
Um impulso, um grito
Um movimento que faz a vida surgir
Pudesse eu
Compor poemas
Rimas de flores
Contemplações, enfim
Não caberia palavra
E nem mesmo saberia
Qual seria a sina
Que esta se esgrima
Entre o sentir e o não sentir
Mas pudesse eu
Falar de flores
De amores
Contemplações
Enfim
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Zaíra
pensar que
passados remotos de árvores
e tardes de sol
abrigava este lugar
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POR: JESIEL GOMES
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Uma Tempestade de Idéias
Mesmo com os sempre-em-alta Comics americanos, e com a recente onda de
Mangás, os autores nacionais de quadrinhos têm ganhado cada dia mais espaço.
Dentre estes, o mauáense Alex Mir tem se destacado como um dos quadrinhista
mais produtivos. Convidamos o artista para um bate-papo sobre essa nova cara dos
quadrinhos nacionais, e sua participação nesse meio.
Segurando um numero de sua revista
Tempestade Cerebral
Que dica você pode dar para quem deseja ingressar no ramo de quadrinhos.
R// Ser persistente e não desistir na primeira dificuldade. Publicar quadrinhos no Brasil é
muito complicado, mas muitos estão aí para provar que é possível. Tem que ter muito
amor à arte (dos quadrinhos).
MRM
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poemarquia
autor: marcos roberto moreira
é deveras perigoso
estabelecer a anarquia
a liberdade, ainda que tardia
contra o que se nos impõem
contra o quê (ou quem )
está disposto a nos deter
somos jovens
temos pressa
de nos afirmar no mundo
correr com nossos próprios pés
viver mil anos por segundo
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