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A gralha e o sabiá disputam quem canta melhor e convidam um burro para ser o juiz. O sabiá canta lindamente e a gralha grita alto. O burro dá razão à gralha porque ela cantava mais alto, mostrando que nem mesmo uma toga faz alguém sábio. A fábula critica decisões tomadas sem entendimento.
A gralha e o sabiá disputam quem canta melhor e convidam um burro para ser o juiz. O sabiá canta lindamente e a gralha grita alto. O burro dá razão à gralha porque ela cantava mais alto, mostrando que nem mesmo uma toga faz alguém sábio. A fábula critica decisões tomadas sem entendimento.
A gralha e o sabiá disputam quem canta melhor e convidam um burro para ser o juiz. O sabiá canta lindamente e a gralha grita alto. O burro dá razão à gralha porque ela cantava mais alto, mostrando que nem mesmo uma toga faz alguém sábio. A fábula critica decisões tomadas sem entendimento.
Para quem aprecia o senso de humor de Monteiro Lobato eis uma
pequena fbula intitulada O burro juiz. Nossa recomendao: mesmo sendo togado recomendvel no enfiar a carapua. ____________ Disputava a gralha com o sabi, afirmando que a sua voz valia a dele. Como as outras aves rissem daquela pretenso, a bulhenta matraca de penas, furiosa, disse: Nada de brincadeiras. Isto uma questo muito sria, que deve ser decidida por um juiz. Canta o sabi, canto eu, e a sentena do julgador decidir quem o melhor artista. Topam? Topamos! piaram as aves. Mas quem servir de juiz? Estavam a debater este ponto, quando zurrou um burro. Nem de encomenda! exclamou a gralha. Est l um juiz de primeirssima para julgamento de msica, pois nenhum animal possui maiores orelhas. Convid-mo-lo. Aceitou o burro o juizado e veio postar-se no centro da roda. Vamos l, comecem! ordenou ele. O sabi deu um pulinho, abriu o bico e cantou. Cantou como s cantam sabis, garganteando os trinos mais melodiosos e lmpidos. Uma pura maravilha, que deixou mergulhado em xtase o auditrio em peso. Agora eu! disse a gralha, dando um passo frente. E abrindo a bicanca matraqueou uma grita de romper os ouvidos aos prprios surdos. Terminada a justa, o meritssimo juiz deu a sentena: Dou ganho de causa excelentssima senhora dona Gralha, porque canta muito mais forte que mestre sabi. (*) Quem burro nasce, togado ou no, burro morre. (*) A condenao de Monteiro Lobato a uma pena de priso pelo Tribunal de Segurana Nacional em 1941 confirmou essa velha fbula. A sentena deu a razo ao que cantava mais forte... Fonte: De Fbulas, in Obras Completas de Monteiro Lobato, Vol. 15, 17 edio, 1969. Editora Brasiliense.