Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
TRANSPETRO
MATRICULA 178
2007
2
2007
3
SUMÁRIO
2. JUSTIFICATIVA
3. INTRODUÇÃO
6. HORAS
7. FIRMAS CONTRATADAS.............................................................................. 55
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 60
ANEXOS
ANEXO L – Trabalho, com, que foi iniciado sobre a água de bordo na intenção,
5
11. Atingir maior número de metas concluídas no trabalho. Sendo que tudo
concluído verdadeiramente e registrado por quem executou a tarefa e
supervisionado pelo superior imediato. Através do ponto.
17. Todo esse simples mudar, essa pequena diferença, dessas simples
computação vai melhorar consideravelmente a produção e a satisfação,
principalmente dos melhores profissionais. Os verdadeiros. Através do
ponto.
22. Parar de perder dinheiro com perdas de tempos em cima de faxinas inúteis
e repetitivas devido a culturas retrogradas. O ponto elimina isso
naturalmente.
24. Atualizar procedimentos, ou seja, entrar no séc. XXI de acordo com novos
procedimentos do ponto. Através do ponto.
35. Não deixar o navio pegar, parar para executar tarefas fora do horário. Tudo
será feito antes que dê problemas, pois nós, o profissional tem ciência dos
problemas antes que aconteça. Ter o incentivo de trabalhar antes de pegar.
Através do ponto.
37. Melhora a vida dos que trabalham em cima do código ISPS e simplificá-lo.
Através do ponto.
39. Colocar a vasta e larga experiência de anos e anos de trabalho dos chefes
de máquinas e Imediatos em uso que, devido a fatores diversos, não é
utilizada, que dará tempo para se envolver mais em fainas mais técnicas e
úteis. Através do ponto.
42. Ver tripulantes felizes com cada vez mais com vontade de trabalhar, com
prazer e satisfação e melhorar em qualidade de serviços. Isso com certeza
gera um lucro oculto e absurdo. Se um matemático abstrato calculasse a
soma de perdas ia ser astronômica. Através do ponto.
44. Os chefes de seção a bordo vão ter uma prazerosa tarefa de separar
brigas. Tripulantes vão brigar, discutir para ver quem trabalha mais, quem
vai ter o privilégio de trabalhar depois do horário ou mesmo ficar a bordo
como retem ao invés de ir tomar sua tradicional cachacinha para depois
pegar serviço. Através do ponto.
47. Saber que você, chefe de seção, sua santa mãezinha, até as que já
faleceram, seus filhos, o navio, a empresa não serão mais amaldiçoados
devido à falta de satisfação no sentimento de troca. Através do ponto.
11
51. Acabar com motins e revoltas que ocorrem a bordo, em que a empresa
não toma ciência devido a faxinas brabas que ninguém quer fazer, pois
envolver serviços pesadíssimos e de risco. Os chefes de seção abafam
cedendo aos subalternos sabendo que no íntimo eles tem razão. Já que a
empresa se recusa a ceder essa mão de obra achando que estão
trabalhando com navios de granel sólido. Os resultados só aparecem
quando o navio para. Através do ponto (ANEXO G).
Essas são apenas algumas mudanças de culturas, melhoras que ocorreriam com
a instalação desse “cartão de ponto”, são opiniões de um único homem, imagine
consultando outros tripulantes e pessoas esclarecidas e experientes. Apareceriam
centenas de vantagens. Se alguma parecer repetitivas só parece, mas não são,
pois cada caso é um caso em cada situação específica. Tem que ler, estudar e
entender a proposta onde 90% dos serviços mais fatigantes que é lidar com seres
humanos e colocá-los para andar, vai ser executado por uma máquina através da
filosofia da Satisfação pelo sentimento de troca.”
12
É muito difícil e muito complicado, trabalhar sob pressão, pressão abstrata, ser
ameaçado por papéis e e-mails, sendo que aquilo tudo na verdade não existe,
não é colocado em prática, mas tem poderes ilimitados. A fadiga, o stress, a
ansiedade o sofrimento e a perturbação mental, a depressão os horrores do
mundo do pânico tudo isso embutido no pacote do trabalho com sofrimento. A
vontade de morrer devido a coisas insignificantes, mas com importância de decidir
a vida de um trabalhador (a) tudo num mundo inexistente, virtual que não fede,
não cheira mas detona trabalhador. É como uma bomba atômica mental, dentro
da sua mente, que alguém sem qualquer conhecimento de causa segura o
detonador, fica te apontando, mostrando, você absolvendo aquele elemento e
outro te mostrando o detonador e te apontando. Quero assim, quero assado.
Porque eu sou isso, eu sou aquilo, eu tenho o poder, eu posso, eu faço etc. Esse
elemento mal cheiroso, na sua mente, vai ao longo dos anos vazando, vazando,
bem devagarzinho e te contaminando aos poucos. Um, dois, sete, doze... anos.
Até que buuuuum. É como eu me sinto agora por ter de estar subordinado a
burocratas mentais dos que adoram papeis virtuais, inúteis e que dificultam o
nosso trabalho real e prático. Esses burocratas virtuais premiam, elogiam os
iguais a eles que não produzem, não dão resultados e que enganam e são
enganados. Esses adoram serem enganados.
Aos longos dos anos, nós trabalhadores, recebendo essa carga de energia
negativa como se fosse uma contaminação atômica em todo nosso organismo. E,
aí? Vai para casa contaminar a sua família? Criar contenda com os vizinhos? Se
viciar em álcool, tarjas pretas e vermelhas?Ser um mau exemplo? Mas nós
sabemos o que estar por trás disso. A satisfação da vaidade de alguns e a
negativa e resistência de querer mudar, ouvir opiniões e melhorar o ambiente de
trabalho, pois é melhor e muito mais fácil viver no “fantástico mundo virtual de
BOB”.
13
O ponto, esse abençoado ponto, uma solução simples. Muito simples para esses
que gostam de complicar as coisas e se autovalorizar. O cartão de ponto (na
verdade um relógio de ponto eletrônico com sensor biométrico de impressões
digitais que permita a conexão com a rede de bordo e terra – incluindo um
computador normal com teclados para que cada empregado registre as suas
tarefas) poderia fazer com que as pessoas acordassem e abandonasse o “mundo
de BOB”. Adultos brincando de navios petroleiros. Até quando? Até ocorrer um
grande derrame? Outros encalhes? Aí chama fulano, chama Beltrano. Vamos ver
o que está acontecendo. Cadê o gringo? Cadê o dólar para pagar o gringo? PQP
fazer tudo de novo? Agora estamos no séc XXI e talvez eu mesmo ainda esteja
pensando no final do séc. XX. Ou seja, estamos sempre andando, não correndo
atrás do tempo. Poderíamos ao mesmo tentar andar juntos ou, quem sabe passar.
Agora, mudando de assunto, dentro deste prefácio inicial, já vou adiantando que
já sei que muitos lerão este meu trabalho e irão criticar principalmente o conteúdo,
estrutura dizendo: está fora de padrões, falta de ética (mesmo sem saber o que é
ética), como foi feito, e que não deveria ter colocado isso ou aquilo etc... Diferente
dessa maioria eu ficaria muito feliz em aceitar críticas de gregos e troianos e etc.,
Esse ensaio, aqui além de um trabalho de base científica é também um desabafo
e uma informação de como estamos ficando doentes a bordo sendo que,
infelizmente, a grande maioria desses doentes, estão sendo descartados como
lixo por não ter conhecimento da gravidade da enfermidade que carregam devido
às condições em que vivemos a bordo com essas novas exigências, nos últimos
dez anos, e cobranças incluindo a diminuição do cartão de lotação.
Esse cartão de ponto vai diminuir em no mínimo 50% desse estresse devido ao
fortalecimento do EGO de cada um e a diminuição e divisão de fainas e a
eliminação das fainas inúteis. Bem como incentivar as iniciativas que hoje todo
subalterno é fadado à só trabalhar e nunca pensar. Para não ter que aumentar a
pesadíssima carga de trabalho, principalmente entre oficiais, esses também são
os primeiros a impedir que os subalternos pensem e tenham iniciativa já
almejando que qualquer pensamento e criatividade extra, faça que aumente ainda
mais e mais as faxinas que sempre sobram para esses. Infelizmente hoje o nível
14
(Paulo Freire)
COMENTÁRIO COMPLEMENTAR
16
Breno Bidart
O precipício que existe entre a base da pirâmide e o topo é tão grande que não
convém fazer uma ponte. Custa caro. A cultura da hierarquia que acha que o
soldado raso e o sargento não pensam, não criam, não tem idéias e não
produzem, provém da época das cruzadas. Que só a doutrina bastava para o bom
desempenho das tropas. Tropas essas alucinadas e cegas pelas doutrinas inúteis.
Esses pobres coitados enganados “morriam a mingua”. Pereciam de fome, sede e
frio ou mesmo aniquilados pelos concorrentes que queriam a mesma coisa,
dominar a Jerusalém, ficar rico e ter prestígio. Quem sabe um cargo melhor
prestígio, dentro da nobreza (ANEXO I e J)
Essa distância entre o topo e a base ocorre no campo real e não no virtual. Se
houvesse uma maior aproximação o topo aceitasse idéias, discutissem, ouvissem,
debatessem etc. Com certeza teríamos outros resultados. Podem-se ter quantas
idéias quiser, pois a certeza será que elas serão ignoradas. Criam se meios
17
2. JUSTIFICATIVA
(ANEXO C, D,G e H)
enxuto, eliminando outros já existentes. Assim, com o passar dos meses teríamos
uma máquina enxuta.
Nesse meio tempo passei também por uma situação muito chata, entre muitas
outras. Situação essa que é certeza, vivenciada diariamente, em outros lugares,
navios,numa empresa de muitos navios. Precisava fazer uma manutenção no
guindaste de BB, no navio que estava embarcado (N/T Diva). Essa manutenção
era na segurança do mesmo e só poderia ser feita com o eletricista juntamente
com o 1om. Em fim, todos sabem que eletricista trabalha 07:00 às 16:00 h menos
sábados domingos e feriados. E todos sabem também que o 1om assume a
condição de 2om e toda manutenção e operação no seu horário e fora dele entre
outras atribuições do dia a dia e a todo o momento aparece um imprevisto. E que
não folga sábados, domingos e feriados. Sabem também que essa classe de
navios opera às vezes mais de dois portos na semana. Em fim, não consegui
executar a manutenção naquela semana, pois todas as vezes que acabava as
minhas prioridades já eram mais de 17:00 h. Sem contar que depois das 16:00
sempre aparece um imprevisto e principalmente com o navio no porto. Essa falta
de tempo, por não fazer essa manutenção causou uma grande avaria nesse
guindaste que ficou meses sem operar, fora os prejuízos materiais.
Visualizo alguém agora, atrás de uma mesa, no escritório da empresa, que não
está vivenciado a realidade de bordo há muitos anos, dizendo: Poderia ter feito
isso, aquilo, aquele outro. Aí eu colocaria esse assim, aquele assado, segundo
fulano de tal se fizer isso, mais aquilo e seguir aquela prioridade assado, você
com certeza, Eu, Eu, Eu... Etc, etc. O importante que essa condição de uma
satisfação de executar tarefas após o horário convencional levaria a empresa a
ter um lucro incalculável visto que muitos sinistros e paradas “inesperadas” com
certeza não ocorreriam. Hoje só se consegue a união e o trabalho fora do horário
na condição de pegou desce quase todo mundo. Os chefes de seção esperam
essa condição para executar tarefas fora de horário convencional. Assim o navio
21
Acredito que o nosso recalque, tem a ver muito com a falta de capacidade de
executar muitas tarefas ao mesmo tempo. E não ter o controle real dos
subalternos. É como se fosse comprar fiado da venda da esquina da dona
Mariquinha e ela já ciente que não iria receber, podem vender ou não. A bordo, se
fossem consultados, esses, tripulantes seriam unânimes em responder que não
cumprem 90%do que é cobrado e não fazem 50% do que é necessário.
Aplicamos hoje a bordo uma série de procedimentos e afazeres que deram certo
em outros países, outros séculos e não levando em consideração a diversidade
cultural do trabalhador brasileiro e a condição operacional de cada tipo de navio,
no caso, os petroleiros. O trabalhador brasileiro que, apesar dessa diversidade, é
extremamente criativo e “quase indisciplinado” no que diz respeito a cumprir
horário de boa vontade. Faz-me lembrar a incapacidade que o português teve em
escravizar o índio. Conseguiu com o negro, e não com o índio (a condição atual
de se trabalhar depois do horário sem compensação uns aceitam, sem problemas
e outros não) O ser humano por si só evolui e com isso não adianta insistir em
procedimentos, no que diz respeito à hora trabalhada do trabalhador, de 300 ou
mais anos atrás.O que falta hoje é coragem para mudar e se atualizar e vontade
de trabalhar com criatividade.Ter visão do momento e do futuro. (VER ANEXO G)
22
È proibido pensar. É proibido criar, proibido mudar e “pena de morte” para quem
criticar. Infelizmente somos “condenados à morte” por sermos críticos e criativos.
Temos que aceitar idéias de pessoas que não conhecem o chão da fábrica e que
na realidade só copiam dos que já copiaram de outros. Lançam uma pesadíssima
carga de “pseudopensadores adaptados”. O cartão de ponto assimila a nossa
cultura de povo criativo. O pensamento crítico serve para adaptar idéias.
Tínhamos que saber, poder conversar, interagir com diretores, gerentes,
coordenadores chefes em geral com a base da pirâmide. Não fingir que isso
acontece e colocar no papel. Aceitar opiniões, ouvir.
23
3. INTRODUÇÃO
NR 17 – ERGONOMIA
17.1 Esta Norma Regulamentadora visa estabelecer parâmetros que
permitam adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo
de conforto, segurança e desempenho eficiente.
24
Saí, “a toque de caixa”, desse navio, e fui “encomendado” para outro navio, o n/t
Itaperuna, logo comecei a observar outro detalhe: A água. Dei início, nesse meu
impulso idiota, a analisar aqueles garrafões enormes subindo e descendo
escadas nas costas de alguns pobres coitados. Sabe-se que um navio tem suas
dimensões, escadas e dificuldades de acessos. Outro problema de “logística
interna”. (ANEXO L)
achar sempre que ninguém está preparado para ela. Por isso resolvi colocar no
papel uma outra estudada em cima das rotinas de bordo.
Não esquecendo que por estarmos no séc. XXI existem hoje uma infinidade de
equipamentos, super simples, que fazem o mesmo efeito e pode se instalado no
local de uso como corredores cozinhas e praça de máquinas de fácil aquisição no
mercado. São tantos equipamentos, que basta olhar na Internet para se ver o a
nossa falta de informação e vontade de melhorar as condições de bordo. Esses
equipamentos são muito baratos, purifica 99% de uma água que já é de excelente
qualidade.
E não fica por aí, esses tambores armazenados no convés normalmente dezenas
e algumas vezes mais de duzentos tem que ser inspecionado diariamente e
sempre tem um vazando, e agora? Achar esse tambor em meio a dezenas aja
coluna meu amigo e tempo gasto desnecessariamente, que poderia ser aplicado
em outras fainas mais úteis. Não excluindo das faina, é claro, a nossa coluna.
Fora movimentar todos eles para fazer a limpeza do óleo no piso. Só com essa
sábia decisão, de receber esses tambores a granel, podemos ganhar em média
05 dias, no mínimo, de trabalho de um ou mais tripulantes, que vão ser aplicado
em outras fainas. Quem sabe uma manutenção que venha a evitar um acidente
26
Eletrowal, como gosta de ser chamado, filho dessas autoridades que administra
presídios, criado conhecendo o que ocorre no meio, sendo assunto na mesa do
café, almoço e jantar o cotidiano de presidiários. Adorei a sua idéia, sobre uma
nova estrutura de presídio que no futuro, será talvez a maneira mais eficiente de
um criminoso pagar sua dívida com a sociedade e ser aceito novamente com
honra e dignidade no nosso meio. Achei genial.
Uma pessoa condenada a mais de trinta anos de reclusão, segundo Sr. walfredo,
Eu particularmente dez anos já poderia participar. Teria uma maneira mais justa
de pagar a dívida com a sociedade. Eu, Sr. Walfredo e outros sabemos que a
prisão não deve continuar nos moldes de 200, 800, 1600 anos atrás, pois
27
estamos no séc. XXI. Hoje com todo esse desenvolvimento tecnológico não se
justifica o estilo masmorra para pagar os crimes. Assim, não se paga uma dívida,
fica-se, a vida inteira somente dando despesas para o estado, sofrendo, se
tornando um criminoso pior que antes e consumindo os impostos que poderia ser
aplicado em outras áreas. Acredito que as despesas com 01 presidiário dariam
para formar uns dois ou três homens de bem. Na cadeia, o homem não é
recuperado e nem paga a sua dívida para com a sociedade. Sai pior do que
entrou. Eu, como muitos e o próprio Sr. Walfredo, não aceito a pena de morte.
Pelo contrário.
Quero que entendam que ele não vai estar ali obrigado, disputou muito e pediu
par a ir pra esse local.
28
Assim o nosso amigo criminoso, pagou a sua dívida e vai conviver com a
sociedade como um herói e não como um renegado. E terá assistência médica
grátis, no hospital universitário para ele e sua família para o resto da vida que com
certeza será longa e respeitosa. No futuro bem próximo alguém vai ler este
projeto, preferencialmente alunos de faculdades defendendo teses, e vai ver o
nome da nossa empresa como uma das colaboradoras, como funcionários
voluntários e patrocinadores.
Veja bem, a princípio, não ia ser qualquer um que poderia entrar para esse
processo de recuperação voluntário. Esse tipo de recuperação verdadeira o
indivíduo vai passar infinitamente menos tempo enclausurado. Logo estaria solto.
Por isso a disputa para entrar para o plano e, depois de solto receberia uma
pensão do estado de 01 salário mínimo perpetuamente. Já um homem ou mulher
com sua dívida paga perante a sociedade dos males que causara no passado.
29
Essas pessoas ao sair da clausura, seriam com certeza, respeitadas, não seriam
discriminadas e teriam o agradecimento da sociedade.
Bem, foi assim que Sr. Walfredo me contou a sua tese, antes e durante a sua
descrição do campus, apressei-o para que me contasse como seria o molde
desse novo presídio Quando, calmamente ele começou a descrever as
mordomias dos presidiários, pensei: cara de pau, deve ter algum bandido ou
assassino na família ou ser um desses defensores de direitos humanos de
bandido. Que pensa que é o nosso dinheiro? Que governo permitiria um absurdo
desses? Como reagiria a população? Etc.
Agora, não tem nada a ver essa estória com a instalação de cartão de ponto a
bordo de navios da empresa? Engano, o que eu quero provar é que alguns que
eu comento já me disseram, ta doido, vão querer te matar, impossível, não tem
como executar isso a bordo, o sindicato não vai aceitar, vai gastar muito, vai isso
vai aquilo foi o meu pensamento quando o eletricista walfredo começou a
descrever sua idéia numa praça na cidade de Cabedelo.
Este episódio, atualmente fictício, tem muito a ver com o que vou relatar. A
condição da masmorra não recupera ninguém tem que ser algo moderno. Temos
tecnologia e estamos no séc. XXI. Hoje a sociedade cobra mais pelos nossos
erros
As leis vão ter que mudar e os métodos de recuperação também. Veja, já estou
falando de mudança.
No nosso caso, não podemos dizer antes tarde do que nunca, pois podemos
nossa empresa, ser condenados à morte (não é o caso do bandido).
O método de masmorra pode esperar mais uns 100 anos, até lá a humanidade
pode ter sido condenada.
Hoje tanto para ser oficial quanto para ser membro da guarnição ninguém vem
para a profissão obrigado, vem através de um concurso concorrendo com 30, 40
ou mais candidatos por vaga. Vem porque é uma boa opção de emprego e vai ser
recompensado.
Então não tem o porquê de reclamar, vai sair do seu período de embarque e
gozar um bom período em casa.
4. CARTÃO DE PONTO
Sem dúvida alguma, as melhorias sociais, dentro da nossa empresa, foram muito
além das expectativas nos poucos anos de existência. Quem viveu os últimos
vinte anos, de marinha mercante, sabe de que me refiro. Hoje temos o regime
4x2, podemos passar e receber e-mails a bordo, Sky, plano de saúde de
qualidade, aposentadoria privada, o décimo quarto salário referente às férias,
participação nos lucros significativa, ouvidoria, melhor comportamento na
gerência de bordo com relação aos demais tripulantes, assistência à creche,
ensino fundamental, multa pelo atraso do desembarque, enfim, muitas outras
vantagens que uma grande empresa pode oferecer a seus funcionários. Podemos
assim dizer que num espaço curto de tempo, entramos com o pé direito no novo
século. Mas, ficou uma lacuna que deve; O mais urgente possível ser retificada.
No que diz respeito às horas trabalhadas e o comportamento da empresa e
tripulante nesse sentido.
Hoje precisamos mudar e nos atualizar. Viver de acordo com que o mundo cobra.
Na área de RH, referente à contagem de horas, nos navios petroleiros, precisa
vivenciar um “processo de reengenharia” (ver cap 4.2) e mesmo criar um clima
de que nos conscientizemos verdadeiramente do grau de importância e da
gravidade de se trabalhar, hoje, em navios petroleiros. Essa mudança consiste em
buscar a transparência na realidade vivida a bordo sendo que, assim teremos de
sair dos séculos XVIII e XIX, não passar pelo séc. XX, mas, saltar para o XXI já
almejando as condições do século XXII. Viver realmente os nossos mundos
modernos, novos e transparentes no controle de horas trabalhadas e do trabalho
dos tripulantes.
Este tipo cartão de ponto, que proponho, não apenas contabiliza horas normais,
horas depois do horário convencional, extras ou especiais, controla e verifica a
vida do indivíduo que vive no navio petroleiro. Controle severo e rigoroso em
todos os passos e procedimentos é o que pede hoje o mundo em guerra contra o
terrorismo e acidentes ambientais. Além disso, alerta a empresa e administração
de bordo sobre o montante de tarefas inúteis e mesmo a verificação de tarefas
compatíveis com a função e o salário. Como exemplo aquelas burocracias inúteis
e repetitivas, demoradas, dos chefes de seção. E muitas outras que poderiam ser
executadas pelas agências em terra. (ANEXO G)
1808
“O Congresso dos Estados Unidos aprovou leis subseqüentes de
embargo, para cobrir brechas legais na legislação original. A Lei de
Execução (Enforcement Act) (9 de janeiro de 1809) aumentou as
punições para os casos de não-cumprimento da lei, mas não conseguiu
impedir os ataques franceses e britânicos aos navios mercantes dos
Estados Unidos que transportavam produtos para a Europa.
CRONOLOGIA DAS AÇÕES COMERCIAIS DOS ESTADOS UNIDOS
COM RELAÇÃO À POLÍTICA EXTERNA
Perspectívas Econômicas
Revista Eletrônica da USIA Vol. 2, Nº 4, Setembro de 1997
37
A intenção acima não foi citar uma reengenharia, propriamente dita, por isso
coloquei entre aspas: “o processo de reengenharia”. A reengenharia é um
procedimento muito sério aplicado às empresas que da mesma maneira gerou
muitos benefícios, gerou muito desemprego e doenças ocupacionais. Coloquei
entre aspas porque tem de ser feito com muito conhecimento, muito específico e
com muita astúcia porque envolve cultura de séculos além de envolver pessoas
com mais de 40 anos e tempo de empresa. Essa reengenharia específica é como
a aplicação de um antibiótico específico a um vírus ou bactéria específica depois
de esse ser detectado através de exames específicos. Sei que é uma mudança
profunda e radical especificamente a horas trabalhadas. Uma reengenharia
adaptada, a nossa realidade e atualidade e, o termo é certo por ser uma mudança
radical e profunda.
A planilha era muito simples e cfm Paulo fez um programa com botões em que se
entrasse no nome do oficial ou nas datas ter-se-ia todo o histórico dos serviços
executados. Conseguia-se executar sem dar ordens diretas uma quantidade
enorme de tarefas e também cada um tinha o livre arbítrio de escolher quando as
fainas de prioridade ou tinha acabado ou não podiam ser executadas naquele
momento. Foi o trabalho interagido mais perfeito que vi até hoje a bordo.
Isto é para mostrar que esse tipo de ponto dá certo e tem um efeito psicológico
interessante, pois todos gostam de ver seus nomes atrelados a tarefas
executadas.
Esses veriam o porquê de muitas vezes a sua prioridade não ser atendida. Pois
quando fazemos umas coisas, deixamos de fazer outras. Em virtude do
reduzido número de tripulantes. Alguns gerentes batem o pé, fazem birra como
criança quando não ver suas prioridades atendidas. Então com esse sistema isso
não aconteceria mais devido ele ver o que foi executado nos dias em que não
podemos satisfazer as suas necessidades. Devido à operação e manter o navio
navegando deixamos de fazer certas coisas que por certo também são
importantes. Mas a análise das condições do momento só quem está no barco
que sabe. Como haveria uma disposição ou incentivo para se trabalhar depois do
horário quem sabe diminuiria essas birras e desconfianças devido ao aumento de
tarefas executadas.
Esse ponto teria um resumo de cada tarefa, que cada um teria executado. Como
se pode ver a proposta não é apenas bater cartão e cumprir horário. É controle,
incentivo, disputa, ou melhor, algo que nos manteria competindo o tempo todo em
função das tarefas. Jamais alguém terminaria o dia sem cumprir uma gama de
43
tarefas e ter a satisfação de lançar no programa e depois até comparar com a dos
seus colegas de trabalho. Como eu disse acima, já fiz e deu certo.
formas: por aquilo que se possui (crachá, cartão magnético), por aquilo que se
sabe (senha) ou por aquilo que se é, através das características biométrica tais
como íris, voz, impressão digital. Essa última técnica apresenta a vantagem de
usar características únicas, sem a necessidade de o indivíduo possuir objetos ou
memorizar algo.
Algumas fazem a gravação das batidas em cartuchos, que podem ser removidos
e despachados, ou mesmo terem seus arquivos retirados e transferida via
Internet. Tudo vai depender do programa.
Estamos muito atrasados com relação a esses procedimentos. No séc. XXI com a
mão de obra cara e pouca gente para executar tarefas isso não é luxo nem
capricho.
esses iriam executar a bordo. Tudo ficaria muito mais fácil e simples para o
pessoal de bordo. Caso houvesse algum desencontro bordo X terra X oficina. O
comandante ia ter a condição de cancelar a visita da oficina ou do técnico que
viesse a bordo e esse cancelamento automaticamente cancelaria a passagem do
mesmo. Veja quanto aborrecimento ia ser evitado e quanto a empresa deixaria de
gastar com visitas desnecessárias. Muitas vezes o técnico está vindo, o problema
já foi resolvido e ele não pegou ainda o avião para executar a visita. Para o século
atual isso tudo é extremamente simples. “Programas simplerrémos”
48
6. HORAS
Horas normais – Seriam as horas que o tripulante faria no seu horário normal.
Mas tem horas que devem ser adaptadas, por exemplo, nas normas
regulamentadora de segurança e saúde no trabalho aquaviário diz o seguinte:
Horas extras programadas – Estas horas poderiam ter também um valor fixo
pré-determinado de serviços programado com o aval da gerência de bordo
ou de terra para executar tarefas depois do horário, fora à rotina de bordo, a
fim de melhorar a performance do navio. Ex: marinheiros de convés ou
máquinas mais 02 horas para manutenção programada. Ou pilotos e
maquinistas manutenção da área de segurança ou manutenção em
equipamentos da máquina e convés. Muito útil talvez para atender
pendências de vistorias e auditorias quando não concluídas no horário
normal de trabalho.
Sempre essas batatas quentes ficam nas mãos dos que estão a bordo. Existem
casos tão críticos que o comando tem que desembarcar sem substituto para que
não venha ocorrer mal maior. Outros procuram, no desespero médico, para o
desembarque. Agora tem aqueles que zelam pelo seu emprego e ficam até o
último momento, esses são os mais prejudicados no seu efeito psicológico. Não
precisa ser profissional da medicina para ver como esses tripulantes ficam na sua
fisionomia e no seu comportamento.
Coloque agora, a partir do momento em que este vence o seu período, suas
horas trabalhadas normais em horas extras a 50% e observe sua fisionomia e seu
comportamento no dia do vencimento de seu período. Faça uma compensação na
sua folga etc. Com certeza, se fosse assim a empresa se empenharia mais,
investiria na formação de profissionais, para não chegar na hora dar a resposta
que não tem.
51
Ninguém. Esse é um problema que pode ser resolvido e essas horas a 50% faria
com que não tivéssemos esse tipo de problema a bordo. Raramente um tripulante
ia ficar insatisfeito e mais raramente ainda receberíamos este tipo de resposta,
pois alguém em terra estaria encarregado de preparar e formar profissionais a
contento para que isso não acontecesse com tanta freqüência, ou melhor, para
deixar de ser rotina.
A formula ideal é quando ocorre algo anormal, algo prejudicial ao sistema, quem
resolve, quem assume ganha e quem atrapalha e tumultua perde.
Horas extras do repouso – (já é paga fixa como repouso remunerado) – É outra
se cumprida seria de importância para manutenção dos 2/3 a bordo. Estas horas
são de extrema importância, principalmente em navios que opera muito em
portos. O descanso remunerado já existe como pagamento fixo basta adaptá-lo. É
outro que pouquíssimos cumprem. Sei de raros comandantes que se sujeitam a
desgastante, estafante e aborrecida tarefa de cobrar de alguns tripulantes, que
lidam com a carga e descarga, a chegada de 04 horas antes de assumir o serviço
de quarto. Os comandantes Walter Simões e Lisboa (informações de outros
navios) são alguns que tentam cumprir esta árdua tarefa. O que mais vemos a
bordo é o tripulante chegar de terra, já em cima da hora, ou, muitas vezes,
atrasada. Outra sem condições de assumir o serviço. Se coloque no lugar de
quem vai passar o serviço. Como fica aqueles minutos e horas a mais do que vai
sair de serviço. A sua dedicação? A sua competência? Sua atenção? O seu
estado psicológico é visível na sua feição. Principalmente por estar sendo lesado
no seu direito de ir e vir e descanso. Então fica claro que é prejudicial para o bom
andamento do serviço tanto o que chega atrasado cansado quanto o que fica
cobrindo o atraso, além de cansado chateado. Agora, se a partir daquele
momento o tripulante que não veio fazer a rendição parar de receber essas horas
e o que ficou operando começar a receber horas extras nas conformidades da lei,
garanto que o estado do tripulante prejudicado seria outro. Mas nesse regime, do
cartão de ponto, com certeza raramente isso ia acontecer. E, mesmo acontecendo
seria menos traumático. O efeito impunidade seria desfeito. Na grande maioria
das vezes o tripulante prejudicado fica no prejuízo para não prejudicar o falso
52
O que me chamou a atenção nesses códigos, onde tem esses registros que diz
algo muito interessante é que os horários de refeições deverão ser
respeitados. Isso a bordo, sem cartão de ponto é humanamente impossível. As
fainas de recebimento de óleo, recebimento de material, rancho, manobras etc.
Acontece na grande maioria das vezes nos horários das refeições. Parece que é
de propósito, nunca é respeitado o horário das refeições do pessoal de bordo. Na
grande maioria das vezes temos que largar o prato no refeitório para atendimento
de pessoas ou até mesmo deixar de fazer a refeição. Acredito que, nos meus 25
anos de profissão embarcada, nunca vi esse horário ser respeitado. Muitas e
muitas vezes, perdi a conta, fiz um PF e comi manobrando na praça de máquinas
ou preferi ficar sem a refeição. Cartão de ponto é uma solução se não fizer a
refeição pelo menos ganha a hora.
Se, por exemplo, tiver troca de turno no terminal, toda a faina é parada. Eles têm
um grande respeito pelo período deles em detrimento ao nosso. Já cansei de ficar
de uma a três horas aguardando mudança de turno do terminal para poder
abastecer o navio.
prazer, já que está ganhando executar tarefas que seriam de grande valia para
administração de bordo e a empresa. Uma empresa grande e de petróleo não tem
de sujeitar sua administração ficar pedindo favores a um profissional para
executar tarefas de suma importância para segurança e manutenção do
patrimônio fora do horário normal de trabalho.
Com o cartão de ponto, no regime 4X2 não temos acordo, pré-acordo. Ninguém
deve nada a ninguém. O seu horário tem que ser cumprido com o navio atracado
ou não, no porto de casa ou não. Com problemas para resolver ou não Estamos
embarcados em navio petroleiro. Caso, numa exceção, um determinado tripulante
deseje fazer uma saída no seu horário de trabalho, tudo bem, fale com seu chefe
de sessão para se dispensado e receba falta como qualquer outro funcionário de
uma empresa séria.
ser chamado devido a erros diversos. Nos terminais da transpetro onde trabalham
de turno não existe qualquer planejamento no horário do fornecimento de óleo
combustível para os navios, aonde tripulantes chegam a ficar, na maioria das
vezes, mais de 24 horas disponíveis sem qualquer informação sólida, ninguém
sabe nada é um caos total no que diz respeito a hora do abastecimento.É
impressionante como eles não tem a mínima noção do que estão fazendo,
chamam chefe de máquinas e a tripulação de madrugada e para conectar o
mangote e receber o óleo, fica todo mundo em stand-by aguardando ansioso
muitas e muitas horas e nada. Existem chefes de máquinas que não dormem
mais. Recebimento de óleo combustível é das fainas mais angustiantes,
“estressantes” e desorganizadas que já vi até hoje. O interessante que as
gerências não tomam qualquer atitude. Só conheci até hoje. O cfm Franca foi o
único que vi até hoje, que depois de esperar quase 24 horas ansioso chamaram
para receber de madrugada e ele disse não, que só ia receber de dia, baseado no
manual de segurança, é claro. Mas esse pouco caso ou ingerência dos terminais,
não sabe por que não é combatido. Lá eles trocam de turno e vão para as suas
casas. Aqui agente troca o turno e continua de plantão aguardando a indecisão
deles. Se ganhássemos horas extras, tivéssemos o cartão de ponto, isso não
aconteceria. Se acontecesse, os encargos seriam do terminal. Aí eles iam ter que
aprender a se organizar e se planejar. Quando a gente consegue receber o
produto é numa hora em que todo mundo que participa da faina já está cansado
e, com um bom nível de estresse e fadiga, devido a esse rebu que os terminais
impunemente aprontam.
poderíamos sempre que possível jogar as velhas fora, ou devolver para a sede,
caso quisessem e comprar tudo novo. Não permitir que falte a bordo qualquer tipo
de ferramenta que facilite e agilize o trabalho. Já vi casos de perdemos um dois
dias condicionando ferramenta para usar por menos de uma hora. Isso quando
um deslize desses não tira um navio de operação. Como o sistema de cartão de
ponto seria digitalizado na hora da hora extraordinária pelo próprio funcionário a
tarefa que iria exercer. No momento em que o encarregado de custos da empresa
verificasse: Aguardando abastecimento mais de 24 horas, manobras que
deveriam durar duas ou três horas passando de seis ou oito horas. Confecção de
ferramentas que no mercado custa uma merreca, rapidamente isso ia ser
resolvido e a satisfação a bordo ia ser dez.
Temos uma infinidade de horas extras pagas sem nenhum direcionamento e sem
qualquer obrigação por parte do empregado para cumpri-las e mais sem qualquer
controle. Uns cumprem pelo prazer do trabalho dando sempre mais depois do
horário. A grande maioria não dá um milímetro a mais mesmo que a necessidade
peça. E o chefe de seção tem que ficar buscando, pedindo como se fosse um
favor para sanar problemas da embarcação. E o pior de tudo que tem de haver
uma compensação futura em prejuízo ao andamento normal dos trabalhos e
sempre no horário que este estaria trabalhando normalmente. Não existe líder ou
gerência que convença um funcionário que ele tenha de trabalhar de graça
determinado número de horas para o bem estar da empresa e da administração.
Existe sim certo empregado que tem o prazer e a satisfação de dar um pouco a
58
Haveria, com certeza, uma redução considerável devido a muitos serviços não se
agravar ou se multiplicarem já que haveria uma disposição real por parte dos
tripulantes em identificar e abrir frentes de serviços em que os benefícios seriam
para ambos. Tanto para empresa quanto para os empregados. Um simples ajuste
ou intervenção que só se consegue depois do horário devido ao acúmulo de
fainas pode simplesmente evitar um mal muitas vezes maior. Certas intervenções
na hora certas, com certeza evitariam com vontade grande parte de atuação de
firmas contratadas. Essa redução da mão de obra externa compensaria esse
pagamento de horas trabalhadas depois do horário ou mesmo, se for o caso,
horas extras.
Essas firmas estariam sujeitas aos mesmos procedimentos de bordo e todo o seu
trabalho seria também computado, registrado e seu horário também controlado.
Assim teríamos o total controle de tudo que ocorre a bordo. No que diz
respeito ao ISPS Code seria de grande valia. Os contra cheque já seriam
contabilizados em cima do que ocorre realmente a bordo. O faltoso seria
penalizado, no seu bolso é claro, aquele que o substituiu seria
recompensado. Assim evitaríamos uma série de problemas, pois cada um
seria responsável pelo seu cada um. A empresa teria um histórico de cada
tripulante, histórico esse real onde de nada adiantaria a simpatia da
administração de certos funcionários em detrimento a outros. Até mesmo os
acidentes seriam vistos na chegada do tripulante e como ele chegou. Como
eu disse anteriormente, hoje trabalhar em petroleiro deve ser visto como
uma profissão de extrema responsabilidade e a chegada e saída de bordo,
sua segurança, comparada a dos laboratórios de pesquisa nos EUA e
Rússia. Pode parecer exagero hoje, mas analisando friamente sabemos da
conseqüência do erro humano na nossa profissão que já não é mais
tolerado nos dia de hoje com o risco até mesmo de perdemos a nossa
empresa. Não vamos esperar as tragédias para tomar certas atitudes.
61
9. COMENTÁRIOS DA ROTINA
Muito antes, das chegadas nos portos, os tripulantes, já se amontoam junto aos
chefes de seção para solicitar dispensas para ir para terra. É um desespero. É
uma disputa para quem pede primeira. Tem vezes que se amontoam cada um
com um “problema” maior que o outro para resolver. São na maioria das vezes
tripulantes indispensáveis devido ao montante de faxina nos portos. Com o cartão
de ponto teríamos uma redução de mais de 95% dos problemas de tripulantes
para resolver. Só quem está embarcado em cargo de chefia sabe a falta que
esses tripulantes fazem.
Embarque de esposa e familiares – Uma mulher adulta não sabe telefonar para
agência ou pegar um táxi tanto para ir para bordo quanto para sair. A mulher do
tripulante, que passa a maior parte do tempo sozinha, cria os filhos e resolve tudo
em casa.Tem que sair de bordo só com o marido tanto para embarcar quanto para
desembarcar ou mesmo dar um passeio a melhor hora é no horário de trabalho
do marido.
62
Quando esses tripulantes que, por algum motivo se ausentarem, com certeza
terão ônus que no futuro quererão recompensar. Ficarão atrás de seus
encarregados a fim de trabalhar mais para compensar a sua folha. Jamais o chefe
de seção ficará procurando, indo atrás para o cumprimento de tarefas
importantes.
Aquele tripulante que chega de terra em cima da hora para tirar o serviço ou que
chega atrasado procurando descansar exatamente durante o serviço que é de
extrema responsabilidade. Com certeza a empresa daria uma condução
63
específica para o tripulante chegar pelo menos 04 horas antes para descansar.
Aquela condução para render o companheiro (a) 02/03 horas depois do horário
simplesmente acabaria. No meu caso, como 1 OM, em alguns portos como
SUAPE, Rio, Manaus e outros, A rendição chega 02 a 04 horas depois do horário
normal e nunca é computado com hora extra ao 1OM e o tripulante que chega
vem, de uma praia, um shopping ou umas “biritas” chega extremamente cansado
só para enfeitar.Às vezes o atraso é tão grande que o maquinista e o marinheiro
ao descer, passa o serviço para o próximo com um uma participação de menos de
uma hora de serviço. Já briguei tanto para mudar esse horário de condução que
desistir. Agora, se eu ganhasse as horas do outro tripulante como horas extras, e
ele perdesse o dia eu jamais reclamaria e o outro dificilmente deixaria isso
acontecer (isso também é ergonomia, cartão de ponto).
O citado acima é até uma boa, um “relax” em dar um balão na empresa e nos
chefes de seção que finge acreditar que as saídas são verdadeiramente para
essas finalidades. Mas, hoje com as cobranças em cima da administração fica
dificílimo abrir mão de uma única hora do funcionário já que temos uma colossal
quantidade de fainas importantes para realizar. Digo sempre que processo é de
“reengenharia” porque envolve mudança de cultura e comportamento em que a
administração de bordo não fica com o encargo de ensinar gente velha e calejada
que envolve os jovens que estão chegando.
Hoje, temos uma nova marinha mercante, em fator humano. Há 25 anos, quando
comecei, boa parte guarnição, era de semi-analfabetos, alguns tinham o ensino
básico (primário) e os comandantes, chefes, de máquinas e imediatos tiveram a
formação do antigo ginasial que é o atual ensino fundamental e médio (2° grau ou
antigo científico). Os salários para os analfabetos e semi-analfabetos era maior
que hoje da maioria dos profissionais de curso superior.
Horas computadas com objetivo determinado faz com que a gerência de bordo e
de terra tome as rédeas da situação e não fique como está hoje, nas mãos dos
subalternos, pois temos muito mais a executar do que o tempo normal permite.
Atualmente quando solicitamos qualquer coisa, ou esticada para o bem do serviço
tem que ser recompensado a peso de ouro principalmente para não perder o bom
tripulante que é uma mão de obra que tem falta no mercado de trabalho.
Este ímpeto do ser humano de almejar muitos direitos e poucos deveres deve ser
direcionado, trabalhado, estudado e orientado. Cumprindo as normas
internacionais, nacionais e da empresa, de acordo como o bem elaborado cap 7
do manual da tripulação da TRANSPETRO, fica simples executar um programa e
o método está aí: Cartão de ponto.
Palavra final:
Gerente de um GETRAN
66
ANEXOS
67
ANEXO A
Esse profissional, canela, executivo do navio em que eu estava, olhou para mim
preocupado e disse: Breno, você precisa descansar e ele mesmo, por sua conta
providenciou para que eu ficasse 01 mês fora do navio. Talvez, se não fosse essa
sua atitude eu não estaria aqui agora. Foi depois desse episódio, na volta para o
navio, que tive a primeira crise de claustrofobia. Em setembro de 2001.
EM 20 DE JULHO DE 2001.
N/T NEUSA.
As avaliações dos empregados, para receber o bônus, não foram feitas de forma justa,
por deixar de lado uma grande parte de tripulantes que se dedicaram com fervor, a fim de
que a empresa obtivesse um bom desempenho.
Concordo, como que em qualquer empresa, existam maus profissionais, mas, por já
pertencer ao grupo e estar engajado no mesmo, nenhum deles merece índice "ZERO"
em avaliações, como eu senti que tivesse sofrido.
Acredito que não foram feitos trabalhos meticuloso, referente aos que trabalharam e
participaram das ações da empresa no ano 2000. Acreditando-se que, o pagamento do
bônus foi referente a este ano.
Estive embarcado praticamente todo o ano de 2000, no mesmo navio (Neusa) um dos
que obteve a melhor performance entre todos os navios da classe, devido ao trabalho em
conjunto com a equipe de bordo, onde a manutenção e operação mostraram o seu valor
no trabalho o qual, não tinha hora para começar ou terminar.
Cria-se uma "carta de repouso premio” na qual, na medida do possível, tripulantes que
foram De certa forma, injustiçados nessa avaliação ficaria a título de merecimento alguns
dias a mais alem do seu repouso normal como prémio pêlos serviços prestados. E, quem
sabe no futuro poderia ser uma maneira mais valorosa que gratificação em dinheiro para
recompensar os marítimos.
SAUDAÇÕES MARINHEIRAS.
ANEXO B
COMENTÁRIO / CONCLUSÃO:
BRENO BIDART
ANEXO C
RESPOSTA DA EMPRESA
Comandante do Itajuba
De: ediopereira@petrobras.com.br.int
Para: itjcmt@itj.com
AÃ) Esta nova ata foi criada por força de lei a qual deverá ser realizada mensalmente. A
Gerência Geral com o propósito de ter um acompanhamento maior do navio acrescentou,
mais alguns itens para que pudesse ter um retrato do que vem sendo desenvolvido pelo
navio e observar as suas reais necessidades. Em face disto, mensalmente após
recebimento das atas, o QGAN, exige que todos os COEX façam um apanhado das
dificuldades e fatos relevantes dos navios os quais são responsáveis e divulguem na RCO
para que a empresa venha buscar uma solução.
BB) As Atas das Cornar como são lançadas no Safenet, que é uma ferramenta utilizada
pela maioria em terra, podem e devem ser lidas por todos os gerentes sem distinção. Isto
é, se GG quiser saber como anda o Itajuba, é só acessar. Desta forma, o comando deverá
tomar cuidado com envio das atas fim evitar o que ocorreu nesta última, que de forma
intempestiva, o 1OM Breno redigiu um doqumento pessoal e lançou em anexo a ata.
CC) Lembro que, as reuniões da Cornar que são presididas pelo Comandante que tem
como objetivo, conduzir e levantar assuntos de segurança e as necessidades de bordo as
quais são aprovadas e decididas por um grupo. Sendo que os assuntos definidos na
reunião deverão ser lançados nos itens a que lhe compete e não solto como foi feito.
Portanto se desejassem levantar tal assunto, que é aceitável, deveria ser registrado no
78
item apropriado e sendo somente registrada a proposta e não uma súplica de forma
desesperada.
DD)Entendo que com 25 anos de profissão, dos quais foram 20 anos a bordo, que todo e
qualquer documento oficial saído de bordo tem que ter a assinatura do Comandante e não
de um Oficial. E a Ata da Cornar é um documento oficial.
EE) Estou aberto para qualquer proposta de melhorias, mas da forma que foi conduzida é
inaceitável. Porque mais uma vez o 1OM Breno, demonstrando total desconhecimento de
causa, gerou mal estar. Informo que, independente dos elogios da beleza do paiol,
"DECIDIMOS" em comum acordo com os Comandantes efetivos desta classe, padronizar
os navios, instalando o paiol de produtos químicos na proa. Acrescento também, que nas
outros navios nunca ouvi reclamações, muito menos por escrito, que descem escadas ou
que tenham trabalho para levar o material até a proa.
FF) Esta atitude de permitir o envio desta ata, além de expor o Comando e o COEX vejo
que não houve controle nem com que estava escrito. Conforme comentado pelo IOM
Breno, em um dos parágrafos "Sendo que uma planta aprovada por dez pode ser reprovada
por um, onde este "um” desmonta, desmorona tudo que foi trabalhado, construído e
aprovado em função dos outros dez". O que quis expor? Que eu sou este "UM"? Gostaria
de lembrá-lo, que além de ser o COEX" deste navio quero respeito como profissional da
mesma forma que eu sempre o respeitei como profissional e como homem. Em outro
parágrafo relata que poderia ser estudado um outro local que venha agradar "gregos e
troianos". Não agradamos auditores e sim, seguimos orientações ou regras para
mantermos o navio comercialmente viável. Q que não impede dos produtos químicos
serem colocados na proa. Como descrito acima foi decisão tomada com os Comandantes
efetivos, buscando uma padronização que tanto reclamamos.
O que mais me incomoda é que foi permitido pêlos principais de bordo f que este
documento fosse levado ao conhecimento dos participantes da Cornar e enviada para
empresa onde todos tem acesso.
GG) Finalizo, esclarecendo que atitudes como essa, não serão mais toleradas.
Principalmente do 1OM Breno que é reincidente com suas demonstrações de
desequilíbrio emocional e de insatisfação e indignação com o pessoal de terra. E deste
Comando, que permitiu, sair um documento destemperado como este, espero um maior
controle nas emissões de documentos oficiais..
79
Chave ECLP
ediopereira@petrobras.com. br
Agora pulando o que não interessa veja o item 30.4.6 Das finalidades do
GSSTB:
OBS: Como se pode ver esta citação técnica acima vai completamente
contra a comunicação recebida sob ameaça de punição. Punição quando o
que se estava se executando estava realmente de acordo com as normas
regulamentadoras. Incluí também nesta recomendação o anexo H.
ANEXO D
AOZ484/1OM « Z1/S/ZOU5
<imprensa@sindmar.org.br@SMT@AMOS>
Date: domingo, 14 de agosto de 2005 16:20 Msg: A02484-1676 Sub : Velho Chico
No ano de 1987 entrei para a Fronape. Então, tive o privilégio de no primeiro embarque,
novo de carta, de ter a oportunidade de conhecer e, ter como chefe, o Sr Francisco. Era
conhecido como Chico Macaxeira. Não vou insistir em chefe Francisco. Ninguém
conhece chefe Francisco.Existem muitos Francisco. Agora, Macaxeira chefe de
máquinas é como Lula presidente. O apelido o engrandece.
Exigente, carismático e para nós naquele momento, chato. Até então não tinha a noção
da importância daqueles meses o que mudaria no meu conceito profissional. Naquele
tempo Chefe Francisco já tinha criado procedimentos na praça de máquinas que são
hoje semelhantes aos do SSPP. Eu diria, sem modéstia, que, no Brasil, ele seria um
dos precursores do Código ISM. Não digo num intuito de criar o código, mas na ampla e
longa visão da importância de procedimentos para execução de tarefas, das mais
simples as mais complexas.Se tivessem arquivos veríamos a semelhança intuitiva do
SSPP. Tínhamos procedimentos meticulosos até para limpeza do caixão de ar de
82
,/1OM
à, muitas vezes essa demora pode ser a diferença entre as conseqüências mais graves. Não
me envergonho de dizer que foram muitas às vezes em que chefe Nascimento chamou
minha atenção, com razão, em esquecer o inimigo número um do maquinista.
Mas eu tenho um conforto, que ameniza a minha dor quando constantemente esqueço o
nosso inimigo número um e fico a levar “borrachadas" devido minha inútil teimosia de ir
buscar as soluções inicialmente pelo lado mais difícil.
Volto ao grande chefe Francisco. Nesse período de 1987/89 tivemos um ser problema nas
unidades hidráulicas. Lembro-me que para atracar o navio tivemos que usar as 04 fazendo o
serviço de uma. Foram horas, sem operar, no porto de Madre de Deus. Ai a confusão
começou, não tivemos condições por bordo de safar o problema, que parecia muito
complicado. Nas primeiras; 24 horas, sem operar, veio um engenheiro do Rio de janeiro e
nada. Nas próximas horas juntou-se outro engenheiro que veio de Manaus. Sinceramente eu
nunca tinha presenciado o velho tão abatido. Acostumado a ser sempre vencedor ficar
nocauteado por causa do sistema hidráulico? Acredito que mesmo a fronape, pois o Dilya
sempre fora um navio totalmente operacional mesmo em uma época que isso não era
contabilizado ao pé da letra. A história continua. Estava eu de serviço, por volta das 1300hr
quando si aproximou de mim o Fantasma. (Fantasma era o apelido do moço de máquinas
Cavuca - que era tão branco que parecia...). O fantasma era meio idoso, veio com aquela
humildade e disse: "Seu terceiro", isso aconteceu no out navio e era o filtro. Imediatamente, na
minha ingenuidade, subi cheguei: camarote do chefe pediu licença, entrei e vi: O Rieta em pé,
os dois engenheiros sentados, com os planos hidráulicos espalhados por todo o camarote
etc. O chefe Francisco, pálido, cansado como há muito não dormia Interrompi as autoridades
e disse. Chefe, o fantasma me disse que o mesmo aconteceu no outro navio e era o filtro.
E aos berros, o chefe disse, p., de c., de Fantasma. Você é oficial... fantasma é carvoeiro.,
você é oficial Vai para a .. Oficina mecânica etc. Passei, rapidamente o olho em volta,
apavorado, Entendendo o tempo que o mesmo estava acordado e cansado, voltei para a
máquina na minha su ignorância.. E, naquela passada de olhos, vi que o Chefe, o segundo, e
os engenheiros se entreolharam e baixaram a cabeça. Por volta das 1430hs, coloca-se MCA,
alimenta as hidráulicas etc... Perguntei ao Segundo o que tinha resolvido, lembro daquele
olhar, sem resposta, era o filtro. Por isso não tenho vergonha de dizer que pequei várias vezes
por não ter dado o devido valor às palavras do chefe Carlos Alberto Nascimento.Não e
84
mais.Se o grande Chico Macaxeira, um dos grandes chefes da nossa marinha mercante caiu
uma vez, porque eu não posso?
Na verdade isso é um alerta para que tomemos cuidado com o nosso inimigo número um. E
não tenhamos vergonha de admitir o nosso erro, pois assim, tendo humildade, aceitando
opiniões, rapidamente saímos da inércia. A bordo, em alto mar, temos pouco aonde recorrer
e só podemos contar com a experiência da nossa equipe, do menor ao maior.Pois mesmo
um grande profissional como chefe Francisco necessita da experiência de sua equipe Eu,
particularmente gostaria de ver enumerado, através de uma pesquisa a profissionais
competentes, pelo menos, dez inimigos principais dos maquinistas em ordem de importância
ou que cada um na sua mente o fizesse esse tipo de cuidado com certeza mudaria o aspecto
de acidentes com perdas. Conhecer o inimigo e estar atento as suas investidas e pronto para
o ate talvez seja a causa do sucesso na nossa profissão. Várias vezes quando A o chefe
Francisco ele estava sempre preparado, usava sempre o termo não jogar a toalha, que, para
ele, era inadmissível e, às vezes, em tom de brincadeira, quando íamos levar algum problema
este estava armado na posição de lutador de boxe se esquivando e perguntando pelo seu
segundo Mike Tyson.Cadê o Mike? Como se fosse derrubá-lo. E, sempre lembrando para
não jogar a toalha.
Não estou dizendo que o chefe Francisco era daqueles arrogantes que não aceitava
opiniões etc. Era completo, destemidos, competentes.
Acredito que nosso inimigo só queria pregar uma peça para ficar a posteridade. Sua
competência era transferida a todos que participavam de sua equipe.Não posso riscar a sua
memória. O que eu quis dizer que o inimigo número um do maquinista é astuto, esperto e
sabe a hora de entrar de sair em fim, temos que tomar muito cuidado. Até os grandes,
competentes e destemidos são derrubados por esse minúsculo ser, simples imprevisível e às
vezes oculto devido a sua clara evidência. Isto é, quando da dita sabedoria do chefe
Nascimento nós o ignoramos. É a nossa segurança. Lembro que Myke Tyson deu um vacilo
e...
ANEXO E
N/T DIVA, 21 DE AGOSTO DE 2005. AO: GERENTE GETRAN IV. DO: CFM
BANDEIRA.
Comunico a Vossa Senhoria que. Esteve embarcado nesta unidade, durante a minha
administração o Primeiro Oficiai de Máquinas, Breno Rodrigues Bidart Júnior. Matrícula
Transpetro 178. O referido tripulante, além de desempenhar seu trabalho com dedicação
e comprometimento com resultados, demonstraram um excelente lado
profissional.(conhecimento técnico) que muitos não tem atingido ou se aproximado deste
desempenho. Durante o tempo que exerço como Chefe de Máquinas, não tinha
Atenciosamente,
ANEXO F
86
Fatores éticos
Obviamente, que a empresa busca um perfil para seus funcionários e esse perfil
de excelência em suas atribuições passa pelo erro e acerto. Os acertos muitas
vezes são mais que obrigações, mas e os erros?Como esses devem ser
encarados? Até onde sei, a tolerância ao erro passa por um processo de
aprendizagem, de acompanhamento daqueles que não se encaixam, afim de que
sejam superados os seus limites e por fim uma avaliação, desde que não seja
usada de forma covarde, para constante melhoria do tripulante. O que tenho
87
observado está muito fora desse contexto. O diálogo passando a não ser utilizado
como maneira de se agregar valor frente ao erro. O vulgarmente chamado
"esporro", "carão", variavelmente seguido de excessos como exaltações
comportamentais e intimidações passa a ter valor como instrumento de acerto.
Viver sobre intimidações passa a ser algo que deve ser colocado e analisado pelas
pessoas competentes de terra.Não esqueçamos que estamos lidando com
pessoas...Pessoas que sentem, que se lastimam, que se alegram e que precisam
se motivar a cada dia individualmente, pois só o fato de estar longe da família é um
fator de peso. A busca pela excelência prega outros fatores além de seguir
manuais, cumprir ordens e outros.Estar em um ambiente de trabalho alegre faz
com que qualquer um busque dar o melhor de si. Tentar estar alinhado com isso e
tendo como fator desmotivacional uma pressão excessiva e desnecessária é algo
muito difícil.
Estar num país onde o crescimento econômico e as variações sociais fazem com
que se agarrar as suas seguranças, emprego e tudo, impedem a tentativa de ir
contra esse turbilhão que sufoca a muitos. Então, estar reprimido passa a ser uma
88
Sou um simples maquinista e devo imaginar que meu poder de escuta não seja tão
forte, mas gostaria de poder ser ouvido, obviamente, tendo um embasamento forte
para tudo que aqui é colocado e que em uma outra oportunidade poderá ser
discutido.Não quero ser o justiceiro ou aquele que tira a venda da justiça, mas
encontrar as verdades que nossos gerentes nos passam.Quando estava na escola,
pude ter contato com muitos em reuniões, eventos e tudo; vi que não sou dono da
verdade, que sou cheio de falhas, mas graças a mim e ao aprendizado que tenho
com várias pessoas nessa labuta diária, percebi que aqueles poucos que iniciaram
meu caminho lá e depois como praticante, fazem parte da minha melhora e
crescimento. Que eles também erram, independente da importância de suas funções,
mas como eu, buscam seus acertos e os daquele que estão sob seu comando
também.Uma pena não poder observar essa extensão aqui a bordo.Sei que quando
maior o fardo, maior é o "cajado" e as suas obrigações, mas como administrador
pecar é esquecer que as máquinas ainda não podem realizar os nossos trabalho.
Saber conduzir o acerto, buscar estudar os erros com quem o fez, é algo que vai além
da vaidade pessoal de cada pessoa e de suas atribuições.
2OM Júlio
89
90
ANEXO G
Cultura
(Artigo escrito para a revista do sindmar para publicação e que não foi publicado - 2006)
Comecei a viajar no início dos anos 80, no século passado. Podemos sentir
mudanças, extremamente rápidas, que nos outros séculos levaram-se centenas
de anos. As viagens, ainda no início dos anos 80, eram muito mais demoradas e
praticamente não tínhamos lazer a bordo. Carregávamos ainda muito da cultura
dos séculos anteriores, como ainda hoje, infelizmente, carregamos.
O que acontece hoje é que estamos convivendo no nosso meio com culturas de
séculos anteriores, de outras marinhas mercantes e da marinha de guerra do
nosso país. São hoje condições totalmente adversas. Teríamos que, primeiro
entender o porquê de certos comportamentos e procedimentos daquela época
que, justiça seja feita, satisfaziam plenamente aquele momento e aquela
condição, que não é o nosso caso hoje.
Também devemos levar em conta as culturas dos povos, não podemos ficar
copiando condições de povos com culturas totalmente diferentes da nossa. Haja
vista que, por exemplo, devido a essa mudança brusca no comportamento dos
povos e na economia verificamos que em países desenvolvidos só notamos o
91
no porto sem contar as outras tantas para voltar, e alguém ouviu dizer e veio
aplicar em navios petroleiros, nas costas brasileiras que operam às vezes até de
2 a 3 vezes na semana entrando e saindo dos portos sem contar que um navio
graneleiro, granel sólido, toda carga e descarga são por conta da estiva em terra.
Já o petroleiro tudo é feito por bordo. Essa formula que alguns ouviram falar e
copiam servem para eles e não para nós, petroleiros. O mesmo diz respeito às
formulas dos navios de guerra para os mercantes. Espero que estejam
entendendo a mensagem. Refiro-me a doutrinas, trabalho, cultura e
comportamentos.
O que ficou das culturas passadas e perpetua até hoje, acredito que também nas
marinhas estrangeiras, foram às tarefas inúteis, executadas em grande
quantidade para ocupar o tempo ocioso do tripulante. Isso era algo muito usado
pelos oficiais da marinha de guerra para manter centenas de homens ocupados a
fim de não terem tempo para confusões ou mesmo pensarem em motim. Tarefas
como ficar diariamente lustrando brasões de bronze, corrimões de escadas,
limpando anteparas, pisos desnecessariamente virou a melhor maneira de
manterem os homens (centenas) ocupados sem pensar besteiras e etc. Cultura
essa que foi transferida de geração para geração e, de certa forma vivenciamos
até os dias de hoje.
Hoje no séc. XXI, ainda encontramos o vulgo “enxugar gelo”. Muito ligado a
tarefas inúteis e repetitivas bem como na administração a burocracia inútil e
repetitiva. Os meios que poderiam ser simplificados são propositalmente, talvez
em alguns casos inconscientemente, complicados.
Considerando que esses oito navios, cada qual com 04 lances de escada e que
essa faxina inútil é semanal, ou na chegada de portos, que um mês tem quatro
semanas assim sucessivamente, ao longo desses mais de 200 anos somados e
levando em consideração que esses marinheiros ganhassem por hora, em suma,
as horas que foram pagas ao longo desses anos a centenas de marinheiros, só
para lustrar ponta de escadas, daria para comprar um outro navio da mesma
classe.
e-mail: brenobidart@terra.com.br
ANEXO H
Esta foi a primeira manifestação ao Sr. Comandante Walter Simões. Este não teve
tempo de avaliar profundamente e sugeriu que eu fizesse algo mais detalhado.
Gostou da idéia. Então no dia de abril de 2006 enviei para ouvidoria da Petrobrás
(manifestação 483 485) o trabalho mais detalhado. Este enviou para ouvidoria da
transpetro que enviou para o recurso humanos ao cuidados do Sr Iran. Protocolo
6774/2006 e protocolo 130/2007 da transpetro. Não obtive qualquer resposta
tanto da ouvidoria quanto do Sr Iran.
Sub : Sugestão
Seria de grande valia se fosse criado o cartão de ponto para todos os tripulantes
exceto os do setor administrativo.
Jamais um chefe de seção teria que quase implorar para trabalhar um pouco mais
além do horário para sanar problemas referentes às necessidades emergenciais da
embarcação. E o pior de tudo é que esses ficam numa condição de dever favor que
nunca satisfaz o tripulante mesmo sendo recompensado várias vezes mais.
Chegar atrasado ao local de trabalho, um mau costume muito comum, sendo levada
em consideração na sua folha de pagamento.
Todos sabem que bônus e pró-labore não deram certos, pelo contrário, criou-se uma
série de vícios e fainas não executadas que geraram muitos de problemas.
O chefe de seção poderia chegar e solicitar, a quem de direito, com uma faina pré-
elaborada e devidamente justificada aos tripulantes que desejasse fazer horas
extras para o bem do serviço.
A reclamação de salários baixa a bordo é muito grande, essa hora extra seria de
grande valia para aqueles que estivessem dispostos dar um pouco mais de si.
Temos tripulantes que devido a erros nos acordos coletivos chegam a trabalhar
praticamente quase 30 dias a menos que outros no período de 4 mese e gozam das
mesmas prerrogativas de outros que trabalham o mesmo período.Sábados,
domingos e feriados somados faz com que tenhamos um vazio muito grande,
principalmente quando mais precisamos de produção. Devido a essa enorme lacuna
temos que contratar firmas para executar trabalhos que ficam atrasados em
96
decorrência dessas folgas, E no final, esses que folgam tem os mesmos direitos de
folgas dos que trabalharam o tempo todo do embarque.
Ao invés de ficar criando bônus e pró-labore, poder-se-ia criar uma quantidade pré-
determinada de horas extras, dentro de uma meta preestabelecera em função de
uma verba para cada navio. Assim funções como bombeador, mecânico, eletricista,
marinheiro de convés e máquinas principalmente esses que tem essa quantidade de
folga nos feriados. Preenchendo esta lacuna vazia teríamos, com certeza, maior
produtividade e satisfação no trabalho.
Profissional de seus tripulantes a bordo como: chegar atrasado, faltar ao serviço e até
produtividade.
É claro que se criaria norma rígida de responsabilidade frente a gerencia de bordo no que diz
respeito a essas horas. Como já é de pranche, quando o tripulante baixasse terra seu crachá
ficaria retido impossibilitando falcatruas.Se acordasse mais tarde ou mesmo tivesse um café ou
almoço mais demorado ficaria numa condição de devedor.
O mais importante é que essa condição em forma de cartão magnético e replicarem junto a
empresa daria maior poder aos gerentes de bordo que facilitaria o efeito de liderança já que o
bolso do empregado seria com justiça atingido e, o resultado veria na folha de pagamento
como um premio ou não.
Em fim uma máquina de ponto na praça de máquinas e outra no convés diretamente ligada a
empresa pelo sistema de satélite que já existe a bordo. Eliminar essas horas extras fixas que
vem no contra cheque, que ninguém cumpre, transformando-as em adicional de
confinamento. E, principalmente colocar essa mão de obra valiosa que folgam nos sábados,
domingos e feriados para produzir com essa compensação.
Claro que envolvem estudos de leis e estratégias complicadíssimas, mas a empresa tem esse
pessoal e potencial para executar essa tarefa.Se já não o fez.
97
ANEXO I
Este foi um estudo enviado a empresa onde aguardamos ansiosos uma resposta
que não obtivemos. Como pode ser visto, logo em seguida um acidente quase
fatal do modo que descrevemos na nossa reunião do papo SMS, no final do
expediente. O cartão de ponto dá uma condição que o serviço não vai acabar logo
que der o horário. O tripulante vai se manter aquecido para desenvolver outras
tarefas.
1OM Diva
<TRGT.PETROBRAS@petrobras.com.br@SMT@AMOS>
Prezado Sr Araripe.
Inicialmente tinha acertado com o Comandante Walter que seria uma consulta por
telefone como ficou inviável, não tivemos oportunidade, segue c e-mail.
Aqui, no n/t Diva, levamos muito a sério o SMS da empresa. Procuramos sempre seguir
rigorosamente os procedimentos. Tanto na seção de máquinas quanto no convés.
98
Ao nosso ver, esperávamos acidente zero, jamais imaginávamos ter esse acidente.Pela
manhã, nos nossos papos SMS, na polemica, do porque do ocorrido, surgiram algumas
dúvidas em cima de projeções abstratas. Ficou ao meu encargo fazer uma consulta
técnica aos senhores.
Quais os horários, se existe, (período) mais propício a acidentes? (acreditamos que o final
do expediente é mais propicio a acidentes), ou antes, ou depois do almoço?
OBS: Tudo baseado e de acordo com os acidentes que já ocorreram na nossa empresa,
no meio marítimo incluindo os embarcados em plataformas. Assim, quem sabe, através
de análises de exemplos, poderíamos direcionar atenções para momentos, locais e
condições mais críticas.
ANEXO J
PETROBRAS
DESCRIÇÃO DO EVENTO:
CAUSAS IMEDIATAS:
CAUSAS BÁSICAS:
RECOMENDAÇÕES PRELIMINARES:
ANEXO K
<limadejalmir@hotmail.com@SMT>
To : lom.diva@transpetro.amosconnect.com Sent
30/12/2006 14:04
Date: sexta-feira, 29 de dezembro de 222:11 22:11 Msg: AMOS-71211869
Sub : Re:
E ai Breno como foi o seu natal,espero que bem e com sua esposa , e o ano novo seja
melhor de lembranças a todos,de lembranças para aqueles da época antiga que
estavam com agente ai no navio,fui a comemoração de fim de ano da transpetro muito
diferente o tratamento de terra e bordo, um exemplo são alguns executivos,gerentes exs
e afins aqui no chão eles são quase que do mesmo patamar sem essa que o fulano ou o
cicrano,isso só vale quando vão abordo! Que chegam cheios de marras como já vimos,
encima de navio isso pode funcionar, mas aquii no chão não eu percebi que tudo aqui as
coisas quando estão pegando o pessoal abafa e resolve mas tem resolver mesmo se o
bicho pega ai já não entra marítimos,mais sim terráqueos rsrsrrsrsrrsrsrrsrs ai Breno
navio e bom mais o que fode a porra toda e uma filos ofia que auto se pregam,de que
são os bam bam bam e não pensem que o pessoal de terra não esta ciente que são os
navios e quem dão conta dos recados para eles ficarem em terra.Nos que ficamos ai em
cima temos que reivindicar nossos direitos, um abraço do Dejalmir ai quando vc vir ao rio
me de uma ligada valeu, ai o meu tel e ( 21 ) 9744-2721 8883-2696
103
ANEXO L
INTRODUCAO:
CAPITULO 01
REFERÊNCIAS