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UNIDADE I

GRANDEZAS FÍSICAS ESCALARES E VETORIAIS

A Física utiliza algumas grandezas básicas na formulação de suas leis que


permitem a análise qualitativa e quantitativa dos fenômenos naturais que observamos ou
de problemas tecnológicos relacionados a artefatos, máquinas, construções, etc., criadas
pelo homem e presentes no nosso dia a dia na sociedade.
As grandezas físicas básicas podem ser divididas em duas classes, de acordo
com a sua representação e as operações algébricas (soma, subtração, produto e divisão),
utilizadas para resolver problemas quantitativos:
a) As grandezas escalares são representadas apenas por
números. Aplicam-se para elas as 4 operações algébricas
para os números.
b) As grandezas físicas vetoriais, representadas por setas
(elementos geométricos), cujo comprimento (a magnitude) é
representado por um número. Aplica-se para elas a
geometria euclidiana, em particular a regra do
paralelogramo. Para manipular algebricamente as
grandezas vetoriais existem as operações algébricas de
soma, subtração e os produtos escalar e vetorial.

Nesta Unidade I, estudam-se as grandezas físicas escalares básicas: massa,


comprimento, tempo e energia e as grandezas físicas vetoriais básicas: posição,
velocidade, aceleração e força.

GRANDEZAS ESCALARES

A massa M

É, sem dúvida, uma das grandezas físicas básicas mais fundamentais para a
descrição dos fenômenos naturais. O conceito de massa aparece na Física de duas
formas aparentemente sem ligação: o de carga gravitacional, que gera o campo
gravitacional e permite a um pedaço de matéria neutra exercer uma ação de atração
sobre outro sem, aparentemente, tocá-lo; e o de resistência inercial, na 2ª Lei de
Newton.
Do ponto de vista comercial, a grandeza massa é importante uma vez que
caracteriza a quantidade de material vendido ou comprado. Então, um padrão para a
massa se faz necessário. A massa de um corpo expressa em termos do padrão nos diz o
número de vezes do padrão que ela tem, ou frações do mesmo. Existem vários padrões
para a massa, mas o padrão kilograma (kg) é adotado no Brasil. Ele pertence ao Sistema
Internacional de Unidades (SI).
A massa M, juntamente com o comprimento L e o tempo T, é considerada uma
grandeza física fundamental no sentido de que as outras grandezas físicas são definidas
em termos delas. A medida da massa, em unidades de kilogramas (kg), é aceita
internacionalmente pela maioria dos países.

Múltiplos de M:

1x103 kg = 1 tonelada = 1 ton


1x106 kg = 1 megakilograma = 1 Mkg

1x109 kg = 1 gigakilograma – 1 Gkg

1x1012 kg = 1 terakilograma = 1 Tkg

Submúltiplos de M:

1x10-3 kg = 1 grama = 1 g

1x10-6 kg = 1 miligrama = 1 mg

1x10-9 kg = 1 micrograma = 1 Mg

1x10-12 kg = 1 nanograma = 1 ng

1x10-15 kg = 1 picograma = 1 pg

O comprimento L

A grandeza comprimento é fundamental para a Física por estar envolvida na


definição de distância entre dois pontos do espaço, que são ocupados por corpos
materiais de massa M, e na definição das dimensões dos corpos materiais naturais que
nos cercam, ou aqueles que fabricamos. O conhecimento das dimensões dos corpos
materiais também permite o cálculo das grandezas área A e volume V.
Sabe-se que a distância entre dois pontos no espaço depende da trajetória
seguida por um corpo material de massa M ao sair do ponto P1 para o ponto P2, como
mostrado na Fig. 1.
C1 = Trajetória 1
C2 = Trajetória 2
C2
P2

C1
P1

Figura 1 − Trajetórias distintas percorridas por um corpo


material de massa M que parte do ponto P1 para o ponto P2.

Entretanto, se os pontos P1 e P2 estão muito próximos, a distancia percorrida


pelo corpo material de massa M entre P1 e P2 não dependerá da trajetória seguida, como
se mostra na Fig. 2. Ela dependerá unicamente das propriedades do espaço. Então, a
medida do comprimento da trajetória entre dois pontos muito próximos no espaço da
vizinhança de um corpo material de referência nos informa a respeito das propriedades
do espaço. A distância ∆S entre os dois pontos próximos no espaço define a chamada
métrica ∆S do espaço.
∆S2 = ∆S1 = ∆S

∆S=Distância
infinitesimal entre
dois pontos.
∆S2
P2

∆S1

P1

Figura 2 − A métrica ∆S do espaço da vizinhança de um corpo


material de referência. Os pontos P1 e P2 são ocupados por
partículas materiais.

Calcula-se a métrica do espaço, a área ou o volume de um corpo material de


massa M utilizando a geometria euclidiana. No primeiro caso o resultado terá dimensão
de comprimento L. Para a área terá dimensão de L2 e para o volume terá dimensão de
L3.
Nas compras de produtos feitas rotineiramente, paga-se muitas vezes pelo
comprimento do produto que se está levando, como no caso dos tecidos, dos fios de
eletricidade, etc.. Outras vezes pela área, como no caso de revestimentos para a
construção civil, ou ainda por volume do produto como no caso dos líquidos em geral.
Assim, é importante a definição de um padrão para o comprimento, que no sistema SI é
o metro (m). Esse padrão é adotado no Brasil. O metro corresponde à distância
percorrida pela luz no vácuo em um tempo T = 1/299.792.458 segundos.

Múltiplos de L:

1x101 m = 1 decametro = 1 dam

1x102 m = 1 hectômetro = 1 hm

1x103 m = 1 kilômetro = 1 km

1x109 m = 1 gigametro = 1 Gm

1x1012 m = 1 terametro = 1 Tm

Submúltiplos de L:

1x10-2 m = 1 centímetro = 1 cm
1x10-3 m = 1 milímetro = 1 mm

1x10-6 m = 1 micrometro = 1 µm

1x10-9 m = 1 nanômetro = 1 nm

1x10-10 m = 1 angstrom = 1 Å

1x10-12 m = 1 picometro = 1 pm

1x10-15 m = 1 femtometro = 1 fm

O tempo T

O que é o tempo? Eis uma pergunta que deixa qualquer físico numa enrascada e
a resposta virá sempre acompanhada da descrição de um método e de um mecanismo
utilizados para a sua medição. Conceitualmente, o tempo está relacionado com a
quantificação da espera para a ocorrência de eventos sucessivos. É assim quando vamos
ao médico e esperamos para ser atendidos, na fila do banco, no trânsito quando partimos
de um ponto e queremos chegar a outro, etc. Ou seja, a nossa percepção do tempo está
intimamente relacionada aos processos dinâmicos que nos rodeiam.
Em particular, para a Mecânica, o tempo é uma grandeza fundamental, assim
como a massa e o comprimento, devido ao seu papel na definição de várias grandezas
importantes como a velocidade, a aceleração, a potência, etc.
O sistema SI estabelece um padrão para a quantificação do tempo que é o
segundo (s), definido como o tempo 1s = 9.192.631.770.τ, onde τ é o período da
freqüência da luz emitida numa certa transição dos átomos de césio 133.

Múltiplos de T:

6x101 s = 1 minuto – 1 min

3,6x103 s= 1 hora = 1 h

8,64x104 s = 1 dia

3,154x107 s = 1 ano

Submúltiplos de T:

1x10-3 s = 1 milisegundo = 1 ms

1x10-6 s = 1 microsegundo = 1 µs

1x10-9 s = 1 nanosegundo = 1 ns

1x10-12 s = 1 picosegundo = 1 ps
1x10-15 s = 1 femtosegundo = 1 fs

Energia e trabalho

Se você observar com atenção perceberá que todos nós, instintivamente, temos
receio de objetos em movimento. O mesmo acontece com os animais. Atire uma pedra,
ou um corpo material qualquer, em direção a um cachorro ou a um pássaro que eles,
imediatamente, se afastarão da trajetória seguida pela pedra. A explicação para esse
comportamento está na capacidade de provocar estragos que têm os corpos em
movimento. Pode-se, então, associar alguma grandeza física a este poder transformador
dos corpos em movimento? Mais ainda, será possível estabelecer uma expressão
matemática de modo a quantificar essa grandeza física? A resposta a essas duas
questões foi dada pela Mecânica, de onde emerge o conceito de energia cinética, e a
expressão para quantificá-la. Isto é feito utilizando a 2ª Lei de Newton para estabelecer
o chamado Teorema do Trabalho e Energia.
O Teorema do Trabalho e Energia nos diz como se pode calcular a energia
r
cinética de um corpo material de massa M, em movimento com vetor velocidade v .
Pode-se, também, calcular as variações da energia cinética entre dois pontos do espaço,
devidas às forças que agem sobre o corpo. Calculam-se as variações da energia cinética
pelo trabalho que, matematicamente, é definido como a integral da força resultante ao
longo da trajetória seguida pelo corpo, ao sair de um ponto P1 para um ponto P2 no
espaço. Uma vez que as variações da energia cinética do corpo podem ser positivas ou
negativas, o trabalho pode ser positivo (aumento da energia cinética entre os dois
pontos) ou negativo (decréscimo de energia cinética entre os dois pontos).
Para muitas forças, especialmente as forças fundamentais da natureza, o trabalho
negativo que exercem sobre um corpo pode, posteriormente, ser convertido em trabalho
positivo, que resultará no aumento de sua energia cinética. Para esses tipos de forças,
chamadas de conservativas, que, variam com a posição e cujo trabalho exercido sobre o
corpo, quando ele sai de P1 e vai para P2, independe da trajetória, define-se o que se
chama de energia potencial. Sua variação, quando um corpo sai de P1 e vai para P2, é
definida como o negativo do trabalho exercido pela força. Assim, se o trabalho exercido
pela força conservativa for negativo (perda de energia cinética) a variação de energia
potencial será positiva (aumento de energia potencial). Para trabalho positivo (aumento
de energia cinética) a variação da energia potencial será negativa (perda de energia
potencial). Desta forma, pode-se encarar a energia potencial como um reservatório de
energia cinética do corpo, devido à ação das forças conservativas.
A soma da energia cinética e da energia potencial de um corpo material constitui
o que chamamos muitas vezes, por brevidade, de energia do corpo material. No sistema
SI, o padrão de unidades adotado para a energia é o joule (J), que também define a
unidade para a energia por unidade de tempo chamada de watt (1 W = 1 J/s).
Algumas vezes, para a indústria e o comércio, a energia e a potência são
expressas em outras unidades, mais convenientes. Acontece o mesmo para alguns ramos
de Física. Observe os exemplos abaixo.

Exemplo 1. Venda de energia elétrica: kW. h

1 kW . h = (1 x 103 J/s) . (3600 s) = 3,6 x 106 J


Exemplo 2. Física atômica: elétron–volt ( eV)

1 eV = 1,602 x 10 -19 J

Exemplo 3. Máquinas térmicas: cal, Btu, hp . h (cavalo – vapor hora)

1 cal = 4,186 J
1 hp . h = 2,685 x 106 J
1 Btu = 1,055 J

Exemplo 4. Venda de alimentos: kcal

1 kcal = 4,186 x 103 J

PROBLEMAS RESOLVIDOS

1. A massa de um pedaço de fio de 2 m de comprimento é de 4 mg. Supondo a


massa distribuída uniformemente no fio, quanto de massa por unidade de
comprimento possui o fio?

Solução:

M = 4 mg = 4 x 10 -3 g = (4 x 10 -3) (1 x 10 –3 kg) = 4 x 10 –6 kg
L=2m

Chamado de λ a massa por unidade de comprimento (densidade linear de massa),


obtemos:

M 4 × 10 −6 kg
λ= = = 2 × 10 − 6 kg m
L 2m

2. A massa de um elétron é me = 9,11 x 10 -31 kg e a de um próton é mp = 1,67 x 10


-27
kg. Qual é a razão entre a massa do próton e a do elétron?

Solução:
mp 1,69 × 10 −27 kg
= = 1840
me 9,11 × 10 − 31 kg

3. Saber a massa total de um corpo é uma informação importante. Uma outra


informação, também muito importante, é saber como a massa está distribuída
através do corpo. Mapeando a densidade de massa por área, σ, ou por volume,
ρ, podemos conhecer como a massa está distribuída no corpo. Calcular σ
quando M = 6 Kg está distribuída uniformemente através de: (a) Uma folha
retangular de 20 cm x 40 cm . (b) Uma casca esférica de raio R = 10 cm.

Solução:
(a) Área da folha: A = a.b = (0,2 m) (0,4 m) = 0,08 m2

Massa M M
σ = = =
Área A a ⋅b
6 Kg
σ = = 75 Kg / m 2
0,08m 2

(b) Área da casca esférica: A = 4 π R2 = (4) (3,14) (0,1)2


A = 0,1256 m2

M M
σ = =
A 4πR 2
6 Kg
σ = = 47,8 Kg / m 2
0,1256 m 2

4. A densidade de massa do ferro é ρ = 7,8 x 103 kg / m3. Se desejo construir uma


esfera de rolamento de massa 100 g, qual deve ser o seu raio?

Solução:

M M M 0,1 2,39 × 10 −2
ρ= = = 3
= =
V 4
π R 3 4,187 R 4,187 R 3 R3
3

2,39 × 10 −2
7,8 × 10 3 = → R 3 = 3,06 × 10 −6 → R = 1,452 cm
R3

5. Além do sistema internacional SI, existe um outro, utilizado pelos países de


língua inglesa, chamado de sistema inglês de unidades. Uma unidade padrão de
comprimento nesse sistema é o pé (1 pé = 30,48 cm = 0,3048 m). (a) Obter as
dimensões da grandeza velocidade (b) Escrever as unidades da velocidade no
sistema SI e no sistema inglês de unidades.

Solução:

(a) Definição de velocidade: Define-se a velocidade média de um corpo material de


massa M como a distância S percorrido pelo corpo material dividido pelo intervalo de
tempo ∆t gasto para percorrer a distância S .:
S
v=
t
Dimensões de S – Comprimento L
Dimensões de t – Tempo T
L
v= = LT −1
T

(b) unidades do sistema SI:

[ν ] = [L] = m = m / s
[T ] s

Unidades no sistema Inglês:

[ν ] = [L] = pé
= pé / s
[T ] s

6. Na definição do padrão de tempo no sistema SI, a unidade de tempo 1 s é


definida como 9.192.631.770 τ , onde τ é o período correspondente a uma
transição entre dois níveis do estado fundamental do átomo de césio 133. Qual é
a freqüência da transição dos átomos de césio 133?

Solução: 1
1s = 9 ⋅ 192 ⋅ 631 ⋅ 770τ τ=
f
1 
1s = 9 ⋅ 192 ⋅ 631 ⋅ 770  
 f 
f = 9 ⋅ 192 ⋅ 631 ⋅ 770 / s
Unidade de freqüência no sistema SI: 1 hertz (Hz)

f = 9 ⋅192 ⋅ 631 ⋅ 770 Hz


f = 9,192 ⋅ 631 ⋅ 770GHz

7. Uma piscina de área retangular e lados 6 m x 3 m, tem uma profundidade


uniforme de 1,4 m. Sabendo que a densidade da água é ρ = 1000 Kg / m3 a 20
o
C, calcular: (a) A capacidade da piscina em m3. (b) A capacidade da piscina
em litros. (c) A capacidade da piscina em copos de 250 ml. (d) A massa de água.

Solução:

(a) V = abc = (6 m) (3 m) (1,4 m) = 25,2 m3

(b) 1 m3 = 1000 litros = 1000 l


V = 25,2 m3 = (25,2) (1000 l) = 25.200 litros

(c) 1 ml = 1 x 10-3 l

Volume de 1 copo = 1 x 250 ml = (250) (1 x 10-3 l) = 0,25 l

V 25 ⋅ 200 l
N = número de copos = = = 100 ⋅ 800 copos
1copo 0,25l

(d ) ρ=
M
V
( )(
→ M = ρV = 1000 Kg / m 3 25,2m 3 )
M = 25 ⋅ 200 Kg

8. A embalagem de uma certa marca de leite indica que 1 porção de 200 ml do


produto produz 70 kcal, o que corresponde a 3% de nossas necessidades diárias
de energia. Calcular qual é a necessidade diária de energia de um ser humano.

Solução:
1 porção: E = 70 kcal = (70) (1 x 103 cal) = 7 x 104 cal
U: energia total que necessitamos
3×U
E = 3% de U = →U =
100 E 100
= (70kcal ) = 2333kcal
100 3 3
( )
U = (2333) 1 × 103 cal = 2,333 × 106 cal
( )
U = 2,333 × 106 (4,18 J ) = 9,767 × 106 J

Energia em kW . h: 1 kW . h = 3,6 x 106 J


9,787 × 106 J
U= = 2,713 kW ⋅ h
J
3,6 × 10 6

kW .h
GRANDEZAS VETORIAIS

Posição de um corpo

Utiliza-se uma seta orientada para fornecer a informação sobre a localização de


qualquer corpo material de massa M no espaço da vizinhança de um outro corpo
material, o chamado corpo material de referência ou simplesmente de referencial.
Desenha-se a seta a partir de um ponto qualquer sobre o corpo material de referência.
Refere-se a esse ponto como origem do referencial. Partindo-se da origem, pode-se
indicar a distância, a direção e o sentido da localização do corpo material de massa M.
O comprimento da seta carrega a informação da distância da origem até o ponto de
localização do corpo material de massa M. Vê-se, portanto, que a localização de pontos
no espaço das vizinhanças do corpo material de referência requer a utilização de setas
(elementos geométricos) para fornecer a direção e o sentido de localização do ponto e
números para fornecer a distância, ou seja, requer o uso dos chamados vetores.
A localização do corpo material de massa M no espaço da vizinhança do corpo
material de referência é fornecida de maneira diferente, dependendo da origem
escolhida sobre o corpo material de referência. É o que se vê na figura abaixo, onde o
→ →
vetor O1P é diferente de O2 P em direção (os vetores estão ao longo de retas diferentes)
e em módulos (comprimentos diferentes).

P

Figura 3 − Diferentes origens sobre
o corpo material de referência
fornecem diferentes vetores posição
para a localização do corpo material no
• • ponto P do espaço.
01 02
ri
→ →
Em notação vetorial, os vetores O1P e O2 P são representados pelo módulo
(comprimento), multiplicados por um vetor de módulo unitário na direção dos vetores:


O1P = O1P â1 ;

O2 P = O2P â 2 .

A soma de vetores (ou a subtração) é definida por uma construção geométrica, a


regra do paralelogramo, que é mostrada abaixo. Na Fig. 4 vê-se como se pode obter o
→ → →
vetor O1P em termos do vetor O2 P e do vetor O1O2 , que fornece a localização da
r r
origem O2 a partir de O1 .

→ → → •
O1P = O1O2 + O2 P
→ → →
O2 P = O1P – O1O2

01 P 02 P

01 • 01 02 • 02
0

Figura 4 − Construção geométrica para somar vetores.

→ →
Observe também na Fig. 4 que o vetor O2 P é a diferença entre os vetores O1P e
→ → →
O1O2 . Por outro lado, podemos imaginar O2 P como a soma entre O1P e o negativo de
→ →
O1O2 . Assim, geometricamente, o vetor - O1O2 é representado como mostrado na Fig. 5,
de onde concluímos que multiplicar um vetor por (-1) inverte apenas o seu sentido.



O1P O2P

O1 • • O2

- O1O2
Figura 5 − Construção geométrica para subtrair
vetores.
Existe uma forma conveniente de representar, analiticamente, um vetor em
termos de projeções (componentes). Isto se faz ao longo de retas perpendiculares entre
si, nos chamados sistemas de coordenadas. As componentes de um vetor, para um dado
sistema de coordenadas, são obtidas utilizando a geometria, e são representações
particulares dos vetores. O sistema de coordenadas cartesianas é definido por três eixos
x, y e z, perpendiculares entre si, cuja origem é um ponto escolhido sobre o corpo
material de referência, como se mostra na Fig. 6.

y
y z

x
z
x
z (a) (b) x
(c)

Figura 6 − Eixos cartesianos x, y e z com origem sobre um


ponto do corpo material de referência.

Vê-se na Fig. 6 que dois dos eixos cartesianos podem ser escolhidos livremente,
mas o terceiro é obtido pela regra do parafuso. Assim, o eixo para a direita pode ser x
como em (a) ou y como em (c).
r
Suponha um vetor r no plano. Nesse caso, não é necessário o eixo dos z para
indicar profundidade ou altura e pode-se escolher as direções x e y de diversas
r
maneiras, de modo que as componentes de r irão refletir a particular escolha dos eixos.
Veja a Fig. 7 abaixo.
P

P r y
r •
θ
θ y x

x
x = r cosθ
y = r senθ x = r cosθ
r = distância até o ponto P y = r senθ

Figura 7 − Diferentes eixos cartesianos para representar um


vetor no espaço da vizinhança de um corpo material de
referência.

Em geral, a notação em termos de componentes é feita expressando a soma


vetorial das componentes nas direções x, y e z. Definindo-se os vetores unitários
iˆ = (1,0,0 ) para a direção x, ˆj = (0,1,0 ) para a direção y e kˆ = (0,0,1) para direção z ,
pode-se representar qualquer vetor analiticamente.

j
k

i x
z

Figura 8 − Mostra-se na figura os vetores unitários nas direções


perpendiculares dos eixos cartesianos. A representação analítica
de vetores faz uso desses vetores unitários.
r
Na notação vetorial, o vetor posição r do ponto P da Fig 7 é escrito como segue
abaixo:
r
r = xiˆ + yˆj .
Utilizando o teorema de Pitágoras para a construção geométrica da Fig. 7,
deduz-se a distância d origem até o ponto P. Em termos das componentes, escreve-se a
distância r como:
r = (x2 + y2)1/2.
Vê-se, portanto, que qualquer ponto no espaço da vizinhança de um corpo
material de referência pode ser expresso em componentes de coordenadas cartesianas
fornecendo as distâncias x, y e z ao longo dos eixos perpendiculares (x, y, z). Em
r
notação vetorial escreve-se qualquer vetor posição r como segue abaixo.

r y
r = xiˆ + yˆj + zkˆ P

r
r = (x2+y2+z2) 1/2 y
x
z

x
z
Figura 9 − Vetor posição de um ponto no espaço da vizinhança
de um corpo material de referência. O corpo material de
referência não é mostrado na figura por simplicidade.

Velocidade e aceleração de um corpo

A velocidade de um corpo é uma grandeza física que informa sobre a mudança


de direção e sentido no deslocamento do corpo e a que taxa temporal (m/s) ocorre a
r
variação de posição, ou seja, é um vetor que chamaremos de vetor velocidade v .
Geometricamente, o vetor velocidade é definido de acordo com a Fig. 10, quando os
pontos P1 e P2 estão muito próximos.

P1
y • r
∆r
r
r1
• P2
r
r2
x

z
Figura 10 − Representação geométrica para obtenção do vetor
r
velocidade v de um corpo material de massa M quando ele se
desloca do ponto P1 para o ponto P2 no espaço da vizinhança de
um corpo material de referência.

De acordo com os eixos indicados na Fig. 10, podes escrever o vetor diferença
r
∆r , em notação vetorial, como segue abaixo:
r
r2 = x 2 iˆ + y 2 ˆj + z 2 kˆ
r
r1 = x1 iˆ + y1 ˆj + z1 kˆ
r r r
∆ r = r2 − r1 = ( x 2 − x1 )iˆ + ( y 2 − y1 ) ˆj + ( z 2 − z1 ) kˆ
r
∆ r = ∆ xiˆ + ∆ yˆj + ∆ z kˆ
r
Pode-se obter o vetor velocidade v supondo que a mudança de posição do corpo
material de massa M, do ponto P1 para o ponto P2, ocorreu em um tempo ∆t. A razão
r
entre ∆r e ∆t fornece o vetor velocidade como segue:
r
r ∆ r ∆x ˆ ∆y ˆ ∆ z ˆ
v = = i+ j+ k
∆t ∆t ∆t ∆t
r
v = v× iˆ + v y ˆj + v z kˆ
1
r
módulo de v : v = (v×2 + v 2y + v z2 ) 2
r
As velocidades vx, vy e vz são as componentes do vetor velocidade v ao longo
dos eixos x, y e z. Elas informam as taxas temporais das variações de posições nas
direções x, y e z. Por exemplo, pode-se saber, conhecendo vx, vy e vz, em qual das
direções o corpo material de massa M se deslocou mais rapidamente.
Muitas vezes, o corpo ao se deslocar do ponto P2 para um outro ponto P3, o faz
de maneira mais rápida ou mais lenta, em comparação com o deslocamento de P1 para
P2, ou mesmo muda de direção ao fazê-lo. Então, é importante definirmos uma grandeza
r
física que nos informe a esse respeito. Esta grandeza é chamada de vetor aceleração a .
Veja na Fig. 11 como pode-se obter geometricamente o vetor aceleração.

P3

P1 r b) P1 P3
a)
y ∆r1 r y
∆r2 r r
r v2 ∆v
r1 r
r3
P2 r
r v1
r2
x x

z
z

r
Figura 11 − Pode-se obter por geometria a aceleração a de um
corpo material de massa M medindo-se os vetores velocidades
r r
v1 e v 2 associados com as variações de posições de três pontos
no espaço da vizinhança do corpo material de referência (não
mostrado na figura). Vê-se isto em (a) e (b).

Em notação vetorial, as componentes das velocidades são vx, vy e vz, de maneira


r r
que as componentes de a são obtidas das taxas de variação das componentes de v :
r
v 2 = v x 2 iˆ + v y 2 ˆj + v z 2 kˆ
r
v1 = v x1 iˆ + v y1 ˆj + v z1 kˆ
r
∆v = (v x 2 − v x1 ) iˆ + (v y 2 − v y1 ) ˆj + (v z 2 − v z1 ) kˆ
r
r ∆v ∆v x ˆ ∆v y ˆ ∆v z ˆ
a= = i+ j+ k
∆t ∆t ∆t ∆t
r
a = a iˆ + a ˆj + a kˆ
x y z

∆v x ∆v y ∆v z
ax = ; ay = ; az =
∆t r ∆t ∆t
Módulo de a : a = (ax2 + ay2 + az2) 1/2

As velocidades e acelerações obtidas acima são conhecidas como velocidades e


acelerações médias, no intervalo de tempo ∆t. Se os pontos P1, P2 e P3 estão
suficientemente próximos, e o intervalo de tempo ∆t é pequeno, pode-se obter as
velocidades e acelerações instantâneas.
r r
Matematicamente, v e a instantâneos são dados pelas derivadas abaixo:
r
r dr dx ˆ dy ˆ dz ˆ
v = = i + j+ k
dt dt dt dt
r
r dv dv x ˆ dv y ˆ dv z ˆ
a= = i+ j+ k
dt dt dt dt

OS REFERENCIAIS

É conveniente introduzir agora o conceito de sistema de referência, ou


simplesmente, referencial. Um referencial é constituído de um ponto (ou conjunto de
pontos) sobre o corpo material de referência1 , escolhido(s) por um observador, que de
posse de um relógio e de um sistema apropriado de coordenadas, faz as suas
observações sobre a dinâmica de um corpo material de massa M, a partir do referencial.
Os sistemas de referências associados a diferentes corpos materiais de referências,
como, por exemplo, a Terra e um carro em repouso ou em movimento retilíneo e
uniforme, terão os seus eixos de coordenadas relacionadas quando se observa um
fenômeno físico a partir deles. A Fig. 12 mostra dois referenciais em movimento
relativo, com velocidade constante. Neste caso são chamados de referenciais inerciais.
Os referenciais inerciais são importantes para a Mecânica porque as Leis de Newton são
absolutas nesses referenciais, ou seja, têm a mesma forma para os diferentes
observadores.
y y’ V
o

R x R’
x’
0 0’

z R=Relógio do observador z’ R=Relógio do observador


0 0´

Figura 12 − O referencial R do observador O está sobre um


corpo material de referência de massa M1 em repouso relativo
ao referencial R’ do observador O’ que está sobre um corpo
material de referência de massa M2 que tem movimento relativo
com velocidade constante V.

OS DIFERENTES TIPOS DE FORÇAS

Para a maioria dos problemas abordados em disciplinas sobre Mecânica,


algumas forças estão sempre presentes. A força gravitacional é uma delas. Essa força é

1
A Terra é o corpo material de referência que é sempre utilizado no estudo da dinâmica de outros corpos
materiais de massa M.
uma das forças fundamentais da natureza. Outras como as forças de cordas, as forças de
contato, as forças de referenciais, as forças elásticas e as forças de arraste, estão
presentes em algumas situações, em outras não. Saber as forças que estão atuando sobre
um corpo material de massa M ou um sistema de corpos materiais é o passo inicial para
resolver um problema mecânico, utilizando as leis de Newton. Uma vez identificadas
quais são as forças que atuam sobre o corpo material de massa M, pode-se proceder à
r
soma das mesmas para encontrar a força resultante FR que aparece na 2a a Lei de
Newton.
Para a sua representação matemática, as forças, assim como a velocidade e a
aceleração, necessita-se de setas para direciona-las (elementos geométricos) e de
números para o módulo ou intensidade. São, portanto, vetores e para somar forças
utiliza-se a geometria euclidiana, por meio da regra do paralelogramo, ou um sistema de
coordenadas, o sistema de coordenadas cartesianas, por exemplo, para descrever cada
vetor força em termos de suas componentes e através da soma das componentes obter a
força resultante.
r r
Por exemplo, observe a Fig. 13 onde se tem as forças F1 e F2 atuando sobre um
corpo material de massa M.
r r
F2 FR

r
M F1

Figura 13 − O método geométrico é utilizado para encontrar a


r
força resultante FR sobre o corpo material de massa M.

A força resultante sobre o corpo material de massa M, na Fig. 13, é encontrada


pela regra do paralelogramo. Entretanto, quando se tem corpos materiais que estão sob a
r
ação de muitas forças, encontrar a força resultante FR pelo método do paralelogramo é
muito complicado e a representação das forças em notação vetorial, em termos de
componentes, facilita os cálculos. Observe que para calcular as componentes das forças
deve-se definir o sistema de coordenadas para o qual calcularemos estas componentes.
Veja a Fig. 14 abaixo.

r
a) F2

M r
F1
r
y F2
r r r
b) F2x=F2 cosθ F1 = F1i + 0 j
F2 y r r r
F2y=F2 senθ F2 = F2 x i + F2 y j
θ x
r r r
F2 x
r FR = (F1 + F2 x )i + F2 y j
F1

r
Figura 14 − Cálculo da força resultante FR utilizando a soma de
componentes ao longo dos eixos cartesianos perpendiculares.
No caso mostrado na figura tomou-se o próprio corpo material
de massa M como o corpo material de referência. O sistema de
eixos cartesianos tem a origem em um ponto sobre o corpo
material de massa M.

Uma vez definido o sistema de coordenadas, como em (b), pode-se encontrar o


r
ângulo θ que a direção da força F2 faz com o eixo dos x e calcular as componentes.
r
Então, pode-se escrever o vetor F2 em notação vetorial. É importante estar atento para o
sentido da componente sobre o eixo coordenado no momento de escrever a força em
notação vetorial. Se a componente aponta no sentido positivo do eixo, será positiva.
Caso contrário, multiplica-se a componente por –1. Observe na Fig. 15 uma situação
r
semelhante àquela da Fig. 14, mas com a força F2 em outra direção.
y
r
F2

F2 y
θ
F2 x x
F1
F1 = F1i + 0 j
F2 = − F2 xi + F2 y j
F2 x = F2 cos θ
FR = (F1 − F2 x )i + F2 y j
F2Y = F2 sen θ
Figura 15 − Forças atuando sobre o corpo material de massa M
r
com uma delas, a força F2 , em outra direção.

Observação importante:

As unidades de força no sistema SI são dadas em newtons (N).


Força da gravitação

A Lei da Gravitação Universal, deduzida por Isaac Newton, estabelece que a


r
força FG de atração entre dois corpos materiais de dimensões muito pequenas (massas
puntiformes) que têm massas M1 e M2, tem a direção ao longo da reta que une as duas
GM 1M 2
massas puntiformes e cuja intensidade (módulo) é dada por FG = , onde G é
r2
uma constante universal que tem valor G = 6,67 x 10-11 N . M2 / Kg2, medida pela
primeira vez por Cavendish. A Fig. 16 mostra a direção e o sentido da força de
gravitação entre as duas massas puntiformes M1 e M2.

M2
r

F12

G M1 M 2
F12 = F21 =
F21 r2

M1

Figura 16 − Dois corpos materiais de dimensões muito pequenas


r
que têm massas M1 e M2 se atraem mutuamente com a força FG .
Mostra-se na Fig. 16 a direção, o sentido e a intensidade dessa
força.

Para encontrar a força da gravitação entre a Terra e um corpo material de massa


M, que está numa altura h acima da superfície da Terra, pode-se supor que a Terra é
uma massa puntiforme de valor M T . Considerando-se a Terra como sendo uma esfera
perfeita, pode-se utilizar a Lei de Gauss para provar a afirmação anterior. Portanto, para
efeito de cálculo, considera-se a distancia r = RT + h entre a terra e o corpo material de
massa M. Mostra-se essa situação na Fig. 17.

M
h

Superfície
RT
da
Terra
MT

Figura 17 − A força da gravitação entre a Terra e um corpo


material de massa M que está a uma altura h acima da superfície
da Terra pode ser encontrada considerando a massa da Terra
concentrada no seu centro geométrico.

Pode-se obter a força da gravitação entre a Terra e o corpo material de massa M


como segue:
2
MT M MT M
FG = G =G ;
r 2
(RT + h )2
 GM  M
FG =  2 T  2
.
 RT  h 
1 + 
 RT 

Considere as situações físicas abordadas neste curso, para as quais h < < RT.
Uma vez que RT = 6370 km e tomando-se, por exemplo, h = 9 km , a altura aproximada
do Monte Everest, calcula-se para a razão h/RT o valor 0,0014, que é pequeno frente ao
valor 1 no denominador da expressão anterior. Portanto, para alturas não muito grandes,
pode-se escrever a força da gravitação entre a Terra e um corpo material de massa M de
uma forma simplificada, o chamado de peso do corpo material de massa M:
r r r r
P = FG = g . M = Mg ;
r GM T
g =g≅ 2
.
RT
r
A grandeza g , cujo módulo é dado na expressão acima e cuja direção é a mesma
da força gravitacional sobre uma massa puntiforme de teste M, é conhecida como
campo gravitacional da Terra. A grandeza física campo é necessária para descrever
como é possível a massa M1 exercer uma força de atração sobre a massa M2 . Se não
existir um campo gravitacional criado no espaço da sua vizinhança, como poderia M1
atuar sobre M2? É por meio do campo gravitacional que M1 atrai M2. Assim, em geral, o
campo gravitacional da Terra, considerando a Terra como uma esfera perfeita com
distribuição de massa uniforme, é dado por:

GMT FG
g (r ) = =
r2 M

r
Na maioria das vezes a grandeza campo gravitacional g será chamada de
aceleração da gravidade, em virtude da aplicação da 2ª Lei de Newton no estudo do
movimento dos corpos materiais em queda livre próximos da superfície da Terra.
Utiliza-se para calcular a força peso de todos os corpos materiais próximos da superfície
r
da Terra o campo gravitacional g uniforme, perpendicular à superfície da Terra, no
sentido de cima para baixo, cujo módulo constante é dado por:

g = 9,81 m/s2.
Forças transmitidas por cordas

Imagine que você é um caçador e resolve capturar um búfalo. Existem duas


maneiras de você fazer isso. A primeira é tentar imobilizar o animal com suas próprias
mãos. Você deve reconhecer que esse é um modo perigoso, já que o animal irá reagir e
poderá feri-lo. Uma segunda maneira, é utilizar cordas para prender o animal. É o que
fazem os vaqueiros na sua lida diária com os bois. Nossos ancestrais descobriram que
poderiam transferir o ponto de aplicação de forças utilizando cordas e que, em muitas
situações, isso era extremamente vantajoso.
Se as cordas são inextensíveis e de massa desprezível (cordas ideais), pode-se
r
mostrar, utilizando as leis de Newton, que a força aplicada F em uma das ponta da
r
corda é igual à força T que a outra ponta aplica sobre um corpo material de massa M.
Veja na Fig. 18 abaixo como isso é possível.

a)
r
M F
r
F = Força aplicada

y r
r F
b) M T r
T'
x

r
Figura 18 − Mostra-se na figura a força T aplicada ao corpo
r
material de massa M pela corda e a força de reação T ' aplicada
sobre a corda pelo corpo material de massa M. Pode-se ver que
r r
sobre a corda atuam duas forças: F e T ' .
r
Em (a) aparece a força F aplicada na ponta da corda e em (b) mostra-se a força
r r
T que a corda exerce sobre o corpo de massa M. A força T ' é a força que o corpo
material de massa M exerce sobre a corda. A força resultante sobre a corda é dada pela
soma abaixo:
r r r
FR = F − T '
Se a massa da corda é desprezível (M = 0), utiliza-se a 2ª Lei de Newton para
r r r r
mostrar que F − T ' = 0 , ou seja, F = T ' . Finalmente, de acordo com a 3ª Lei de
r r r r r r
Newton, T = T ' = F . Se a massa da corda não for desprezível, F − T ' > 0 e a força T é
r
menor que a força aplicada F . Se a corda apresentar elasticidade, ou seja, não for
inextensível, o que na prática ocorre em maior ou menor grau, deve-se considerar a
força elástica da corda Fig. 18.

Forças de contato

Quando dois corpos sólidos interagem por contato, sobre as suas superfícies
sólidas aparecem duas forças: uma, perpendicular ao plano de contato (ou à reta
r
tangente ao ponto de contato), que é chamada de força normal N . Ela existe devido à
ação de um corpo sobre o outro. A outra, tangencial ao plano de contato (ou paralela à
reta tangente, no ponto de contato), depende do movimento relativo das superfícies e
sua existência está relacionada com as rugosidades presentes nas superfícies em contato.
r
É a chamada força de atrito Fa . Observe essas duas forças na Fig. 20, quando os corpos
materiais de massas M1 e M2 estão em contato e existe tendência de movimento relativo
entre ambos.
r
N
a)
M1 r
Fa'
r
Fa r
M2 N'
r
N

b) Fa' M1

r r
N' aF
M2

Figuras 20 − Mostram-se as forças devido ao contato


sólido/sólido quando: (a) o corpo material de massa M1 tende a
se deslocar para a direita na figura. A força de atrito sobre M1 é
r r
Fa e força de atrito sobre M2 é Fa' . (b) As mesmas forças são
mostradas quando o corpo material de massa M1 tende a se
deslocar para a esquerda na figura.
r
Na ausência de rugosidades nas superfícies de contato, só existem as forças N e
r
N ' que aparecem na Fig. 20. Se existe a rugosidade, e será considerado que ela não é
r r r
provocada pelas forças N e N ' , a força Fa sobre M1 para as situações (a) e (b) (e,
conseqüentemente, Fa' sobre M2) depende da velocidade relativa das superfícies de
contato entre os corpos materiais de massas M1 e M2. Se as superfícies estão em
r
repouso, mas sobre o corpo material de massa M1 atua uma força externa Fe para a
r
direita, então a força Fa tem o sentido indicado em (a), ou seja, oposta à tendência do
corpo de massa M1 de se deslocar para a direita, como seria se não houvesse atrito. Se
r r
Fe é aplicada para a esquerda sobre o corpo de massa M1, então a força Fa tem o
sentido indicado em (b), oposto à tendência do corpo de massa M1 de se deslocar para a
esquerda, como seria se não houvesse atrito. Para essas situações, a força de atrito é
conhecida como força de atrito estático.
Pode-se determinar o módulo da força de atrito estático por um experimento
r
simples. Aplique uma força externa Fe ao corpo material de massa M1, como mostrado
na Fig. 21.
r
N r
r
Fa Fe

r
r Fa'
N'

r
Figura 21 − Uma força externa Fe é aplicada ao corpo material
de massa M1. Mede-se a intensidade Fe da força aplicada
quando é iminente o deslocamento do corpo material de massa
M1 .
r r
Se o corpo de massa M1 permanecer em repouso, então Fe = Fa .
Variando-se a intensidade Fe anota-se os valores Fa até ser iminente o deslocamento
r
do corpo material de massa M1. Anota-se também o valor da força normal N .
r
Repetindo-se o procedimento para vários valores de N pode-se obter o gráfico
mostrado na Fig. 22.

N3
N2
Fa (N) N1 x
x
x

Fe (N)
r r
Figura 22 − Relação entre a força de atrito Fa e a força Fe
aplicada ao corpo material de massa M1.
r
Na Fig. 22, N1, N2 e N3, são os pontos para os diferentes valores de N , quando a
r
força aplicada Fe é de tal magnitude que o corpo de massa M1 está na iminência de se
r r
deslocar. Fazendo-se um gráfico dos módulos de Fa em função dos módulos de N ,
quando o corpo de massa M1 está na iminência de se deslocar, o gráfico obtido deverá
ser uma reta, cuja inclinação depende das rugosidades das superfícies em contato. A
inclinação deste gráfico é o chamado coeficiente de atrito estático, µ e , e seu valor está
na faixa 0 < µ e < 1. Mostra-se na Fig. 23 o gráfico desse procedimento.

Famáx
Famáx = µeN
µe

N(N)

Figura 23 − O gráfico de Famáx x N é linear sendo a sua


inclinação o coeficiente de atrito estático entre as superfícies dos
corpos materiais de massas M1 e M2.
r
Se o módulo da força aplicada Fe excede o valor de Fa max. = µ e N, então o
corpo material de massa M1 se deslocará sobre o corpo de massa M2 e a força de atrito
tem um súbito decréscimo. Os experimentos mostram que a força de atrito cinético entre
as superfícies em movimento relativo tem módulo Fc = µ c N, onde µ c é chamado de
coeficiente cinético de atrito, sendo seu valor menor que o coeficiente estático de atrito:
µ c < µ e.

Forças de referenciais

Na secção a respeito de velocidade e aceleração mencionou-se que referenciais


inerciais são referenciais sobre corpos materiais de referência que possuem movimento
r
relativo, com velocidade V constante. Como será visto na Unidade II sobre as leis de
Newton, os referenciais inerciais são importantes uma vez que essas leis da Mecânica,
na forma enunciada, somente são absolutas para os ditos referenciais.
Suponha o observador O, de posse de um relógio R, que elege como origem de
um sistema de eixos cartesianos um ponto sobre o corpo material de referência M1 para
as suas observações dos fenômenos mecânicos. Os seus eixos perpendiculares são as
direções x, y e z. Um outro observador, O’, de posse de um relógio R’, elege como
origem do seu sistema de eixos cartesianos um ponto sobre um corpo material de
referência M2 para fazer as suas observações dos fenômenos mecânicos. O corpo
r
material de referência M2 se desloca com velocidade v constante, estando os eixos
perpendiculares x’, y’ e z’ do observador O’ paralelos aos eixos x, y e z do observador
r
O. A velocidade do corpo material de referência M2 é v = Viˆ , ou seja, existe
movimento relativo entre os dois observadores apenas para o eixo x. Deduz-se, então,
que as relações entre as coordenadas de um ponto P1 do espaço da vizinhança dos dois
corpos materiais de referência M1 e M2 para os observadores O e O’ são as mostradas na
Fig. 24.

Y Y'
x x P1
x’
Vt

R X R’ X’
x’ = x – V.t
y’ = y Z Z'
z’ = z
t’ = t

Figura 24 − Relações entre as coordenadas de dois observadores


O e O’ que estão sobre dois corpos materiais de referência M1 e
M2 .

As relações entre as coordenadas na Fig. 24, conhecidas como transformações


de Galileu, considera que os relógios R e R’ marcam o mesmo tempo, ou seja, a
grandeza tempo é uma grandeza absoluta e o movimento relativo não interfere na sua
medida. A teoria da relatividade restrita de Einstein mostra que nem sempre isso é
verdadeiro.
Agora, se um corpo material de massa M localizado em P1 se desloca para um
r
ponto P2, ele o faz de acordo com o observador O com um vetor velocidade u e de
r
acordo com O’ com um vetor velocidade u ' . Pode-se encontrar como se relacionam os
r r
vetores velocidades u e u ' , utilizando-se as relações entre as coordenadas mostradas na
Fig. 24. Derivando-se as ditas relações, pode-se obter:

ux' = ux – V ; uy’ = uy ; uz’ = uz.

Portanto o observador O’ no corpo material de referência da massa M2 irá medir


a componente da velocidade para o corpo material de massa M na direção x’, ux’, que é
a diferença entre a componente ux da velocidade medida por O no corpo material de
referência de massa M1 e a velocidade relativa V entre os corpos materiais de
referência. Como não existe movimento relativo para as outras direções, como mostrado
na Fig. 24, os observadores O e O’ medem as mesmas velocidades para as componentes
nas direções y e z. Esse resultado mostra que a velocidade de um corpo de massa M é
uma grandeza relativa, ou seja, depende do movimento relativo do observador.
r r
Para se obter as acelerações a e a ' , se elas existirem, para o corpo material de
massa M quando ele passa do ponto P2 para um ponto qualquer P3, deriva-se em relação
r r
ao tempo as relações anteriores para as componentes dos vetores velocidades u e u ' .
r r
Fazendo-se isso, pode-se obter as componentes dos vetores a e a ' :
ax’ = ax
ay’ = ay
az’ = az
r
Vê-se, portanto, dos resultados acima, que o vetor aceleração a não é uma
grandeza relativa, uma vez que os observadores O e O’ sobre os corpos materiais de
referência de massas M1 e M2, em movimento relativo, medirão a mesma aceleração
para o corpo material de massa M.
r
A aceleração a de um corpo é uma grandeza absoluta apenas para
observadores em referenciais inerciais. Se o observador O’ estiver sobre um corpo
material de referência que está se deslocando em movimento acelerado na direção x,
com aceleração constante, então as relações entre as coordenadas de O e O’ são dadas
por:

x’ = x – (½)at2
y’ = y
z’ = z
t’ = t.
A quantidade s = (1/2)at , é a distância percorrida por O’, supondo que o corpo
2

material de referência de massa M2 estava inicialmente nas proximidades do corpo


material de referência de massa M1 de modo que o ponto sobre M2 , que foi tomado
como origem do sistema de eixos (x’, y’, z’), está paralelo ao ponto sobre M1 tomado
como origem por O e que M2 principiasse seu movimento a partir do repouso.
Derivando-se essas expressões pode-se obter as relações entre as velocidades medidas
por O e O’. Uma segunda derivação fornece as relações entre as acelerações medidas
pelos dois observadores:

ax’ = ax – a
ay’ = ay
az’ = az.

Então, se o corpo material de referência de massa M2 do observador O’ estiver


acelerando na direção x, com módulo a, o observador O' medirá uma aceleração
diferente para o deslocamento do corpo material de massa M, uma vez que a aceleração
ax’, a componente da aceleração medida por ele na direção para a qual existe o
movimento relativo entre os observadores, é diferente da aceleração ax.
Como veremos na Unidade II sobre leis de Newton, o fato de o observador O’ no
corpo material de massa M2 acelerado não medir a mesma aceleração, para o corpo
material de massa M, do observador O no corpo material de massa M1, em repouso, tem
duas conseqüências práticas. A primeira delas é mostrar que as leis de Newton, como
são enunciadas, só são absolutas, ou seja, têm a mesma forma para diferentes
observadores em diferentes corpos materiais de referência, se estão em corpos materiais
de referência que posam ser considerados como referenciais inerciais. A segunda é
mostrar como se fazem as correções. Para se corrigir a 2a lei de Newton, por exemplo, o
observador O’, além das forças que atuam sobre o corpo material de massa M no ponto
r
P1 na Fig. 24, teria de acrescentar uma força Fr atuando sobre o corpo material de
massa M. Essa força tem direção que é a mesma do movimento do corpo material de
massa M2, porém o sentido da força é oposto ao sentido do movimento do corpo
material de referência de massa M2, e o módulo é dado por Fr = Ma 2 , onde M é a
massa do corpo material e a 2 é a aceleração do corpo material de referencia de massa
M2, ou seja, do observador O’.
r
A força Fr é chamada de força de referencial, ou fictícia. Entretanto, apesar do
nome, ela é muito real quando você, por exemplo, brinca em um parque de diversão, ou
quando o automóvel em que você viaja acelera ou desacelera bruscamente.

Forças elásticas
r
Suponha que se aplique uma força F a um corpo material de massa M. A força
r r
aplicada pode resultar numa variação dos vetores r e v do corpo material de massa M.
r
Se essas grandezas não variarem com a aplicação de F , existem outras grandezas
r
físicas que podem variar sob a aplicação de F ? A resposta é: depende. Se você
imaginar o corpo material de massa M como uma partícula material, ou seja, um corpo
material de dimensões desprezíveis comparadas às do corpo material de referência, resta
r r
a você explicar o porquê de não haver mudanças em r e v . Ao aplicar o conceito de
partícula material a um corpo, estamos descartando efeitos importantes como a rotação
r
e/ou a deformação do corpo material de massa M, devido a aplicação de F . Se esses
efeitos são verificados, então o estudo da dinâmica do corpo de massa M é um pouco
mais complexo.
Se o corpo material de massa M não girar, mas a deformação do corpo tiver de
ser considerada, então se deve encarar o fenômeno da elasticidade dos corpos sólidos. A
deformação é uma mudança nas dimensões do corpo material provocadas por forças
externas aplicadas a ele. Todos os corpos materiais sólidos são, em maior ou menor
grau, deformáveis sob a ação de forças externas. A grandeza da deformação de um
sólido depende da intensidade das forças elétricas de coesão entre seus átomos ou
moléculas. A ligação metálica,por exemplo, é uma ligação forte eletricamente e os
metais, como o aço e o cobre, por exemplo, são pouco deformáveis. Por outro lado, a
borracha comum, que tem ligações moleculares fracas, é muito deformável.
Quando se deforma um corpo por tração (ou compressão), a curva obtida em um
gráfico da força de tração (ou compressão) em função da deformação apresenta uma
região linear inicial, na qual a deformação x é proporcional à força de deformação,
seguida de uma região não-linear onde a proporcionalidade não é mais verificada e
constituem a chamada região elástica. Se a força aplicada continuar aumentando, ocorre
a ruptura do material. A curva obtida para o ensaio típico de um material sob tração é
mostrada na Fig. 25 para FT versus x.

FT 2
FT 1
FT (N )

x
FT1 = Força no limite da proporcionalidade
FT2 = Força no limite do regime elástico

Figura 25 − Em um ensaio sobre a elasticidade de um corpo


material de massa M, a deformação da dimensão x do corpo
material é linear com a força aplicada até o valor de força FT1.
Quando se aplicam forças ao corpo material que são maiores
que o valor FT1, verifica-se uma região não linear até o valor de
força FT2.

No regime elástico, dentro da região linear inicial, forças restauradoras


devolvem o corpo às suas dimensões normais quando a força de tração (ou compressão)
é retirada. Neste caso, a força elástica para a direção x é dada por:

Fe = - Kx

onde K é a chamada constante elástica. O sinal negativo indica que a força elástica Fe
tem sentido oposto ao do aumento (x > 0) ou decréscimo (x < 0) das dimensões do
corpo na direção x.
Um dispositivo muito usado quando se deseja aplicar a um corpo material de
massa M uma força elástica é a mola. É também muito útil para modelar a elasticidade
dos materiais, a oscilação dos átomos em torno de suas posições de equilíbrio nos
materiais sólidos, devido à agitação térmica, os campos elétricos e magnéticos, etc. Uma
mola ideal possui massa desprezível e constante elástica K. Quando um corpo de massa
M é ligado a ela, uma força Fe = - Kx é exercida por ela sobre o corpo. Mostra-se essa
situação na Fig. 26 abaixo.

Fe = -Kx

M
K

x = deformação da mola

Figura 26 − Um corpo material de massa M quando ligado a


uma mola de constante elástica K fica sob a ação de uma força
elástica Fe = - Kx.
Forças de arraste

Na maioria dos problemas abordados neste curso, considera-se que o corpo


material de massa M que se desloca sobre a Terra, ou nas proximidades dela, não sofre a
ação da atmosfera da terra, ou seja, que a massa de gás (ar), através da qual ele se
desloca, não exerce uma força sobre ele. Isso é verdadeiro apenas para velocidades
muito baixas dos corpos materiais de massa M. Como se sabe, de nossa experiência
cotidiana, o ar exerce uma força significativa sobre nós quando corremos, sobre nossos
carros ou mesmo quando estamos parados e a velocidade do vento é alta. Qualquer
fluido, como por exemplo o ar (gases) ou a água (líquido), exerce uma força sobre os
corpos imersos nele quando a velocidade relativa entre o fluido e o corpo é diferente de
zero. Esta força é a chamada força de arraste.
A força de arraste sobre um corpo material de massa M, que se desloca no ar
r
com vetor velocidade v , que tem módulo v em relação à Terra, é proporcional à
velocidade do corpo em velocidades baixas e aumenta quando a velocidade do corpo
aumenta. Escreve-se a expressão para o módulo da força de arraste como:

Far = - bvn

O expoente n é igual a 1 para velocidades baixas e para velocidades altas n = 2.


A constante b, que aparece na expressão acima, é determinada no estudo de dinâmica
dos fluidos. Pode-se verificar que b depende não somente da geometria do corpo
material, mas inclusive das propriedades do próprio fluido. O sinal negativo na
expressão acima indica o sentido da força de arraste, que é oposto ao do vetor
r
velocidade v do corpo material de massa M.
A importância da força de arraste sobre a performance na dinâmica de nossos
carros, aviões, navios, foguetes, etc. deu origem a duas áreas importantes dentro da
dinâmica dos fluidos: a aerodinâmica e a hidrodinâmica. Existem muitas situações nas
quais a aplicação de uma força de arraste a um corpo material de massa M em
movimento, feita de maneira controlada, é importante. Para tais situações, inventou-se
um dispositivo chamado de amortecedor, que exerce uma força Far = - bv sobre o corpo
material de massa M ao qual ele está ligado. O amortecedor é mostrado na Fig. 27.

Amortecedor

Far
v
M

Far = −bv
Figura 27 − O dispositivo conhecido como amortecedor aplica
uma força de arraste ao corpo material de massa M ao qual ele
está ligado que é proporcional à velocidade do corpo material.

PROBLEMAS RESOLVIDOS

1. Um corpo material de massa M está, inicialmente, num ponto do espaço da


vizinhança de um corpo material de referência cujas coordenadas são P1 =
(2,2,1). O corpo material é, então, transferido para um outro ponto P2 = (-
1,2,2). Se a transferência for feita em linha reta, encontre distância percorrida
pelo corpo material de massa M.

Solução:

As coordenadas de um vetor são suas componentes ao longo dos eixos coordenados,


neste caso, cartesianos. Assim, pode-se escrever:
r
r1 = 2iˆ + 2 ˆj + kˆ m;
r
r2 = −1iˆ + 2 ˆj + 2kˆ m.
r r r
O vetor diferença é dado por: R = r1 − r2 .
r
( ) ( )
R = 2iˆ + 2 ˆj + kˆ − − 1iˆ + 2 ˆj + 2kˆ ;
r
R = 3iˆ − 1kˆ .

Uma vez que o corpo material de massa M se deslocou em linha reta, a distância
r
percorrida por ele é o módulo de R :
r
R = R = 32 + (− 1) = 10 = 3,16 m.
2

2. Pode-se especificar, como já foi visto anteriormente, o vetor posição de


qualquer corpo material de massa M no espaço da vizinhança de um corpo
material de referência utilizando-se um sistema de eixos cartesianos. Faz-se isso
por meio de suas componentes (projeções) ao longo dos eixos coordenados. No
sistema de coordenadas cartesianas, com origem em um ponto sobre o corpo
material de referência, os eixos são chamados de x, y e z. Achar a distância, em
linha reta, entre dois pontos quaisquer do espaço da vizinhança do corpo
material de referência. A Terra é freqüentemente escolhida como corpo material
de referência

Solução:

Considerando-se que os pontos ocupados pelo corpo material de massa M são


r
dados por P1 = (x1,y1,z1) e P2 = (x2,y2,z2), pode-se escrever para os vetores posição r1 e
r
r2 as seguintes expressões:
r
r1 = x1iˆ + y1 ˆj + z1 kˆ ;

r
r2 = x 2 iˆ + y 2 ˆj + z 2 kˆ .
r r r
O vetor diferença é dado por: R = r2 − r1 .
r
( ) (
R = x 2 iˆ + y 2 ˆj + z 2 kˆ − x1iˆ + y1 ˆj + z1 kˆ . )
A distância, quando o corpo material de massa M se desloca em linha reta, é o
r
módulo de R :
r
R= R = (x2 − x1 )2 + ( y2 − y1 )2 + (z2 − z1 )2 .

3. Se um corpo material de massa M se desloca ao longo de uma única reta, não


há mudança de direção (reta) no seu deslocamento e pode-se escolher um dos
eixos coordenados coincidir com a direção do deslocamento. Obter as equações
horárias r (t ) , v (t ) para um corpo material de massa M em queda livre
r r
perpendicular à superfície da Terra.

Solução:

Tomando-se a Terra como corpo material de referência, pode-se localizar a


origem de um sistema de eixos cartesianos em qualquer ponto de sua superfície. Se
o eixo y é escolhido de modo a ser a direção perpendicular à superfície da Terra ,
sentido positivo para cima, pode-se escrever para r (t ) , o vetor posição do corpo
r

material de massa M, v (t ) , o seu vetor velocidade, e a , o seu vetor aceleração, as


r r
seguintes expressões:
r
r = yˆj ;
r
v = −vˆj ;
r
a = − gˆj .
r r
Uma vez que a aceleração é constante, escreve-se os vetores r e v em função
r r
de a . Por definição, o vetor aceleração a é a derivada temporal do vetor velocidade
r r
v . Portanto, integrando-se a pode-se obter a equação horária do vetor velocidade
do corpo material de massa M em queda livre:

r
r dv r r
a= → adt = dv ;
dt
v r t r t r r t
∫vo
dv = ∫0
adt = ∫
0
− gj dt = − gj ∫ dt ;
0
v − vo = − gtˆj → v (t ) = vo − gtˆj .
r r r r

r
Como o corpo está caindo, vo = −vo ˆj , que substituída na expressão anterior
fornece a equação horária do corpo material de massa M em queda livre:

v (t ) = −(vo + gt ) ˆj .
r r

Módulo de v (t ) : v(t ) = vo + gt .
r

Com procedimento semelhante, pode-se integrar v (t ) para obter r (t ) :


r r

r
r dr r r
v= → v dt = dr ;
dt
t r t r
r
∫ v dt = ∫ dr → ∫ − (vo + gt ) j dt = ∫ dr ;
r r r
0 ro 0 ro

t2 t2
r − ro = −(vo t + g ) ˆj → r (t ) = ro − (vo t + g ) ˆj .
r r r r
2 2

O deslocamento em queda livre do corpo material de massa M ocorre apenas na


r
direção y. Nesse caso, escreve-se para a posição inicial do corpo material: ro = y o ˆj .
r
Substituindo-se ro na equação horária deduzida acima, pode-se obter a equação
horária para o deslocamento em queda livre do corpo material de massa M:

 gt 2  ˆ
r (t ) = y o ˆj −  v o t +
r
j;
 2 

 gt 2  ˆ
r (t ) =  y o − v o t +
r
j.
 2 

4. Um corpo material de massa M é atirado para cima, na direção vertical, com


velocidade inicial de 2 m/s a partir da superfície da Terra. (a) Qual é a altura
máxima que ele atinge quando fica momentaneamente em repouso? (b) Se o
mesmo corpo material for solto, a partir do repouso, de uma altura de 1m acima
da superfície da Terra, quanto tempo ele gasta para atingir o solo?

Solução:
r
(a) yo = 0; vo = vo ˆj = 2 ˆj m/s; g = 9,81 m/s2.

r = y (t ) j =  y o + vo t −
r ˆ gt 2  ˆ
2 
( )
 j = 2t − 4,905t 2 ˆj .

Na altura máxima, v = 0 . Portanto, pode-se escrever:

v
0 = (vo − gt ) ˆj → t = o → t =
2m / s
→ t = 0,204 s ;
g 9,81m / s 2

y = 2(0,204 ) − 4,905(0,204 ) = 0,204 m.


2

(b) y = 0 ; yo = 1m ; vo = 0 ; g = 9,81 m/s2

t2
y = yo − (vo + g )
2
0 = 1 − 4,905t 2
t = 0,45s

5. Uma criança sentada no banco traseiro de um carro que se desloca a 80 km/h,


arremessa uma pequena bola pela janela, na direção perpendicular à direção
do deslocamento do carro, com velocidade de 2 km/h, em relação à Terra. Qual
r
o vetor velocidade v da bola em relação à Terra, logo após ter sido
arremessada pela criança? Observe que a bola é o corpo material de massa M,
a Terra é corpo material de referência de massa M1 e o carro é o corpo
material de referência de massa M2.

Solução:

O carro é o corpo material de referência de massa M2 que se desloca com


velocidade V em relação ao corpo material de referência de massa M1, a Terra.
Transformando-se as velocidades de km/h para m/s pode-se escrever:

Vcarro = (80/3,6) m/s = 22,22 m/s;


uarremesso = (2/3,6) m/s = 0,556 m/s.

Tomando-se um ponto sobre a superfície da Terra como origem dos eixos


coordenados x, y e z e considerando o eixo x paralelo à superfície da Terra coincidindo
com o deslocamento do carro e o eixo y também paralelo à superfície da Terra, mas na
direção perpendicular ao deslocamento do carro, escreve-se para as componentes da
velocidade da bola atirada pela criança:

vx = 22,22 m/s.
vy = 0,556 m/s.

Vetor velocidade da bola:


r r r
v = 22,22i + 0,556 j m/s

r r
Módulo de v : v = v = (22,22 )2 + (0,556)2 = 22,23 m/s

A informação sobre a direção de propagação inicial da bola, segundo um


r
observador na Terra, pode ser obtida de v por meio do ângulo θ entre vy e vx:

tg θ = vy/vx = 0,556/22,22 = 0,025

θ = 1,43o.

Assim, a reta de propagação inicial da bola, segundo um observador na Terra,


faz um ângulo de 1,43o com o eixo dos x (direção de deslocamento do carro).

6. Dois carros trafegam em sentidos opostos por uma estrada, sendo VA = 110
km/h a velocidade do carro A indicada no painel de mesmo. A velocidade
indicada no painel é a velocidade do carro em relação à superfície da Terra, o
corpo material de referência privilegiado . A velocidade do carro B indicada no
seu painel é VB = 90 km/h. Determinar a velocidade do carro B segundo o
motorista do carro A.

Solução:

Corpo material de referência de massa M1 em repouso: toma-se a superfície da Terra. O


observador sobre a superfície da Terra escolhe um ponto para a origem dos eixos
coordenados x, y e z. Esse observador mede as velocidades ux.

Corpo material de referência de massa M2 em movimento relativo com velocidade VA:


toma-se um ponto do carro A. O observador no carro escolhe um ponto do mesmo (no
painel do carro, por exemplo) para a origem dos eixos coordenados x’, y’ e z’.

Corpo material de referência de massa M3 em movimento relativo com velocidade VB:


toma-se um ponto do carro B. O observador no carro escolhe um ponto do mesmo (no
painel do carro, por exemplo) para a origem dos eixos coordenados x’’, y’’ e z’’.

Esse problema aborda a relatividade da velocidade de um corpo material, ou


r
seja, a dependência grandeza velocidade v com a escolha do sistema de referência. O
observador em movimento relativo deve usar as equações das transformações de
velocidades para obter as velocidades de outros corpos que observa a partir do seu
referencial em movimento.
O observador no carro A está em movimento em relação à superfície da Terra.
Para determinar a velocidade do carro B, o corpo material de massa M, ele deve lançar
mão das velocidades indicadas no painel calibradas pela fábrica. Chamando de x a
direção de propagação dos carros, pode-se escrever:

(u ) = (u )
'
B x B x − VA .
(u )
'
B x = velocidade do carro B medida pelo observador no referencial que se
movimenta com velocidade VA (observador no carro A).
(u B )x = velocidade do carro B medida pelo referencial em repouso (cujo módulo é
indicado no painel do carro B).

Se o observador na superfície da Terra tomar o eixo x positivo no sentido do


deslocamento do carro A, a velocidade do carro A é positiva e a velocidade do carro
B é negativa:

(u B )x = - 90 km/h (velocidade do carro B em relação à superfície da Terra)

V A = 110 km/h (velocidade do carro A em relação à superfície da Terra)

(u )
'
B x = −90km / h − 110km / h ;
(u )
'
B x = −200km / h .

Portanto, para o motorista no carro A, a velocidade do carro B é de 200 km/h,


se aproximando dele. Ou seja, o carro B irá chegar no carro A muito rápido. Essa é a
razão para você tomar muito cuidado com ultrapassagens em estradas de mão-dupla.
r r
7. As forças F1 = 10iˆ N, F2 = 5 ˆj N e F3 = −3iˆ N, são aplicadas a um corpo
material de massa M = 10 kg. Achar a força resultante sobre o corpo material.

Solução:
r
F1 = 10iˆ + 0 ˆj N;
r
F2 = 0iˆ + 5 ˆj N;
r
F3 = −3iˆ + 0 ˆj N;
r
FR = (10 + 0 − 3)iˆ + (0 + 5 + 0 ) ˆj N;
r
FR = 7iˆ + 5 ˆj N.

r
Módulo da força resultante: FR = FR = (7 )2 + (5)2 = 8,6 N.

r
Direção que FR faz com o eixo dos x:

FRy 5
tgθ = = → θ = 35,5o .
FRx 7
PROBLEMAS PROPOSTOS

1. A intensidade média da radiação solar sobre a superfície da Terra é I = 1000


W/m2. Para efeito de cálculo, a potência solar sobre a Terra pode ser
encontrada supondo a Terra como um disco de raio RT = 6370 km (6,37x106 m),
voltado para o Sol. Achar:

(a) A área do disco terrestre.


(b) Calcular a potência solar sobre a Terra.
(c) Se a potência irradiada por cada ser humano é de 113 W, quantos seres
humanos poderiam habitar a Terra, supondo que apenas 1 parte em
50.000 da potência do Sol está disponível nos alimentos vegetais e
animais que consumimos?

Resposta: (a) S = 1,287x1014 m2 ; (b) P = 1,287x1017 W; (c) N = 22,78x109 ≅ 23


bilhões de pessoas.

2. Uma caixa de água, cilíndrica, cujo raio da base é R = 0,5 m, tem capacidade
para 1000 l de água. Qual a sua altura?

Dado: ρágua = 1000 kg/m3

Resposta: h = 1,27 m.

3. Um balão se desloca do norte para o sul (direção inicial) com velocidade de 50


km/h, em relação à superfície da Terra, quando de repente é empurrado por
uma rajada de vento, de leste para o oeste, de 30 km/h, em relação à Terra.(a)
Qual o módulo da nova velocidade do balão? (b) Qual a nova direção de
deslocamento do balão?

Resposta: (a) 58,3 m/s; (b) Aproximadamente 31o, a partir da direção original de
deslocamento.

4. A força da gravitação da Terra sobre objetos materiais nas vizinhanças de sua


superfície, também chamada de peso, varia com a altura h a partir da superfície
da Terra. Se essa força for definida por P = Mg(h), onde M é a massa do corpo
go
material que está nas vizinhanças da superfície da Terra e g (h) = 2
é
 h 
1 + 
 RT 
o campo gravitacional da Terra, ou aceleração da gravidade, encontre g(20 km)
supondo go = 9,81 m/s2.

Dado: RT = 6370 km.

Resposta: g(20 km) = 9,748 m/s2.

5. Suponha que uma pessoa de 70 kg está dentro de um carro que se desloca a 100
km/h. O carro pára bruscamente num tempo de 0,5s. Calcular:
(a) A desaceleração média do carro.
r
(b) O módulo, a direção e o sentido da força de referencial Fr sobre a
pessoa que está dentro do carro.
r
Dados: As forças de referenciais Fr surgem quando o observador sobre o corpo
material de referência acelerado estuda a dinâmica de um corpo material de massa M no
espaço da vizinhança do corpo material de referência ou sobre ele próprio. No presente
problema, o carro que desacelera é o corpo material de referência. O corpo material de
massa M é o próprio observador dentro do carro.
Módulo da força Fr : F = M .a . A aceleração a é a aceleração do corpo material de
referência.
Direção e sentido: A direção de Fr é a mesma da aceleração do corpo material de
referência. Entretanto, o sentido é oposto.

Resposta: (a) a = 55,5 m/s2; (b) FR = 3888,9 N.

6. O coeficiente de atrito entre os pés de uma mesa de 40 kg e um piso de granito


é µe = 0,3. Se o coeficiente cinético de atrito for µc = 0,25, achar:

(a) A mínima força horizontal que se deve aplicar para por a mesa em
movimento.
(b) A força horizontal aplicada para deslocar a mesa com velocidade
constante.

Resposta: (a) Fe = 117,72 N; (b) Fapl = 98,1 N.

7. Um bloco de madeira, de superfície lisa, está apoiado sobre a superfície


horizontal de uma bancada com acabamento em fórmica. O bloco tem massa de
1 kg e está ligado a um dinamômetro por meio do qual ele pode ser arrastado.
Um estudante puxa o dinamômetro e quando ele indica 4 N o bloco está na
eminência de se deslocar. Qual o coeficiente estático de atrito entre as
superfícies?

Resposta: µe = 0,4.

8. A força de atrito estática depende da força normal N, devido ao contato entre as


superfícies dos corpos materiais sólidos. Quando um corpo material de massa
M se encontra sobre uma rampa (plano inclinado), a força normal é dada por N
= M.g.cosθ, onde θ é o ângulo de inclinação da rampa. A componente da força
peso paralelo à rampa é dado por Px = M.g.senθ e tende a fazer o corpo
escorregar rampa abaixo. Se para M = 50 g e θ = 30o o corpo está prestes a se
deslocar, qual o coeficiente de atrito estático entre as superfícies do corpo e da
rampa?

Resposta: µe = 0,58.

9. Uma mola de constante elástica K suporta, na posição vertical, um corpo de 4


kg. A deformação da mola, sob carregamento, é de 0,5 cm. Qual o valor da
constante elástica da mola?
Resposta: K = 78,5 N/m.

10. A velocidade terminal, vt, de um corpo em queda livre é definida como a


velocidade constante de queda que o corpo atinge, quando se desloca através de
um fluído e a força de arraste se iguala à força peso. Uma esfera de 10g, em
queda livre no ar, atinge velocidade terminal de 20 m/s. Qual o valor de b, a
constante de arraste?

Resposta: b = 4,9x10-3 N.s/m.

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