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Dr. Paulo Colaço
Docente da Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física da
Universidade do Porto Gabinete de Atletismo
O treino com jovens deve ser orientado no sentido de respeitar princípios e
orientações bem específicas e individualizadas. Treinar o jovem pensando no seu futuro
potencial como atleta é uma tarefa repleta de dificuldades que só pode ser bem sucedida
com um nível de conhecimentos adequado e num processo de interrogação e
reformulação constante do trabalho realizado. Frequentemente negligenciamos a
importância do nível de formação de quem treina atletas jovens, pensando quase em
exclusivo nos atletas seniores de alto nível e esquecendonos que o sucesso no atletismo
sénior só será possível se antes, modelos de formação adequados forem implementados
no treino de jovens. No meio fundo e fundo os riscos são maiores especialmente se
tivermos em conta ser demasiado fácil fazer com que jovens tenham resultados
desportivos com níveis por vezes surpreendentes.
1. Introdução
A criança e o jovem não podem ser vistos como adultos em miniatura capazes de
treinar de igual forma, com uma simples redução de volumes e intensidades de treino.
Não podemos ignorar a realidade desportiva actual e a vontade de muitos de fazerem
dos jovens autênticos campeões enquanto jovens, comprometendo para sempre a
possibilidade de se consagrarem bons atletas no futuro. Os exemplos que nos chegam de
jovens capazes de fazer a Maratona com 10 ou 12 anos, têm de servir como exemplos a
não seguir já que o seu processo de crescimento e maturação não lhes permite estarem
sujeitos a cargas de treino capazes de os preparar para realizar esforços de tão longa
duração. Felizmente a nossa modalidade permite que um jovem praticante possa
desenvolver as suas capacidades bem mais tarde do que noutras modalidades
desportivas, cujas exigências competitivas se fazem sentir desde logo muito cedo.
Contudo, mais do que constatarmos este facto, temos de ser capazes de o fazer
reverter numa vantagem, capaz de permitir que os nossos atletas progridam com a
tranquilidade que lhes permitam ser bons atletas de preferência durante muitos anos.
Com este artigo pretendemos abordar de uma forma sintética algumas preocupações
que deverão fazer parte do treino do jovem corredor de meio fundo que numa primeira
instância deverá ser visto como um praticante de Atletismo, capaz de receber toda a
riqueza multidisciplinar que a nossa modalidade felizmente oferece aos seus praticantes.
É cada vez mais comum constatarmos, quer através de estudos (Rolim R, 1998), quer
de relatos de casos individuais (Revista Atletas, 2006), a existência de corredores de
alto nível que tiveram o início da sua prática mais regular da corrida em idades
avançadas. Nem por isso com menores níveis de rendimento e quase sempre com a
vantagem de uma maior longevidade no alto nível. Deste modo, treinar no presente
pensando no futuro, permitirá orientar melhor o talento desportivo do atleta, de modo a
que o aparecimento de um grande resultado suja como uma consequência natural do seu
talento e do respeito pelos princípios básicos do treino. Iremos assim direccionar este
artigo para propostas de trabalho que julgamos deverem ser adoptadas no treino de
jovens.
A Formação do Jovem Corredor de MeioFundo 1
A CRIANÇA E O JOVEM NÃO SÃO UM ADULTO EM MINIATURA
Treinar no presente pensando no futuro, irá permitir orientar o talento desportivo de
um atleta, respeitando o seu desenvolvimento maturacional. Contudo, muitos insistem
em treinar no presente hipotecando o futuro fazendo com que todo o trabalho realizado
com o jovem atleta seja projectado à imagem do sénior, tanto nos conteúdos de treino
como na procura desenfreada de resultados, definindo objectivos em tudo idênticos aos
normalmente projectados para atletas seniores. Na verdade, poderemos ter um jovem de
grande nível regional, nacional ou mesmo internacional, mas com muito maior
dificuldade teremos nesse jovem o atleta sénior que os seus resultados prometeram. De
casos destes estamos repletos de exemplos em Portugal!
A Tese de Doutoramento do nosso colega Ramiro Rolim, apresentada em 1998 e
intitulada “Contributo para o estudo do meio fundo e fundo de atletas jovens em
Portugal” deixanos algumas pistas de reflexão muito importantes: (i) ex atletas
Portugueses de nível Europeu e/ou Mundial iniciaram a prática do atletismo numa idade
muito avançada; (ii) estes mesmos atletas revelaram uma prática desportiva muito
alargada até aos 18 anos e (iii) estes atletas revelaram uma participação competitiva
enquanto jovens muito moderada.
Um outro estudo realizado tendo por base os atletas filiados na Associação de
Atletismo de Braga (Pacheco A, 2003), permitiu ainda verificar que apesar de
assistirmos a um esforço no sentido de se captarem novos atletas para a modalidade,
parece não existir uma permanência desses mesmos atletas ao longo dos diferentes
escalões etários. Este é um problema que nos toca particularmente enquanto treinadores.
Para além do dispêndio de tempo que temos com atletas que depois acabam por
abandonar a modalidade antes de poderem mostrar os resultados do seu trabalho, temos
de ponderar seriamente as idades de inicio de prática da modalidade e quais as
estratégias de treino mais adequadas de modo a fixarmos praticantes.
Neste sentido, cada vez mais parece claro que o problema da captação é de facto um
falso problema no Atletismo em Portugal. Se por um lado se torna importante reforçar
número de praticantes na modalidade a verdade é que captamos mais do que
conseguimos manter na modalidade, facto que parece estar em consonância com outras
realidades. Estudos realizados em França (Feuillepain C et al., 1998) , mostraram que 1
em cada 10 atletas Benjamins chegam a seniores, 1 em cada 5 Infantis chegam a
seniores e que 1 em cada 3 Iniciados chegam à idade senior. A estes factos podemos
somar resultados de outro estudo (Behm, J, 1999) que mostra que cerca de 85% dos
atletas que praticam a modalidade nos escalões mais jovens acabam por abandonar a
modalidade nos 2 primeiros anos de seniores. Dados que importa reflectir.
Parecenos claro que se temos jovens captados em idades muito jovens, todos os
cuidados com as suas actividades serão sempre poucos. O risco de um abandono estará
sempre iminente. A prática do atletismo, terá neste caso de passar por uma prática
alargada a várias modalidades e disciplinas com características muito polivalentes.
Deveremos ainda ter em conta nesta reflexão que dos 700 melhores atletas Franceses
iniciaram a prática da modalidade aos 15.4 anos! E que desses, 84% não praticaram a
modalidade quando eram Benjamins (Feuillepain C et al., 1998). Se somarmos outro
dado que nos mostra que ao fim de 8 a 9 anos de treino os jovens normalmente
abandonam a modalidade então teremos de ter em conta estes resultados no sentido de
fazer com que a constante redefinição de objectivos e mostra de competência técnica
evidenciada pelo treinador os leve a acreditar valer a pena manteremse na prática da
modalidade.
A Formação do Jovem Corredor de MeioFundo 2
Se tivermos por fim em conta que um jovem ao iniciar a prática da modalidade
poderá ter entre 20 a 27 anos de treino (Marques A, 1985), teremos então de pensar o
treino tendo por base que as nossas aspirações enquanto treinadores serão precisamente
fazer com que possamos ter atletas a treinarem durante todo esse tempo. Será essa a
única garantia de que poderemos lutar por sermos bons treinadores de atletas de élite,
em vez de treinadores que apenas sabem explorar capacidades de jovens que apenas
atingirão resultados enquanto jovens. Ao longo de todo esse percurso o treinador terá de
ser criativo, competente e com uma procura constante pelo conhecimento.
2. Princípios do treino
2.1 Sobrecarga
O aumento da prestação desportiva dáse através do aumento da carga aplicada.
Temos contudo de ter em conta que o benefício de uma carga aplicada pode apenas
fazerse sentir 3 a 4 semanas depois da sua aplicação. Daí que uma avaliação constante
das respostas ao treino se torna fundamental de modo a podermos avaliar o efeito
positivo ou negativo das cargas aplicadas.
2.2 Progressividade
A aplicação das cargas tem de ser feita de uma forma muito progressiva, de modo a
garantir uma constante evolução do atleta. A manipulação de volumes e intensidades do
treino, frequência e tipo de treino irão permitir garantir a aplicação deste princípio,
factores que associados a uma grande variabilidade do treino provocarão um efeito
muito positivo na capacidade dos atletas suportarem um aumento progressivo das
cargas.
2.3 Recuperação e regeneração
Todos os ganhos vindos das cargas aplicadas só terão verdadeiro efeito nas fases de
regeneração. Deste modo os momentos de recuperação e descanso, são tão importantes
como o treino em si mesmo, sobre pena do atleta poder entrar em situações de
sobretreino e desperdiçar por completo os efeitos positivos que poderiam advir das
cargas de treino aplicadas.
2.4 Individualidade
Cada atleta é um caso, que necessita de uma planificação de treino específica às suas
características, idade, anos de treino, capacidades, entre outras. A prescrição do treino
tem por isso de ser individualizada e suportada num verdadeiro conhecimento das
características do atleta.
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3. O TREINO
O Jovem como corredor de meio fundo curto.
A iniciação do corredor de meio fundo é frequentemente direccionada para volumes
de corrida que aproximam o jovem corredor de um atleta de longas distâncias.
Perdendose a noção da importância de um desenvolvimento multilateral do jovem,
frequentemente colocamos o treino dos jovens quase exclusivamente dependente de
trabalho aeróbio. Nesta perspectiva defendemos que o treino de jovens deverá ser
direccionado para as disciplinas de meio fundo curto tendo em conta a multiplicidade de
capacidades necessárias nestas disciplinas. A proximidade a que o corredor de 800m se
encontra dos níveis de velocidade e de força de um corredor de 400m, levanos a pensar
que esta distância será a ideal para a construção de um excelente corredor de meio
fundo e fundo.
3.1 Treino Aeróbio
O treino do corredor de meio fundo e fundo está naturalmente muito dependente da
prestação aeróbia. Sabemos de há muito que o desenvolvimento desta capacidade é
determinante para a obtenção de rendimento em qualquer disciplina de meio fundo e
fundo, atingindo o seu expoente na prova da Maratona. Contudo é igualmente
importante no treino de formação de um jovem corredor de meio fundo, desde que
saibamos evitar exageros especialmente na quantificação de volumes de corrida. Temos
ainda de ter em conta que o treino aeróbio deverá envolver uma grande variedade de
estímulos evitando que se suporte em exclusivo na corrida contínua de média longa
duração (figura 1).
3.1.1 Capacidade Aeróbia
O treino aeróbio pode ser desenvolvido numa fase inicial, procurando que o atleta
seja capaz de desenvolver um esforço de longa duração, “poupando” a suas reservas
energéticas de modo a lhe permitir manter esse esforço até ao final da distância ou
tempo de esforço previsto. Neste sentido, o treino de corrida contínua de baixa e média
intensidade permitirá desenvolver a capacidade de realizar esforços prolongados, bem
como de modo a servir de base ao treino de outras capacidades que terão aqui o seu
suporte (figura 2). Mais tarde o treino a ritmos mais elevados como o fartlek (figura 3)
ou o treino fraccionado (figura 4) irão permitir que o corredor adquira noções de ritmo e
capacidade de correr mais rápido aproximandoo do esforço que irá encontrar em
competição.
3.1.2 Potência Aeróbia
A prestação aeróbia, tem contudo outra forma de manifestação de acordo com os
níveis de intensidade do esforço. Assim, quando o atleta necessita de num curto período
de tempo maximizar a utilização deste sistema energético, estamos numa forma de
manifestação associada à Potência Aeróbia e ao VO2max, como o indicador fisiológico
utilizado para avaliar o seu nível num determinado atleta. Pode ser treinada através de
ritmos corridos a elevadas intensidades e recuperações incompletas. Temos neste caso,
o treino intervalado (figura 5), Fartlek (figura 3) e treinos combinados (figura 6)
normalmente prescritos para o efeito. Esta forma de solicitar o sistema aeróbio está mais
associada a distâncias competitivas que vão dos 1.500m aos 3.000m.
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3.2 O treino da técnica no corredor de meio fundo
Ao contrário do que muitos pensam, o treino da técnica de corrida (figura 7) não é,
nem deve ser, exclusivo de atletas de velocidade ou saltos. A técnica de corrida é de
extrema importância para o corredor de Meio Fundo, preparandoo para ser capaz de ter
uma atitude de corrida tecnicamente eficaz ao longo de todo o esforço e
simultaneamente de lhe permitir ter mais rendimento e de se proteger de lesões
desportivas associadas à corrida. A diferença apenas se fará sentir na forma de
organização das sessões de treino de técnica, já que o corredor de meio fundo
comparado com atletas de disciplinas como a velocidade, terá de ser capaz de correr
bem tecnicamente mesmo em situações de fadiga prolongada o que poderá levar o
treinador a optar por sessões de treino mais longas e mais específicas para o tipo de
esforço destes atletas. Podemos assim identificar vários tipos de intervenção do treino
da técnica de corrida no jovem corredor de meio fundo: (i) Melhoria da eficiência
técnica; (ii) melhoria da resistência muscular específica; (iii) melhorias do sistema
neuromuscular; (iv) Melhoria da aplicação de forças no solo; (v) Melhoria no aporte
energético; (vi) Prevenção de lesões específicas da corrida. Cada um destes pontos
exigirá uma prescrição de treino adequada e direccionada especificamente para cada um
destes pontos. Por outro lado a forma como a época se vai desenvolvendo levará a que
cada uma destas vertentes vá adquirindo progressivamente diferentes níveis de
importância ao longo da época desportiva. Se tivermos em conta que o jovem corredor
de meio fundo está numa fase da sua carreira desportiva em que se torna mais fácil
desenvolver uma estrutura técnica de corrida mais correcta e preparar o seu futuro
dandolhe maiores capacidades especialmente na sua capacidade de correr melhor
mesmo em situações de fadiga estaremos então a dar bases para o aparecimento futuro
de um bom corredor de meio fundo. Não descurar o treino da técnica poderá significar
dar ao atleta as capacidades necessárias para explorar no futuro uma atitude de corrida
capaz de o fazer desenvolver como atleta a níveis de rendimento mais elevados.
3.3 Treino de Força
O treino de força no meio fundo e fundo é normalmente associado apenas ao treino
de rampas, esquecendonos que todo o corpo tem de ser fortalecido de diferentes formas
e respondendo a diferentes problemas. O treino de força tem de fazer parte regular do
treino do corredor de meio fundo, não sendo para tal necessário garantir grandes
condições de treino. A criatividade do treinador na criação de circuitos de treino
realizados no local habitual de treino, pode com muito sucesso substituir o tradicional
ginásio de musculação, que exige condições físicas nem sempre possíveis de reunir.
Propomos assim algumas sugestões sobre o treino de força:
3.3.1 Cargas adicionais
O treino com cargas adicionais (figura 8) não é muito comum nos corredores de meio
fundo Portugueses. Contudo existem vários trabalhos de grande interesse que mostram
o efeito positivo que o treino com cargas adicionais pode ter no treino de corredores de
meio fundo. Havendo o cuidado de evitar hipertrofias musculares indesejáveis, este tipo
de trabalho pode provocar estímulos musculares muito proveitosos e desenvolver uma
maior capacidade do atleta preservar bons comportamentos posturais na corrida e em
diferentes situações de treino. Neste caso a utilização de cargas livres em detrimento de
máquinas de musculação, tem naturalmente um interesse acrescido justificado pelos
desequilíbrios que têm de ser compensados na sessão de treino.
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3.3.2 Procurar a instabilidade
Esta é uma preocupação que nos parece particularmente importante, já que o treino
de força para estes atletas, deverá ser desenvolvido prioritariamente em situações de
instabilidade que exija um trabalho muscular de compensação constante (figuras 9 e
10). Particularmente quando criamos situações de instabilidade ao nível da anca, o
trabalho muscular necessário para compensar esses desequilíbrios vai ter um efeito
muito importante na estabilidade do atleta durante a corrida, aproveitamento de forças
no solo, bem como na protecção de muitas das lesões normalmente comuns ao corredor
de meio fundo e fundo.
3.3.3 Força isométrica
O treino de força estático assume igualmente uma grande importância no corredor de
meio fundo (figura 11). Aliás algumas estruturas musculares que frequentemente
provocam sintomas de dor e lesão no corredor têm fundamentalmente uma função de
suporte ao longo do esforço da corrida. A musculatura abdominal, dorsal e lombar não
exerce movimentos de contracção dinâmica pronunciados ao longo da corrida. Daí que
estas estruturas musculares devam ser alvo de grandes cuidados de desenvolvimento de
força estática capazes de dar ao atleta a capacidade de terem posturas que o protejam e
lhes permitam manter esforços prolongados sem situações de desconforto ou de lesão.
3.3.4 Rampas
A utilização de rampas para o treino de corredores é muito frequente e uma das
melhores formas de melhorar os níveis de força dos atletas, com a particularidade de
podermos reforçar a musculatura das pernas em situação específica de corrida. Podemos
contudo, utilizar o treino de rampas subindoas ou optando pelas adaptações provocadas
pela descida. Qualquer uma das situações nos dá determinadas vantagens e cuidados a
ter. Vejamos então:
Subidas
. Em fase inicial do treino para desenvolver potência.
. A meio do treino para aumentar os níveis de força.
. Final do treino para aumentar a capacidade de terminar rápido a prova.
. Fundamental uma boa atitude técnica para transferir os ganhos.
. Incluir rampas ao longo de todo o ano. Estudos recentes mostram que a optimização
dos ganhos se pode dar ao fim de 6 a 9 meses.
. Manter registos dos tempos e distâncias percorridas.
Descidas
. Uma forma de aumentar os níveis de velocidade com o desenvolvimento da força
excêntrica e a possível melhoria da mecânica da corrida.
. Este trabalho adiciona intensidade ao programa de treino.
. Elaborar um bom programa de flexibilidade prévio para proteger o atleta de lesões.
. Maximizar velocidade e evitar travagens.
. Não realizar este treino em rampas muito inclinadas.
. Não incluir mais do que uma sessão de treino por semana.
. Não fazer este trabalho no final da sessão de treino em situações de fadiga acumulada.
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4. Considerações finais
Afinal o segredo do treino de formação dos jovens, podese resumir a um trabalho de
paciência orientado sobre princípios bem definidos que acima de tudo permitam
proteger as qualidades inaptas do jovem corredor.
A isto devemos adicionar variedade de estímulos, e volumes e intensidades de treino
que nos dêem uma margem de segurança capaz de nunca corrermos o risco de
prejudicar a afirmação desses jovem como atleta sénior de qualidade.
Podemos ainda deixar algumas considerações que nos parecem importantes quando
falamos de treino com jovens no meio fundo:
(i) Não existem números mágicos de volumes de corrida que garantam sucesso.
(ii) A corrida é uma habilidade, não apenas treino aeróbio.
(iii) O jovem atleta tem de ser treinado para saber ser rápido.
(iv) O tempo que o treinador gasta na planificação é mais importante que o tempo
gasto no treino.
(v) Temos de ser capazes de entender a ciência, mas igualmente a “arte” de treinar
jovens.
(vi) Procurar Concretizar objectivos de treino bem definidos.
(vii) Estruturar bem os mesociclos até um máximo de 6 semanas.
(viii) Termos objectivos finais e parcelares bem definidos.
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NOTA DE RODAPÈ – Este artigo é baseado na comunicação apresentada no dia 17 de
Dezembro de 2005, no Seminário Nacional de Treino de Jovens no Atletismo, realizado
em Guimarães.
LEGENDAS
Figura 1 – Resumo esquemático de diferentes formas possíveis de desenvolver a
prestação aeróbia em corredores de meio fundo e fundo e a sua relação com alguns
indicadores fisiológicos.
Figura 2 – Esquema referente à prescrição do treino de corrida contínua.
Figura 3 Esquema referente à prescrição de treinos de fartlek.
Figura 4 Esquema referente à prescrição de treinos fraccionados.
Figura 5 Esquema referente à prescrição de treinos intervalados.
Figura 6 Esquema referente à prescrição de treinos combinados.
Figura 7 – Os exercícios técnicos de corrida baseados numa grande variedade de
skippings e exercícios coordenativos devem fazer parte do treino regular do corredor de
meio fundo e fundo.
Figura 8 – Afundo com carga adicional.
Figura 9 – Abdominal na bola Suíça.
Figura 10 – Skipping alto em plataforma instável.
Figura 11 – Exercício de força isométrica.
BIBLIOGRAFIA
Behm J (1999). Quatrache: devenir dês cadets. Revue de l’Association dês Entraîneurs
Français d’Athletisme. 154: 23.
Feuillepain C, Gilbert J, Guilbaud P e Nartus C (1998). Rappel dês Chiffres. Revue de
l’Association dês Entraîners Français d’Athletisme. Avril: 5.
Marques A (1985). A carreira desportiva de um atleta de fundo. Revista Horizonte, II
(9): 8489.
Pacheco A (2003. Estudo exploratório sobre a evolução do número de clubes, atletas
filiados e treinadores no activo, na Associação de Atletismo de Braga entre 1992 e
2002. Tese monográfica apresentada na cadeira de seminário, Desporto de Rendimento
(Atletismo).
Revista Atletas (2006). Entrevista a Hélder Ornelas. 2: 1821.
Rolim, R (1998). Contributo para o estudo do treino de meio fundo/fundo de atletas
jovens em Portugal. Dissertação apresentada às provas de Doutoramento. Faculdade de
Ciências do Desporto e de Educação Física da Universidade do Porto.
A Formação do Jovem Corredor de MeioFundo 8