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FOP

CREDIBILIDADE DESDE 1900:


UM COMPROMISSO COM O LEITOR

Jornal de Piracicaba

50 anos
Uma luta coletiva
Página E-1
Quarta-feira,
4 de julho de 2007 Faculdade de Odontologia de Piracicaba
          
  

PATRICIA OZORES POLACOW


polacow@jpjornal.com.br FOP e
m setem-
conselho têm
E bro
1950, o de-
putado Va-
lentim
de

Amaral apresentou à Assembléia


Legislativa do Estado o projeto de
lei nº. 1260/50, que propunha a cria-
‘berço em
comum’
ção de uma Faculdade de Farmácia A Faculdade de Odon-
e Odontologia em Piracicaba, proje- tologia de Piracicaba e o
to que recebeu parecer contrário da Conselho Coordenador
Comissão de Constituição e Justiça. das Entidades Civis
A cidade não desistiu. A cam- (CCECP) têm um berço em
panha oficial pela criação da facul- comum. As dificuldades
dade teve início em 1º de agosto de
para a implantação da es-
1953, durante sessão comemorati-
cola levaram as então
va pelo aniversário de Piracicaba
no Clube Coronel Barbosa, quando chamadas “forças vivas”
o médico e jornalista piracicabano de Piracicaba à constata-
Fortunato Losso Netto fez um dis- ção de que a cidade preci-
curso convocando os presentes, en- sava de mais organização
tre os quais várias autoridades lo- política para gerir seu
cais, a unir forças para conquistar progresso e resolver seus
a escola para a cidade. problemas. A criação do
Foram anos de luta árdua, de conselho aconteceu em
campanha nos jornais, viagens, abril de 1956 e teve à fren-
reuniões, telefonemas, formulação te Fortunato Losso Netto,
de projetos, contatos com autori- Philippe Westin Cabral
dades políticas. A FOP (Faculdade de Vasconcelos e Alcides
de Odontologia de Piracicaba) – di Paravicini Torres.
que hoje completa 50 anos – é re- Além da organização
sultado de uma luta comunitária.
para a instalação da FOP,
Em julho 1954, o governador
outras lutas e aconteci-
Lucas Nogueira Garcez, de passa-
gem pela cidade, prometeu traba- mentos, então recentes, da
lhar pela criação da faculdade. No história de Piracicaba co-
mesmo ano o projeto oficial foi en- laboraram para o apare-
viado à Assembléia Legislativa do cimento do Conselho
Estado, que o aprovou em janeiro Coordenador. Exemplos
de 1955. A FOP começou a ser or- são a controversa demoli-
ganizada, mas a luta da comuni- ção do teatro Santo Este-
dade continuou, pois para que a vão, as campanhas pela
instalação da escola ocorresse era construção e implementa-
necessário aprovar seu orçamen- ção das estradas que liga-
to e designar um prédio para seu vam a cidade às princi-
funcionamento. Estes empecilhos pais estradas estaduais e
foram superados pelo empenho às cidades vizinhas, a
conjunto de muitas pessoas, entre
campanha contra a polui-
as quais Samuel Neves, João Basí-
ção do rio Piracicaba, en-
lio, Luciano Guidotti, Fortunato
Losso Netto, Lázaro Pinto Sam- tre outros.
paio, Domingos José Aldrovandi, Ao longo dos anos,
José Ozores, Carlos Henrique Li- FOP e CCECP mantive-
beralli, Bento Dias Gonzaga e ram os laços estabeleci-
Carlos Aldrovandi. À frente das dos desde seu aparecimen-
entidades que apoiaram a criação to. Segundo os pesquisa-
da FOP esteve o Rotary. dores Márcia e Ruy Costa,
Carlos Henrique Liberalli foi que preparam um livro
designado como primeiro diretor, sobre a história do Conse-
em 1955. Em outubro de 1956 fo- lho Coordenador, “o con-
ram nomeados selho continuou apoiando
seus primeiros Atendimento
as ações da FOP, como
professores e à comunidade
f u n c i o n á r i o s, aconteceu com a Campa-
sempre foi nha dos Bons Dentes. E
contratados no uma das
ano seguinte. depois, também, alguns
marcas da
Em abril de 1957 professores e alunos da
FOP
as instalações – FOP vieram a ser presi-
onde funcionara dentes do conselho, como
o Externato São José – foram vistoriadas. Em julho do traumático. A reserva da cidade em relação à en- alunos da FOP tivessem que freqüentar as disciplinas Fausto Bérzin”.
mesmo ano, o presidente da República Juscelino Ku- campação se devia, principalmente, à ameaça de básicas do curso em Campinas. Em 2007 o Conselho
bitschek assinou o decreto-lei nº 41.781, que autorizou o que a Unicamp retirasse da FOP seus profissionais Antevendo o crescimento do movimento contra a Coordenador completa
funcionamento da escola. No mesmo mês, ocorreram os mais capacitados: “Quando se criou a Unicamp, Pi- encampação, o reitor da Unicamp, Zeferino Vaz, pro- 51 anos de participação
primeiros exames para admissão de alunos e, no dia 22, racicaba e Rio Claro eram institutos isolados. Não curou mostrar aos piracicabanos que a anexação não
direta em mais de 400
houve a aula inaugural para a primeira turma. existia a Unesp. Campinas agregou as faculdades iria esvaziar a FOP. Com o apoio de Liberalli, ele veio
ações, apresentando e de-
O curso de farmácia não chegou a funcionar. Retirou- que ficavam mais perto. Ela precisava das áreas várias vezes a Piracicaba, participar de conferências
biológicas e da saúde”, conta o professor Fausto e encontros, nem sempre serenos, nos quais a ques- batendo propostas,
se “farmácia” do nome da escola em 1967.
acompanhando e geren-
ENCAMPAÇÃO
Bérzin, presidente da Comissão Comemorativa dos tão foi intensamente debatida. Como moeda de troca,
50 Anos da FOP. Vaz prometeu investimentos em ensino, pesquisa e ciando a prestação de
A comunidade piracicabana se organizou contra o novas instalações. De fato, em 1977, foi inaugurado o serviços e cobrando a so-
Em 1967, a FOP foi encampada pela Unicamp (U- que julgava um acordo desigual. O jornalista Fortuna- novo prédio da FOP/Unicamp, onde a faculdade fun- lução de problemas. (Pa-
niversidade Estadual de Campinas), num processo to Losso Netto alertava para a possibilidade de que os ciona até hoje. trícia O. Polacow)
     
      

Liberalli,
Zeferino
Vaz e
Plinio
Alves de
Moraes,
responsá-
vel por
conseguir Alunos da
a verba e primeira
pela turma da
doação do FOP, em
terreno do 1957,
atual aprendem
prédio da o ofício na
FOP prática
Faculdade já formou 4.594 profissionais
E-2 QUARTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2007 FOP 50 anos JORNAL DE PIRACICABA

           

LEANDRO CARDOSO material de apoio aos trabalhos temos uma forte capacidade de
leandroc@jpjornal.com.br de estudo e pesquisa. captação de recursos externos.
O corpo docente da FOP é Visitamos outras universida-
F O P formado por 84 professores des e vemos que a maioria não

A (Facul- doutores, dos quais 32, ou 38% tem esse perfil”, afirmou o pro-
dade do total, possuem pós-doutora- fessor Marcelo de Castro Mene-
d e do no exterior. O elevado grau ghim, diretor associado.
Odon- de especialização dos professo- Além do orçamento esta-
tologia de Piracicaba), criada res se traduz em referência na dual, a FOP conta com recursos
no dia 20 de janeiro de 1955, co- qualidade do ensino. Na área decorrentes dos cursos de espe-
meçou a funcionar em 4 de julho de pós-graduação, três dos qua- cialização e de financiamentos
de 1957, sendo incorporada à tro programas considerados de de pesquisas. Os valores oriun-
Unicamp (Universidade Esta- excelência em odontologia no dos do pagamento de mensali-
dual de Campinas) dez anos de- Brasil pela Capes (Coordena- dades dos programas de espe-
pois, no dia 31 de janeiro de 1967. ção de Aperfeiçoamento de Pes- cialização e atua-
Em 50 anos de história, a FOP soal de Nível Superior) são da lização ajudam Orçamento da
formou 2.960 alunos no curso de faculdade piracicabana: os cur- no custeio da es- FOP para este
graduação em odontologia e sos de clínica odontológica, de cola, conforme ano é de
1.634 nos oito programas de pós- estomatopatologia e de odonto- Francisco Haiter R$ 31,1
graduação (mestrado e doutora- logia. Prova da importância da Neto, diretor da milhões:
do) que oferece. Nos 21 cursos de pós é o fato de a FOP figurar, co- faculdade. “Parte insuficiente
especialização e atualização dis- mo unidade isolada, no ranking desses recursos fi- para
das 20 universidades brasilei- ca para a institui- investimentos
ponibilizados à comunidade
ras com a maior produção de ção somar na ma-
acadêmica, 3.228 alunos já se
artigos científicos sobre saúde nutenção”, afir-
formaram. A faculdade coorde- apresenta um projeto de pes- rias e Serviços) do Estado. “A de vizinha, a 39 quilômetros de
e biologia ente 2001 e 2003. mou. Apenas estes cursos são pa-
na ainda o Colégio Técnico de quisa, os avaliadores analisam Unicamp como um todo recebe Piracicaba, a intenção é abrir
Para 2007, o orçamento da gos, uma vez que os de graduação
Prótese, no qual atualmente 60 se é preciso solicitar a compra 2,1% disso e a nossa parte, neste 1.000 vagas em cursos tecnológi-
faculdade é de R$ 31,1 milhões, e pós-graduação são gratuitos. A
estudantes estão matriculados. de equipamentos, de material ano, é R$ 31,1 milhões. Não tem cos. Apesar do aumento ainda
montante repassado à institui- previsão é que neste ano estes re-
O campus da FOP em Pira- cursos extras somem R$ 250 mil. de consumo e de produtos im- como aumentar”, falou. Em não ter sido aprovado, o gover-
ção de ensino pelo governo es-
cicaba tem uma área total de 85 Entre 2005 e 2006, estudan- portados. E isso gera benefício 2006, as universidades pediram no estadual direcionou R$ 20
tadual. A maior parte do recur-
mil metros quadrados, dos so, cerca de 90%, é empregada tes da FOP conseguiram R$ 2 à faculdade, já que esses equi- que o índice de repasse aumen- milhões para a etapa inicial das
quais 19 mil metros quadrados na folha de pagamento de pro- milhões para o financiamento pamentos usados nas pesquisas tasse para 10% do ICMS, mas o obras do prédio de Limeira, cu-
de área construída. Os prédios fessores e funcionários. O res- de pesquisas junto à Fapesp são doados aos laboratórios da projeto não passou na Assem- jo custo total é estimado em R$
abrigam, além de alas adminis- tante do dinheiro, pouco mais (Fundação de Amparo à Pes- instituição”, explicou Haiter. bléia Legislativa. Agora, a Uni- 80 milhões. O 0,05 ponto percen-
trativas e salas de aula, sete de- de R$ 3 milhões, é direcionado quisa do Estado de São Paulo). Aumentar a verba estadual camp tenta aumentar em 0,05 tual a mais representaria cerca
partamentos e 35 laboratórios, para gastos de custeio (manu- Recursos da Capes chegaram a direcionada à FOP é pratica- ponto percentual a sua partici- de R$ 20 milhões por ano, valor
conforme informações da as- tenção e material de consumo) aproximadamente R$ 600 mil mente impossível, segundo o pação no bolo do imposto para que seria usado inicialmente
sessoria de comunicação da fa- e para o pagamento de contra- no período, mesmo valor dire- diretor. As três universidades que seja construído um segun- para a edificação do novo cam-
culdade. A biblioteca da unida- tos de fornecimento de água, cionado pelo CNPq (Conselho públicas paulistas (Unicamp, do campus da universidade em pus e posteriormente incorpo-
de ocupa uma área de 1.000 me- energia elétrica e telefone. Nacional de Desenvolvimento USP e Unesp) recebem 9,57% da Limeira. A proposta ainda está rado ao orçamento geral da Uni-
tros quadrados, onde estão ca- “Não sobra nada para fazer in- Científico e Tecnológico) a pes- arrecadação de ICMS (Imposto em tramitação na Assembléia. camp para a manutenção dos
talogados 11.710 volumes com

Futuro está na engenharia genética


vestimentos. A diferença é que quisadores da FOP. “Quando se sobre a Circulação de Mercado- Com o novo campus na cida- novos cursos.

Unicamp
surgiu em 1966 rinta e oito dos 50 anos da
          

T
FOP (Faculdade de Odon-
riada por lei em 1962, a Unicamp

C
tologia de Piracicaba) fo-
(Universidade Estadual de Campi- ram acompanhados de
nas) –– à qual a FOP (Faculdade de perto pelo professor José
Odontologia de Piracicaba) per- Ranali, 58, ex-diretor da instituição
tence –– foi instalada no dia de 5 de que há dois anos é chefe de gabinete
outubro de 1966, data do lançamento da pe- da reitoria da Unicamp (Universida-
dra fundamental de seu campus central. de de Campinas). Desde que iniciou
Nascida de um plano-piloto idealizado por a graduação, em 1969, não deixou
Zeferino Vaz, seu fundador, a Unicamp esca- mais a faculdade. Tornou-se profes-
pou à tradição brasileira da formação de sor em 1973, cursou mestrado e dou-
universidades pela simples justaposição de torado em farmacologia na FOP e foi
cursos e áreas ao longo do tempo; a diferen- diretor entre 1994 e 1998. Nestes 38
ça é que sua existência foi precedida por um anos, conta ele, os novos conheci-
projeto. No ano passado a universidade com- mentos e descobertas tecnológicas
pletou 40 anos. na área da saúde permitiram avan-
O projeto de instalação da Unicamp veio ços significativos nos meios de diag-
responder à crescente demanda por pessoal nóstico, formas de tratamento e no
qualificado numa região do país, o Estado de uso de materiais na odontologia. Pa-
São Paulo, que já na década de 60 detinha 40% ra os próximos 30 anos, Ranali vis-
da capacidade industrial brasileira e 24% de lumbra uma guinada ainda mais ra-
sua população economicamente ativa. Antes dical: a nova odontolo-
mesmo de se iniciar sua instalação, a Unicamp gia vai incorporar ele- Para Ranali,
já havia atraído para seus quadros mais de 200 mentos da engenharia a prevenção
professores estrangeiros das diferentes áreas genética e possibilitar será cada vez
do conhecimento e cerca de 180 vindos das me- mudanças no controle mais precoce
lhores universidades brasileiras. de doenças.
“Em 30 anos, podemos esperar acordo com Ranali, deverá ter condi- mas neste foco serão necessários ao quem mais acessíveis”. A populariza-
CONTEMPORANEIDADE – Hoje a Uni- uma mudança radical no enfoque do ções de proporcionar a reconstitui- menos dez ou 20 anos para que che- ção dos procedimentos que ainda es-
camp é uma das principais universidades bra- tratamento. O dentista do futuro te- ção biológica do tecido dental perdi- gue ao clínico de maneira sistemáti- tão por vir, conforme o professor, não
sileiras e da América Latina. É conhecida tanto rá que ter uma formação profissio- do, abolindo a necessidade de obtura- ca e regular”. depende apenas do avanço da tecnolo-
pela excelência de seu ensino quanto pela reali- nal muito forte nas áreas de micro- ção ou restauração dos moldes Cirurgicamente, ressalta o pro- gia. “No Brasil, temos que atender às
zação de pesquisas avançadas nas áreas em que biologia, fisiopatologia da dor e em atuais. “Hoje já temos tentativas de fessor, a odontologia já utiliza méto- pessoas com tratamento curativo e ao
informática para saber trabalhar da- construção de órgãos a partir de cé- dos com resultados mais positivos mesmo tempo mudar essa cultura de
atua: as ciências exatas, tecnológicas, biológi-
dos e analisar o paciente como um lulas-tronco, que podem ser direcio- na correção de deformidades faciais, prevenção, que não se dá apenas com
cas, humanas e as artes. A Unicamp responde
todo, além de também estar prepara- nadas à reconstrução de um dente. como a artroscopia (técnica menos tratamento preventivo. É necessário
sozinha por cerca de 15% de toda a pesquisa
do para ajudar em sistemas de auto- Ainda não há um domínio total sobre invasiva usada em articulações que haja o desenvolvimento econômi-
universitária brasileira e por 10% da produção
mação para a construção de próte- esta área, mas é um avanço que pode- orais e mandibulares). Os avanços co do país para tirar as pessoas da li-
de teses de pós-graduação no país.
ses”, afirma. A aposta na engenha- mos esperar nos próximos anos”, mais significativos, porém, diz ele, nha da miséria e dar educação, que é
Seus campi estão em Campinas, Piracicaba ria genética é pela sua capacidade de afirma Ranali. A nanotecnologia, ocorreram na seara dos implantes. a principal ferramenta para melho-
e Limeira e seus 34 mil alunos estão distribuí- possibilitar o mapeamento do pa- acredita o professor, também deve se Novas técnicas, incorporadas às rar questões de saúde”, opina.
dos entre 58 cursos de graduação e 127 progra- ciente desde o início da vida, proce- aliar à odontologia num futuro pró- clínicas nos últimos anos, revolucio- A Faculdade de Odontologia de
mas de pós-graduação. A qualidade da forma- dimento que estabelecerá o poten- ximo, principalmente na administra- naram o tratamento reabilitador, de Piracicaba, segundo José Ranali, vai
ção oferecida pela Unicamp tem relação direta cial de cada um à ação dos microor- ção de medicamentos de ação contra acordo com Ranali. “Hoje não se fala contribuir na formação do novo pro-
com a estreita relação que mantém entre ensi- ganismos que causam cáries, doen- dores e inflamações crônicas, sinto- mais em dentadura. Temos técnicas fissional da área, papel que já desem-
no e pesquisa, mas também com o fato de que ças periodontais e que podem levar à mas típicos da doença periodontal. de implante muito mais apuradas. penha atualmente ao oferecer condi-
87% de seus professores atuam em regime de perda do dente. “A prevenção será A relação atual entre odontolo- Certamente elas ainda não chega- ções para que estudantes e professo-
dedicação exclusiva e 96% têm titulação míni- ainda mais precoce”, diz o professor. gia e engenharia genética, especial- ram a toda população, mas isso ocor- res se dediquem à elaboração de pes-
ma de doutor. Nos casos em que a prevenção mente no seu uso clínico, ainda é tí- re de forma consistente. Os mate- quisas de qualidade em diferentes
A Unicamp é uma instituição que mantém não for suficiente para evitar os pro- mida na avaliação do ex-diretor da riais ainda têm um custo relativa- áreas de atuação profissional e aca-
fortes vínculos com a sociedade por meio de blemas, a engenharia genética, de FOP. “Alguns avanços já existem, mente alto, mas a tendência é que fi- dêmica. (Leandro Cardoso)

A honra de servir à FOP


inúmeras atividades de extensão e serviços, em
particular na área de saúde. Sua área hospita-
lar é referência e cobre uma população de mais
de cinco milhões de pessoas.
Ao mesmo tempo, a importância sócio-eco-
nômica de suas pesquisas no campo da física,
da química, da biologia, da computação e das ão são apenas os alunos Esalq (Escola Superior de Agricul- moderno, mesmo que não ganhasse Antônio Sallum, 38, diz que esco-

N
engenharias atraiu para o seu entorno vários que viram nascer a FOP tura Luiz de Queiroz), devido à sua nada. Era melhor do que sair e mon- lheu a odontologia pelo seu aspecto
outros centros de pesquisa, além de um impor- (Faculdade de Odonto- infância na fazenda. Mas com a no- tar consultório”, conta ele, que de- humano, principalmente pela pos-
tante parque empresarial nas áreas de teleco- logia de Piracicaba) que tícia de que a FOP iria fazer o pri- pois foi monitor de prótese e em se- sibilidade de levar o bem às pes-
municações, biotecnologia e tecnologia da in- se orgulham de um dia meiro vestibular, não pensou duas guida assistente voluntário nessa soas. Por outro lado, na coordena-
formação. (Marcela Benvegnu) ter passado por ali, mas também vezes em agarrar a oportunidade. área. O próximo passo foi sua atua- ção do setor de graduação da insti-
aqueles que ingressam em suas tur- Em meio a 90 candidatos e 20 vagas, ção como como professor de prótese. tuição, ele descobriu a paixão pela
mas em outras épocas. E há aqueles foi classificado em 19º lugar. Depois Da FOP, Mazzonetto só saiu quan- área científica, levando o conheci-
Expediente que se sentem honrados de ao invés
de seguir na carreira clínica, ajuda-
disso, dedicou toda a sua carreira
profissional à instituição.
do decidiu se aposentar, fato adiado
em dois anos, porque os alunos fize-
mento aos milhares de alunos que
passam por ali, colaborando para a
ram no funcionamento da institui- Com o diploma na mão, em 1960, ram um abaixo-assinado solicitando complementação do conhecimento
Editora responsável: Rosemary Bars ção, vivenciando o seu dia-a-dia. Faz Mazzonetto foi convidado a fazer sua permanência até 1992. “Não me em sala de aula. “A FOP é uma insti-
Editora-adjunta: Simone Toledo Leme Cândido parte dessa leva Sérgio Francisco parte do quadro de funcionários, na lembro de ter inimigos nesse tempo tuição que ocupa posição de desta-
Edição: Cristiane Sanches Mazzoneto, 70, que atuou por 40 anos área de materiais dentários. Ele diz todo. Eu não saia de lá. A turma era que. Na área científica, é uma das
Editor de fotografia: Bolly Vieira na área de prótese dentária, e Enil- que nesse período o trabalho era pequena, a amizade era muito gran- que mais produz. E sempre foi pio-
Diagramação: Altair Barbeiro son Antônio Sallum, 38, atualmente sem remuneração, devido à fase de de. Peguei amor por aquilo. Almoça- neira no currículo de graduação”,
Tratamento de imagens: Cristiano Prata coordenador da área de graduação. reestruturação da FOP. “Faltava va e jantava aquilo”, completa. diz ele, que viu na profissão algo a
Gerente comercial: Wilson Tietz Mazzonetto se recorda que ti- material humano e eu estava em Pertencente a uma outra gera- mais que o talento para curar e ti-
Gerente-geral: Nobumitsu Chinen nha tudo para cursar agronomia na contato com o que havia de mais ção de formados pela FOP, Enilson rar a dor das pessoas.
Produção científica é intensa
JORNAL DE PIRACICABA FOP 50 anos QUARTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2007
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MURILO BIAGIOLI de e biologia, conforme dados Cury faz parte do departamento dores do CNPq, mostrando coe-
murilo@jpjornal.com.br da revista especializada Braz J de ciências fisiológicas da FOP e rência e correspondência dos
Med Biol Res –– no país foram é o atual coordenador do CA-O- indicadores”, falou.
F O P 4.404. O quadro fez com que a dontologia do CNPq (Conselho De acordo com o professor,

A (Facul- instituição fosse a única facul- Nacional de Desenvolvimento o incentivo às pesquisas sem-
dade de dade isolada no ranking das 20 Científico e Tecnológico). pre partiu dos próprios cientis-
Odonto- universidades mais produtivas Para ele, uma das diferen- tas, dispostos e dedicados, e ao
logia de do Brasil, estando em 18º lugar. ciações foi o fato de as universi- ambiente de tra-
Piracicaba) da Unicamp (Uni- O professor doutor Jaime dades, principalmente a odonto- balho. Uma cultu- Cury:
versidade Estadual de Campi- Aparecido Cury, na FOP desde 21 logia brasileira, passarem a ra adquirida dos incentivo à
nas) aparece como referência de março de 1974, disse que a fa- adotar na Capes (Coordenação primeiros “fopia- pesquisa sem-
da odontologia brasileira, prin- culdade sempre se destacou em de Aperfeiçoamento de Pessoal nos”, que tinham pre partiu dos
cipalmente quando se fala em ciência, até pelo fato de ter sido de Nível Superior) e no CNPq há 40 anos publi- professores
produção científica. As princi- fundada por pesquisadores. No critérios internacionais de ava- cações reconheci-
pais descobertas desse ramo da entanto, de acordo com ele, os úl- liação da produção científica das e citadas por
medicina no país são feitas pela timos três anos foram ainda mais dos docentes. Com isso, desen- pesquisadores do exterior. tes em regime integral (77), sen- financiamento o nível cairá”, de-
instituição, que concentra 23% importantes para a odontologia volveram planos de metas, espe- A qualidade da FOP, confor- do que 38% deles possuem pós- clarou.
dos artigos científicos do Brasil brasileira, que produziu mais do cialmente para a publicação de me Cury, está ainda no sistema doutorado no exterior (34). Além dos financiamentos a
na área publicados nos bancos que todo o século passado. artigos científicos em revistas da Unicamp em avaliar os pro- O professor considerou ain- pesquisas, outra preocupação
de dados internacionais e que “Houve mudanças nos crité- de alto nível, o que exige tam- fessores a cada três anos. “Os da que a tendência da FOP é con- do educador é a manutenção
servem de parâmetros para o rios de avaliação dos cursos de bém mais investimentos e pro- docentes são obrigados a entre- tinuar crescendo, mas desde que dos recursos humanos, ou seja,
desenvolvimento da atividade. pós-graduação, que ficaram fissionais qualificados. gar relatórios de atividades com o país mantenha sua linha de fi- a necessidade de uma política
Entre 1998 e 2003, foram pu- mais claros a partir de 1998, fi- “Um dos indicadores disso é ensino e produção científica, o nanciamento de pesquisas que, de renovação para manter pro-
blicados 1.013 estudos da FOP zeram a odontologia se destacar que hoje a FOP é referência e, que mantém o nível sempre al- segundo Cury, são caras e depen- fessores e pesquisadores e ga-
em bancos de dados da literatu- e possibilitou um salto de quali- sozinha, concentra na área to”. A faculdade possui ainda dem de materiais importados. rantir o futuro do ensino e das
ra internacional na área de saú- dade significativo”, afirmou. odontológica 25% dos pesquisa- 86% de seus cerca de 90 docen- “Caso contrário, sem dinheiro de inovações científicas.

Inovação é palavra-chave nas pesquisas


busca pela inovação custos, desde que haja uma

          

sos de pós listados acima, os téria causadora da cárie.

A passou a ser um dos


principais parâme-
tros para a elabora-
ção de pesquisas na
FOP (Faculdade de Odontologia
de Piracicaba) e tem garantido
trabalhos importantes não ape-
orientação aos dentistas para se
criar um banco de dados.
“Geralmente as identifica-
ções humanas são feitas por im-
pressão digital ou arcada dentá-
ria, que podem ser modificadas
por causa de acidentes. Pelo es-
três primeiros são de excelên-
cia, de um total de quatro exis-
tentes no país. “Nosso primeiro
objetivo é formar o professor e
depois o pesquisador”, falou.
As descobertas científicas
Para o coordenador da
pós, existe uma cultura de
pesquisa já enraizada na FOP,
que contribui para explicar
os avanços científicos alcan-
çados. “Vários fatores leva-
acabaram se tornando uma es- ram a isso, como os professo-
nas para a área médica, mas malte do dente, que apresenta res da FOP que fizeram pós-
pécie de conseqüência dos es-
também para o cotidiano das padrão similar ao observado doutorado no exterior e trou-
pessoas. Próteses mais moder- tudos desenvolvidos. Traba-
nas impressões digitais, é possí- xeram para cá uma cultura de
nas e tratamentos mais eficazes lhos que mostram que situa-
vel fazer essa pesquisas mais aprofunda-
para doenças da boca são al- Descobertas ções estressantes, alterações
identificação”, das, mantendo os laços com
guns dos exemplos das mudan- disse. A descober- científicas se emocionais ou ansiedade con-
tribuem para o mau hálito; as universidades estrangei-
ças, nem sempre percebidas pe- ta é pioneira no tornaram
que o fruto da planta Rhedia ras”, declarou.
la população. mundo e atual- conseqüência Segundo Sinhoreti, ao menos
No entanto, quando se vis- mente usada em dos estudos brasilienis, conhecida como
bacuri ou bacupari, pode com- 50, dos cerca de 90 professores da
lumbra uma contribuição futu- laboratórios. Se-
ra, uma das descobertas mais bater o câncer, já que possui FOP, já passaram por universida-
gundo Sinhoreti, res da FOP –– a pós-graduação mum. “É preciso que sejam
relevantes da FOP é a identifi- atividade antitumoral, e que des fora do Brasil. “É comum
bastaria uma análise microscó- tem cursos de clínica odonto- inovadoras.”
cação humana. O coordenador até criam perspectivas positi- ainda alunos da pós-graduação
pica para fazer as comparações lógica, odontologia, estomato- Essa inovação, conforme Si-
dos programas de pós-gradua- e definir a identidade da pessoa. vas para a elaboração de uma fazerem a parte experimental da
patologia, materiais dentá- nhoreti, garante a publicação
ção Mário Alexandre Coelho Si- Atualmente, de acordo com vacina anticárie, tomando co- especialização no exterior e o
rios, biologia bucodental, ra- em revistas internacionais e
nhoreti afirmou que a técnica o coordenador, os estudos mais diologia odontológica e mes- mo base crianças brasileiras resto no país. Quando retornam,
criada pelos pesquisadores é recentes são desenvolvidos de uma produção contínua, que de apenas um ano e que pos- trazem esse conhecimento. É
trado profissional em odonto-
uma opção ao tradicional e pode maneira sigilosa. Apesar das logia e saúde coletiva ––, to- distancia a FOP das outras fa- suem anticorpos capazes de in- uma roda-viva, que vai aumen-
ser implantada sem grandes pesquisas nos diferentes seto- das possuem um fator em co- culdades da área. Dos sete cur- terferir na colonização da bac- tando.” (Murilo Biagioli)

FOP deixa marcas em ex-alunos               

m 1957, há exatos 50

E anos, a FOP (Facul-


dade de Odontologia
de Piracicaba) abria
a sua primeira tur-
ma. Daquele ano para cá, a fa-
culdade recebeu milhares de
alunos, que hoje estão espalha-
dos pelo mundo. Muitos atuam
em consultórios, outros parti-
ram para uma carreira acadê-
mica e alguns até desistiram do
curso no meio da trajetória. In-
dependente do caminho pelo
qual optaram, todos têm em co-
mum a marca de terem sido
alunos da FOP.
Ex-diretor da
Faculdade de Seco fez todos
Odontologia de os seus
Bauru, Eymar cursos de
Sampaio Lopes, especialização
71, foi aluno da na FOP
primeira turma
de odontologia da tos amigos que ministram aulas “Era o melhor curso da época”,
FOP. “Éramos uma turma de 20 aí. Sempre tive uma relação conta o profissional, que em
alunos e todos se formaram em muito grande com a FOP. Tenho 1995 já fazia seu doutorado –
1960. Foi um período maravilho- muito prazer em ir a Piracicaba uma tese ligada a ortodontia –
so”, conta em entrevista ao Jor- e ver como a faculdade cres- pela mesma faculdade. “Foi em
nal de Piracicaba por telefone. ceu”, revela. “A minha forma- 2000 que comecei a dar aulas no
“Quando me formei fui fazer es- ção foi na FOP. Sem os ensina- curso de odontologia da Unip de
pecialização em outra universi- mentos dos meus professores e Campinas e dois anos depois, as-
dade porque tinha intenção de se eu não tivesse acreditado na- sumi a direção do curso.”
voltar e trabalhar na FOP, que quela primeira turma, não seria Seco conta que passou de
naquela época já era reconheci- o que sou hoje.” 1993 a 1993 na FOP. Foi na facul-

ESPECIALIZAÇÃO
da como das melhores universi- dade que fez todos os seus cur-
dades do país. Meus planos aca- sos de especialização, os quais,
baram não dando certo porque segundo ele, foram necessários
me transferi para a USP (Uni- Outra carreira, marcada pe- e indispensáveis para sua atua-
versidade de São Paulo) e depois lo sucesso e pelos ensinamentos ção. “Foi a base de tudo. Apren-
para a Faculdade de Odontolo- da FOP, é a de Angelo Seco, 39, di até conceitos administrati-
gia de Bauru.” que se divide como profissional vos, pois participei como repre-
Lopes afirma que mesmo em seu consultório odontológi- sentante dos alunos no conselho
sem poder voltar à faculdade – co em Piracicaba e como coorde- universitário da FOP”, conta o
seja como aluno dos cursos de nador do curso de odontologia dentista, que hoje ministra cur-
mestrado ou doutorado e mes- da Unip, de Campinas. Seco se sos na Associação dos Cirur-
mo como professor – esteve na formou na Universidade Fede- giões Dentistas de Campinas e
instituição inúmeras vezes de- ral de Porto Alegre, em 1992, e dá aulas de prótese e implante.
pois de graduado. “Tenho mui- logo entrou no mestrado da FOP. (Marcela Benvegnu)

FOP faz sessão solene hoje


Os 50 anos de fundação – completados Segundo ele, serão homenageados nove
neste 4 de julho pela FOP (Faculdade de ex-diretores da instituição, além de funcioná-
Odontologia de Piracicaba) – serão come- rios antigos e ex-presidentes do centro acadê-
morados hoje com uma sessão solene, a mico, na sessão que será presidida pelo dire-
partir da 10h, no salão nobre da institui- tor da FOP, professor Francisco Haiter Neto.
ção. A informação é do professor Fausto A solenidade – que será encerrada com
Bérzi, presidente da comissão organiza- coquetel – contará ainda com a participa-
dora das festividades do cinqüentenário ção especial do coral da Cosan e da bateria
da faculdade. da FOP, que recepcionará os convidados.
FOP 50 anos
Mais perto da comunidade
E-4 QUARTA-FEIRA, 4 DE JULHO DE 2007 JORNAL DE PIRACICABA

          
  

LEANDRO CARDOSO novo um curso de capacitação


leandroc@jpjornal.com.br para dentistas da rede munici-
pal de saúde. Quanto mais se ca-
rofes- pacita estes profissionais que

P sor-titu-
lar da
área de
radiolo-
gia, Francisco Haiter Neto,
43, assumiu a direção da FOP
(Faculdade de Odontologia
estão em contato direto com a
população, aumenta e muito o
nível do atendimento. O impac-
to positivo é revertido em bene-
fício direto para a população.
Temos também os cursos técni-
cos profissionalizantes no pré-
de Piracicaba) em 29 de agos- dio do Centro. Gratuitamente,
to de 2006 para quatro anos 30 pessoas são formadas por
de mandato. Natural de Le- ano na área de próteses odonto-
me, Haiter se graduou nas lógicas. Agora estamos nos
Faculdades Integradas de reestruturando para voltar a
Uberaba (MG) e tem pós-dou- oferecer o curso de THD (Técni-
torado pela Universidade de co em Higiene Dental), que fun-
Washington. Fez mestrado na cionou até 2003. Queremos ex-
FOP e foi contratado como pandir o ensino técnico na cida-
professor da instituição em de, dando subsídio para toda a
1989. Os 50 anos de fundação região na formação das equipes
da faculdade, de acordo com de saúde bucal, ainda deficitá-
o diretor, devem ser marcados rias, dentro das unidades de
por uma aproximação ainda PSF (Programa Saúde da Famí-
maior da instituição de ensi- lia). A idéia é retomar o curso
no com a sociedade. “A FOP em 2008, com 30 vagas.
tem a função e o objetivo de
atender à comunidade. A for-
JP – Desde que o senhor
mação do profissional tem que
está à frente da direção da
estar focada no atendimento à
FOP, quais têm sido as deci-
população”, disse. Uma das
sões internas para melhorar
principais metas neste sentido
o funcionamento do campus?
é a construção do
Centro Clínico Haiter – Buscamos viabili-
Haiter: zar recursos dentro do orça-
Multidisciplinar, ‘Desafio é
cujo funciona- mento anual da FOP, que é de R$
ampliar as 31,1 milhões em 2007, para refor-
mento aumenta- instalações e
rá em 40% o nú- manter o nível mar alguns laboratórios e exe-
mero de atendi- de excelência cutar melhorias em nossa infra-
mentos prestados estrutura. Num futuro breve,
em ensino e com recursos da reitoria, va-
pela FOP. pesquisa’ mos asfaltar o estacionamento
Jornal de Pi- que fica na parte frontal do ter-
racicaba – Qual é a atual si- especializando na faculdade. Irá às UBSs para ter acesso aos Saúde). O recurso é de R$ 1,1 mi- Haiter – Não podemos es- reno da faculdade. Temos ainda
tuação do projeto do novo Nossa meta é aproveitar esta atendimentos básicos de promo- lhão para três anos de funciona- quecer que a FOP participa em como prioridades a reforma do
prédio? mão-de-obra que já temos e que ção de saúde bucal. E no prédio mento e prevê todo o processo: várias áreas de atuação social biotério e do laboratório de ana-
Francisco Haiter Neto – não oferece um grande atendi- da FOP localizado no centro de implantação, equipamentos, junto à comunidade, como por tomia, além da construção de
Apresentamos o projeto do Cen- mento direto à população. Nos Piracicaba teremos mais 20 material de consumo e gastos exemplo nos serviços de medi- um local específico para guar-
tro Clínico Multidisciplinar pa- cursos de pós, os estudantes au- equipamentos para os atendi- de adaptação das instalações. A ção de flúor na água, que são fei- dar produtos químicos adequa-
xiliam os professores no ensino mentos mais complexos, que FOP apresentou o projeto e foi tos pela área de bioquímica; o
ra as autoridades municipais, damente. Outros projetos não
da graduação, mas eles pode- também serão realizados por uma das 17 faculdades de odon- atendimento às gestantes e be-
estaduais e federais para conse- envolvem modificações, mas a
riam também fazer o atendi- alunos de graduação. No prédio tologia do Brasil, entre as 172 bês, o serviço de radiologia e o
guirmos a verba necessária. Es- parte de currículo dos alunos.
do Centro também teremos sa- existentes, que conseguiram de dor orofacial. A inserção da
tamos na fase final de elabora- mento direto à população e ter Temos as adequações dentro da
las de capacitação dos dentistas ser contempladas. FOP na sociedade tem duas vias:
ção da proposta que será levada um horário reservado para isso, Lei de Diretrizes Curriculares
da rede públi- atender a população e servir co-
com o apoio do prefeito Barjas já que são profissionais forma- ca. Oferecer ao para inserir as disciplinas do
JP – Há
Número de
Negri aos ministérios da Saúde, dos que poderiam nos ajudar a mo referência para assessorar
profissional da Pró-Saúde e a reestruturação
Educação e da Ciência e Tecno- aumentar o número de atendi- outros pro- Piracicaba e cidades da região
rede pública das áreas de pré-clínica.
jetos desen- em questões e assuntos para os
atendimentos
logia com o objetivo de viabili- mentos à comunidade em geral, uma atualiza-
zar a construção desse prédio, principalmente a parcela mais volvidos quais está altamente capacitada.
ção de conhe- JP – Quais são os desafios
já que temos a contrapartida de carente. por meio de

deve crescer
cimentos se da FOP para os próximos
R$ 1 milhão da Unicamp para a parcerias JP – Como se dá essa atua-
traduz na ca- anos?
obra. A construção custaria, no JP – O acesso da população pacitação des- na cidade? ção regional da FOP?

40% com Haiter Haiter – Se dá em diversos Haiter – Temos dois desa-


total, entre R$ 3,5 milhões e R$ 4 a serviços gratuitos na área ses dentistas. fios básicos: ampliar nossas ins-
milhões. Depois ainda precisa- da odontologia ainda é restri- – Temos níveis. Há a relação oficial por

novo prédio
também o meio de convênios e pelo papel talações e manter o nível de ex-
remos de mais dinheiro para fi- to na maioria das cidades? JP –
Sempre Sor- da universidade na comunida- celência em ensino e pesquisa.
nalizar a instalação dos equipa- Haiter – De uma maneira Quando o
rindo, que de. Recebemos visitas de coor- Cada vez mais os laboratórios
mentos, mas para isso também geral, as cidades estão procu- projeto come-
funciona denadores da área de odontolo- precisam receber equipamen-
estamos trabalhando em busca rando, por meio dos seus cen- ça a funcio-
desde 2000 em parceira entre a gia de outras cidades que co- tos e não temos área para isso.
de recursos. A previsão é de que tros de odontologia especializa- nar?
até o final deste ano tenhamos FOP, a prefeitura e empresa Bel- nhecem como fazemos o plane- Aumentar o espaço físico é um
da, aumentar esse atendimento, Haiter – O Pró-Saúde está
alguma resposta positiva sobre em fase de implantação. 2007 é o go. Crianças de sete a dez anos jamento para atendimento e le- grande desafio, juntamente com
mas ainda existe a limitação da
a liberação dos recursos. O pro- primeiro ano, quando estão sen- da rede municipal de ensino são vam os modelos para os seus a construção do Centro Clínico
mão-de-obra. Por isso estamos
jeto executivo prevê 90 consul- do comprados todos os equipa- atendidas de graça no nosso pré- municípios. Os pacientes de ci- Multidisciplinar. Outro desafio
colocando profissionais já qua-
tórios, salas e laboratórios de mentos e reestruturada a grade dio do Centro. São em torno de dades vizinhas que apresen- é manter nosso nível de excelên-
lificados, que estão se qualifi-
apoio, além de um anfiteatro. curricular do curso de gradua- 3.000 por ano. A prefeitura dis- tam problemas mais graves cia. Chegar ao topo tem um cus-
cando ainda mais, para reforçar
ção para que as atividades do ponibiliza o transporte, a Belgo vêm ser atendidos aqui. Além to, mas se manter nele o custo é
esse atendimento, completando
JP – A FOP atende hoje projeto sejam inseridas. A par- custeia o atendimento e a FOP disso, a FOP forma profissio- ainda maior. Mas isso eu confio
a estrutura de saúde da cidade.
cerca de 38 mil pacientes por tir de 2008, os alunos irão às entra com os equipamentos, re- nais em graduação, pós e espe- aos nossos professores pesqui-
ano entre as clínicas de gra- UBSs fazer atividades de pro- cursos humanos e a orientação cialização de todo o Brasil. Na sadores. É um desafio que va-
JP – O projeto Pró-Saúde
duação e especialização e em moção de saúde bucal, ensinan- aos alunos. As crianças saem graduação, menos de 5% dos mos conseguir alcançar por
também é parte deste reforço?
outros departamentos e ser- do a educação para a saúde. durante o horário de aula, são alunos são de Piracicaba. Te- causa da qualidade e da dedica-
Haiter – Certamente. O Pró-
viços. Com o novo prédio, Saúde vai equipar com todos os Com todos os equipamentos, atendidas e voltam para a esco- mos estudantes de todos os Es- ção do nosso corpo docente. Só
qual deve o ser o aumento no recursos necessários sete UBS alunos de terceiro e quarto anos la. Os recursos da Belgo também tados, inclusive os que vêm de quatro cursos de pós-graduação
número de atendimentos? (Unidades Básicas de Saúde) da já vão começar a atender esses custeiam o atendimento das outros países. no Brasil são considerados de
Haiter – Com o prédio, este rede municipal de Piracicaba e pacientes no prédio do Centro e crianças que precisam de trata- excelência. Três são da FOP: os
número aumentaria em 40%. O levar até elas alunos de gradua- nas unidades. O Pró-Saúde é de- mentos de maior complexidade. JP – A faculdade também de clínica odontológica, de esto-
novo prédio terá o objetivo de ção, orientados por professores, senvolvido em parceira entre a disponibiliza cursos de capa- matopatologia e de odontologia.
trabalhar com os alunos de pós- para atenderem a população em FOP e a Prefeitura de Piracica- JP – Quais outros servi- citação profissional? Ser de excelência significa ser
graduação, que são profissio- seu local de origem. O paciente ba e custeado com verba da ços oferecidos pela FOP à co- Haiter – No ano passado já comparado a qualquer curso in-
nais já formados que estão se não se deslocará à faculdade. OMS (Organização Mundial da munidade? tivemos e nesse ano teremos de ternacional.

rocurados por dentis-


Cursos de extensão somam 31 modalidades
ao princípio da indissociabili-
          
  

nibiliza cursos preparatórios O goiano Hugo Felipe do Va-

P tas, alunos de odonto-


logia ou de outras
áreas biológicas, os
cursos de extensão da
FOP (Faculdade de Odontologia
de Piracicaba) são a alternativa
para os profissionais que bus-
dade entre o ensino, a pesquisa
e a extensão”, lembra.
Segundo o coordenador, os
cursos de extensão da FOP so-
mam 31 modalidades e estão di-
vididos em três categorias: de
especialização (16), de atualiza-
para as três especializações
mencionadas.
A FOP ainda oferece uma
enorme variedade de cursos
como: dentística, implanto-
dontia, disfunção têmporo-
mandibular e dor orofacial,
le, 21, graduado pela faculdade
em 2006, é um desses casos. Des-
de março ele freqüenta o curso
de especialização na área de pe-
riodontia, que dura 21 meses,
buscando ampliar seu repertó-
rio profissional. “Dentro do
cam maior qualificação por ção (14) e de mestrado profissio- microbiologia médica e oral, mercado de trabalho eu vejo
meio de atualização ou especia- nalizante (a instituição oferece radiologia odontológica e ima- uma greande necessidade gran-
lização técnica. Anualmente, um curso ligado à genologia, periodontia, saúde de de especialização”, analisa o
cerca de 300 alunos passam em área da saúde pú- Andrade e coletiva, odontogeriatria, dentista.
blica). “Esses cur- Silva é odontopediatria, marketing e Os cursos da FOP, explica o
média pelas mais diferentes mo-
responsável coordenador, incluem discipli-
dalidades de cursos oferecidos sos recebem gen- gestão em saúde, estética em
pela Coorde- nas teóricas, laboratoriais e hu-
pela instituição de ensino. te do Brasil intei- dentística, diagnóstico bucal e
nadoria de manidades. “Primamos pela
Os cursos de extensão, ex- ro”, conta o coor- outros tantos “São sempre cur-
Extensão formação do homem, e não so-
plica o professor Frederico An- denador. sos presenciais, pois têm ativi- mente pela formação de técni-
drade e Silva, 58 – responsável Os cursos de dades psicomotoras, quer di- cos”, analisa. “Um exemplo dis-
pela Coordenadoria de Exten- especialização – são concluídos entre seis me- Entre os cursos de especiali- zer, o exercício clínico, que a so é que nós temos um ofereci-
são da FOP – foram criados ofi- que exigem a graduação do ses e um ano e têm carga horá- zação mais procurados, diz o pessoa não pode fazer à distân- mento de bolsas enorme”. Ou-
cialmente no Brasil a partir da participante – têm duração que coordenador, estão os de endo- cia”, observa Silva. tro importante aspecto, comple-
ria média de 60 horas. E podem
Constituição de 1988. “O artigo varia de um a dois anos. “Esses dontia (tratamento de canal), De acordo com o coordena- menta Silva, é que os cursos da
cursos oferecem tecnologia ser freqüentados por alunos de
207 da Constituição fala que as ortodontia e prótese dentária. dor, a procura desses cursos por FOP são – de maneira contínua
universidades gozam de autono- científica e cultural a longo graduação ou técnicos. “São Na área de atualização, lembra ex-alunos da FOP é bem grande. – reformulados e atualizados
mia didática, científica, admi- prazo, têm duração mínima de aqueles que visam atualiza- Silva, as três categorias tam- Cerca de 30% dos matriculados conforme as necessidades do
nistrativa, de gestão financeira 360 horas”, esclarece Silva. Já ções profissionais de momen- bém figuram entre as mais re- já passaram pelas salas de aula mercado de trabalho. (Marcelo
e patrimonial e que obedecerão os de atualização, ele completa, to”, conta. quisitadas, já que a FOP dispo- da faculdade. Rocha)

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