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Professora de filosofia e mitologia grega com ps-graduao em Filosofia pela Faculdade de
Filosofia e Letras da Universidade de So Paulo e especializao pela Universidade Paul Valry, na
Frana. Texto disponvel no endereo eletrnico http://namu.com.br/artigos/passagem-do-mito-razao
A funo da religio
Nova interpretao
Poltica
Sistema de valores
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Disponvel no endereo http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/do-mito-ao-
logos-a-descoberta-da-filosofia/8634
externamente distinta ao mesmo tipo de pergunta: como pode emergir do caos
[peiron] um mundo ordenado?
Enquanto o mundo dos aedos (poetas) ordenado atravs da partilha
dos domnios das instncias da natureza entre os deuses (Zeus, o Fogo;
Hades, o Ar; Poseidon, a gua e Gaia, a Terra), o cosmos dos jnios organiza-
se "segundo uma diviso das provncias, uma partilha das estaes entre
foras opostas que se equilibram reciprocamente.". No nomeiam divindades.
Vernant esclarece que por detrs dos elementos dos jnios (ar, fogo,
terra e gua), perfila-se a figura de antigas divindades da mitologia: "Ao
tornarem-se natureza, os elementos despojaram-se do aspecto de deuses
individualizados; mas permanecem as potncias ativas, animadas e
imperecveis, sentidas ainda como divinas.".
Chamando a ateno para o fato de que no se trata de uma vaga
analogia, Vernant diz que entre a filosofia de um Anaximandro e a Teogonia
[obra sobre a origem dos deuses] de um poeta como Hesodo (sc. VIII a.C.),
as estruturas se correspondem at no pormenor.
Eis ento, no mito e no lgos nascente, duas formas de traduzir nveis
diferentes de abstrao, explicitando o mesmo tema de ordenamento do
mundo.
Para o historiador, esse novo "processo de elaborao conceitual [ao
invs de deuses, so o mido, o seco, o quente, o frio] que tende construo
naturalista do filsofo j est em gestao no hino religioso de glria a Zeus
que o poema hesidico celebra".