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O ABUSO DE AUTORIDADE

1. No que consiste o delito ABUSO DE AUTORIDADE?


Trata-se de um delito (crime) previsto na legislação penal extravagante, ou seja,
numa lei especifica, que regula o crime a margem do Código Penal.
É tipificado na Lei n.º 4.898/95, nos seus artigos 3.º e 4.º e consiste na prática,
por parte de qualquer autoridade, dos atos (ações) exaustivamente listados nas 19
(dezenove) alíneas dos referidos artigos.
Como exemplos de autoridades para fins da Lei 4.898/65 podemos citar os
serventuários da justiça, comissários da infância e juventude, guardas civis municipais,
procuradores do Estado.

2. Quem pode ser constituído como sujeito ativo do crime de ABUSO DE


AUTORIDADE?
Somente o indivíduo que exerça cargo, emprego ou função pública, de natureza
civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.

3. Qualquer indivíduo pode representar a autoridade pública por ABUSO DE


AUTORIDADE?
A ação penal que visa apurar o crime de abuso de autoridade somente se procede
mediante representação por parte do ofendido ou seu representante legal.

4. Que atos ou ações exatamente podem ser caracterizados como crime de ABUSO DE
AUTORIDADE?
Apenas os previstos nos arts. 3. e 4 da Lei 4898, de 9 de dezembro de 1965, que
possuem as seguintes dicções:

“Art. 3º.Constitui abuso de autoridade qualquer atentado:


a) à liberdade de locomoção;
b) à inviolabilidade do domicílio;
c) ao sigilo da correspondência;
d) à liberdade de consciência e de crença;
e) ao livre exercício do culto religioso;
f) à liberdade de associação;
g) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
do voto;
h) ao direito de reunião;
i) à incolumidade física do indivíduo;

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j) aos direitos e garantias legais assegurados ao exercício
profissional. (Incluído pela Lei nº 6.657,de 05/06/79)” (g.n.).

“Art. 4º Constitui também abuso de autoridade:


a) ordenar ou executar medida privativa da liberdade
individual, sem as formalidades legais ou com abuso de
poder;
b) submeter pessoa sob sua guarda ou custódia a
vexame ou a constrangimento não autorizado em lei;
c) deixar de comunicar, imediatamente, ao juiz
competente a prisão ou detenção de qualquer pessoa;
d) deixar o Juiz de ordenar o relaxamento de prisão ou
detenção ilegal que lhe seja comunicada;
e) levar à prisão e nela deter quem quer que se
proponha a prestar fiança, permitida em lei;
f) cobrar o carcereiro ou agente de autoridade policial
carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outra despesa,
desde que a cobrança não tenha apoio em lei, quer quanto à
espécie quer quanto ao seu valor;
g) recusar o carcereiro ou agente de autoridade policial
recibo de importância recebida a título de carceragem,
custas, emolumentos ou de qualquer outra despesa;
h) o ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoa
natural ou jurídica, quando praticado com abuso ou desvio
de poder ou sem competência legal;
i) prolongar a execução de prisão temporária, de pena
ou de medida de segurança, deixando de expedir em tempo
oportuno ou de cumprir imediatamente ordem de liberdade.
(Incluído pela Lei nº 7.960, de 21/12/89).” (g.n.)

5. Dos atos ou ações acima listados, quais podem ser, em tese, praticados pelo
Auditor-Fiscal da Receita Federal no exercício de suas atribuições?
Da simples leitura dos artigos trasladados, verifica-se de plano que muitas das
ações não podem ser praticadas por um AFRF, por não constituir atos de sua alçada. Por
exemplo, as previstas nas alíneas d, e, f, g, e i do art. 4.º, que somente podem ser
praticados pelos Magistrados, Delegados de Policia e Carcereiros.
A fim de visualizar as hipóteses em que o delito pode ser, em tese, praticado por
um AFRF, reproduzem-se abaixo algumas das tipificações de atos que podem
eventualmente estar relacionados com ações de Fiscalização Tributaria Federal e
consignamos exemplos práticos e, claro, hipotéticos.

5.1. Atentado à liberdade de locomoção (alínea a do art. 3.º da Lei 4898/65)

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Se, durante uma operação de fiscalização aduaneira numa zona de
fronteira, por exemplo, um AFRF ordenar (exarar uma ordem legal) a um cidadão
que pare o seu veículo e o estacione a fim de ser fiscalizado, não comete
qualquer ilícito ou crime. Ao contrário, estará cumprindo o seu dever legal.
Essa limitação sofrida pelo cidadão ao seu direito de se locomover,
entretanto, deve ser apenas pelo período necessário à execução da fiscalização.
Concluída a fiscalização, há que ser respeitado o direito à liberdade do cidadão.
Se o AFRF, desnecessária e intencionalmente, tolher o referido direito, comete o
crime.

5.2. Atentado à inviolabilidade do domicílio (alínea b do art. 3.º da Lei


4898/65)
O domicilio (casa) da pessoa natural (pessoa física) é protegido pela
Constituição Federal no art. 5.º, inciso XI. Há apenas duas hipóteses em que se
pode adentrar ao domicilio sem a anuência de quem nele e domiciliado. A
primeira se dá por ordem judicial e somente pode ser realizada durante o dia. A
segunda, nos casos em flagrante delito, desastre ou para prestar socorro, e
independe de ordem judicial ou do horário.
Dessa forma, por exemplo, se um AFRF, ou qualquer outra autoridade ou
servidor, invadir de modo intencional a casa (o domicílio) de um contribuinte
para intimá-lo, por exemplo, comete o delito de ABUSO DE AUTORIDADE.
Ressalte-se, entretanto, que o conceito de domicilio é restrito às pessoas
naturais: não há que se falar, de forma séria e juridicamente válida, em
inviolabilidade do domicílio da pessoa jurídica, máxime à Fiscalização Tributária.
Isso se verifica de modo clarividente em face de o referido inciso XI do art. 5.º da
Constituição utilizar a expressão “casa” e “morador” ao invés de “domicílio” e
“pessoa”.

5.3. Atentado ao sigilo da correspondência (alínea c do art. 3.º da Lei 4898/65)


O sigilo das correspondências – sejam entre pessoas naturais ou jurídicas – e
direito constitucionalmente garantido no art. 5.º inciso...
A fim de que se possa falar em sigilo, a correspondência deve esta lacrada.
As abertas perdem a qualidade de sigilosas. Não se concebe que seja acobertado
pelo sigilo algo já violado.
Assim, se um AFRF, durante uma fiscalização, intencionalmente abre
correspondências de um contribuinte, comete o delito em analise.

6. O ABUSO DE AUTORIDADE admite a modalidade “CULPOSA”?


Não. O elemento subjetivo do tipo é o DOLO, ou seja, a vontade livre e consciente
de exceder os limites do poder que possui em face da autoridade do cargo. Não é
possível a tentativa.
Isso significa, em termos mais minudenciados, que não se comete o crime por
negligência, imprudência ou imperícia. É necessário que se aja com dolo.

7. O que determina o momento consumativo do crime?


Havendo tipificadas qualquer das dezenove ações, o momento do cometimento do
delito (consumação do crime) depende de cada uma das ações (depende de cada caso
concreto).
Assim, por exemplo, no caso da alínea c do art. 3.º da Lei 4898/65, consuma-se o
crime no momento em que a correspondência, devidamente lacrada, é aberta. No caso
alínea a do mesmo artigo (Atentado à liberdade de locomoção), no momento em que o

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cidadão é tolhido ilicitamente de sua liberdade. No caso acima exemplificado, no
momento em que o AFRF, já tendo fiscalizado a bagagem e o automóvel do viajante,
sem constatar irregularidades, mantém o cidadão parado, impedindo que prossiga.

8. ABUSO DE AUTORIDADE é o mesmo que ABUSO DE PODER?


Não se deve confundir abuso de autoridade com abuso de poder.
O que a Lei 4898/65 prevê como crime é tão-somente o denominado abuso de
autoridade. Abuso de poder é uma expressão genérica (não o nomen iuris de um delito
específico), que abarca tanto o crime em comento, como o abuso de poder econômico,
político etc. Logo, constitui lapso afirmar-se apenas “foi praticado o crime de abuso de
poder”.

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