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Editor Anna ist de Videror Amaral Ginter. Departamento de Pesquisas ¢ Produgio de Testes Dia Sésia MV Delpina Tos (CRP 06115804 Produsio Griica & ‘ihn Views Runes izagio Mark foe litoracio Elotréniea alga: Feros dos Sances Revisto Aga Ales Dades Internacionas de Catalogagso na Pal {(Cimara Beastcirn do Livre, 38 Br “Técnis de Bane Bogen ~ TEP «manual fae ‘Sto Paulo Casa do scdlogs / Conselio eel de. ibiograta, ISBN 85-7396.160.0 cbin (CI) 1. Testes psicaigicos I Paequall Lise oLsiat cp.i50287 Eee eee 21539) Indices para catlogo sstemético: 1. Avalagtopscolgica 150.287 2. Pscologa: Testes 1539 3 Testes psicopioos 1539 Impremo no B Pred in Bi Reservados todos os direitos de publingio em Kagus portuguesa & Aatonio, 1010 Jardim México 13253-400 tatiba/SP_ Brasil 48246997 Site: worw cassdopsicologe.com.be Casa do Psicélogo® mio Alvares, 1020 Vila Madatena O5417-030 Sio PauloSP Brasit 3034-3600. E-mai: casadopsicologo@essadopsicologo.com be @ {Gass Pal Liviaria, Eltora Grifica Lida, Carituto | Testes Psicoldgicos: Conceitos, Historia, Tipos e Usos or Luiz Pasquali Este capftulo discute alguns t6picos preliminares sobre os testes i psicoldgicos, enfocando os seguintes tem * avaliagSo psicolégica ¢ testes psicoldgicos * conceituagao de teste psicolégico * tipos de testes psicolégicos * usos dos testes psicol + aplicagio dos testes psicol6gicos 1. A avaliagao psicolégica (Parafraseando o cap.1 de Barclay, 1991, pp. 1-20) a alertar o leitor da relagio e das diferengas que existem entre avaliagio psicol6gica e testes psicol6gicas. Estes sto "uma das manifestagbes ou téenicas da avaliaglo psicoldgica, a qual, por sua vez, também é uma das manifestagGes de uma ativi como um processo de at através dos mais variados métodos ¢ 4 Taesucas oe Exave Paceudano— TEP ‘Tess rscoubcicos CONCH TOS, MISEIA, THOSE USS 8 técnicas, descrever ¢ classificar 0 comportamento dos outros com 0 objetivo de enquadré-lo dentro de alguma tipologia, que permite a0 sujeito tirar conclus6es sobre os outros ¢, assim, saber como ele mes- mo deve se comportar e agir em relagio a esses outros. A avaliagdo psicolégica quer acrescentar a esta atividade universal do ser humano algo de cunho cientifico, por estar baseada no método cientifico da “observacdo em que so mantidas certas caracteristicas de cientificidade: observagées confidveis e vélidas, bem como inferéncias obtidas a par- tir delas, seguindo os processos legttimos de teste de hipsteses e de inferéncia (esta parte sera discutida melhor quando falarmos dos pardmetros psicométricos dos testes psicol6gicos). Este alerta é para de carster de sens mundo faz, ¢ out 1.1. Avaliagéo nao-profissional Este tipo de avaliagiio, que todos nés fazemos, constitui uma cra para a prépria sobrevivéncia; ela pode ser mais bem. ix mal-desenvolvida em diferentes individuos. Em que ela con- siste? Trata-se da habilidade do ser humano de poder interpretar 0 comportamento dos outros @, assim, realizar as adaptagSes necesséri- as em set pr6prio comportamento para se inserir na comunidade e poder nela sobreviver. Esta habilidade deriva da capacidade do indi- vviduo de decodificar 0 comportamento verbal e nio-verbal dos outros e de telacionar tais comportamentos dentro de categorias diante das jé aprendeu como deve ele mesmo se comportar. Por ma festa vocé vé alguém com um copo na mio, cara vermelha e cambaleando, voc# de imediato o classifica na categoria los bebertées e procuna se esquivar dele; ou se um rapaz percebe que zuma moga sozri para ele, pode concluir que ela esté interessada numa aproximagéo e se aproxima dela, Certo? Obviamente, &s vezes isso nao d4 certo, porque as interpretagGes que sio sistematicamente fei- tas do comportamento dos outros nem sempre sfio adequadas, De qualquer forma, essas interpretagées tendem a ctiar no outro respos- tas de carder afetivo a favor ou contra o sujeito que se comporta deste ou daquele modo, dependendo de como aquele que observa iré interpretar © comportamento do outro, Este tipo de avaliagio se constitui também num organizador de expectativas de como nés mesmos € os outros devemes nos comportar em diferentes situagées, o que torna a vida em sociedade possivel e, assim, ‘nos comportarmos de uma forma eficiente e também evitar punicéo. Desde a infincia, a ctianga é bombardeada pelos adultos e pelos cole- 28 com indicagées de que tipo de comportamentos so cu nao toleré- vveis em dadas situag6es. Desenvolvemos, assim, um arsenal de regras segundo as quais (quase automaticamen .ossos compor- tamentos ¢ os dos outros. Isto é, avaliamos continuamente 0 comportamento de todo o mundo dentro de um sistema de expectatives. 1.2. Avaliacdo profissional ‘Quanto mais se modernizava a sociedade, mais variadas e urgentes iam e vio se tornando as necessidades de se poder avaliar © comportamento das pessoas de uma forma mais precisa, porque com base em tais avaliagées so tomadas decises que afetam pro- fundamente a vida dessas mesmas pessoas. Dessa forma, f i mnfidveis no processo educacional, 1a satide, na selegio de pessoal, etc. do tipo: Esta erianga precisa de educa- ho especial? Este sujeito tem aptidio para este trabalho? Esta pes- soa tem problemas emocionais? A agressividade deste sujeito ¢ condendvel?, voc8 esta atras de respostas. Mas respostas sensatas, a perguntas dessa natureza exigem algum sistema de avaliagio. Para atender a tais demandas é que existe a avaliagio mais formal do que aquela nao-profissional discutida acima. Esta necessidade in- duziu a procedimentos formais de avaliagao hé cerca de 3.000 anos antes de Cristo (Dubois, 1970) entre os chineses, que a utilizavam para a selecio de funciondtios publicos civis. Hoje em dia, a avaliagao afeta toda a atividade humana: na educa cao existe a preocupacéo em saber quem tem ou nfo condigées de 16 “Tecateas ow Exava: Psonnccico — TEP aproveitar o ensino, e para que tipo de especialidade est mais bem ‘equipado; no campo do trabalho, precisa-se saber se o candidato pos- sui um certo perfil psi ue garanta retorno do investimento «que a empresa pretende fazer nele; na frea da satde, precisa-se saber quem necessita de tratamento e qual tratamento; etc. Verificando que sociedade moderna ficou tio complexa, o mercado de trabalho to diversificado ¢ especializado, e os recursos disponiveis cada vez mais ‘escassos e procurados numa competitividade desenfreada, surge a ne- ‘imetros para a distribuicdo eficaz destes recursos. Ea ificagao das necessidades e das recnologias de avalia- se necesséria a existéncia de um perito na érea: o psi- célogo. Assim, a avaliagio passou a ser uma habilidade primordial do profissional psicélogo. Esta histéria teve inicio, mais tecnicamente, no prinefpio do século XX com Spearman (1904, 1907, 1913) e Binet (Binet & Simon, 1905), um desenvolvendo a teoria da Psicometria, © outro criando o primeiro teste de aptidao para criancas. A oriet tago, intencional ou nio, dada por estes e outros autores intel mente enviesou a histéria da sim, a avaliagZo perdeu em grande parte o seu canter multifacerado, tanto nos tipos de comportamentos que afere (aptido, petsonalidade, atitudes, satide, trabalho, etc.), quanto nos instrumentais que deve tem sido um inforctinio para o dade. Tal ocorréncia acarretou uma gigan tra 0s testes , por con 0, contra todo tipo de avaliacko. A utilidade © a exigéncia da avaliacfo esto fundamentadas na necessidade de que a atividade do ser humano deve ser responsivel, isto & ele deve dar conta do que faz, no sentido de poder afirmar que seus atos so legtimos, benéficos e condizentes com o investimento dos rureza e da sociedad que ele fa uso. E para tal aferigao jas as técnicas apropriadas de avaliagSo que, ob- viamente, precisam ser variadas, considerando a gama enorme de tipos de atividades e de processos psicolégicos envolvidos nelas. Por ‘Tests rsooLcaioos CONEATOS STOR, TOE LOS nN sa vez, 08 testes psicolégicos sao apenas uma destas possiveis técni- cas de avaliagéo, titeis e priotitérias em certas areas ¢ objetivando certos fins, mas ineficazes e perigosas em outras freas (como vere- mos a0 tratar do uso dos testes) Disto resulta que a avaliagSo psicolégica profissional deve se cons- tituir num processo integrado, utilizando aquelas técnicas mais apropria- ddas para diagnosticat 0 problema de um dado caso, visando alguma proceso de avaliacdo pode ser sumarizado no (adaptada de Barclay, 1991; este tema serd mais lvido 20 falarmos do laudo psicol6gico), que comporta Tabela 1.1. Etapas do processo de avaliacao psicolégica Etapa__Objeto Técnica Produto Ientifcar Nece Entrevista Deserigbes scores Tipos Interpretagio Formulagio de Perlis Dindmica psicologica envolvids Previsto de comporta mentos futuros Orientagio psicolégica Cura formulades Terapia Prevencio Programas de intervencio Autadesenvolvimento 3 Todos 03 processos Redirecionamento de aches etradas ou ineficszes 8 ‘Tecauas o¢ Brass Psvoneno ~TEP 2. Conceituagao de Testes Psicolégicos Def © que € um teste psicolégico parece, & primeira vis- ta, uma tarefa muito facil. Contudo, os teéricos nesta area se complicam quando querem caracterizar 0 que é um teste psico- logico. O problema nao é tanto em descrever o que ele &, mas sim 0 que representa. Descrever um teste no parece c¢ gar facilmente a uma descrigo consensual. Uma des como a de Cronbach (1996: p. 51): sistemético para observar 0 comportamento € descrevé-lo com a aju- da de escalas numéricas ou categorias fixas”. Isto significa que um teste psicol6gico consiste em inserir o sujeito numa situagio em que cle deve executar algumas tarefas, também previamente definidas e estabelecidas, sendo suas respostas (comportamentos) descritas ge- ralmente por meio de ntimeros. Mais adiante, ao se falar sobre a normatizacio e padronizaglo da testagem psicol6gica, serdo caracte- ria la e tarefas arranjadas. Por ora, basta saber to de tarefas predefinidas, que o sujeito precisa executar numa situagio geralmente artificializada ou sistematizada, em que 0 seu comportamento na situagio vai ser observado, descrito e julgado, e essa descricdo € geralmente feita utilizando-se ntimeros. Definir um teste psicolégico, num sentido mais epistemol6gico (i em termos de concepgées de ciéncia), j é tarefa controverti- da, porque depende de posigées e suposigdes de cardter filoséfico. ‘Aqui a resposta depende diretamente de a pessoa tet uma visio ‘monista (no caso, tipicamente materialista) ou dualista do set hu- ‘mano. Todos concordam em definir o ser humano como um animal racional. Mas na hora de explicar o que isto significa, entio estas posig6es filoséficas preconcebi der. A posigéo monista materialista entende, no fu como um puro animal ou macaco, um tanto sofisticado, e expressa esta sofisticagio no adjetivo “tacional” da definicao de ser huma- ‘no. Por outro lado, quem toma mais a sério este adjetivo, entende gue © ser humano nfo € apenas um animal, e sim um animal mais ‘Tess conoios GONCHTOS HISTONA, THOS FOS uma mente, esta dltima sendo 0 que 0 adjetivo “racional” define Assim, © psicélogo de orientago monista vai definir teste como um conjunto de tarefas ou comportamentos para prever ou repre- sentar outro conjunto de comportamentos ou comportamentos fu { turos do sujeito. O psicdlogo de orientagao dualista, por sua vez, itd definir o teste como um conjunto de tarefas ou comportamen- . sim, mas estes como representacio fisica do objeto de interes- se do psicélogo, sendo esses os processos da mente (processos mer tais, processos latentes, tragos latentes) Como este problema de monismo vs. duslismo dé uma visio ‘muito distinta na compreensio ¢ interpretagdo dos testes psicol6gi- 05, devemos dizer mais alguma coise sobre ele. Em primeiro lugar, ser monista ou dualista ndo se resolve com demonstracées cienti- ficas, pois trata-se de opgées de caréter filosdfico e devem ser re- solvidas nesse nivel. Assim, estas opgdes so preliminates a ativie dade do cientista, mas afetam decisivamente esta sua atividade e, arece importante que o cientista e psicélogo, no caso, esteja pelo menos consciente da opgio que fez, deliberada ov até implicitamente. Em segundo lugat, como se deve entender esta _ oposicdo monismo vs. dualismo? No capitulo sobre os parimetros | psicométricos dos testes vamos dar uma resposta mais compreensi- va sobre este problema; por ora, basta dizer que, para o dualista, 0 | teste € um conjunto de comportamentos que querem expressat, em termos fiscos, tragos latentes, isto & processes mentais, e nao ‘outros comportamentos. Naquele capitulo também iremos definir mais claramente o que sio itentes; no momento, é sufici- ente entendé-los como a realidade que constitui 0 que chamamos de mente, que para 0 psicdlogo de orientacéo dualista € 0 objeto sspecifico da Psicologia cientifica. De qualquer forma, os testes psicol6gicas, como os conhecemos hhoje em dia, sa0 de data relativamente recente, do infcio do século XX. Ha uma dezia de ciemtistas relevantes na historia dos testes, € diagndstico psicolégico Justia. perfcia Self > autoconhecimento Ciencia > medida Detrans © psicotécnico : a. 3s “Teeqas be Exar Pucoxoaco ~TEP 4.6. Casas Editoras de Testes no Brasil No Brasil existe algumas editoras legitimas de testes psicolé- gicos. Entre elas, destacam-se: 1. Casa do Psicélogo (Ingo Bernd Giintert) Rua Mourato Coelho, 1.059 ~ Pinheiros CEP 05417-011 ~ Sao Paulo/SP. Foi 3034-3600 — 3062-4633 Fax: (011) 3064-5392 E-mail: casapsi@uol.com.br 2. Vetor Editora Psico-Pedagégica Ltda. (José Glauco Bardella) Alameda Jat, 404 CEP 01420-000 — Sao Paulo/SP Fone: (011) 283-5225 / 283.0336 Fax: (011) 283-0336 / 283-3073 (Trab,) (O11) 993-0861 / 273-1575 (Res.) E-mail: vetor@s nets hetp:/ivww.vetor-editora.com.bt 3. CEPA — Centro de Psicologia Aplicada (Antonio Rodrigues Tereza) Rua Senador Dantas, 118 ~ Gr. 901 a 920 ~ Centro } CEP 20031-201 — Rio de Janeiro/R} x: (021)2262-2717 4, Edites Empresa Distribuidora de Testes Leda. 259 — Pinheeos Fone: (11) 3021-2897 5. CETEPP - Centro Editor de Testes e Pesquisas em Psicologia (Udo Gintere) Rua Comendador Norberto Jorge, 30 04602-020 — Brooklin ~ Sao Paulo, SP FonejFax: (011) 543-4592 Extas editoras de testes possuem representagdes em muitas cidades trasileiras. Em Brastlia, elas sfio representadas pelo CENOR 716 sul. 5. Aplicagao dos Testes Psicolégicos (Os testes so instrumentos técnicos ¢ seu manejo geralmente recessita de pessoal treinado e conhecedor do instrumento, como qualquer aparelho de tecnologia sofisticada. Assim, nem todo mun- do é capaz ir testes psicolégicos, mesmo porque so de > psicblogos. Sendo instrumentos sofisticados, os rma série de regras para sua aplicagio, as quais 30 expressas sob o que se chama de padronigagao da aplicagao destes. que implica tal padronizacéo? Ela implica varias coisas, particu- larmente: * procedimentos de aplicagao; ds restandos; le dos vieses do aplicador; + normas na divulgagao dos resultados. 1, Administragao dos testes Os proce garantir a v: jentos na aplicacio dos testes tém como objetivo da testagem, porque um teste, mesmo sendo sequinte: os resultados do t (obviamente supondo que © préprio teste seja vilido) se a sua aplicacdo seguiu a risca as instrugbes e recomendagdes dadas pelo seu autor, isto é, se 0 aplicador seguit exatamente o manual de 2 do teste. Normalmente, tais orientagdes iro exigir pelo menos duas condigées de aplicagao Para que os resultados sejam validos e confi * a qualidade do ambiente psicol6gico, que tipicamente signifi- ca uma atmosfera em que a ansiedade do testando seja teduzida 20 minimo, Quanto a0 ambiente isco, todes as condigbes do ambiente fsico devem colocar 0 testando em condigies Gtimas de agi. Como se quer “Tiencas ot Bao Paoxsoco— TEP saber, com o teste, 0 nivel de aptidio ou as preferéncias do testando, ‘este deve se sentir na sua melhor forma para poder agir exatamente de aco com sus habldde, nes © pero, eno ifuencado or fatores estranhos oriundos do meio ambiente. Assim, necessita-se {uc © meio ambiente evte produ ditratoresfxiclbgics pico cos para o testando. Desta forma, é preciso tomar cuidados com * posto de trabalho: cadeira, mesa, espago fisico;, - condigdes atmostéricas:ihuminago, temperatura, ventilagio, iene} cies de siléncio: isolamento actistico, auséncia de in- cerrupsbes; apresentagio do aplicador: roupas limpas ¢ adequadas, voca- bulério apropriado, uso de perfumes; cevitar interrupgGes durante a testagem. This requisitos podem influenciar onde e quando uma testagem int ocorter. Quanto as condigées psicoigicas, 6 preciso que: testando esteja em condigdes normais de satide fsica e psi- a tarefa a executar: des do teste devam ou no deve responder a todas as questies referentes & compreensio da tarefa, sem dar dicas de solugio para as questées do teste. Esta tarefa eviden- temente € mais delicada na testagem de criangas pessoas com outras dificuldades (deficientes, surdos-mudos, etc.) plicagées ulterior e, segundo, mudar as instrugdes do manual implica ou pode implicar mudar o proprio teste (isto & invalida o teste). De sorte que, no ideal, as instrugdes devem ser dadas uma tnica vee e iguais para todos. Tudo {sso exige que o aplicador seja profundamente familiariza- do com o teste; ‘Tests rcoLcaioos CoNeETOs FUSTORA, TOS E vas * o nivel de ansiedade do testando seja reduzido: isto impli- cao estabelecimento do rapport. Este & mats importante na testagem individual. Em que ele consiste? Existe 0 rapport quando o testando vé no aplicador um amigo e nio um estra- tho, e menos ainda um carrasco. Significa, no fundo, que o testando se sinta bem a vontade ao fazer 0 teste, isto é, que 0 examinador seja motivador e encorajador, no se irtite, nao arite ou faca cara fea, etc. Agora, como proceder em situagdes adversas? Simagies adversas de testagem sio, por exemplo, a aplicagio de testes para fins periciais ea © sujeito se encontra necessaria- ité fisicas, nfo satisfatérias, situagio de alta competicio. Onde ficou, entio, o estado ideal dda pessoa para poder tomar o teste de uma maneira adequada? No caso da testagem de selecdo, especialmente em concursos piblicos, parece até haver uma contradigio entre a situaco ideal de aplicagio dos testes e a exigencia constitucional da isonomia, segundo a qual todo o mundo deve ser tra- tado identicamente. Quando vocé tem milhares de candidatos concor- tendo para um cargo, uma testagem individual normalmente € proibitivamente dificil de ser reali fazese testagem em grupo. Neste caso, todo o mundo deve ser tratado do mesmo modo, 0 que implica horério, mesmas condigdes, mesmo tudo. Mas se um sujeito esté ou de alguma forma impossibilitado de tomar ade- quadament pode estar infringindo o igdes adversas, pode produzir resultados invalids... Na prética, o que tem prevaleci- do em tais situagées 880 os prinefpios da isonomia. No presente, tais situagGes de testagem a dor de cabega e angtstia para o psicd- de sua profs. 5.2. Vieses do examinador Na situagao de testagem, em especial a testagem individual, o aplicador do teste € um element “Teeatcas ne Exawe Paico.corco ~TEP set € de atuar do aplicador podem afetar bastante os resultados do teste. As pesquisas que existem sobre este assunto geralmente nao permitem conclisdes decisivas sobre a grandeza de influéncia que estas variéveis do examinador t&m sobre os resultados dos testes. De qualquer forma, seriam importantes as seguintes situagées? * Oexaminador deve ser familiar ao testando? Encorajar freqientemente o testando ajuda ou atrapalha? O sexo do examinador relevant A idade do examinador é relevant estado emocional do examinador ¢ relevante? As atitudes e opinides pessoais do examinador sio rele vantes? Enfim, sfo muitas perguntas para se poder dar uma resposta sensata. As pesquisas, como disse, nem sempre dao respostas und- rnimes sobre tais questées, mas simplesmente ignorar essas ques- tes seria supor que elas nao tém relevancia nas relagdes sociais, uagdo de testagem € uma relagio social. Pelo menos, 0 re da posstvel influéncia de tais la , dizem as mas Ifnguas, fortes que leva alguém se tornar psicé- jorque ele ou ela quer resolver seus préprios problemas P (cos pessoais, ¢ assim, a0 exercer sta profissio, o psicélo~ g0 tras consigo todos estes problemas, deixando escapar dicas sutis, mas eficazes, que influenciam negativamente 0 comporta- mento dos outros, dos testandos no caso. Por exemplo, se 0 exa- ele sinalizar, de alguma forma, através do seu comportamento, tal sentimento? E se 0 fizer, o testando nao sera prejudicado em seu desempenho no teste? Se o testando sai de Id com a impressao tum ser humano como todos os outros, com seus problemas, mas é também um técnico ou perito que deve ter desenvolvido algu- abilidades proprias da profissio, das quais obviamente ele deve fazer uso em situagdes como a testagem psicolégica. A. pri- meira delas, quicé, seria a de um autoconhecimento mais elabo- ‘Tests couse CONCATOS, STOMA, THOSE 908 8 ido que the permita sim poder shecer melhor seus fortes e fracos, © as- lar com eles na sua profissdo. 5.3. O direito dos testandos Na sociedade democritica modema, este tema se tornou algo tincia fundamental, isto é, 08 direitos das pessoas, garanti- ddos até nas normas da Constituicio das paises e des NagSes Unidas. No Brasil, a atuagao do psieSlogo na testagem € considerada uma atividade pericial, isto 6, atividade de perito. Por lei, os peritos de- vem prestar servigos de qualidade a sociedade, e pode ser judicialmente procurada através das leis per nte por sua conduta nesta Grea dos testes. A lei 1g0 no mais como a bab da sociedade, mas como perito e, portanto, legalmente responsavel em sua atuacio de profissional. © prof, Norberto Abreu ¢ Silva Neto (Santos & Abreu ¢ Silva Neto, 2000) dé as seguintes informacées sobre esta questo: “O principio do consentimento livre e esclarecido Em 1947, apés0 Tribunal Internacional de Nuremberg te definido ‘os crimes contra a humanidade, um tribunal americano encarrega- dode julgaros atos de “barbiriecientiiea” cometidos pelos médlicos natistas acabou por estabelecer o Céstigo de Nuremberg, tendoem vista gatantir que fossem respeitados 0s direitos das pessoas humans {que viessem a partcipar de experimentos médicos ou cientificos. O principio essencial estabeleeido por esse Cédixo¢ de que toda expe- ‘imentago com seres humanosrequer o prévioconsentimentt cesclarecido do sueito participante. Assim, com base nesse pine pio sdo feitas recomendagSes prsticas que o complementam € que servem como normas éticas para a realizagio de experimentos cien- ‘cos, Noanoseguinte, surge um documento fundamental so movimento co, Por consterar que as democracias anteriores Segunda Grande (Guerrahaviam sido complacentes com as ditaduras eque ests, por seu lado, acabavam por colocar em perigo a paz internacional. 2 “Tienes Exaue Proctocaco = TEP ‘Testes rsoLdccos: GoNCHTOS, HESNGRA, THOS EOS ada a promover sua protegao .dotada pela Assembléia Ge- ral das NagGes Unidas em 10 de dezembro de 1948. (Outro documento impor ce perfodoinicial do movimento langadoem 1955, em resposta ‘etambém em fungodas novas Esse Manifesto nos € spresenta- ‘0 primeiro reconhecimento slene pelos cientstas de vana responsabilidad coetva pelo impacto social da cigncia. Ao Manifesto segue-se oestabelecimento da Conferéncia Pugwash para as Ciéncias e Questes Mundiais, frum da comuni- dade cientifica internacional para.a promogdoativa des valores uni- -versais de racionalidade e cbjetividade e que se propoe, diz Toulouse, estar ao lado acim das divisdespoliticase ideolégicas (p. 34). “Tadavia, apesar desseesforgo ético, sabemos por experiéneia prSpria que as ditaduras e as guerras no deixaram de existir nos dltimos {quarenta anos. De mado semelhante, o Cédigo de Nuremberg mos- trou-se logo insuficiente para garantir o bem-estar dos sujeitos de ppesquisas contra os cientistas desejosos de uma ciéncia sem frontei- s. Assim, surge, em 1964, a Declaragio de Helsingue, adoteda pela 18" Assembléia Médica Mundial e depois emendada ras Assembléias de 1975 (Téquio) ede 1983 (Vencza),¢ que con- tém recomendagées destinadas a guiar os médicos nas pesquisas biomédicas. © bem-estar dos sujeitos da pesquisa como prioridade © os Comités de Etica a 0 bemestar do sujeito como isa médica os interesses da cl- bc eaqueles da jamais prevalecer sobre 0 bem-estar dos suie 1987: 8). Mas a maior tnovagio erazida por essa declaragto, nos informa Ambrose proposta do estabclecimento dos Comités de Etica, uma te va da comunidade cientifica no sentido de lutar contra certos experimentos escandalosos em execuedo, notadamente nos Estados ‘Unidos (p.6). Assim, a partic dessa data, todos os projetos de pes- quisa na érea biomédica envolvendo seres humanos deverio ser or Comités de Btica e de acordo com as normas «so dos resultados de pesquis dleverdo se “revisados” eticamente. De acordo com Ambroselli (1987), a Declaragao de Hel cexerceu uma dupla influence nidos,encarnegaos de fazer cumprir essa motores de pesquisa ow pelas revistascientfcas influéncia deu-se de modo indireto. Por pressso de financiadores de pesquisa norte-americanos, outros paises comegaram a de volver comités de éd No final dos anos sess reocupacées e contestagbe nocivos do “progresso cient planeta: 0s efeitos de radiagdes, as diversas formas de polui industrial, a perspectiva de esgotamento dos recursos natu: a explosio demogrifica ete, Outta fonte de inquietagdes provi nha, nessa época, da emergéncia de avangos cécnicos em bbiomedicina que davam origem a fendmenos espantasos: trans- lecretaram a “morat6ria de Asilomar” refe- sneticamente modificados. De acordo com de Asilomar” Com base nestes prin is de ética em Psicologia, inclusive no Brasil, vém elaborando normas que devem ser seguicas na aplicagio de testes. De um modo geral, estas normas podem sez resumidas segundo as Normas para a Testagem Educacional e Psicolé- gica da American Psychological Association (APA, 1985, apud Cronbach, 1996, p. 97) nos seguintes pontos:

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