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Vol.

8 – De Morto a Pior
(Vampiros Sulinos)
Charlaine Harris
Se isto fosse “O Senhor dos Anéis” e eu tivesse uma elegante voz britânica como Cate
Blanchett, poderia contar o transfundo do ocorrido este outono de uma forma realmente
cheia de suspense. E te esforçarias por ouvir o resto.

Mas o que aconteceu em meu pequeno canto do Noroeste da Louisiana não foi uma história
épica. A guerra vampiro foi mais da natureza de uma toma de poder de um país pequeno, e a
guerra Lobato foi com uma fronteira. Ainda no anéis da América sobrenatural – especulo
que existem em alguma parte – estes são capítulos menores... A menos que estes ativamente
envolvidos nestas tomadas e estas encruzilhadas.

Logo viraram condenadamente grandes.

E todo o que aconteceu foi devido ao Katrina, o desastre que justamente continuou
propagando pena, aflição e mudança permanente.

Antes do furacão Katrina, Louisiana tinha florescente comunidade vampiro. De fato, a


povoação vampiro de Nova Orleans tinha florescido, fazendo o lugar para ir se queria ver
vampiros; E montões de americanos o fizeram. Os clubes não-mortos de jazz, apresentando
músicos que ninguém tinha visto tocar em publico a décadas, eram atrações especiais. Vamp
Strip Club, psíquicos vamp, atos vamp de sexo; Lugares secretos e não tão secretos onde
poderia te deixar enganar e ter um orgasmo no ato: Tudo isto estava disponível na Sulina
Louisiana.

No norte do estado... Não tanto. Vivo no norte em um pequeno povoado chamado Bon
Temps. Ainda em minha região, onde vamps são relativamente escassos na terra, os não-
mortos faziam avanços econômicos e sociais.

A tudo isto, os negócios vampiro no Estado do Pelicano cresciam como espuma. Mas logo
veio a morte do rei de Arkansas enquanto sua esposa, a rainha da Louisiana, a entretinha ao
pouco tempo de seu casamento. Desde que o cadáver desapareceu e todas as testemunhas –
exceto eu – eram supernaturais, a lei humana não tomou aviso. Mas os outros vampiros
fizeram, e a rainha, Sophie Anne Leclerq, caiu em uma posição legal muito delicada. Logo
veio Katrina, que arrasou a base financeira do Império de Sophie Anne. Ainda que a rainha
tentava voltar desses desastres, outro pisou duro os calcanhares. Sophie Anne e uma parte de
seus aderentes mais fortes – e eu, Sookie Stackhouse, telepata e humana – ficaram presos na
terrível explosão em Rhodes, a destruição do hotel vampiro chamado a Pirâmide de Gizeh.
Uma facção da Irmandade do Sol reclamou a responsabilidade, e enquanto os lideres dessa
“Igreja” anti-vampiro condenaram abertamente o crime de ódio, todo o mundo soube que a
Irmandade apenas sofria angustia pelos (finalmente, claro que sim) vampiros mortos e os
humanos que os serviam, muito menos por aqueles que resultaram terrivelmente feridos na
explosão.
Sophie Anne perdeu suas pernas e seu querido companheiro, e a vários outros membros de
seu cortejo. Sua vida foi salva por seu meio demônio advogado, Sr. Cataliades. Mas seu
tempo de recuperação seria comprido, e ela estava em uma posição de vulnerabilidade
terrível.

Que parte joguei em tudo isso?

Tinha ajudado salvando vidas depois que a pirâmide caiu, e estava aterrorizada de estar
agora no radar de pessoas que poderiam querer que eu viva minha vida a seu serviço, usando
minha telepatia para seus propósitos. Algum que outro desses propósitos eram bons, e não
colocava atenção a prestar uma mão nos serviços de resgate de vez em quando, mas queria
conservar minha vida para mim mesma. Estava viva, meu namorado estava vivo, e os
vampiros mais importantes para mim tinham sobrevivido, também. Tal como os problemas
que Sophie Anne tinha enfrentado, as conseqüências políticas do ataque, e o fato que s
grupos sobrenaturais rodeavam o estado debilitado da Louisiana como hienas ao redor de
uma gazela moribunda. Não pensei acerca disso em absoluto.
tinha outras coisas na minha mente, coisas pessoais. Não estou acostumada a pensar muito
mais além das pontas de meus dedos. Essa é minha única desculpa. Não só foi que não
pensasse acerca da situação do vampiro, tinha outra situação sobrenatural que não supus que
poderia ser tão crucial para meu futuro.

Perto de Bon Temps, em Shreveport, tem uma manada de Lobisomens cujas hierarquias são
ocupadas por homens e mulheres da Base da Força Aérea Barksdale. Durante o ultimo ano,
esta manada tinha virado agudamente dividida em duas facções. Tinha aprendido na Historia
Americana o que Abraham Lincoln tinha para dizer cerca de casas divididas, e ele estava
citando a Bíblia.

Dar com certeza que estas duas situações não se resolveriam, para não antecipar que sua
resolução me envolveria, certo... Isso estava onde eu era quase fatalmente cega. Sou telepata,
não psíquica, e as mentes dos vampiros são grandes vazios para mim. Lobisomens e metas
são difíceis de ler, sem embargo não impossíveis. Essa é minha única desculpa para estar
alheia ao problema ardente todo ao meu redor.

Acerca do quê estava tão ocupada pensando? Os casamentos, e meu namorado perdido.
Arrumava impecavelmente as garrafas de licor na mesa dobrável detrás do bar transportável
quando Helleigh Robinson apareceu, a cara normalmente doce, ruborizada e cheia de
lágrimas. Desde que se supunha que se casava dentro de uma hora e ainda vestia jeans e uma
camiseta, teve minha imediata atenção.

“Sookie” disse, rodeando o balcão para agarrar meu braço. “Tem que me ajudar”

Já a tinha ajudado colocando minhas roupas de bartending no lugar do bonito vestido que
tinha planejado trazer posto “Certo” disse, imaginando que Halleigh queria que lhe faça uma
bebida especial – mas se tivesse escutado seus pensamentos já teria sabido o que era. Sem
embargo, estava ratando de ter meu melhor comportamento, e estava escutando a louca. Ser
telepata não é um piquenique, especialmente em um acontecimento de muita tensão como
um duplo casamento. Tinha esperado ser uma convidada no lugar de bartending. Mas o
bartending do abastecedor tinha estado em uma batida em seu caminho desde Shreveport, e
Sam, quem não tinha sido contratado quando E(E)E tinha insistido em usar sua cantina, foi
abruptamente contratada outra vez.

Estava um pouco chateada por estar na parte trabalhadora do balcão, mas há que tratar bem a
noiva em seu dia especial “O que posso fazer por ti?” Perguntei

“Necessito que sejas minha madrinha de casamento” disse

“Ah... O quê?”

“Tiffany desmaiou depois que o Sr. Cumberland tirou a primeira rodada de fotografias. Está
no caminho do hospital”

Foi uma hora antes do casamento, o fotógrafo tinha estado tratando de tirar em média um
número de tomadas do grupo. As madrinhas e os padrinhos já estavam vestidos. Halleigh
deveria ter se vestido em seu vestido de casamento, desde que ela era uma das noivas, mas
no lugar disso aqui estava em jeans e camiseta, nenhuma maquiagem e uma cara inchada de
lágrimas.

Quem podia resistir a isso?

“Você é do número certo” disse “E Tiffany está provavelmente justo a ponto de ser operada
de apendicite. Então, pode provar o vestido?”

Dei uma olhada a Sam, meu chefe.

Sam sorriu para mim e inclinou a cabeça “Vai, Sook. Oficialmente não abrimos o negócio
até depois do casamento”.
Assim é que segui a Halleigh dentro da mansão Bellefleur, Belle Rive, recentemente
restaurado a algo assim como sua glória. O chão de madeira brilhava, a harpa pelas escadas
ressaltado com brilho falso, a prataria no aparador grande na sala de jantar brilhava com
lustre.tinha garçons em jaquetas brancas zumbindo em todas as partes, o logotipo E(E)E em
suas túnicas feitas em uma elaborada letra em preto. Extreme (ly Elegant) Events tinha se
convertido no abastecedor de primeira classe nos Estados Unidos. Senti uma apunhalada em
meu coração quando notei o logotipo, porque meu cara perdido trabalhava no ramo
sobrenatural do E(E)E. não tive tempo para sentir dor, porque Halleigh me arrastava subindo
as escadas em um passo impecável.

Estava cheio no primeiro quarto acima, mulheres jovens em vestidos de cor ouro, todas se
queixando continuamente ao redor da pronta – a ser – cunhada de Halleigh, Portia Bellefleur.
Halleigh seguiu mais além dessa porta para entrar no segundo quarto a esquerda. Estava
igualmente cheio de mulheres mais jovens, mas estas estavam em chifom azul meia noite. O
quarto estava um caos, com as roupas de civil das madrinhas de casamento amontoadas aqui
e ali. Tinha uma estação de maquiagem e cabelo pela parede do oeste, vindas por uma
mulher estóica num avental de trabalho rosa, baby liss nas mãos.

Halleigh lançou apresentações através do ar com bolinhas de papel. “Garotas, está é Sookie
Stackhouse. Sookie, está é minha irmã Fay, minha prima Kelly, minha melhor amiga Sara,
minha outra melhor amiga Dana. E aqui está o vestido. É um 38”.

Não tinha conseguido sobrepor-me ao assombro de que Halleigh tinha tido a presença de
animo para despojar o vestido de madrinha de casamento da doente Tiffany antes de sua
partida ao hospital. As noivas são sem coração. Em questão de minutos, fui despida até o
essencial. Me alegrei de ter trazido posta roupa intima bonita, desde que não tinha tido tempo
para o incomodo. Que horrível teria sido estar em uma calcinha da vó com buracos! O
vestido era forrado, assim que não precisei uma combinação, outro golpe de sorte. Tinha um
par de reposto de meias até a coxa, que coloquei, e logo o vestido passou sobre minha
cabeça. Algumas vezes visto um 40 – de fato, a maioria das vezes – assim que segurava
minha respiração enquanto Fay fechou o zíper.

Se não respirasse muito, estaria bem.

“Fantástico!” Uma das outras mulheres (Dana?) disse com extrema felicidade “Agora os
sapatos”

“Oh, meu Deus” disse, quando os vi. Eram saltos muito altos, pintados para corresponder
com o vestido azul meia noite, e deslizei meus pés neles, antecipando a dor. Kelly (talvez)
afivelou a alça, e fiquei de pé. Todas nós seguramos a respiração enquanto deu um passo,
depois outro. Estavam talvez meio numero mais pequeno. Era uma metade importante,

“Posso passar através do casamento” disse, e todas elas bateram palmas.

“Por aqui então” disse Avental para cobrir o traje durante o trabalho rosa, e me sentei em sua
cadeira e colocou mais maquiagem sobre mim e meu penteado foi refeito, enquanto a mãe de
Halleigh e as verdadeiras madrinhas de casamento ajudaram Halleigh com seu vestido.
Avental rosa tinha um monte de cabelo com o que trabalhar. Só tive ligeiros cortes nos
passados três anos, e está debaixo de minhas omoplatas agora. Minha companheira de quarto
Amélia tinha feito alguns toques de iluminação, e isso tinha resultado realmente bem. Era
mais loira do que nunca.

Me examinei no espelho de corpo inteiro e parecia impossível que pude ter ficado tão
transformada em vinte minutos. De garçonete trabalhadora em camiseta branca pólo e calça
preta à madrinha de casamento em um vestido azul meia noite – e três polegadas mais alta.

Ei me vejo grandiosa. O vestido era de uma cor super para mim, a saia de delicada linha A,
as mangas curtas não eram demasiadas apertadas, e não tinha um decote suficientemente
baixo como para me ver vulgar. Com meus seios, o fator mulherão rodeia contra mim se não
tenho cuidado.

Fui tirada bruscamente da vaidade pela prática Dana, que disse “Escuta, aqui estão as
instruções” desse momento em adiante, escutei e assenti com a cabeça. Examinei um
pequeno diagrama. Assenti com a cabeça um pouco mais. Dana era uma garota organizada.
Se alguma vez invadia um país pequeno, esta era a mulher que quereria ao meu lado

Para quando abrimos passo cuidadosamente escada abaixo (as saias e os saltos altos, não são
uma boa combinação) estava cheia de instruções prévias e pronta para minha primeira
viagem pelo corredor como madrinha de casamento.

A maioria das garotas já fizeram isso um par de vezes antes de alcançar os vinte e seis, mas a
única amiga o suficiente perto como para me pedir, Tara Thornton, se casou com o noivo
enquanto eu estava viajando.

O outro cortejo nupcial estava reunido no primeiro andar quando descemos. O grupo de
Portia precederia ao de Halleigh. Os noivos e seus padrinhos de casamento já estavam afora
se tudo ia sobre rodas, porque agora faltavam cinco minutos até a decolagem.

Portia Bellefleur e suas madrinhas de casamento passavam sete anos mais velhas que as de
Halleigh. Portia era a irmã mais velhas de Andy Bellefleur, detetive de policia de Bon Temps
e noivo de Halleigh. O vestido de Portia era um pouco exagerado, estava coberto de perolas e
corpete e lantejoulas que pensei que poderia segurar a si próprio – mas então, era o grande
dia de Portia e ela podia trazer posto que maldito ela quisesse.

Os buquês das madrinhas eram coincidentes – branco e azul profundo e amarelo.


Combinando com o azul profundo da seção das madrinhas de Halleigh, o resultado era muito
bonito.

A organizadora de casamentos, uma magra mulher nervosa com uma nuvem grande de
cabelo crespo escuro, contou cabeças quase audivelmente. Quando esteve satisfeita de que
todo o mundo que ela necessitava estava presente e contado, abriu as contra-portas para o
enorme pátio de ladrilho. Podíamos ver a multidão, de costas para nós, sentados na grama em
duas seções de cadeiras dobráveis brancas, com um tapete vermelho correndo entre os dois
lados. Estavam de cara para a plataforma onde o sacerdote estava parado em um altar
decorado com tela e candelabros cintilantes. A direita do sacerdote, o noivo de Portia, Glen
Vick estava a sua espera, de cara a casa. E, por conseguinte, a nós. Parecia muito, muito
nervoso, mas estava sorridente. Seus padrinhos já estavam em posição.

As douradas madrinhas de Portia saíram ao pátio, e uma por uma começaram sua marcha
pelo corredor através da horta arrumada. O perfume de flores núpcias fazia a noite doce. E as
rosas de Belle Rive floresciam, inclusive em outubro.

Finalmente, em uma formidável ondeada de musica, Portia cruzou para o final do tapete, o
coordenador de casamento (com algum esforço) levantando a cauda do vestido de Portia para
que não se enganchasse nos ladrilhos.

A uma inclinação de cabeça do sacerdote, todo o mundo ficou de pé e olhou para a parte
posterior assim poderiam ver a marcha triunfal de Portia. Ela esperou isto por anos.

Depois da chegada segura de Portia no altar, era a vez de nossa festa. Halleigh nos deu a
cada uma um beijo de ar na bochecha enquanto a passávamos em nosso caminho ao pátio.
Até me incluiu, o qual foi doce de sua parte. O coordenador do casamento nos mandou
marchar uma por uma, até ficarmos de pé em frente a nosso padrinho designado. O meu era
um primo Bellefleur de Monroe, quem estava muito alarmado por me ver vindo no lugar de
Tiffany. Caminhei em passo lento que Dana tinha enfatizado, e segurava meu buquê com
minhas mãos colocadas no ângulo desejado. Tinha estado observando as três madrinhas
como um falcão. Queria fazê-lo bem.

Todas as caras giraram para mim, e fiquei tão nervosa que esqueci de bloquear. Os
pensamentos da gente balançaram sobre mim em um monte de comunicação não desejado. É
tão linda... O que aconteceu com Tiffany?... Wow, que gata... Andem rápido, preciso de um
trago... Que inferno estou fazendo aqui, ela me arrasta a cada briga de cães no condado...
Amo bolo de casamento.

Um fotografo deu um passo a frente de mim e tirou uma foto. Era alguém que conhecia, uma
lida lobato chamada Maria Estrela Cooper. Ela era assistente de Al Cumberland, um
fotógrafo bem conhecido em Shreveport. Sorri para Maria Estrela e tirou outra foto.
Continuei pelo tapete, mantive meu sorriso e apartei com toda força o barulho de minha
cabeça.

Depois de um momento notei espaços vazios entre a gente, que sinalizava presença de
vampiros. Glen tinha pedido especificamente um casamento de noite assim poderia convidar
alguns de seus clientes vampiros mais importantes. Tinha estado segura que Portia
verdadeiramente o amava quando cedeu a isso, porque Portia não gostava dos chupa-sangues
em absoluto. De fato, lhe davam medo.

Me agradavam os vampiros em geral, porque seus cérebros estão fechados para mim. Estar
em sua companhia era um raro descanso. Certo, uma tensão em outras formas, mas ao menos
meu cérebro podia se relaxar.
Finalmente, cheguei a meu lugar designado. Tinha observado Portia e os assistentes de Glen
ficarem em um V invertido, com um espaço na frente para dupla nupcial. Nosso grupo fazia
o próprio. O tinha feito, respirei com alivio. Desde que não substituísse a dama de honra,
meu trabalho estava terminado. Tudo o que tinha que fazer era permanecer imóvel e me ver
atenta, e pensei que podia fazer isso.

A música aumentou em um segundo crescendo, e o sacerdote deu seu sinal outra vez. As
pessoas se levantaram e começaram a olhar para a segunda noiva. Halleigh começou a
chegar mais perto pouco a pouco de nós. Se via absolutamente radiante. Halleigh tinha
escolhido um vestido mais simples que Portia, e se via muito jovem e muito doce. Era pelo
menos cinco anos mais jovem que Andy, talvez mais. O pai de Halleigh, tão bronzeado e
adequado como sua esposa, deu um passo para pegar o braço de Halleigh quando ela girou;
desde que Portia tinha descido pelo corredor sozinha (seu pai morreu a muito tempo), tinham
decidido que Halleigh fizesse também.

Depois de ter tido um sorriso de Halleigh, olhei a gente que tinha virado para seguir o
progresso da noiva.

Tinha tantas caras familiares: Professores da escola primária onde Halleigh ensinava,
membros do departamento de policia onde Andy trabalhava, os amigos da velha Sr. Caroline
Bellefleur que ainda estava viva e tremendo, advogadas associadas de Portia e outras pessoas
que trabalhavam no sistema de justiça, e clientes de Glen Vick e outros contadores. Quase
cada cadeira estava ocupada.

Tinha algumas caras negras no meio da gente, e algumas caras cafés, mas a maior parte dos
convidados do casamento eram caucasianos de classe média. As caras mais pálidas no
populacho eram os vampiros, com certeza. Um deles que conhecia muito bem. Bill
Compton, meu vizinho e anterior amante, estava sentado perto da metade, vestindo um
smoking e se vendo muito elegante. Bill conseguia parecer em casa no que fosse que
escolhia vestir. Ao lado dele sentando sua namorada humana, Selah Pumphrey, uma agente
de bens de Clarice. Ela vestia um raje de noite Borgonha que destacava seu cabelo escuro.
Tinha talvez uns cinco vamps que não reconheci. Assumi que eram clientes de Glen.

O fotógrafo era um lobisomem com sua assistente. Para todos os convidados pareceu como
um varão Afro-americano cheinho, mas bem pequeno, vestindo um traje agradável e levando
uma câmera grande. Mas Al se transformava em um lobo com a lua cheia igual que Maria
Estrela. Haviam alguns outros seres no meio da gente, pelo menos um que conheci –
Amanda, uma mulher ruiva em seus trinta anos, que era dona de um bar em Shreveport
chamado O Pelo do Cão. Talvez a empresa de Glen levava os livros do bar.

E tinha um homem-pantera, Calvin Norris. Calvin tinha trazido uma companhia, tive gosto
em ver, ainda que estive menos que emocionada depois que a identificasse como Tanya
Grissom. Caralho. O que estava fazendo de volta no povoado? E porque Calvin estava na
lista de convidados? Gostava dele, mas não consegui resolver a conexão.
Enquanto estive escaneando a gente por caras familiares, Halleigh tinha tomado posição ao
lado de Andy. E todas as madrinhas e padrinhos tiveram que olhar para frente para escutar a
cerimônia.

Desde que não tinha uma inversão emocional grande neste procedimento, me encontrei
mentalmente vagando enquanto o Padre Kempton Litrell, o sacerdote Episcopal que
ordinariamente vinha da igreja pequena de Bon Temps uma vez a cada quinze dias, dirigira a
cerimônia. As luzes que tinham sido adicionadas para iluminar o jardim cintilaram nos
óculos do Padre Litrell e restaram cor a seu rosto.

Quase pareceu com um vampiro.

As coisas procederam bastante perto do plano padrão. Cara, que sortuda que estivesse
acostumada a ficar de pé no bar, porque foi uma boa parte de pé, e em salto alto, também.
Rara vez levo posto saltos, muito menos uns com três polegadas. Me sentia estranha ficar tão
alta. Tentei não mudar de posição, contive minha alma com paciência.

Agora Glen colocava o anel no dedo de Portia, e Portia se via quase bonita enquanto olhava
para baixo a suas mãos. Nunca seria de minha pessoas favoritas – nem eu dela – mas desejei
o melhor. Glen era ossudo e tinha muito cabelo de tom escuro e óculos grandes. Se chamasse
a Seleção de Pessoal e pedia um “tipo de contador” enviariam a Glen. Mas podia dizer
diretamente de seu cérebro que ele amava Portia e ela amava ele.

Deixei a mim mesma alternar um pouco, colocar meu peso um pouco mais em minha perna
direita.

Logo o Padre Litrell começou uma vez mais com Helleigh e Andy. Conservei o sorriso
empastado em minha cara (nenhum problema aí, fazia todo o tempo no bar) e observei
Halleigh se converter em Sr. Andrew Portman Bellefleur. Tive sorte. Os casamentos
episcopalianas podem demorar muito, mas os dois casais não optaram por terem comunhão.

Por fim a música se inchou nas tensões triunfantes e os recém casados regressaram para a
casa. O cortejo nupcial foi detrás deles em ordem inversa. Em meu caminho pelo corredor,
me senti genuinamente feliz e um pouquinho orgulhosa. Tinha ajudado Halleigh em um
momento de precisão... E muito cedo ia conseguir tirar estes sapatos.

Desde sua cadeira, Bill pegou meu olhar e silenciosamente colocou sua mão sobre seu
coração. Foi um gesto romântico e completamente inesperado, e por um momento amoleci
para ele. Quase sorri, ainda que Selah estava bem ali a seu lado. Mas bem a tempo lembrei e
mim mesma que Bill era um bastardo nada bom, e varri em minha forma dolorosa. Sam
estava de pé um par de metros depois da ultima fila de cadeiras, trazia posta uma camisa
branca igual a tinha vestido e calças pretas. Relaxado e a vontade, esse era Sam. Ainda seu
emaranhado de cabelo cor loiro avermelhado em certa forma estava bom.

Lhe transmiti um sorriso genuíno e ele sorriu abertamente de volta. Me deu uns polegares
para cima de aprovação e ainda que os cérebros dos metamorfos são difíceis de ler, poderia
dizer que aprovava a forma que parecia e a forma em que tinha conduzido. Seus brilhantes
olhos azuis nunca me deixaram. Ele tem sido meu chefe por cinco anos, e temos levado bem
na maioria dos casos. Tinha se incomodado um pouco quando comecei a sair com vampiros,
mas já tinha superado.

Necessitava voltar ao trabalho, e pronto. Alcancei a Dana “Quando podemos nos trocar”
Perguntei

“Oh, temos que tirar fotos ainda” Dana disse alegremente. Seu marido tinha chegado para
abraçar-la. Ele segurava seu bebê, uma coisa pequena tão vestida que não tinha certeza de
seu sexo.

“Com certeza não serei precisa para isso” disse “Todos vocês tiraram um monte de fotos
mais cedo, certo? Antes da como-se-chame-a-doente”

“Tiffany. Sim, mas terá mais”

Seriamente duvidei que a família me quisesse nelas, ainda que minha ausência
enlouquecesse os números se quisessem tirar retratos grupais. Encontrei a Al Cumberland.

“Sim” disse, fotografando as noivas e noivos enquanto eles olhavam uns para os outros.
“Necessito tirar algumas. Você tem que permanecer com o vestido”

“Merda” disse, porque meus pés doíam.

“Escuta, Sookie, o melhor que posso fazer é fotografar a seu grupo primeiro. Andy,
Halleigh! Quer dizer... Senhora Bellefleur! Sim todos vocês venham aqui, faremos seus
retratos”

Portia Bellefleur Vick apareceu um pouco surpresa que seu grupo não tinha sido o primeiro,
mas tinham muitas pessoas para cumprimentar como para realmente estar irritada. Enquanto
Maria Estrela pegou comovedora cena, um parente distante levou sobre a cadeira de rodas a
velha Sr. Caroline até Portia, e Portia se dobrou para beijar a sua avó. Portia e Andy tinham
vivido com a Sr. Caroline por anos, depois que seus pais falecerem. A escassa saúde da Sr,
Caroline tinha retrasado os casamentos pelo menos duas vezes. O plano original tinha sido
para a ultima primavera, e tinha sido um trabalho urgente porque a Sr. Caroline falhava,
tinha tido um ataque no coração e logo tinha se recuperado. Depois disso, tinha fraturado seu
quadril. Tinha que dizer, para alguém que, sobreviveu dois desastres maiores de saúde, a Sr.
Caroline parecia... Pois bem, para dizer a verdade, ela se via como uma senhora muito velha
que tinha tido um ataque de coração e um quadril quebrado. Ela estava bem vestida em um
traje bege de seda. Inclusive levava posto alguma maquiagem, e seu cabelo branco como a
neve estava penteado a Lauren Bacall. Tinha sido linda quando jovem, uma aristocrata sua
vida inteira e uma cozinheira maravilhosa até o passado recente.

Caroline Bellefleur estava em seu sétimo céu esta noite, ela tinha casado a ambos netos,
obtinha bastante triunfo e Belle Rive se via espetacular, graças ao vampiro que cravava os
olhos nela com um rosto absolutamente ilegível.
Bill Compton tinha descoberto que ele era antepassado dos Bellefleur e anonimamente tinha
dado a Sr. Caroline um bom dinheiro. Tinha desfrutado tanto de gastar-lo, e não tinha tido
idéia que provinha de um vampiro. Tinha pensado que era um legado de um parente distante.
Pensei que isso era um pouco irônico que os Bellefleur cuspiriam em Bill antes de agradecer.
Mas ele era parte da família e me alegrei que houvesse encontrado a maneira de assistir-los

Respirei profundamente, descartei o olhar escuro de Bill de minha consciência e sorri a


câmera. Ocupei meu lugar designado nas fotos para fechar o cortejo nupcial, invadi a foto
com o noivo, e finalmente subi as escadas para colocar minha roupa de bartending.

Não havia ninguém aqui em cima, e foi um alivio estar no quarto sozinha.

Oscilei fora do vestido, o pendurei, e me sentei sobre uma banqueta para desafivelar a alça
do sapato. Houve um pequeno som na porta, e olhei para cima, surpresa. Bill estava de pé
bem no quarto, suas mãos em seus bolsos, sua pele resplandecendo delicadamente. Sua
pressas estavam para fora.

“Estou me roçando aqui” disse asperamente. Nenhum ponto em fazer um grande espetáculo
de incomodo. Ele tinha visto cada pedaço de mim.

“Você não contou a eles” disse

“Ein?” Logo meu cérebro o pesco. Bill quis dizer eu não tinha contado aos Bellefleur que ele
era seu antepassado. “Não, claro que não” disse “Você me pediu que não contasse”

“Pensei, que estando magoada, poderia ter dado a informação”

Lhe dei um olhar incrédulo “Não, algum de nós realmente tem honra” disse. Apartou o olhar
por um minuto. “A propósito, seu rosto se curou realmente bem”.

Durante o ataque da Irmandade do Sol em Rhodes a cara de Bill tinha estado exposta ao sol
com resultados que realmente reviram o estomago.

“Dormi por seis dias” disse “Quando finalmente acordei, estava em na maior parte curado. E
a respeito de sua opinião a respeito de minha falta de honra, não tenho nenhuma defesa...
Exceto que quando Sophie Anne me disse que te perseguisse... Estava relutante, Sookie. No
começo, não quis inclusive fingir ter uma relação permanente com uma mulher humana.
Pensei que me desagradava. Só entrei no bar para te identificar quando não podia adiar mais.
E nesse tarde não resultou como tinha planejado. Fui lá fora com os drenadores, e as coisas
aconteceram. Quando você foi em meu auxilio, decidi que era o destino. No final, fiz o que
tinha recebido instruções de fazer por minha rainha. Assim fazendo, cai em uma armadilha
que não podia escapar. Ainda não posso”.

A armadilha do Amoooooor, pensei sarcasticamente. Mas ele estava demasiado sério,


demasiado calmo, para gozar de seu rosto. Simplesmente defendia meu coração sendo
maliciosa em minha cabeça.
“Você tem namorada” disse “Volta para Selah”. Olhei para baixo para me assegurar que
tinha desafivelado a pequena alça da segunda sandália. Tirei o sapato. Quando olhei para
cima outra vez, os olhos escuros de Bill estavam fixos em mim.

“Daria qualquer coisa para fazer amor com você outra vez” disse

Minha mãos se congelaram no ato de descer rodando pela coxa a meia de minha perna
esquerda.

Bem, isso me aturdiu bastante em vários níveis diferentes. Primeiro o bíblico „jazer com”.
Em segundo lugar, minha surpresa lembrava as virgens.

“Não quero embromar contigo esta noite, e Sam está me esperando lá em baixo para lhe
ajudar a atender o bar” disse bruscamente. “Você continua”. Me levantei, e lhe dei as costas
enquanto coloquei minha calças e minha camiseta. Logo foi a hora dos sapatos pretos de
correr. Depois de uma checagem rápida no espelho para me assegurar que ainda usava
batom, olhei para a porta.

Ele tinha ido.

Desci as longas escadas e sai pelas portas do pátio ao jardim, aliviada de estar pegando meu
lugar mais acostumado detrás de um bar. Meus pés ainda doíam. Tanto como o ponto
sensível em meu coração designado Bill Compton.

Sam me deu uma olhada sorridente enquanto corri com toda presa a meu lugar. A Senhora
Caroline tinha negado nossa petição de deixar uma jarra de gorjeta fora, mas os clientes
habituais do bar já tinham enchido com algumas notas um copo vazio de whisky com soda, e
tive a intenção de deixá-lo ai.

“Estava realmente bonita com o vestido” Sam disse enquanto misturava um rum com coca.
Dei uma cerveja através do bar e sorri ao homem mais velho que tinha vindo buscar-la. Ele
me deu uma gorjeta enorme, e peguei com uma olhada para ver se em minha pressa por
chegar escada abaixo tinha aberto algum botão. Mostrava um extra de decote. Fiquei
envergonhada momentaneamente, mas não era um botão de nível vulgar, simplesmente um
botão “Ei, tenho um bom par”. Assim deixei estar.

“Obrigada” disse, esperando que Sam não tivesse notado esta avaliação rápida. “Espero ter
feito tudo bem”

“Claro que você fez” Sam disse, como se a possibilidade de arruinar meu novo papel nunca
cruzou sua mente. Isto é porque ele é o chefe mais maravilhoso que alguma vez tive.

“Pois bem, boa noite” disse uma voz ligeiramente nasal, e alcancei a vista do vinho que
estava servindo para ver que Tanya Grisson ocupava o espaço e respirava o ar que pôde
melhor ser usado quase por qualquer outro. Sua escolta, Calvi Norris, não estava em
nenhuma parte à vista.
“Ei, Tanya” Sam disse “Como você está? Já se passou um tempo”

“Pois bem, tive que amarrar alguns fios soltos em Mississipi” Tanya disse “Mas estou de
volta aqui fazendo uma visita e me perguntei se necessitavas qualquer ajuda de meio tempo,
Sam”

Pressionei minha boca fechada, e conservei minhas mãos ocupadas. Tanya se moveu para
um lado mais perto de Sam quando uma senhora mais velha pediu água Tônica com limão. O
entreguei a senhora tão rapidamente que se viu assustada. Trabalhei sem ajuda de ninguém,
desde que Sam falava quedamente com Tanya. Podia ouvir de seu cérebro (ainda que os
metas são mais difíceis de ler que os humanos) que estava feliz. Os homens podem ser
idiotas, correto? Ainda que eu saiba algumas coisas acerca de Tanya que Sam não.

Selah Pumphrey era a seguinte e só pude assombrar-me de minha sorte. Sem embargo a
namorada de Bill só pediu um rum com coca.

“Certo” disse, fazendo uma tentativa por não soar aliviada, e comecei e montar a bebida.

“Eu escutei” disse Selah muito baixo

“Escutou a quem?” Perguntei, distraída por meu esforço de escutar o que Tanya e Sam
estavam falando – ou seja com meus ouvidos e meu cérebro.

“Escutei Bill quando falava com você mais cedo”. Quando não falei, ela continuou “Subi as
escadas atrás dele”

“Então ele sabia que você estava ali” lhe disse distraidamente, e dei sua bebida. Seus olhos
brilharam para mim por um segundo – alarmada, magoada? Logo se afastou com um passo
impetuoso. Se os desejos pudessem matar, jazeria sem vida na terra.

Tanya começou a ir dando meia volta como se seu corpo pensara em ir, mas sua cabeça
ainda falava com meu chefe. Finalmente, toda sua pessoa voltou ao seu par de encontro. A
segui com meu olhar, tendo pensamentos obscuros.

“Pois bem, essas são boas noticias” Sam disse com um sorriso “Tanya está disponível
durante algum tempo”

Refreei meu desejo de lhe dizer que Tanya tinha deixado realmente claro que ela estava
disponível “Oh, sim grandioso” disse. Tinha tantas pessoas que eu gostava. Porque estavam
duas das mulheres que na realidade não me importavam em este casamento nesta noite? Pois
bem, pelo menos meus pés praticamente sorriam com muito gosto por sair dos saltos muito
pequenos. Sorri e fiz bebidas e joguei garrafas vazias e fui ao camionete de Sam para
descarregar mais estoque. Abri cervejas e verti vinho e passei pano onde derramaram até que
me senti como uma máquina de movimento perpétuo.

Os clientes vampiros chegaram em grupo. Tirei uma garrafa de Royalty Blended, um


preparado Premium de sangue sintético e sangue autêntico de realeza européia. Tinha que ser
refrigerado, com certeza, e era um gosto muito especial para os clientes de Gen, um presente
que ele pessoalmente havia arrumado. (A única bebida de vampiros que excedia a Royalty
Blented no preço era o Royalty quase puro, o qual só continha uma sombra de conservantes,
mas era exorbitante cara) Sam colocou em fila os copos. Logo me disse que a vertesse. Fui
extra especialmente cuidadosa de não derramar nenhuma gota. Sam deu cada copa a seu
receptor. Os vampiros, incluindo Bill, todos deixaram gorjetas importantes, sorrisos grandes
em suas caras enquanto levantaram seus copos em um brinde pelos recém casados.

Depois de um gole do escuro fluido nos copos, suas presas saltaram para prover visível
reconhecimento. Uma certa quantidade dos convidados humanos se viram um pouco
inquietos por essa expressão de aprecio, mas Glen estava justo ali sorrindo e assentindo com
a cabeça. Ele sabia bastante acerca de vampiros como para não oferecer sacudir mãos.
Percebi que a nova Sr.Vick não se meteu com os convidados não-mortos, ainda que fez uma
passada através do grupo com um sorriso posto no rosto.

Quando um dos vampiros voltou por um copo do comum True Blood, lhe dei a bebida
quente “Obrigado” me disse, me dando gorjeta outra vez. Enquanto, manteve sua carteira
aberta. Vi uma licença de dirigir de Nevada. Estou familiarizada com uma variedade ampla
de licenças de garotos no bar. Ele tinha vindo de muito longe por este casamento. O olhei
realmente pela primeira vê. Quando soube que tinha pego minha atenção, juntou suas mãos e
fez uma reverencia ligeiramente. Desde que tinha estado lendo um mistério na Tailândia,
soube que este gesto era um wai. Era um cumprimento educado praticado por budistas – ou
talvez simplesmente de pessoas tailandesas em geral? De qualquer maneira, ele tinha a
intenção de ser educado. Depois de uma vacilação breve, soltei o que tinha na minha mão e
copiei seu movimento. O vampiro se viu alegre.

“Chamo a mim mesmo de Jonathan” disse “Os americanos não podem pronunciar meu nome
verdadeiro”

Podia haver um pouco de arrogância e um pouco de desprezo ali, mas não podia culpá-lo.
“Sou Sookie Stackhouse” disse

Jonathan era um homem bastante pequeno, com uma cor ligeiramente cobre e cabelo preto
escuro de seu país. Era realmente lindo. Seu nariz era pequeno e largo, seus lábios cheios.
Seus olhos café estavam debaixo de sobrancelhas pretas absolutamente retas. Sua pele era
tão fina que não podia detectar nenhum poro. Ele tinha esse pequeno brilho que os vampiros
tem.

“Esse é seu marido?” Perguntou, pegando seu copo de sangue e inclinando sua cabeça em
direção do Sam. Sam estava ocupado misturando uma pinha colada para uma das madrinhas.

“Não senhor, ele é meu chefe”

Justo então, Terry Bellefleur, segundo primo de Portia e Andy, se acercou para pedir outra
cerveja. Gostava muito do Terry, mas era um mal bêbado, e pensei que estava bem para essa
condição. Ainda que o veterano do Vietnã quis levantar e falar da posição do atual presidente
da atual guerra, o guiei até outro familiar, um primo distante de Baton Rouge, e me assegurei
que o homem ia vigiar Terry para o impedir de ir embora dirigindo sua camionete. O
vampiro Jonathan me vigiava enquanto fiz isso, e não estava segura do porque. Mas não
observei nada agressivo ou luxurioso e sua postura ou sua conduta, e sua presas estavam
dentro. Pareceu seguro fazer caso omisso dele, e encarregar-me do negócio. Se tinha alguma
razão pela que Jonathan quisesse falar comigo, ficaria sabendo mais tarde ou mais cedo.
Mais tarde estava ótimo.

Quando fui buscar uma caixa de Coca-Cola na camionete de Sam, me chamou a atenção um
homem parado sozinho nas sombras emitidas pelo grande carvalho no lado oeste do jardim.
Era alto, magro e impecavelmente vestido em um traje obviamente muito caro. O homem se
adiantou um pouco e eu pude ver sua cara, podia ver que ele me olhava. Minha primeira
impressão foi que era uma criatura linda, e não um homem em absoluto. O que fosse que era,
não era humano. Ainda que tivesse alguma idade, era extremamente lindo, e seu cabelo, mais
pálido dourado, era tão comprido como o meu. O levava pulcramente jogando para trás.
Estava ligeiramente murchinho, como uma maçã deliciosa que tinha estado crocante
demasiado tempo; mas suas costas estavam absolutamente direitas e não estava usando
óculos. Levava uma bengala, um preto muito simples com uma cabeça de ouro.

Quando saiu das sombras, os vampiros mudaram de direção como um grupo para olhar.
Depois de um momento inclinaram sua cabeças ligeiramente. Ele devolveu o
reconhecimento. Conservaram sua distância, como se fosse perigoso ou impressionante.

Este episódio foi muito estranho, mas não tive tempo para pensar acerca dele. Todo o mundo
queria uma última bebida grátis. A recepção estava decaindo e as pessoas se filtravam na
frente da casa para a despedida dos felizes casais. Halleigh e Portia tinham desaparecido
acima para mudar seus vestidos para roupas de saída. O pessoal da E(E)E tinha estado
vigilante acerca de limpas taças vazias e os pratos pequenos nos que tinham sido servidos o
bolo ou canapés, assim é que o jardim se via relativamente limpo.

“Sookie” Sam disse, depois do que chamaria um silêncio incomodo. “Estou enganado, ou
você tem algo contra a Tanya?”. Houve algo em sua voz que me colocou em guarda.

“Tenho algo contra a Tanya” disse “Não estou segura se deveria te contar isto. Está claro que
você gosta dela” pensaria que tinha estado tomando Bourbon. Ou o soro da verdade.

“Não a conheço muito bem. Se você não gosta de trabalhar com ela, quero ouvir a razão”
disse “Você é minha amiga. Respeito sua opinião”.

É muito bom ouvir isso

“Tanya é linda” disse “É brilhante e capaz” Essas eram as coisas boas

“E?”

“E ela veio aqui como uma espiã” disse “Os Pelts a enviaram, tratando de inteirar-se se tive
algo que ver com o desaparecimento de sua filha Debbie. Lembra quando vieram ao bar?”
“Sim” disse Sam. Na iluminação que tinha sido colocada em séria levantada ao redor do
jardim, se viu ao mesmo tempo brilhantemente alumbrado e obscuramente cheio de sombras
“Você teve algo que ver com isso?”

“Tudo” disse tristemente “Mas foi em defesa própria”

“Sei o que deve ter sido”. Ele tinha pegado minha mão. A minha se sacudiu com surpresa
“Te conheço” disse, e não a soltou.
A fé de Sam me fez sentir um pouco de bem estar por dentro. Tinha trabalhado para Sam um
longo tempo, e sua boa opinião significava muito para mim. Me senti quase sufocada e tive
que clarear a voz.

“Então, não estava feliz de ver a Tanya” continuei “Não confiei nela desde o começo, e
quando fiquei sabendo que ela tinha vindo para Bon Temps, realmente me afastei dela. Alem
disso, esta noite está aqui com Calvin, e não tem nada que fazer colando em você” Meu foi
tom bastante mais ácido do que havia pretendido.

“Oh” Sam se viu desconcertado

“Mas se quiser sair com ela, vai em frente” disse, tratando de arrumar meu tom “Digo – ela
não pode ser tão má. E suponho que ela pensou que fazia o certo, vindo a ajudar encontrar
informação de um meta perdido”. Isso soou bastante bem e ainda podia ser a verdade. “Não
tenho que gostar das pessoas com quem você sai” acrescentei, simplesmente para deixar
claro que entendia que não tinha nenhum reclamação que fazer a ele.

“Sim, mas me sinto melhor se você gostar” disse

“Sinto o mesmo” estive de acordo, para minha surpresa.

Começamos a recolher tudo discretamente, já que ainda tinha convidados persistentes.

“Já que falamos de encontros e tal, o que aconteceu com Quinn?” Perguntou enquanto
trabalhávamos. “Você não o viu desde que voltou de Rhodes.

“Bom, te disse que ele ficou muito ferido na explosão.


Quinn era o mestre de cerimônias da E(E)E (Eventos Especiais Entertaimment) uma empresa
de eventos para a comunidade super: casamento vampiro hierárquico, festas de maior idade
dos lobatos, concursos para packmaster. É por isso que se encontrava na Pirâmide de Gizeh
no dia que a Irmandade do Sol cumpriu sua maléfica missão.

A Irmandade do Sol são pessoas anti-vampiros, mas eles não tinham idéia de que os
vampiros são os únicos visíveis, que são a ponta do iceberg no mundo sobrenatural.
Ninguém sabe isto, pelo menos, ninguém mais que umas poucas pessoas, como eu. Estou
segura que a Irmandade do Sol odiaria os lobisomens, ou os metamorfos como o Sam, tanto
ou mais que os vampiros... se soubessem que existem. Esse momento, pode ser cedo.

“Sim, mas eu pensava...”

“Eu sei. Eu também pensava que estava tudo certo entre Quinn e eu” lhe disse, e se minha
voz foi triste, bom, pensar a respeito de meu namorado meta-tigre me faz sentir dessa
maneira. “Continuo esperando saber algo dele. Mas nem uma palavra.

“Continua tendo o carro de sua irmã?”

Frannie tinha me emprestado seu carro, para poder chegar a casa depois do desastre de
Rhodes. “Não, desapareceu uma noite quando Amélia e eu estávamos trabalhando. A chamei
e lhe deixei uma mensagem em seu celular, dizendo que o tinham roubado, mas ela não me
ligou”

“Sookie, sinto muito” Sam disse. Sabia que era inadequado, mas o que podia dizer?

“Sim, eu também” disse, tentando não soar muito deprimida. Foi um esforço realmente
grande. Sabia que Quinn não me culpava pelas feridas. Tinha ido visitar-lo no hospital em
Rhodes antes de voltar, e sua irmã estava cuidando dele, Frannie, e não parecia que me
odiava nesse momento. Não havia culpa, não havia ódio, porque não havia comunicação?

Era como se a terra tivesse aberto para os engolir. Tirei minhas mãos e tratei de pensar em
outra coisa. Me manter ocupada era o melhor remédio quando estava preocupada.
Começamos a levar as coisas para a camionete de Sam, que estava estacionado a uma quadra
de distância. Ele levou a maioria das coisas pesadas. Sam não era um tipo grande, mas é
muito forte, como todos os metas.

Para as dez e meia quase tínhamos terminado. Pelos vidros da parte da frente da casa, sabia
que as noivas tinham descido as escadas em suas roupas de lua de mel, jogando seus buques
e partindo. Portia e Glen iam para São Francisco, Halleigh e Andy para a Jamaica em algum
Resort. Não podia evitar de saber.
“Vou chamar o Dawson para que me ajude no bar” me disse.

Já que Dawson que tinha estado atendendo no Merlotte‟s nessa noite, era forte, me pareceu
que era um bom plano. Quando dividimos as gorjetas, consegui ao redor de trezentos
dólares. Havia sido uma noite lucrativa. Escondi o dinheiro no bolso de minha calças. Armei
um grande rolo, já que a maioria era um dólar. Me alegrei de estar em Bon Temps, em vez de
uma grande cidade, ou me preocuparia porque me batam na cabeça antes de chegar em meu
carro.

“Boa noite Sam” lhe disse, e revistei minha bolsa em busca das chaves. Não me incomodei
em trazer uma bolsa. Enquanto descia ladeira do pátio traseiro no caminho lateral, arrumei
meu cabelo de forma intencional.

Tinha conseguido deter a avental rosa antes me deixasse meu cabelo volumoso, assim que o
tinha deixado inchado e enrolado, do tipo de Farrah Fawcett. Me sentia idiota. Tinham
muitos carros circulando, quase todos eram convidados do casamento que iam embora. Era o
típico tráfico de um sábado pela noite. A linha de carros estacionados junto ao meio fio
chagava até a rua, e o tráfico se movia lentamente. Eu tinha estacionado meu carro de forma
ilegal em cima do meio fio, o que não chagava a ser relevante em uma cidade como esta.

Me inclinei para abria meu carro, e então escutei algo atrás de mim. Em um só movimento,
peguei minhas chaves e fechei o a mão em punho, e bati tão forte como pude. As chaves me
machucaram na mão, e o homem atrás de mim se balançou até terminar com sua bunda na
ladeira.

“Não quero te machucar” disse Jonathan

Não é fácil se ver digno e não-ameaçador se tem sangue que cai por um lado da boca e está
sentado no chão, mas o vampiro asiático conseguiu.

“Você me assustou” disse, o que era a pura verdade.

“Posso ver” disse, e se levantou facilmente. Tirou um lenço e limpou os cantos de sua boca.
Não ia me desculpar. A gente que se acerca silenciosamente de uma pessoa na metade da
noite, bom, merecem o que lhes aconteça. Os vampiros se movem discretamente.

“Desculpa ter assumido o que não era” disse, que era mais ou menos certo “Deveria ter te
identificado”

“Não, teria sido tarde” disse Jonathan “Uma mulher que está sozinha deve poder se
defender”

“Me alegre que entendas” disse cuidadosamente. Olhei para trás, tratei de não fazer nenhum
gesto raro com a cara. Já que estava escutando coisas muito alarmantes das mentes dos
convidados, me acostumei a isso. Olhei diretamente a Jonathan “Você é... Porque está aqui?”

“Estava de passagem por Louisiana, e vim como convidado de Hamilton Tharp” disse.
“Estou vivendo na área cinco, com permissão de Eric Northman”

Não tinha idéia de quem era Hamilton Tharp, seguramente algum amigo dos Bellefleur. Mas
sabia realmente bem quem era Eric Northmen (de fato, uma vez o conheci desde a cabeça até
os pés, e em todos os pontos intermédios). Eric era o xerife da área cinco, uma grande parte
do norte da Louisiana. Estávamos unidos de uma forma muito complexa, e quase todos os
dias me incomodava como o mesmo inferno.

“Realmente, o que perguntava era porque você se acercada a mim” Espere, as chaves ainda
as tinhas em minha mão. Iria diretamente por seus olhos, decidi. Inclusive os vampiros são
vulneráveis aí.

“Tinha curiosidade” disse Jonathan finalmente. Tinha suas mãos juntas na frente dele. Estava
começando a odiar este vampiro.

“Porquê?”

“Escutei no Fangtasia sobre um vinculo com uma mulher que Eric aprecia tanto. Eric é tão
exigente que não parecia que fosse se interessar por uma humana”

“E, como sabia que eu ia estar no casamento esta noite?”

Seus olhos estalaram. Não esperava que eu continuasse com as perguntas. Pensava que eu ia
me acalmar, talvez nesse momento estava tratando de usar o glamour comigo. Mas isso não
funciona em mim.

“A mulher jovem que trabalha para Eric, sua menina, mencionou” disse

Mentira pura, pensei. Não tinha falado com Pam desde umas semanas, e nossa ultima
conversa não tinha sido sobre minha vida social e meu trabalho. Estava se recuperando das
feridas de Rhodes. Sua recuperação, e a de Eric, e da rainha, tinham sido o único tema de
conversa.

“Claro”, disse. “Então, boa noite. Tenho que ir embora”. Destranquei a porta e
cuidadosamente entrei no carro, tentando não afastar meus olhos de Jonathan para estar
preparada ante um possível movimento. Ficou tão quieto como uma estátua, inclinando sua
cabeça para mim conforme dei partida no carro. Na primeira placa de pare, coloquei o cinto
de segurança. Não queria fazer isso com ele tão perto de mim. Tranquei o carro, e olhei ao
redor. Não havia nenhum vampiro, pensei. Isso tinha sido muito, muito estranho.
Provavelmente deveria ligar para o Eric o lhe contar o incidente. Sabe o que é mais estranho
de tudo? O homem com o cabelo comprido e loiro tinha estado nas sombras atrás do vampiro
todo o tempo. Nossos olhares inclusive tinham se cruzado. Sua bela cara era ilegível. Mas
sabia que não queria ser visto. Não tinha lido sua mente, não podia, mas tinha averiguado
isso. E o mais estranho de tudo, é que Jonathan não tinha se dado conta. Dado o agudo
sentido de olfato que tem os vampiros, a ignorância de Jonathan era simplesmente
extraordinária.

Ainda estava dando voltas neste episodio, quando abandonei a Hummingbird Road e dirigi
pelo caminho entre os bosques que leva a minha casa. A parte exterior da casa tinha sido
construída fazia cento e sessenta anos, mas claro que ficava muito da estrutura original.
Tinham sido anexados partes, e o telhado tinha sido reposto várias vezes no largo das
décadas. Era uma casa de dois quartos, não era muito grande, mas parecia como uma casa
normal

Essa noite, a casa se via tranqüila em baixo das luzes de segurança que Amélia Broadwat,
minha companheira de andar, tinha deixado acesas para mim. O carro de Amélia estava
estacionado na parte de trás. Deixei minhas chaves fora por si estava na parte de cima
dormindo. Tinha deixado a tela ligada e desliguei atrás de mim. Abri a porta traseira e logo
voltei a fechar. Sempre tínhamos todas as portas fechadas, Amélia e eu, especialmente pela
noite. Para minha surpresa, Amélia estava sentada na mesa da cozinha me esperando.
Tínhamos desenrolado uma rotina depois de viver juntas várias semanas, e normalmente
Amélia estava no andar de cima a esta hora. Tinha sua própria TV, seu telefone e seu
computador ali, e tinha feito o cartão da biblioteca, assim tinha muitas coisas para ler. Além
disso tinha que fazer um feitiço, sobre o que nunca fazia perguntas. Nunca. Amélia é uma
bruxa.

“Como foi?” perguntou, criando umas ondulações em sua xícara de chá.

“Bom, se casarão. Os vampiros de Glen se comportaram bem e a Sr. Caroline estava em


todas as partes. Mas tive que substituir uma das madrinhas”

“Oh, wow. Me conte tudo”

E fiz isso, e rimos durante um tempo. Pensei em dizer a Amélia sobre o homem lindíssimo,
mas não fiz. Que ia lhe dizer, ele olhou para mim? Mas falei de Jonathan de Nevada.

“O que acha que ele queria?” disse Amélia

“Nem imagino” me encolhi de ombros.

“Você tem que descobrir. Especialmente porque não sabias de parte de quem vinha ao
casamento”

“Ligarei para o Eric, se não esta noite, amanhã pela noite”

“Foi má sorte você não ficar com uma cópia da base de dados do Bill. A vi numa página web
de vampiros no outro dia”. Esse poderia parecer uma mudança brusca de tema,mas a base de
dados do Bill continha imagens e biografias de todos os vampiros que tinha sido capaz de
localizar ao redor do mundo, e também de alguns que quase não tinha ouvido falar. O CD de
Bill estava fazendo mais rica a sua chefa, a rainha, do que poderia ter imaginado. Mas você
tem que ser um vampiro para poder comprar um exemplar, e tinham formas de comprovar.

“Bom, já que Bill cobra 500 dólares por cópia, e fingir ser um vampiro é muito perigoso...”
disse.

Amélia agitou sua mão “Mas valeria a pena” disse.


Amélia é muito sofisticada que eu... pelo menos em certos aspectos. Cresceu em Nova
Orleans, e viveu ali a maior parte de seu tempo. Agora vivia comigo porque cometeu um
terrível erro. Teve que fugir de Nova Orleans depois de uma má experiência e porque causou
uma catástrofe mágica. Teve sorte de ir bem a tempo, porque Katrina chegou depois. Desde
o furacão, seu inquilino estava vivendo na parte de cima do apartamento de Amélia. O
apartamento de Amélia, na parte baixa, tinha sofrido alguns danos. Não estava cobrando
nada ao inquilino porque estava reparando a casa ao mesmo tempo.

E aí chegou a razão pela qual Amélia não queria voltar a Nova Orleans cedo. Bob entrou na
cozinha para dizer oi, se esfregando contra minhas pernas.

“Ei, meu pequeno e meloso amigo” disse, segurando o gato de pelo longo de cor branco e
preto. “Como você está lindinho? Te adoro”

“Vou vomitar” disse Amélia. Mas sabia que ela tratava Bob igual quando eu não estava por
perto.

“Algum progresso?” disse, levantando meu olhar do pelo do Bob. Ela tinha dado banho nele
esta tarde, podia ver pela suavidade de sua pele.

“Não”, disse, sua voz planada pela discussão. “Trabalhei nele durante uma hora, e só
consegui colocar um rabo de lagartixa nele. Me levou muito tempo para voltá-lo ao normal
outra vez”

Bob na realidade era um humano, um homem. Uma espécie de nerd com cabelo preto e
óculos, ainda que segundo me tinha dito Amélia, tinha alguns atributos que destacavam que
não eram muito óbvios quando ia vestido pela rua. Amélia não estava fazendo magia de
transformação quando converteu Bob em um gato; deveriam estar fazendo algum tipo de
sexo selvagem. Nunca tinha tido coragem de perguntar o que estavam tentando fazer. Mas
estava claro que era algo exótico.

“A coisa é” disse Amélia de repente, e voltei a mim. A razão pela que estava acordada ia ser
revelado. Amélia era uma clara retransmissora, pelo que escutei diretamente de sua cabeça.
Mas deixei que terminara de falar por ela própria, porque normalmente as pessoas não
apreciam não ter que falar para serem escutadas, sobre tudo quando o tema é algo delicado.
“Meu pai vai vir a Shreveport amanhã, e quer vir a Bon Temps para me ver” disse
rapidamente. “Vai vir, com seu motorista Marley. Quer vir aqui e comer”.

O dia seguinte era domingo. O Merlotte‟s só abriria pela tarde, mas não tinha previsto
trabalhar neste turno. Olhei meu calendário. “Então irei dar uma volta” disse “Poderia ir ver
Tara e LB. Não tem problema”

“Por favor, quero que fique” disse, e sua cara era suplicante. Não me disse porque. Mas
podia ler a razão facilmente. Amélia tinha uma relação conflitiva com seu pai; de fato, tinha
pego o sobrenome de sua mãe, Broadway, ainda que também era porque seu pai era muito
conhecido. Copley Camichael tinha muito peso na política e era muito rico, ainda que não
sabia como Katrina havia afetado suas ganâncias. Camichael possuía grandes terrenos e era
construtor, e talvez o Katrina havia destruído isso. Por outra parte, tudo tinha que ser
reconstruído nessa zona.

“Que vem?” Perguntei

“Às cinco”.

“O motorista comerá na mesma mesa que ele?” nunca tinha tido que lidar com empregados.
Só tínhamos uma mesa na cozinha. Não ia fazer o homem se sentar nas escadas.

“Oh, Deus” disse. Isso não tinha lhe ocorrido. “O que faremos com Marley?”

“Isso mesmo estou te perguntando”, acho que talvez tenha soado muito paciente.

“Escuta” disse Amélia. “Não conhece meu pai, não sabes como é”

Sabia pelo cérebro de Amélia que as emoções sobre seu pai eram misturadas. Era
complicado discriminar entre amor, medo e ansiedade a real atitude de Amélia. Conhecia
pouca gente rica, e ainda a menos gente que pudesse pagar um motorista a tempo completo.

Essa visita ia ser interessante.

Dei boa noite a Amélia e fui para a cama, e ainda que tivesse muito o que pensar, estava
cansada e dormi em seguida.

O domingo era como outro grande dia. Pensei nos recém casados, começando suas novas
vidas, e pensei na velha Senhora Caroline, que desfrutava da companhia de um par de primos
(garotos com sessenta anos) como guarda-costas e companheiros. Quando Portia e Glen
voltem, os primos voltariam a sua casa mais modesta, provavelmente aliviados. Halleigh e
Andy mudariam a sua própria casa mais pequena. Me perguntei sobre Jonathan e o belo
homem. Lembrei a mim mesma de ligar para o Eric quando acordasse na seguinte noite.
Pensei sobre as inesperadas palavras de Bill.

Pela milionésima vez, especulei sobre o silencio de Quinn. Mas antes de que ficasse muito
melancólica, me vi envolvida no furacão de Amélia. É indireta, entusiástica e talentosa. Ela
conhece tudo sobre o mundo sobrenatural, e meu lugar nele. Ela pensa meu estranho
„talento‟ é realmente bom. Posso falar com ela sobre qualquer coisa. Ela nunca vai ter uma
reação de repugnância e horror. Por outra parte, Amélia é impulsiva e teimosa, mas tem que
aceitar a gente como é. Realmente adoro ter a Amélia vivendo comigo.

Vendo o lado prático, é uma cozinheira decente, é cuidadosa em manter nossas coisas
separadas, e Deus sabe que é ordenada. No que Amélia realmente é boa é em limpar. Ela
limpa quando fica entediada, ela limpa quando está nervosa e ela limpa quando se sente
culpada. Não sou nenhuma vaga nas tarefas domesticas, mas Amélia é de validade mundial.
O dia que ela quase teve um acidente de carro, limpou os moveis da sala de estar, tapeçaria e
tudo. Quando seu inquilino a chamou para lhe dizer que o terraço teve que ser substituído,
foi a loja EZ e levou para casa uma máquina para polir o chão de madeira em cima e em
baixo.

Quando me levantei as nove, Amélia estava emergida em um profundo frenesi da limpeza


devido a visita eminente de seu pai. No momento em que fui a Igreja pelas dez e quarenta e
cinco, Amélia estava de joelhos no chão do banheiro de baixo, que obviamente está muito
passado de moda com seus azulejos brancos e pretos octogonais e uma banheira velha
enorme; mas que (graças a meu irmão Jason) tem uma bancada mais moderna. Este era o
banheiro que Amélia usava porque não tinha um lá em cima. Tinha um pequeno, privado em
meu quarto, acrescentado no anos 50. Em minha casa, podiam ser ver várias tendências de
decoração de várias épocas todas em um só edifício.

“Você acha realmente que estava tão sujo?” Disse, ficando no umbral. Falava com as costas
de Amélia. Ela levantou sua cabeça e passou uma de suas mão com luvas sobre sua testa para
tirar seu cabelo.

“Não, não estava tão mal, mas quero que se veja fantástico”.

“Minha casa é uma casa velha, Amélia, não acho que possa se ver bem”. Não tinha
necessidade em desculpar pela idade e o desgaste da casa e sua mobília. Isto era o melhor
que poderia ter e adorava.

“Isto é um lar maravilhoso, Sookie” Amélia disse ferozmente “Mas tenho que ficar ocupada”

“Certo” disse. “Bem, vou a igreja. Voltarei ao meio dia e meio”

“Você pode ir na loja ao sair de igreja? A lista está em cima da mesa”

Acietei, alegremente de ter algo para fazer que me manteria fora da casa mais tempo. A
manhã se sentia bem como março (março no sul, é dizer) que outubro. Quando saí de meu
carro ao chegar na igreja metodista, levantei minha cara ante a leve brisa. Tinha um
sentimento de inverno no ar, um ligeiro gosto nele. As janelas da igreja estavam abertas.
Quando cantamos, nossas vozes flutuam para fora sobre a grama e as árvores. Mas vi
algumas folhas flutuarem enquanto o pastor predicava.

Francamente, não sempre escutava o sermão. A hora que passou na igreja e as vezes um
tempo para pensar, um tempo para considerar para onde ia minha vida. Mas pelo menos
esses pensamentos estão em um contexto. E quando você olha as folhas mortas ao cair das
árvores, o contexto consegue bastante claro. Hoje decidi escutar. O reverendo Collins falou
de dar a Deus as coisas que eram devidas a ele enquanto davam a Cezar as coisas devidas a
ele. Pareceu como um sermão típico do quinze de abril, e fiquei pensando se o reverendo
Collins pagava seus impostos trimestralmente. Mas pouco depois me dei conta de que ele
falava das leis que infringimos todo o tempo sem nos sentir culpáveis como o limite de
velocidade, ou os que enviam cartas com peso extra sem pagar a franquia adicional.

Sorri ao reverendo Collins quando saí da igreja. Ele sempre se vê incomodo quando me olha.
Cumprimentei Maxine Fortenberry e seu marido, Ed, quando cheguei ao estacionamento.
Maxine era grande e formidável, e Ed era tão tímido e reservado que era quase invisível. Seu
filho, Hoyt, era o melhor amigo de meu irmão Jason. Hoyt estava atrás de sua mãe. Ele usava
um lindo traje, e seu cabelo tinha sido cortado recentemente. Sinais interessantes.

“Querida, me dê um abraço!” Maxine disse, e com certeza fiz. Maxine tinha sido uma boa
amiga de minha avó, ainda que ela tinha idade mais próxima a meus pais. Sorri a Ed e
cumprimentei Hoyt com a mão.

“Você está ótima” lhe disse e sorriu para mim. Acho que nunca tinha visto o Hoyt sorrir
dessa forma, e olhei para Maxine. Ela fazia careta.

“Hoyt está saindo com Holly, a que trabalha com você” disse Maxine “Tem um filho
pequeno e isso é algo no que pensar, mas sempre gostou de crianças”.

“Não sabia” disse. Tinha estado realmente ausente ultimamente. “É genail, Hoyt. Holly é
uma boa garota. Realmente agradável”. Não sabia se teria dito o mesmo se houvesse tido
mais tempo para pensar, assim que talvez tive sorte. Tinha muitas coisas positivas sobre
Holly (dedicada o filho, Cody; leal e seus amigos, uma trabalhadora competente). Estava
divorciada a vários anos, assim que Hoyt não era um rebote. Me perguntava se Holly tinha
dito a Hoyt que ela era uma Wiccan. Não, não o havia feito, porque se não Maxine não
estaria sorrindo tão amplamente.

“Vamos nos juntar para comer no Sizzler” ela disse, se referindo na lanchonete que tem na
estrada. “Holly não gosta muito de igreja, mas estamos tratando que venha com nós e que
traga Cody. Será melhor irmos se queremos chegar a tempo”

“Bem feito, Hoyt” disse acariciando seu braço enquanto se acercou de mim. Ele me olhou
feliz.

Todo o mundo se casava ou se apaixonava, estava feliz por eles. Feliz, feliz, feliz. Colei um
sorriso em minha cara e fui ao Piggly Wiggly, tirei a lista de compra de Amélia de meu
bolso. Era bastante longa, mas seguro que tinha mais coisas para acrescentar, assim que me
entretive um pouco na loja. Meus braços estavam esticados para baixo por causa do peso das
sacolas de plástico enquanto lutava para subir as escadas. Amélia saiu correndo para o carro
para levar o resto da compra.

“Onde você estava?” perguntou, como se tivesse estado me esperando nervosa batendo com
o pé.

Olhei meu relógio “Saí da igreja e fui à loja” disse, para me defender “é só uma hora”.
Amélia passou a meu lado outra vez carregando as sacolas. Sacudiu a cabeça
exasperadamente enquanto passava, fazendo um som que podia se descrever solenemente
como „Urrrrrrrgh‟.

O resto da tarde foi assim, como se Amélia estivesse se preparando para o encontro de sua
vida. Não sou uma má cozinheira, mas Amélia só me deixou fazer as tarefas simples para o
jantar. Consegui cortar cebolas e tomates. Oh, sim, ela me deixou lavar os pratos que íamos
utilizar. Me perguntava se ela poderia cozinhar igual que as fadas madrinhas na Bela
Adormecida, mas soprou quando mencionei. A casa estava reluzente, e ainda que tente não
me importar, notei que Amélia inclusive tinha repassado o chão de meu quarto. Em geral,
nós não íamos ao quarto uma da outra.

“Desculpa ter entrado em seu quarto” Amélia disse repentinamente, e me surpreendi, a


telepática. Amélia tinha ganho em meu próprio jogo. “Foi um desses impulsos loucos que
tenho as vezes. Limpava com a aspiradora e pensei em passar no seu quarto também. E antes
de que parasse para pensar, já tinha feito. Coloquei sua roupa suja debaixo da cama”.

“Certo” disse, tentando soar neutra.

“Ei, desculpa”.

Assenti e voltei a minha tarefa de secar os pratos e os colocar na mesa. O menu, como
Amélia tinha decidido. Era salada verde com tomates e cenoura ralada, pão de alho, e
vegetais ao vapor misturados. Não tinha visto os vegetais ao vapor, mas tinha preparado toda
abobrinha crua, couve-flor. Pela tarde, era inclusive capaz de cortar salada, e fui por a toalha
de mesa e um pequeno jarro com flores. Coloquei talheres para quatro pessoas. Me ofereci
para acolher o Sr. Marley na sala de jantar comigo onde podia ver TV, mas poderia ter
pensado que tinha me oferecido para lavar seus pés. Amélia estava aterrorizada.

“Não, você fica comigo” disse.

“Tem que falar com seu pai” disse “em algum momento abandonarei o recinto”

Respirou fundo e murmurou “Está bem, sou uma adulta”.

“Covarde” disse.

“Ainda não o conhece”

Amélia se precipitou escada acima as quatro e quinze para se preparar. Eu estava sentada no
sala de jantar lendo um livro quando escutei como um carro chegava na rua. Olhei o relógio
que estava na mesa. Eram quatro e quarenta e oito. Gritei escada acima e olhei pela janela. A
noite já estava chegando, mas como não tínhamos mudado a hora ainda, foi fácil ver o
Lincoln Town estacionando na frente. Um homem com o cabelo preto, que estava vestido
como um traje, saiu do banco do motorista. Esse devia ser o Marley. Não levava posto um
chapéu de motorista, para minha desilusão. Escutei como uma porta se abria. Detrás saiu
Copley Carmichael.

O pai de Amélia não era muito alto, tinha o cabelo curto e espesso de cor cinza que parecia
um bom tapete, denso, suave e espero corte. Estava muito bronzeado, e suas sobrancelhas
seguem sendo escuras. Sem óculos. Nem lábios. Bom, se tinha lábios, mas eram realmente
finos, pelo que sua boca parecia uma armadilha. O Sr. Carmichael olhou a seu redor como se
estivesse fazendo uma avaliação fiscal. Amélia desceu pelas escadas atrás de mim enquanto
via como o homem contemplava seu exame de meu pátio dianteiro. Marley, o motorista
estava olhando para a direita da casa. Tinha descoberto meu rosto na janela.

“Marley é novo” disse Amélia “Ele está com pai há dois anos”

“Teu pai sempre teve motorista?”

“Sim. Marley é um guarda-costas também” disse Amélia, casualmente como se o pai de todo
mundo tivesse um guarda-costas. Foram caminhando pelo caminho de pedras, olhando para
ver se era sílex ou não. Através do alpendre dianteiro. Bateram na porta.

Pensei em todas as criaturas terríveis que estiveram em minha casa: metas, lobatos,
vampiros, fadas, um demônio ou dois. Porque deveria me preocupar com este homem?
Endireitando minha coluna vertebral, tranqüilizei minha ansiedade em meu cérebro, e me
dirigi a porta, ainda que Amélia quase abriu a porta. Depois de tudo, esta era minha casa.
Coloquei minha mão na maçaneta, e tinha meu sorriso antes de abrir a porta.

“Por favor, entrem” disse, e Marley abriu a tela ao Sr. Camichael, que entrou e abraçou sua
filha, mas não antes de lhe ter dirigido um olhar furtivo a toda sala. Seus pensamentos eram
retransmitidos tão claramente como os de sua filha. Pensava que a casa se via algo pobre
para uma filha como ela... A bonita garota era provavelmente melhor do que parecia... Não
tinha registro policial, apesar de que tinha saído com um vampiro e tinha um irmão
selvagem... Com certeza, um homem rico e poderoso como Copley Camichael teria
investigado os companheiros de apartamento de sua filha. Este procedimento simplesmente
nunca tinha me ocorrido, com tantas coisas que fazem os ricos. Respirei profundamente

“Sou Sookie Stackhouse” lhe disse educadamente. “Você deve ser o Sr. Carmichael. E ele
é?” Depois de esticar minha mão ao Sr. Carmichael, estendi minha mão para Marley. Por um
segundo, pensei que tinha pego o pai de Amélia por surpresa. Mas se recuperou em um
tempo recorde.

“Este é Tyrese Marley” disse o Sr. Carmichael sem problemas.

O chofer agitou suavemente minha mão, como se ele não quisesse quebrar meus ossos e logo
assentiu a Amélia. “Senhorita Amélia” disse e Amélia olhou chateada, como se ela fosse
dizer que não a chamasse de „senhorita‟, mas logo reconsiderou, todos estes pensamentos
que iam para frente e para trás... Foi suficiente para me manter distraída.

Tyrese Marley era um afro-americano de pele muito, muito clara. Ele estava longe de ser
negro, sua pele era mais como a cor do marfim velho. Seus olhos eram brilhantes e de cor
avelã. Ainda que seu cabelo era preto, não era enrolado e tinha uma cor avermelhado. Marley
era um homem que tinha que olhar duas vezes.

“Vou pegar o carro de volta ao povoado e por gasolina” disse a seu chefe. “Enquanto que o
senhor passa um tempo com a senhorita Amélia. Quando me quer de volta?”

O Sr. Carmichael olhou para baixo em seu relógio. “Em um par de horas”.
“O convidamos a ficar para o jantar” disse, trantando de usar um tom muito neutro. Eu
queria que todos se sentissem cômodos.

“Tenho alguns assuntos que necessito resolver” disse Tyrese Marley sem inflexão “Obrigado
pelo convite. Os verei logo. Até logo” E se foi.

Bom, esse era o final de minha tentativa de democracia. Tyrese não podia imaginar o muito
que tinha preferido ir a cidade no lugar de permanecer na casa. Me encontrei em mim e
comecei com as tarefas de anfitriã “Quer uma taça de vinho, Sr. Carmichael, ou algo mais
para beber? E você, Amélia?”

“Me chame Cope” disse, sorrindo. Era demasiado parecido com o sorriso de um tubarão.
“Claro, uma taça de qualquer que esteja aberto. E você filha?”

“Algo de branco” disse, e lhe ouvi dizer a seu pai que sentasse quando fui a cozinha. Eu servi
o vinho e acrescentei na bandeja com nossos hor d‟ouvres: bolachas, umas torradas com brie
e damasco misturado com marmelada e picante. Tínhamos algumas facas que combinavam
com a bandeja, e Amélia tinha conseguido guardanapos de coquetel para bebidas.

Cope tinha um bom apetite, e gostou muito do Brie. Ele tomou o vinho, que era um de
Arkansas, e assentiu educadamente. Bom, pelo menos não cuspiu. Eu raras vezes bebia, e
não sou do tipo de pessoas que bebe vinho. De fato, não sou uma grande conhecedora de
vinhos, mas gostei do vinho. Gole por gole.

“Amélia, diga-me o que está fazendo com seu tempo enquanto esperas que concertem sua
casa”, disse Cope, coisa que me pareceu razoável para começar a falar.

Eu tinha começado a dizer, que ela não estava brincando comigo, mas pensei que poderia ser
um pouco demasiado direto. Tratei duramente, para não ler seus pensamentos, mas juro, com
ele e com sua filha no mesmo recinto, era como escutar uma emissão de TV.

“De fato alguns papeis para os agentes de seguros locais. E estou trabalhando em tempo
parcial no bar Merlotte‟s”, Amélia disse. “Sirvo as bebidas e o frango ocasionalmente em
uma cesta”.

“O trabalho nesse bar é interessante?” Cope não soava sarcástico, admito isso. Mas, com
certeza, eu estava segura de que ele tinha investigado Sam também.

“Não é ruim”, disse com um ligeiro sorriso. Amélia estava fazendo um grande esforço, assim
que registrei em seu cérebro para ver que estava tratando de seguir com a conversa “Tenho
boas gorjetas”.

Seu pai assentiu “Você, senhorita Stackhouse?” Cope perguntou educadamente.

Ele sabia tudo acerca de mim, exceto a laca das unhas que levava, e eu estou segura de que
acrescentou isso a meu expediente se pudesse fazer “Eu trabalho no Merlotte‟s em tempo
completo” lhe disse, como se ele não soubesse. “Estou ali faz anos”.
“Você tem família por aqui?”

“Oh, sim, vivemos aqui desde sempre” lhe disse “Ou o mais perto de sempre que os
americanos podem estar. Sem embargo, nossa família se reduziu ultimamente. Só ficou eu e
meu irmão agora”.

“Irmão mais velho ou mais novo?”

“Mais velho” lhe disse. “Casado recentemente”.

“Assim que talvez terá outros Stackhouses dentro de um pouco” disse, tratando de soar como
se isso fosse uma boa coisa.

Assenti como se me agradasse a possibilidade também. Não gostava da mulher de meu


irmão, e eu pensava que era perfeitamente possível que todas as crianças que tivessem
saíram bastante mal. De fato, tinham um a caminho agora, sempre e quando Crystal não
abortasse novamente. Meu irmão era um meta-pantera (mordido,não nascido), e sua esposa
nasceu... uma pura... meta-pantera. Se criar na pequena comunidade de metas-panteras de
Hotshot não era coisa fácil e seria ainda mais difícil para as crianças que não eram puros.

“Pai, posso tomar mais um pouquinho de vinho?” Amélia se encontrava fora de sua cadeira
em um instante, e terminou de beber sua taça de vinho durante o caminho para a cozinha.
Bem, um pouco de tempo sozinha com o pai de Amélia.

“Sookie” disse Cope “Está sendo muito amável em deixar minha filha viver com você todo
este tempo”

“Amélia paga aluguel” lhe disse. “Ela compra a metade dos alimentos. Ela paga a sua
maneira”

“Sem embargo, gostaria que você aceite algo de minha parte por seus incômodos”

“O que Amélia me dá para o aluguel é suficiente. Depois de tudo, ela também paga alguma
melhorias na propriedade”

Seu rosto se afilou, como se estivesse em algo grande. Sabia que tinha falado com Amélia
sobre por uma piscina na parte traseira da casa? “Ela tem ar condicionado em seu quarto de
cima” lhe disse. “E tem linha telefônica adicional para o computador. E acho que comprou
um tapete e cortinas para seu quarto também”.

“Ela vive em cima?”

“Sim” disse, surpresa de que não soubesse. Talvez tinha algumas coisas que sua rede de
inteligência não tinha recolhido. “Eu vivo aqui, ela em cima e compartilhamos a cozinha e a
sala de estar, mesmo que Amélia tenha uma TV lá em cima. Ei, Amélia” a chamei.

“Sim?” sua voz flutuava no corredor da cozinha.


“Ainda tem a pequena TV lá em cima?”

“Sim, agora coloquei TV à cabo”

“Só perguntava”

Sorri a Cope, indicando que era sua vez de falar. Foi pensando em várias coisas para
perguntar, e pensou na melhor forma de se acercar a mim para obter a mais informação. O
nome surgiu na superfície do redemoinho de seus pensamentos, e tomou tudo o que tinha
para manter uma expressão cortes.

“O primeiro inquilino que Amélia tinha na casa de Chloe, era sua prima, não?” disse Cope.

“Hadley. Sim.” Mantive minha cara calma enquanto assentia. “O senhor a conhecia?”

“Conhecia seu marido” disse e sorriu.

Sabia que Amélia tinha voltado, se encontrava de pé em um lado de seu pai, que estava
sentado em uma poltrona. Sabia que ela não se moveria. Contive a respiração.

“Nunca o conheci” disse. Me senti como se tivesse estado caminhando pela selva e caísse em
uma fossa oculta. Senti alegria de ser a única telepata na casa. Não tinha dito a ninguém o
que encontrei na caixa de segurança de Hadley quando a esvaziei naquele dia em um banco
de Nova Orleans. “Eles levavam algum tempo divorciados antes que Hadley morresse.

“Deveria dar um tempo, para conhecê-lo. É um homem interessante” disse Cope, como se
não se desse conta da bomba que soltava. Estava claro que buscava alguma reação de minha
parte. Ele esperava que eu não soubesse absolutamente de nada daquele matrimonio, que
tivesse me pego totalmente por surpresa. “É um carpinteiro muito destro. Gostaria de
localizar-lo e empregá-lo outra vez.

A poltrona no que se encontrava estava com uma capa creme, bordada com montões de
flores pequenas azuis sobre cortes verdes arqueados. Ainda se via bonita por estar tão
desbotada. Me concentrei nas estampas da poltrona para evitar que Cope Carmichael se
desse conta do chateada que estava.
“Ele não significa nada para mim, sem importar que tão interessante possa ser” disse em um
tom tão plano que se poderia usar para jogar sinuca. “Seu casamento já era assunto fechado e
superado. Estou segura de que já sabe que Hadley tinha outra companhia quando morreu”.
Foi assassinada. Mas o governo não colocava muita atenção nas mortes dos vampiros ao
menos de que estas fossem causadas por humanos. Os vampiros tinham que fazer por si
mesmos sua própria política.

“Sem embargo, tinha pensado que queria ver o bebê” disse Cope.

Graças a Deus que pude pegar essas palavras da cabeça de Cope um ou dois segundos antes
de que as pronunciara. Inclusive sabendo o que ia dizer, seu comentário tão infinitamente
casual foi como um golpe duro no estomago. Mas não quis lhe dar a satisfação do que vinha.
“Minha prima Hadley era desenfreada. Usava drogas e também a gente. Não era a pessoa
mais estável do mundo. Era realmente bonita, e tinha um não sei quê, que sempre ganhava
admiradores”. Pronto, tinha dito todos os prós e contras de minha prima Hadley. E sem
pronunciar a palavra „bebê‟. Que bebê?

“Como sua família se sentiu quando ela se transformou em vampiro?” Peguntou Cope.

A transformação de Hadley foi um assunto público. Os vampiros „convertidos‟ deviam se


registrar ao entrar em seu estado alterado. Tinham que nomear seu criador. Era uma espécie
de controle vampírico de natalidade. Pode apostar que a mesinha de assuntos vampíricos lhe
cairia em cima como uma tonelada de tijolos em um vampiro que criasse a muitos pequenos
vampiros. Hadley foi transformada pela própria Sophie Anne Leclerq.

Amélia colocou a taça de seu pai perto e voltou a se sentar a meu lado “Pai, Hadley viveu na
andar superior ao meu por dois anos” disse “Claro que sabíamos que era vampira. Por Deus,
pensei que querias me contar todas as noticias do povoado”.

Deus abençoe Amélia. Estava sendo muito difícil para mim guardar a compostura, e só os
anos de prática de fazer isso enquanto telepaticamente captava algo horrível me manteve
firme.

“Preciso ir ver a cozinha. Desculpem” murmurei me levantando e deixei a sala. Espero que
não parecesse que saia correndo. Tratei de caminhar normal, mas uma vez na cozinha segui
em frente até a porta traseira, e atravessei o alpendre, a porta com mosquiteiro e cheguei ao
jardim.

E se tivesse pensado que escutaria a voz fantasmagórica de Hadley me dizendo que fazer
estaria decepcionada. Os vampiros não deixam fantasmas, pelo menos até onde tenho
conhecimento. Alguns vampiros acreditam que não possuem almas. Não sei. Isso é tarefa de
Deus. E ali estava eu, balbuciando; porque me negava em pensar no bebê de Hadley, e no
fato de que não tinha idéia da existência da criatura.

Talvez só era o estilo de Cope. Talvez ele sempre queria manifestar quão extenso era seu
conhecimento como uma forma de mostrar seu poder as pessoas com quem trabalha. Tinha
que voltar para dentro pelo bem de Amélia. Me preparei, sorri de novo – ainda que sabia que
era um sorriso espantosamente nervoso – e entrei. Fiquei ao lado de Amélia e sorri
abertamente a cada um deles. Me olharam expectantes, e meu dei cona que a conversa tinha
decaído.

“Oh” disse subitamente Cope. “Amélia, esqueci te contar. Alguém ligou na casa perguntando
por você semana passada. Alguém que não conhecia”

“Qual era seu nome?”

“Oh, me deixe pensar. A senhora Beech anotou. Octavia? Octavia Fant. É esse. Bastante
inusual.

Pensei que Amélia desmaiaria. Sua cara ficou de uma cor estranha e apertou o braço do sofá
“Tem certeza?” perguntou.

“Sim, estou. Lhe dei o número de seu celular, e lhe disse que você estava vivendo em Bon
Temps”

“Obrigada, papai” Amélia grasnou. “Ah, aposto que o jantar está pronto. Me permita ir ver”

“Sookie não acaba de ir ver?” ele sorriu dessa maneira aberta e tolerante em que os homens
sorriem quando pensam que as mulheres estão sendo ridículas.

“Oh claro, mas está na última faze” disse enquanto Amélia saiu disparada da sala da mesma
forma no que eu havia feito. “Seria horrível se queimasse. Amélia trabalhou muito”.

“Conhece essa senhorita Fant?” Cope perguntou.

“Não, não posso dizer que a conheça”

“Amélia se via quase assustada. Ninguém está tratando de machucar minha garotinha,
certo?”

Soou como um homem diferente ao dizer isto, um homem que quase poderia me agradar.
Sem importar tudo o que fosse, Cope não queria que ninguém machucasse a sua filha.
Ninguém exceto ele, claro.

“Não acho” sabia quem era Octavia Fant porque o cérebro de Amélia justo me havia dito,
mas ela não tinha contado em voz alta, assim que não algo que pudesse compartilhar. As
vezes as coisas que ouvia de viva voz e as que ouvia em minha cabeça se enrolavam e
confundiam – uma das razoes pelas quais tenho a reputação de ser uma louca. “O senhor é
contratante, senhor Carmichael?”

“Cope, por favor. Sim entre outras coisas”

“Suponho que seus negócios devem estar em alta neste momento” disse.
“Se minha companhia fosse duplamente grande, não poderíamos manter os trabalhos que há
por fazer” disse “Mas odiaria ver Nova Orlens feita traças”

Coisa rara, acreditei nele.

O jantar foi tranqüilo. Se para o pai de Amélia foi estranho comer na cozinha não deu sinal
disso. Como era construtor, notou que era nova, e eu tive que lhe contar sobre meu incêndio,
mas isso podia acontecer com todo mundo, certo? Omiti a parte do incendiário. Cope
pareceu desfrutar da comida e felicitou Amélia que se sentiu satisfeita. Ele bebeu outra taça
de vinhos com sua janta, mas só isso; também comeu moderadamente. Amélia e ele falaram
sobre amigos da família e alguns parentes e deixaram de prestar atenção em mim o que me
permitiu seguir pensando. Acreditem em mim, tinha muitíssimo no que pensar.

Os certificados de casamento e divorcio de Hadley tinham estado guardados em sua caixa de


segurança no banco quando a abri depois de sua morte. A caixa continha uma fina macha de
cabelo escuro e ralo com um pouco fita scotch para o manter amarrado. Estava metido em
um envelope. Lembro que me maravilhou o fino que era. Mas não tinha nenhum certificado
de nascimento, o alguma outra evidencia que indicasse que Hadley tinha tido um bebê.

Inclusive até este momento, não tinha uma razão clara para contatar ao ex-marido de Hadley.
Nem sequer sabia que existia até que abri aquela caixa. Não se mencionou nada a respeito
dele no testamento. Nunca o conheci. Não se apresentou quando estive Nova Orlenas.
Porque não incluiu seu filho no testamento? Qualquer pai o faria. E ainda quando nos
nomeou ao senhor Cataliades e a mim, nunca mencionou nada – bom, não me disse nada –
de que renunciara aos direitos sobre seu filho.

“Sookie, me passa a manteiga?” Amélia me perguntou e por seu tom podia assegurar que não
era a primeira vez que tinha me pedido.

“Claro” disse “Lhes sirvo mais água ou outra taça de vinho?”

Ambos disseram que não.

Me ofereci para lavar os pratos depois do jantar. Amélia aceitou minha oferta depois de uma
breve pausa. Ela e seu pai tinham que ter um tempo para eles sozinhos, inclusive se Amélia
não se entusiasmava com a idéia. Lavei, sequei e guardei com relativa calma. Limpei o
balcão e sacudi a toalha de mesa, coloquei na lavadora do alpendre traseiro. Fui a meu quarto
e li por um tempo, ainda que não me concentrasse muito no que acontecia no livro.
Finalmente, o terminei colocando em um lado e tirei uma caixa da gaveta de minha roupa
intima. Esta caixa continha tudo o que havia retirado da de Hadley. Revisei o nome no
certificado de casamento. Por impulso, liguei para informação.

“Necessito uma lista com todos os Remy Savory” disse.

“De que cidade?”

“Nova Orlenas”
“Esse número foi desligado”

“Tente em Metairie”

“Não há nada, senhorita”

“Está bem, obrigada”

Claro, muita gente se foi depois de Katrina, e muitas dessas mudanças foram permanentes.
Em muitos casos, a gente que fugiu do furacão não tinha razoes porque voltar. Não tinham
nem trabalho, em sua maioria.

Tratava de pensar em como encontrar ao ex-marido de Hadley.

Me ocorreu uma solução muito pouco apropriada. Bill Compton era um gênio na
computação. Talvez, ele poderia rastrear esse Remy Savoy, inteirar-se de onde estava agora
e descobrir se a criança estava com ele. Dei voltas nessa idéia como se desse voltas na boca
no trago de um vinho suspeito. Dando nosso intercambio de palavras antes do casamento,
não podia imaginar chegar perto de Bill para lhe pedir um favor, ainda que fosse o homem
indicado para o trabalho.

Uma onde de nostalgia por Quinn me fez cair de joelhos. Quinn era inteligente e conhecedor
do mundo, seguro que me daria um bom conselho. Queria poder vê-lo outra vez. Me sacudi.
Escutei que um carro entrava no espaço para estacionar que havia em um lado da frente da
casa. Tyrese Marley estava voltando por Cope. Ergui minhas costas e sai do quarto com um
sorriso bem posto. A porta principal estava aberta e Tyrese estava parado justo ali, enchendo
todo o espaço de lado a lado. Era um homem robusto. Bob o gato transpassou o umbral e
veio se sentar a meu lado. O gato olhou fixamente ao pai de Amélia.

“Você tem um gato Amélia? Pensei que odiava os gatos”

Bob olhava agora para Amélia. Nada tem um olhar ao penetrante como um gato.

“Pai, isso faz muito tempo! Este é Bob. É maravilhoso” Amélia levantou o gato preto e
branco e o manteve em seu peito abraçado. Bob que se mostrava petulante, começou a
ronronar.

“Hum. Bom. Ligarei. Por favor, se cuida. Odeio pensar que está aqui, na outra ponta do
estado”

“Estou só a umas poucas horas de distância” Amélia disse, soando como uma garota de
dezessete.

“É verdade” respondeu Cope, tratando de soar triste e encantador ao mesmo tempo. Falhou
por muito. “Sookie, obrigado pela linda noite” disse por cima do ombro de sua filha.
Marley tinha ido ao Merlotte‟s para ver se podia tirar alguma informação sobre mim, o
escutei claramente em sua mente. Ele encontrou alguns dados soltos. Falou com Arlene, o
qual era mau; e também com nosso atual cozinheiro e chofer, o qual era bom. Além disso
alguns clientes. Contava, então, com um repórter para entregar bastante variedades. No
momento em que o carro partiu, Amélia se deixou cair no sofá, aliviada “Obrigada a Deus
que foi embora” disse “Agora você entende o que te dizia?”

“Sim” disse e sentei a seu lado “Ele é dos que gostam de remover as águas, não?”

“Sempre o fez” respondeu “Está tratando de manter nossa relação, mas não compartilhamos
as minhas ideias”

“Seu pai te ama”

“Eu sei. Mas também ama o poder e o controle”

Essa era o forma menos dura de vê-lo.

“E ele não sabe que tem seu próprio tipo de poder”

“Não, não acredita em absoluto nele” disse Amélia “Ele te dirá que é um católico devoto,
mas não é verdade”

“De certa maneira, isso é bom” disse “Se ele acreditasse em seu poder de bruxa, tentaria que
você fizesse todo tipo de coisa para ele. E aposto que você não gostaria de fazer muitas
delas” deveria me morder a língua, mas Amélia não se ofendeu.

“Você tem razão” disse “Não gostaria de lhe ajudar a desafogar sua agenda. É capaz de fazer
isso sem minha ajuda. Se me deixasse em paz estaria satisfeita. Sempre está tratando de
melhorar minha vida embaixo de seus términos. Realmente eu me encontro bem”

“Quem era a que ligou quando estavas em Nova Orleans?” ainda que já soubesse, pretendi
que não “Fant era seu sobrenome, não?”

Amélia estremeceu “Octavia Fant é minha mentora” disse “É a razão pela que deixei Nova
Orlenas. Suspeitei que meu clã me faria algo horrível quando ficaram sabendo do Bob. Ela é
a líder do clã, ou o que resta dele. Se é que resta algo”

“Ups”

“Sim, sério. Agora vou ter que pagar por tudo”

“Acha que virá até aqui?”

“Me surpreende que não esteja aqui agora mesmo”


Apesar do medo expressado por Amélia, ela tinha estado muito preocupada pelo bem-estar
de sua mentora depois do Katrina. Tinha se esforçado para rastrear-la, ainda quando não
queria que Octavia a encontrasse. Amélia temia ser descoberta, especialmente se Bob seguia
em sua forma de gato. Me comentou que suas tentativas com a magia transformacional
seriam considerados mais severamente porque apenas era uma interna, ou algo do estilo... de
qualquer forma estava um degrau acima do noviciado. Amélia não questionava a estrutura
das bruxesca.

“Não pensou em dizer a seu pai que não revelasse seu paradeiro?”

“Lhe pedir isso teria movido tanto sua curiosidade, que teria sido capaz de destroçar minha
vida inteira tão só para saber porque pedi isso. Nunca pensei que Octavia o chamaria, já que
ela sabe como estão as coisas com ele”

As coisas estão tensas, por dizer de forma agradável.

“Esqueci de te dizer algo” Amélia disse abruptamente “Falando de ligações telefônicas, Eric
te ligou”

“Quando?”

“À noite. Antes que chegaras . trarias tantas noticias quando você chegou que esqueci de te
dizer. Além disse, você disse que ia ligar para ele. E estava alterada porque meu pai vinha
para cá. Desculpa, Sookie. Te prometo que escreverei um nota na próxima vez”

Essa não era a primeira vez em que Amélia tinha esquecido de me dar um recado. Não estava
contente, mas já era águas passadas e nosso dia tinha sido o suficientemente estressante.
Desejei que Eric tivesse descoberto o dinheiro que a rainha me devia pelos serviços
prestados em Rhodes. Não tinha recebido nenhum cheque ainda, e odiava incomodar-la
desde que foi ferida gravemente.

“Fangtasia, o bar da mordida” disse Clancy

Oh, genial. Eu vampiro menos favorito. Formulei minha petição cuidadosamente “Clancy,
sou Sookie. Eric me pediu que retornasse a ligação”

Houve um momento de silêncio. Estava disposta a apostar que Clancy estava tentando
encontrar uma maneira de bloquear meu acesso a Eric. Não soube como “Um momento”
disse. Houve uma breve pausa no que escutava „Strangers in the nigth‟. E então Eric pegou o
telefone.

“Alô?” disse

“Desculpa não te ligar antes. Apenas recebi sua mensagem agora. Você ligou para falar sobre
meu dinheiro?”
Um momento de silencio “Não, liguei por outra razão completamente diferente. Você sairia
comigo amanhã de noite?”

Fiquei olhando o telefone. Não conseguia pensar de forma coerente.

Finalmente disse “Eric, estou saindo com Quinn”

“Faz quanto tempo que não o vês?”

“Desde Rhodes”

“Quanto tempo não sabes dele?”

“Desde Rhodes” minha voz soava cortada. Não estava disposta a falar com Eric sobre isso,
mas tínhamos compartilhado sangue em muitas ocasiões, tínhamos um laço mais estreito do
que eu queria. De fato, desprezava nosso vinculo, o qual fomos obrigados a criar. Mas
quando escutava sua voz me sentia feliz. Quando estava com ele, me sentia linda e feliz. E
não tinha nada que pudesse fazer a respeito.

“Acho que você pode me conceder uma noite” disse Eric “Não parece que Quinn tenha te
reservado”

“Isso foi mesquinho”

“Quinn é o cruel, prometendo que estaria aqui e logo não cumprindo sua palavra” havia algo
escuro na voz de Eric, um tom de ira.

“Sabe o que aconteceu com ele?” perguntei “Sabe onde está?

Houve silêncio “Não” Eric disse amavelmente “Não sei. Mas há alguém no povoado que
quer te ver. Prometi que arrumaria o encontro. Gostaria de te levar a Shreveport”

Assim que essa não era um encontro.

“Te referes a esse tipo, o Jonathan? Ele viu o casamento e se apresentou. Tenho que admitir
que não me interessou o tipo. Espero que não te ofendas, se é que é amigo seu”

“Jonathan? Que Jonathan?”

“Falo do tipo asiático, talvez tailandês? Esteve presente de noite no casamento dos
Bellefleur. Disse que queria me ver porque estava ficando em Shreveport e tinha ouvido
muitas coisas sobre mim. Ele disse que falaria com você. Como bom vampiro visitante”

“Não o conheço” disse Eric. Sua voz soou muito mais cortante “Perguntarei aqui no
Fangtasia para saber se alguém o viu. E apressarei a rainha sobre seu dinheiro, ainda que
ela... não é a de antes.
Fiz um gesto estando no telefone “Suponho” disse “Quem vou ver? E onde?”

“Terei que deixar que o quem seja sendo um mistério” disse Eric “Sobre o aonde, iremos
jantar em um lindo restaurante. O tipo de lugar que você chama de algo formal”

“Você não vai comer. O que fará enquanto?”

“Eu os apresentarei e ficarei todo o tempo que me necessitem”

Um restaurante muito concorrido deveria ser adequado “Está bem” disse não muito
gentilmente “Saio do trabalho às 18 ou 18:30”.

“Estarei aí as 19”

“Me dê até às 19:30. Necessito me trocar” sei que soei mal humorada, era exatamente como
me sentia. Odiava o grande mistério em torno deste encontro.

“Te sentirás melhor quando me vejas” disse.

Maldição, estava certo.

Revisei qual era a palavra do dia em meu calendário enquanto esperava a chapinha
esquentava para alisar meu cabelo – afeminado – Hum.

Como não sabia em qual restaurante iríamos, nem quem ia ver, escolhi a opção mais cômoda
para vestir, que era a camiseta azul céu que Amélia tinha dito que ficava grande nela, e uma
calça preta, com sapatos pretos de salto. Não uso muitas jóias, assim que uma corrente e
argolas de ouro eram suficientes para mim. Tinha tido um dia muito difícil no trabalho, mas
a curiosidade sobre o que aconteceria no jantar evitou que me sentisse cansada.

Eric foi pontual, e eu senti (surpresa) um súbito prazer ao ver-lo. Não acho que era só o
vinculo de sangue entre nós. Ancho que qualquer mulher heterossexual sentiria um súbito
prazer ao ver o Eric. Ele é um homem alto, e em sua época com certeza o consideravam
quase como um gigante. Estava feito para segurar uma espada e acabar com seus inimigos. O
cabelo dourado de Eric brotava desde sua poderosa testa como uma cabeleira de leão. Não
tinha nada afeminado nele; e nada etereamente lindo. Ele era todo masculino.
Eric se inclinou para me dar um beijo na bochecha. Me senti protegida e segura. Esse era o
efeito que Eric causava em mim depois de ter trocado sangue por mais de três vezes.
Compartilhar sangue não tinha sido questão de gosto, se não necessidade – pelo menos isso
eu pensava – mas o preço pago era excessivo. Agora tínhamos um vinculo, e quando ele
estava perto, eu me sentia ridiculamente feliz. Tratei de desfrutar a sensação, mas foi meio
difícil saber que não era algo natural.

Eric veio em seu Corvette, o que me fez sentir mais contente de vestir calça. Entrar e sair de
um Corvette era um procedimento sumamente difícil se estás de vestido. Quis conversar um
pouco durante o caminho a Shreveport, mas Eric se manteve em silencio. Tratei de perguntar
sobre Jonathan, o misterioso vampiro que esteve no casamento, mas Eric disse: “Falaremos
disso depois. Não o viu de novo, verdade?”

“Não” disse “Devo esperar sua visita outra vez?”

Eric moveu a cabeça. Teve uma pausa incomoda. Pela maneira em que estava apertando o
volante, podia apostar que Eric estava pensando como dizer algo que não queria dizer.

“Fico feliz por você que pareça que Andre não sobreviveu a explosão” disse

O filho mais querido da rainha, Andre, tinha morto durante a explosão em Rhodes. Mas não
foi a bomba que o matou. Quinn e eu sabíamos o que tinha causado sua morte: um grande
pedaço de madeira que Quinn tinha enfiado em seu coração quando o vampiro estava
desprotegido. Quinn tinha matado Andre por mim, porque ele sabia que Andre tinha planos
para mim que me fazia tremer de medo.

“Estou segura que a rainha sentirá sua falta” disse cuidadosamente.

Eric me dirigiu uma olhada “A rainha está muito afligida” disse “E sua recuperação tardará
vários meses mais. O que estava por dizer...” sua voz ia se apagando.

Este não parecia o Eric “O quê?” perguntei

“Você salvou minha vida” disse. Virei para lhe olhar, mas ele seguia olhando para frente, na
estrada. “Você salvou minha vida, e também a vida de Pam”

Me movi me sentindo um pouco incomoda. “Bom, sim” falhei ao articular uma frase. O
silêncio se alargou, até que pensei que deveria acrescentar algo mais “Nós realmente temos
este laço de sangue”

Eric não respondeu por um breve momento “Não foi por isso pelo que você foi me acordas
quando o hotel explodiu” disse “Mas não falaremos mai sobre isso. Você tem uma grande
noite pela frente”

Sim chefe; sussurrei para mim mesma.


Estávamos em uma parte de Shreveport que não conhecia bem. Estava afastada da zona
comercial principal com a que estava familiarizada. A vizinhança onde nos encontrávamos
contava com casas enormes com grama cuidada. Os negócios eram pequenos e caros... o que
os motoristas chamavam „butique‟. Nos estacionamentos perto de um grupo dessas lojas.
Estava disposto em forma de L, e o restaurante era a parte traseira dessa L. Se chamava Les
Deux Poissons.

“Não se preocupe, você está linda” disse Eric em voz baixa. Se inclinou para tirar meu cinto
de segurança (para minha surpresa), e ao tratar de voltar a sua posição, me beijou outra vez,
mas desta vez na boca. Seus brilhantes olhos azuis brilharam em seu pálido rosto. Parecia
como se tivesse uma desculpa na ponta da língua. Mas engoliu e saiu do carro, caminhou até
meu lado para abrir minha porta. Talvez não era a única com a que funcionava com este
vinculo, ein?

Toda esta tensão fez me dar conta de que algo importante estava a ponto de acontecer, assim
que comecei a ter medo. Eric pegou minha mão indo para o restaurante, e distraidamente
roçou minha palma com seu polegar. Me surpreendeu descobrir que tinha uma linha direta
que ia de minha mão a mim, minha partezinha.

Entramos no restaurante. Havia uma pequena fonte e uma tela que bloqueava a vista dos
comensais. A mulher parada no pedestal era linda e negra, com seu cabelo rasurado muito
colado com seu crânio. Estava com um vestido laranja e marrom, e os saltos mais altos que
já tinha visto. Poderia ser que também estivesse usando sapatos reforçados. A olhei de perto,
e provei com captar alguma impressão de sua mente e descobri que era humana. Sorriu
intensamente a Eric, e teve o tato de compartilhar esse mesmo sorriso comigo.

“Mesa para dois?” perguntou.

“Não, uma pessoa está nos esperando” disse Eric

“Oh, o cavalheiro...”

“Sim”

“Por aqui, por favor” seu sorriso foi mudou quase por um de inveja. Ela virou e
graciosamente caminhou para as profundidades do restaurante. Eric me fez um sinal para que
a seguisse. O interior estava bastante escuro, as velas tiritavam sobre as mesas, as quais
estavam cobertas com toalhas de mesa brancos e com guardanapos dobrados muito
elaboradamente.

Meus olhos estavam cravados nas costas da hostess, assim que quando dez uma pare, não me
dei conta imediatamente de que havia parado junto a mesa na que íamos sentar. Foi para um
lado. De frente para mim o homem encantador que conheci no casamento duas noites atrás.

A hostess virou sobre seus altíssimos saltos, e tocou o respaldo da cadeira na que estava o
homem para indicar que eu deveria me sentar ali e nos disse que em um momento enviaria o
garçom. O homem se levantou para me ajudar a acomodar minha cadeira. Olhei para Eric.
Ele assentiu para me fazer ver que tudo estava bem. Me deslizei na cadeira e o homem a
empurrou para frente com uma sincronia perfeita. Eric não sentou. Queria que ele me
explicasse o que estava acontecendo, mas não falou. Se via quase triste. O homem lindíssimo
me via intensamente “Filha” disse para chamar minha atenção. Então colocou para trás seu
comprido e dourado cabelo. Nenhum dos demais comensais podia ver o que estava me
mostrando.

Sua orelha era pontiaguda. Ele era uma fada.

Eu conhecia outras duas fadas. Mas elas evitavam os vampiros a todo custo, porque seu
cheiro era tão embriagador para os vampiros como mel para um urso. De acordo com um
vampiro que estava dotado com excepcional sentido do olfato, eu tinha um vestígio de
sangue de fada.

“Está bem” He disse para que se desse conta de que tinha percebido suas orelhas

“Sookie, este é Niall Brigant” disse Eric. O pronunciou como Nai-al. “Ele falará contigo
durante o jantar. Estarei lá fora se necessitar de mim” fez uma espécie de reverencia rígida
para o fada, e logo se foi.

Vi Eric ir, e me senti jogada em uma corrente de ansiedade. Então notei que tinha uma mão
em cima da minha. Levantei o olhar e encontrei com os olhos do fada.

“Como ele mencionou antes meu nome é Niall” sua voz era suave, assexuada, ressonante.
Seus olhos verdes, do verde mais profundo que possas imaginar. Na luz tiritante, a cor pouco
importava, era a profundidade que notavas. Sua mão sobre a minha era como uma pluma,
mas muito quente.

“Quem é você?” perguntei, sem o propósito de que repetisse seu nome.

“Sou seu bisavô” Niall Brigant disse.

“Oh, merda” disse e cobri a boca com minha mão. “Desculpe, eu só...” sacudi minha cabeça.
“Bisavô?” disse tratando de me acostumar com a ideia. Niall Brigant fez uma careta muito
delicada. Em um homem real teria sido visto como afeminado, mas em Niall não.

Muitas crianças em nosso terreno perto do bosque chamam seus bisavôs de „Papo‟. Gostaria
de ver como reagiria frente a isso. Essa idéia me ajudou a voltar a mim mesma.

“Por favor, me explique” disse muito educadamente. O garçom veio para perguntar que
íamos tomar e recitar os especiais do dia. Niall pediu uma garrafa de vinho, e lhe disse que
gostaria de provar o salmão. Não me consultou. Arbitrário.

O jovem assentiu fortemente “Excelente escolha” disse. Ele era um lobisomem, e ainda que
eu esperava que sentisse curiosidade por Niall (quem era um ser sobrenatural não muito
comum de encontrar, depois de tudo), parecia estar mais interessado em mim. Atribui isso a
juventude do garçom e a minha beleza.
Verão, aqui está o raro desta reunião como auto-proclamado parente: nunca duvidei de sua
honestidade. Este era meu verdadeiro bisavô e ter conhecimento disso foi fácil de acomodar
uma peça de quebra-cabeça.

“Te contarei tudo” disse Niall. Muito lentamente, telegrafando suas intenções, se inclinou e
me beijou na bochecha. Sua boca e seus olhos se enrugaram quando seus músculos faciais se
moveram para elaborar o beijo. A fina teia de arrugas não lhe restou beleza, ele era como
uma sede muito velha ou uma pintura feita por antigo pintor. Era uma grande noite para ser
beijada.

“Quando ainda era jovem, talvez a uns quinhentos ou seiscentos anos, costumava andar entre
os humanos” disse Niall “E de vez em quando, como todo homem, conhecia a alguma
mulher que me parecia atrativa”.

Dirigi uma olhada ao redor de nós para que não parecesse que só se via ele a cada segundo, e
notei algo estranhos: ninguém prestava atenção em nós mais que o garçom. Quero dizer, nem
sequer uma olhada casual pousava sobre nós. Nem nenhum cérebro humano registrava nossa
presença. Meu bisavô se deteve enquanto fazia isto e continuou a explicação quando terminei
de avaliar a situação.

“Um dia vi uma mulher assim no bosque, seu nome era Einin. Ela pensou que eu era um
anjo” guardou silêncio por um momento “Era encantadora” disse “Ela era alegre, feliz e
verdadeira” os olhos de Niall estavam fixos em minha cara. Me perguntei se ele pensava que
eu era como Einin: verdadeira. “Eu era suficientemente jovem para me apaixonar,
suficientemente jovem para ignorar o inevitável fim de nossa conexão conforme ela
envelheceria e eu não. Mas Einin ficou grávida, o qual foi uma emoção. Fadas e humanos
não se reproduzem muito seguido. Einin deu a luz a gêmeos, o qual é muito comum entre as
fadas. Einin sobreviveu ao parto, pois naquele tempo não era muito seguro. Chamou a nosso
filho mais velho de Fintan. O segundo era Dermot”.

O garçom trouxe o vinho, e fui arrancada do feitiço em que a voz de Niall me havia mantido.
Era como estar sentada ao lado de uma fogueira no bosque ouvindo a narração de uma antiga
lenda, e logo zás! De volta aqui no moderno restaurante de Shreveport, Louisiana, com gente
a nosso redor que não tem nem idéia do que acontece. Automaticamente levantei minha taça
e tomei um gole de vinho. Senti que tinha o direito de fazer-lo.

“Fintan, metade fada, foi seu avô por parte de seu pai, Sookie” Niall disse.

“Não. Eu conheci meu avô” notei que minha voz tremia um pouco, mas ainda soava
tranqüila “Meu avô foi Mitchell Stackhouse, se casou com Adele Hale. Meu pai era Corbett
Hale Stackhouse, e ele e minha mãe morreram em uma inundação quando eu era criança.
Então fui criada por minha avó Adele”. Ainda que lembrasse o vampiro do Mississipi, quem
me havia dito que detectava em mim um vestígio de sangue de fada, eu pensei que esta
provinha de meu bisavô, não podia mudar a imagem do que para mim era minha família.

“Como era sua avó?” Niall perguntou.


“Ela me criou quando não tinha porque fazer-lo” disse “Aceitou a mim e meu irmão em sua
casa, e se esforçou para nos criar bem. Aprendemos tudo dela. Ela nos amou. Ela teve dois
filhos que perdeu, mas ainda assim se manteve forte por nós”.

“Ela foi linda quando era jovem” disse Niall. Seus olhos permaneceram fixos em meu rosto
como se tentassem encontrar em sua bisneta algum traço de essa beleza.

“Suponho” disse não muito segura. Você não pensa em sua avó em términos de beleza, ao
menos normalmente.

“A vi depois que Fintan a engravidou” Niall disse “Era encantadora. Seu marido confessou
que não podia lhe dar filhos. Teve caxumba em uma idade inconveniente. Isso e uma doença,
não?” assenti. “Ele conheceu Fintan um dia enquanto batia no tapete para tirar o pó no
jardim traseiro onde você vive atualmente. Ele lhe pediu um copo de água. Se apaixonou
nesse mesmo momento. Ela desejava tanto ter filhos, e ele lhe prometeu que os daria”

“Você disse que as fadas e a gente normalmente não eram férteis quando tentavam se
reproduzir”

“Mas Fintan era só metade fada. E ele já sabia que podia dar um filho a uma mulher” Niall
torceu a boca “A primeira mulher que amou morreu durante o paro, mas sua avó e seu filho
foram sortudos, e dois anos depois foi capaz de dar a luz a uma filha de Fintan”

“Ele a estuprou” disse, quase desejando que tivesse sido assim. Minha avó era a mulher mais
autentica que tinha conhecido. Não podia a imaginar enganando alguém, ela prometeu diante
de Deus ser fiel a meu avô.

“Não, não o fez. Ela desejava ter filhos, ainda que não queria ser infiel a seu marido. Fintan
não se importava com os sentimentos dos demais, e ele a desejava desesperadamente” disse
Niall “Mas ele nunca foi violento. Ele não poderia ter estuprado ela. Sem embargo, meu filho
sabia convencer as mulheres, inclusive se o que propunha ia contra sua moral... E ele era
lindo com ela”

Tratei de imaginar a mulher que ela tinha sido na avó que conheci, e não pude.

“Como era seu pai, meu neto?” Niall perguntou

“Era lindo” disse “Trabalhador. Era um bom pai”

Niall sorriu um pouco “O que sua mãe sentia por ele?” essa perguntou cortou em seco as
recordações quentes que tinha de meu pai.

“Ela, eh, ela estava completamente apaixonada e era dedicada a ele” talvez até dispensando
seus próprios filhos.

“Estava obcecada?” o tom de Niall não era sentencioso se não de certeza, como se
conhecesse minha resposta.
“Muito possessiva” admiti “Podia notar isso, ainda que apenas tinha sete anos quando eles
morreram. Acho que cheguei a pensar que era normal. Ela de verdade queria lhe dar sua
atenção. As vezes Jason e eu a atrapalhávamos, e lembro que ficava muito ciumenta” tratei
de fazer parecer como se isso me causara graça, como se minha mãe foi tão ciumenta de meu
pai, era algo encantador.

“Era a parte fada nele a que a atraia tão fortemente” disse Niall “Causa esse efeito em alguns
humanos. Ela viu algo sobrenatural nele que a cativou. Me diz, foi uma boa mãe?”

“Ela tentou muito” sussurrei.

Sim ela havia tentado. Em teoria, minha mãe tinha sabido como ser uma boa mãe. Ela sabia
como uma boa mãe agia a respeito de seus filhos. Exigiu a si mesma fazer tudo isso. Mas
todo seu verdadeiro amor guardava a meu pai, a quem o desconcertava a intensidade de sua
paixão. Agora de adulto posso ver isso. De criança confusa e feria.

O homem ruivo lobisomem trouxe nossa salada e a colocou na nossa frente. Queria nos
perguntar se necessitávamos algo mais, mas estava muito assustado. Detectou a atmosfera na
mesa.

“Porque você decidiu vir me conhecer agora?” perguntei “Desde quando você sabe de minha
existência?” coloquei o guardanapo em meu colo e me detive aí segurando o garfo. Devia dar
uma mordida. Durante minha criação de não desperdiçar foi algo que foi incluído pela minha
vó, que teve sexo com um fada (quem rondava pelo pátio como um cachorro de rua).
Suficiente sexo, pelo tempo suficiente para ter filhos.

“Tive conhecimento da existência de sua família por sessenta anos. Mas meu filho Fintan me
proibiu ver todos” cuidadosamente, colocou um pouco de tomate em sua boca. O manteve aí.
Pensou e mastigou. Ele comia de forma em que eu faria se estivesse visitando um restaurante
Índio ou Nicaragüense.

“O que mudou?” perguntei, ainda que imaginasse “Teu filho está morto”

“Sim” disse e deixou o garfo “Fintan está morto. Depois de tudo ele era metade humano. E
viveu por setecentos anos”

“Se supunha que devia ter alguma opinião sobre isto? Me senti tão paralisada como se Niall
tivesse injetado novocaina em meu centro emocional. Provavelmente deveria ter perguntado
como meu avô tinha morrido, mas não pude me atrever de fazer.

“Assim que você decidiu vir e me contar tudo isto – porquê?” estava orgulhosa do calma que
parecia.

“Estou velho, inclusive para minha raça. Gostaria de te conhecer. Não posso te compensar
pela forma que sua vida tomou devido a herança que Fintan de deixou. Mas tratarei de fazer-
la um pouco mais fácil, se você me permitir”
“Você pode eliminar minha telepatia?” perguntei

“Estás me perguntando se posso remover algo enraizado das fibras de seu ser” Niall disse
“Não, não posso fazer isso”

Afundei na cadeira “Pensei que podia perguntar” disse, lutando por conter as lágrimas.
“Então me concederás três desejos, ou isso só acontece com os gênios?”

Niall me contemplou seriamente “Não desejarias conhecer um gênio” disse “E eu não sou
um objeto. Sou um príncipe”

“Desculpa” disse “Estou tendo muitos problemas para digerir isso... Bisavô” não lembrava
de meus bisavôs humanos. Meus avôs – está bem, suponho que um deles não foi meu
verdadeiro avô – não pareciam nem agiam para nada com esta linda criatura. Meu avô
Stackhouse tinha morrido fazia dezesseis anos, e os pais de minha mãe fizeram antes de que
eu entrasse na adolescência. Assim que, tinha conhecido minha avó Adele muito melhor que
a qualquer dos outros, de fato inclusive muito melhor do que tinha conhecido a meus pais.

“Ei” disse “Como é que Eric me buscou por você? É um fada depois de tudo. Os vampiros
ficam loucos quando cheiram as fadas”

De fato a maioria dos vampiros perdem eu autocontrole quando estão perto das fadas. Só um
vampiro muito disciplinado pode se comportar quando uma fada entra em seu radar olfativo.
Minha madrinha fada, Claudine, se aterrorizava com a idéia de estar perto de um chupa-
sangue.

“Posso suprimir minha essência” disse Niall “Podem me ver, mas não me cheirar. É um tipo
de magia prática. Inclusive posso evitar que os humanos me notem, como você já terá se
dado conta”

A maneira em que me disse isto me fez saber que não só era muito ancião e poderoso, se não
que além disso era muito orgulhoso.

“Você me mandou Claudine?” perguntei.

“Sim. Espero que tenha sido útil. Só a gente metade fada pode manter uma relação com uma
fada. Eu sabia que a necessitavas”.

“Oh, sim, ela salvou minha vida” disse “Tem sido maravilhosa” inclusive havia me levado
de compras “São todas as fadas tão simpáticas como Claudine, ou tão lidas como seu irmão?

Claude, striper e agora empresário, era tão lindo como um homem podia chegar a s~e-lo e
tinha a personalidade de um nabo.

“Querida” disse Niall “Todos somos lindos para os humanos, mas algumas fadas são muito
desagradáveis”
Bem aqui vinha a parte má. Sentia que descobrir que tinha um bisavô quem era um fada de
puro sangue eram boas notícias, desde o ponto de vista de Niall – mas isso não era
completamente certo. Agora vinham as más notícias.

“Passaram muitos anos sem que você tivesse sido descoberta” disse Niall “em parte porque
isso era o que Fintan queria”

“Mas ele me vigiava?” quase senti uma sensação quente em meu coração quando escutei
isso.

“Meu filho tinha remorso por ter condenado a duas crianças na metade de existência dentro,
metade fora que ele experimentou ao não ser completamente um fada. Temo que os outros de
nossa raça não eram agradáveis com ele” o olhar de meu bisavô estava fixo “Fiz tudo que
pude para o defender, mas não foi o suficiente. Fintan também descobriu que não era o
suficiente humano para passar por um, ao menos, não por mais de um breve período de
tempo”

“Você não parece assim normalmente?” perguntei muito curiosamente.

“Não” e por um segundo vi uma luz que cegava na que Niall estava envolvido, lindo e
perfeito. Com razão Einin tinha pensado que ele era um anjo.

“Claudine me disse que estava trabalhando para conseguir sua ascensão” disse “O que queria
dizer com isso” esta conversa me tinha confundido. Sentia como se esta informação tivesse
me derrubado com um golpe, e eu estivesse tratando de me reanimar emocionalmente. Não
estava tendo êxito nisso.

“Não deveria ter te dito isto” disse Niall. Deliberou consigo mesmo dois ou três segundos
antes de continuar “Os metas são humanos com uma distorção genética, os vampiros são
humanos mortos que foram transformados em algo diferente, mas as fadas possuem só uma
forma básica em comum com os humanos. Há muitos tipos de fadas – desde a grotescas
como os trasgos, até as lindas como nós” disse isto de forma natural.

“Os anjos existem?”

“Os anjos são outra forma mais. Uma que há sofrido uma grande transformação física e
moral. Pode levar cem anos para se converter em um anjo”.

Pobre Claudine.

“Mas é suficiente” disse Niall “Quero saber coisas de você. Meu filho me manteve longe de
seu pai e sua tia, e depois de seus filhos. Para quando ele morreu já era muito tarde para
conhecer sua prima Hadley. Mas agora posso te ver e te tocar”

O que Niall precisamente fazia de uma forma que não era exatamente humana: quando com
sua mão não tocava a minha, a colocava sobre meus ombros ou minhas costas. Esta não era a
maneira com que os humanos se relacionavam, mas não me machucava. Não me assustei,
como pode ter acontecido, já que antes Claudine tinha se comportado de maneira similar.

“Fintan teve outros filhos ou netos?” perguntei. Teria sido agradável ter mais família.

“Falaremos disso depois” disse Niall, o que ascendeu uma luz de alerta “Agora que me
conheces um pouco” disse “por favor me diga, o que posso fazer por você?”

“Porque terias que fazer algo por mim? Perguntei. Já tínhamos passado pela parte da
conversa sobre o gênio, eu não queria reviver isso.

“Posso dizer que sua vida há sido difícil. Agora que estou permitido te ver, deixe-me te
ajudar de alguma forma”

“Me enviaste Claudine. Ela tem sido de grande ajuda” repeti. Sem a ajuda de meu sexto
sentido, estava me custando muito trabalho entender o estado mental e emocional de meu
bisavô. Estava ainda chorando a perda de seu filho? Como tinha sido na realidade sua
relação? Fintan tinha pensado que nos fazia a todos um bem manter seu pai longe dos
Stackhouse por todos estes anos? Niall era perverso ou tinha más intenções com respeito a
mim? Ele podia ter me feito algo horrível sem necessidade de se incomodar de vir encontrar-
se comigo e pagar por um caro jantar.

“Não me explicará mais, certo?”

Niall sacudiu a cabeça, seus cabelos escorregaram pelos seus ombros como fios de ouro e
prata que tinham sido esticados até alcançar uma magreza incrível.

Tive uma idéia “Pode encontrar meu namorado?” perguntei esperançosa.

“Você tem um homem além do vampiro?

“Eric não é meu homem, mas desde que bebi de seu sangue e ele do meu...”

“É por isso que te abordei por meio dele. Os une um laço”

“Sim”

“Conheço Eric Northman desde faz muito. Pensei que virias se ele te pedisse. Me enganei?

Estava perplexa por sua pergunta “Não, senhor” respondi “Acho que não teria vindo se ele
não tivesse me dito que estava bem que o fizesse. Ele não teria me trazido se não confiasse
em você... Penso isso, pelo menos.

“Você quer que eu o mate? Que coloque fim a seu vinculo?”

“Não!” disse alterada “Não!”


Algumas pessoas viraram para nos olhar pela primeira vez ao escutar minha agitação, a pesar
do truque que usava meu bisavô para passar despercebido.

“O outro namorado” disse Niall enquanto dava outra mordida no salmão “quem é e quando
desapareceu?”

“É Quinn o homem tigre” respondi “Desapareceu depois da explosão em Rhodes. Estava


ferido, mas o vi posteriormente”.

“Soube sobre a Pirâmide” disse Niall “Você esteve lá?

Contei tudo sobre aquilo, e meu recém descoberto bisavô escutou sem julgar nada. Não
estava nem horrorizado nem consternado, também não sentia pena por mim. Isso me
agradou. Tive a oportunidade de reorganizar minhas emoções enquanto falava.
“Sabe o quê?” disse quando fez uma pausa “Ele aparecerá quando ache oportuno, suponho.
Ou talvez não...”

“Mas isso me deixa sem nada que fazer por você” disse meu bisavô.

“Só me dá um vale para outra ocasião” disse sorrindo, e depois tive que lhe explicar o
conceito “Algo sairá. Eu... Posso falar para meus amigos sobre você?” perguntei “Não,
suponho que não”. Não podia me imaginar dizendo a minha amiga Tara que tinha um bisavô
fada. Amélia poderia ser mais compreensiva.

“Quero que mantenhamos nossa relação em segredo” disse “Estou feliz por te conhecer ao
final, e desejo fazer melhor” tocou minha bochecha com sua mão “Mas tenho inimigos
poderosos, e não quero que te usem pata tentar me machucar”

Assenti. Tinha entendido. Mas era algo decepcionante ter um novo parente e não poder falar
sobre ele. A Mao de Niall abandonou minha bochecha para pousar sobre minha mão.

“E o que vai acontecer com Jason?” perguntei “Falará com ele?”

“Jason” disse com desagrado “De alguma forma a chispa de essência o deixou de lado. Seu
que está feito do mesmo material que você, mas nele o sangue se manifesta só na habilidade
para atrair amantes, o que não é muito recomendado. Ele não entenderia nem apreciaria
nossa conexão.

O bisavô soou bastante sério ao dizer isto. Comecei a dizer algo em defesa de Jason, mas
logo fechei a boca. Tinha que admitir, ainda que fosse a mim mesma, que Niall estava certo.
Jason pediria muitas coisas, e não seria discreto.

“Te verei freqüentemente?” perguntei, tratando de soar indiferente. Sabia que estava me
expressando desastradamente, mas não sabia como estabelecer um marco para esta nova
relação.

“Te visitarei tanto como qualquer outro parente o faria” disse.


Tentei imaginar. Niall e eu comendo no Palácio do hambúrguer? Compartilhando um banco
na igreja? Não acredito.

“Acho que há muito que não me disse” mencionei bruscamente.

“Então já teremos algo do que falar na próxima vez que nos encontremos” disse, e piscou
com um desses olhos verde mar. Está bem, não esperava. Me deu um cartão, outra coisa que
não tinha previsto. Simplesmente dizia „Niall Brigant‟, com um número de telefone abaixo
“Você me encontrará neste número quando precisar. Alguém atenderá”

“Obrigada” disse “Suponho que sabe meu telefone”.

Ele assentiu. Pensei que estava a ponto de ir, mas ficou. Parecia tão relutante a partir como
eu.

“Assim que” disse, aclarando minha garganta. “O que faz todos os dias?” não podia explicar
o estranho e fantástico que era estar com um membro de minha família. Só tinha Jason, e não
era precisamente o tipo de irmão muito apegado ao que contavas tudo. Não podia nem
contar, nem conviver com ele. Era algo que nunca aconteceria.

Meu bisavô respondeu a pergunta, mas quando depois tratei de lembrar sua resposta, não
pude tirar nada em claro. Suponho que se dedicava a fazer o que todos os príncipes fada
secretos faziam. Me falou de ser dono de um banco ou dois; uma companhia que se dedicava
a fabricar moveis para jardim; e – isto me pareceu estranho – de uma companhia que criava e
testava medicina experimental.

O olhei um pouco incrédula “Remédios para humanos” disse para estar segura de que tinha
entendido bem.

“Sim, em sua maioria” respondeu “Mas alguns dos químicos fazem coisas especiais para
nós”

“Para as fadas”

Assentiu. Ao mover a cabeça o fino cabelo caia marcando seu rosto “Tem muito ferro nestes
dias” disse “Não sei se você percebeu que somos sensíveis a ferro. E se colocássemos luvas
todo o tempo, chamaríamos muita atenção”.

Olhei sua mão direita pousada na minha sobre a branca toalha. Retirei meus dedos e rocei
sua pele. Parecia estranhamente suave.

“É como uma luva invisível” disse

“Exato” assentiu. “É uma de suas formulas. Mas já é suficiente de falar sobre mim”

Justo quando estava ficando interessante, pensei. Mas entedia que meu bisavô não tinha
porque me confiar todos seus segredos ainda.
Niall me perguntou sobre meu trabalho, meu chefe e minha rotina, como todo bisavô faria.
Ele não gostava da idéia de sua bisneta trabalhar, mas não lhe incomodava que o fizesse em
um bar. Como já tinha dito entes, Niall era difícil de ler. Seus pensamentos eram unicamente
seus, sem embargo, notei que, de vez em quando, parava enquanto falava.

Comemos nosso jantar eventualmente; e quando olhei meu relógio, me surpreendi de quanto
tempo tinha passado. Devia ir. Tinha que trabalhar no dia seguinte. Me desculpei e lhe
agradeci (ainda que me fazia tremer pensar nele nesses términos) pelo jantar e me inclinei
titubeante para beijá-lo na bochecha ao mesmo tempo que ele me beijava. Ele pareceu conter
o fôlego enquanto o fazia. Sua pele era suave e lustrosa debaixo de meus lábios como uma
ameixa sedosa. Ainda que se via como humano, não se sentia assim. Se levantou quando fui,
mas não se moveu da mesa – para pagar a conta, suponho. Sai sem registrar tudo o que meus
olhos viram no caminho. Eric me esperava no estacionamento. Tinha estado bebendo Sangue
Verdadeiro, e preparava o carro, o qual estava estacionado debaixo de um poste. Estava
esgotada.

Não me dei conta do estressante que tinha resultado o jantar com Niall até que estive longe
de sua presença. Ainda que passei todo o jantar sentada em uma cadeira muito cômoda, me
sentia tão cansada como se tivesse estado correndo. Niall tinha conseguido ocultar de Eric
seu cheiro no restaurante, mas vi pela fenda de seu nariz que a embriagante essência tinha
colado em mim. Extático, Eric fechou os olhos, e lambeu os lábios. Me senti como um bife
na frente de um cachorro faminto.

“Corta essa” disse. Não estava de humor.

Com grande esforço Eric se controlou “Quando você cheira assim” disse “Só quero te pegar,
te morder e me esfregar contra você”

Era compreensível, e não negarei que por um segundo (dividido equitativamente em luxuria
e medo) imaginei na atividade. Mas tinha coisas mais importantes no que pensar.

“Para” disse “Quanto você conhece sobre as fadas além de seu sabor?”

Eric me olhou limpamente “Eles são adoráveis, homens e mulheres por igual. Incrivelmente
rudes e ferozes. Não são imortais, mas vivem por muito anos, ao menos que algo lhes
aconteça. Por exemplo, pode matá-los com ferro. Há outras maneiras de fazer-lo, mas são
mais complicadas. Gostam de manter suas relações limitadas em sua mesma espécie.
Preferem os climas temperados. Não sei que bebem ou comem quando se encontram entre
seus pares. Provam a comida de outras culturas; inclusive vi uma fada provar sangue. Tem
um conceito de si mesmos mais elevados do que deveriam. E quando dão sua palavra, a
cumprem” parou um momento para pensar “Usam diferentes tipos e magia. Nem todos
podem fazer o mesmo. E são bastante mágicos. Está em sua essência. Seu único Deus é sua
raça, já que freqüentemente são confundidos como deuses. De fato, alguns adotaram as
qualidades de uma dádiva”.

O olhei boquiaberta “O que você quer dizer?”


“Bom, não quero dizer que sejam sagrados” disse Eric “Quero dizer, que as fadas que
habitam nos bosques se identificam entre eles tão profundamente que ao machucar um,
forçadamente machucamos ao outro. Assim que sofreram a perda de muito. Obviamente, nós
os vampiros não estamos ao tanto das políticas e as questões se sobrevivência das fadas, já
que somos perigoso para elas... simplesmente porque as encontramos embriagadoras”.

Nunca teria perguntado a Claudine nada disto. Por uma parte, ela não gostava de falar sobre
ser uma fada, e quando se abria era quando eu estava em apuros e só tinha cabeça para meus
problemas. Outra coisa mais, eu imaginava que tinha só um punhado de fadas soltas no
mundo, mas Eric estava me dizendo que em um tempo houve tantas como os vampiros, mas
agora estavam em extinção.

Em contraste, os vampiros – pelo menos nos Estados Unidos – estavam em alta. Tinha três
projetos de leis no caminho ao congresso que falavam sobre a imaginação de vampiros.
Estados unidos tinham a honra (junto com o Canadá, Japão, Noruega, Suécia, Inglaterra e
Alemanha) de ser um país que tinha respondido com relativa calma na Grande Revelação.

A noite da cuidadosamente orquestrada Grande Revelação, vampiros de todo o mundo


apareceram na televisão, a rádio, em pessoa, ou pelo meio mais conveniente dependendo do
lugar onde se encontraram, com o fim de dizer aos humanos: Ei! Existimos! Mas não somos
uma ameaça! O sangue sintético japonês satisfaz nossas necessidades nutricionais”.

Os seis anos transcorridos desde aquela noticia, serviram de aprendizagem. Essa noite
acrescentei uma grande quantidade de informação e minha bodega de conhecimentos
sobrenaturais.

“Assim que os vampiros levam vantagem” disse.

“Não estamos em guerra” respondeu Eric “Não estivemos já faz séculos”

“Então os vampiros e as fadas lutaram no passado? Quero dizer, no campo de batalha.

“Sim” disse Eric “E se voltássemos fazer, o primeiro que terminaria seria Niall”

“Porquê?”

“Ele é muito poderoso no mundo das fadas. Muito mágico. Se é sincero em seu desejo de te
proteger, você é sortuda e não é ao mesmo tempo” Eric ligou o carro, e saímos do
estacionamento. Não vi Niall sair do restaurante. Talvez desapareceu na mesa. Espero que
tenha pagado a conta antes.

“Acho que tenho que te pedir que me expliques isso” disse. Mas tive a sensação de que
realmente não queria saber a resposta.

“Tempos atrás, tinham milhares de fadas nos Estados Unidos” disse Eric “Agora, só há
centos. Mas as que restam são sobreviventes muito resolvidos. E nem todos são amigos do
príncipe”
“Oh, que ótimo. Necessitava mesmo outro grupo sobrenatural que me detestasse”
resmunguei.

Nos deslizamos em silêncio pela noite, nos dirigíamos de volta a interestadual que nos
levaria ao leste de Bon Temps. Eric parecia muito pensativo. Eu também tinha muito com
que alimentar meus pensamentos. Descobri que, por tudo, me sentia cautelosamente feliz.
Era bom ter uma espécie de bisavô tarde. Niall parecia genuinamente ansioso de estabelecer
uma relação comigo. Ainda tinha um monte de perguntas por fazer, mas podiam esperar até
que nos conhecêssemos melhor.

O Corvette de Eric podia correr muito rápido, e Eric não estava respeitando o limite de
velocidade da inter-estatal. Não me surpreendeu ver as luzes titilantes detrás de nós. Só me
assombrou que o veiculo policial conseguisse nos alcançar.

“Ah, humm” disse e Eric amaldiçoou em uma língua que provavelmente não tinha falado
durante séculos. Mas inclusive o xerife da área Cinco tinha que obedecer nestes dias as leis
humanas, ou ao menos pretender fazer-lo. Eric parou no acostamento.

“Com uma placa tão presunçoso como BLDSKR (= chupa sangue) o que esperava?”
perguntei, sem deixar de desfrutar secretamente do momento. Vi a escura silhueta do oficial
saindo do carro detrás do nosso, caminhava com algo em sua mão – era um tabuleiro e uma
lanterna?

Olhei melhor, e descobri. Meu ouvido captou um grunhido cheio de agressão e medo.

“Lobisomem! Algo acontece” disse e a enorme mão de Eric me empurrou para baixo do
banco, o qual teria evitado mais machucados se o carro não fosse um Corvette.

E então o patrulheiro alcançou a janela e tratou de atirar em mim.

Eric girou para cobrir toda a janela e bloquear todo o carro do objetivo do atirador, e obteve
um tiro no pescoço. Por um terrível momento, Eric afundou no banco, seu rosto ficou sem
expressão e o escuro sangue fluía lentamente por sua branca pele. Eu gritei como se o ruído
pudesse me proteger, e apontou a arma enquanto o homem se apoiava no carro passando por
cima de Eric. Mas foi um idiota de fazer isso. A mão de Eric cravou no pulso do homem, e
Eric começou a apertar. O „patrulheiro‟ começou a proferir alaridos, se sacudindo frenético e
inutilmente com Eric segurando só com sua mão desnuda. A arma caiu sobre mim. Tive
sorte de que não disparasse. Não sei muito de pistolas, mas esta era grande e parecia letal, eu
me incorporei e me dirigi ao atirador apontando com a arma. Ficou congelado no lugar, com
a metade do corpo dentro e a metade fora da janela. Eric tinha quebrado seu braço e o
mantinha em baixo de seu estrito controle. Ele muito idiota deveria ter mais medo do
vampiro que o retinha que da garçonete que apenas sabia disparar com uma arma de fogo,
mas a pistola captava toda sua atenção. Estava segura que tinha ouvido algo se a policia de
trânsito decidisse começar a atirar nos que infringiam o limite de velocidade no lugar de
multar-los.

Então perguntei “Quem é você?”, ninguém podia me culpar se minha voz soou pouco firme.
“Quem te enviou?”

“Eles me enviaram” disse o lobisomem.

Agora que tinha tempo de visualizar os detalhes, pude ver que não levava uniforme de
patrulha de BR. A roupa era da mesma cor, o chapéu também era igual, mas as calças não
eram calças de uniforme.

“Eles quem?” perguntei. Eric cravou suas presas no ombro do lobisomem. Apesar de estar
ferido, Eric ia puxando o falso patrulheiro para o carro polegada por polegada. Parecia justo
que Eric bebesse algo de seu sangue, já que tinha perdido muito do seu por culpa do homem.

O assassino começou a gritar “Não deixe que me transforme em um deles” fez um lamento
para mim.

“Pode ser que tenhas sorte” disse, não porque pensara na realidade as vantagens de ser um
maldito vampiro, se não porque estava segura que Eric tinha algo muito pior em sua mente.
Sai do carro porque não tinha sentido tratar de que Eric o soltasse. Ele não me escutava
quando sua ânsia de sangue era tão forte. Meu vinculo com Eric foi o fator crucial neta
decisão: eu sentia felicidade conseguindo o sangue que necessitava, sentia fúria porque
alguém tentou nos machucar.

Tinha conta de que estes sentimentos normalmente não formavam parte de minha paleta
emocional, soube a quem pertenciam. Além disso, o interior do Corvette estava
desagradavelmente cheio de gente, comigo, Eric, e a maior parte do corpo do lobisomem.
Milagrosamente, não passou nenhum carro enquanto trotei para o veiculo de nosso atacante,
que (para minha surpresa) resultou ser um simples carro branco com um artefato ilegal.
Apaguei as luzes, pressionando e desconectando cada cabo e botão que pude encontrar,
também consegui apagar os intermitentes. Agora já não éramos tão visíveis. Eric já tinha
apagado as luzes do Corvette no momento do encontro. Olhei no interior do carro branco
rapidamente, mas não pude ver nenhum envelope marcado com „Nome de quem me
contratou, no caso de ser capturado‟.

Necessitava uma pista. Pelo menos deveria ter um número de telefone em um pedaço de
papel, um número de telefone que pudesse tratar de buscar em um diretório inverso, isso se é
que soubesse como fazer tal coisa.
Ratos. Caminhei com dificuldade para o carro de Eric ao me deparar com as luzes de um
guincho que passou, que já não tinha pernas fora da janela do motorista. Isso fez com que o
Corvette chamara menos atenção, mas de todo jeito necessitamos sair de ali buzinando.

Olhei fixamente o interior do Corvette e o encontrei vazio. A única lembrança do que tinha
acontecido só era uma mancha de sangue no banco do Eric, tirei um lenço de minha bolsa,
cuspi nele, e esfreguei o sangue para secar-la, não era uma solução muito elegante, mas sim
prática. De repente Eric estava do meu lado, e tive que afogar um grito. Ainda estava
emocionado pelo inesperado ataque, e ele me apoiou contra o carro, movendo minha cabeça
no ângulo correto para me beijar. Senti uma sacudida de desejo e estive a ponto de dizer
„Que inferno, me pega agora, grande Viking‟.

Não era só o sangue que compartilhamos a que inclinava a aceitar seu oferecimento tático, se
não a lembrança do maravilhoso que Eric era na cama. Mas pensei em Quinn e me separei de
boca de Eric com grande esforço. Por um segundo, achei que ele não ia me soltar, mas fez.

“Me deixe ver” disse com voz instável e puxei de sua camisa para procurar a ferida de bala
em seu pescoço. Eric tinha quase terminado de sarar, mas, com certeza, sua camisa estava
ainda encharcada de sangue.

“O que foi que aconteceu?” perguntou “Era um de seus inimigos?”

“Não tenho idéia”

“Atirou em você” disse Eric como se eu fosse um pouquinho lenta. “Queria te matar em
primeiro lugar”

“Mas ele te machucou. O que acontece se queriam te culpar de minha morte?”

Estava tão cansado de ser o objetivo e objeto de todas as suspeitas que tratava de nos
convencer de que Eric era o objetivo real. Mas outra idéia bateu em mim e me agarrei a ela
“E como nos encontrou?”

“Alguém sabia que vínhamos dirigindo de volta para Bon Temps esta noite” disse Eric.
“Alguém que sabia que carro tenho”.

“Não pode ser Niall” disse e a continuação, reconsiderei minha imediata lealdade a meu
auto-proclamado bisavô. Depois de tudo, poderia ter mentido todo o tempo que estávamos na
mesa. Como eu poderia saber? Não podia entrar em sua cabeça. A ignorância de minha
situação me resultava estranho. Mas eu não acreditava que Niall tivesse mentido para mim.

“Não acho que foi o fada” disse Eric. “Mas não deveríamos falar disto na BR. Este não é um
bom lugar para ficarmos” ele tinha razão nisso. Não sabia onde tinha colocado o corpo, e me
dei conta de que realmente não me importava. Um ano antes teria ficado horrorizada deixar
jogado um corpo enquanto fugíamos para longe.
Agora só me alegrou pensar que ele e não que jazia jogado no bosque. Era uma terrível cristã
e uma sobrevivente bastante descente. A medida que dirigíamos na escuridão era consciente
do enorme abismo que se abria justo a meus pés, esperando por mim para que desse o
passinho extra.

Me senti para na borda, encontrava mais e mais difícil ir no certo, quando nada do que
acontecia tinha sentido. Meu cérebro dizia sem piedade nenhuma, você não entende que
Quinn te deixou? Não teria entrado em contato comigo se ainda me considerasse sua
namorada? Não tinha tido sempre um carinhoso sentimento por Eric, o qual tinha feito amor
comigo como um trem em um túnel? Não tinha provas suficiente de que Eric podia me
defender melhor que ninguém? Eu já não podia reunir a energia suficiente como para
surpreender a mim mesma. Mas se te encontras considerando ter um amante por sua
capacidade para te defender, é que uma está muito perto da seleção natural porque pensas
que tem traços desejáveis para transmitir as gerações futuras.

E se desse circunstâncias de que pudesse ter um filho de Eric (pensamento que me fez
tremer) isto estaria primeiro na lista, uma lista por certo que eu não sabia nem sequer que
estivesse pensando. Me imaginei como um pavão real fêmea buscando ao pavão real macho
pelas cores mais bonitas do rabo, ou uma loba que esperava o líder (o lobo mais forte, mais
inteligente, mais valente) da manada para que montara. Ok parei com isso. Sou uma mulher
humana. Estou tentando ser uma boa mulher. Tinha que encontrar o Quinn porque estava
comprometida com ele... mais ou menos. Não, não idiotices!

“No que está pensando Sookie?” Eric perguntou na escuridão “Sua cara refletiu pensamentos
cruzando apressados, mas muito rápidos para seguir-los”

O fato de que ele podia me ver, não só na escuridão se não quando se supunha que estaria
olhando a rua – me exasperou e também me deu medo. Era a prova de sua superioridade,
disse a mulher das cavernas em meu interior.

“Eric, só me leve para casa. Tenho uma sobrecarga emocional”. Ele não falou de novo.
Talvez era sábio, ou talvez o proceso de cura lhe resultava doloroso.

“Teremos que falar em outro momento” disse quando parou em minha rua. Estacionou em
frente a casa, se dirigiu a mim tanto como podia no pequeno automóvel. “Sookie, estou
machucado... Posso?...” ele se inclinou mais, roçando seus dedos sobre meu pescoço.

Com a mesma ideia, meu corpo me traiu. Uma palpitação começou a bater em minha zona
baixa, e isso ia me fazer acabar mal. Um não deveria se emocionar ante a idéia de ser
mordido. Isso é mau, verdade? Apertei meus punhos tanto que minhas unhas feriram minhas
palmas. Agora que podia ver-lo melhor, que o interior do carro estava iluminado com a dura
luz da lâmpada de fora, me dei conta de que Eric estava ainda mais pálido do que o habitual.
Enquanto o olhava, a bala começou a sair da ferida, e ele apoiou suas costas contra o banco,
com os olhos fechados. Milímetro a milímetro, a bala foi expulsa até que caiu em minha mão
que a estava esperando.
Lembrei quando Eric conseguiu que eu chupasse para tirar uma bala de seu peito. Há! Que
farsante era! A bala saiu por conta própria. Minha indignação me fez sentir mais como eu
mesma.

“Acho que você pode esperar chegar em casa” disse, ainda que senti quase um irresistível
impulso de me inclinar mais para ele e oferecer meu pescoço ou meu pulso. Eu apertei meus
dentes e sai do carro. “Você pode para no Merlotte‟s e pegar sangue engarrafado se
realmente precisa”.

“Você é dura de coração” disse Eric, mas não soou verdadeiramente chateado ou me
enfrentando.

“Sou” disse e sorri. “Tem cuidado, ouviu?”

“Com certeza” disse “Não estou muito bem para um policial me parar”.

Eu fui com passo firme para casa sem olhar para trás. Quando estive no interior da porta da
frente e a fechei firmemente detrás de mim, senti um alivio imediato. Graças a Deus. Me
perguntei se eu ia ficar rodeando sempre em torno dele com cada passo que dera. Este laço
de sangue era realmente irritante, se não ficasse atenta e vigilante eu teria algo que
lamentaria profundamente.

“Sou uma mulher: me ouça rugir” disse.

“Deus, o que te incentivou a dizer isso?” Amélia perguntou, e me sobressaltei. Ela estava no
corredor da cozinha de camisola e roupão, era de cor pêssego com o cordão de cor creme.
Todo o vestuário de Amélia era bonito. Ela nunca gozaria de ninguém indo de compras, mas
tampouco levaria posto nada de Wal-Mart.

“Tive uma noite inquietante” disse. Me olhei. Só tinha um pouco de sangue na camiseta de
seda azul. Tinha que me lembrar de colocá-la no álcool. “Como foram as coisas por aqui?”

“Octavia me ligou” disse Amélia e ainda que estivesse tratando de manter firme sua voz, eu
podia sentir sua angustia sair em ondas.

“Sua mentora” eu não estava muito coerente.

“Sim, a única”. Ela se agachou para pegar o Bob, que sempre aparece perto de Amélia
quando esta estava chateada. Ela o embalou em seu peito e enterrou a cara em seu pelo. “Ela
já ouviu, com certeza. Inclusive depois do Katrina e todas as mudanças que ocorreram em
sua vida, tem que solucionar o erro” (Bob era o que Amélia chamava de „erro‟).

“Me perguntou como Bob chamaria” disse. Amélia separou a cabeça de Bob e me olhou,
soube no instante que disse uma coisa falto de tato. “Desculpa” disse. “Não pensei. Mas
talvez você não foi muito realista ao pensar que poderias sair desta sem receber castigo por
isso, né?”
“Você tem razão” ela disse.

Ela não parecia muito feliz com meu comentário, mas ao menos o aceitou.

“Fiz mal. Tentei algo que não deveria experimentar e Bob pagou o preço”

Uau! Quando Amélia decidia confessar, ia ao pá da letra.

“Vou ter que assumir” disse “Talvez me proíbam de praticar magia durante um ano. Talvez
mais”

“Oh. Isso parece muito duro” eu disse. Na minha imaginação, via sua mentora humilhando
Amélia em frente de uma sala cheia de magos, feiticeiros e bruxas ou o que você quiser e
logo transformava de novo a Bob. Ele imediatamente perdoava Amélia e dizia que a amava.
Desde que ele a perdoasse, o resto da assembléia também, e Amélia e Bob vinham a minha
casa e vivíamos aqui juntos... por um longo tempo. (Eu não era demasiado especifica sobre
este último)

“Esse seria o castigo mais suave possível” disse Amélia.

“Oh”

“Você não gostaria de conhecer as outras possíveis condenações”

Ela tinha razão: eu não queria.

“Bom, que misterioso recado Eric tinha que te dar?” Amélia perguntou. Amélia não podia
suspeitar nada do nosso destino ou nossa rota; não sabia onde fomos.

“Oh, ah, só queria me levar a um novo restaurante em Shreveport. Tem nome Francês, é
muito bonito”

“Então, foi como um encontro?”. Eu podia saber que ela se perguntava que lugar Quinn
ocupava em minha relação com Eric.

“Oh, não, não, um encontro não” disse, soando pouco convincente, inclusive para mim.
“Nada de homem e mulher. Simplesmente, já sabe, sair” Beijar-nos. Conseguir um tiro.

“Realmente é lindo”, disse Amélia.

“Sim, não coloco em dúvida. Já conheci a mais caras que estão como para lhes fazer trincar
os dentes. Lembra de Claude?”. Eu tinha lhe mostrado a capa que tinha chegado por correio
duas semanas antes, uma ampliação da capa de novela romântica para a qual Claude tinha
posado comigo. Ela tinha ficado impressionada, que mulher não ficaria?

“Ah, fui ver Claude fazer strip-tease na semana passada” Amélia não conseguia me olhar nos
olhos.
“E não me levou!” Claude como pessoa era muito desagradável, especialmente quando se
comparava com sua irmã gêmea, Claudine, mas era lindo. Ele era o Brad Pitt da outra
dimensão em beleza masculina. Com certeza, ele era gay. Não sabia?

“Você foi enquanto eu estava no trabalho?”

“Pensei que você não aprovaria minha ideia” disse sacudindo sua cabeça “Quero dizer...
como você é amiga de sua irmã. Fui com Tara, enquanto JB estava trabalhando. Ficou
chateada?”

“Não, não me importa”. Minha amiga Tara era proprietária de uma loja de roupa, e seu novo
marido, trabalha no centro como monitor em uma academia de mulheres. “Adoraria ver
Claude desfrutar agindo e parecendo como ele mesmo”.

“Eu acho que ele fez muito bem” ela disse.

“Não há ninguém que queira mais o Claude que ele mesmo, verdade. Todas essas mulheres o
desejando e o admirando... e ele não está interessado em nenhuma, mas certeza que ele adora
que o admirem” eu disse.

“É certo. Temos que ir vê-lo juntas algum dia”

“Muito bem”, disse e notei que ela voltava a ficar feliz de novo.

“Agora, me diz o que pediu nesse restaurante de luxo”.

Assim que lhe disse. Mas ao mesmo tempo desejaria não ter que guardar silêncio sobre meu
bisavô. Queria tanto contar a Amélia coisas sobre Niall: como era fisicamente, o que ele me
havia dito, toda a história que eu tinha desconhecido. E levaria um certo tempo processar o
que minha avó tinha sofrido, modificar a imagem dela e a luz dos fatos que tinha aprendido
hoje. E tive que relembrar as desagradáveis lembranças de minha mãe, também. Ela tinha
caído sobre meu pai com uma tonelada de tijolos, tinha tido filhos seus porque ela o amava...
só para descobrir que não desejava o compartilhar, sobre tudo comigo, outra mulher. Pelo
menos, essa era minha nova visão.

“Houve mais coisas” disse, um bocejo partiu minha mandíbula em duas. Era muito tarde.
“Mas tenho que ir para a cama. Ligaram para mim ou algo?”

“Ligaram de Shreveport. Queria falar com você, e lhe disse que você saiu esta noite e que
podia ligar para seu celular. Ele perguntou se poderia se encontrar com você, mas lhe disse
que não sabia onde você estava”.

“Alcide” disse. “Me perguntou o que queria?” pensei que já o chamaria amanhã.

“E uma garota ligou. Disse que tinha sido garçonete no Merlotte‟s faz um tempo e que tinha
te visto no casamento na outra noite”.
“Tanya?”

“Sim, esse é seu nome”

“O que ela queria?”

“Não sei. Ela disse que amanhã ligaria e que te veria no bar”.

“Merda. Espero que Sam não a contrate por turnos completos ou algo assim”.

“Pensei que a ocupação de garçonete estava coberto”.

“Sim, ao menos que alguém o deixasse. Te digo: Sam gosta dela”

“Você não?”

“Ela é uma puta traiçoeira”

“Deus, me diga o que você pensa dela realmente”

„Não é brincadeira, Amélia, pegou o trabalho no Merlotte‟s para poder me espionar por
ordem dos Pelt”.

“Oh, que tipinho. Bom, ela não voltará a te espionar. Tomarei medidas”.

Essa era uma idéia mais terrível que trabalhar com Tanya. Amélia era hábil e uma bruxa
forte, não me interpretem mal, mas também era muito propensa a tentar coisas mais para lá
de seu nível de experiência. Aí tínhamos a Bob.

“Antes de fazer isso me consulte primeiro, por favor”, disse e Amélia pareceu surpresa.

“Bom, certo” disse. “Agora vou para a cama”. Ela fez seu caminho com Bob nos braços, e eu
fui a meu pequeno banheiro para tirar a maquiagem e colocar minha camisola. Amélia não
tinha notado as gotas de sangue na camisa, assim que a coloquei de molho.

Que dia tinha tido! Passei tempo com o Eric que sempre me fazia sentir confusa, e tinha
encontrado um parente vivo, ainda que não fosse um humano. Tinha aprendido um monte de
coisas sobre minha família, a maioria delas desagradáveis, jantei em um restaurante de luxo,
ainda que dificilmente poderia lembrar a comida e, por ultimo, tinham atirado em mim.
Quando me arrastei em minha cama, rezei minhas orações, tratando de por a Quinn o
primeiro da lista. Pensei que a emoção de descobrir a meu bisavô me manteria acordada toda
a noite, mas o sono me pegou quando estava pedindo a Deus que me ajudasse a encontrar o
caminho através da cega moral na que me achava por ser cúmplice em um assassinato.
Na manhã seguinte uma batida na porta soou uma hora antes do que desejava acordar. O
escutei só porque Bob tinha entrado em meu quarto e pulou sobre minha cama, onde se
supõe que deveria estar, e tinha se aconchegado no buraco detrás de meus joelhos enquanto
eu estava deitado de lado. Ele ronronou alto, e desci minha mão para coçar detrás de suas
orelhas. Adoro os gatos. Isso não impede que também goste de cachorros, e só o fato de que
estou pouco em casa me freie de ter um cachorrinho. Terry Bellefleur tinha me oferecido um,
mas duvidei tanto que colocou em todas as crias.

Me perguntava se Bob se importaria ter um gatinho como companheiro. Amélia ficaria


ciumenta se comprasse uma gata? Sorri e me aconcheguei mais profundo na cama. Mas eu
não estava realmente dormida, e isso me fez escutar a batida. Murmurei umas palavras sobre
a pessoa na porta, escorreguei em minhas pantufas e coloquei meu fino roupão de algodão
azul. A manhã era ligeiramente fria, me lembrando que, a pesar dos dias suaves e
ensolarados, já era outubro. Em algum Halloween um suéter dava muito calor, e tinha
Halloweens que podíamos levar só uma ligeira capa com os disfarces para fazer o „doces e
travessuras‟. Olhei através do olho mágico e vi uma velha mulher negra com o cabelo
branco. Seu tom de pele era claro e seus traços finos e fortes: nariz, lábios, olhos. Ela levava
um batom de cor rosa e uma calça de cor amarelo. Mas não parecia armada ou perigosa. Isto
só demonstras como as primeiras impressões enganam.

Abri a porta.

“Jovenzinha, estou aqui para ver Amélia Broadway” a mulher me informou em um inglês
pronunciado de forma precisa.

“Por favor, entre” disse porque tratava de uma mulher de idade avançada e me criaram para
tratar com veneração as pessoas mais velhas. “Sente-se” lhe indicando o sofá. “Vou subir e
avisar Amélia”.

Me dei conta de que não se desculpou por me tirar da cama ou por aparecer sem prévio
aviso. Subi as escadas com uma triste sensação de que Amélia não ia a gostar da noticia. Eu
subia tão pouco no segundo andar que me surpreendeu ver o agradável que Amélia tinha
arrumado. Na parte superior os quartos só tinham mobília básica, mas tinha convertido o
primeiro a direita, o mais grande, em seu quarto. O da esquerda era sua sala. Tinha sua
televisão, uma poltrona com um otomano, um pequeno escritório com seu computador, e
uma ou duas plantas. O quarto, que eu lembrava tinha sido construído para que uma geração
de três crianças Stackhouses que nasceram em rápida sucessão, só tinha um pequeno
armário, mas Amélia tinha comprado uns bastidores com rodas pela internet e havia montado
de forma prática.

Depois ela tinha comprado um biombo de três corpos em uma subasta e repintou o
colocando em frente dos cabides para os camuflar. Sua brilhante colcha e a velha mesa que
ela repintou para que servisse para colocar seus maquiagens que combinavam com a parede
pintada de branco. No meio de toda esta exaltação de cores e alegria estava uma bruxa triste.
Amélia estava sentada na cama, seu cabelo curto despenteado com formas estranhas.

“Quem é a pessoa que ouvi lá em baixo?” perguntou e com uma voz baixa.

“Uma velha senhora negra de pele clara, algo seca...”

“Oh meu Deus” Amélia suspirou e se deixou cair de novo sobre a dúzia de almofadas que
tinha em sua cama. “É Octavia”.

“Bom, desça e fale com ela. Eu não posso entreter-la por muito tempo”

Amélia grunhiu para mim, mas aceitou o inevitável. Ela pulou da cama e tirou sua camisola.
Colocou um sutiã, calcinha, jeans e tirou um suéter da gaveta. Fui dizer a Octavia Fant que
Amélia desceria em breve. Amélia tinha que passar na frente de seu passado para chegar no
banheiro, já que só tinha uma escada, mas pelo menos eu poderia disfarça no caminho.

“Quer um café?” lhe perguntei, a mulher mais velha estava ocupada observando a sala com
seus brilhantes olhos marrons.

“Se tiver um chá, adoraria uma xícara” disse Octavia Fant.

“Sim senhora, temos algo” disse aliviada que Amélia tivesse insistido que comprasse. Não
tinha nem idéia de que tipo era, e esperava que estivesse em bolsinhas porque nunca tinha
feito chá quente em minha vida.

“Bom” disse, e isso foi tudo.

“Amélia está a ponto de descer” disse, tratando de pensar alguma maneira elegante de
acrescentar, „E cruzará apressada o quarto com sua escova de dentes para fazer xixi, de modo
que finja que não a vê‟, mas abandonei a idéia como uma causa perdida e fugi para a
cozinha. Encontrei o chá de Amélia em uma das estantes que a designei para que ela usasse e
enquanto a água esquentava, coloquei duas xícaras e dois pratinhos em uma bandeja.

Acrescentei o açucareiro e uma pequena jarra com leite e duas colheres. Guardanapos!
Pensei e desejei ter alguma de pano no lugar das normais de papel. (Esta é a forma em que
Octavia Fant me fazia sentir, sem ter usado nada de sua magia sobre mim). Ouvi correr a
água no banheiro do corredor quando coloquei um punhado de bolachas em um prato e o
acrescentei na bandeja.

Não tinha nenhuma flor ou um pequeno vaso, e era a única coisa que me ocorreu que poderia
acrescentar. Recolhi a bandeja e caminhei lentamente pelo corredor para a sala de estar.
Coloquei a bandeja sobre a mesinha de centro na frente da Sra. Fant. Ela me olhou com seu
penetrante olhar e me deu uma pequena cabeçada de agradecimento. Me dei conta que não
podia ler sua mente.
Fiquei fora de sua mente na espera de um momento em que realmente pudesse captar-la, mas
ela sabia como me deixar de fora. Nunca tinha conhecido um humano que pudesse fazer isso.
Por um segundo me senti quase irritada. Então lembrei quem era ela e para quê tinha vindo, e
escapuli a meu quarto para fazer a cama e visitar meu pequeno banheiro.

Amélia entrou na sala e ela me deu um olhar assustado. Me desculpe, Amélia, pensei, mas
fechei a porta de meu quarto com firmeza. É assunto teu. Eu não tinha que trabalhar até a
noite, então coloquei meu velho jeans e uma camiseta do Fangtasia („O bar com uma
mordida‟). Pam tinha me dado uma quando o bar começou a vender-las, deslizei meus pés
em uma sandália e fui para a cozinha para preparar minha própria beberagem: café.

Fiz umas torradas e olhava o jornal local que tinha recolhido quando atendi a porta, conferi a
primeira página. O conselho escolar de reuniu, o Wal-Mart local doou generosamente aos
Boys and Girls club depois da escola superior, e a legislatura estatal votou para
reconhecer os matrimônios entre vampiros e humanos. Bem, bem. Ninguém teria pensado
que este projeto de lei fosse para frente. Passei as páginas para ler mais. Em primeiro lugar
as mortes locais, não conhecia ninguém, isso era bom, a continuação, os mortos da comarca.
Oh! Não! MARIA ESTRELA COOPER, li.

O texto só dizia: „Maria Estrela, 25 anos, residentes em Shreveport, faleceu inesperadamente


em sua casa ontem. Cooper era fotografa e vivia com sua e seu pai, Mateo e Stella Cooper de
Minden, e seus três irmãos. A família agradece a assistência‟. De repente fiquei sem
respiração e afundei na cadeira com um sentimento de total incredulidade. Maria Estrela e eu
não éramos exatamente amigas, mas nos dávamos bem, além disso ela e Alcide Herveaux
(uma importante figura na manada de Shreveport) estavam saindo faziam meses. Pobre
Alcide! Sua primeira namorada tinha morrido violentamente e agora também isto. O telefone
tocou e me assustei. O agarrei com uma terrível sensação de desastre.

“Alô” atendi com cautela como se o telefone pudesse cuspir em mim.

“Sookie” disse Alcide. Ele tem uma voz profunda e agora as lagrimas abafam ela.

“Sinto muito” disse. “Acabei de ler o jornal”. Não havia mais nada o que dizer. Agora sabia
porque tinha ligado na noite anterior.

“Foi assassinada” Alcide disse.

“Oh, meu Deus”

“Sookie, isto é só o começo. Cabe a possibilidade que seja Furnan, depois que você...
também, quero que permaneça em alerta”

“Muito tarde” disse depois de um momento para assimilar essa terrível noticia. “Alguém
tentou me matar ontem a noite”.

Alcide segurou o telefone longe e uivou. Escutando ainda na luz do dia, através do telefone...
inclusive assim, soou aterrador. A matilha de Shreveport tinha tido problemas internos desde
faz tempo. Inclusive eu que me mantinha desinteressada da política por dentro dela. Patrick
Furnan, o líder da manada de lobisomens, tinha obtido seu cargo depois de assassinar o pai
de Alcide em um combate. A vitória tinha sido justa e legal, mas houve umas coisas não tão
legais no processo. Alcide era forte , jovem, prospero e o rancor pela morte de seu pai tinha
sido sempre uma ameaça para Furnan.

Este era um tema perigoso, já que os lobatos viviam em segredo para a população humana e
não aberto como os vampiros. O dia chegaria , e pronto, a população troca-forma daria um
passo a frente. Ouvia falar disso uma ou outra vez. Mas isso não aconteceu ainda, e não seria
bom que a primeira noticia que os seres humanos teriam dos lobatos fossem dos órgãos
extraídos de corpos mortos jogados em qualquer lugar.

“Mandarei alguém aí em seguida” disse Alcide.

“Definitivamente não. Tenho que ir trabalhar esta noite e estou segura de que esse tipo não
voltará a tentar. Mas preciso descobrir a forma que esse tipo sabia aonde e quando me
encontrar”.

“Explica a Amanda as circunstâncias” disse Alcide, sua voz soava encolerizada e pouco
depois Amanda chegou em casa. Difícil de acreditar no alegres que tínhamos estado dias
antes no casamento.

“Me conte” disse de forma seca, eu sabia que não era o momento para discutir com ela pelo
tom. Lhe contei a historia concisamente como me foi possível (deixando de nomear Niall,
sem dizer o nome de Eric, e a maioria dos outros detalhes), e depois ficou em silêncio
durante uns segundos assim que eu acabei de falar. “Já que não conseguiu, é menos um com
quem se preocupar” disse soando simplesmente aliviada. “Desejaria que você soubesse quem
era”.

“Desculpa” disse. “Estava pensando na arma, não em seu DNA. Como é que vocês podem ir
a guerra com tão poucos de vocês?” a manada de Shreveport não somavam mais de trinta.

“Com reforços procedentes de outros territórios”.

“Porque alguém faria isso?”, porque participar de uma guerra que não era sua? Qual era o
motivo para perder seu próprio povoado quando era outra matilha que estava em disputa?

“Há vantagens por respaldar ao bando ganhador” disse Amélia. “Escuta, ainda está aqui a
bruxa que vivia com você?”

“Sim”

“Então tem algo que você pode fazer para ajudar”

“Bom” disse, ainda que não lembrava ter me oferecido. Do que se trata?”
“Poderias perguntar a sua amiga bruxa se poderíamos obter algum tipo de leitura no
apartamento de Maria Estrela sobre o que aconteceu ali. Isso seria possível? Queremos
conhecer o super culpado”.

“É possível, mas não sei se pode fazer”.

“Pode perguntar a ela agora, por favor”.

“Ah... melhor te ligo depois. Ela está com uma visita”

Antes de ir para a sala fiz uma ligação. Não queria deixar esta mensagem no secretária
eletrônica do Fangtasia, já que ainda não estaria aberto, assim liguei no celular da Pam, algo
que nunca tinha feito antes. Quando chamou, me perguntei se ela o teria em seu caixão. Isso
era uma imagem mental terrível. Não sei se realmente Pam dorme em uma caixão ou não,
mas se fazia... estremeci. Com certeza, caiu na caixa postal e disse: “Pam, já sei porque
atiraram em mim e no Eric na noite anterior, ao menos eu acho. Há uma guerra de lobatos, e
acho que eu era o alvo. Alguém nos vendeu a Patrick Furnan. E eu não contei a ninguém
onde íamos”.

Este era um tema que Eric e eu pelo agitados que tínhamos estado não discutimos a noite
anterior. Com é que alguém poderia conhecer onde tínhamos passado a noite e que
estaríamos dirigindo de volta desde Shreveport? Amélia e Octavia se encontravam no meio
de um debate, mas nenhuma delas parecia chateada ou incomodada tal como eu temia.

“Desculpem interromper” disse quando dois pares de olhos se dirigiram para mim. Os olhos
de Octavia de cor marrom, os de Amélia de um azul brilhante, mas nesse momento com uma
expressão inquietantemente similar.

“Sim?” Octavia era claramente a dona da situação. Qualquer bruxa digna de ser tinha
conhecimento dos seres sobrenaturais. Eu resumi o tema da guerra com umas poucas frases,
lhes contei sobre o ataque da noite anterior na BR, e expliquei a Amanda a solicitação.

“Isso é algo no que deva envolver Amélia?” perguntou Octavia, sua voz dizia muito claro
que só tinha uma resposta que devia dar.

“Oh, com certeza” disse Amélia. Ela sorriu “Ninguém pode estar atirando em minha
companheira, ajudarei Amanda”.

Octavia não podia estará mais emocionada ainda que Amélia lhe cuspira uma semente de
melancia nas calças. “Amélia! Você está tentando coisas muito além de sua capacidade! Isso
te conduzirá a terríveis problemas! Olha o que você já fez ao pobre do Bob Jessup”

Oh cara, eu não conhecia a Amélia a muito tempo, mas eu sabia que essa era uma maneira
má de conseguir que Amélia fizesse o que lhe pedíssemos. Se Amélia sentia orgulho de algo,
era de sua habilidade de magia. Desafiar sua experiência era a forma mais segura para agitar-
la como um chocalho. Por outra parte, Bob foi uma de suas maiores metidas de pés pelas
mãos.
“Pode fazer ele mudar de novo?” perguntei a bruxa mais velha.

Octavia me olhou bruscamente “Com certeza” disse.

“Então porque não o faz e podemos virar a página?” disse.

Octavia parecia muito assustada, e eu sabia que não queria ter-lo mostrado com sua cara tão
claramente. Mas sem embargo, se queria demonstrar a Amélia que sua magia era mais
poderosa, esta era sua oportunidade. Bob o gato estava sentado no colo de Amélia,
totalmente indiferente. Octavia meteu a mão em sua bolsa e tirou uma latinha cheia com o
que parecia maconha, mas suponho que qualquer erva seca se pareciam bastante, e na
realidade eu nunca tinha manipulado maconha, além disso, eu não era nenhuma juíza.

De todos os modos, Octavia pegou uma pitada deste material vegetal seco e deixou cair uma
pitada na pele do gato. Bob nem se mexeu. A cara de Amélia era um poema enquanto olhava
Ocatvia realizar o feitiço que parecia consistir em recitar algo em latim, alguns movimentos
e uma citada erva. Por último, Octavia pronunciou o que devia ter sido o equivalente
esotérico de „Abracadabra‟ e apontou ao gato. Não aconteceu nada.

Octavia repetiu a frase ainda com mais força, uma vez mais apontando com o dedo. E de
novo não se produziu nenhuma mudança.

“Sabe o que eu acho?” disse. Ninguém pareceu querer saber, mas era minha casa. “Me
pergunto se Bob não seria sempre um gato, e por alguma razão era temporariamente um
humano. Por esse motivo não pode mudar de aspecto. Talvez esteja em sua verdadeira forma
agora mesmo”.

“Isso é ridículo” me espetou a mais velha das bruxas. Foi uma forma de expressar seu
fracasso, Amélia tratava arduamente de reprimir um sorriso.

“Se está tão segura depois de tudo da incompetência de Amélia, que possivelmente não seja
tanto, talvez deseje considerar a possibilidade de vir ao apartamento de Maria Estrela com
nós” disse. “Assegurando-se de que Amélia não se meta em mais problema”.

Amélia se viu indignada por um segundo, mas pareceu se dar conta de meu plano e
acrescentou sua súplica a minha.

“Muito bem. Irei” disse Octavia grandiosamente.

Eu não podia ler a mente da velha bruxa, mas tinha trabalhado em um bar tempo suficiente
para reconhecer uma pessoa solitária quando via uma. Consegui o endereço de Amanda, que
me disse que Dawson montaria guarda no lugar até que chegássemos.

Conhecia Dawson e gostava dele, já que tinha me ajudado anteriormente. Era proprietário de
uma oficina de motos a um par de milhas de Bon Temps, e que rondava às vezes pelo
Merlotte‟s de Sam. Dawson não pertencia e nenhuma manada, e a noticia de que estivera do
lado de Alcide com a facção rebelde era significativo.
Não posso dizer que ir juntas para Shreveport fosse uma experiência que unisse mais nós
três, mas tratei de informar Octavia a raiz de todos os problemas. E lhe explicar minha
própria participação.

“Quando o concurso para líder da manada estava se levando a cabo” disse “Alcide me queria
ali como um detector de mentiras humano. De fato, peguei o outro tipo roubando, que era
bom. Mas depois disso, se converteu em uma luta de morte e Patrick Furnan foi mais forte,
ele matou Jackson Herveaux”.

“Suponho que ocultaram a morte” a velha bruxa não parecia emocionada nem surpresa.

“Sim, colocaram o corpo em uma isolada granja de sua propriedade, sabendo que ninguém o
encontraria ali por um tempo. As feridas no corpo já não eram reconhecíveis no momento em
que foi encontrado”.

“Patrick Furnan tem sido um bom líder?”

“Realmente não sei” admiti. “Alcide sempre parece ter um grupo de descontentes ao seu
redor, e eles são os que melhor conheço da manada, assim que suponho que estou do lado de
Alcide”.

“Alguma vez considerou que só poderia se fazer um lado e que ganhe o melhor?”

“Não” disse com honestidade. “Eu teria ficado igual de feliz se Alcide não tivesse me ligado
e contado os problemas da manada. Mas agora que sei, se posso, vou ajudá-lo. Não é que
seja um anjo nem nada do estilo. Mas ponto número um: Patrick Furnan me odeia e é
inteligente ajudar seu inimigo. Gostava de Maria Estrela, ponto número dois. E ponto
número três, alguém tentou me matar na noite anterior, alguém que pode ter sido contratado
por Furnan”.

Octavia assentiu. Certeza que ela não era uma senhora mais velha delicada. Maria Estrela
tinha vivido em um edifício de apartamentos algo antigos da rodovia 3, entre Benton e
Shreveport. Se tratava de um complexo pequeno, com só dois edifícios um ao lado do outro
e na frente uma praça com estacionamentos, paralelo com a rua. Os edifícios para trás tinham
um prado, e os negócios adjacentes eram negócios de dia: uma agência de seguros e uma
clínica dentista. Cada um dos edifícios de tijolo vermelho se dividiam em quatro
apartamentos. Observei uma maltratada camioneta familiar na frente do edifício na direita, e
estacionei em seu lado. Era acessível por uma entrada comum a um corredor com uma porta
a ambos lados da escada que conduzia ao segundo andar. Maria Estrela vivia no apartamento
da planta baixa na esquerda. Isto foi fácil de adivinhar, porque Dawson estava apoiado contra
a parede ao lado dessa porta.

O apresentei as duas bruxas como „Dawson‟ porque não conhecia seu sobrenome. Dawson
era um homem de número extragrande. Apostaria que poderia quebrar nozes com bíceps.
Tinha o cabelo castanho escuro começando a crescer, e um bigode bem cortado. O tinha
conhecido toda minha vida, mas nunca cheguei a tratar-lo.
Dawson provavelmente esta maior que eu, e tinha se casado muito cedo. Se divorciou cedo
também. Seu filho, que vivia com a mãe, era um jogador de futebol muito bom no Clarice
High School. Dawson era o homem mais duro que qualquer que tivesse conhecido. Não sei
se seu escuro olhar, sua cara sombria, ou simplesmente por seu tamanho. A cena do crime
estava com uma fita que cruzava toda a porta do apartamento. Meus olhos se encheram
quando o vi.

Maria Estrela tinha morrido violentamente neste lugar só umas horas antes. Dawson tirou um
molho de chaves (as de Alcide?) e abriu a porta, nos agachamos por debaixo da fita para
entrar. E ficamos congelados no lugar, todos em silêncio, consternados pelo estado da
pequena sala de estar. Minha passagem estava bloqueada por um quadro caído
circunstancialmente com uma grande fenda na madeira. Meus olhos oscilaram nas
irregulares manchas escuras nas paredes até que meu cérebro registrou que eram manchas de
sangue. O cheiro era fraco, mas desagradável. Respirei pouco profundo para não ficar
doente.

“Agora, o que você quer que façamos?” Octavia perguntou.

“Acho que você poderia fazer uma reconstrução ectoplasmática, igual a que Amélia fez
anteriormente” disse.

“Amélia fez uma reconstrução ectoplasmática?” Octavia se desfez to altivo tom e soava
realmente surpresa e admirada. “Nunca vi uma”.

Amélia assentiu modestamente. “Com Terry, Bob e Patsy” disse. “Saiu muito bem ainda que
tivemos uma grande zona para cobrir”.

“Então estou segura de que podemos fazer uma aqui” Octavia disse. Ela olhou interessada e
entusiasmada.

Era como se seu rosto tivesse acordado. Me dei conta de que o que eu tinha visto antes era
seu aspecto deprimido. Estava recebendo bastante informação desde sua cabeça (já que ela
não se concentrava em me manter fora) que me dizia que o mês depois do Katrina, Octavia
se perguntava o quê comeria na seguinte vez e noite atrás de noite onde poderia dormir.
Agora ela vivia com sua família, ainda que não recebesse uma imagem clara.

“Trouxe as coisas comigo” disse Amélia. Seu cérebro irradiava orgulho e alivio. Ela ainda
poderia sair do contratempo de Bob sem pagar um preço enorme.

Dawson estava apoiado contra a parede escutando com evidente interesse. Como era um
lobato, me resultava difícil ler seus pensamentos, mas estava definitivamente relaxado. Eu o
invejei. Não foi possível para mim estar bem neste apartamento em um estado tão terrível,
que era um eco de violência pelo que se via em suas paredes.

Tinha medo de me sentar na banqueta ou na poltrona, ambos revestidos com quadros azuis e
brancos. O tapete era de um azul mais escuro, e a pintura branca. Tudo fazendo jogo. O
apartamento era um pouco entediante para meu gosto. Sem embargo tinha estado limpo e
organizado cuidadosamente, e fazia menos de vinte e quatro horas foi um lar. Olhei para o
dormitório, onde as mantas estavam puxadas. Isso foi o único sinal de desordem no quarto
ou na cozinha.

A sala foi o epicentro da violência. Por falta de um lugar melhor para mim, me apoiei na
pelada parede junto a Dawson. Não acho que o mecânico de motos e eu tivéssemos tido
nunca uma longa conversa, apesar de que uns meses antes tinha recebido um tiro em minha
defesa. Tinha ouvido que a lei (neste caso, Andy Bellefleur e seu companheiro Alcee Beck)
pensavam que algo suspeitoso ocorria na oficina de motos de Dawson, mas nunca o pegaram
fazendo algo ilegal. Dawson também era contratado como guarda-costas de vez em quando,
ou talvez oferecia voluntariamente seus serviços. Sem dúvida era muito adequado para esse
trabalho.

“Vocês eram amigas?” Dawson disse com sua voz de trovão, meneando a cabeça para a zona
mais sangrenta do chão, o ponto concreto onde Maria Estrela tinha morrido.

“Éramos mais conhecidas que amiga” disse, sem querer aparentar mais apenada que o
necessário. “A vi num casamento faz um par de noites”. Comecei a dizer que a havia visto
bem então, mas era estúpido. Um geralmente não adoece antes que o assassinem.

“Quando foi a última vez que alguém falou com Maria Estrela?” Amélia perguntou a
Dawson. “Necessito estabelecer alguns limites de tempo”.

“As onze da noite” disse. “Alcide ligou para ela. Ele estava fora da cidade, com testemunhas.
Um vizinho escutou uma grande baderna aqui, com uns trinta minutos depois disso chamou a
policia”.

Isso foi um longo discurso para Dawson. Amélia voltou para seus preparativos, e Octavia lia
um livro fino que Amélia tinha tirado de sua mochila.

“Você já tinha visto algum desses antes?” me disse Dawson.

“Sim, em Nova Orleans. Deduzo que é algo raro e difícil de fazer. Amélia é realmente boa”.

“Ela vive com você?”

Eu assenti.

“Foi o que eu ouvi” disse.

Ficamos em silêncio por um momento. Dawson estava demonstrando ser um companheiro


agradável além de um punhado de músculos. Houve alguns gestos, houve alguns cânticos,
com Octavia depois de sua estudante todo o tempo. Octavia poderia não ter feito uma
reconstrução ectoplasmática nunca, mas o mais longo foi o ritual mais o poder repercutido
no pequeno quarto, até minhas unhas pareciam tatear com ele.
Dawson não aparentava estar assustado, mas definitivamente ele também sentia a pressão da
magia. Descruzou os braços e ficou de pé, reto e eu também. Mesmo que eu soubesse o que
esperar, ainda me sobressaltei quando Maria Estrela apareceu no quarto com nós. Junto a
mim senti a surpresa de Dawson. Maria Estrela pintava as unhas dos pés, seu longo cabelo
escuro o tinha preso em um rabo na parte superior de sua cabeça. Estava sentada no tapete na
frente da televisão, uma folha de jornal colocada cuidadosamente em baixo de seus pés.

A imagem mágica tinha o mesmo aspecto aquoso que tinha visto na anterior reconstrução,
quando observei minha prima Hadley durante suas ultimas horas na terra. Maria Estrela não
estava exatamente em cor. Ela era como uma imagem dentro de gel brilhante. Dado que o
apartamento não estava na mesma ordem no que vimos quando chegamos, o efeito era
estranho. Ela estava sentada na metade da mesa de café virada.

Não tínhamos tempo para esperar. Maria Estrela acabou com as unhas de seus pés e se
sentou olhando a televisão (agora escura e morta) enquanto esperava que se secassem. Fez
uns exercícios com as pernas enquanto esperava. Logo recolheu o esmalte e os espaçadores
que tinha entre os dedos de seus pés e dobrou o papel do chão. Ficou de pé e entrou no
banheiro. Já que a porta do banheiro agora estava meio fechada, a aquosa Maria Estrela teve
que atravessar-la.

Desde nossa posição, Dawson e eu não podíamos ver o interior, mas Amélia estendeu suas
mãos em uma espécie de gesto de calma, e encolheu um pouco os ombros para nos indicar
que Maria Estrela não estava fazendo nada importante. Estria fazendo um ectoplasmático
xixi, suponho. Em uns minutos, a jovem apareceu de novo, desta vez de camisola. Entrou no
quarto e foi para a cama. Repentinamente, sua cabeça virou para a porta. Foi como ver uma
pantomima. Era evidente que Maria Estrela tinha escutado um som na porta, e o som era
inesperado.

Eu não sabia se escutou a campainha da porta, batidas nela, ou alguém tratando de forçar a
fechadura. Sua postura de alerta mudou o alarme, inclusive pânico. Ela voltou para a sala de
estar e agarrou seu celular, nós o vimos aparecer quando ela digitou um par de números.
Ligava para alguém com a função de discagem rápida. Mas antes de que o celular pudesse
dar linha, a porta arrebentou para dentro e um homem apareceu, metade lobo e metade
homem. Ele apareceu porque era algo vivo, mas foi mais nítido quando chegou perto de
Maria Estrela, na zona central do feitiço.

Jogou Maria Estrela no chão e a mordeu profundamente no ombro. A boca dela estava muito
aberta, e podia assegurar que ela gritava e lutava contra o lobisomem, mas a havia pegado de
surpresa e seus braços estavam imobilizados. Brilhantes linhas indicavam que o sangue
escorria desde a mordida. Dawson agarrou meu ombro, um grunhido surgiu de sua garganta.
Não sabia se estava furioso pelo ataque a Maria Estrela, entusiasmado pela ação e a vista de
sangue fluindo, ou tudo junto.

Um segundo lobisomem entrou atrás do primeiro. Estava em sua forma humana e tinha uma
faca na mão direita. O afundou no torso de Maria Estrela, o retirou e o afundou de novo. Ao
levantar a faca salpicava gotas de sangue nas paredes. Podíamos ver as gotas de sangue, o
sangue da imagem ectoplasmática, mas também o sangue real nas paredes. Eu não reconheci
o primeiro homem. Mas este tipo, sim o conhecia. Era Cal Myers, um esbirro de Furnan e
detetive da policia de Shreveport. O ataque relâmpago tinha durado só uns segundos.

No momento em que Maria Estrela estava claramente ferida e morta, eles já estavam saindo
pela porta, a fecharam atrás deles. Eu estava comovida pelo repentino e a terrível crueldade
do assassinato, e notei que minha respiração estava rápida. Maria Estrela brilhou muito mais
clara, por um momento, ali estendia para nós no meio dos escombros, com brilhantes
manchas de sangue em sua camisola, e no chão ao seu redor e, a continuação, ela pareceu
empalidecer e deixou de existir porque ela tinha morrido nesse momento. Todos nós
estávamos parados em um silêncio aterrador. As bruxas estavam quietas, com os braços
caídos aos lados como se fossem marionetes cujos fios tinham sido cortados.

Octavia começou a chorar, as lágrimas corriam por suas bochechas enrugadas. Amélia
olhava como se estivesse pensando em vomitar. Eu estava tremendo pela ação, e inclusive
Dawson parecia enojado.

“Eu não sei quem é o primeiro tipo, já que estava só meio transformado” disse Dawson.
“Mas o segundo me parece familiar. Ele é policial verdade? Em Shreveport?”

“Cal Myers. Melhor ligar para o Alcide” lhe disse quando achei que minha foz funcionava.
“E Alcide deveria enviar a estas senhoras algo pelo incomodo, quando se organize”. Alcide,
achei que não pensaria nisso dado que estava triste pela morte de Maria Estrela, mas as
bruxas tinham feito este trabalho sem negociar a recompensa. Elas mereciam ser
recompensadas por seu esforço. Lhes havia custado muito: ambas estavam dobradas sobre si
mesmas sentadas na poltrona.

“Veja se pode levar as senhoras” disse Dawson “Estaremos melhor se tirarmos nossas
bundas daqui. Não posso dizer quando a policia estará de volta. O laboratório criminal
acabou só cinco minutos antes de que você chegasse”.

Quando as bruxas conseguiram juntar suficiente energia e recolheram toda sua parafernália
me dirigi a Dawson: “Você disse que Alcide tinha um bom álibi?”.

Dawson assentiu “Tem uma ligação da vizinha de Maria Estrela. A vizinha ligou para o
Alcide bem depois de chamar a policia, quando ouviu todo o alvoroço. Com certeza, ligou
para seu celular, mas ele atendeu imediatamente e pode escutar os sons do bar do hotel nos
fundos. Além disso, estava no bar com as pessoas que tinha marcado, eles juraram que ele
estava ali quando se descobriu o assassinato. Eles não são de esquecer”.

“Suponho que a policia está tratando de encontrar a arma do crime”. Isso haviam dito na
televisão.

“Ela não tinha inimigos” disse Dawson.

“E agora o quê?” disse Amélia. Ele e Octavia estavam de pé, mas claramente totalmente
esgotadas.
Dawson nos arrastou para fora do apartamento e trancou com a chave.

“Obrigado por virem, senhoras” disse Dawson e Amélia e Octavia. Ele se dirigiu a mim
“Sookie você poderia vir comigo para explicar ao Alcide o que acabamos de ver? A
senhorita Amélia Fant pode dirigir de volta?”

“Ah, claro. Se Amélia não estiver muito cansada”.

Amélia disse que achava que poderia dirigir. Tínhamos vindo em meu carro, então lancei
minhas chaves para ela.

“Está bem para dirigir?” lhe perguntei só para me tranqüilizar.

Ela assentiu “Vou devagar”.

Eu estava subindo na camionete de Dawson, quando me dei conta de que esse passo me
arrastava ainda mais para a guerra dos lobisomens. Então calculei que Patrick Furnan já
tratou de me matar. Não podia conseguir nada melhor.

A picape de Dawson, uma Dodge Ram, ainda que estava estragada por fora, estava
organizada por dentro. Não era um veiculo novo de nenhuma maneira, provavelmente tinha
uns cinco anos, mas estava muito bem cuidado em baixo do capô e na cabine.

“Você não é membro da manada, né Dawson?”

“É Tray. Tray Dawson”

“Oh, me desculpe”.

Dawson se encolheu, como para não dizer nenhuma grande coisa.


“Nunca fui um bom animal de manada” ele disse. “Não podia manter a linha. Não podia
seguir a cadeia de mandados”

“Então, porque participas desta luta?” disse

“Patrick Furnan tentou me tirar do negócio” Dawson disse

“Porque o fez?”

“Não há muitas outras oficinas de motos na zona, especialmente desde que Furnan comprou
a representação das Haley-Davidson em Shreveport” Tray explicou “Isso é tanta e tanta
ganância. Ele quer tudo. Não lhe importa quem quebre. Quando o fez, eu estava levantando
minha loja, enviou um par de seus garotos para me ver, me bateram, destruíram minha loja”.

“Devem ter sido realmente bons” disse. Era difícil crer que alguém pudesse ser melhor que
Tray Dawson. “Você chamou a policia?”

“Não. Os policiais de Bon Temps não fariam essa loucura por mim de todos os modos. Mas
comentei com Alcide”.

O detetive Cal Myers, obviamente, não estaria fazendo o trabalho sujo de Furnan. Foi Myers
o que tinha colaborado com Furnan no engano da competência do packmaster. Mas estava
verdadeiramente surpresa de que tivesse chegado tão longe como para matar Maria Estrela,
cujo único pecado era estar apaixonada por Alcide. Ainda que o tínhamos visto com nossos
próprios olhos.

“Qual é o acordo entre você e a policia de Bon Temps?” perguntei, tão cedo como estivemos
falando da aplicação da lei.

Ele riu. “Eu era policial; não sabia?”

“Não” disse, genuinamente surpresa. “Tá tirando com a minha cara?”

“É verdade” disse. “Estava no corpo de policia de Nova Orlenas. Mas não gostava da
política, e meu capitão era um autentico bastardo, me perdoe”.

Assenti gravemente. Tinha estado muito tempo desde que alguém tinha se desculpado por
usar uma mau linguagem quando escutava. “Assim pois, algo aconteceu?”

“Sim, finalmente as coisas vieram a minha cabeça. O capitão me acusou de pegar dinheiro na
carteira que tinha deixado falsamente em uma mesa quando o arrestamos em sua casa” Tray
sacudiu sua cabeça desgostoso “Tive que deixar então. Adorava o trabalho”.

“O que fez a respeito?”

“Não há dois dias semelhantes. Sim, seguro, conseguimos carros e patrulhamos. Isso era
igual. Mas cada vez que saiamos algo diferente acontecia”
Assenti. Podia entender isso. Todos os dias no bar estava um pouco diferente, também, ainda
que provavelmente não tão diferente como os dias que Tray tinha estado na carro patrulha.
Conduzimos em silêncio durante algum tempo. Poderia dizer que Tray pensava nas
probabilidades que tinha Alcide de superar Furnan na luta pela liderança. Ele pensava que
Alcide era sortudo por ter saído com Maria Estrela e comigo, em toda sua sorte desde que a
vadia de Debbie Pelt tinha morrido. Boa liberação, pensava Tray.

“Agora vou te perguntar algo” disse Tray

“Só favorável”

“Você tem algo a ver com o desaparecimento de Debbie?”

Respirei profundamente. “Sim. Defesa própria”.

“Bom por você. Alguém necessitava fazer”

Estivemos em silêncio pelo menos por dez minutos. Não era bom arrastar demasiado o
passado no presente, mas Alcide tinha terminado com Debbie antes de me conhecer. Então
ele saiu comigo um pouco. Debbie decidiu que eu era sua inimiga e tentou me matar. Eu fiz
primeiro. Tinha que terminar com isso... assim como você teria feito. Sem embargo, tinha
sido impossível para Alcide me olhar outra vez da mesma maneira, quem poderia culpá-lo?
Ele tinha encontrado Maria Estrela e isso era bom.

Tinha sido uma boa coisa.

Sentia as lágrimas em meus olhos e olhei pela janela. Tínhamos passado o circuito de carros
e virado na saída de Pierre Bossier Mall e passamos um par de saídas, mas antes de que Tray
virasse sobre a apagada ladeira.

Serpenteamos através de uma vizinhança modesta durante algum tempo, Tray comprovando
seu espelho retrovisor toda hora que inclusive parecia que olhava alguma pessoa que nos
seguia. Tray virou repentinamente em uma calçada e avançou ao redor da parte de trás de um
dos lares levemente mais grandes, que estava recatadamente revestido de branco.
Estacionamos em baixo da porta traseira da garagem, junto com outra picape. Tinha um
Nissan pequeno estacionado ao lado. Duas motos, também e Tray lhes deu uma olhada de
interesse profissional.

“Que lugar é este?” era um pouco vacilante fazer outra pergunta, mas depois de tudo, desejei
saber onde estava.

“A casa de Amanda” disse. Ele me esperou para que o seguisse, e subi três degraus que
conduziam na porta traseira e apertei a campainha.

“Quem é?” perguntou uma voz dormente

“Sookie e Dawson” disse


A porta se abriu cautelosamente, a entrada estava bloqueada por Amanda, assim que não
podíamos der atrás dela. Não sei muito sobre as armas de mão, mas ela tinha um revolver
grande apontando constantemente a meu peito. Esta era a segunda vez em dois dias que uma
arma era apontada para mim. Repentinamente, senti muito frio e um pouco de enjôo.

“De acordo” Amanda disse depois de nos olhar por cima agudamente.

Alcide estava atrás da porta, com uma escopeta pronta. Ele tinha caminhado para fora para
nos ver quando chegamos, e quando seus próprios sentidos nos tinha comprovado, ele se
retirou. Colocou a escopeta no balcão da cozinha e sentou na mesa.

“Sinto muito sobre Maria Estrela, Alcide” disse, forçando as palavras através dos lábios
tensos. Tendo armas apontando para mim, a voz é terrivelmente plana, especialmente
estando tão perto.

“Ainda não caiu a ficha” ele disse, sua voz igual de plana. Decidi que estava dizendo que o
impacto de sua morte não tinha batido nele. “Estávamos pensando em nos mudar juntos.
Teria salvado sua vida”

Não tinha nenhum ponto no que poderia ter sido. Essa era outra maneira de se torturar. O que
tinha acontecido realmente era mau.

“Sabemos quem fez” disse Dawson e um calafrio recorreu o recinto. Tinha mais lobatos na
casa. Eu podia detectar-los e fizeram que todos estivessem alertas sobre as palavras de Tray
Dawson.

“O quê? Como?”. Sem que visse o movimento. Alcide estava em seus pés.

“Ela pediu para suas amigas bruxas que fizessem uma reconstrução” Tray disse, cabeceando
em minha direção. “O vi. Eram dois indivíduos. Um que nunca tinha visto, assim que Furnan
trouxe alguns lobos de fora. O segundo era Cal Myers”

As mãos grandes de Alcide foram apertadas em punhos. Não parecia saber quando começar
a falar, tinha muitas reações.

“Furnan contratou ajuda” Alcide disse, finalmente escolhendo pular de ponto em ponto.
“Assim que estamos em nosso direito de adjurar. Pegaremos um desses bastardos e lhe
faremos falar. Não podemos trazer um refém para cá; alguém notaria. Tray, onde?”

“No Pelo de Cão” ele respondeu.

Amanda não estava muito louca por essa idéia. Ela possuía esse bar, e não lhe atraia como
um lugar de execução ou tortura. Abriu sua boca para protestar. Alcide parou na sua frente e
grunhiu, sua cara se transformou em algo que não era absolutamente Alcide, ela se intimidou
e assentiu.

Alcide elevou ainda mais sua voz para declarar o seguinte “Cal Myers está adjurado”
“Mas ele é um membro da manada, e os membros tem juízes” disse Amanda, depois
intimidada, antecipando corretamente o rugido mudo de Alcide na raiva.

“Não me perguntou sobre o homem que tentou me matar” disse. Quis acalmar a situação, se
isso era possível.

Tão furioso como estava, Alcide seguia sendo muito honrado para lembrar que eu seguia
viva e Maria Estrela não, ou que ele amou ,ária Estrela muito mais do carinho que teve por
mim. Ambos pensamentos cruzaram sua mente, então.

“Ele era um lobisomem” disse “Alto, com uns vinte anos. Estava limpo e barbeado. Tinha
cabelo marrom e olhos azuis e uma marca de nascimento grande em seu pescoço”.

“Oh” disse Amanda. “Isso soa como é seu nome, o mecânico novo na loja de Furnan. O
contratou na semana passada. Lucky Owens. Há! Com quem você estava?”

“Estava com Eric Northman” disse

Houve um silencio longo, não inteiramente amistosos. Os lobatos e os vampiros são rivais
por natureza.

“Então o garoto está morto?” Tray perguntou prático, e assenti.

“Aonde você estava?” Alcide perguntou em uma voz que era mais racional.

“Essa é uma pergunta interessante” disse “Estava na BR dirigindo para casa de Shreveport
com Eric. Tínhamos estado em um restaurante aqui”

“Então quem poderia saber onde você estava e com estavas?” Amanda disse enquanto que
Alcide franziu a cara para o chão, em um pensamento profundo.

“Sabiam que terias que voltar para casa pela BR na noite passada” Tray realmente estava na
altura em minha opinião; ele tinha razão com as idéias práticas e pertinentes.

“Só disse a minha companheira de quarto que saia para jantar, não aonde” disse.
“Conhecemos alguém ali, mas podemos deixá-lo de fora. Eric sabia, porque estava agindo
como chofer. Mas sei que Eric e o outro homem não avisaram a ninguém de fora”.

“Como você pode estar tão segura”. Tray perguntou

“Eric conseguiu me proteger do tiro” disse “E a pessoa que me levou para conhecer era um
parente”.

Amanda e Tray não conheciam como de pequena era minha família, assim que não souberam
como de transcendental era a declaração. Mas Alcide, que sabia mais sobre mim, se
deslumbrou.
“Você está inventando” Alcide disse.

“Não, não estou inventando” olhei fixamente para trás. Sabia que era um dia terrível para
Alcide, mas não tinha que lhe explicar minha vida. Mas tive um pensamento repentino.
“Sabe, o garçom era um lobisomem”. Isso explicaria muito.

“Qual era o nome do restaurante?”

“Les Deux Poissons” meu acento não era bom, mas o lobato cabeceou.

“Kendall trabalha ali” disse Alcide. “Kendall Kent. Cabelo avermelhado longo?” cabeceei, e
ele apareceu triste. “Pensei que Kendall ficaria do nosso lado. Tomamos uma cerveja juntos,
durante algum tempo”.

“Isso era no velho Jack Kente. Tudo o que poderia ter feito era ligar a algum lugar”, Amanda
disse “Ele talvez não sabia...”

“Não é desculpa” Tray disse. Sua voz profunda reverberou na pequena cozinha. “Kendall
tem que saber quem é Sookie, da competição do packmaster. Ela é amiga da manada. Em
vez de dizer a Alcide que ela estava em nosso território e devia ser protegida, chamou
Furnan e lhe disse onde estava Sookie, talvez soube quando sairia para sua casa. Fez fácil
para Lucky mentir enquanto esperava”.

Quis protestar que isso não era certamente como tinha acontecido, mas quando pensei sobre
isso, teve que haver sido exatamente dessa maneira ou de uma maneira muito parecida. Para
me assegurar de que lembrava corretamente, liguei para Amélia e lhe perguntei se tinha dito
a alguém que ligasse onde estava na noite anterior.

“Não” ela disse. “Ouvi de Octavia que não lhe conhecia. Recebi uma ligação desse rapaz
pantera que conheci no casamento de seu irmão. Acredite, não vai querer saber dessa
conversa, Alcide ligou, realmente transtornado. Tanya. Não lhe disse nada”.

“Obrigada, companheira” disse “Vai ficar bem?”

“Sim, me sinto melhor, e Octavia me deixou e voltou com a família que está ficando em
Monroe”.

“Certo, nos vemos quando volte”.

“Você vai chegar a tempo para trabalhar?”

“Sim, tenho que chegar para trabalhar” desde que tinha passado uma semana em Rhodes,
tenho que ter cuidado de cumprir o horário durante algum tempo, se não as outras garçonetes
se queixariam a Sam, porque me dá todos os descansos. Desliguei. “Ela não disse a
ninguém” eu disse.
“Assim que Eric e você estavam tendo um jantar tranqüilo em um restaurante caro, com
outro homem”.

O olhava incredulamente. Isso estava longe do ponto. Me concentrei. Nunca tinha captado
um estimulo mental em tal agitação. Alcide estava sentindo pena por Maria Estrela, culpa
porque não a tinha protegido, cólera porque eu estava no conflito, e, sobretudo, impaciência
por bater alguns crânios. Como a ginja do bolo, Alcide irracionalmente odiava que tivesse
saído com Eric.

Tentei manter minha boca fechada por respeito a sua perdida. Não era nenhuma estranha
para misturar emoções para mim. Mas me encontrei precipitadamente e totalmente cansada
dele.

“Certo” disse. “Lute suas próprias batalhas. Vim quando me perguntaste. Te ajudei quando
me perguntaste, assisti a batalha de líder e hoje, a custa de minha pena emocional. Que te
fodam, Alcide. Talvez Furnan é melhor Lobato”. Girei sobre meus calcanhares e peguei o
olhar que Tray Dawson dava a Alcide enquanto saia da cozinha, desci as escadas, e fui até a
porta do carro. Se pudesse teria batido nele.

“Te levarei para casa” Tray disse, aparecendo a meu lado, e subi ao banco do carona,
agradecida de que me dera recursos para ir embora.

Quando sai furiosa, não tinha estado pensando o que aconteceria depois. A ruína de uma boa
saída quando você tem que ir atrás e olhar na lista telefônica uma frota de táxi. Tinha achado
que Alcide me detestava de verdade depois do desastre de Debbie. Pelo que parece não tinha
sido total.

“Parece irônico, não?” disse depois de um silêncio. “Quase consigo um tiro a noite porque
Furnan pensou que transtornaria Alcide. Até faz dez minutos, teria jurado que não era
verdade”

Tray olhava mais bem como se estivesse cortando cebolas que se ocupando desta conversa.
Depois de outra pausa, ele disse “Alcide está agindo com um cabeça oca, mas a tem
brindada”.

“Entendo isso” disse, e fechei minha boca antes que dissesse uma palavra mais.

Quando cheguei, estava a tempo para ir trabalhar esta noite. Estava tão transtornada
enquanto me trocava que quase rasguei minha calças pretas, lhe dei um puxão muito forte.
Escovei meu cabelo com tal vigor desnecessário que o quebrava.

“Os homens são incompreensivelmente estúpidos” disse a Amélia.

“Nenhuma merda” disse “Quando procurava por Bob hoje, encontrei uma gata no bosque
com filhotes. E o que acontece? Eram todos brancos e pretos”.

Realmente não tinha idéia do que dizer.


“Assim que ao inferno com a promessa que fiz, certo? Vou ter diversão. Ele pode ter sexo;
eu posso ter sexo. E se ele vomitar em minha colcha outra vez, baterei nele com a escova”

Tentava não olhar diretamente para Amélia “Não te culpo” disse, tentando manter minha voz
constante. Era agradável estar na borda do riso em vez de desejar bater em alguém. Agarrei
meu moedeiro, comprovei meu rabo de cavalo no espelho do banheiro do corredor, e fui para
fora pela porta traseira para dirigir ao Merlotte‟s.

Me sentia cansada antes inclusive de caminhar através da porta dos empregados, não era uma
boa maneira de começar meu turno.

Não vi Sam quando guardei meu moedeiro na gaveta do escritório que todos nós utilizamos.
Quando sai do corredor que chegava nos banheiros públicos, o escritório de Sam, o
armazém, a cozinha (ainda que a porta da cozinha estava bloqueada desde o interior, a
maioria de tempo), encontrei Sam atrás do balcão. O cumprimentei com a mão enquanto
pegava o avental branco da montanha de dúzias. Deslizei meu bloco e um lápis dentro de um
bolso, olhei ao redor para encontrar Arlene, a quem estaria substituindo e examinei as mesas
de nossa seção.

Meu coração afundou. Nenhuma tarde pacifica para mim, alguns asnos com camisetas da
Irmandade do Sol se sentavam em uma das mesas. A Irmandade era uma organização radical
que acreditava que (a) os vampiros eram pecadores por natureza, quase demônios, e (b)
devem ser executados. Os „pregadores‟ da Irmandade não diriam tão publicamente, se não
que a Irmandade advogou a exterminação total dos não-mortos. Tinha ouvido que tinha
inclusive uma pequena cartilha para aconselhar aos membros de como isso poderia se
realizar. Depois da explosão em Rhodes chegaram a ser mais audazes com seu ódio.

O grupo da Irmandade crescia enquanto os americanos lutavam com algo que não podiam
entender, e enquanto centenas de vampiros fluíam pelo país que lhes havia dado as boas
vindas mais favoráveis de todas as nações na terra. Aposto que alguns países pesadamente
católicos e muçulmanos adotaram uma política de matar os vampiros que estavam a vista, os
EUA tinham começado a aceitar a vampiros como refugiados da perseguição religiosa ou
política, e o contragolpe contra essa política era violento.

Recentemente tinha visto um adesivo de pára-choque que dizia „Eu direi que os vampiros
estão vivos quando me roces com seus dedos mortos e frios por minha garganta rasgada‟.
Olhei os seguidores como intolerante e ignorante, e desdenhei os que pertenciam a suas filas.
Mas mantive minha boca fechada sobre o assunto no balcão, da mesma maneira que evitei
discussões sobre o aborto ou o controle de armas ou gays nos militares. Claro, os indivíduos
da Irmandade eram provavelmente comparsas de Arlene.

Minha fraca ex amiga tinha o gancho, a linha, e a compostura que a pseudo Irmandade
propagava.

Arlene me resumiu concisamente nas mesas, ela se dirigiu para a porta traseira, sua cara era
dura contra mim. Como a olhei ir, me perguntei como estariam seus filhos. Tinha cuidado
deles muito. Agora me odiariam provavelmente, deveriam escutar sua mãe.
Sacudi minha melancolia, porque Sam não me pagava para me ver mal humorada. Fiz a
ronde de clientes, restaurei as bebidas, me certifiquei que cada uma comia bastante comida,
trouxe um garfo limpo para uma mulher que tinha derrubado o seu, guardanapos adicionais
na mesa onde Hennessy comia frango, e troquei palavras alegres com os clientes sentados no
balcão. Tratei a mesa da Irmandade como trato a qualquer outro, e não pareciam prestar
nenhuma atenção especial em mim, pelo que estava bem comigo. Tinha a expectativa de que
ia embora sem problemas... Até Pam entrou.

Pam é branca como uma folha de papel e se via como se Alice no país das maravilhas tivesse
crescido até se converter em um vampiro. De fato, Pam esta tarde inclusive tinha uma fita
azul em seu cabelo reto, e usava um vestido em vez de suas calças geralmente ajustados.
Estava adorável inclusive se vendo como um molde de vampiro em um episódio de Leave It
to Beaver. Seu vestido tinha um pequeno debrum branco nas mangas, e seu pescoço tinha um
debrum branco, também. Os botões minúsculos de sua blusa eram brancos, emparelhados
com os da saia. Nenhuma mangueira, notei, mas qualquer mangueira que ela comprasse
pareceria estranha porque o resto de sua pele era muito pálida.

“Ei, Pam” disse tão cedo como veio direta para mim.

“Sookie” ela disse com gosto, e me deu um beijo tão ligeiro como um floco de neve. Seus
lábios se sentiram frios em minha bochecha.

“O que acontece?” perguntei. Pam trabalhava geralmente no Fangtasia pela tarde.

“Tenho um encontro” disse “Estou bem?” ela girou ao redor.

“Oh, seguro” disse “Você sempre está linda e bem, Pam” essa era totalmente a verdade.
Ainda que as opções da roupa de Pam eram ultra-conservadoras e antiquadas, isso não
significava que lhe caíssem bem. Tinha um tipo de encanto doce-mas-mortal “Quem é o
sortudo?

Ela olhava como um vampiro de duzentos anos pode olhar “Quem disse que é um cara?”
disse.

“Oh, correto” dei uma olhada ao redor “Quem é a pessoa sortuda?”

Justo então minha companheira caminhou aqui. Amélia usava umas lindas calças de linho
preto com um suéter cinza e um par de brincos de âmbar e de concha. Ela parecia
conservadora, também, mas de uma maneira mais moderna.

Amélia andou para nós, sorrindo para Pam e disse “Já tomou uma bebida?”. Pam sorriu de
uma maneira que nunca tinha visto antes. Era... tímida.

“Não, estava te esperando” Amélia disse.

Se sentaram no balcão e Sam as serviu. Cedo estiveram conversando longe, e quando


terminaram suas bebidas se levantaram para irem.
Quando passaram por mim para ir, Amélia disse “te verei quando veja”, sua maneira de me
dizer que pode que não passe a noite em casa.

“Certo, vocês duas tem diversão” disse. Sua saída foi seguida por mais de um par de olhos
masculinos. Se as córneas embaçassem como fazem os óculos, todos os indivíduos no balcão
veriam borrado.

Fiz a ronda de minhas mesas outra vez, trazendo as cervejas novas para uma, deixando a
conta em outra, até que alcancei a mesa com os indivíduos que usavam as camisetas da
Irmandade. Ainda olhavam a porta como se esperassem que Pam pulasse dentro e gritasse
„BOO!‟

“Acabo de ver o que acho que era?” um dos homens me perguntou. Ele estava em seus 30
anos, limpo-barbeado, de cabelo marrom, apenas outro individuo. O outro homem era
alguém com olhos cautelosos se tivéssemos estado sós em um elevador. Ele era magro, tinha
uma franja de barba no largo de sua mandíbula, estava enfeitado com algumas tatuagens que
me pareciam tatuagens caseiros de uma prisão, e levava uma faca amarrada com correia e
seu tornozelo, uma coisa que não tinha sido demasiado duro para mim uma vez que tinha
ouvido em sua mente que estava armado.

“O que acha que viu?” pedi docemente; o de cabelo marrom pensou que era um pedacinho
simples. Mas isso era uma boa camuflagem, e significou que Arlene não tinha se dedicado a
dizer a todos sem exceção sobre minhas pequenas particularidades. Ninguém em Bon Temps
(se os pegasse fora da igreja no domingo) tinha dito que a telepatia era possível. Se lhes
dissesse fora do Merlotte‟s em uma noite de sábado, pode ser que dissessem que tinha algo
assim.

“Acho que vi um vampiro entrar aqui, como se tivesse direito. E acho que vi uma mulher que
agia feliz saindo com ela. Juro por Deus, não posso acredito” ele me olhava como se fosse
compartilhar seu ultraje. Tat assentiu vigorosamente.

“Sinto muito, viu duas mulheres caminhar para fora do bar juntas, e isso te incomoda? Não
entendo seu problema com isso” com certeza, você tem tirar para fora as vezes.

“Sookie?” Sam me chamava.

“Posso, lhes trazer mais alguma coisa cavalheiros?” perguntei, porque Sam tentava
induvidavelmente me chamar de novo a meus sentidos.

Ambos me olhavam estranhamente agora, deduzindo corretamente que não estava de acordo
com seu programa.

“Suponho que estamos prontos para ir” disse Tat, esperando claramente que eu sofresse por
expulsar clientes que pagavam. “Tem nossa conta pronta?”

Tinha sua conta pronta, e o coloquei sobre a mesa entra eles. Deram uma olhada, deixaram
dez dólares dando um tapinha na capa, e empurraram suas cadeiras para trás.
“Estarei de volta com seu troco em apenas um segundo” disse dando a volta.

“Nenhum troco” disse, o de cabelo marrom, ainda que seu tom era fosco e ele não parecia
genuinamente emocionado com meu serviço.

“Idiotas” murmurei enquanto ia a caixa registradora no balcão.

Sam disse “Sookie, você tem que engolir-los”

Estava tão surpresa que olhei fixamente para Sam. Ambos estávamos atrás do balcão. E Sam
misturava vodka Collins. Sam continuou tranquilamente, mantendo seus olhos em suas mãos
“Você tem que servi-los como a qualquer”.

Nem sempre Sam me tratava como uma empregada, mas sim como um verdadeiro sócio.
Doeu; tanto mais quando tinha razão. Ainda que tinha sido cortes na superfície, tinha
engolido suas observações sem comentar-las, se não tivessem tido as camisetas da
Irmandade. Merlotte‟s não era meu negocia. Era de Sam, se não voltassem os clientes, ele
sofreria as conseqüências.

Eventualmente, se tinha que deixar a garçonete ir, também.

“Estou envergonhada” disse, ainda que não fosse fácil dizer. Sorri brilhantemente para Sam e
me dirigi para fazer uma ronda desnecessária de minhas mesas, cruzou provavelmente a
linha de atento e de irritação. Mas se entrasse no banheiro dos empregados na parte das
senhoras, terminaria chorando, porque me dói ser chamada a atenção e me dói estar
enganada, mas sobre tudo, dói estar em meu lugar.

Quando fechamos a noite, eu sai tão rápido e silenciosamente como foi possível. Sabia que ia
ter que fugir de minha dor, mas preferi me curar em meu próprio lar. Não desejava ter
nenhuma „pequena conversa‟ com Sam, ou com qualquer pessoa, para essa matéria. Holly
me olhava com muita curiosidade. Assim que sai a minha praça de estacionamento com meu
moedeiro, meu avental ainda posto. Tray se inclinava contra meu carro. Pulei antes que
pudesse parar a mim mesma.

“Você correndo assustado?” ele perguntou

“Não, estou correndo transtornada” disse “O que faz aqui?”

“Vou te seguir para casa” ele disse “Amélia está lá?”

“Não ela está em um encontro”.

“Então comprovarei definitivamente os ao redores da casa” disse o homem grande, e entrou


em seu carro para me seguir para fora do caminho de Hummingbird. Não tinha nenhuma
razão que objetar a que pudesse olhar. De fato, me fez sentir bem ter alguém comigo, alguém
bom de confiança.
Minha casa estava com a tinha deixado, melhor dizendo, como Amélia tinha deixado. As
luzes de segurança exteriores tinham acendido automaticamente, e ela tinha deixado a luz da
cozinha acesa além da do alpendre traseiro. Com as chaves em minha mão, atravessei a porta
da cozinha.

A mão grande de Tray agarrou meu braço quando comecei a virar a maçaneta da porta.

“Não tem ninguém aqui” disse, tendo me certificado a minha maneira “E está guardada por
Amélia”.

“Fica aqui enquanto dou uma olhada ao redor” disse suavemente. Assenti e se foi. Depois de
uns segundos de silêncio, abriu a porta para me dizer que podia entrar na cozinha. Estava
preparada para o seguir através da casa para o resto de sua busca “gostaria de um copo de
coca-cola, se tiver algum”

Ele me havia desviado perfeitamente de seguir-lo dando minha hospitalidade. Minha avó
teria me batido com um mata-moscas se não tivesse trazido para Tray uma coca-cola nesse
momento.

No momento que chegou na cozinha e se certificou que não tinham intrusos, a coca-cola
gelada estava colocada em um copo sobre a mesa, e tinha um empanado de carne colocado
na mesa também. Com um guardanapo dobrado. Sem nenhuma palavra. Tray se sentou,
colocou o guardanapo em seu colo, comeu o empanado de carne e bebeu a coca-cola. Me
sentei na frente dele com minha própria bebida.

“Ouvi que seu homem desapareceu” Tray disse quando limpou seus lábios com o
guardanapo.

Assenti.

“O que acha que aconteceu?”

Expliquei as circunstancias “Pois, não ouvi nenhuma palavra dele” concluí. Esta historia
soava quase automaticamente, como se estivesse gravada.

“Isso é mau” foi tudo o que disse. De alguma maneira me fez sentir melhor, tranqüila, sem
discussões dramáticas sobre um tema muito delicado. Depois de um minuto pensando em
silêncio, Tray disse “espero que o encontres cedo”.

“Obrigada. De fato estou impaciente por saber o que está fazendo” isso era uma grande
subestimação.

“Bem, será melhor que me vá” disse “Se ficar nervosa esta noite, me chame. Posso estar aqui
em dez minutos, não é bom, sozinha aqui enquanto a guerra está começando”.

Tinha uma imagem mental dos ataques vindo por minha rua.
“Como de mau acha que poderia ser? Perguntei.

“Meu pai me disse que na guerra passada, que foi quando seu pai era pequeno, a manada de
Shreveport estava contra a manada de Monroe. A manda de Shreveport então estava
composta de mais ou menos quarenta membros, contando com os halfies”. Halfies era o
termo usado para lobatos que se convertiam em lobos depois de serem mordidos. Poderiam
ser um tipo de lobisomem, mas não alcançando a forma perfeita do lobo que os lobatos tem
de nascimento e pensam que é bastante superior. “Somente a manada de Monroe tinha um
grupo de escolares nele, assim que eram uns quarenta, ou quarenta e cinco, também. Ao final
da luta, ambas as manadas se reduziram a cinqüenta por cento”.

Pensei que os lobatos sabiam “Espero que parem agora” disse.

“Não vai acontecer” Tray disse praticamente. “Provaram o sangue, e matando a garota de
Alcide no lugar de tentar com Alcide é uma maneira covarde de iniciar a guerra. Ele tentam
pegá-lo, também; o que faz ainda pior. Você não tem nem uma gota de lobato em você. Você
é amiga da manada. Deveria fazê-la intocável, não um alvo. E esta tarde, Alcide encontrou
Christine Larrabee morta”.

Estava comovida outra vez. Christina Larrabee tinha sido a viúva de um dos packmasters
anteriores. Tinha uma posição elevada na comunidade lobato, e ele tinha respaldado Jackson
Herveaux como líder. Agora tinha devolvido com retraso.

“Não está indo atrás de nenhum homem?” finalmente decidi dizer.A cara de Tray era escura
e de desprezo “Nah” disse “A única maneira da que posso ver é, Furnan quer apagar o
temperamento de Alcide. Quer que cada um fique a um fio do gatilho, enquanto que Furnan
permanece fresco e reunido. É sobre o que quer, também. Ele necessita ser mais como um
franco-atirador”.

“A estratégia de Furnan não é realmente... inusual?”

“Sim” Tray disse pesadamente. “Não sei que o que consegue com isso. Ao parecer, não
deseja enfrentar cara a cara o Alcide em um combate pessoal. Não deseja só bater em Alcide.
Ele está decidido matar a gente de Alcide e a Alcide, pelo que posso dizer. Alguns lobatos,
que tem crianças pequenas, depois dos ataques contra mulheres. Obrigado pela comida.
Tenho que ir alimentar meus cachorros. Tranca bem depois de que eu tenha ido, me ouviu? E
onde está seu celular?”

O coloquei na mão, e com movimentos assombrosamente pulcros para tais mãos grandes,
Tray gravou seu número na discagem rápida. Então ele se foi com um cumprimento
ocasional de sua mão. Tinha uma pequena e pulcra casa ao lado de sua oficina e eu estava
realmente tranqüila por ter encontrado a tempo e que recorrera de ali a aqui em somente dez
minutos. Tranquei a porta atrás dele, e comprovei as janelas da cozinha, certeza, Amélia
tinha deixado algum ponto aberto durante a suave tarde. Depois do descobrimento, me senti
obrigada de comprovar cada janela da casa, inclusive as de cima.

Depois de checar me sentia tão segura como estava me sentindo, virei a TV e me sentei na
frente dela, sem ver realmente o que acontecia na tela. Tinha muito no que pensar.

Faz meses, fui a competição do packmaster a pedido de Alcide para ver a armadilha. Minha
má sorte foi que minha presença foi notada e meu descobrimento da traição de Furnan tinha
sido pública, monopolizei a atenção por minha demarcada durante uma luta, que não era a
minha. De fato, no fundo: conhecer Alcide não tinha me trazido nada se não pena.

Quase me aliviei pensando com ira e criando esta injustiça em minha cabeça, mas me senti
melhor calar este surto. Não era culpa de Alcide que Debbie Pelt tivesse sido uma vadia
assassina, não era culpa de Alcide que Patrick Furnan tivesse decidido enganar a competição.
Assim mesmo, Alcide não era responsável do sanguinário e pouco característico enfoque de
Furnan para consolidar sua manada. Me perguntava se este comportamento era normalmente
de lobo.

Me figurei que só era o de Patrick Furnan.

O telefone tocou, e pulei ao redor de uma milha. “Alô?” disse, infeliz pelo assustada que
soava.

“O lobisomem Herveaux me ligou” disse Eric “Confirma que está em guerra com seu
packmaster”.

“Sim” disse “Necessitou a confirmação de Alcide? Minha mensagem não foi suficiente?”

“Estive pensando em um teoria alternativa sobre seu ataque como um golpe para Alcide.
Estou seguro que Niall deve ter mencionado que tem inimigos”.

“Uh, huh”.

“Me perguntava se algum desse inimigos tem agido tão rapidamente. Se o lobisomem tem
espiões, podem ser as fadas”.

Ponderei isso. “Assim pois, buscando me conhecer, ele quase causou minha morte”.

“Mas teve a precaução de me pedir que te escoltara desde Shreveport”,

“Assim que ele salvou minha vida, ainda quando a arriscou”.


Silêncio.

“Realmente” disse, pulando em um terreno emocional mais firme “salvou minha vida, e
estou agradecida”. Tinha meio previsto que Eric me perguntasse como de agradecida estava,
se referindo a beijar... mas ainda não falou.

Justo quando ia dizer algo estúpido para quebrar o silencio, o vampiro disse “Vou interferi
somente esta guerra para defender nossos interesses. Ou para te defender.”

Meu turno era um silêncio curto “Certo” disse fracamente.

“Se você ver chegar problemas, se tentarem te arrastar para longe, me ligue imediatamente”
Eric me disse “Acho de verdade que o packmaster enviou o assassino. Ele era certamente um
lobisomem”.

“Alguns da gente de Alcide reconheceram a descrição. O individuo, um tal de Lucky,


acabava de ser contratado por Furnan como mecânico”.

“Me estranha que ele confiasse tal diligencia a alguém a quem apenas conhecia”.

“Aposto que resultou ser tão desafortunado”.

De fato Eric respirou. Então disse “Não quero falar para Niall disto. Com certeza, lhe disse o
que aconteceu”.

Tive um momento, uma pontada nervosa porque Niall não tinha vindo a meu lado, nem tinha
ligado para me perguntar se estava bem. O conheci uma única vez, e agora estava triste
porque não estava agindo como minha babá.

“Certo, Eric, obrigada” disse e desliguei quando ele estava dizendo adeus. Deveria ter lhe
perguntado sobre meu dinheiro outra vez, mas estava tão desanimada; além disso, não era
problema de Eric.

Estive nervosa todo o tempo até que estive pronta para ir para a cama, mas não ocorreu nada
para me por mais ansiosa. Lembrei cerca de cinqüenta vezes que Amélia tinha guardado a
casa. A guarda trabalharia se ela estava na casa ou não. Tinha boas fechaduras nas portas.

Estava cansada.

Finalmente, dormi, mas acordei mais de uma vez, esperando escutar a um assassino.
A manhã seguinte minhas pálpebras pesavam. Minha cabeça doía e me sentia atontada.
Tinha o equivalente a uma ressaca emocional. Algo tinha que mudar. Não podia com outra
noite como esta. Me perguntava se deveria ligar para Alcide e ver se tinha, ah, ido dormir em
algum colchão com seus soldados. Talvez me deixariam um canto? Mas a idéia de ter que
fazer isso para parecer segura me fez sentir raiva.

Não podia bloquear a ideia de que se Quinn estivesse aqui, poderia estar em minha casa sem
medo. E por um momento, não estava preocupada pela desaparição de meu ferido namorado,
estava brava com ele. Meu estado de ânimo, pedia para ficar brava com alguém. Também
tinha suspendida uma imprecisa emoção. Com, este era o começo de um DIA muito especial,
ein?

Amélia não estava. Assumi que tinha passado a noite com Pam. Não tinha nenhum problema
em que elas tivessem uma relação. Simplesmente desejava que Amélia estivesse aqui, já que
estava sozinha e assustada. Sua ausência deixava um vazio em minha paisagem.

Ao menos o ar era fresco. Se sentia claramente que o outono estava a caminho, jê se


encontrava no chão, esperando para brincar e reclamar as folhas, o pasto e as flores.
Coloquei um suéter sobre a camisola e sai ao alpendre dianteiro para beber minha primeira
xícara de café. Escutei os pássaros um pouco, não eram tão ruidosos como na primavera, mas
suas canções e discussões me permitiram terminar meu café e tentar planejar meu dia, mas
passei topando com um bloqueio mental. É difícil fazer planos quando suspeitas que alguém
podia tentar te matar. Se pudesse separar do fato de que minha morte podia ser iminente,
necessitava passar a aspiradora no primeiro andar, por a lavadora e ir para a biblioteca. Se
sobrevivesse, teria que ir trabalhar.

Me perguntava onde estaria Quinn.

Me perguntava quando voltaria a falar com meu bisavô.

Me perguntava se esta noite teriam morrido mais lobisomens.

Me perguntava quando tocaria o telefone.

Como não tinha acontecido nada no alpendre, me arrastei dentro e comecei com a rotina da
manhã. Quando olhei para o espelho, me lamentei por ter me incomodado. Não me via
descansada e fresca. Parecia uma pessoa preocupada que não tinha dormido. Cobri as
olheiras com corretivo, coloquei sombra nos olhos e um pouco de blush, para dar algo de cor
a cara. Então parecia um palhaço e tirei a maquiagem. Depois de alimentar Bob e lhe dar
uma duro sermão pelo assunto dos filhotes, comprovei todas as fechaduras e enrei no carro
para ir na biblioteca.

A biblioteca, sucursal de Bon Temps não é um edifício grande. Nossa bibliotecária se


graduou na Louisiana Tech em Ruston, e é uma dama no fim dos seus trinta chamada
Barbara Beck. Seu marido Alcee, é detetive de policia de Bon Temps, e espero que Barbara
não saiba no que ele estava metido. Alcee é um homem duro que faz coisas boas... as vezes.
Também faz um grande número de coisas ruins. Alcee teve sorte de conseguir se casar com
Barbara, e sabe disso.

Barbara é a única empregada em tempo completo da biblioteca, e não estava surpresa de


encontrá-la quando empurrei para abrir a pesada porta. Estava colocando livros na estante.
Barbara vestia no que pensei como chique confortável, é dizer escolhia cores brilhantes e
usava sapatos no tom. Também gostava de jóias grandes e ostentosas.

“Bom dia, Sookie” me disse com um grande sorriso.

“Barbara” disse tratando de lhe devolver o sorriso, notou que não era meu sorriso habitual,
mas manteve privado seus pensamentos. Não realmente, está claro, desde que tenho minha
pequena capacidade, mas não disse nada em voz alta. Coloco os livros que vinha devolver no
lugar certo, e começo a olhar as estantes com os livros recém chegados. A maioria eram
variantes de auto-ajuda. Eram populares estes livros e a influência com que eram
consultados, todo o mundo em Bon Temps deveria ter virado perfeito então.

Peguei duas novas novelas românticas e um par de mistério, e um de ficção cientifica, da que
raramente leio. (Especulo que penso que minha realidade é mais alocada que qualquer coisa
que um escritor de ficção cientifica pode imaginar). Enquanto olhava a contracapa de um
livro de um autor que nunca tinha lido, ouvi um golpe seco no fundo e pensei que alguém
tinha entrado pela porta traseira da biblioteca. Não prestei atenção; algumas pessoas
habitualmente usam a porta traseira.

Barbara fez um pouco de barulho e olhei para cima. O homem que tinha atrás era enorme, e
magro. Tinha uma faca enorme e o mantinha na garganta de Barbara. Por um momento
pensei que era um ladrão e me perguntei que pensaria em roubar uma biblioteca. O dinheiro
pelos livros devolvidos com atraso?

“Não grite” disse através de seus largos e afiados dentes.

Congelei. Barbara estava em um lugar mais além do medo. Estava aterrorizada. Mas podia
ouvir outro cérebro no edifício.
Alguém entrava pela porta traseira muito silenciosamente.

“O detetive Beck o matará por machucar sua esposa” lhe disse muito ruidosamente. E disse
com certeza absoluta. “Diga adeus a seu traseiro.

“Melhor que te importe, filho da puta” disse Alcee, que tinha se posto as suas costas,
silenciosamente. Colocou a pistola em sua cabeça “Agora solta minha mulher e deixa a faca
cair”.

Mas dentes afiados não estava pelo trabalho. Deu a volta, empurrou Barbara contra Alcee e
correu direto para mim, com a faca levantada.

Lhe lancei um livro de capa dura de Nora Roberts, que bateu em sua cabeça. Estendi o pé.
Cego pelo impacto do livro, Dentes Afiedos tropeçou com o pé, tal como tinha esperado.

Caiu sobre sua faca, o que tinha planejado.

“Ah, oh” disse.

“Boooom... merda” disse Alcee Beck “Onde você aprendeu a arremessar desse jeito nas
pessoas, Sookie Stackhouse?”

“Softball” disse, o qual é literalmente a verdade.

Como era imaginável, estava ficando tarde para ir trabalhar nesta tarde. Estava ainda mais
cansada do que estava no começo, mas pensava que podia sobreviver esse dia. Até agora,
duas vezes seguidas, tinha intervindo o destino para impedir meu assassinato. Tive que dar
por sentado que Dentes Afiados tinham o enviado para me matar e tinha falhado, tal e como
tinha feito o falso patrulheiro da BR. Talvez minha sorte não se aplicaria uma terceira vez,
mas tinha uma possibilidade de que acontecesse. Que probabilidades tinha de que outro
vampiro interceptara uma bala por mim, ou que, por mero acidente, Alcee Beck trouxesse o
almoço de sua esposa que o tinha deixado no balcão da cozinha? Dietético, verdade? Mas
tinha conseguido a pesar de tudo, duas vezes.

Não importa o que a policia oficialmente dava por feito, (já que não conhecia ao homem, e
ninguém podia dizer que o conhecia – e tinha acontecido com Barbara e não comigo), agora
Alcee Beck me tinha em seu ponto de mira. Era realmente bom interpretando as situações, e
tinha visto Dentes Afiados estava focado em mim. Barbara tinha sido um meio para atrair
minha atenção. Alcee nunca me perdoaria, ainda que não tivesse sido culpa minha. Tinha
arremessado o livro com força e precisão.
Em seu lugar, sentiria o mesmo.

Agora estava no Merlotte‟s, me perguntando onde ir, o que fazer e porque Patrick Furnan
tinha ficado louco. E onde tirava todos esses desconhecidos? Não eram os lobatos que
tinham derrubado a baixo a porta de Maria Estrela. Eric tinha recebido o tiro de um tipo que
tinha trabalhado para Patrick Furnan só uns dias. Nunca tinha visto Dentes Afiados, e era um
tipo inesquecível de homem.

A situação não tinha sentido absoluto.

Repentinamente tive uma idéia. Perguntei a Sam se podia fazer uma ligação já que não tinha
movimento em minhas mesas, e ele assentiu. Tinha me olhado com os olhos entornados toda
a tarde, o que significava que ia me pegar e falar cedo, mas por agora tinhas um respiro.
Assim que entrei no escritório de Sam, e olhei a guia de Shreveport para obter o número da
casa de Patrick Furnan e liguei.

“Diga” reconheci a voz.

“Patrick Furnan?” perguntei, só para estar segura.

“É ele”

“Porque está tentando me matar?”

“O quê? Quem é?”

“Ah, por favor. Sou Sookie Stackhouse. Porque está fazendo isso?”

Houve uma pausa longa.

“Você está tentando me pegar?” perguntou

“Como? Acha que grampeei o telefone? Quero saber porque. Nunca fiz nada para você. Já
não saio com Alcide. Mas trata de me apartar como se fosse poderosa. Matou a pobre da
Maria Estrela. Matou Christine Larrabee. O que há nisso? Não sou importante.

Patrick Furnan disse lentamente “De verdade, você acha que sou eu que fez? Que há matado
as fêmeas da manada? Que tentou te matar?

“Sim, com certeza”


“Não fui eu. Li sobre Maria Estrela. Christine Larrabee está morta?” soou quase assustado.

“Sim” disse, e minha voz foi tão incerta como a sua. “E alguém tentou me matar duas vezes.
Estou assustada, alguma pessoa totalmente inocente se verá presa no fogo cruzado. E com
certeza não quero morrer”.

Furnan disse “Minha esposa desapareceu ontem” sua voz estava rasgada pela dor e o temor.
E a cólera. “Alcide a tem, e esse filho da puta pagará”.

“Alcide não faria isso” disse (Bom, estava bastante segura de que Alcide não faria). “Disse
que não ordenou as mortes de Maria Estrela e Christina Larrabee? E a minha?”

“Não, porque iria pelas mulheres? Nunca queremos matar as lobatos fêmeas puro-sangue.
Coloca como exceção a Amanda” acrescentou Furnan sem tato. “Se vamos matar alguém, é
o homem”.

“Acho que Alcide e você deveriam ter uma reunião. Não tem sua esposa. Ele acha que você
ficou louco, por atacar as mulheres”.

“Acho que você tem razão com a reunião, ao menos que você tenha tido a ideia para me
colocar em posição e que Alcide possa me matar.

“Só quero viver para chegar à semana que vem”.

“Estou disposto a me reunir com Alcide se você estiver ali, e se jurar que nos contará a cada
um o que o outro pensa. Você é amiga da manada. De toda a manada. Agora você pode nos
ajudar.

Patrick Furnan estava tão ansioso por encontrar sua esposa que inclusive estava disposto em
acreditar em mim.

Pensei nas mortes que tinham acontecido. Pensei na mortes que ainda não tinham
acontecido, incluindo a minha. Me perguntei o que diabos estava acontecendo.

“O farei se Alcide e você forem desarmados” disse “Se o que suspeito é certo, tem um
inimigo em comum, que trata de aniquilar-los.

“Se esse bastardo de pelo preto está de acordo, então tentarei” disse Furnan “Se Alcide tem
minha esposa, espero que não a tenha tocado nem um fio de cabelo e que a traga com ele. Ou
juro ante Deus que o desmembrarei.
“Entendo. Me assegurarei de ele também entenda” lhe prometi, e espero com todo meu
coração estar dizendo a verdade.

Estava no mesmo meio da noite e estava a ponto de mudar no perigo. Esta era meu
condenado defeito. Com uma série de rápidas ligações, Alcide e Furnan tinham resolvido
onde se encontrar. Os visualizei se sentando através de uma mesa, seus tenentes a direita
detrás deles, e trabalhando sobre como sair intactos desta situação. A senhora Furnan
apareceria e o casal se juntaria. Todos estariam felizes, ou pelo menos não tão hostis. Eu não
estaria ao redor.

E aqui estava em um centro de escritórios abandonado em Shreveport, o mesmo onde tinha


tido a competição para packmaster. Pelo menos Sam estava comigo. Estava escuro e frio e o
vento levantava o cabelo de meus ombros. Mudei de posição de um pé a outro pá,
impacientemente por terminar com isto. Ainda que ele não estivesse tão nervoso como eu,
podia dizer que Sam se sentia da mesma maneira.

Era minha responsabilidade que ele estivesse aqui. Quando ele tinha chegado com tanta
curiosidade dobre o que tramavam os lobatos, tive que contar. Depois de tudo, se alguém
atravessava a porta do Merlotte‟s e tentava atirar em mim, Sam pelo menos mereceria saber
porque seu balcão estava cheio de buracos. Tinha discutido amargamente com ele quando me
disse que viria comigo, mas aqui estávamos os dois.

Talvez estava mentindo para mim mesmo. Talvez simplesmente queria um amigo comigo,
alguém definitivamente em meu lado. Talvez só estava assustada. De fato, não tinha um
talvez sobre tudo isto. A noite estava fresca, e ambos levávamos impermeáveis com capuz.
Não é que necessitássemos o capuz, mas se refrescasse, estaríamos agradecidos com eles. O
centro de escritórios abandonado apareceu a nosso redor com um silêncio sombrio.
Estávamos parados na zona de carga de uma firma que tinha aceitado envios grandes. As
longas maçanetas de metal das portas onde os caminhões tinham estado descarregando
pareciam grandes olhos brilhantes com a cintilação das luzes de segurança.
De fato, tinha um grande número de grandes olhos brilhantes ao redor esta noite. Os Sharks e
os Jets estavam negociando. Oh, me perdoem, os lobatos de Furnan e os lobatos de
Herveaux. As duas partes da manada puderam vir para um entendimento, ou pode ser que
não. E justo o ponto esteve entre Sam o metamorfo e Sookie a telepata.

Como sentia as fortes mentes dos lobatos batendo se acercando do norte até o sul, virei para
Sam e disse desde o fundo de meu coração, “nunca deveria ter deixado você vir comigo.
Nunca deveria ter aberto a boca”.

“Você pegou o habito de não me dizer as coisas, Sookie. Queria que me dissesses o que está
acontecendo com você. Especialmente se há perigo”.

O cabelo vermelho-ouro de Sam se moveu ao redor de sua cabeça com a pequena brisa que
saia entre os edifícios. Senti sua diferença mais fortemente que alguma outra vez. Sam é
realmente um metamorfo raro. Ele pode mudar para qualquer coisa, prefere a forma de um
cachorro, porque os cachorros são familiares e amistosos e as pessoas geralmente não atiram
neles. Olhei em seus olhos azuis e vi a falta de selvageria neles.

“Estão aqui” disse, levantando seu nariz na brisa.

Então os dois grupos estavam parados perto de uns dez pés longe de qualquer de nossos
lados, e era hora de se encontrar. Reconheci as caras de uns poucos dos lobos de Furnan, que
eram mais numerosos. Cal Myers, o policial detetive, estava entre eles. Tomou certo tipo de
valor que Furnan trouxesse Cal quando este proclamava sua inocência. Também reconheci a
garota adolescente que Furnan tinha pego como parte da celebração da vitória depois da
derrota de Jackson Herveaux.

Ela se via um milhão de anos mais velha esta noite.

O grupo de Alcide incluiu Amanda, que cabeceou para mim com sua cara séria, e alguns
lobisomens que tinha visto no Pelo de Cão na noite que Quinn e eu visitamos o bar. A garota
esquelética que levava o sutiã de coro vermelho esta noite, estava parada justo atrás de
Alcide e ela estava excitada intensamente e assustada profundamente. Para minha surpresa,
Dawson estava ali. Ele não era o lobo solitário que tinha pintado em si mesmo.

Alcide e Furnan caminharam longe de suas manadas.

Tinha um acordo formal de deitar, ou sentar, ou como quiser chamar: Estaria parada entre
Furnan e Alcide. Cada líder agarraria uma de minhas mãos. Seria o detector humano da
mentira enquanto falassem. Tinha jurado dizer a cada um se o outro mentisse, pelo menos o
melhor de minha habilidade. Podia ler mentes, mas as mentes podem ser astutas e enganosas
ou só densas. Nunca tinha feito algo exatamente como isto. E eu rezei porque minha
capacidade esta noite fosse extraordinariamente exata e a usasse sabiamente, assim que
poderia ajudar a terminara esta forma de vida.

Alcide chegou perto tenso, sua cara era áspera no fulgor de iluminação de segurança. Pela
primeira vez, notei que ele parecia mais magro e velho. Tinha um pouco de cinza no seu
cabelo preto, que não tinha estado ai quando seu pai vivia. Patrick Furnan, também não se
via bem. Ele sempre tinha uma tendência pulcra, e agora se via como se tivesse ganho umas
quinze ou vinte libras. Ser packmaster não tinha lhe feito bem. E a impressão pelo seqüestro
de sua esposa tinha marcado sua cara.

Fiz algo que nunca imaginei que faria. Lhe estendi a mão direita. Ele a pegou e suas idéias
inundaram minha mente de maneira imediata. Inclusive sua distorcida mente lobato era fácil
de ler porque ele estava focado. Estendi minha mão esquerda para Alcide e ele a agarrou
muito forte. Durante um longo minuto, me senti inundada. Então com um esforço enorme, os
canalizei em uma mesma corrente assim não me angustiariam. Seria fácil mentir
estrepitosamente ao falar, mas não seria tão fácil mentir em sua própria cabeça. Não
constantemente. Fechei meus olhos. Um lançamento de moeda deu a Alcide a primeira
pergunta.

“Patrick, porque matou minha mulher?” as palavras como cortando a garganta de Alcide.
“Ela era uma lobato pura, e ela era tão gentil como uma lobato pode ser”.

“Nunca ordenei a ninguém da minha gente matar a alguém de sua gente” Patrick Furnan
disse. Soava tão cansado que apenas se mantinha em pé e seus pensamentos procediam mais
ou menos da mesma maneira: lentamente, com fadiga, em um caminho usado em seu próprio
cérebro. Ele era mais fácil de ler que Alcide. Ele significou o que disse.

Alcide escutava com grande atenção e na continuação disse “Não disse a ninguém de sua
manada que matasse Maria Estrela e Sookie e a senhora Larrabee?”

“Nunca dei ordens para matar e nenhum de vocês” Furnan disse.

“Ele acredita” eu disse.

Desafortunadamente, Furnan não se calaria “Te odeio” disse, soando apenas tão cansado
como estava antes. “Estaria feliz se um carro te ferisse. Mas não matei ninguém”.

“Acredite nisto, também” disse, talvez um pouco seca.


Alcide exigiu “Como pode dizer que é inocente com Cal Myers em sua manda? Ele
apunhalou Maria Estrela até morrer”.

Furnan pareceu confuso “Cal não estava ali” disse.

“Ele acredita no que diz” disse a Alcide. Virei minha cara para Furnan “Cal estava ali e ele
assassinou Maria Estrela” ainda que não me atrevi a perder o foco, ouvi sussurros ao redor
de Cal Myers, vi o resto dos lobatos de Furnan ficarem longe dele.

Era a vez de Furnan para fazer uma pergunta.

“Minha esposa” disse e sua voz quebrou “Porque ela?”

“Não peguei a Libby” Alcide disse “Nunca seqüestraria uma mulher, especialmente uma
mulher lobato com filhos. Nunca lhe pediria a ninguém que fizesse”.

Ele acreditou. “Alcide não fez, e não pediu que fizessem”. Mas Alcide odiava Patrick Furnan
com grande ferocidade. Furnan não tinha necessitado matar Jackson Herveaux no clímax da
competição, se não ele tinha que fazer. Era melhor começar sua liderança eliminando sua
rival. Jackson nunca teria se submetido a suas normas, e teria sido um espinho a seu lado por
anos. Estava tendo pensamentos de ambos lados, captava idéias tão fortes que queimaram em
minha cabeça e disse “ambos se acalmem”. Podia sentir Sam atrás de mim, seu calos, o
toque de sua mente, e disse “Sam, não me toques, certo?”

Ele assentiu, e se afastou.

“Nem você matou a alguém que tenha morrido. Nem ordenei fazer-lo. É tudo o que posso
dizer” Alcide disse “nos dê a duvida de Cal Myers”.

“Então onde está minha esposa?” Furnan grunhiu.

“Morta e desaparecida” disse uma voz clara “E estou pronta para ocupar seu lugar. Cal é
meu”.

Todos nós olhamos para cima, porque a voz tinha vindo do terraço do edifício. Tinha quatro
lobatos ali em cima, e a mulher morena que tinha falado era a mais perto da borda. Tinha
sentido do dramático, eu lhe daria isso. As lobatos fêmeas tem poder e status mas não são
lideres... jamais. Esta mulher era claramente alta e em seu peso, ainda que em uns 1,70. Ela
tinha se preparado para mudar; quer dizer, ela estava pelada. Ou talvez queria que Alcide e
Furnan vissem o que podiam conseguir. O que era muito,, tanto em quantidade como em
qualidade.
“Priscilla” disse Furnan.

Parecia um homem tão inverossímil para um lobato que realmente me senti sorrir, o que era
uma má idéia em baixo destas circunstâncias.

“A conheces” Alcide disse a Furnan “Isso é parte de sua plano?”

“Não” respondi para ele. Minha atenta mente atravessava os pensamentos que eu podia ler e
peguei um que se colava em particular. “Furnan, Cal é sua criatura” disse “Ele te traiu”.

“Pensei que se escolhesse umas poucos cadelas que fossem chaves, vocês dois matariam um
ao outro” disse Priscilla. “Muito mal, não fiz o trabalho”.

“O que é isto?” Alcide perguntou a Furnan outra vez.

“Ela é companheira de Arthur Hebert, um packmaster de St. Catherine” St. Catharine estava
caminho do sul, justo ao leste de Nova Orleans. Tinha sido arrasado por Katrina.

“Arthur está morto. Não temos nenhum lar” Priscilla Hebert disse “Queremos o seu”.

Bem, isso estava bastante claro.

“Cal, porque você fez isso?” Furnan perguntou a seu tenente. Cal deveria ter subido no
terraço enquanto pôde.

Os lobos de Furnan e os lobos de Herveaux tinham formado um circulo ao seu redor.

“Cal é meu irmão” Priscilla gritou. “Melhor não tocar em um só pelo de seu corpo” tinha
uma borda de desesperação em sua voz que não tinha estado antes ali. Cal olhava sua irmã
infelizmente. Ele se deu conta no aperto que se encontrava, eu estava bem segura de que quis
que calasse a boca. Esse tinha sido seu anterior pensamento.

O braço de Furnan estava repentinamente fora de sua manga e estava coberto de pelos. Com
enorme força, ele girou para seu anterior coorte, destripando o lobato. A mão agarrada de
Alcide tirou a parte posterior da cabeça de Cal enquanto que o traidor caiu ao chão. O sangue
de Cal se espalhou ao meu redor em um arco. A minhas costas, Sam estava zumbando com a
energia de sua mudança, acionado pela tensão, o cheiro d sangue, e meu gritinho
involuntário.

Priscilla Hebert rugiu com raiva e angustia. Com graça inumana, pulou do terraço do edifício
ao chão do estacionamento, seguida por seus lobos.
A guerra tinha começado.

Sam e eu tínhamos trabalhado no centro dos lobos de Shreveport. Como a manada de


Priscilla começou a se fechar por cada lado, Sam disse “Vou me transformar, Sookie”.

Não podia ver que uso daria um collie nesta situação, mas disse “Certo, chefe”.

Ele me deu um sorriso ladeado, tirou sua roupa e se curvou para fora. Todos os lobatos de
nosso redor faziam o mesmo. O ar frio da noite estava cheio do som de coisas duras se
movendo através do liquido grosso, pegajoso, que caracteriza a transformação do homem em
animal. Os enormes lobos se endireitaram e se reestruturaram ao meu redor. Reconheci as
formas de lobo de Alcide e Furnan. Tentei contar os lobos de nossa manada repentinamente
unida, mas se mexiam ao redor, se posicionando para o começo da batalha, e não tinha
maneira de se manter longe de seu caminho.

Virei para Sam, para lhe dar uma palmadinha e vi que estava parada ao lado de um leão.

“Sam” disse em um sussurro, e ele rugiu.

Cada um se manteve congelado em seu lugar durante um longo momento. Os lobos de


Shreveport estavam tão assustados como os lobos de St. Catherine ao principio, mas então se
deram conta de que Sam estava a seu lado, e os gritos de entusiasmo inundou entre os
edifícios vazios.

Então a batalha começou.

Sam tentava me rodear, o que era impossível, mas não era uma tentativa galante. Como um
ser humano desarmado, estava basicamente desamparada nesta luta. Era uma sensação muito
desagradável, de fato, era uma sensação atemorizante.

Eu era a coisa mais frágil do lugar.

Sam era magnífico. Suas enormes patas eram como um raio, e quando batia em um lobo, o
lobo era derrubado. Eu dançava ao redor como um elfo demente, tentando permanecer fora
do caminho. Não podia olhar tudo o que ocorria. Grupos de lobos de St. Catherine se
dirigiram para Furnan, Alcide e Sam, enquanto que as batalhas individuais levavam a cabo a
nosso redor. Observei que estes grupos estavam encarregados de desmontar os lideres, e
sabia que a maioria do plano de baseava nisto.

Hebert não tinha acedido a seu irmão bastante rápido, mas isso não a estava retendo abaixo.
A ninguém parecia lhe importar muito, posto que não era nenhuma ameaça. Mas em elgum
momento conseguiria ser derrubada pelos combatentes e estaria tão severamente ferida como
se tivesse sido o alvo. Priscilla, agora um lobo cinza, apontava a Sam. Suponho que ela
queria provar que tinha mais bolas que qualquer indo pelo alvo mais grande e mais perigoso.

Mas Amanda estava mordendo as patas traseiras de Priscilla enquanto Priscilla trabalhava
sua maneira de machucar ela. Priscilla respondeu girando sua cabeça para lhe mostrar seus
dentes ao lobo mais pequeno. Amanda dançou longo, e então quando Priscilla girou para
realinhar seu avanço, Amanda se lançou de novo para morder sua pata outra vez. Ainda que
a mordida de Amanda fosse o suficiente poderosa para quebrar o osso, esta não era mais que
um incomodo, e Priscilla girou de cheio para enfrentá-la. Antes de que pudesse inclusive
pensar Oh não, Priscilla pegou Amanda em sua mandíbula de ferro e lhe quebrou o pescoço.

Enquanto permanecia parada olhando com horror, Priscilla deixou cair o corpo de Amanda
no chão e girou para pular sobra a parte traseira de Sam. Ele se sacudiu e se sacudiu, mas ela
tinha afundado suas presas em seu pescoço e não o soltava.

Algo de mim se partiu seguramente como os ossos do pescoço de Amanda. Perdi qualquer
sentido que pude ter tido, e me lancei no ar como se fosse um lobo, também. Para manter
meu avanço empurrei a massa de animais, coloquei meu braços ao redor do pescoço de
Priscilla, e coloquei minhas pernas ao redor do centro de Priscilla, e apertei meus braços até
que estive sobre si mesma. Priscilla não conseguia soltar Sam, assim que ela se agitou de
lado a lado para se desfazer de meu golpe. Mas me apertava nela como um macaco
homicida.

Finalmente, ela teve que soltar seu pescoço para se ocupar de mim. Apertei e apertei forte e
ela tentou me morder, mas não podia me alcançar corretamente porque estava atrás dela. Ela
podia se curvar bastante para pegar minha perna com suas presas, mas não podia agarrar-se
bem. A dor se apresentava duramente. Apertei meu abraço ainda mais ainda que meus braços
doíam como o inferno. Se me soltasse um pouco, poderia me reunir com Amanda.

Ainda que todo o resto ocorreu rapidamente era difícil de acreditar, eu me sentia como se
tivesse estado tentando matar esta lobisomem por uma eternidade. Realmente não estava
pensando, „morte, morte‟, em minha cabeça; só queria que deixasse de fazer o que estava
fazendo, e ela não podia, se conter. Então houve outro rugido, e os enormes dentes
cintilavam a uma polegada de distância de meus braços. Entendi que deveria deixar-la, e ao
segundo que meus braços se afrouxaram, eu cai do lobo, rodando sobre o pavimento em um
monte de pés de distância.

Houve um tido de estalido e Claudine estava parada junto a mim. Ela estava sobre a tampa
de um deposito em pijama e tinham uma espécie de cabeceira. Entre suas pernas peladas vi o
leão morder a cabeça quase arrancada de um lobo, então a cuspiu de maneira fastidiosa.
Então ele se virou para examinar parte do estacionamento, avaliando a próxima ameaça.

Um dos lobos pulou sobre Claudine. Ela demonstrou que estava totalmente acordada.
Enquanto que o animal estava no ar sua mão agarraram suas orelhas. O fez girar, usando sua
própria velocidade. Claudine arremessou o enorme lobo com a facilidade de um garoto
sacudindo uma cerveja, e o lobo chocou contra o cais de carga com um som que pareceu
absolutamente final. A velocidade deste ataque e sua conclusão foi absolutamente incrível.

Claudine não se moveu de sua postura, e era bastante elegante permanecer assim. Realmente,
estava exausta, assustada e um pouco ensangüentada, ainda que a salpicada vermelha em
minha perna parecia ser minha. A luta toma um tempo curto, mesmo que usasse as reservas
do corpo com absoluta rapidez. Pelo menos, esta é uma maneira em que trabalha os seres
humanos. Claudine se via provocativamente bonita.

“Me provoca, asno” gritou, fazendo gestos com ambas mãos ao lobato que estava vindo atrás
dela. Ela tinha girado sem mover suas pernas, uma manobra impossível para um corpo
humano mundano.

O lobato se lançou e conseguiu exatamente o mesmo tratamento de seu packmaster. Pelo que
podia dizer, Claudine não estava respirando pesadamente. Seus olhos pareciam mais largos e
mais atentos que normalmente, e se agachou, claramente pronta para a ação.

Houveram mais rugidos e latidos, e grunhidos e gritos de dor, e ruídos que nos levaram a
pensar ao redor. Mas talvez depois de cinco minutos mais de batalha, o ruído se extinguiu.

Claudine nem se quer tinha dado uma olhada em mim durante este tempo porque ela estava
guardando meu corpo. Quando o fez, colocou uma careta de dor. Assim que a vi bastante
mal.

“Cheguei tarde” disse, mudando sua postura, assim estria a meu lado. Ela estendeu sua mão e
eu a peguei. Em um segundo, estava sobre meus pés. A abracei. Não só desejei, o necessitei.
Claudine sempre cheirava tão maravilhosamente, e seu corpo tinha um tato curiosamente
mais firme que o da carne humana. Ela parecia feliz me devolvendo o abraço, e nos
agarramos uma na outra por um longo momento até que recuperei meu equilíbrio.

Então levantei minha cabeça para olhar ao redor, temendo o que pudesse ver. Tinham montes
de pele a nosso redor. As manchas escuras no pavimento não eram azeite. Aqui e ali um lobo
se arrastava cheirando os cadáveres, buscando alguém em particular. O leão estava agachado
a um par de metros. O sangue manchava sua pele. Tinha uma ferida aberta em seu ombro,
que tinha sido causada por Priscilla.
Tinha outra mordida atrás.

Não sabia o que fazer primeiro. “Obrigada, Claudine” disse e beijei sua bochecha.

“Não posso fazer-lo sempre” me advertiu Claudine. “Não conte com um resgate
automático”.

“Levo alguma espécie de botão de alarme de vida para as fadas? Como sabias que tinhas que
vir?” poderia lhe dizer que não tinha que responder “De todo jeito, de verdade que aprecio
este resgate. Ei. Suponho que sabes que conheci meu grandioso bisavô” estava farfalhando.
Estava tão feliz de estar viva.

Ela moveu sua cabeça. “O príncipe é meu avô” disse.

“Oh” disse “então, somos como primas?”

Ela olhava para mim, seus olhos escuros e claros e em calma. Não parecia uma mulher que
acabasse de matar a dois lobos tão rápido como poderias estalar os dedos.

“Sim, suponho que somos”.

“Então, como o chamas? Avozinho? Paizinho?”

“O chamo „Meu Senhor‟”

“Oh”

Ela caminhou para comprovar os lobos que ela tinha machucado (estava bastante segura de
que seguiam estando mortos), assim que eu fui para o leão. Me agachei a seu lado e coloquei
meu braço ao redor de seu pescoço. Ele fez um ruído surdo. Automaticamente cocei sua
cabeça e detrás de ruas orelhas, bem como fazia com Bob. O ruído se intensificou.

“Sam” disse “Muito obrigada. Te devo minha vida. Como suas feridas estão? O que posso
fazer com elas?”

Sam suspirou. Colocou sua cabeça na areia.

“Você está cansado?”

Então o ar a seu redor se ativou, e me afastei dele. Sabia o que vinha. Um pouco depois, seu
corpo se situou a meu lado como um ser humano, não animal. Movi meus olhos para Sam
ansiosamente e vi que ainda tinha feridas, mas eram muito menores que em sua forma de
leão. Todos os metas se curam rápido. Isso diz muito sobre a maneira em que minha vida
tinha mudado assim que não parecia significativo para mim que Sam fosse um homem
pelado. Tinha um tipo de aparição que era bom, porque tinha corpos pelados ao meu redor.
Os cadáveres estavam mudando, igual que os lobos feridos.

Tinha sido mais fácil olhar corpos em forma de lobo.

Cal Myers e sua irmã, Priscilla, estavam mortos, com certeza, igual aos dois lobatos que
Claudine tinha despachado. Amanda estava morta. A garota fraca que tinha conhecido no
Pelo de Cão estava viva, ainda que ferida seriamente na coxa superior. Reconheci o garçom
de Amanda, também; ele parecia ileso. Tray Dwason parecia que tinha quebrado um braço.

Patrick Furnan permanecia no centro de um anel de mortos e feridos, todos eles lobos de
Priscilla. Com certa dificuldade, escolhi meu caminho atravessando corpos quebrados,
sangrentos. Podia sentir todos os olhos, lobos e humanos, me focaram quando me agachei
junto a ele. Coloquei meus dedos em seu pescoço e não consegui nada. Comprovei seu
pulso. Inclusive coloquei minha mão contra seu peito. Nenhuma movimento.

“Foi” disse, e alguns em forma de lobo começaram a uivar. Longe, mais perturbados
estavam os uivos que vinham das gargantas de lobatos em forma humana.

Alcide se dirigiu a mim. Ele parecia estar mais ou menos intato, ainda que o pelo de seu
peito, estava manchado de sangue. Ele passou o cadáver de Priscilla, golpeando-o com o pé
enquanto vinha. Se ajoelhou por um momento junto a Patrick Furnan, submergindo sua
cabeça no curvado cadáver. Então ele se levantou. Parecia escuro, selvagem e resolvido.

“Sou o líder desta manada!” disse com uma certeza absoluta. A cena chegou ser
misteriosamente tranqüila enquanto que os lobos sobreviventes absorviam.

“Você deveria ir embora agora” Claudine disse muito tranquilamente bem atrás de mim.
Pulei como um coelho. Estava hipnotizada pela beleza de Alcide, pelo selvagerismo
primitivo que o envolvia.

“O quê? Porquê?”

“Vão celebrar sua vitória e a ascensão do novo packmaster” disse.

A garota fraca apertou suas mãos juntas e as desceu no crânio de um inimigo caído, mais
ainda se movendo. Os ossos se quebraram com um barulho repugnante. Todos os lobatos
vencidos ao meu redor estavam sendo executados, pelo menos os que tinham severas feridas.
Um grupo pequeno de três rebeldes se ajoelharam na frente de Alcide, suas cabeças
inclinadas para trás. Dois deles eram mulheres. Um era um varão adolescente. Ofereciam
suas gargantas em entrega.

Alcide estava muito excitado. Por tudo.

Lembrei a maneira que Patrick Furnan tinha celebrado quando se converteu no packmaster.
Não sabia se Alcide ia deitar com os reféns ou os matar. Contive uma exclamação. Não sei o
que teria dito, mas Sam colocou sua mão sobre minha boca. Girei meus olhos para o olhar
enfurecida, chateada e agitada, e ele sacudiu sua cabeça veementemente. Ele me olhou
furiosamente por um momento longo para se certificar de que permanecesse silencioso, e
então retirou sua mão. Colocou seu braço ao redor de minha cintura e me virou
precipitadamente longe da cena. Claudine tomou a retaguarda enquanto que Sam me tirava
rapidamente de ali. Mantive meus olhos para frente.

Tentei não escutar os ruídos.

Sam tinha algumas roupas extras em sua camionete, e ele realmente puxou elas.

Claudine disse “Tenho que voltar para a cama” como se tivesse acordado por deixar o gato
para fora, ou para ir no banheiro e então pop! Tinha ido.

“Eu dirijo” me ofereci, porque Sam estava ferido.

Ele me deu suas chaves.

Saímos em silêncio. Era um esforço lembrar a rota para voltar a BR e virar para Bon Temps
porque ainda estava severamente comovida em deferentes níveis.

“É uma reação normal lutar” disse Sam “A onda de luxuria”.


Não olhei paradamente o colo de Sam para ver se ele tinha sua própria onda “Sim, eu sei.
Estive em algumas lutas. Muitas”.

“Mais, Alcide ascendeu a posição de packmaster”.

Outra razão para se sentir „feliz‟.

“Mas ele fez esta coisa de batalha porque Maria Estrela morreu”, assim que deveria ter
estado muito deprimido para pensar em celebrar a morte de seu inimigo, foi minha
observação.

“Ele fez tudo isso da batalha porque estava ameaçado” disse Sam “É realmente estúpido que
Alcide e Furnan não se sentassem para falar antes de chegar a esta ponto. Poderiam ter
imaginado o que estava acontecendo muito antes. Se você não os tivesse persuadido, ainda
estariam procurando briga e teriam começado uma guerra total. Teriam feito a maior parte do
trabalho de Priscilla Hebert para ela”.

Estava farta dos lobatos, de suas agressões e sua hierarquia.

“Sam, você passou tudo isto por mim. Me sinto fatal por isso. Teria morrido se não fosse por
você. Te devo muito. E sinto muito”.

“Te manter viva” disse Sam “É importante para mim”, fechou os olhos e dormiu o resto do
caminho de volta a seu trailer. Subiu as escadas mancando sem ajuda, e sua porta se fechou
firmemente. Me sentindo um pouco desolada e não deprimida, entrei em meu carro e dirigi a
casa, me perguntando como afetaria o que tinha acontecido esta noite o resto de minha vida.

Amélia e Pam estavam sentadas na cozinha. Amélia tinha feito chá e Pam estava trabalhando
em um bordado. Suas mãos voavam nos buraquinhos da tela, e não sabia o que era mais
assombroso: sua habilidade ou sua opção de passatempo.

“O que há entre você e Sam?” Amélia perguntou com um grande sorriso “Você está
parecendo como se tivesse passeado duramente e recolhida encharcada”. Então me olhou
atentamente e disse “o quê aconteceu, Sookie?”

Inclusive Pam deixou seu bordado e me deu sua cara mais séria “você cheira” disse. “Você
cheira a sangue e guerra”.

Olhei para mim mesma e registrei a sujeira que eu estava. Minhas roupas estava
ensangüentadas, rasgadas e sujas, e minha perna doía. Era o momento de primeiro socorro, e
não podia ter estado melhor cuidada que pela enfermeira Amélia e pela enfermeira Pam. Pam
estava um pouco excitada pela ferida, mas se conteve como um bom vampiro. Sabia que
contaria tudo a Eric, mas não poderia encontrá-lo em mim para cuidar. Amélia disse um
encanto curativo sobre minha perna. Curar não era seu forte, ela me disse modestamente,
mas o encanto ajudou um pouco. Minha perna deixou de latejar.

“Você não está preocupada?” Perguntou Amélia “Isto é de um lobisomem. E se pegou?”

“É mais difícil de pegar que qualquer outra doença contagiosa” disse, porque tinha
perguntado a quase todas as criaturas lobato que conhecia sobre os riscos de seu estado
sendo transmitidos por uma mordida. Depois de tudo, tem doutores, também. E
investigadores. “A maioria da gente tem que ser mordida várias vezes, por todas partes de
seu corpo, para pegar, e nem se quer então é seguro”. Não é como a gripe ou um resfriado
comum. O mais, se limpar cedo a ferida, os riscos descendem consideravelmente. Tinha
vertido uma garrafa de água sobre minha perna antes de entrar no carro. “Assim que não
estou preocupada, mas estou dolorida, e acho que ficará uma cicatriz”.

“Eric não ficará feliz” disse Pam com um sorriso de antecipação. “Te colocaste em perigo
pelos lobisomens. Você sabe que ele não gosta muito deles”

“Sim, sim, sim” disse, sem me importar nem um pouco. “Ele pode fazer voar um cometa”

Pam se animou “Direi a ele” disse.

“Porque quer tirar sarro dele tanto?” perguntei, me dando conta de que estava muito
esgotada.

“Nunca tive muita munição para tirar sarro dele” respondeu e então ela e Amélia saíram de
meu quarto, e estava benditamente sozinha e em minha cama e viva, e então adormeci.

A ducha que tomei na manhã seguinte foi uma experiência sublime. Na lista de grades
duchas que tive, esta pelo menos ocuparia o número 4 (a melhor ducha foi a que tinha
compartilhado com Eric, e nem sequer podia pensar nela sem tremer por todas as partes). Me
limpei por completo. Minha perna se via bem e ainda que estava mais dolorida movendo os
músculos não os utilizei muito, senti que tinha sido evitado um desastre e esse mal tinha sido
vencido, pelo menos de uma maneira cinza.

Enquanto que estava parada debaixo as água quente, enxaguando meu cabelo, pensei em
Priscilla Hebert. Em minha breve olhada para seu mundo, pelo menos tinha estado tentando
encontrar um lugar para sua desfeita manada e tinha estado investigando para encontrar uma
área fraca onde estabelecer um equilíbrio. Talvez se tivesse vindo a Patrick Furnan
suplicando, ele teria ficado feliz em lhe dar um lar a sua manada. Mas ele nunca teria
entregado o mandado. Ele tinha matado Jackson Herveaux para conseguir, assim que seguro
que não teria conveniado nenhum tipo de acerto com ela se a sociedade lobato o permitisse,
o que era duvidoso, especialmente dado seu raro estado como líder feminina.

Bom ela não seria mais.

Teoricamente, admirei sua tentativa de restabelecer a seus lobos em um novo lar. Tinha
conhecido Priscilla em pessoa, só podia me alegrar de que tivesse tido êxito. Limpa e
refrescada, sequei o cabelo e coloquei maquiagem. Estava trabalhando no turno de dia, assim
que tinha que estar no Merlotte‟s às onze. Puxei o uniforme geralmente de calças pretas e
camiseta branca, decidi deixar meu cabelo solto por uma vez, e até meus Reeboks pretos.
Decedi que me via bem, considerando tudo.

Muita gente estava morta, e muita pena estava pendurando ao redor dos acontecimentos da
passada noite, mas ao menos a usurpação da manada tinha sido desprezada e agora a área de
Shreveport devia ser pacífica durante algum tempo. A guerra tinha durado muito pouco. Os
lobatos não tinham estado expostos ao resto do mundo, ainda que esse fosse um passo que
teriam que dar cedo. Quanto mais tampo os vampiros fossem públicos, o mais provável seria
que alguém tiraria os lobatos para fora.

Acrescentei este fato a caixa gigante de coisas que não eram meu problema.

O arranhão na minha perna, não sei se devido a sua natureza ou devido aos encantamentos de
Amélia. Era uma casquinha já; tinha contusões em meus braços e pernas, mas meu uniforme
as cobria. Era fatível usar manga longa hoje, porque realmente fazia fresco. De fato, uma
jaqueta teria estado bem, e lamentei não ter colocado em cima enquanto dirigia ao trabalho.
Amélia não tinha estado se revirando quando me fui, e não tinha idéia se Pam estava em meu
buraco secreto de vampiro no dormitório de convidados. Hey, não me incumbe!

Enquanto dirigia, estava acrescentando na lista de coisas o que não devia ter que me
preocupar ou considerar. Mas parei como um morto quando cheguei ao trabalho. Quando vi
meu chefe, muitos pensamentos vieram em tropel o que não tinha antecipado. Esse Sam não
parecia espancado ou algo. Ele se via mais lindo que de costume quando parei em seu
escritório para deixar meu moedeiro em sua gaveta habitual. De fato, a luta parecia ter lhe
vigorizado. Talvez tinha se sentido bem mudar em algo mais agressivo que um collie. Talvez
tinha gozado dando patadas na bunda de algum lobisomem. Rasgando alguns estômagos
lobatos... quebrando algumas espinhas dorsais lobatos.

De acordo, bem, cuja vida tinha sido salva pelo nomeado anteriormente rasgando e
quebrando? Meus pensamentos se despejaram em um momento. Impulsivamente, me dobrei
para lhe dar um beijo na bochecha. Cheirava como cheira Sam: madeira, algo selvagem tão
familiar.

“Como se sente?” perguntou, como se o beijasse sempre como cumprimento.

“Melhor do que podia pensar” disse “E você?”

“Um pouco dolorido”

Holly colocou sua cabeça para dentro “Hey, Sookie, Sam” ela entrou, para depositar seu
próprio moedeiro.

“Holly, ouvi que você e Hoyt estão juntos” disse e esperei que olhasse sorridente e
agradecida.

“Sim, estamos indo bem” disse, com pesado desleixo “Ele é realmente bom com Cody, e sua
família é muito agradável”, apesar de seu cabelo preto de ponta agressivamente tingido e sua
maquiagem pesada, tinha algo melancólico e vulnerável na cara de Holly.

Foi fácil para mim dizer “espero que tudo saia bem”.

Holly pareceu agradecida. Ela sabia tão bem como eu que se por acaso se cassasse com Hoyt
seria para todos os efeitos minha cunhada, porque o vinculo entre Jason e Hoyt era tão forte.
Então Sam começou e nos contar sobre um problema que tinha com um de seus
distribuidores de cerveja, e Holly e eu amarramos nossos aventais, e nosso dia laboral
começou. Coloquei minha cabeça através da portinha e cumprimentei o pessoal da cozinha.

O cozinheiro atual do Merlotte‟s era um individuo ex-soldado chamado Carson. Os


cozinheiros vinham e iam. Carson era um dos melhores. Ele tinha dominado os
hambúrgueres de Lafayette em seguida (os hambúrgueres empanados na salada especial de
um cozinheiro anterior), e ele conseguiu as tiras de frango e fritá-las exatamente da maneira
correta, e ele não tinha birra nem tentava apunhalar ao repartidor. Ele demonstrou a tempo e
deixava a cozinha limpa ao final de seu turno, e essa era uma das enormes coisas que Sam
tinha perdoado das muitas raridades de Carson.

Estávamos ligeiros em clientes, assim que Holly e eu conseguíamos as bebidas e Sam estava
no telefone em seu escritório quando Tanya Grissom apareceu na porta de frente. E mulher
pequena, com curvas parecia tão bonita e sã como uma leiteira. Tanya levava uma
maquiagem leve e muita segurança em si mesma.
“Onde está Sam?” perguntou. Sua pequena boca se curvou para cima em um sorriso. Lhe
devolvi o sorriso falsamente. Cadela.

“Escritório” disse, como se sempre soubesse onde estava Sam exatamente.

“Essa mulher ai” Holly disse, parando brevemente em seu caminho para a portinha. “Esse
galão é bem sério”

“Porque você diz isso?”

“Está vivendo em Hotshot, compartilhando quarto com algumas mulheres de lá” disse Holly.
De todos os cidadãos regulares de Bon Temps, Holly era uma das poucas que sabiam que
tinham criaturas tais como lobisomens e metamorfos. Não sabia se ela tinha que descoberto
os residentes de Hotshot eram meta-panteras, mas sabia que eram eniguimáticos e estranhos,
porque isso era famoso em Renard Parish.

E ela considerava Tanya (um meta-raposa) culpada por associação, ou pelo menos suspeitosa
por associação. Tinha uma punhalada de genuína ansiedade. Pensei, Tanya e Sam poderiam
mudar juntos. Sam gozaria disso. Ele poderia inclusive mudar em uma raposa mesmo, se
quisesse.

Era um esforço enorme sorrir a meus clientes depois de que tivesse tido essa idéia. Estava
envergonhada quando me dei conta de que deveria estar feliz de ver a alguém interessado em
Sam, alguém que poderia apreciar sua verdadeira natureza. Não dizia muito a meu favor que
não fosse feliz por tudo. Mas ela não era bastante boa para ele, e lhe tinha advertido sobre
ela. Tanya voltou do vestíbulo que dirigia ao escritório de Sam e saiu da porta da frente, não
parecendo tão confiada como quando chegou. Sorri a suas costas. Há! Sam saiu por um gole
de cerveja. Não parecia alegra.

Isso borrou o sorriso de minha cara. Ainda que servi ao xerife Bud Dearborn e Alcee Beck
seu almoço (Alcee me olhando todo o tempo com a cara franzida), me inquietava isso.
Decidi dar uma olhada na cabeça de Sam, porque estava conseguindo melhorar a pontaria de
meu talento de certas maneiras. Era também mais fácil bloquear-lo e deixá-lo fora de minhas
atividades diárias agora que estava vinculada com Eric, ainda que odiava admitir-lo. Não é
agradável remexer ao redor dos pensamentos de outros, mas podia fazer-lo sempre, e era só
uma segunda natureza.

Sei que é uma desculpa pouco convincente. Mas normalmente estava conhecendo, não
perguntando. Os metas são mais difíceis de ler que a gente normal, e Sam era inclusive mais
difícil para um meta, mas compreendi que estava frustrado, inseguro e pensativo.
Então estive horrorizada com minha própria audácia e carência de maneiras. Sam tinha
arriscado sua vida por mim a noite anterior. Tinha salvo minha vida. E aqui estava,
ruminando ao redor de sua cabeça como uma criança em uma caixa cheia de brinquedos. A
vergonha fez que minhas bochechas avermelhassem, e perdi o fio do que estava dizendo em
minha mesa até que ela me perguntou suavemente se me sentia bem. Sai instantaneamente
dele e foquei e peguei o pedido de Chile e bolachas e um copo de chá doce. Sua amiga, uma
mulher em seus 50, perguntou pelo hambúrguer Lafayette e uma salada de acompanhamento.
Peguei sua escolha de tempero e sua cerveja, e o peguei pela portinha para entregá-lo por
pedido. Assenti e deu uma batidinha quando estive pronta para Sam, e me deu a cerveja em
segundo depois. Estava demasiado desconcertada para falar com ele. Me deu um olhar
curioso.

Estava alegre de deixar o bar quando chegou minha troca de turno. Holly e eu viramos para
Arlene e Danielle, e pegamos nossos moedeiros. Saímos na semi-escuridão. As luzes de
segurança já estavam ligadas. Ia chover mais tarde, e as nuvens escureciam as estrelas.
Podíamos ouvir Carrie Underwood cantando no mini-system, debilmente. Ela queria que
Jesus pegasse o leme. Isso realmente parecia uma boa idéia. Não ficamos de pé junto a
nossos carros por um momento no estacionamento. O vento soprava, e era fracamente frio.

“Sei que Jason é o melhor amigo de Hoyt” disse Holly. Sua voz soava insegura e sua cara
sem embargo era difícil de decifrar, soube que não estava segura e desejava ouvir o que
estava a ponto de dizer. “Sempre gostei do Hoyt. Era um bom garoto na escola secundária.
Suponho – espero que realmente não fique brava comigo – suponho que deixei de sair com o
Hoyt tão cedo como ele esteve tão perto do Jason”.

Não sabia como responder “Naõ gosta do Jason” disse finalmente.

“Oh, claro que gosto do Jason. E quem não? Mas é bom para o Hoyt? Pode Hoyt ser feliz se
essa corda entre ele é mais fraca? Porque não posso pensar como conseguir estar mais perto a
Hoyt ao menos que ache que ele pode grudar em mim da maneira que grudou sempre em
Jason. Você pode ver o que digo”.

“Sim” disse “Amo meu irmão. Mas sei que Jason não tem realmente o hábito de pensar no
bem estar das pessoas”. E isso que o estava pondo suavemente.

Holly disse “Gosto de você. Não quero ferir seus sentimentos. Mas imaginei que saberias, de
todo jeito”.

“Sim, um pouco” disse “Gosto de você, também, Holly. Você é uma boa mãe. Você
trabalhou duramente para cuidar de seu filho. Está em bom termino com seu ex. Mas e
Danielle? Podia dizer que você estava tão unida a ela com Hoyt está com Jason”. Danielle
era outra mãe divorciada, e ela e Holly tinham estado unidas como ladrões desde que
estavam no primeiro grau. Danielle tinha mais de um sistema mais de ajuda que Holly. A
mãe e o pai de Danielle seguiam sendo sãos e estavam muito contentes de ajudar-la com suas
duas crianças. Danielle estava saindo com um cara algum tempo, também.

“Nunca teria dito que algo poderia acontecer entre Danielle e eu, Sookie” Holly colocou seu
Windbreaker e caçou sua chaves das profundezas de seu moedeiro. “Mas ela e eu seguimos
caminhos um pouco diferentes. Ainda nos vemos para almoçar as vezes e nossos filhos ainda
brincam juntos” Holly suspirou pesadamente. “Não sei. Quando me interessei em alguma
outra coisa no mundo aqui em Bon Temps, o mundo em que crescemos, Danielle começou
pensando que tinha algo errado com isso, com minha curiosidade. Quando decidi me tornar
Wiccan, ela odiou, ainda odeia. Se soubesse o que me aconteceu...”. Uma bruxa meta tinha
tentado forçar Eric a lhe dar parte de suas empresas financeiras. Tinha forçado a todas as
bruxas locais que a rodeavam a ajudar-la, incluindo a uma Holly pouco disposta. “Que a
coisa inteira me mudou”.

“Fez, ou não? O tratar com os super?”

“Sim. Mas são parte de nosso mundo. Cada um saberá algum dia. Algum dia... o mundo
inteiro será diferente”.

Pisquei. Isto era inesperado “O que você quer dizer?”

“Quando todos saem” Holly disse, me surpreendeu minha escassez de perspicácia. “Quando
todos saem e admitem sua existência. Cada um, cada um no mundo, terá que se ajustar. Mas
algumas pessoas não gostarão. Talvez terão uma reação violenta. Talvez guerras. Talvez os
lobatos lutarão com todos os outros metas, ou os seres humanos atacarão talvez os lobatos e
os vampiros. Ou os vampiros – você sabe que não gostam dos lobos – esperarão até uma boa
noite e então matarão a todos e conseguiram que os seres humanos os agradeçam”.

Ela tinha um toque poético. E era absolutamente uma visionária, de um modo fatal. Não
tinha tido idéia de que Holly fosse tão profunda, e estava outra vez envergonhada de mim.
Os leitores de mente não deveriam ser pegos por uma surpresa como esta. Tenha tentado tão
duramente permanecer fora das mentes das pessoas que estava perdendo sinais importantes.

“Ou tudo isso, ou nada disso” disse „Talvez as pessoas simplesmente aceitem. Não em todo
país. Quero dizer, quando você pensa no que aconteceu com os vampiros na Europa Oriental
e em alguns da América do Sul...”

“O Papa nunca resolveu” comentou Holly.


Assenti. “Resulta duro saber o que dizer, conjeturo”. Muitas Igrejas tinham tido (com
perdão) um inferno decidindo sobre uma política teológica para os não mortos. A declaração
dos lobatos, tenho certeza, acrescentaria outra ruga nisso. Estavam definitivamente vivos,
não tinha duvida sobre isso... Mas tinham também demasiada vida, tendo morto já uma vez.

Mudei a posição de meus pés. Não tinha pretendido estar parada aqui fora e solucionando os
problemas do mundo e especulando sobre o futuro. Seguia estando cansada pela noite
anterior. “Nos vemos, Holly. Talvez você, Amélia e eu possamos ir e ver filmes no Clarice
alguma noite?”

“Claro” disse, um pouco surpresa. “Essa Amélia, não muito bem de minha arte, mas ao
menos podemos conversar um pouco”.

Muito tarde, tinha a convicção de que o problema não se resolveria, mas ao inferno.
Poderíamos tentar.

Dirigi a casa me perguntando se alguém estaria me esperando. A resposta veio quando


estacionei ao lado do carro de Pam na porta traseira. Pam dirigia um carro conservador, com
certeza, um Toyota com um adesivo do Fangtasia. Só me surpreendeu que não fosse uma
minivan. Pam e Amélia estavam vendo um DVD na sala de estar. Estavam sentadas no sofá,
mas não exatamente uma ao redor da outra. Bob estava enroscado em meu puf. Tinha uma
fonte de pipocas no colo de Amélia e uma garrafa de True Blood na mão de Pam. Caminhei
ao redor, assim poderia ver o que olhavam. Anjos Da Noite, Hmmm.

“Kate Beckinsale é sexy” disse Amélia “Ei, como foi o trabalho?”

“Bem” disse “Pam, como é que você tem duas tardes livres?”

“As mereço” disse “Não tive tempo livre faz dois anos. Eric estava de acordo. Como acha
que me veria nesse conjunto preto?”

“Oh, tão bem como Beckinsale” disse Amélia, e virou sua cabeça para sorrir a Pam. Estavam
na etapa ooey-gooey. Considerando minha completa carência do ooey, não desejava estar ao
redor.

“Você fez o Eric procurar mais sobre esse Jonathan?” perguntei.

“Não sei. Porque não liga para ele você mesma?” disse despreocupadamente.

“Certo, você está fora de serviço” murmurei e caminhei forte para meu quarto, grunhi um
pouco envergonhada de mim. Disquei o número do Fangtasia sem ter que olhar. Não tão
bom. E estava na discagem rápida de meu celular. Não era algo que desejava ponderar justo
nesse momento. O telefone chamou, e deixei minha entediada reflexão a um lado. Tinha que
estar em seu jogo quando falavas com Eric.

“Fangtasia, o bar com mordida. Aqui é Lizbet” uma das vampirófilas. Encostei ao redor do
meu armário, tentando por cara ao nome. Bem alta, muito redonda e orgulhosa disso, cara de
lua, magnífico cabelo marrom.

“Lizbet, sou Sookie Stackhouse”

“Oh, oi” disse, soando assustada e impressionada.

“Hum... oi. Escuta, poderia falar com Eric, por favor?”

“Verei se meu senhor está disponível” Lizbet respirou, tentando soar reverente e toda
misteriosa.

“Senhor”, minha bunda.

Os vampirófilos eram homens e mulheres que amavam tanto os vampiros que desejavam
estar a seu redor cada minuto que os vampiros estavam acordados. Os trabalhos em lugares
como Fangtasia eram pão e manteiga para essa gente, e a oportunidade de conseguir serem
mordidos era visto como perto de ser sagrado. O código dos vampirófilos requeria serem
honrados sem um certo chupa sangue queria prová-los; e se morriam por isso, bem, era só
honra, também. Atrás do todo o patetismo e a complicação sexual do típico vampirófilo
estava a esperança subjacente de que algum vampiro pensara que era „digno‟ de ser
transformado em um vampiro. Como se tivesses que passar em um teste de personalidade.

“Obrigada, Lizbet” disse.

Lizbet eixou o telefone com um ruído surdo e saiu para procurar Eric. Não poderia tê-la feito
mais feliz.

“Sim” disse Eric depois de cinco minutos.

“Você estava ocupado?”

“Ah... jantando”

Enruguei meu nariz. “Bem, espero que teve o suficiente” disse com uma carência total de
sinceridade. “Escuta, você encontrou algo sobre o Jonathan?”
“Voltou a vê-lo?” Eric perguntou duramente.

“Ah, não. Só estava perguntando”

“Se o ver, necessito saber imediatamente”

“De acordo, feito. Do que ficou sabendo?”

“O viram em outros lugares” disse Eric “Inclusive veio aqui uma noite quando estava
ausente. Pam está em sua casa, correto?”

Estava sentindo um buraco em meu estômago. Talvez Pam estava dormindo com Amélia por
pura atração. Talvez tinha combinado negócios com uma grande cobertura e estava com
Amélia para me vigiar. Malditos vampiros, pensei airadamente, porque isto estava
inteiramente perto de um incidente muito recente em meu passado que tinha me machucado
incrivelmente. Não ia perguntar. Saber seria pior que suspeitar.

“Sim” disse entre dentes “Ela está aqui”

“Bem” disse Eric com certa satisfação “Se aparecer outra vez, sei que ela pode encarregar-se
dele. Não é por isso que ela está aí” ele acrescentou pouco convincente. A mudança era uma
obvia tentativa de Eric para pacificar o que poderia dizer era meus sentimentos afetados; isto
seguro que não representou nenhuma sensação de culpabilidade. Franzi a cara em minha
porta do armário.

“Vai me dar alguma informação real do porque estás tão nervoso sobre este individuo?”

“Você não viu a rainha desde Rhodes” disse Eric.

Esta não ia ser uma boa conversa. “Não” disse “Como estão suas pernas?”

“Estão crescendo de novo” Eric disse depois de uma breve vacilação.

Me perguntava se os pés estavam crescendo direitos, ou se as pernas cresceriam e depois


apareceriam os pés no final do processo. “Isso é bom, verdade?” disse. Ter pernas tinha que
ser bom.

“Dói muito” disse Eric “quando se perde partes e logo crescem. Toma um tempo. Ela está
muito... Ela está muito incapacitada” disse a última palavra muito devagar, como se fosse
uma palavra que ele sabia mas que nunca a tinha dito em voz alta.
Pensei no que me estava dizendo, na superfície e debaixo dela. As conversas com Eric
raramente tinham uma só capa.

“Ela não está bem para encarregar-se” disse em conclusão “Então que está?”

“Os xerifes fizeram coisas correntes” disse Eric “Gervaise faleceu na explosão, com certeza;
esse me deixou Cléo e Arla Yvonne. Teria sido mais claro se Andre tivesse sobrevivido”.
Senti uma pontada de pânico e culpa. Poderia ter salvo Andre. Tinha tido medo e dele e o
tinha detestado. O deixei ser assassinado. Eric estava silencioso por um minuto, e me
perguntei se estava procurando o medo e a culpa. Seria muito ruim se ficasse sabendo que
Quinn tinha matado Andre por meu bem. Eric continuou. “Andre poderia ter levado o centro
porque estava tão estabelecido como a mão direita da rainha. Se um de seus subordinados
teve que morrer, desejo ter podido escolher a Sigebert, que é todo musculosos e nenhum
cérebro. Pelo menos Sigebert está ali para guardar seu corpo, ainda que Andre poderia ter
feito isso e guardar seu território ao mesmo tempo”.

Nunca tinha ouvido Eric tão falador sobre assuntos de vampiros. Estava começando a ter
uma sensação horrivelmente escalofriante , soube a onde estava se dirigindo.

“Você espera certo tipo de posse” disse , e senti meu coração cair. Outra vez não “Você acha
que Jonathan era um esplorador”

“Tem cuidado, ou começarei a pensar que você pode ler minha mente” ainda que o tom de
Eric fosse ligeiro, seu significado era uma mordaz faca oculta dentro.

“Isso é impossível” disse, e se pensei que estava mentindo, ele não me desafiou. Eric parecia
estar lamentando me dizer tanto. O resto de nossa conversa foi muito breve. Ele me disse de
novo que ligasse se voltasse a ver Jonathan, e lhe assegurei que estaria encantada.

Depois que desliguei, não me sentia sonolenta. Em horror a noite fria me meti em minha
calça lanosa do pijama, branco com ovelhas rosadas e uma camiseta branca. Descobri meu
mapa da Louisiana e encontrei um lápis. Rabisquei as áreas que sabia. Juntava as peças de
meu conhecimento junto aos pedacinhos das conversas que tinham ocorrido em minha
presença. Eric tinha a área Cinco. A rainha tinha tido a área Um, que era Nova Orleans e a
vizinhança. Isso teve sentido. Mas o do meio, era tudo um redemoinho. O finalmente defunto
Gervaise tinha tido a área incluindo Baton Rouge, e aqui era onde tinha estado vivendo a
rainha desde que o Katrina destruiu suas propriedades de Nova Orleans tão duramente.
Assim que esta deveria ter sido a área Dois, devido a sua proeminência. Mas foi chamado
área Quatro. Muito ligeiramente, tracei uma linha que pudesse apagar, e depois olhei um
pedacinho.
Virei minha cabeça para outros pedacinhos da informação. Cinco, na parte de cima do
estado, esticando até quase o final. Eric era mais rico e mais poderoso do que tinha pensado.
Debaixo dele, e com um território bastante parecido, estava a área Três de Cleo Babbit e a
área Dois de Arla Yvonne. Debaixo do Golfo do canto sur-westernmost de Mississipi
marquei as grandes levadas antes por Gervaise e a rainha, quatro e um respectivamente. Só
podia me imaginar que contorções políticas vampiricas tinham conduzido a enumeração e o
acerto.

Olhei o mapa durante alguns minutos antes que apagasse as ligeiras linhas que tinha
desenhado. Dei uma olhada no relógio. Tinha passado um hora desde minha conversa com o
Eric. Com um humor melancólico, escovei meus dentes e lavei minha cara. Depois de ter me
metido na cama e ter rezado, permaneci ali acordada por um tempo. Ponderando a
imaginável verdade de que o vampiro de maior alcance do estado da Louisiana, neste mesmo
momento, era Eric Northman, meu vinculo de sangue, amante durante um tempo. Eric tinha
dito na minha presença que não queria ser rei, não desejava assumir o controle de um
território novo; e tinha calculado seu território bem agora, o tamanho de sua afirmação o fez
um pouco mais provável.

Achava que conhecia Eric um pouco, talvez tanto como um ser humano pode conhecer um
vampiro, o que não significava que meu conhecimento fosse profundo. Não acreditava que
desejava assumir o controle do estado, ou então o teria feito. Pensei que seu poder
significava que tinha um alvo gigante colado em suas costas. Necessitava tentar dormir. Dei
uma olhada no relógio outra vez. Uma hora e meia desde que tinha falado com o Eric. Bill se
deslizou em meu quarto absolutamente silencioso.

“O que acontece” perguntei, tentando manter minha voz muito tranqüila, muito calma, ainda
que cada nervo em meu corpo tivesse começado a gritar.

“Estou inquieto” disse com sua voz fresca, e quase ri “Pam teve que ir para o Fangtasia. Ela
me ligou para ocupar seu lugar aqui”.

“Porquê?”

Ele sentou na cadeira do canto. Estava bastante escuro em meu quarto, mas as cortinas não
estavam totalmente fechadas e tinha certa iluminação da luz de segurança. Tinha uma luz de
noite no banheiro também, e poderia ver o contorno de seu corpo e a falta de definição de
sua cara. Bill tinha um pequeno resplendor, como todos os vampiros a meus olhos.

“Pam não conseguiu falar com Cleo pelo telefone” disse “Eric deixou o clube para correr a
uma diligencia, e Pam não podia se colocar. Mas consegui sua caixa postal. Estou seguro de
que ligará depois. O problema é que Cléo não está atendendo”.
“Pam e Cléo são amigas?”

“Não, em absoluto” disse “Mas Pam deveria poder falar com ela em sua loja de comestíveis
de toda a noite. Cléo sempre atende”.

“Porque Pam está tentando localizar-la?” perguntei.

“Ligam uns para os outros cada noite” disse Bill “Então Cléo liga para Arla Yvonne. Tem
uma corrente. Não deve estar quebrada, nem nestes dias” Bill se levantou com uma
velocidade que não pude seguir. “Escuta!” sussurrou, sua voz tão ligeira em meu ouvido
como uma asa de uma borboleta. “Ouviu?”

Não ouvi uma merda. Permaneci ainda deitada, desejando apaixonadamente que esta coisa
apenas se fosse. Lobatos, vampiros, dimensão... Mas nenhuma sorte. “O que você ouviu?”
perguntei tentando ser tão silenciosa como Bill, um condenado esforço.

“Alguém vindo” disse.

E então ouvi batidas nas porta da frente. Era uma batidas muito reservadas. Me levantei. Não
podia encontrar minhas pantufas porque estava tão confusa. Sai para a porta do dormitório
com os pés descalços. A noite era fria e não tinha entrado ainda o calor, minhas plantas do pé
pressionaram contra a fria madeira polida do chão.

“Atenderei a porta” disse Bill, e estava diante de mim sem que o visse se mover.

“Jesus Cristo, pastor da Judéia” murmurei e o segui. Me perguntava onde estava Amélia:
dormindo lá em cima ou no sofá da sala de estar? Esperava que só estivesse dormindo.
Estava tão assustada neste momento que imaginava que ela podia estar morta. Bill se
deslizou silenciosamente através da escura casa, pelo corredor, a sala de estar (que ainda
cheirava a pipoca), a porta da frente e então olhou através do olho mágico, que por alguma
razão encontrei divertido. Tive que me por uma mão na boca para evitar rir nervosamente.
Ninguém atirou em Bill através do olho mágico. Ninguém tentou derrubar a porta. Ninguém
gritou.

O continuado silêncio estava quebrando o golpe. Inclusive não vi o movimento de Bill. Sua
voz fresca veio da direita ao lado de meu ouvido “É uma mulher muito jovem. Seu cabelo é
branco ou loiro tingido, e é muito curto e escuro nas raízes. Ela é fraca, é humana. Ela está
assustada”.

Ela não era a única.


Tentei pensar quem diabos poderia estará chamando na metade da noite. Repentinamente
pensei quem podia ser.

“Frannie” respirei “A irmã de Quinn. Talvez”.

“Me deixe entrar” disse uma voz feminina “Oh, por favor me deixe entrar”

Era como uma historia de fantasma que li uma vez. Cada pelo de meus braços estava
arrepiado.

“Tenho que lhe dizer o que está acontecendo com o Quinn” disse e isso me decidiu ao
momento.

“Abra a porta” disse a Bill com voz normal “Temos que deixá-la entrar”

“Ela é humana” disse Bill como se dissesse „em quantos problemas pode estar?‟. Abriu a
porta da frente.

Não direi que Frannie caiu para dentro, mas estou segura de que não perdeu nenhum tempo
em abrir a porta e fechá-la de uma vez atrás dela. Não tinha tido uma boa primeira impressão
de Frannie, que era rápida na agressão e na atitude lenta no encanto, mas tinha conhecido
uma faceta melhor enquanto se sentou na cabeceira de Quinn no hospital depois da explosão.
Ela tinha tido uma vida dura e ela amava seu irmão.

“O que aconteceu?” perguntei nervosamente enquanto que Frannie tropeçava na cadeira mais
perto e se sentava.

“Você tem um vampiro aqui” disse “Posso ter um copo de águas? Então tentarei fazer o que
Quinn quer”

Me apressei na cozinha e trouxe sua água. Acendi a luz da cozinha, mas inclusive quando
voltei a sala de estar, a mantivemos escura.

“Onde está seu carro?” perguntou Bill.

“Quebrou a uma milha” disse “Só não podia esperar com ele. Liguei uma um guincho e
deixei as chaves na ignição. Espero a Deus que o encontre no caminho e dê uma olhada”.

“Me diga agora o que está acontecendo” disse

“Versão curta ou comprida?”


“Curta”

“Alguns vampiros de Las Vegas estão vindo para assumir o controle da Louisiana”

A voz de Bill soava feroz “Onde? Quando? Quantos?”

“Já tiraram algum dos xerifes” disse Frannie, e eu podia dizer que tinha um timbre de
diversão nela quando deu essa noticia transcendental. “Forças menores estão tirando os mais
fracos enquanto que uma força maior se reúne para rodear o Fangtasia e lutar com Eric”.

Bill estava falando por seu celular antes que as palavras tivessem terminado de sair da boca
de Frannie e me deixou boquiaberta. Tinha me dado conta tão tarde do fraco que era a
situação da Louisiana, que parecia por um segundo o que tinha provocado só de pensar nisso.

“Como isso aconteceu?” perguntei a garota “Como Quinn está metido nisso? Como ele está?
Ele te enviou aqui?”

“Com certeza que me enviou aqui” ela disse, como se eu fosse a pessoa mais estúpida que
ela tinha conhecido “Ele sabe que você está amarrada nesse vampiro Eric, assim que você
faz parte do alvo. Inclusive os vampiros de Las Vegas enviaram alguém para te vigiar”

Jonathan.

“Ou seja, eles estão avaliando os ativos de Eric, e você está considerada entre eles”

“Porque isso é problema de Quinn?” perguntei, que não era a forma mais clara de expressar,
mas ela entendeu.
“Nossa mãe, nossa maldita mãe” disse Frannie amargamente “Você sabe que ela foi
capturada e estuprada por alguns caçadores, não? No Colorado. Faz uns cem anos”. Na
realidade, tinha sido a dezenove anos, quando Frannie foi concebida.

“E Quinn a resgatou e matou todos, ainda que como era um garoto, fez uma divida com os
vampiros locais para que o ajudassem a limpar a cena do crime e levar para longe sua mãe”.
Conhecia a triste historia da mãe do Quinn. Igual neguei com a cabeça, já que queria saber o
que mais me contava.

“Ok, bem, minha mãe estava grávida de mim depois do estupro” disse Frannie, desafiante.
“Assim que me teve, mas nunca ficou bem da cabeça e crescer com ela foi bastante difícil.
Quinn estava trabalhando fora pagando sua divida na área” (como em Gladiador, mas com
metamorfos). “Ela nunca se recuperou”, repetiu Frannie “e está ficando pior”.

“Entendo” disse tratando de manter o nível de minha voz. Bill parecia a ponto de bater em
Frannie para apressar a narração, mas neguei com a cabeça.

“Assim que ela estava num lindo lugar que Quinn pagava fora de Las Vegas, o único certo
de assistência na América onde você pode enviar gente como a minha mãe”. A clinica de
repouso para meta-tigres loucas? “Mas mamãe escapou, matou alguns turistas e pegou suas
roupas e um carro e foi para Las Vegas. Deu carona a um cara, e o matou também. O roubou
e pegou seu dinheiro e apostou até que a pegamos” Frannie parou e respirou. “Quinn ainda
está sarando de suas feridas de Rhodes, e isto quase o mata”.

“Oh não”. Mas tinha o pressentimento que ainda não tinha escutado a melhor parte do
incidente.

“Sim, o que é pior que isso? A fuga ou a matança?”

Provavelmente os turistas tinham uma opinião sobre isso. Me sei conta vagamente que
Amélia tinha entrado no quarto, e igualmente me dei conta que não parecia assustada de ver
Bill. Assim que estava acordada quando Bill tomou o lugar de Pam. Amélia não tinha
conhecido antes Frannie, mas ela não interrompeu a narração.

“Em todo caso, há um pôster enorme de vampiros em Las Vegas, já que as colheitas são
muito abundantes”. Frannie nos disse. “Eles rastrearam minha mãe antes que a policia
pudesse pegar-la. Limparam seus rastos também. Resultou que Palmas Sussurrantes, o lugar
onde estava, tinham alertado a todos os super na área para que a localizassem. Para quando
eu tinha chegado no cassino onde pegaram minha mãe, os vampiros diziam a Quinn que eles
tinham se encarregado de tudo e agora sua divida tinha aumentado. Lhes disse que tinha uma
má ferida e não podia voltar a arena de luta. Lhe ofereceram pegar a mim como doadora de
sangue ou uma prostituta para os vampiros que visitavam o lugar, e ele jogou longe o que
disse isso”.

Com certeza. Troquei um olhar com Bill. A oferta de „empregar‟ Frannie tinha sido
desenhada para perecer tudo melhor.

“Logo disseram que conheciam um reino muito fraco, pronto para ser agarrado por outro, e
se referiam a Louisiana. Quinn lhes disse que podiam tomá-lo grátis se o rei de Nevada se
cassasse com Sophie Anne, já que ela não estava em posição de negar. Mas resultou que o
rei estava ai mesmo. Disse que detestava os louisianos e de nenhuma maneira se casaria com
um vampiro que tinha assassinado seu marido anterior, não importava o doce que seu reino
fosse, inclusive com Arkansas incluído”. Sophie Anne era a titular do reino de Arkansas
assim como Louisiana, já que tinha sido encontrada inocente do assassinato de seu esposo
(Rei de Arkansas) na Corte Vampiro. Sophie Anne não tinha tido tempo de consolidar sua
demanda. Devido a explosão. Mas eu estava segura que se encontrava em sua Lista de
Coisas Por Fazer, quando suas pernas volvessem a crescer.

Bill agarrou seu celular e começou a discar novamente. A quem seja que estava ligando, não
atendia. Seus escuros olhos ardiam. Estava absolutamente desfigurado. Se inclinou para
pegar uma espada que tinha deixado apoiada contra o sofá. Sim, veio totalmente armado.
Não mantenho coisas como essas em minha caixa de ferramentas.

“Eles vão querer nos tirar silenciosamente e rapidamente, para que os meios de comunicação
humanos não os peguem. Inventaram uma historia para explicar porque vampiros conhecidos
por todos são substituídos por estranhos” disse Bill “Você, garota, o que seu irmão tem a
haver com tudo isso?”

“Eles lhe fizeram dizer quanta gente tem vocês e que mais sabia sobre a situação da
Louisiana” disse Frannie. Para fazer tudo perfeito, começou a chorar “Ele não queria. Tratou
de lutar, mas o tem onde o querem”. Agora Frannie parecia 10 anos mais velha do que era.
“Tratou de ligar para Sookie um milhão de vezes, mas eles o vigiavam e temeu os dirigir
justamente a ela. Mas a encontraram igual. Uma vez que soube o que planejavam, tomou um
grande risco – para ambos – e me enviou na frente. Me alegra ter tido um amigo que me
devolvesse meu carro”.

“Um de você deveria ter me ligado, escrito, algo”. A pesar da atual crise, não podia deixar de
expressar minha amargura.

“Ele não podia deixar que você soubesse quão mal estava. Disse que sabia que tratarias de
tirá-lo do atoleiro de alguma maneira, mas não tem saída”.
“Bem, seguro que trataria de ajudá-lo” disse “Isso você faz quando alguém está em
problemas”.

Bill estava silencioso, mas eu sentia seus olhos em mim. Eu tinha resgatado Bill quando ele
estava em problemas. Algumas vezes sentia ter-lo feito.

“Seu irmão, porque está com eles agora” perguntou Bill de repente. “Lhes deu informação.
Eles são vampiros. O que precisam dele?”

“O levam com eles para que os ajude a negociar com a comunidade Super, especialmente os
lobisomens” disse Frannie, soando como a Senhorita Corporativa. Senti um pouco de pena
por Frannie. Como o produto da união entre um humano e um meta-tigre, ela não tinha
poderes especiais que a fizeram especial ou algo para negociar. Sua cara estava manchada
com mascara de cílios e suas unhas estavam mastigadas até a borda. Ela era um desastre. E
não tinha tempo de sentir pena por Frannie, porque os vampiros de Las Vegas assumiam o
controle do estado.

“O que fazemos?” perguntei “Amália, você comprovou os quartos? Inclusive nossos carros?”
Amélia cabeceou energicamente. “Bill, você ligou para o Fangtasia e todos os outros
xerifes?”

Bill cabeceou “Não há reposta de Cléo. Arla Yvonne atendeu, ela já sabia do ataque. Disse
que se moveria e trataria de chegar em Shreveport. Tem 6 de seu ninho com ela. Desde que
Gervaise morreu, seus vampiros tem estado a ordem da rainha, e Booth Crimmons tem sido
seu tenente. Booth diz que ele estava fora nesta noite, e sua menina, Audrey, quem ficou com
a rainha e Sigebert, não atende. Inclusive o deputado que a Sophie Anne mandou enviou
Little Rock que não atende”.

Ficamos todos silenciosos. A idéia que Sophie Anne pudesse estar finalmente morta era
quase imaginável.

Bill acordou visivelmente “Assim que...” continuou “podemos permanecer aqui, ou podemos
encontrar outro lugar para vocês três. Quando me assegure que estão seguras, devo me
encontrar com Eric tão cedo como possa. Necessitará cada par de mãos que possa conseguir
para sobreviver”.

Seguramente alguns dos outros xerifes estavam mortos. Eric podia morrer esta noite. Me dar
conta me golpeou na cara com a força de um enorme luva. Respirei profundamente e lutei
para permanecer tranqüila. Simplesmente não podia pensar nisso.
“Estaremos bem” disse Amélia valentemente “Estou segura que você é um grande lutador
Bill, mas nós não estamos indefesas”.
Como todo o devido respeito que tinha das habilidades de bruxa de Amélia, estávamos sim,
indefesas, pelo menos contra os vampiros.

Bill se afastou de nós e de dirigiu ao corredor até a porta traseira. Tinha escutado algo que
escapava a nossos ouvidos humanos. Mas um segundo depois escutei uma voz familiar.

“Bill, me deixe entrar. Enquanto mais cedo, melhor!”

“É, Eric” disse Bill com grande satisfação. Se movendo tão rápido que parecia borrado, foi a
parte traseira da casa. Bastante segura, Eric estava lá fora, e algo em mim relaxou. Ele estava
vivo. Me dei conta que não era o mesmo de sempre. Sua camiseta estava rasgada e estava
descalço.

“Me tiraram do clube” disse, e ele e Bill chegaram perto de nós. “Minha casa não é segura,
não para mim pelo menos. Não podia ir e nenhuma outra parte. Recebi sua mensagem Bill.
Assim que Sookie, estou aqui para te pedir hospitalidade”.

“Claro” disse automaticamente, ainda que deveria ter pensado sobre isso “Mas talvez
deveríamos ir a...” estive a ponto de sugerir que fossemos a casa de Bill, que era mais grande
e tinha melhores condições para vampiros, quando os problemas pularam desde outra fonte.
Não estávamos pondo atenção a Frannie, já que tinha terminado sua historia, e a depressão
que tinha experimentado quando terminou de nos dar as péssimas noticias a tinham levado a
se dar contar do potencial desastre que enfrentávamos.

“Devo sair daqui” disse Frannie “Quinn me disse que ficasse, mas vocês são...”. Sua voz ia
subindo, ficou de pé e cada músculo em seu pescoço se destacava em relevo e sua cabeça se
agitava de um lado a outro.

“Frannie” disse Bill. Colocou suas mãos brancas a cada lado da cara de Frannie. Olhou nos
olhos da garota. Frannie ficou em silêncio. “Ficará aqui, estúpida garota e farás o que Sookie
te diga”

“Ok” disse Frannie em uma voz calma.

“Obrigada” disse. Amélia olhava para Bill de maneira surpresa. Imagino que nunca tinha
visto um vampiro usar seu poder antes. “Vou buscar minha escopeta” disse a ninguém em
particular, mas antes que pudesse me mover, Eric foi para o closet ao lado da porta principal.
Alcançou a Benelli. Me entregou com uma expressão pasma. Nossos olhos se encontraram.
Eric tinha lembrado onde eu guardava a escopeta. Ele tinha averiguado quando ficou comigo
enquanto perdeu a memória. Quando voltei a olhar ao redor, vi Amélia pensativa. Inclusive
em minha curta experiência de viver com Amélia, tinha aprendida que não era um olhar que
gostava. Significava que estava a ponto de dizer algo, algo que eu não ia gostar.

“Não estaremos nos preocupando por nada?” disse a ninguém em particular. “Talvez
estamos entrando em pânico por nenhuma boa razão”.

Bill olhou a Amélia como se ela tivesse se transformado em um macaco. Frannie olhava
totalmente ida.

“Depois de tudo” disse Amélia com um sorriso de sabe tudo. “Porque alguém viria atrás de
nós? Ou mais especificamente de você Sookie. Porque não acho que os vampiros venham
atrás de mim. Mas deixando isso de lado, porque veriam aqui? Você não é uma parte
essencial do sistema de defesa vampiro. Que lhes poderia dar uma boa razão em querer te
matar ou te capturar?”

Eric tinha estado fazendo um circuito revisando as portas e as janelas. Tinha terminado
quando Amélia acabou seu discurso.

“O que aconteceu” Eric perguntou.

Disse “Amélia está me explicando porque não há uma razão racional para achar que os
vampiros venham por mim em sua tentativa de conquistar o estado”.

“Claro que virão” disse Eric, apenas olhando a Amélia. Examinou a Frannie por um minuto,
assentiu aprovadoramente e logo se colocou ao lado de uma das janelas da sala para olhar
para fora “Sookie tem um laço de sangue comigo. E agora estou aqui”.

“Yeah” disse Amélia pesadamente. “Muito obrigada Eric, por fazer um caminho claro até
esta casa”.

“Amélia, você não é uma bruxa de grande poder?”

“Sim, sou” disse cautelosamente.

“O seu pai não é um homem rico com grande influência no estado? Sua mentora não é uma
grande bruxa?”

Quem tinha estado fazendo investigação na Internet? Eric e Copley Carmichael tinham algo
em comum.
“Yeah” disse Amélia. “Ok, estariam felizes se pudessem nos acurralar. Mas igual, se Eric
não tivesse vindo aqui não acho que necessitaríamos nos preocupar com feridas físicas”.

“Você está se perguntando se estamos realmente em perigo?” disse, “Vampiros, excitados,


com sede de sangue?”

“Não seremos de nenhum uso se não estamos vivos?”

“Os acidentes acontecem” disse, e Bill respirou. Nunca o tinha ouvido fazer um som tão
ordinário, e o olhei. Bill estava desfrutando o prospecto de uma boa briga. Suas presas
estavam para fora. Frannie o olhava, mas sua expressão não mudou. Se existisse a mais leve
possibilidade que ela permanecera clama e cooperativa, poderia ter pedido a Bill que a
trouxesse de volta de seu artificial estado. Amava ter Frannie calma e tranqüila, mas odiava
sua perda de livre arbítrio.

“Porque Pam não veio?” perguntei.

“Ela pode ser mais valiosa no Fangtasia. Os outros foram ao clube e ela pode me dizer si se
fecham nele ou não. Foi estúpido de minha parte ligar para eles e lhes dizer que se
trancassem, deveria ter lhes dito para dispersarem”.

Da forma em que ele via, foi um erro que Eric não voltaria a cometer. Bill se colocou perto
de uma janela, escutando os sons da noite. Olhou Eric e negou com a cabeça. Ninguém
ainda.

O telefone de Eric tocou. Escutou por um minuto, disse “Boa sorte para ti” e desligou. “A
maioria dos outros estão no clube” disse a Bill.

“Onde está Claudine?” Bill me perguntou.

“Não tenho idéia”. Como é que Claudine chegava quase sempre quando eu estava em
problemas e não chegava agora? A tinha expulsado? “Não acho que ela venha, já que vocês
estão aqui. Não tem caso que viesse a me defender se você e Eric não podem manter suas
presas longe dela”.

Bill se endireitou. Seu fino ouvido tinha escutado algo. Virou e trocou um longo olhar com
Eric.

“Não é a companhia que eu teria escolhido” disse Bill com voz gelada. “Mas faremos uma
boa demonstração. Sinto pelas mulheres”.
E me olhou, seus profundos olhos escuros cheios de alguma intensa emoção. Amor? Dor?
Sem uma pista ou duas de seu silencioso cérebro, não podia dizer.

“Não estamos em nossas covas ainda” disse Eric.

Agora eu também podia escutar os carros chegando. Amélia fez um involuntário som de
medo e os olhos de Frannie ficaram ainda mais grandes, ainda que permanecia sentada em
sua cadeira paralisada. Eric e Bill se viram decaídos.

Os carros pararam na frente, e escutamos sons de portas se abrindo e fechando, e de alguém


caminhando até a porta.

Houve um enérgico golpe, mas não na porta, se não no alpendre. Me movi lentamente. Bill
agarrou meu braço e parou diante de mim.

“Quem está aí?” chamou, e imediatamente se moveu três pés adiante.

Ele tinha esperado que alguém entrasse através da porta. Isso não aconteceu.

“Sou eu, o vampiro Victor Madden” disse uma voz alegre.

Ok, inesperado. E em especial para Eric, que fechou seus olhos brevemente. A identidade de
Victor e sua presença tinham falado a Eric, e eu não sabia que tinha lido.

“O conheces?” sussurrei a Bill.

Bill disse “Sim, o conheci”. Mas não acrescentou mais detalhes e ficou perdido em seus
próprios pensamentos. Nunca tinha querido mais intensamente conhecer o que alguém estava
pensando do que queria nesses momentos. O silêncio estava me sufocando.

“Amigo ou inimigo?” disse.

Victor riu. Foi um riso genial, e do tipo „rio com você, não de você‟.

“Essa é uma excelente pergunta” disse, “e uma que só você pode responder. Tenho a honra
de estar falando com Sookie Stackhouse, a famosa telepata?”

“Tem a honra de falar com Sookie Stackhouse, a garçonete” disse chateada. E escutei um
tipo de som gutural, a vocalização de um animal. De um animal grande.

Meu coração se afundou até meus pés.


“Os conjuros se manterão” dizia Amélia para si mesma em um sussurro rápido. “Os conjuros
se manterão, os conjuros se manterão”.

Bill me olhava com seus olhos escuros, os pensamentos oscilavam através de sua cara em
rápida sucessão. Frannie parecia aérea, mas seus olhos estavam fixos na porta. Ela tinha
escutado o som também.

“Quinn está aí fora com eles” sussurrei a Amélia, já que era a única no quarto que não tinha
descoberto.

Amélia disse “Ele está de seu lado?”

“Eles tem sua mãe” a lembrei. Mas me senti doente.

“Mas nós temos sua irmã” disse Amélia.

Eric se via tão pensativo como Bill. De fato, eles estavam olhando um ao outro, e acho que
estavam tendo um dialogo completo sem dizer nem uma palavra. Todo esse intercambio de
pensamentos não era bom. Significava que eles não tinham decidido que via tomar.

“Podemos entrar?” disse a encantadora vez “Ou podemos tratar com um de vocês cara a
cara? Parecem ter alguns bons salva-vidas na casa”.

Amélia agitou seu braço e disse “Sim!!”. Fez caretas para mim.

Não tinha nada de mau em sua pequena e merecida auto-felicitação, ainda que estava um
pouco fora de foco. Lhe sorri, ainda que senti que minhas bochechas iam se quebrar.

Eric parecia voltar a si e logo de um largo olhar de um ao outro, ele e Bill relaxaram. Eric
virou para mim, me beijou nos lábios muito delicadamente e olhou para minha cara por um
longo momento.

“Ele te respeitará” disse Eric, e entendi que ele não estava realmente falando comigo se não a
si mesmo. “Você é demasiado única para te perder”.

E então abriu a porta.


Dado que ainda tinha luz lá fora da sala de estar e a luz de segurança, desde o interior da casa
podíamos ver bastante bem. O vampiro de pé no jardim não era particularmente alto, mas era
um homem surpreendente. Ele vestia um traje. Seu cabelo era curto e enrolado, e ainda que a
luz não fosse boa para fazer essa determinação, eu achava que era negro. Parou com atitude,
como um modelo de GQ.

Eric foi apressado para bloquear a porta, de modo que foi tudo o que poderia dizer. Ao
parecer, pegajoso para ir na janela e olhar.

“Eric Northman” disse Victor Madden “Não te vi faz umas décadas”.

“Você esteve trabalhando duro no deserto” disse Eric neutro.

“Sim, os negócios tem estado no auge. Há algumas coisas que quero discutir com você – e
são urgentes, me temo. Posso entrar?”

“Quantos vocês são?” perguntou Eric.

“Dez” sussurrei para Eric nas suas costas. “Nove vampiros e Quinn”. Se o cérebro humano
deixa um zumbido em meu buraco interior de consciência, um cérebro vampiro deixa um
vazio. Tudo o que tinha que fazer era contar com os buracos.

“Quatro companheiros estão comigo” disse Victor, soava absolutamente sincero e veraz.

“Acho que você perdeu sua capacidade de contar” Eric disse “Acho que há nove vampiros e
um meta”.

A silhueta de Victor realizou um movimento nervoso com sua mão. “Não se permite tentar
tirar lama nos olhos, antigo esporte”

“Antigo esporte?” murmurou Amélia.

“Deixe-os parar fora das árvores para que os possa ver” chamou Eric.

Amélia, Bill e eu fomos discretamente abandonados e ele se dirigiu as janelas para ver. Um
por um, os vampiros de Las Vegas, saíram das árvores. Já que se encontravam nas bordas da
escuridão não podia ver a maioria deles muito bem, mas me dei conta de uma mulher como
uma estatua com uma grande quantidade de cabelo marrom e um homem não mais alto que
eu, que tinha uma barba asseada e um brinco.

O último em sair dos bosques foi o tigre. Eu estava segura de que Quinn tinha mudado desde
sua forma animal, porque não queria me ver cara a cara. Me senti terrivelmente mal por ele;
imaginei como se me rasgassem desde dentro, seu interior devia ser a carne de hambúrguer.

“Vejo algumas caras conhecidas” disse Eric “estão todos em baixo de seu cargo?”

Isso teve um significado que eu não entendia.

“Sim” disse Victor muito firmemente.

Isso significa algo para Eric. Ele estava atrás da porta, e o resto de nós virou para olhar-lo.

“Sookie” Eric disse “Não cabe a mim convidar-lo, esta é sua casa”

Eric se dirigiu a Amélia. “É sua sala especifica?” perguntou. “O deixa entrar a ele sozinho na
sala?”

“Sim” disse. Quis que soasse mais segura. “Tem que ser convidado por alguém na sala,
como Sookie”.

Bob o gato passeava pela porta aberta. Se sentou no centro exato do umbral, o rabo envolto
em torno de suas patas, e investigando o recém chegado de maneira constante. Victor riu um
pouco quando apareceu pela primeira vez, mas seu riso morreu depois de um segundo.

“Este não é só um gato” disse Victor.

“Não” disse, o suficiente alto para que Victor me escutasse. “Tampouco é como o de ali
fora”. O tigre fez um som, que eu tinha lido que se supunha que era de amizade. Acho que
foi o mais perto que Quinn podia vir e me dizer que sentia acerca de toda a maldita coisa. Ou
talvez não. Fui ficar de pés atrás de Bob. Ele levantou sua cabeça para me olhar, e a
continuação, passeou com tanta diferença como tinha chegado. Gatos.

Victor Madden se acercou ao alpendre. É evidente que os grandalhões não permitiram


cruzar as portas, e ele esperou aos pés da escadinha. Amélia acendeu as luzes do alpendre da
frente, e Victor piscou pelo súbito deslumbramento. Era um homem muito atrativo, se não
exatamente lindo. Seus olhos eram grandes e marrons, e sua mandíbula marcada, tinha lindos
dentes que mostrou em um rasgado sorriso. Ele me olhou com muito cuidado.
“As informações sobre seus atrativos não eram exagerados” disse o que me tomou um
minuto de decifrar. Eu estava muito assustada para ser mais inteligente. Espiei e vi Jonathan
entre os vampiros no pátio.

“Aham” lhe disse, impressionada “Só você pode entrar”

“Estou encantado” disse. Ele deu um passo cauteloso e até aliviado. Depois de que ele
cruzou a porta de repente já estava bem na minha frente, seu lenço – Juro por Deus, um lenço
branco, branco como a neve, quase tocando minha camiseta branca. Era tudo o que pude
fazer para evitar retroceder, mas consegui me manter quieta. Me encontrei com os olhos e
senti a pressão atrás deles.

Sua mente estava tentando truques para ver o que poderia funcionar em mim.

Não muito, em minha experiência. Depois de que eu permiti comprovar, mudei de volta para
lhe dar espaço para entrar. Victor estava ainda bem no meio da porta. Deu a todo mundo na
sala um olhar muito cauto, ainda que não perdeu seu sorriso. Quando ele viu Bill, o sorriso
iluminou.

“Ah, Compton” disse, e ainda que eu esperasse que seguisse com um comentário mais
esclarecedor, não foi assim. Ele deu a Amélia um minucioso olhar “A fonte da magia”, ele
murmurou, e inclinou sua cabeça para ela. Deu a Frannie uma rápida avaliação. Quando
Victor a reconheceu, aguardou, por um segundo, muito desgostoso.

Eu deveria ter-la escondido. Simplesmente, não tinha pensado nisso. Agora o grupo de Las
Vegas sabia que Quinn tinha enviado sua irmã na frente para nos advertir. Me perguntava se
sobreviveríamos a esta. Se vivemos até este dia, nós os três humanos poderiam sair em um
carro, e se o carro estava descapacitado, assim, nós tínhamos os celulares e poderíamos pedir
uma camionete. Mas aqui não se podia dizer que os outros ajudantes dos vampiros de Las
Vegas tinham a... além de Quinn. E até Eric e Bill podem lutar a maneira contra através da
linha de fora dos vampiros: poderia tentar. Eu não sabia até onde poderíamos chegar.

“Por favor, sente-se” lhe disse, ainda que soava tão acolhedora como uma dama da Igreja
obrigada a entreter um ateo. Nos trasladamos todos no sofá e nas cadeiras. Saímos de onde
estava Frannie. Seria melhor manter um pouco de calma para poder manejar. A tensão na
sala era quase palpável como o era.

Apaguei algumas luzes sobre os vampiros e lhes perguntei se queriam uma bebida. Todos
eles me olharam surpresos. Só Victor aceitou. Depois de uma piscada de minha parte,
Amélia foi a cozinha para esquentar alguns True Bloods. Eric e Bill estavam no sofá, Victor
pegou a banqueta, e eu estava encostada na borda da cadeira, apertei minhas mãos em meu
colo. Houve um longo silêncio, enquanto que Victor, selecionou seu discurso de abertura.

“Sua rainha morreu, Viking” disse.

A cabeça de Eric se sacudiu. Amélia que estava entrando, se deteve em seus passos por um
segundo antes de levar o copo de True Blood a Victor. Aceitou com uma pequena
reverencia. Amélia olhava para baixo nele, e notei que sua mão estava escondida nas pregas
da túnica. Bem quando respirei para dizer que não fizesse uma loucura, ela se afastou dele e
chegou a ficar de pé ao meu lado.

Eric disse “Eu tinha pensado que era o caso. Quantos xerifes? Tiveram que entregar”. Você
não pode dizer como se sentia por sua voz.

Victor fez uma demonstração de como consultava sua memória “Deixe-me ver. Oh, sim!
Todos eles...”

Apertei fortemente meus lábios juntos pelo que não podia escapar o som. Amélia puxou a
cadeira com respaldados para manter-la a um lado da chaminé. Se sentou perto de mim e
afundou nela como se fosse uma bolsa de areia. Agora que ela estava sentada, pude ver que
tinha uma faca agarrada estritamente na mão, a faca de cozinha. Era realmente afiado.

“E a sua gente?” perguntou Bill. Bill estava fazendo a imitação de „passar uma esponja no
assunto‟, também.

“Há uns poucos com vida. Um jovem homem de cor chamado Rasul... uns serventes de Arla
Yvonne. O time de Cléo Babbit morreu com ela inclusive depois de uma oferta para se
entregar, e parece ser que Sigebert pareceu com Sophie Anne”.

“Fangtasia?” Eric guardou esta para a última, já que dificilmente poderia levar a falar isso.
Queria ir e por meus braços ao redor dele, mas ele não gostaria. Se veria fraco. Houve um
longo silêncio, enquanto Victor tomava um gole de True Blood.

Então ele disse “Eric, sua gente estão todos no clube. Não se renderam, dizem que não até
que não saibam de você. Estamos prontos para incendiar-lo. Um de seus súditos fugiu, e –
achamos que é uma mulher – e se está tirando a qualquer de minha gente o suficiente
estúpido para se separar dos demais”.

Ai, Pam! Dobrei minha cabeça para ocultar um sorriso involuntário. Amélia sorriu para mim.
Inclusive Eric olhou complacido, só por uma fração de segundo. A cara de Bill não se alterou
nem um pouco.
“Porque estou vivo, de todos os xerifes?” perguntou Eric, a pergunta de um milhão de
dólares.

“Porque você é o mais eficiente, mais produtivo, e o mais prático” Victor preparou a resposta
em seus lábios. “E tem uma das maiores fontes de dinheiro vivendo em sua área e que
trabalham para você”. Ele assentiu para Bill. “Nosso rei gostaria deixá-lo em sua posição, se
quiser lhe jurar lealdade”.

“Já sei o que vai acontecer se eu negar,”

“Minha gente em Shreveport está preparados com as tochas” disse Victor com seu alegre
sorriso. “Na realidade, com os dispositivos mais modernos, mas você consegue a decisão. E,
com certeza, podemos cuidar de seu pequeno grupo aqui. Você é aficionado da diversidade
sem duvida, Eric. Caminho até aqui pensando me encontrar com sua elite de vampiros, e nos
encontramos com esta estranha companhia”.

Nem sequer pensei nisso. Nós éramos uma estranha companhia, não há duvida. Também me
dei conta que o resto de nós não éramos considerados. Tudo isto se baseava na questão de
como orgulhoso estava Eric.

No silêncio, me perguntava quanto tempo Eric meditaria sua decisão. Se não a aceitar, todos
nós morreríamos. Esse seria o caminho de Victor para „cuidar‟ de nós, a pesar que fora forte
o pensamento de Eric sobre mim, começou a ser demasiado valioso para matar. Não pensei
que Victor me desse um „valor‟, muito menos que o de Amélia. Inclusive se jogássemos
Victor (e entre Bill e Eric provavelmente poderiam ser), o resto dos vampiros não só
colocariam fogo na casa, como eles já tinham ameaçado fazer no Fangtasia, e se iriam. Eles
poderiam não ser capazes de entrar sem um convite, mas nós certamente teríamos que sair.

Meus olhos se reuniram com os de Amélia. Seu cérebro foi enchendo com o medo, ainda que
ela estivesse fazendo um esforço supremo para manter sua coluna vertebral rígida. Se ela
chamasse Copley, ele poderia negociar sua vida, e tinha os meios para negociar com eficácia.
Se o time de Las Vegas tinha fome suficiente para invadir Louisiana, então tinham fome
suficiente para aceitar um suborno pela vida da filha de Copley Carmichael. E Frannie
seguramente estaria bem, já que seu irmão estava fora, não? Seguramente Frannie seria a
peça para manter Quinn complacente? Victor tinha assinalado que Bill tinha habilidades que
necessita, porque sua base de dados demonstrou ser lucrativa. Por tanto, Eric e eu fomos os
mais prescindíveis.

Pensei em Sam, desejava poder chamá-lo e falar como ele por tão só um minuto. Mas eu não
o arrastaria neste mundo, porque isso significaria uma morte segura. Fechei os olhos e lhe
disse adeus.
Houve um som fora da porta, e me tomou um momento para interpretar-lo como um ruído de
tigre. Quinn queria entrar. Eric me olhou e me sacudiu a cabeça. Isso estava o suficiente mal
sem jogar a Quinn na mistura.

Amélia sussurrou “Sookie” e apertou sua mão contra mim. Foi a mão com a faca.

“Não” lhe disse. “Não fará nenhum bem”. Eu esperei que Victor não se desse conta de qual
era sua intenção.

Os olhos de Eric se arregalaram e fixaram no futuro. Eles lançaram uma chama azul no
longo silêncio. Então aconteceu algo inesperado. Frannie saiu do trance, e abriu sua boca e
começou a gritar. Quando arrancaram o primeiro grito de sua boca, a porta começou com um
ruído surdo. E uns cinco segundos Quinn estalou minha porta lançando seus quatrocentos e
cinqüenta quilos nela. Frannie lutando com seus pés e correndo para ele, aproveitando a
maçaneta e puxando ela para abrir antes de que Victor pudesse agarrar-la, apesar de que ele a
perdeu por meia polegada. Quinn pulou na casa com tanta rapidez que golpeou sua irmã.
Ficou sobre ela, rugindo a todos nós.

Para seu mérito Victor não mostrou medo. Ele disse “Quinn, me escute”.

Depois de um segundo, Quinn se calou. É sempre difícil dizer quanto de humanidade se


deixou em sua forma animal. Eu tive provas que os metas me entendem perfeitamente, e me
comuniquei com Quinn, antes quando era um tigre, tinha me entendido realmente. Mas tinha
ouvido sua irmã gritar e tinha desamarrado sua raiva e não parecia saber onde apontar.
Enquanto Victor tinha tida sua atenção em Quinn, pesquei um cartão em meu bolso.

Odiava a idéia de usar „o cartão para sair livre da prisão‟ de meu bisavô. ( Amor já, bisavô
me resgate). E odiava a ideia de que ele, sem prévio aviso, estivesse em uma sala cheia de
vampiros. Ma se alguma vez houve tempo para a intervenção da fadas, esse momento seria
agora, e poderia ter chegado muito tarde. Tinha meu celular no bolso de meu pijama. Puxei
ele imperceptivelmente e o virei para abri-lo, desejei ter-lo colocado em discagem rápida.
Olhei para baixo, chequei o número e comecei a discar as teclas. Victor estava falando com
Quinn, tratando de o persuadir de que Frannie não se machucou.

Não fiz tudo bem? Não esperei até que estava segura de que o necessitava antes de que o
chamasse? Eu não tinha sido tão inteligente para ter o cartão comigo, para ter o telefone
comigo? As vezes, quando fazes tudo bem, ainda resultava equivocado. Justo quando a
chamou, uma rápida mão chegou ao redor, arrancando o celular de minha mão, e o jogando
na parede.
“Não podemos trazer-lo aqui” disse Eric em meu ouvido, “Ou começaríamos uma guerra que
matará a todos nós”

Acho que quis dizer a totalidade dos dele, porque EU estava segura que estaria bem se meu
bisavô iniciasse uma guerra para me manter com vida, mas não há ajuda agora para isso. Eric
olhou para mim com algo muito perto do ódio.

“Não há ninguém a quem possa chamar para que o ajude nesta situação” disse Victor
Madden com prazer. Mas então se via um pouco menos feliz de si mesmo, como se ele
estivesse tendo segundo pensamentos, “Se há algo que não sei de você” acrescentou.

“Há muitas coisas que você não sabe acerca de Sookie” disse Bill. Era a primeira vez que
tinha falado desde que Madden tinha entrado. “Saiba isto: vou morrer por ela, se machucá-la,
vou matá-lo” disse Bill seus olhos escuros sobre Eric “Você pode dizer o mesmo?”

Eric claramente não, que foi posto no jogo de „QUEM AMA A SOOKIE MAIS?‟. No
momento, isso não é tão relevante.

“Você também deve saber isto” disse Eric a Victor. “Inclusive mais pertinente, se algo
acontecer com ela, forças que não se pode imaginar se colocaram em marcha”.

Victor olhou profundamente reflexivo “Com certeza, poderia ser uma ameaça em vão” disse.
“Mas de alguma maneira, acredito que sejam certas. Se estás se referindo a este tigre, não
acho que vá a matar a todos por ela, já que temos sua mãe e sua irmã no nosso alcance. O
tigre tem que responder a muitas coisas, já que veio aqui por sua irmã”.

Amélia tinha trasladado por seu braço ao redor de Frannie, tanto para acalmar-la e incluir ela
e ao tigre no circulo de proteção. Ela me olhou, pensando com toda claridade, devo tratar
algum feitiço de magia? Talvez um feitiço de estancamento?

Amélia é muito inteligente por pensar nessa maneira de se comunicar comigo, e eu pensava
lhe oferecer furiosamente. O feitiço estático poderia manter tudo exatamente como estava.
Mas não sabia se seu feitiço poderia abarcar os vampiros esperando lá fora, e não podia ver
se a situação seria muito melhor se só nos congelássemos na sala, exceto si mesma. Poderia
ser especificado sobre quais, o feitiço afeta? Queria que Amélia fosse telepática, também, e
nunca expressou seu desejo a ninguém antes. Como as coisas se colocam, há demasiadas
coisas que não sabia. Sacudi a cabeça sorrindo para ela.

“Isso é ridículo” disse Victor. Sua impaciência era calculada. “Eric, você está na linha de
fundo, e esta é minha última oferta. Aceita que meu rei adquira Louisiana e Arkansas, ou
quer lutar até a morte?”
Houve outra pausa ainda mais breve.

“Aceito a soberania de seu rei” disse Eric, sua voz plana.

“Bill Compton” Victor perguntou.

Bill me olhou, seus olhos escuros pararam em mim “Aceito” disse. E com ele, Louisiana
tinha um novo, e o antigo regime tinha ido.

Senti como a tensão saia de mim como o ar de um pneu furado.

Eric disse “Victor chame sua gente. Quero ouvir como você vai dizer a eles”.

Victor, mais radiante que nunca, com um pequeno movimento tirou o celular de seu bolso e
reclamou a alguém chamado Delilah para lhe dar suas ordens. Eric utilizou seu celular para
ligar no Fangtasia. Eric falou com Clancy sobre a mudança de liderança.

“Não esqueça de contar para Pam” disse Eric muito claramente “para que deixe de acabar
com mais gente de Victor”

Houve uma pausa incomoda. Todo o mundo se perguntava o que veio depois. Agora que eu
estava segura que ia viver, esperava que Quinn voltasse a sua forma humana para poder falar
com ele. Tinha muito que falar. Não estava segura se tinha direito de sentir isso, mas me
sento traída.

Não acho que o mundo esteja contra mim. Pude ver que tinha sido forçado a esta situação.
Sempre tinha um monte de vampiros ao redor forçando.

Pelo que vi, essa foi a segunda vez que a mão de Quinn o havia metido, bastante inadvertida,
por cair em mãos dos vampiros. Sei que ela não era responsável, realmente, eu sei. Nunca
quis ser estuprada, e não tinha escolhido se converter em uma doente mental. Nunca conheci
essa mulher e provavelmente nunca o faria, mas ela é sem duvida era uma bala perdida.
Quinn tinha feito o que podia. Ele enviou sua irmã antes para nos advertir, ainda que eu não
estivesse exatamente segura de que tenha terminado de ajudar muito.

Com certeza, vários pontos para tratar.

Agora, tal como vi o tigre encostar-se a Frannie, sabia que tinha cometido erros todo o
caminho até o final com Quinn. E senti a ira da traição, não importa como eu raciocine, a
imagem de ver meu namorado no lado dos vampiros e ter que considerar como um inimigo
tinha acendido um fogo em mim. Me sacudi, olhando ao redor da sala.

Amélia correu ao banheiro como pôde para deixar Frannie descentemente, que seguiu
chorando. Suspeitei que a tensão tinha sido demasiado para minha companheira de quarto
bruxa e os sons do banheiro confirmaram. Eric ainda estava no celular com Clancy,
pretendendo estar ocupado enquanto assimilava a grande mudança em suas circunstâncias.
Não podia ler sua mente, mas sabia. Caminhou pelo corredor, talvez esperando alguma
privacidade para avaliar seu futuro.

Victor tinha ido lá fora para falar com sua corte, e ouvi um deles “Sim! Sim!” como se seu
time tivesse marcado o gol da vitória, como supus que era o caso.

Em quanto a mim, senti um pouco fraco meus joelhos, e meus pensamentos eram de tal
tumulto que dificilmente poderiam ser chamados pensamentos. Bill passou o braço ao meu
redor, ele me desceu a cadeira que Eric tinha deixado vazia. Senti seus lábios frios roçarem
minha bochecha. Tinha que ter um coração de pedra para que não me afetasse seu pequeno
discurso com Victor, que não tinha esquecido, não importa quão terrível tenha sido a noite;
meu coração não é de pedra.

Bill se ajoelhou a meus pés, sua cara branca olhando para mim “Espero que um dia volte
para mim” disse “Nunca estaria minha empresa e eu em cima de ti”. E se levantou
caminhando a fora para conhecer seus novos parentes vampiros.

Ok, ok.

Deus me abençoe; a noite não tinha terminado ainda.

Voltei penosamente a meu quarto e empurrei a porta aberta, com a intenção de lavar a cara
ou escovar meus dentes ou pentear meu cabelo para suavizar-lo, porque pensei que poderia
fazer que me sentira um pouco menos pisoteada.
Eric estava sentado em minha cama, seu rosto enterrado em suas mãos. Ele olhou como tinha
entrado e me olhou comovido. Bom, não era de estranhar, com a total toma de posse, e a
traumática mudança de liderança.

“Sentado aqui, em sua cama, cheirando seu aroma” disse em voz tão baixa que tive que me
esforçar para escutá-lo. “Sookie... Me lembro de tudo”.

“Oh, inferno” lhe disse, fui ao banheiro e fechei a porta. Escovei meus cabelos e dentes, lavei
minha cara, mas tinha que sair. Eu seria tão covarde como Quinn se não tivesse que enfrentar
o vampiro.

Eric começou a falar no momento que surgi “Não posso acreditar que...”

“Sim, sim, que você amou uma simples humana, que fez todas essas promessas, foi tão doce
como um bolo e queria ficar comigo para sempre” murmurei. Seguramente há um caminho
rápido para pegar e sair desta situação.

“Não posso acreditar que sentisse algo tão forte e estava tão feliz pela primeira vez em cem
anos” disse Eric com certa dignidade “Me dê algum mérito por isso, também”.

Esfreguei minha testa. Era a metade da noite, pensei que ia morrer, a imagem do homem que
tinha estado pensando como meu namorado acaba de ser virado ao contrário. Ainda que
agora „seus‟ vampiros estão no mesmo lado que „meus‟ vampiros, eu emocionalmente
alinhada com os vampiros da Louisiana, ainda que alguns deles tenham sido aterradores, em
excesso. Poderia Victor Madden e seu time dar menos medo? Pensei que não. Esta mesma
noite tinham matado a uns quantos vampiros dos que tinha conhecido e que tinha gostado.

Indo a parte superior de todos estes acontecimentos, não acho que pudesse fazer frente a um
Eric que tinha tido uma revelação.

“Podemos falar disto em outro momento, se tivermos que falar disso?” lhe perguntei

“Sim” disse depois de uma longa pausa. “Sim. Este não é o momento adequado”.

“Não sei que outro momento será adequando para esta conversa”.

“Mas vamos ter-lo” disse Eric.

“Eric... oh, ok” fiz um movimento de „apagar‟ com minha mão. “Me alegro de que o novo
regime queira te manter”.
“Te machucaria se eu morresse”.

“Sim, temos um laço de sangue, derrr”

“Não pelo vinculo”

“Bom, você tem razão. Me machucaria se morresses. Ainda que tivesse morrido, também,
muito provavelmente, pelo que não tinha sofrido a muito tempo. Agora pode ir embora por
favor?”

“Oh, sim” disse com um brote do antigo Eric de volta. “Vou embora agora, mas vou voltar
mais tarde. E esteja segura, meu amor, que vamos a chegar a um entendimento. Enquanto
aos vampiros de Las Vegas, estarão em situação para ir correndo a outro estado que dependa
de grande turismo. O rei de Nevada é um homem poderoso, e Victor é mais esperto que
qualquer. Victor é cruel, mas não destruirá algo que possa ser capaz de utilizar. É muito bom
freando seu temperamento”.

“Assim que você não está realmente satisfeito com a toma de posse?” não podia manter a
emoção de minha voz.

“O acontecido” disse Eric “Não há razão de ser para ser „infeliz‟ agora. Não posso trazer de
volta a vida ninguém, e não posso derrotar a Nevada pó mim mesmo. Não vou pedir a minha
gente em uma inútil tentativa”.

Não podia coincidir com o pragmatismo de Eric. Pude ver que suas razões e, de fato, quando
tivesse descansado, poderia estar de acordo com ele. Mas não aqui, não agora, ele parecia
demasiado frio também para mim. Com certeza, ele tinha tido uns poucos cem anos para ser
dessa maneira, e talvez tinha tido que passar por este processo muitas vezes.

Que perspectiva tão pouco confiante.

Eric parou em seu caminho para a porta e virou me beijando na bochecha. Esta foi outra
noite para recolher beijos. “Sinto muito, sobre o tigre” disse e foi o chapéu final da noite no
que a mim respeita. Sentei afundada na pequena cadeira no canto do quarto até que estava
segura de que todo o mundo estava fora da casa. Quando só se manteve um cálido cérebro,
Amélia, olhei para fora do quarto para obter uma imagem. Sim, todo o mundo tinha ido.

“Amélia?” chamei.

“Sim” respondeu ela e fui procurá-la. ela estava na sala e estava tão esgotada como eu.
“Vai conseguir dormir?” lhe perguntei.

“Não sei, vou tentar” ela sacudiu sua cabeça. “Isso muda tudo”.

“O quê?” surpreendentemente, me entende.

“A posse do vampiro. Meu pai teve muitas relações com os vampiros de Nova Orleans. Ia
estar trabalhando para Sophie Anne, para a reconstrução de sua sede em Nova Orleans.
Todas suas outras propriedades, também. Melhor ligar para ele e contar. Vai querer chegar aí
cedo, com o novo tipo”.

A sua própria maneira Amélia era tão prática como Eric. Me senti fora de sintonia com o
mundo inteiro. Não podia pensar em ninguém a quem pudesse ligar que se sentisse triste pela
perda de Sophie Anne, Arla Yvonne... Cléo. E a lista seguiu. Me pergunto, pela primeira vez,
se os vampiros não podem chegar a sentir a perda. Olham toda a vida que passam por eles e
logo desaparecem. Geração atrás de geração foram as suas tumbas esperando
silenciosamente a vida de não-morto uma e outra vez.

Bom, esta cansada humana – que normalmente passava – necessita dormir algo da pior
maneira possível. Se tivesse outra posse hostil esta noite, teriam que continuar sem mim.
Fechei todas as portas de novo, chamei Amélia enquanto subia as escadas para lhe dar boa
noite e me arrastei de novo a minha cama. Fiquei acordada durante trinta minutos, já que me
dei uns tiques musculares bem quando ia a deriva. Fiquei em vigília, pensando que alguém
estava no quarto para me advertir sobre um grande desastre.

Mas, finalmente os tremores não podiam me manter acordada por mais tempo. Cai em um
sono pesado. Quando acordei, o sol brilhava na janela e Quinn estava sentado na cadeira em
um canto onde eu tinha caído na noite anterior enquanto estava tratando de liderar com Eric.
Era uma desagradável tendência. Não queria que um monte de caras pulassem para dentro e
fora de meu quarto. Eu queria que ficassem.

“Quem deixou você entrar?” lhe perguntei, me apoiando sobre um cotovelo. Se via bem para
alguém que não tinha dormido muito. Era um grande homem com uma lisa cabeça e enormes
olhos roxos. Sempre gostei do jeito que me olha.

“Amélia” disse. “Sei que não deveria ter entrado. Deveria ter esperado até que você tivesse
levantado. Pode ser que você não me queria em sua casa”.

Fui no banheiro para me dar um minuto, outra manobra com a que estava familiarizada
muito. Quando sai, um pouco arrumada e mais limpa que quando entrei, Quinn tinha uma
xícara de café para mim. Dei um gole no instante que me fez sentir melhor e poder frente ao
que me vinha. Mas não em meu quarto.

“Cozinha” lhe disse e fomos ao cômodo que tem sido sempre o coração da casa. Isso foi
antes de que o fogo tivesse chegado. Agora tinha uma nova cozinha, mas eu ainda sentia
saudades da anterior. A mesa onde minha família tinha comido durante anos tinha sido
substituída por uma moderna, e as novas cadeiras eram muito mais cômodas que as antigas,
mas ainda lamentava lembrá-las de vez em quando e então pensava no que teria perdido.

Tive uma sensação de que „lamentar‟ ia ser o tema do dia. Durante meu tumultuoso sono, ao
parecer tinha absorvido uma dose de pragmatismo que tão triste tinha me parecido na noite
anterior. Para evitar a conversa que íamos ter, me concentrei na porta de trás e vi que o carro
de Amélia não estava lá. Pelo menos estávamos sozinhos.

Sentei na frente do homem que eu esperava amar.

“Bebê, você se vê como se alguém tivesse te dito que eu estava morto” disse Quinn.

“Como poderia ter sido” lhe disse, porque tinha que arar o interior disto e não olhara para
nenhum lado. Ele estremeceu.

“Sookie, o que eu poderia ter feito?” perguntou “O que poderia ter feito?”. Havia uma borda
de ira em sua voz.

“O que posso fazer?” lhe pedi em troca, porque eu não tinha resposta para ele.

“Te enviei Frannie! Tratei de te advertir!”

“Muito pouco, demasiado tarde” lhe disse. Em segundo lugar; imediatamente depois
conjeturei para mim mesma: Estava sendo muito dura, injusta, ingrata?. “Se você tivesse
ligado semanas atrás, inclusive uma vez, poderia me sentir diferente. Mas suponho que você
estava demasiado ocupado tratando de encontrar sua mãe”.

“Assim que você está terminando comigo por causa de minha mãe” disse. Soava amargo e
não podia culpar-lo.

“Sim” lhe disse, depois de por a prova minha própria vontade internamente. “Acho que sou
eu. Não é sua mãe tanto como sua situação em seu conjunto. Sua mãe sempre terá que vir
primeiro, tanto como viva, porque ela está doente. Sinto compaixão por isto, acredite em
mim. E sinto que você e Frannie tenham uma dura briga com isto. Sei tudo acerca de duras
brigas”
Quinn estava olhando para baixo e sua xícara de café, seu rosto desenhado com a ira e o
cansaço. Este foi provavelmente o pior momento possível para ter este enfrentamento e, com
certeza, tinha que fazer-lo. Me dói muito mal deixar que durasse mais,

“Então, sabendo de tudo isto, e sabendo que cuidei de você, você não quer me ver mais”
disse Quinn, mordendo cada palavra. “Você não quer fazer que funcione”.

“Eu cuidei de você também, e espero que tenhamos muitos momentos mais” lhe disse. “Mas
ontem a noite foi simplesmente demasiado para mim. Lembra, eu tive que saber de seu
passado por outra pessoa? Acho que talvez você não queria me dizer desde o começo, porque
sabias que seria um problema. Não é sua luta contra o fosso – não me importa isso. Com
certeza, sua mãe e Frannie...Bom, são sua família. São... dependentes. Elas precisam de você.
Eles sempre vem em primeiro”. Me detive por um momento, para morder o interior de minha
bochecha. Essa foi a parte mais difícil. “Quero ser a primeira. Sei que é egoísta, e talvez
inalcançável, e talvez superficial. Mas só quero vir em primeiro lugar para alguém. Se isso
está mal em mim, que assim seja. Vou estar errada. Mas é a maneira que me sinto”.

“Então não há nada mais para se falar” disse Quinn depois de um momento de reflexão. Me
olhou desolado. Não podia contradizer-lo. Com suas grandes palmas postas sobre a mesa,
empurrou seus pés e se foi.

Me senti como uma má pessoa. Me sentia miserável e sozinha. Me sentia como uma puta
egoísta. Mas eu o permiti sair pela porta.
Enquanto me preparava para o trabalho – sim inclusive depois de uma noite como a que tive,
tinha que ir trabalhar – se produziu um golpe na porta. Eu tinha escutado algo grande vir pela
rua, assim que amarrei meus sapatos apressadamente. A rua do FedEx não era um freqüente
visitante em minha casa, e a magra mulher que pulou era uma estranha. Abri a porta
maltratada com certa dificuldade. Nunca ia ser a mesma depois da entrada de Quinn na noite
anterior. Fiz uma note mental para chamar aos Lowe‟s em Clarice para perguntar sobre
substituí-la. talvez Jason me ajudaria a colocá-la.

A da,a de FedEx deu uma longa olhada na porta que estalou quando finalmente a abri. “Quer
assinar isto?” disse, segurando um pacote, o mostrando não dizendo.

“Certo”. Aceitei a caixa, um pouco perplexa. Tinha vindo do Fangtasia. Huh. Tão cedo como
as rodas do caminhão saíram a Hummingbird Road, abri o pacote.

Se tratava de um celular roxo. Tinha programado meu número. Havia uma nota nele mesmo
„Desculpe pelo outro, amante‟ estava escrito. Assinado com uma grande letra E. Tinha um
carregador incluído. E um carregador de carro, também. E um aviso de que meus primeiros
seis meses de fatura tinham sido pago.

Com uma espécie de sentimento de perplexidade, escutei outro caminhão se aproximando.


Nem sequer me incomodei em me mover da parte da frente do alpendre. A nova chagada era
de Home Depot Shreveport. Se tratava de uma nova porta de entrada, muito bonita, com uma
tripulação de pessoas para instalar-la. Todos os encargos tinham sido atendidos. Me
perguntava se Eric queria limpar a grade de minha secadora.

Cheguei ao Merlotte‟s cedo para poder ter uma conversa com Sam. Mas a porta de seu
escritório estava fechada, e podia ouvir vozes dentro. Ainda que não fosse inaudito, a porta
fechada era raro. No instante estava interessada e furiosa. Podia ler a familiar assinatura
mental de Sam, e tinha outro com ele que tinha encontrado antes. Ouvi o arrastar de umas
pernas de cadeira dentro, e entrei com toda presa no armazém antes de que a porta abrisse.

Tanya Grisson saia. Esperei um par de golpes, e logo decidi que meu negocio era tão urgente
que assumiria o risco de uma conversa com Sam, ainda que ele não estivesse em estado de
animo para isso. Meu chefe seguia estando frágil em sua cadeira de madeira laminada, com
os pés apoiados sobre a mesa. Seu cabelo estava ainda mais revoltado que o normal. Parecia
um redemoinho. Ele também esperava atento e preocupado, mas quando disse que tinha que
lhe dizer algumas coisas, ele assentiu e me pediu que fechasse a porta.
“Sabe o que aconteceu ontem a noite?” lhe perguntei.

“Ouvi que houve um OPA hostil” disse Sam. Ele se reclinou no respaldo da cadeira de rodas
e esta fez um barulho irritante. Eu estava definitivamente me balançando sobre a fina linha
hoje, assim que tive que morder meus lábios para não quebrar-lo.

“Sim, se pode dizer isso”. Uma OPA hostil é quase uma maneira perfeita de descrever. Lhe
disse o que tinha acontecido na minha casa. Sam se via preocupado.

“Eu nunca interferi em negócios de vampiros” disse. “Os vampiros e os de dupla natureza
não se misturam bem. Realmente sinto que você tenha sido empurrada nisso, Sookie. Esse
idiota do Eric”. Ele parecia que tinha mais que queria dizer, mas pressionou seus lábios
juntos.

“Você sabe algo sobre o rei de Nevada?” lhe perguntei.

“Sei que tem um império publicista” disse Sam rapidamente. “E tem pelo menos um cassino
e alguns restaurantes. Ele também é o último proprietário de uma sociedade de gestão que
maneja artistas vampiros. Já sabes „ Elvis não morreu Revue‟, com todos os artistas
vampiros homenageando a Elvis, que é bastante gracioso quando você pensa, e alguns
grandes grupos de dança”. Ambos sabiam que o verdadeiro Elvis seguia ao redor, mas raras
vezes em condição para cantar. “Se tem que ter uma toma de um estado turista, Felipe de
Castro é o vampiro correto para o trabalho. Ele vai se assegurar de que Nova Orleans se
reconstrua como deve ser, porque ele vai querer ingressos”.

“Felipe de Castro... isso soa exótico” lhe disse.

“Eu não o conheço, mas entendo que é muito, ah, carismático” disse Sam. “Me pergunto se
ele virá para viver em Louisiana, ou se Victor Madden está aqui para ser seu representante.
Em qualquer caso, não afetará o balcão. Mas não há duvida de que vá te afetar, Sookie”, Sam
sem cruzar as pernas se sentou com as costas retas na cadeira, que gritou em sinal de
protesto. “Desejo que houvesse uma forma para que te livrasses do laço dos vampiros”.

“A noite que conheci Bill, se eu tivesse sabido o que agora sei, me perguntou se teria feito
algo diferente” lhe disse “Talvez teria o deixado com os Rattrays”. Resgatei Bill desse
sórdido casal que resultou não só ser sórdidos, se não assassinos. Eram drenadores de
vampiros, gente que atraia os vampiros nos lugares onde poderiam dominar-los com
correntes de prata e drenar seu sangue, que venderiam por vários dos grandes no mercado
negro. A vida dos drenadores era perigosa. Os Rettrays tinham pagado o maior preço.
“Você nunca faria isso” disse Sam.

Era realmente agradável escutar algo bom de mim mesma sobre tudo depois da conversa
com Quinn de manhã. Estive tentando falar com Sam sobre isso, também, mas ele ia para a
porta. Momento de trabalhar, para os dois. Me levantei também. Saímos e começou os
habituais movimentos. Ainda que minha mente estava sobre eles. Para reviver meu decaído
espírito, tratei de pensar em alguns pontos luminosos no futuro, algo que esperasse com
interesse.

Não pude chegar em nada.

Por um longo e sombrio momento em que estava no bar, minha mão sobre o caderninho,
tratando de não cair pelo borde do abismo da depressão. Então dei alguns tapinhas em
minhas bochechas. Idiota! Tenho uma casa, amigos e trabalho. Sou mais sortuda do que
milhões de pessoas no planeta. As coisas vão melhorar. Durante um tempinho que trabalhei.
Sorri a todo mundo e, se esse sorriso era frágil, por Deus, seguia sendo um sorriso.

Depois de uma hora ou duas, Jason entrou no bar com sua esposa, Crystal. Crystal se via um
pouco grávida e Jason se via... Bom, ele tinha esse duro olhar, o olhar que às vezes tem
quando ele tinha sido decepcionado.

“Daí, o que acontece?” lhe perguntei

“Oh, nada” disse Jason expansivamente. “Nos traz um par de cervejas?”

“Claro” lhe disse, pensando que ele nunca tinha pedido por Crystal antes. Crystal era uma
mulher linda e selvagem, alguns anos mais nova que Jason.

Ela era uma meta-pantera, mas não era muito boa, sobre tudo devido a endogamia em toda a
comunidade Hotshot. Crystal tinha uma dura mudança se a lua era cheia, e tinha abortado
pelo menos duas vezes que eu soubesse. Lástima de suas perdas, mas porque sabia que sua
comunidade pantera a consideravam fraca. Agora Crystal estava grávida pela terceira vez. A
gravidez foi talvez a única razão pela que Calvin tinha deixado se casar com Jason, quem foi
mordido, não nascido.

Quer dizer, que tinha se transformado em uma pantera por ser mordido repetidas ocasiões
por um ciumento homem que queria Crystal para ele. Jason não pode mudar em uma
verdadeira pantera, mas em uma espécie de versão meio-besta, méis-homem. Ele adorava.
Levei suas cervejas junto com duas taças de sorvete e esperei para ver se iam pedir algo de
comer. Me perguntei se Crystal deveria beber, mas decidi que não era assunto meu.
“Gostaria de um hambúrguer com queijo e batatas fritas” disse Jason, não havia surpresa.

“E você Crystal?” lhe perguntei tratando de ser boa amiga. Depois de tudo era minha
cunhada.

“Oh, não tenho suficiente dinheiro para comer” disse.

Não tinha idéia do que dizer. Olhei inquisitoriamente para Jason, e ele se encolheu de
ombros. Este encolhimento me dizia (a sua irmã) „fiz algo estúpido e mau, mas não vou
retroceder, porque sou um teimoso de merda‟.

“Crystal, adoraria te trazer o almoço” lhe disse muito tranquilamente “O que você quer?”

Ela olhou para seu marido “Gostaria do mesmo, Sookie”.

Escrevi seu pedido sobre uma folha e dei uma olhada nas janela para virar e dar as costas e
eles, estava pronta para me chatear com ele, e Jason tinha acendido um fósforo e jogado em
meu temperamento. Toda a historia estava clara em suas cabeças, e como cheguei a entender
o que estava acontecendo, estava tão doente como eles.

Crystal e Jason tinham ido viver na casa de Jason, mas quase todos os dias, Crystal ia a
Hotshot, sua zona de conforto, onde não tem que fingir nada. Fazia para estar rodeada de
seus familiares, e especialmente de sua irmã perdida, e suas irmãs pequenas. Tanya Grissom
alugou o quarto da irmã de Crystal, o quarto no qual Crystal tinha vivido até que casou com
Jason.

E Tanya e Crystal se converteram em amigas ao instante. Desde que a ocupação favorita de


Tanya era ir de compras, Crystal tinha ido pelo mal caminho várias vezes. De fato, tinha
gastado todo o dinheiro que Jason tinha dado para gastos do lar. Tinha feito dois cheques,
apesar das múltiplas cenas e promessas. Agora Jason se negou a lhe dar mais dinheiro.
Estava fazendo todas as compras de alimentos e recolhendo toda colada em seco, e pagando
ele mesmo cada fatura. Ele disse a Crystal que se quisesse dinheiro próprio, tinha que
trabalhar. A não qualificada e grávida Crystal não tinha tido êxito na busca de um, por isso
não tinha um centavo.

Jason estava tratando de fazer o certo, mas pela humilhação de sua esposa em publico não
era o certo. Que idiota podia ser meu irmão. O que podia fazer sobre esta situação? Bom...
nada. Tinham que trabalhar por eles mesmos. Eu estava vendo duas pessoas que nunca
tinham crescido, e não era otimista sobre suas possibilidades. Com uma profunda pontada de
inquietude, lembrei de seus inusuais votos em seu casamento, pelo menos, me parecia
estranho, ainda que se supunha que era normal em Hotshot.
Como a família mais perto de Jason, tinha tido que prometer castigar a Jason si se
comportasse mal, igual que seu tio Calvin tinha prometido o mesmo em nome de Crystal.
Tinha estado bastante irritada por fazer essa promessa. Quando levei seus pratos na mesa, vi
que os dois estavam com sua mandíbulas apertadas, olhando para qualquer outro lugar, mas
cada um em estado de briga. Coloquei os pratos com cuidado, coloquei uma garrafa de
ketchup Heinz, e me fui rapidamente.

Me bastava ter interferido na compra do almoço de Crystal. Tinha uma pessoa implicada
nisto na que vou me dirigir, e me prometi que faria. Toda minha ira e infelicidade se
centraram em Tanya Grissom. Realmente queria fazer algo terrível a essa mulher. Que
demônios ela estava fazendo revirando tudo ao redor, indo atrás de Sam? Qual era seu
objetivo em meter Crystal nessa espiral de gasto? (Eu não pensei por um segundo que foi por
casualidade que Tanya fosse a mais recente grande amiga de minha cunhada). Tanya estava
tratando de me irritar até a morte? Era como ter um zumbido de uma mutuca ao redor e a
iluminação de vez em quando... muito perto, mas nunca o suficiente para matar.

Se bem, segui meu trabalho em piloto automático, considerei que podia fazer para tirá-la de
minha órbita. Pela primeira vez em minha vida, me perguntava se podia penetrar com força
em outra pessoa para ler sua mente. Não seria tão fácil, já que Tanya era uma metamorfa,
mas adoraria saber o que traz. E tive a convicção de que a informação ia economizar um
monte de angustia... muita.

Enquanto conspirava, planejava e subia pelas paredes, Crystal e Jason silenciosamente


terminaram sua comida, e Jason pagava pontualmente sua própria conta, enquanto eu
cuidava da de Crystal. Eles se foram e me perguntei como seria a noite. Me alegrava de que
não ia formar parte dela.

Desde atrás do balcão Sam tinha observado tudo isto, e me perguntou em voz baixa, “O que
está acontecendo com estes dois?”

“Eles estão sendo uns recém casados tristes” lhe disse “Graves problemas de adaptação”

Ele me olhou com preocupação “Não os deixe que te arrastem com eles” disse e logo parecia
que lamentava ter aberto a boca. “Desculpe, não pretendo te dar conselhos não desejados”
disse.

Algo picava os cantos dos meus olhos. Sam estava me dando conselhos porque se
preocupava comigo. Em meu sub-excitado estado, isso é motivo de lágrimas sentimentais.

“Está bem, chefe” lhe disse, tratando de soar alegre e sem preocupações.
Girei sobre meus calcanhares e fui patrulhar minhas mesas. O xerife Bud Dearborn estava
sentado em minha seção, que era inusual. Normalmente ele se sentava em algum outro lugar
se sabia que eu estava trabalhando. Bud tinha uma cesta de rodelas de cebola na frente dele,
que abundantemente encharcava com ketchup, ele estava lendo um jornal de Shreveport.

O título principal era BUSCA DA POLÍCIA POR SEIS, e me detive para perguntar ao Bud
se podia me dar seu jornal, quando terminasse com ele. Ele me olhou com receio. Seus
pequenos olhos em sua enrugada cara me escaneando como se suspeitasse buscando uma
sangrenta faca pendurada em meu cinto.

“Claro Sokkie” disse depois de um longo momento. “Você tem alguma destas pessoas
desaparecidas escondidas em sua casa?”

Brilhando para ele, transformando a ansiedade de meu sorriso no brilhante sorriso de alguém
que não tinha tudo isso em mente. “Não Bud, só quero saber o que acontece no mundo.
Estou atrasada com as noticias”.

Bud disse “O deixarei sobre a mesa”, e começou a ler de novo.

Acho que ele gostaria que me consumisse como Jimmy Hoffa se ele pudesse ter imaginado a
forma de fazer-lo. Não necessariamente que ele pense que sou uma assassina, mas pensei que
talvez era suspeita e que participava nas coisas que ele não queria que ocorressem em sua
paróquia. Bud Dearborn e Alcee Beck estavam convencidos de que tinha algo em comum,
sobre tudo desde a morte do homem na biblioteca. Afortunadamente para mim, o homem
tinha chegado a ter um registro, tão longo como meu braço, e não só um registro, um de
delitos violentos.

Ainda que Alcee soubesse que tinha agido em legitima defesa, nunca confiaria em mim... e
nem o que dizer de Bud Dearborn. Quando Bud terminou sua cerveja e suas rodelas de
cebola partiu a chuva no terror dos ímpios da paróquia Renard, peguei seu jornal no largo do
balcão e li a historia com Sam olhando sobre meu ombro. Fiquei deliberadamente fora da
noticia depois do banho de sangue no parque de escritórios vazios. Eu estava segura que a
comunidade Lobato não poderia ocultar algo tão grande, tudo o que podia fazer era por a
policia sobre uma pista apagada, que sem duvida, seguiriam. Este resultou ser o caso.

Depois de mais de vinte e quatro horas, a policia desconcertada na busca de seis cidadãos
de Shreveport desaparecidos. Obstaculizados pela incapacidade de encontrar a alguém que
visse a alguma das pessoas desaparecidas depois das dez da noite da quarta.

“Não podemos encontrar o que todos tinham em comum” disse o detetive Willie Cromwell.
Entre os desaparecidos então um detetive da policia de Shreveport, Cal Myers; Amanda
Whatley, dona de um bar na zona central de Shreveport; Patrick Furnan, proprietário dos
locais de distribuição de Harley – Davidson, e sua esposa Libby; Christine Larrebee, viúva
de John Larrabee, jubilado superintendente da escola; e Julio Martinez, um aviador da Base
da Força Aérea Barksdale.

Vizinhos dos Furnan dizem que não tinham visto Libby Furnan a dias antes da desaparição
de Patrick Furnan, e Christine Larrabee disse que o primo dela não pôde entrar em contato
com Larrabee por telefone durante três dias, pelo que a policia especula que as duas
mulheres tinham se reunido com antecedência antes da desaparição dos demais. A
desaparição do detetive Cal Myers, tinha as forças em vil.

Seu companheiro, o detetive Mike Loughlin, disse “Myers foi um dos detetives recentemente
promovidos, e não tínhamos tido tempo para nos conhecer bem. Não tenho nem idéia do que
pode ter lhe acontecido”. Myers, 29, tinha estado em vigor durante sete anos em Shreveport.

Ele não estava casado “Se todos estão mortos, poderia se pensar, pelo menos, um corpo
podia ter sido encontrado agora” disse ontem o detetive Cromwell. “Buscamos em todas
suas residências e empresas na busca de indícios, e até agora não chegamos em nada”.

Para acrescentar ao mistério, na segunda outro residente na zona de Shreveport foi


assassinado. Maria Estrela Cooper, assistente de fotografia, foi assassinada em seu
apartamento na auto estrada. O apartamento era uma carnificina” disse o chefe de Cooper,
um dos primeiros em chegar na cena. Os não suspeitos tinham sido avisados do assassinato.

“Todo mundo gostava de Maria Estrela” disse sua mão, Anita Cooper. “Ela era tão linda e
com talento”. A policia ainda não sabe se a morte de Cooper está relacionada com os
desaparecimentos. Em outras noticias, Don Dominica, proprietário de Don Parque de
Caravanas, informou da ausência dos proprietários de três veículos recreativos
estacionados em sua propriedade durante uma semana.

“Não estou seguro de quantas pessoas se encontravam em cada um dos trailers” disse “Eles
chegaram juntos e todos alugaram os espaços durante um mês. O nome com que alugaram é
Priscilla Hebert. Acho que pelo menos seis pessoas estavam em cada um dos trailers. Todos
eles me pareciam bastante normais”.

Perguntando se todos seus pertences estavam ainda em seu lugar, Dominica respondeu
“Não sei, não comprovei. Não tenho tempo para isso. Mas não os vejo fazem dias”.

Outros residentes do parque da caravanas não tinham conhecido os recém chegados “Eles
são muito reservados” disse um vizinho.
O chefe de policia Parfit Graham disse “Estou seguro de que vamos resolver estes crimes.
A pista correta de informação sairá da superfície. Na vizinhança. Se alguém tiver
conhecimento do paradeiro de qualquer destas pessoas, ligue para o Linha Direta do
Conselheiro”

Considerei isso. Imaginava a ligação “Todas essas pessoas morreram como conseqüência da
guerra lobo” eu diria “Eram todos lobisomens, e um deslocado e esfomeado grupo do sul da
Louisiana decidiu que os limites das linhas de Shreveport estavam abertas para eles”. Não
pensei que conseguiria muito de minha audiência.

“Assim que não encontraram nenhum lugar” disse Sam muito tranquilamente.

“Acho que realmente era um bom lugar para a reunião”

“Mas cedo ou tarde...”

“Sim. Me perguntou, quem ficará?”

“O time de Alcide teve muito tempo agora” disse Sam. “Assim que, não muito.
Provavelmente os corpos foram queimados em algum lugar. Ou enterrados na terra de
alguém.

Estremeci. Graças a deus que não tinha tido que formar parte disso, e pelo menos eu não
sabia onde estavam enterrados os corpos. Depois de comprovar minhas mesas e servir mais
bebidas, voltei ao jornal e o abri nos obituários. Lendo na coluna titulada „Morte de Estado‟,
tive uma terrível emoção. Sophie Anne Leclerq, destacada comerciante, com domicilio em
Baton Rouge desde o Katrina, morreu de AIDS em sua casa. Leclerq, um vampiro, tinha
amplas participações em negócios de Nova Orleans e em muitos lugares do Estado. Fontes
chegadas a Leclerq disseram que tinha vivido em Louisiana durante cem anos ou mais.

Eu nunca tinha visto um obituário para um vampiro. Era uma completa invenção. Sophie
Anne tinha tido AIDS, a única doença que podia passar dos seres humanos para os vampiros.
Sophie Anne tinha tido um ataque agudo da Sr. Estaca. A AIDS era temido entre os
vampiros, com certeza, apesar de que é difícil se contagiar. Pelo menos uma explicação
aceitável para a comunidade empresarial humana do porque as explosões de Sophie Anne
estão sendo questionadas por outro vampiro, e é uma explicação que ninguém perguntará,
sobre tudo porque não tinha corpo para refutar uma demanda. Para que houvesse saído hoje
no jornal, deve ter alguém que o chamou diretamente depois de que tinha sido cometido o
assassinato, talvez inclusive antes de ela tivesse morrido.

Ugh. Estremei.
Me perguntava o que tinha acontecido realmente com Sigebert, o dedicado guarda-costas de
Sophie Anne. Victor tinha dado a entender que Sigebert tinha padecido junto com a rainha,
mas definitivamente não havia como dito. Não podia acreditar que o guarda-costas podia
estar vivo. Nunca teria deixado a ninguém chegar perto o suficiente como para matar a
Sophie Anne. Sigebert tinha estado a seu lado durante tantos anos, cem e cem anos, que não
acreditava que ele poderia ter sobrevivido sua perda. Deixei o jornal aberto pelos obituários e
o coloquei sobre a mesa de Sam, calculando que o bar estava demasiado ocupado para parar
de falar nisso, ainda que tivéssemos tido tempo. Tinha uma grande fluente de clientes.

Eu estava correndo sobre meu pés e embolsando umas boas propinas, também. Mas depois
da semana que tinha tido, era difícil me sentir feliz como normalmente pelo dinheiro,
também era impossível me sentir alegre de estar normalmente no trabalho. Deveria por me
melhor sorriso e responder quando tinha que falar. No momento que terminei de trabalhar,
não tinha querido falar com ninguém de nada. Mas, com certeza, não tinha tido alternativa.

Tinha duas mulheres esperando no pátio de minha casa, e ambas irradiavam ira. Uma delas
eu conhecia: Frannie Quinn. A mulher que estava com ela tinha que ser a mãe de Quinn. No
severo deslumbramento da luz de segurança tive uma boa vista da mulher cuja vida tinha
sido um desastre. Me dei conta de que nunca ninguém tinha me dito seu nome. Ela ainda se
via bem, mas de uma maneira gótica que não combinava com sua idade. Ela estava em seus
quarenta, seu rosto estava triste, seus olhos sombreados. Tinha o cabelo escuro, com mais de
um to que de cor cinza, e era muito alta e magra. Frannie levava um top que mostrava seu
sutiã, e as calça jeans apertada e botas. Sua mãe levava quase o mesmo conjunto, mas de cor
diferente. Supus que Frannie foi quem vestiu sua mãe. Estacionei junto a elas, porque não
tinha intenção de convidar-las para entrarem. Sai do meu carro.

“Cadela” disse Frannie com paixão. Seu jovem rosto estava rígido pela ira. “Como você
pôde ter feito isso com meu irmão? Com tudo que ele fez por você!”. Essa era a maneira de
vê-lo.

“Frannie” lhe disse, mantendo minha voz num nível tão calmo como podia “O que acontece
entre Quinn e eu realmente não é assunto teu”.

A porta se abriu, Amélia saiu ao alpendre “Sookie, você precisa de mim?” perguntou, e
cheirava magia ao seu redor.

“Em seguida entro, só um segundo” lhe disse claramente, mas não lhe disse que voltasse
para dentro.

A Sr. Quinn era sangue pura de tigre, Frannie era só metade, elas eram mais fortes que eu. A
Sr. Quinn deu um passo para frente e me olhou inquisitoramente.
“Você é um ser querido para John” disse “Você é a pessoa que terminou com ele”

“Sim senhora. Eu não tenho porque negar”.

“Eles dizem que tenho que voltar a esse lugar no deserto” disse “Onde levam todos os super
loucos”

Não merda. “Ah, „eles‟?” disse, para deixar claro que não tinha nada que ver com isso.

“Sim” disse e transcorreu o silêncio, que foi uma espécie de grande alivio.

Frannie, com certeza, não tinha terminado comigo “Emprestei meu carro para você” disse.
“Vim para te avisar”

“E te agradeço‟ lhe disse. Meu coração afundou. Não podia pensar em nenhuma formula
mágica para reduzir a dor no ar. “Acreditem, gostaria de fazer com que as coisas fossem
diferentes” bamba, mas certa.

“O que há de errado com meu irmão?” Frannie perguntou “Ele é lindo, te ama, tem dinheiro.
Ele é uma grande pessoa. O que tem de errado para que não o queiras?”

A resposta desgastada – que realmente admirava Quinn, mas não queria ser segunda nas
necessidades de sua família – era simplesmente por duas razões: era desnecessariamente
iminente e poderia ser gravemente ferida como conseqüência disso. A Sr. Quinn não tinha a
mente sã, mas ela estava escutando com crescente agitação. Se mudasse para sua forma de
tigre, não tinha nem idéia do que aconteceria. Ela poderia correr para o bosque, ou poderia
atacar. Tudo isto passou por minha mente em um zoom de pequenas imagens. Tinha que
dizer algo.

“Frannie” lhe disse muito lentamente e deliberadamente, porque não tinha idéia do que ia
seguir. “Não há nada de errado com seu irmão em absoluto. Acho ele grandioso. Mas só que
temos demasiados problemas contra como casal. Quero que ele tenha a melhor oportunidade
para ter algo de sorte, uma sortuda mulher. Assim que terminei com ele o liberando.
Acreditem, estou sofrendo também”.

Isso era em sua maior parte verdade, o que ajudou. Mas esperava que Amélia estivesse
preparada para lançar uma boa magia. e tinha a esperança de que o feitiço acertasse. Só no
caso, que Frannoe e sua mãe começassem a mudar. Frannie estava na borda da ação, e sua
mãe estava cada vez mais inquieta. Amélia tinha andado para frente na borda do alpendre. O
cheiro de magia se intensificou. Durante um longo momento, a noite parecia que mantinha o
fôlego.
E logo Frannie se afastou. “Vamos mãe” disse, e as duas mulheres entraram no carro de
Frannie. Aproveitei o momento para chegar ao alpendre. Amélia e eu estávamos ombro com
ombro sem mediar palavras até que Frannie colocou em marcha seu carro e foi.

“Bom” disse Amélia. “Assim que terminaste com ele, me conte”.

„Sim” estava esgotada. “Ele tinha muita bagagem”. Logo fiz uma careta de dor, “Deus,
nunca pensei que eu mesma pudesse dizer isso. Sobre tudo, tendo em conta o meu”.

“Ele tinha sua mãe” Amélia se encontrava numa posição perceptiva essa noite.

“Sim, ele tinha sua mãe. Escuta, obrigada por vir de casa e correr o risco de que te atacasse”.

“Para que são as companheiras de quarto?” Amélia me deu um longo abraço e me disse
“Você parece como se precisasse de uma sopa e ir para a cama”.

“Sim” lhe disse. “Isso soa maravilhoso”.

Dormi até bem tarde do outro dia. E dormi como uma pedra. Não sonhei. Não me movi nem
me virei. Não me levantei para urinar. Quando acordei, era mais ou menos meio dia, assim
que foi bom que não tivesse que ir ao Merlotte‟s até a tarde. Podia escutar vozes na sala de
estar. Essa era a desvantagem de ter um companheiro de quarto. Tirando isso, Amélia era
muito boa fazendo café extra para mim quando acordava cedo. Esse prospecto me fez
levantar da cama.

Devia me vestir já que tínhamos companhia, além disso a outra voz soava masculina. Me
escovei energicamente no banho e joguei longe minha camisola. Coloquei um sutiã, camiseta
e umas calças de gabardina. Suficiente. Me dirigi a cozinha e encontrei Amélia efetivamente,
tinha feito uma boa quantidade de café. E tinha me deixado uma xícara pronta. Genial.
Coloquei minhas rabanadas de pão na torradeira. A porta traseira foi fechada de golpe, e me
virei surpresa para ver Tyrese Marley entrar com uma braçada de lenha.
“Onde se guarda a madeira cortada?” perguntou.

“Tenho uma estante ao lado da chaminé, na sala” ele tinha estado partindo a madeira que
Jason cortou e empilhou na primavera passada. “Isso é muito gentil da sua parte” disse.
“Hum, se serviu de café ou algumas torradas? Ou...”. Dei uma olhada no relógio “Que tal
empanado de presunto e carne?”

“A comida soa bem” disse andando a passos longos pelo corredor como se a madeira não
pesasse nada.

Assim que o convidado na sala era Copley Carmichael. Porque o pai de Amélia estava aqui,
não tinha idéia. Preparei um par de empanados, verti um pouco de água na cafeteira, e
coloquei dois tipos de frituras no prato de Marley, para que ele escolhesse a que gostasse.
Logo me sentei na mesa e pude beber meu café e comer minhas torradas. Ainda me restou a
geléia de ameixa de minha avó, e tratei de não ficar melancólica como cada vez que a usava.
Não tinha sentido desperdiçar uma boa geléia. Ela seguramente teria visto desse modo.

Marley voltou e sentou no outro lado da mesa sem sinais de desconformidade. Relaxei.

“Aprecio o trabalho” disse, logo que ele tinha grafado um pedaço de sua comida.

“Não tinha nada mais que fazer enquanto ele fala com Amélia” Marley disse. “Além disso,
se ela ainda está aqui para o inverno, ele se sentirá feliz de que ela tenha um bom fogo.
Quem cortou essa madeira para ti e não partiu em pedaços pequenos?”

“Meu irmão” disse.

“Humph” disse Marley e seguiu comendo.

Terminei minhas torradas, me servi uma segunda xícara de café e perguntei a Marley se
necessitava algo mais.

“Estou bem, obrigado” disse e abriu o pacote, de batatas fritas sabor churrasco.

Me desculpei para tomar uma ducha. Definitivamente hoje estava mais fresco e tirei uma
camiseta de manga longa de uma gaveta que não tinha aberto faziam meses. Era tempo de
Hallowen. Era um pouco tarde para comprar uma abóbora e alguns doces... não que tivesse
participado do „travessuras e gostosuras‟. Pela primeira vez em dias me sentia normal: quer
dizer, confortavelmente feliz comigo mesma e meu mundo. Havia muito porque se afligir e
de verdade o fazia, mas não caminhava esperando uma bofetada na cara.
Com certeza, no minuto que pensei isso, comecei a imaginar coisas ruins. Me dei conta que
não tinha escutado nada dos vampiros de Shreveport e me perguntei porque deveria pensar
neles ou me preocupar. Este período de ajuste de um regime a outro deveria estar cheio de
tensão e negociações, e foi melhor deixá-los sós. Não tinha escutado dos Lobatos de
Shreveport, tão pouco. Já que a investigação pela desaparição de todas essas pessoas ainda
estavam em marcha, era na realidade uma boa noticia.

E já que tinha terminado com meu namorado, isso significava (teoricamente) que eu era livre
e solteira. Coloquei maquiagem nos olhos como gesto dessa mesma liberdade. E logo
acrescentei algo de gloss. Era difícil sentir aventureira na realidade. Não tinha querido estar
solteira. Quando terminava de fazer a cama. Amélia bateu em minha porta.

“Entra” disse, dobrando a camisola e a colocando na gaveta. “Daí?”

“Bem, meu pai tem um favor para te pedir” disse.

Podia sentir minha cara corar. Com certeza, devia ter algo que Copley queria para que ele
tivesse vindo desde Nova Orleans para falar com sua filha. E podia me imaginar qual ia ser
sua petição.

“Continua” disse, cruzando meus braços sobre o peito.

“Oh, Sookie, sua linguagem corporal já está dizendo NÃO!”

“Ignora meu corpo e fala de uma vez”.

Ela suspirou profundo para demonstrar quanto lhe desagradava me arrastar dos assuntos de
seu pai. Mas não podia dizer que ela estava bastante radiante de que seu pai tivesse lhe
pedido que o ajudasse.

“Bem, desde que lhe contei sobre o golpe de estado dos vampiros de Las Vegas, ele quer
restabelecer sua relação empresarial com os vampiros. Quer que o apresentem. Ele espera
que você possa lhe ajudar com isso”.

“Nem sequer conheço Felipe de Castro”.

“Não, mas você conhece esse Victor. E ele parece ter posto os olhos em ti”.

“O conheço tão bem como você” apontei.


“Talvez, mas o mais importante é que ele sabe quem você é, e eu sou só a outra mulher do
quarto” disse Amélia, e podia ver seu ponto de vista – ainda que o odiasse. “Me refiro, ele
sabe quem sou, que é meu pai, mas ele só vê você”.

“Oh, Amélia” gemi e por só um momento senti uma enorme vontade de espancá-la.

“Sei que você não gosta disso, mas ele disse que estava disposto a pagar, digamos, os
honorários habituais”. Amélia murmurou, parecendo envergonhada.

Agitei minha mãos em sinal de negação. Não ia deixar que o pai de minha amiga pagasse
nenhum dinheiro por fazer uma ligação telefônica ou o que seja que tivesse que fazer. Nesse
momento soube que tinha decidido fazer pelo bem de Amélia. Fomos a sala para falar cara a
cara com Copley. Me saudou com mais entusiasmo que ele tinha demonstrado em sua visita
prévia. Fixou seu olhar em mim, como fazendo o show de „me centro em ti‟. O olhei com
olhos céticos. Já que não era tonto, abandonou essa postura de imediato.

“Sinto muito. Srta. Stackhouse, impor minha presença aqui tão cedo desde minha última
visita” disse “mas as coisas em Nova Orleans estão desesperadas. Tratamos de reconstruir
para atrair o trabalho de volta. Esta conexão é realmente importante para mim, e emprego a
um monte de pessoas”.

Um, eu não acreditava que Copley Carmichael tivesse sofrido em seus negócios, ainda sem
os contratos para reconstruir as propriedades dos vampiros. Dois, não pensei nem por um
minuto que sua motivação fosse a melhora da quebrada cidade, mas logo de um momento de
olhar em sua cabeça, estava disposta a aceitar que sua versão explicava pelo menos uma
fração de sua urgência. Além disso, Marley tinha cortado a madeira para o inverno e a tinha
levado para dentro. Isso contava para mim mais que qualquer historia.

“Ligarei para o Fangtasia esta noite” disse “Verei o que me dizem. Isso é o mais que posso
fazer”.

“Senhorita Stackhouse, estou em divida com você” disse “O que posso fazer por você?”

“Seu chofer já fez” disse “Se ele pudesse terminar de cortar esse carvalho, seria um grande
favor”. Não sou muito boa cortando madeira, e sei porque tentei. Três ou quatro golpes de
machado e estou rendida.

“Isso é o que Marley estava fazendo?”, Copley fez um bom trabalho parecendo surpreso.
Não estava segura se era genuíno ou não. “Bem, que empreendedor por parte de Marley”.
Amélia estava sorrindo, e tratando que seu pai não notasse. “Ok, então estamos a mão” disse
ela energicamente. “Pai, posso te oferecer um empanado ou uma sopa? Temos frituras ou
algo de salada de batata”.

“Soa bem” disse, já que ainda tentava se comportar como qualquer pessoa.

“Marley e eu já comemos” disse casualmente, e acrescentei “Necessito ir à cidade Amélia.


Você quer algo?”

“Posso precisar de uns selos” disse “Você pode passar no correio?”

Me encolhi de ombros. “Está em meu caminho. Adeus Sr. Carmichael”

“Me chame de Cope, por favor, Sookie”

Sabia que ia dizer isso. Logo ia tratar de ser cortes. Suficientemente seguro, sorriu com a
exata mistura de admiração e respeito. Agarrei minha carteira e me dirigi a porta traseira.
Marley ainda estava trabalhando na pilha de madeira. Esperava que tivesse sido sua idéia.
Esperava que conseguisse um aumento. Realmente não tinha nada que fazer na cidade. Mas
não queria esquivar qualquer outra conversa com o pai de Amélia.

Parei na loja e comprei toalhas de papel, pão, atum e na loja Sonic comprei uma barra de
cereal . Oh, era uma garota má, não havia duvida disso. Estava sentada em meu carro
comendo a barra quando prestei atenção em um interessante par de carros mais para lá do
meu. Aparentemente não tinham me visto, porque Tanya e Arlene estavam falando muito
concentradamente.

As duas estavam no Mustang de Tanya. O cabelo de Arlene tinha sido pintado recentemente,
assim que o cor vermelha flamejava desde a raiz, preso na parte posterior por um clip em
forma de banana. Minha antiga amiga vestia uma camiseta com desenho que se assemelhava
a pele de um tigre, tudo o que podia ver pela sua posição. Tanya vestia uma bonita blusa
verde limão e um suéter café. E ela escutava atentamente.

Tratei de acreditar que estavam falando de alguma outra coisa que não fosse eu. Ou seja.
Tratava de não ser demasiado paranóica. Mas quando você vê sua ex melhor amiga falando
com sua inimiga declarada, você tem ao menos que ver a possibilidade que seu nome saia a
colação, de uma maneira pouco simpática.

Não era tanto porque não gostavam de mim. Conheci toda minha vida gente que não gosta de
mim. Tinha sabido exatamente porque e quanto não gostavam de mim. Era realmente
desagradável, como se pode imaginar. O que me incomodava é que pensei que Arlene e
Tanya estavam planejando fazer efetivamente algo contra mim.

Me perguntei o que poderia averiguar. Se chegasse mais perto, iam me notar, mas não estava
segura que pudesse „escutar-las‟ desde onde estava. Me dobrei como se estivesse mexendo
no CD- Player, e me foquei nelas. Tratei mentalmente de pular ou passar por cima, através
das mentes das pessoas em outros carros, para alcançá-las, o que não era uma tarefa fácil.

Finalmente, o padrão familiar de Arlene me ajudou a encontrar-la. as primeira impressão que


tive foi uma de prazer. Arlene estava desfrutando enormemente , já que tinha a total atenção
de uma nova audiência e estava falando sobre as convicções de seu novo namorado de que
todos os vampiros deviam ser exterminados, assim como a gente que colaborava com eles.
Arlene não tinha convicções próprias, mas era muito boa em adotar as outras pessoas se a
acomodavam emocionalmente.

Quando senti de Tanya uma onda forte de exasperação, me foquei em seu padrão de
pensamentos. Estava dentro. Mantive minha posição meio coberta, minha mão se movendo
de vez em quando no CD, enquanto tratava de agarrar qualquer coisa que pudesse. Tanya
ainda estava anônima do pago dos Pelt. Sandra Pelt especificamente. E gradualmente
comecei a entender que Tanya tinha sido enviada aqui para fazer todo o que pudesse para
fazer minha vida um inferno. Sandra Pelt era a irmã de Debbie Pelt, a quem eu tinha atirado
na minha cozinha a matando (depois que ela tentou me matar. Várias vezes. Deixemos isso
claro).

Maldição. Estive doente com o assunto de Debbie Pelt. A mulher tinha sido uma perdição.
Tinha sido tão maliciosa e vingativa como sua irmã pequena, Sandra. Tinha sofrido por sua
morte, me sentindo culpada, sentido remorso, sentido que tinha uma grande letra C de „Cain‟
na minha testa. Matar um vampiro é bastante ruim, mas o corpo de desintegra no final...
desaparece. Matar outro ser humano te muda para sempre.

Assim é como deve ser.

Mas é possível suportar o sentimento, cansada desse pássaro rodando em cima de teu
pescoço. E eu tinha superado Debbie Pelt. Logo sua irmã e seus pais começaram a me
acusar, até tinham me seqüestrado. Mas as cartas tinham virado e eu os tinha em meu poder.
Em troca de deixá-los ir, eles tinham concordado em me deixar tranqüila. Sandra tinha
prometido se manter longe até que seus morressem. Tive que me perguntar se os velhos Pelts
ainda estariam vivos.

Me endireitei, liguei o carro e comecei a cruzar através de Bon Temps, cumprimentando as


caras familiares de quase todos os veículos que passavam. Não tinha idéia do que fazer. Parei
no pequeno parque da cidade e sai do carro. Comecei a passear, minha mãos metidas nos
bolsos. Minha cabeça era um grunhido.

Lembrei da noite que tinha confessado a meu primeiro amor, Bill, que meu tio-avô tinha
abusado de mim quando era uma criança; Bill tinha tomado a historia tão a sério, que tinha
fingido ser um visitante e ido a casa de meu parente. Como conseqüência, meu tio-avô tinha
morrido por cair das escadas. Fiquei furiosa com Bill por assumir o controle de meu próprio
passado. Mas não podia negar que saber que meu tio-avô estava morto me fez sentir bem.
Esse profundo alivio tinha me feito cúmplice de seu assassinato.

Quando tinha estado tratando de encontrar sobreviventes entre as ruínas torcidas da Pirâmide
de Gizeh, tinha encontrado alguém vivo, um vampiro que tinha tentado me manter em seu
controle para benefício da rainha. Andre tinha sido terrivelmente ferido, mas ele teria
sobrevivido se um maltratado Quinn não tivesse se arrastado até ele e enfiado uma estaca em
seu coração. Nem tentei parar Quinn para salvar Andre, e isso me fazia vários graus mais
culpável da morte de Andre que pelo de meu tio-avô.

Andei a trancos através do parque vazio, chutando nas folhas soltas que caiam em meus pés.
Lutava contra a tentação doentia. Só tinha que dizer uma palavra a algum dos membros da
comunidade super, e Tanya estaria morta. Ou podia fixar meu olhar na fonte e ir contar
Sandra. E novamente, quão aliviada estaria de sua saída do mundo.

Só que não podia fazêr-lo.

Mas também não podia viver com Tanya pisando nos meus calcanhares. Ela tinha feito o
melhor que podia para arruinar o já balançante casamento do meu irmão. Isso foi bem mau.
Finalmente pensei que na pessoa correta para consultar. E essa pessoa vivia comigo, assim
que era muito conveniente. Quando voltei a minha casa, o pai de Amélia e seu atento chofer
tinham ido embora. Amélia estava na cozinha, lavando pratos.

“Amélia” disse e ela deu um pulo. “Desculpa. Deveria ter caminhado mais forta”.

“Espero que meu pai e eu possamos nos entender melhor” confessou. “Mas não acho que
possa realmente. Ele só necessita algo de mim”

“Bom , pelo menos já temos a lenha partida para o inverno”

Ela riu um pouco e secou as mão. “Parece que você que algo grande para dizer”.

“Quero despejar uma duvida antes de te contar esta longa historia. Estou fazendo um favor a
seu pai, mas na realidade o faço por você” disse “Ligarei para o Fangtasia pelo seu pai, sem
importar nada mais, porque você mora comigo e isto te fará feliz. Assim que isso é uma
coisa feita. Agora vou te contar uma coisa terrível que fiz”.

Amélia se sentou na mesa e eu me sentei na frente dela, como tinha feito com Marley mais
cedo.

“Isso soa interessante” disse “Estou pronta. Joga”

Contei tudo a Amélia, sobre Debbie Pelt, Alcide, Sandra Pelt e seus pais, suas promessas que
Sandra não me incomodaria novamente, enquanto eles vivessem. O que tinham me feito e
como me senti a respeito. Tanya Grissom, espiã, fofoqueira, vadia e sabotadora do
casamento de meu irmão.

“Uau” disse quando terminei. Ficou pensativa por um minuto. “Ok, primeiro de tudo me
deixe checar sobre os Pelt”.

Usamos o computador que tinha trazido da casa de Hadley em Nova Orleans. Demorou 5
minutos para descobrir que Gordon e Barbara Pelt tinham morrido duas semanas antes
quando tinham dobrado a esquerda em um posto de gasolina e tinham batido em um trator.
Nos olhamos mutuamente, arrugando nossos narizes.

“Ecaaaa” disse Amélia. “Que maneira mais ruim de morrer”.

“Me pergunto se ele nem esperou que seus pais estivessem na tumba antes de ativar o Plano
de Matar a Sookie” disse.

“Essa cadela não vai se render. Seguro que Debbie Pelt era adotada? Porque essa atitude
revanchista parece correr pelas veias da família”.

“Devem ter sido muito unidas” disse “Na realidade, tenho a impressão que Debbie era mais
irmã de Sandra que filha de seus pais”.

Amélia assentiu cuidadosamente “Uma pequena patologia anda por aí” disse “Me deixe
pensar sobre o que podemos fazer. Não faço magia negra. E você me disse que não queria
Tanya ou Sandra mortas, assim que estou tomando sua palavra”.

“Bem” disse brevemente “E, uh, estou disposta a pagar por isso, com certeza”

“Há!” disse Amélia “Você esteve disposta a me aceitar em sua casa quando necessitei sair de
Nova Orleans. Você me tolerou todo este tempo”
“Bem, você paga aluguel” apontei.

“Sim, o suficiente para cobrir minha parte dos gastos. E me toleras, e não parece te afetar a
situação de Bob. Assim que acredite, estou realmente feliz de fazer isto por ti. Agora mesmo
me ocorreu o que podemos fazer. Te importa se eu consultar com Octavia?”

“Não, claro que não” disse, tratando que não notasse que estava realmente aliviada de que a
bruxa mais velha oferecesse sua experiência “Você se encarrega disso, não? Acha que ela vai
aceitar que a pague? Será que ela está com falta de dinheiro?”

“Sim” disse Amélia. “E não sei como lhe ajudar com algo de dinheiro sem ofender-la. assim
que esta é uma boa forma de fazer. Entendo que está varada em um canto da sala de estar da
casa de sua sobrinha. Ele me contou – mais ou menos – mas não sei que posso fazer sobre
isso”.

“Pensarei sobre isso” prometi. “Se ela necessita realmente se mudar da casa de sua sobrinha,
pode ficar em meu antigo quarto por um tempo”. Não era uma oferta que me desse prazer,
mas a velha bruxa se via bastante miserável. Tinha me dado conta quando fomos ao
apartamento da pobre Maria Estrela, o que tinha sido uma vista horrorosa.

“Trataremos de pensar em alguma solução a longo prazo” disse Amélia “Vou ligar para ela”

“Ok. Me conte o que decidirem. Devo me arrumar para o trabalho”.

Não há muitas casas entre a minha e o Merlotte‟s, mas todas tinham fantasmas pendurados
nas árvores, abóboras de plástico nas entradas e uma ou duas abóboras de verdade no
alpendre dianteiro. Os Prescotts tinham uma bala de feno, alguma abóboras arrumadas
engenhosamente no jardim da frente. Fiz uma nota mental para dizer a Lorinda Prescott o
atrativo que se via a próxima vez que a visse no Wal-Mart no correio.

Quando cheguei para trabalhar já estava escuro. Tirei meu celular para ligar ao Fangtasia
antes de entrar.

“Fangtasia, o bar com uma mordida. Venha ao principal bar vampiro de Shreveport, onde os
não-mortos tomam suas bebidas cada noite” dizia uma gravação. “Para horário do bar,
pressione um. Para programar uma festa privada, pressione dois. Para falar com um humano
vivo ou um vampiro morto, pressione três. E anote isto: Trotes não são tolerados. O
encontraremos”.

Estava segura que era a voz de Pam. Soava notavelmente entediada. Pressionei três.
“Fangtasia, onde todos seus sonhos não-mortos se fazem realidade” disse uma das
vampirófilas “Aqui é Elvira. Com quem deseja falar?”

Elvira um ovo “Aqui é Sookie Stackhouse. Necessito falar com Eric” disse

“Clancy poderia lhe ajudar?”

“Não”

Elvira se notava perplexa.

“Meu Senhor está muito ocupado” disse como se fosse difícil para um humano como eu
entender.

Elvira definitivamente é nova. Ou talvez estava sendo arrogante. Estava irritada com
„Elvira‟.

“Escuta” disse tratando de soar agradável “Põe o Eric no telefone em dois minutos ou ele
ficará realmente incomodado com você”.

“Bem” disse Elvira “Não tem porque ser antipática”

“Evidentemente que tenho que ser”

“A estou colocando em espera” disse Elvira pesadamente. Dei uma olhada na porta do bar.
Necessitava me apressar.

Clic. “É Eric” disse, “É minha antiga amante?”

Ok, inclusive isso me fez tremer de entusiasmo “Sim, sim, sim” disse, orgulhosa de quão
segura me escutava. “Escuta Eric, para o que sirva, tive hoje a visita de um peixe gordo de
Nova Orleans chamado Copley Carmichael. Esteve envolvido em algumas negociações com
Sophie Anne sobre reconstruir o quartel general. Quer estabelecer relações com o novo
regime” respirei. “Você está bem?”, perguntei, negando com uma só pergunta toda minha
cuidada indiferença.

“Sim” disse, sua voz intensamente pessoal. “Sim, estou... fazendo frente a isso. Tivemos
muita sorte, muita, de estar em uma posição de... tivemos muita sorte”.
Deixei escapar minha respiração, muito suavemente para que ele não se desse conta. Com
certeza, o faria de todas as maneiras. Não podia dizer que tinha estado roendo minhas unhas
de angustia pensando como ia as coisas para os vampiros, mas também não tinha sido fácil.

“Ok, muito bem” disse energicamente. “Agora, sobre Copley. Há alguém por aí que queira
ter um encontro com ele sobre a construção?”

“Está na área?”

“Não sei. Estava aqui esta manhã. Posso perguntar”.

“Me avise. Ele necessita ligar aqui para marcar um encontro. Tem que pedir para falar com
Sandy”

Ri. “Sandy, é?”

“Sim” disse, soando bastante severo. “Ela não é nem um pouco divertida, Sookie”.

“Ok, ok, entendo. Me deixe ligar para sua filha, ela ligará para ele e ele ligará para o
Fangtasia, tudo certo e terei comprido com o favor para ele”.

“É o pai de Amélia?”

“Sim, é um idiota” disse “Mas é seu pai e imagino que sabe sobre construção”.

“Deitei em frente ao fogo de sua sala e te falei de nossa vida” disse.

Ok, uma saída que não esperava “Uh, sim. Fizemos isso”.

“Lembro do nosso banho juntos”

“Também fizemos isso”.

“Fizemos muitas coisas”

“Ah... sim. Ok”.

“Na realidade, se não tivesse tanto que fazer aqui em Shreveport, estaria tentando te visitar
para te fazer lembrar quanto gostou destas coisas”.

“Se a memória não me falha” disse agudamente “Você também gostou”.


“Oh, sim”

“Eric, realmente tenho que ir. Tenho que trabalhar”. Ou combustão espontânea, o que viesse
primeiro.

“Adeus” ele podia fazer que inclusive essa palavra soasse sexy.

“Adeus”, eu não podia.

Tomei um segundo para por os pensamentos no fundo de minha mente. Estava lembrando
coisas que tinha tentado muito de esquecer. Os dias que Eric passou comigo – bem, as noites,
em que houve bastante conversa e bastante sexo. E tinha sido maravilhoso. A companhia. O
sexo. Os risos. O sexo. As conversas. O s... bem, isso.

Porém entrar e servir cervejas se via monótono.

Mas esse era meu trabalho, e devia a Sam aparecer e trabalhar. Caminhei penosamente para
dentro, cumprimentei Sam e toquei Holly em seu ombro para lhe dizer que estava aí para
tomar seu lugar. Trocamos turnos por conveniência, mas mais que tudo porque as gorjetas da
noite eram mais altas. Holly estava feliz de me ver porque essa noite tinha um encontro com
Hoyt. Iriam ver um filme e jantar em Shreveport. Tinha conseguido uma adolescente que
cuidasse de Cody.

Estava me dizendo tudo isso a medida que lia de seu cérebro, e tive que me concentrar para
não me confundir. Isso me mostrava quão confusa tinha ficado por causa da conversa com
Eric. Estive realmente ocupada ao redor de quinze minutos, me assegurando que cada um
tivesse seus pedidos. Tomei um minuto para ligar a Amélia e lhe dar o recado de Eric, e ela
me disse que ligaria para seu pai no minuto que desligasse.

“Obrigada Sook” disse “De novo, você é uma fantástica companheira”.

Esperava que pensasse nisso quando ela e Octavia estivessem criando a solução mágica para
meu trabalho com Tanya.

Claudine veio ao Merlotte‟s essa tarde, acelerando os pulsos masculinos enquanto passeava
pelo bar. Vestia uma blusa de seda verde, calças pretas, e botas pretas com salto alto. Isso a
fazia ver pelo menos umas 6 polegadas mais alta. Para minha surpresa, seu irmão gêmeo
Claude, chegou depois dela. A aceleração de pulsos se dispersou no sexo oposto com a
velocidade do fogo. Claude, que tinha o cabelo preto como Claude, ainda que não tão
comprido, era tão bom moço para modelar para Calvin Klein. Claude vestia uma versão
masculina da roupa de Claudine, e tinha amarrado seu cabelo preto com uma tira de couro.
Também vestia botas, mas masculinas. Já que trabalhava dançando em um clube de strippers
para mulheres em Monroe, Claude sabia exatamente como sorrir para uma mulher, ainda que
não estivesse interessado nela. Retiro isso. Ele estava interessado em quanto dinheiro tinham
em suas carteiras.

Os gêmeos nunca tinham vindo juntos; na realidade, não lembrava se Claude já tinha
colocado um pé no Merlotte‟s antes. Ele tinha seu próprio lugar para paquerar, seus próprios
peixes que pescar.

Com certeza, fui dizer oi e recebi um compreensivo abraço de Claudine. Para minha
surpresa, Claude fez também. Imaginei que ele estava posando para o publico, que era em
realidade quase todo o bar e inclusive Sam tinha os olhos desorbitados, juntos os gêmeos
fada eram irresistíveis.

Fui para o balcão ficar no meio deles, cada um com um braço ao meu redor e escutei os
cérebros ao redor, iluminado-se com pequenas fantasias, alguma das quais me assustavam, e
isso que vi as coisas mais raras que a gente pode imaginar. Sim, tudo para que eu, sortuda,
visse em cores.

“Trazemos saudações de nosso avô” disse Claude. Sua voz era tão baixa que estava segura
que ninguém mais podia escutar-la. possivelmente Sam podia, mas ele sempre foi muito
discreto.

“Ele se pergunta porque não ligou” disse Claude, “Especialmente considerando os eventos
da outra noite em Shreveport”.

“Bom, isso terminou” disse surpresa. “Por quê lhe contar sobre algo que no final terminou
bem? Vocês estiveram aí. Mas tentei ligar na outra noite”.

“Só uma vez” murmurou Claudine.

“Mas certa pessoa quebrou meu celular assim que não pude completar a ligação. Me disse
que era um erro fazer, que podia começar uma guerra. Pensei nisso e deixei para lá”.

“Você precisa ligar para Niall, lhe contar a historia completa” disse Claudine. Ela sorriu
através do bar para Siluro Hennessy, quem colocou sua jarra de cerveja na mesa tão forte que
derramou em cima. “Agora que Niall te conhece, quer que confie nele”.

“Porque ele não pode pegar o telefone como todos os demais no mundo?”
“Ele não gasta todo seu tempo neste mundo” disse Claude “Ainda restam lugares para gente
de nossa espécie somente”.

“Lugares muito pequenos” disse Claudine com nostalgia “Mas muito especiais”.

Estava feliz de ter parentes e sempre gostava de ver Claudine, quem era literalmente minha
salva-vidas. Mas os dois irmãos juntos era um pouco demasiado, esmagador, e quando
ficavam perto comigo no meio (inclusive Sam estava tendo uma visão disso) seu doce
cheiro, o cheiro que os faziam tão irresistíveis para os vampiros, saturavam meu pobre nariz.

“Olhem” disse Claude, divertido “Acho que temos companhia”.

Arlene estava sigilosamente perto, olhando Claude como se tivesse na frente um prato de
assado com anéis de cebola.

“Quem é seu amigo, Sookie?” perguntou.

“É Claude” disse “É um primo longínquo”.

“Bem Claude, ééééééé ummmm prazeeeeer” disse Arlene.

Ela sim que tinha arreios, considerando a forma em que se sentia sobre mim atualmente e
como tinha me tratado desde que se uniu a Irmandade do Sol.

Claude se via bem desinteressado. Negou com a cabeça.

Arlene tinha esperado mais, e logo de um momento de silêncio, ela ouviu alguém a
chamando de uma de suas mesas. “Te levo uma jarra!” disse fortemente e se afastou. A vi
em uma das mesas, falando seriamente com um casal de tipos que nunca tinha visto.

“Sempre é bom vocês dois, mas estou no trabalho” disse “Assim que só vieram para me
dizer que meu... Niall quer saber porquê só liguei uma vez e desliguei?”

“E nunca ligou para explicar” disse Claudine. Se agachou para beijar minha bochecha. “Por
favor ligue para ele esta noite quando te desocupes do trabalho”.

“Ok” disse. “Desejaria que ele mesmo me ligasse para perguntar”. Os mensageiros eram
lindos e bons, mas o telefone era mais rápido. E gostaria escutar sua voz. Sem importar onde
meu bisavô estivesse, podia voltar a este mundo para ligar se realmente estivesse preocupado
pela minha segurança. Pensei que poderia fazê-lo em todo caso.
Com certeza, não sabia o que significava ser um Príncipe das Fadas. O escreveria debaixo do
titulo „problemas que sei que nunca enfrentarei‟. Depois de outros abraços e beijos, os
gêmeos saíram lentamente do bar, e muitos olhos os seguiram passo a passo para a porta.

“Nossa, Sookie, você tem uns amigos muito quentes!” me disse Siluro Hennessy, e houve
um acordo geral.

“Vi este cara em um clube em Monroe. Não faz stripper?” disse uma enfermeira chamada
Debi Murria, que trabalhava no hospital de Clarece. Ela se sentava com um par de
enfermeiras.

“Sim” disse, “Ele também é dono do clube”.

“Tipo e dinheiro” disse uma das outras enfermeiras. Seu nome era Beverly algo. “Levarei
minha filha a próxima noite de garotas. Ela acaba de terminar com um verdadeiro perdedor”.

“Bem...”. Debati comigo mesma em quanto a explicar que Claude não estaria interessado na
filha de ninguém, mas logo decidi que não era minha responsabilidade. “Divirtam-se” disse
em vez do anterior.

Já que tinha pegado um descanso com meus primos-ou-algo-assim, tive que me apressar para
atender a todos. Ainda que não tinham tido minha atenção durante a visita, tinha tido o
entretenimento dos gêmeos, assim que ninguém estava incomodado.

No final de meu turno, entrou Copley Carmichael.

Parecia grandioso. Assumi que Marley estava esperando no carro. Em seu lindo traje e seu
caro corte de cabelo, na se encaixava no lugar, mas devia lhe dar algum crédito: agia como
se viesse a lugares como Merlotte‟s todo o tempo. Resultou que estava parada ao lado de
Sam, quem preparava um mistura de Bourbon e coca-cola para uma de minhas mesas.
Expliquei a Sam quem era o estranho.

Servi a bebida e lhe indiquei uma mesa vazia. O Sr. Carmichael tomou e indireta e se sentou.

“Ei! Posso lhe trazer alguma bebida Sr. Carmichael?” disse.

“Por favor, me traga um Malta Escocês” disse “A que seja estará bem. Me encontrarei com
alguém aqui Sookkie, obrigado pela sua ligação. Só me avise a próxima vez que necessites
algo, e farei o que esteja em minhas mãos para fazê-lo possível”.

“Não se preocupe Sr. Carmichael”.


“Por favor, me chame Cope”.

“Um-hmmm. Ok, me deixe lhe trazer seu escocês”.

Nunca tinha experimentado um malta escocês, mas Sam tinha, claro, e me deu um brilhante e
limpo copo com uma respeitável medida de escocês. Eu servia licor, mas bebo muito
esporadicamente. A maioria da gente por aqui bebe as coisas usuais: cerveja, Bourbon e
coca, gim tônica, Jack Daniels.

Coloquei a bebida com um guardanapo na mesa em frente do Sr. Carmichael, e voltei com
um pequeno cardápio de sanduiches. Logo o deixei sozinho, já que tinha outras pessoas para
atender. Mas não o perdi de vista. Me dei conta que Sam tinha um olho posto no pai de
Amélia, também. Mas os demais estavam demasiado engarrafados em suas próprias
conversas e suas bebidas para prestar muita atenção no estranho, que não era nem
interessante como Claudine e Claude.

Em um momento que eu não estava olhando, uma vampiro se acercou de Cope. Não pude
pensar em ninguém que parecesse como ela. Era uma vampiro bastante recente, que
significava que tinha morto nos últimos cinqüenta anos, e tinha o cabelo prematuramente
prateado e cortado em um estilo bastante modesto ao queixo. Era pequena e era redonda e
firme em todos os lugares que devia ser. Usava pequenas lentes prateadas, que devem ter
sido pura afetação, porque nunca tinha conhecido um vampiro que nunca uma vista perfeita e
mais aguçada que qualquer humano.

“Posse lhe trazer algo de sangue?” perguntei.

Seus olhos eram lasers. Uma vez que te dava sua atenção, lamentavas.

“Você é a humana Sookie” disse.

Não vi a necessidade de afirmar algo do que ela estava segura. Esperei.

“Um copo de True Blood, por favor” disse “Bastante quente. E gostaria de conhecer seu
chefe, se puder trazê-lo”

Como se Sam fosse um osso. Não obstante, ela era uma cliente e eu a garçonete. Assim que
esquentei um True Bloos para ela e disse a Sam que o necessitavam.

“Estarei aí em um minuto” disse, já que estava servindo uma bandeja de bebidas para Arlene.

Assenti e levei o sangue a vampiro.


“Obrigada” disse civilizadamente. “Sou Sandy Sechrest, a nova representante da área para o
rei da Louisiana”.

Não tinha idéia onde Sandy tinha crescido, mas tinha sido nos Estados Unidos e não tinha
sido no sul.

“Muito prazer”, disse, mas não com muito entusiasmo. Representante de área? Não era essa
uma das funções do xerife? O que significava isso para Eric?

Nesse momento Sam vinha na mesa e me afastei porque não queria me ver intrusa. Além
disso, podia averiguar mais tarde da mente de Sam, se este escolhesse não me dizer o que
queria a vampiros. Era bom me bloqueando, mas tinha que fazer um esforço especial para
conseguir. Os três se trançaram em uma conversa por um par de minutos, e logo Sam se
desculpou para voltar detrás do bar.

Olhei para a vampira e o magnata de vez em quando no caso de necessitarem alguma outra
bebida, mas nenhum me fez sinais. Estavam falando muito seriamente e ambos eram
espertos em manter uma cara de pôquer. Não me preocupei muito em captar os pensamentos
do Sr. Carmichael e com certeza os de Sandy Sechrest estavam bloqueados para mim.

O resto da noite foi usual. Nem me dei conta quando a nova representante do rei e o Sr.
Carmichael se foram. Logo foi hora de fechar e deixar minhas mesas prontas para que Terry
Bellefleur chegasse de manhã e limpasse. Quando no fim olhei ao meu redor, todos tinham
ido, exceto Sam e eu.

“Ei, terminou?” disse Sam.

“Sim” disse, logo dei uma última olhada ao redor.

“Tem um minuto?”

Sempre tinha um minuto para Sam.


Ele se sentou na cadeira atrás de seu escritório e a inclinou para um usualmente perigoso
ângulo. Eu me sentei em uma das cadeiras na frente do escritório, a que estava mais
acolchoada. A maioria das luzes no edifício estavam apagadas, menos a que estava na zona
do bar e a que estava no escritório de Sam. O edifício ressoou com silêncio depois da
cacofonia das vozes se elevando sobre o mini-system e o som da cozinha, o lavado e as
marcas.

“Essa Sandy Sechrest” disse “Ela tem todo um trabalho novo”

“Sim? E o que se supõe que a representante do rei deve fazer?”

“Bom, pelo que posso dizer, ela viajará constantemente, vendo se os cidadãos tem problemas
com qualquer vampiro, vendo se os delegados tem tudo em ordem e controle em seus feudos,
e reportar ao rei. É como uma localizadora de problemas não-morta.

“Oh” voltei a pensar. Não podia ver como esse trabalho coincidirá com o de Eric. Se Eric
estivesse bem, seu time estaria bem. Aparte disso, não me importava os que os vampiros
fizessem. “Assim que... Ela decidiu se encontrar contigo porque...?”

“Ela entendeu que tinha vínculos com a comunidade super natural da região” Sam disse
seco. “Ela queria que eu soubesse que estava disponível para lhe consultar no caso de
ocorrerem problemas, tenho seu cartão de visita”. Ele segurou. Não sei se eu esperava que
pingasse sangue, mas era um cartão comum.

“Está bem”, me encolhi.

“O que Claudine e seu irmão queriam?” perguntou Sam.

Me sentia muito mal por lhe ocultar meu novo bisavô de Sam, mas Niall tinha me dito que o
mantivesse em segredo. “Ela não teve noticias minhas desde a luta em Shreveport” lhe disse
“Ela só queria me ver, e trouxe Claude com ela”.

Sam me olhou com um pouco de agudeza, mas não fez nenhum comentário. “Talvez” disse
depois de um minuto. “Esta será uma longa época de paz. Talvez possamos simplesmente
trabalhar no bar e nada acontecerá na comunidade super. Isso espero, porque o momento de
que os lobisomens se façam públicos chega mais e mais perto”.
“Você acha que será cedo?” não tinha idéia de como ia ser a reação da América sobre as
noticias de que os vampiros não são as únicas coisas que andam de noite. “Você acha que os
outros transformadores anunciarão na mesma noite?”

“Teremos” disse Sam. “Estamos falando sobre isso em nossa página da web”.

Sam tinha uma vida que era desconhecida para mim. Isso faiscou um pensamento. Duvidei e
depois segui para frente. Tinha muitas perguntas em minha própria vida. Queria responder
pelo menos algumas delas.

“Como foi que se estabeleceu aqui?” perguntei.

“Tinha passado pela zona” disse, “Estive no exercito durante quatro anos”.

“Esteve?” não podia acreditar que não sabia disso.

“Sim” disse “Não sabia o que queria fazer com minha vida, assim que me alistei nos meus
dezoito. Minha mãe chorou e meu pai amaldiçoou já que tinham me aceitado em uma
faculdade, mas eu já tinha me decidido. Era o adolescente mais teimoso do planeta”.

“Onde cresceu?”

“Uma parte em Wright, Texas” disse “Fora de Fort Worth, muito fora de Fort Worth. É
muito mais pequeno que Bon Temps. Nos mudamos muito durante minha infância, já que
meu pai estava no exercito também. Ele se foi quando eu tinha 14 anos, e a família de minha
mãe estava em Wright, assim que ficamos aí”.

“E foi difícil para você ficar depois de tantos anos mudando?”, eu nunca tinha vivido em
outro lado que não fosse Bon Temps.

“Foi genial” disse “Estava tão preparado que ficar em um só lugar. Nunca me dei conta que
tão difícil foi encontrar meu próprio lugar entre um grupo de garotos que cresceram juntos,
mas fui capaz de me cuidar sozinho. Jogava beisebol e basquete, assim que pude me fazer
um lugar. Então me uni exercito.

Estava fascinada “Sua mãe e pai continuem em Wright?” perguntei “Deve ter sido difícil
para ela sobre o exercito, sendo um meta”. Desde que soube que Sam era um meta, pude
saber sem que me diga, que ele era o primeiro nascido de dois pais metas.

“Sim, as noites de lua cheia era um inferno. Tinha um bebida de ervas que sua avó irlandesa
lhe fazia tomar. Aprendeu a preparar-la ele mesmo. Ia mais para lá das crenças, mas ele a
tomava nas noites de lua cheia quando tinha que cumprir com o serviço, e devia se manter na
vista toda noite, isso lhe ajudava a se manter... Mas você não gostaria de estar perto dele no
outro dia. Meu pai faleceu faz seis anos e me deixou uma quantidade de dinheiro importante.
Sempre gostei desta zona, e o bar estava a venda. Me pareceu uma boa maneira de investir o
dinheiro”.

“E sua mãe?”

“Ela segue em Wright. Se casou de novo dois anos depois de que meu pai morreu. Ele é um
bom cara, é humano”, não é super de nenhum tipo. “Então tem um limite que tão perto pode
estar dele” disse Sam.

“Sua mãe é meta completa. Seguramente ele suspeita”.

“Ele é conscientemente cego, acho. Ela tem que sair por sua corrida noturna, lhe diz que ou
passou a noite com sua irmã em Waco, ou vem me visitar, qualquer desculpa”.

“Deve ser difícil manter as aparências”.

“Eu nunca poderia fazer isso. Quase me casei com uma garota normal uma vez, quando
estava no exercito. Mas simplesmente não podia me casar com alguém e manter esse grande
segredo. Manter minha conduta ter alguém com quem falar disto, Sookie”.

Sorriu para mim, e eu apreciei a confiança que me dava.

“Se os lobatos se expuserem, todos vamos a ser públicos. Tiraria um grande peso de minhas
costas.

Ambos sabíamos que seriam novos problemas que enfrentar, mas não tinha sentido falar de
problemas futuros. Os problemas sempre vem em busca de um.

“Você tem irmãs e irmãos?” perguntei.

“Um de cada um. Minha irmã está casada e tem dois filhos e meu irmão continua solteiro. É
um excelente homem” Sam sorria e se via mais relaxado do que nunca o vi. “Craig se casará
na primavera, talvez você queira me acompanhar?”

Estava tão assombrada que não sabia o que dizer, e estava muito lisonjeada.

“Soa divertido. Me diz quando saibas a data” lhe disse. Sam e eu saímos um vez e foi muito
prazeroso, mas eu estava no meio de meus problemas com Bill e a saída nunca foi repitida.
Sam assentiu casualmente, e a pequena tensão que tinha se evaporou. Depois de tudo, é Sam,
meu chefe e se nos colocamos para pensar, também um de meus melhores amigos. Ele ficou
catalogado como tal no ano passado.

Me levantei, pequei minha bolsa e puxei minha jaqueta.

„Você recebeu um convite para a festa de Halloween no Fangtasia este ano?” me perguntou.

“Não. Depois da última festa que me convidaram, provavelmente não vão querer que volte”
lhe disse “Aparte disso, com todas as perdas recentes, não acho que Eric esteja com animo
para celebrar”.

“Você acha que deveríamos ter uma festa de Halloween no Merlotte‟s?” me perguntou.

“Talvez não com doces e coisas como estas” lhe disse, pensando seriamente “Talvez um
bom saco com amendoins torrados para cada cliente? Ou uma tigela de pipocas laranjas em
cada mesa? E alguma decoração?” Sam olhava em direção ao bar, como se pudesse ver
através das paredes.

“Isso soa bem, façamos isso”. No geral, decorávamos somente para o Natal, e isso somente
depois do dia de Ação de Graças, por insistência de Sam.

Lhe desejei boa noite e deixei o bar, deixando Sam checando cada fechadura estivesse bem
travada. A noite estava fria. Este seria um Halloween como os que as crianças liam nos
livros. No meio do estacionamento, sua cara brilhou com a luz da lua, seus olhos fechados,
era meu bisavô. Seu longo cabelo descia pelas suas costas como uma fina cortina. Suas
pequenas rugas eram invisíveis na luz da lua, ou as tinha tirado de propósito. Trazia uma
bengala, e novamente ele levava porto um traje preto. Tinha um grande anel em sua mão
direita, a mão que apertava a bengala.

Era o ser mais lindo que tinha visto em minha vida.

Não parecia nem remotamente como deveria parecer um bisavô. Os bisavôs humanos levam
gorros Jhonn Deere. Te levam para pescar. Te deixam dirigir seus tratores. Eles se queixam
de que você é muito mimado e logo te compram doces. E quanto nós, apenas conseguimos
conhecer nossos avôs realmente.

Me dei conta de que Sam estava a meu lado.

“Quem é esse?” sussurrou.


“Esse é meu, ah, meu bisavô” lhe disse. Ele estava bem na minha frente. Tinha que explicar.

“Oh” disse, sua voz cheia de ameaça.

“Acabei de ficar sabendo” lhe disse me desculpando.

Niall deixou de absorver a luz da lua e abriu seus olhos.

“Minha bisneta” ele disse, como se minha presença no estacionamento do Merlotte‟s fosse
uma surpresa prazerosa. “Quem é seu amigo?”

“Niall, esse é Sam Merlotte, o dono deste bar” lhe disse.

Sam estendeu sua mão cuidadosamente, e logo de olhar-lo bem, Niall o tocou com a sua.
Pude sentir como Sam dava um ligeiro puxão, como se meu bisavô tivesse uma campainha
na mão.

“Bisneta” disse Niall “Escutei que você esteve em perigo na batalha entre os lobisomens”.

“Sim, mas Sam estava comigo, e Claudine apareceu” lhe disse, me sentindo um pouco na
defensiva. “Não sabia o que ia ter uma luta, como você disse, quando me meti. Só tratava de
ser uma pacificadora. Fomos emboscados”.

“Sim, foi o que Claudine me disse” respondeu “Entendo que a cadela está morta?”

Por cadela se referia a Priscilla.

“Sim senhor” lhe disse “A cadela está morta”.

“E esteve em perigo de novo uma noite depois?”

Começava a me sentir definitivamente culpada de algo.

“Bom, essa não é realmente minha norma” lhe disse “Somente aconteceu que os vampiros da
Louisiana foram para os de Nevada”.

Niall soou só ligeiramente interessado.

“Mas você foi tão longe para não discar o número de telefone que te deixei”.
“Ah, sim, senhor, estava bastante assustada. Mas Eric jogou o celular fora de minha mão,
porque pensava, que se você entrasse na situação, seria uma guerra aberta. De fato, acho que
foi o melhor, porque ele se entregou a Victor Madden”. Seguia um pouco chateada por isso,
inclusive depois de receber outro celular de presente de Eric.

“Ahhh”.

Não podia fugir desse som. Este deve ser um dos inconvenientes de ter seu bisavô em cima
de um. Me sentia como se fosse uma jovem adolescente de novo, que tinha sido descoberta
que tinha esquecido de tirar o lixo e pendurar a roupa. Não gostei as sensação agora mãos do
que gostava naquele momento.

“Adoro sua coragem” Niall disse inesperadamente “Mas você é muito frágil, mortal, delicada
e com uma curta vida. Não quero que a percas justo quando finalmente pude falar com
você”.

“Não sei o que dizer...” murmurei

“Você não quer que te freie de fazer qualquer coisa. Você não quer mudar. Como posso te
proteger?”

“Não acho que você possa fazer-lo, não cem por cento”.

„Então, em quê posso ser útil?”

“Você não tem que ser de utilidade para mim” lhe disse. Ele não parecia ser emocionável
como eu. Não sabia como lhe explicar. “Você é suficiente para mim, você é maravilhoso,
somente saber que existes. Que se interessa por mim. Que tenho uma família, sem importar
as diferenças ou distâncias. E você não acha que eu seja louca o que dê vergonha”.

“Vergonha?” me olhou indignado “Você é mais interessante que todos os humanos!”

“Obrigada por não pensar que sou anormal” disse.

“Outro seres humanos pensam que você é anormal?” Niall soava genuinamente indignado.

“Não podem estar cômodos as vezes” Sam disse inesperadamente “Sabendo que ela pode ler
suas mentes”.

“Mas e você metamorfo?”


“Acho que ela é maravilhosa” disse Sam. E podia dizer que era totalmente sincero.

Endireitei meu traseiro. Senti que corava de orgulho. No emocional calor do momento, quase
contei a meu bisavô sobre o grande problema que tinha descoberto hoje, para provar que
podia compartilhar. Mas tinha a impressão de que sua solução ao Eixo Diabólico de Tanya
Grissom e Sandra Pelt poderia ser a causa de suas mortes de uma maneira macabra. Minha
espécie de prima Claudine podia estar tentando se converter em anjo, eu estar associada ao
cristianismo, mas Niall Brigant era definitivamente de outra crença por completo. Suspeitava
que seu ponto de vista era „olho por olho‟. Bem, talvez não com essa preferência, mas perto.

“Não há nada que possa fazer por ti?” soou quase suplicante.

“Realmente gostaria que viesses e passasses um tempo comigo na minha casa, quando tenhas
tempo. Gostaria de te fazer um jantar. Você quer?” isso me fez sentir tímida, oferecendo algo
que não estava segura que ele avaliasse.

Me olhou com olhos brilhantes. Não podia ler sua cara e ainda que seu corpo era como um
corpo humano, ele não era. Era um completo quebra-cabeças para mim. Talvez estava
exasperado o entediante ou enojado pela minha sugestão.

Finalmente Niall disse “Sim. Farei. Te avisarei com tempo, com certeza. Se necessitar
qualquer coisa , liga para meu número. Não deixe que ninguém te persuada se achar que
posso te ajudar. Terei umas palavras com Eric. Ele foi útil no passado, ma não pode me
adivinhar no segundo de estar contigo”.

“Sabia que eu era seu parente desde muito tempo?” respirei, esperando uma resposta.

Niall tinha se virado para ir. Virou um pouco de novo, assim poderia ver sua cara de perfil.
“Não” disse “Tinha que te conhecer melhor, primeiro. Lhe contei antes que te trouxesse para
te conhecer. Não me ajudaria até que lhe contasse porque te queria”.

E então tinha ido. Era como se tivesse atravessado uma porta que não podíamos ver, e tudo o
que soube, é que isso era exatamente o que tinha feito.

“Ok” disse Sam depois de um momento longo “Certo, isso foi realmente... diferente”.

“Você está bem com tudo isso?” agitei uma mão para o ponto onde Niall tinha estado
parado. Provavelmente. Pelo menos o que tínhamos visto tinha sido uma projeção astral ou
algo.

“Não é meu assunto estar bem com isto. É coisa sua” disse Sam.
“Desejo amá-lo” disse “É tão lindo e parece tão cuidadoso, mas é realmente, realmente...”

“Dá medo” concluiu Sam.

“Sim”

“E se acercou a você através do Eric?”

Tenho certeza que meu bisavô pensava que estava bem se Sam sabia sobre ele, eu contei a
Sam sobre minha primeira reunião com Niall.

“Hummm. Bem, não sei o que fazer com isso. Os vampiros e as fadas não interagem, devido
a tendência dos vampiros comerem as fadas”.

“Niall pode esconder seu cheiro” expliquei orgulhosa.

Sam pareceu sobrecarregado com a informação “Essa é outra coisa das que não tinha ouvido
falar. Espero que Jason não saiba disso?”

“Oh, Deus, não”.

“Você sabe que ficaria ciumento e isso o faria se chatear com você”.

“Porque sei de Niall e ele não?”

“Sim. A inveja comeria Jason por dentro”.

“Conheço Jason e não é a pessoa mais generosa do mundo” eu comecei, mas cortei quando
Sam respirou.

“Certo” disse “Ele é egoísta. Mas segue sendo meu irmão de todo jeito, e tenho que ser fiel
com ele. Mas talvez seja melhor se nunca lhe contar. Não obstante, Niall não teve nenhum
problema se mostrando ante ti, depois de me dizer que lhe mantivesse em segredo”.

“Suponho que terá investigado” Sam disse suavemente. Me abraçou, o que foi uma surpresa
agradável. Sentia que necessitava um abraço depois da visita de Niall. Lhe devolvi o abraço.
Ele estava quente, confortável e humano.

Mas nenhum de nós éramos humanos cem por cento.


No momento seguinte, pensei, nós somos, também. Tínhamos mais em comum com os seres
humanos que com a outra parte de nós. Vivíamos como seres humanos; morreríamos como
seres humanos. Desde que sabia de Sam bastante bem, sabia que desejava uma família e
alguém a quem amar e um futuro que continha todas as coisas que os seres humanos
desejam: prosperidade, boa saúde, descendentes, rir. Sam não desejava ser o líder de
nenhuma manada, e eu não queria ser a princesa de ninguém, não de qualquer fada de sangue
puro que alguma vez pensara que era qualquer coisa a exceção de um subproduto humilde de
sua própria maravilha. Essa era umas das grandes diferenças entre Jason e eu. Jason passaria
sua vida desejando ser mais sobrenatural do que eu era; tinha passado a minha desejando ser
menos, sem minha telepatia, era de fato sobrenatural.

Sam me beijou na bochecha, e então depois de vacilar um momento, virou para entrar em seu
trailer, atravessando a vala arrumada cuidadosamente e subiu os degraus de um pequeno
alpendre que tinha construído fora de sua porta. Quando inseriu a chave, virou para sorrir.

“Alguma noite, ein?”

“Sim” disse “Alguma noite”.

Sam me observou enquanto ia para meu carro, fez um gesto para me lembrar que trancasse
as portas do carro, esperando enquanto cumpria, e depois entrou em seu trailer. Dirigi a casa
preocupada com perguntas profundas e superficiais, e tive sorte de não encontrar tráfico no
caminho.
Amélia e Octavia estavam sentada na mesa da cozinha no dia seguinte quando apareci.
Amélia tinha utilizado todo o café, mas pelo menos tinha lavado o recipiente e tomou só
alguns minutos fazer-me uma muito necessária xícara. Amélia e sua mentora mantiveram a
conversa discreta enquanto manuseava ao redor para conseguir cereais, acrescentando algo
de corante, vertendo o leite sobre ele. Sorvi sobre a xícara porque não desejava que o leite
gotejasse. E a propósito, estava muito frio para levar-lo ao redor da casa, coloquei uma
jaqueta barata de um material que me fez suar e pude acabar meu café e meus cereais
comodamente.

“Olá, como vocês estão? Perguntei, assinalando que estava pronta para obrar reciprocamente
com o resto do mundo.

“Amélia me contou sobre seu problema” disse Octavia “E sobre sua grande oferta”.

“Ah, oh. Que oferta?”

Assenti sabiamente, como se tivesse uma pista.

“Estarei feliz de sair da casa de minha sobrinha, você não tem idéia” a mulher mais velha
disse com grande seriedade. “Janesha tem três pequenos, incluindo um que começa a andar,
e um namorado que vem e vai. Estou dormindo no sofá sala de estar, e quando as crianças de
levantam, vem e pões os desenhos. Esteja ou não acordada. É sua casa, claro, e estive ali
durante semanas, assim que perdi a sensação de que sou companhia”.

Adivinhei que Octavia ia dormir no quarto em frente ao meu ou no adicional de cima.


Votava pelo de cima.

“E você sabe, agora que sou mais velha, necessito um aceso mais rápido do banheiro” ela me
olhava com essa suplica que mostra a gente quando está admitindo a passagem do tempo.
“Assim que em baixo seria maravilhoso, especialmente desde que meus joelhes são artríticas.
Te disse que o apartamento de Janesha estava escadas acima?”

“Não” disse sem mover apenas os lábios. Há! Isto tinha acontecido muito rápido.

“Agora sobre seu problema. Não sou uma bruxa de magia negra ante tudo, mas necessitas
tirar essa mulher jovem de sua vida, tanto a gente do Sr. Pelt com a própria Sr. Pelt”
Assenti vigorosamente.

“Assim que” disse Amélia, incapaz de guardar silêncio durante mais tempo “Temos um
plano”

“Sou toda ouvidos” disse, e coloquei uma segunda xícara de café. Precisava muito.

“A maneira mais simples de conseguir se desfazer de Tanya, com certeza, é dizer a seu
amigo Calvin Norris o que está fazendo” disse Octavia.

Me separei dela “Ah, parece provavelmente o resultado de algumas coisas ruins acontecendo
a Tanya” disse

“Não é o que você quer?” Octavia parecia inocente de uma maneira totalmente astuta.

“Bom, sim, mas não quero que morra. Quero dizer, não quero nada que possa lhe acontecer.
Só a quero longe e que não volte”.

Amélia disse “Longe e que não volte, soa como um bom final para mim”.

Me soava dessa maneira, também. “Vou reformular. Quero que esteja em algum lugar
vivendo sua vida, mas longe de mim” disse “Ficou claro?” não estava tentando soar severa.
Só queria me expressar.

“Sim, jovem senhora, acho que entendemos” disse Octavia com voz gelada.

“Não quero que tenha nenhum mal-entendido aqui” disse “Tem muito em jogo. Acho que
Calvin é do tipo que Tanya gosta. Por outra parte, poderia assustar-la bastante”.

“O suficiente para que se vá para sempre?”

“Terias que demonstrar que você está dizendo a verdade” disse Amélia “Sobre que está te
sabotando”.

“O que você tem em mente?” perguntei.

“Certo, isto é o que pensamos” disse Amélia, e logo a fase um estava em curso. Resultou ser
algo que poderia ter pensado eu mesma, mas a ajuda das bruxas fez que o plano se
desenrolasse sem problemas.
Liguei para a casa de Calvin, e lhe pedi que me visitara quando tivesse um minuto livre ao
redor da hora de comer. Soou surpreso de me escutar, mas concordou vir. Levou outra
surpresa quando entrou na cozinha e encontrou ali Amélia e Octavia. Calvin, era o líder dos
meta-panteras que viviam na pequena comunidade de Hotshot, tinha conhecido Amélia
varias vezes antes, mas Octavia era nova para ele. A respeitou, imediatamente porque pôde
sentir seu poder. Isso era uma grande ajuda.

Calvin estava provavelmente na metade de seus quarenta, forte e fornido, seguro de si


mesmo. Seu cabelo era seboso, mas sua postura era erguida como uma flecha, e possuía uma
enorme calma que não podia deixar de impressionar. Tinha estado interessado em mim
durante algum tempo e só podia estar triste por não ter podido sentir o mesmo. Era um bom
homem.

“O que acontece, Sookie” disse depois de recusar a oferta de biscoitos com chá ou coca-cola.

Respirei profundamente. “Não gosto de ser fofoqueira, Calvin, mas tenho um problema”
disse.

“Tanya” disse imediatamente.

“Sim” disse, sem me preocupar de ocultar minha revelação.

“Ela é astuta” disse e estive surpresa por ouvir admiração em sua voz.

“É uma espiã” disse Amélia. Pôde cortar corretamente a persecução.

“Para quem?” Calvin inclinou sua cabeça para um lado, sem surpresa e curioso.

Lhe dei uma versão corrigida da historia, uma historia que estava extremamente doente de
repetir. Calvin necessitava saber que os Pelt tinham um grande problema comigo, que Sandra
me perseguiria até a tumba, que Tanya tinha estado infiltrada. Calvin esticou suas pernas
enquanto escutava, com os braços cruzados sobre seu peito. Usava calças jeans novas e uma
camisa de quadros escoceses. Cheirava como madeira recém cortada.

“Você quer colocar um feitiço sobre ela?” perguntou a Amélia quando acabou.

“Faremos” disse “Mas necessitamos que você a traga aqui”.

“Que efeito teria, a machucaria?”

“Perderia o interesse em machucar Sookie e toda sua família”.


“Poderia mudar-la mentalmente?”

“Não” disse Octavia “Mas não é tão seguro como dizer que faria que ela não desejasse estar
aqui mais. Se jogássemos aquela, se iria daqui e não desejaria voltar”.

Calvin pensou sobre isso “Pago com gosto esta onda feminina” disse “Ela está viva. Estive
muito preocupado sobre o problema que está causando a Crystal e a Jason, ainda que, estive
perguntando que passos tomar sobre o louco gasto de Crystal. Suponho que isto trata a
questão de frente e no núcleo”.

“Você gosta dela?” disse. Coloquei todas as cartas sobre a mesa.

“Já disse”

“Não, quero dizer, você gosta dela”.

“Bom, ela e eu, temos passado alguns momentos bons agora e então”.

“Você não gostaria se ela se fosse” disse “Você quer tentar a outra coisa”.

“E o que sobre isso. Você tem razão: ela não pode ficar e ir como ela é. Ou muda seu jeito ou
vai”. Ele parecia infeliz sobre isso “Você trabalha hoje, Sookie?”

Olhei o calendário na parede “Não, é meu dia livre”. Tinha dois dias livres um uma fila.

“Irei e a trarei esta noite. Isso lhes dá suficiente tempo?”

As duas bruxas se olharam e consultaram silenciosamente.

“Sim, isso estará bem” disse Octavia.

“A trarei aqui pelas sete” disse Calvin.

Isso estava acontecendo com uma suavidade inesperada.

“Obrigada, Calvin” disse “Isso é realmente útil”.

“Isso matará todos os pássaros de um tiro, se resolver” disse Calvin. “Com certeza, se não
resolver, vocês, duas senhoras não serão minha pessoas preferidas”. Sua voz era totalmente
realista.
As duas bruxas não pareciam felizes.

Calvin olhou para Bob, que casualmente dava um passeio pela sala. “Oi irmão” disse ao
gato. Deu a Amélia uma estreita olhada. “Me parece que sua magia não funciona todo o
tempo”

Amélia pareceu culpada e ofendida simultaneamente “Conseguiremos resolver isto” disse,


apertando os lábios. “Já verás”.

“Vou anotar”

Passei o resto do dia fazendo nada interessante, refazendo minhas unhas, mudando meus
lençóis, todas essas tarefas que reservas para um dia livre. Fui à biblioteca para devolver os
livros e não aconteceu absolutamente nada. Uma das ajudantes de meio turno de Barbara
Beck estava de serviço, o que era bom. Não queria experimentar o horror de um ataque outra
vez, como sem duvida acontecia em cada encontro com Barbara. Notei que a mancha do
chão da biblioteca não estava.

Depois disso, fui à loja de comestíveis. Nenhum lobato atacou, nenhum vampiro se levantou.
Ninguém tentou me matar que soubesse. Nenhum parente secreto se revelou, e nem uma
alma tentou me implicar em seus problemas matrimoniais ou de outro tipo.

Estive praticamente fedendo com normalidade durante o tempo que fui para casa.

Esta noite era minha noite de cozinhar, e tinha decidido fazer costela de porco. Tinha uma
mistura de empanado caseiro favorito que fazia em séries enormes, encharquei as talhadas
em leite e as limpei com a mistura assim que estavam prontas para o forno. Fixei a maçãs
cozidas recheadas com passas, canela e manteiga as coloquei no forno e complementei
algumas favas verdes em conserva e algo de milho em conserva e coloquei em fogo baixo.
Um pouco depois, abri o forno para por a carne. Pensei em fazer biscoitos, mas parecia ter
muitas calorias a bordo.

Enquanto cozinhava, as bruxas estavam fazendo coisas na sala de estar. Pareciam estará
passando um bom tempo. Podia ouvir a voz de Octavia, que soava como um modo de
ensinamento. Agora e então, Amélia fazia perguntas.

Murmurava muito para mim mesma enquanto cozinhava. Esperava que este procedimento
mágico funcionasse, e estava agradecida as bruxas por estarem dispostas a ajudar. Mas
estava me sentindo um pouco enganada na frente doméstica. Minha breve menção a Amélia
de que Octavia podia permanecer com nós um pouco tinha sido algo imprevisto. (Podia dizer
que ia necessitar ter mais cuidado com as conversas com minha companheira de agora em
diante) Octavia não tinha dito que permaneceria em minha casa por um fim de semana, ou
um mês, ou qualquer medida de tempo. Isso me assustava.

Poderia ter encostado Amélia e dizer, “Não me perguntou se Octavia podia ficar neste
momento, e esta é minha casa” supus. Mas tinha um quarto livre, e Octavia necessitava ficar
em alguma parte. Era algo tarde descobrir que não era de tudo feliz tendo uma terceira
pessoa em casa, uma a que apenas conhecia.

Talvez poderia encontrar um trabalho para Octavia porque o salário regular poderia se
destinar a independência da mulher mais velha e ela se moveria daqui. Me perguntava sobre
o estado de sua casa em Nova Orleans. Assumi que era inevitável. Apesar de tudo o poder
que tinha, supus que inclusive Octavia não podia desfazer o dano que o furacão tinha feito.
Depois das referencias que tinha feito sobre as escadas e seu incremento nas necessidades do
banheiro, eu a teria dado mais anos, mas ainda não parecia mais velha que, por exemplo,
sessenta e três. Era praticamente uma jovenzinha, nestes dias.

Chamei Octavia e Amélia na mesa as seis. Tinha a mesa preparada e o chá gelado servido,
mas lhe deixei servir seus próprios pratos. Não era elegante, mas economizava pratos.

Não falamos enquanto comiamos. Nós três estávamos pensando na tarde que vinha. Por
muito que não gostasse muito dela, estava um pouco preocupada por Tanya.

Me sentia divertida sobre a idéia de alterar alguém, mas era no fundo, necessitava Tanya fora
de minha vida e fora da vida dos que me rodeavam, ou necessitava que tivesse uma nova
atitude sobre o que fazia em Bon Temps. Não podia ver nada sobre estes feitos. Conforme
com meu novo sentido prático, tinha escolhido entra a continuação de minha vida com Tanya
interferindo ou a continuação de minha vida com Tanya alterada, não tinha comparação.

Tirei os pratos. Normalmente, se uma de nós cozinhava, a outra lavava os pratos, mas as
duas mulheres tinham que fazer preparativos mágicos. Estavam bem; queria me manter
ocupada. Ouvimos rodas de uma camionete as 19:05.

Quando lhe pedimos que a trouxesse as sete, não tinha que fazer-lo a trazendo como um
pacote. Calvin trazia Tanya sobre seus ombros. Tanya era compacta, mas não como uma
pluma. Calvin estava fazendo definitivamente, mas sua respiração era agradável e uniforme e
não estava suando. As mãos e os tornozelos de Tanya estavam amarrados, mas notei que ele
tinha envolvido um cachecol em baixo da corda assim não a machucaria. E (Graças a Deus)
estava amordaçada, mas com um lanço vermelho.
Sim, o meta-pantera principal tinha definitivamente uma coisa com Tanya. Com certeza, ela
estava louca como uma cascavel perturbada, serpenteando, se retorcendo e olhando com
ódio. Tentou chutar Calvin e ele lhe deu uma palmada em seu traseiro.

“Para já” disse, mas não como se estivesse particularmente brabo “Você agiu mal, conseguiu
seu próprio remédio”.

Entrou pela porta da frente e descarregou Tanya no sofá.

As bruxas tinham desenhado coisas com giz no chão na sala de estar. Amélia tinha me
assegurado que podia limpar tudo, e isso que ela era uma campeã limpando, a deixaria
proceder.

Tinhas várias pilhas de coisas (realmente não desejava com demasiada atenção) colocadas ao
redor de xícaras. Octavia acendeu o material em uma xícara e levou sobre Tanya. Jogou a
fumaça em Tanya com sua mão. Dei um passo extra para trás, e Clavin, que estava atrás do
sofá e segurava Tanya pelos ombros, girou sua cabeça. Tanya agüentou sua respiração tanto
como pôde. Depois de respirar fumaça, relaxou.

“Ela precisa se sentar ali” disse Ocatvia, apontando uma área circundada por símbolos
cretáceos. Calvin colocou Tanya em seguida em uma cadeira no centro. Ela permaneceu
colocada, obrigada a misteriosa fumaça.

Octavia começou cantando em uma língua que não entendia. Os feitiços de Amélia tinham
sido sempre em latim, ou pelo menos em uma maneira primitiva (tinha me dito), mas pensei
que Octavia era mais diversa. Ela estava falando algo que soava inteiramente diferente.

Tinha estado muito nervosa sobre este ritual, mas resultava ser muito entediado a menos que
fosse um dos participantes. Desejava poder abrir as janelas para tirar o cheiro de fumaça da
casa, e estava feliz de que Amélia tivesse pensado em tirar as baterias dos detectores de
fumaça. Tanya estava sentindo algo claramente, mas não estava segura de que fosse a
extirpação do efeito dos Pelt.

“Tanya Grissom” disse Octavia “Arranca as raízes do mal de sua alma e te afasta da
influencia dos que te utilizam para extremos malvados”. Octavia fez vários gestos sobre
Tanya enquanto pegava algo curioso que se parecia terrivelmente com um osso humano
envolvido com uma parreira. Tentei não me perguntar onde teria encontrado o osso.

Tanya gritou debaixo de sua mordaça e se arqueou alarmantemente. Então relaxou.


Amélia fez um gesto, e Calvin se agachou para desamarrar o lenço vermelho que tinha feito
que Tanya parecesse um pequeno bandido. Ele tirou outro lenço, um branco e limpo, fora da
boca de Tanya. Ela definitivamente tinha sido seqüestrada com carinho e consideração.

“Não posso acreditar que você esteja fazendo isso comigo!” Tanya gritou no segundo que
sua boca pode funcionar. “Não posso acreditar que me seqüestrou como um homem das
cavernas, seu bastardo!” se houvesse tido as mãos livres, Calvin teria sido golpeado. “E que
demônios acontece com essa fumaça? Sookie, você está tentando queimar sua casa? Ei,
mulher, você poderia tirar essa merda da minha cara?” Tanya batia no osso envolvido com
uma parreira com suas mãos amarradas.

“Sou Octavia Fant”

“Bem, perfeito, Octavia Fant. Me desamarre!” Octavia e Amélia trocaram um olhar. Tanya
apelava a mim “Sookie, diga a estas loucas que me deixem ir! Calvin, estava meio
interessada em você antes que me amarrasse e me trouxesses aqui! O que pensa que está
fazendo?”

“Salvando sua vida” disse Calvin “Você não vai sair correndo, não? Temos algo do que
falar”.

“Certo” disse Tanya lentamente, quando se deu conta (podia ouvir-la) de que algo estava em
curso. “O que é tudo isso?”

“Sandra Pelt” disse.

“Sim, a conheço. O que tem ela?”

“Qual é sua conexão?” perguntou Amélia.

“Qual é seu interesse, Amy?” contradisse.

“Amélia” corrigi, me sentando em um braço do sofá na frente de Tanya. “E precisa


responder algumas questões”

Tanya segurou meu olhar e disse “Tinha uma prima que foi adotada pelos Pelt e Sandra era
irmã adotiva de minha prima”

“Você tem uma intima amizade com Sandra?” perguntei

“Não, não especialmente. Não a vejo faz um tempo”


“Você fez um trato com ela recentemente?”

“Não, Sandra e eu não nos vemos muito”.

“O que você acha dela?” perguntou Octavia.

“Acho que é uma cadela de duas caras. Mas de certo modo a admiro” disse Tanya “Se
Sandra quer algo, vai atrás” se encolheu de ombros “Ela é um pouco radical para meu
gosto”.

“Então se ela te dissesse para arruinar a vida de alguém, não farias?” Octavia estava olhando
para Tanya intensamente.

“Tenho melhor peixe para fritar que isso” disse Tanya. “Ela pode ir arruinar vidas por ela
mesma, se quer fazer tanto dano”.

“Você não seria parte disso?”

“Não” disse. Era sincera, podia dizer. De fato, ela começava a ficar ansiosa com nossa linha
de perguntas “Ah, fiz algo ruim para alguém?”

“Acho que você esqueceu um pouco em sua cabeça” disse Calvin “Estas boas senhoras
intervieram. Amélia e a Sr. Octavia são, ah, mulheres sábias. E você já conhece a Sookie”

“Sim, conheço a Sookie” Tanya me olhou amargamente. “Ela não quer fazer amizade
comigo sem importar o que faça”

Bem, sim, não quero que você me apunhale pelas costas, pensei, mas não disse nada.

“Tanya, você tem estado com minha cunhada comprando um pouco demasiado ultimamente”
disse.

Tanya estalou de rir “Demasiada terapia para a noiva grávida?” disse. Mas então ela pareceu
desconcertada. “Sim, me parece que fomos na alameda em Monroe muitas vezes para meu
talão. Onde consigo o dinheiro? Inclusive não desfruto comprar muito. Porque o faço?”

“Não vai fazer mais” disse Calvin.

“Você não me diz o que fazer, Calvin Norris!” Tanya acrescentou depois “Não irei de
compras porque não quero ir, não porque você me diz”.
Calvin pareceu aliviado.

Amélia e Octavia pareceram alviadas.

Assentimos todos simultaneamente. Esta era Tanya, tudo certo. E ela parecia estar menos
orientada para a destruição de Sandra Pelt. Não sabia se Sandra tinha conseguido algo de
bruxaria, ou se tinha oferecido a Tanya muito dinheiro e tinha contado seu pensamento de
que a morte de Debbie era minha culpa, mas as bruxas pareciam ter tido êxito suprimindo a
corrupção de Sandra sobre Tanya.

Me sentia curiosamente desalentada nisto tão fácil para mim, isto me arrancou realmente
uma espinha de cima. Me encontrei desejando poder seqüestrar Sandra Pelt e reprogramá-la,
também. Não pensei que fosse demasiado difícil de converter. Tinha tido uma grande
patologia vigente na família Pelt. As bruxas estavam felizes. Calvin estava feliz. Eu estava
tranqüila. Calvin disse a Tanya que ia levá-la de volta a Hotshot. Tanya algo desconcertada
fez sua saída com mais dignidade que sua entrada. Não entendia porque tinha estado em
minha casa e não parecia lembrar o que as bruxas tinham feito. Mas também não parecia
estar transtornada sobre essa confusão em sua memória.

O melhor de tudo, o possível no mundo.

Talvez Jason e Crystal podiam começar a se dar bem, fora agora que a perniciosa influencia
de Tanya tinha ido. Depois de tudo, Crystal realmente tinha querido se casar com Jason, e
tinha parecido estar sinceramente feliz de estar grávida outra vez. Porque estava tão infeliz
agora... Simplesmente não entendia.

Podia acrescentá-la na longa lista da gente que não entendia.

Enquanto as bruxas limpavam a sala de estará com as janelas abertas, ainda que fosse uma
noite fria, desejava me livrar do persistente cheiro de ervas. Deitei na cama com um livro.
Me encontrei pouco focada para ler. Finalmente, decidi sair, coloquei um capuz e chamei
Amélia para que soubesse.

Sentei em uma das escadas de madeira que Amélia e eu tínhamos comprado no Wal-Mart no
final do verão durante a liquidação dos preços, e admirei a mesa fazendo jogo com o guarda-
sol em cima. Lembrei que tinha que tirar o guarda-sol e cobrir os móveis para o inverno.
Então deitei para trás e deixei vagar meus pensamentos.

As vezes era simplesmente agradável estar fora, cheirando as árvores e a terra, ouvindo um
pobre movimento anunciando a enigmática chamada das árvores circundantes. A luz de
segurança me fez sentir segura, ainda que soubesse que era uma ilusão. Se há luz, só pode
ver o que está vindo para ti um pouco mais claramente.

Bill caminhou fora do bosque e passeou silenciosamente pelo citado jardim. Sentou em uma
das outras cadeiras. Não falamos durante um tempo. Não senti a onda de angustia que sentia
poucos meses atrás quando ele estava ao redor. Apenas perturbou a caída da noite com sua
presença, ele era uma parte dela.

“Selah se mudou para Little Rock” disse

“Como foi isso?”

“Conseguiu um posto com uma empresa grande” disse “Me disse que era o que desejava.
São especialistas em vampiros”.

“Se enganchou nos vampiros?”

“Isso acho. Não é meu assunto”

“Não foi seu primeiro?” talvez soei um pouco amarga. Ele tinha sido meu primeiro, de
qualquer maneira.

“Não” disse, e virou sua cara para mim. Estava radiantemente pálido. “Não” disse
finalmente. “Não fui sei primeiro. E sempre soube que era o vampiro em mim que a atraiu,
não a pessoa que era o vampiro”.

Entendia o que estava dizendo. Quando fiquei sabendo que tinha sido ordenado que se
congraçara comigo, e eu senti que tinha sido minha telepatia o que tinha captado sua atenção,
não a mulher que era telepata.

“O que vai, vem” disse

“Nunca cuidei dela” disse “Ou muito pouco” se encolheu de ombros “Houveram muitas
como ela”.

“Não estou segura de como acha que isso me vai fazer sentir”.

“Só estou te dizendo a verdade. Houve apenas uma como você” e depois se levantou e entrou
no bosque, devagar como um humano, me deixando olhar enquanto ia”.
Aparentemente Bill estava conduzindo uma sigilosa campanha para ganhar meu respeito. Me
perguntava se ele sonhava que podia amar-lo outra vez. Ainda sentia dor quando pensava na
noite que soube a verdade. Imaginei que meu respeito estaria fora dos limites que ele podia
esperar ganhar.

Confiança, amor? Não podia ver que isso aconteceria.

Fiquei sentada fora durante uns minutos mais, pensando na tarde que acabava de ter. Um
agente inimigo abatido. O inimigo mesmo foi. Então pensei que a policia procurava gente
perdida, todos os lobatos, em Shreveport. Me perguntava quando dariam com eles.

Seguramente não teriam tratos com a política Lobato durante algum tempo, os sobreviventes
seriam levados a sua casa por ordem. Esperava que Alcide gozasse sendo o líder, e me
perguntava se tinha tido êxito criando um lobato puro na noite da posse. Me perguntava
quem tinha pego as crianças de Furnan.

Tão cedo como estive especulando, me perguntei onde tinha estabelecido Felipe de Castro
seu quartel em Louisiana ou se ele tinha permanecido em Las Vegas. Me perguntava se
alguém tinha dito a Bubba que Louisiana estava em um novo regime, e me perguntava se
voltaria e ver-lo. Ele tinha sido das caras mais famosas do mundo, mas tinha sido trazido
sobre si no último segundo de sua vida por um vampiro que estava trabalhando no necrotério
em Memphis. Bubba não tinha resistido bem ao Katrina; tinha ficado separado dos outros
vampiros de Nova Orleans e tinha tido que subsistir com ratos e animais pequenos (gatos
domésticos, suspeitei) até que foi resgatado uma noite por um grupo de busca de vampiros
de Baton Rouge. O último que tinha ouvido, é que tinham tido que enviar-lo fora do estado
para o resto e a recuperação. Talvez se enrolaria em Las Vegas. Sempre tinha estado bem em
Las Vegas, quando estava vivo.

Repentinamente, me dei conta de que estava intumescida por estar sentada tanto tempo, e a
noite era incomodamente fria. Minha jaqueta não estava fazendo seu trabalho. Era hora de ir
para dentro e para a cama. O resto da casa estava escura e calculei que Octavia e Amélia
estavam exaustas pelo trabalho de bruxas.

Me levantei da cadeira, deixei o guarda-sol e abri a porta do mosquiteiro, inclinando o


guarda-sol contra o banco que o homem que meu avô acreditava tinha arrumado. Fechei a
porta do mosquiteiro, sentindo que estava encerrando dentro o verão.
Depois de uma pacifica e tranqüila segunda fora, acudi a terça para trabalhar no turno do
almoço. Quando sai de casa, Amélia tinha estado pintando um gaveteiro que encontrou no
armazém de segunda mão. Octavia tinha estado jardinando as rosas. Disse que necessitavam
ser podadas para o inverno, e lhe disse que fizesse. Minha avó tinha sido a pessoa das rosas
em nosso lar, e não tinha me deixado por um dedo nelas a menos que necessitassem uma
borrifada contra os insetos. Esse tinha sido um de meus trabalhos.

Jason veio ao Merlotte‟s para o almoço com um grupo de seus companheiros de trabalho.
Colocaram 2 mesas juntas e formaram um grupo de homens alegres. Um tempo frio sem
grandes tempestades feito para os grupos da paróquia. Jason parecia quase demasiado
animado, seu cérebro um redemoinho de pensamentos saltitantes. Talvez ter a influencia
perniciosa de Tanya tinha feito a diferença. Mas fiz um esforço real por permanecer fora de
sua cabeça, já que depois de tudo, ele era meu irmão.

Quando levei uma bandeja grande de Coca-cola e chá na mesa, Jason disse “Crystal disse
oi”.

“Como ela está se sentindo hoje?” perguntei, para mostrar uma preocupação apropriada e
Jason fez um circulo com seu indicador e polegar. Servi a última xícara de chá,
cuidadosamente para não derramar-la e perguntei a Dove Beck, primo de Alcee, se ele queria
limão extra.

“Não, obrigado” disse cortesmente. Dove, quem, tinha se casado um dia depois da
graduação, era um cara diferente de Alcee. Aos 30, era mais jovem, e até onde eu podia dizer
– e podia dizer bastante segura – não tinha essa raiva interna de detetive. Eu tinha ido ao
colégio com uma das irmãs de Dove.

“Como Angela está?” perguntei e ele sorriu.

“Ela se casou com Maurice Kershaw” me disse. Tem um menino pequeno, o menino mais
lindo do mundo. Ângela é uma mulher nova, ela não bebe nem fuma, e está na igreja quando
as portas abrem.

“Fico feliz de escutar isso, lhe diga que perguntei por ela” disse, e comecei a pegar pedidos.
Escutei Jason dizer a seus amigos sobre uma cerca que ia construir, mas não tinha tempo de
prestar atenção. Jason se atrasou logo que os demais homens foram para seus carros.

“Sook, você poderia dar uma passada e ver como Crystal está quando saias?”
“Claro” disse “Mas você não terá saído do trabalho nesta hora?”

“Devo ir a Clarece e pegar uma corrente. Crystal quer que cerquemos algo do quintal traseiro
para o bebê. Assim terá lugar seguro para brincar”.

Me surpreendeu que Crystal mostrasse tanta previsão e instintos maternais. Talvez ter o bebê
a mudasse. Pensei sobre Angela Kershaw, e seu pequeno filho.

Não quis contar quantas garotas mais jovens que eu estavam casadas por anos e tinham
bebês – ou estavam para ter-los. Me disse que a inveja é um pecado, e trabalhei duro, sorri e
assenti a todo o mundo. Por sorte, era um dia ocupado. Durante o período de calma da tarde,
Sam me pediu que o ajudasse a fazer o inventario do estoque enquanto Holly cobria o balcão
e as mesas. Só tínhamos nossos dois alcoólicos residentes para servir, assim que Holly não
tinha que trabalhar muito duro. Apesar de estar muito nervosa com o Blackberry de Sam, ele
depositava o total enquanto eu contava, e tive que subir e descer escadas umas cinqüenta
vezes, contando e guardando. Compramos nossos implementos de limpeza por montes.
Contamos tudo, também. Sam era só o bobo das contas no dia de hoje.

O estoque não tem janelas, assim que estava bastante caloroso ali dentro enquanto
trabalhávamos. Estava feliz de sair de seus confins quando Sam finalmente se deu por
satisfeito. Tirei uma teia de seu cabelo enquanto ia em meu caminho para o banheiro, onde
esfreguei minhas mãos e cuidadosamente limpei minha cara, comprovando meu rabo de
cavalo (o melhor que podia) por alguma teia que tivesse ficado em mim.

Quando deixei o bar, estava tão ansiosa de chegar a um chuveiro que quase deu a volta para
esquerda e ir para casa. Justo a tempo lembrei que tinha prometido checar Crystal, assim que
dobrei a direita.

Jason vivia na casa de nossos pais e a mantinha bastante bem. Meu irmão era um tipo de
homem preocupado com sua casa. Não o incomodava tirar um tempo para pintar, ceifar,
reparar coisas básicas, o que era uma parte dele que sempre me surpreendi. Ele recentemente
tinha pintado a fachada de um brilhante branco, e a pequena casa parecia muito bem. Tinha
uma calçada em forma de U na frente. Ele tinha acrescentado uma entrada que ia na parte
traseira da casa, mas estacionei na frente.

Coloquei as chaves na bolsa, e cruzei a entrada. Girei a maçaneta porque planejava aparecer
na porta e chamar Crystal, já que éramos família. A porta estava aberta, como estavam a
maioria das portas durante o dia. A sala estava vazia.

“Crystal, é Sookie” chamei, ainda que tratasse de manter minha voz baixa para não assustá-la
se estivesse cochilando.
Escutei um som surdo, um gemido. Vinha do dormitório principal, o que meus pais tinham
usado, que estava na continuação da sala a minha direita.

“Oh, merda, está abortando de novo” pensei e corri para a porta fechada. A abri tão forte que
bateu na parede e voltou, mas não prestei atenção porque o balanço estava na cama com
Crystal e Dove Beck.

Fica tão surpresa, tão enojada que quando pararam o que estavam fazendo e me olharam,
disse a pior coisa que podia pensar “Com razão você perde todos seus bebês”. Virei e fui
para fora da casa. Estava tão tonta que não conseguia chegar no carro. Fui muito sortuda que
Calvin aparecera bem nessa hora e pulasse de sua camionete sem sequer Pará-lo por
completo.

“Meu Deus, o que aconteceu?” perguntou, “Crystal está bem?”

“Porque não pergunta isso para ela?” disse grosseiramente, e pulei a meu carro onde fiquei
sentada tremendo. Calvin correu a casa como se tivesse que apagar um incêndio e adivinhou
que era parecido.

“Jason, maldição!!!” gritei, batendo meu punho no volante. Devi ter tomado o tempo de
escutar o cérebro de Jason. Ele tinha sabido que já que tinha coisas para fazer em Clarice,
Dove e Crystal provavelmente pegariam a oportunidade para ter um encontro. Tinha
planejado já que eu era tão obediente e estava perto. Era demasiada coincidência que Calvin
tenha parecido ao mesmo tempo. Deve ter pedido para o Calvin também que checasse a
Crystal. Assim não teria forma que negasse ou silenciasse, já que Calvin e eu sabíamos. Eu
tinha tido razão de me preocupar pelos términos do casamento, e agora tinha algo totalmente
novo porque me preocupar.

Além disso, estava envergonhada. Envergonhada pelo comportamento de todos os


envolvidos. No meu código de conduta, o que não me faz uma boa cristã, o que a gente
solteira faça em suas relações é seu problema. Ainda em uma relação mais casual, se a gente
respeita uma a outra, tudo bem.

Mas um casal que prometeu ser fiel, que o fez publicamente, estão governados por uma séria
de regras diferentes, em meu mundo. Não no mundo de Crystal, nem no de Dove,
aparentemente.

Calvin vinha descendo as escadas da entrada parecendo anos mais velhos que quando
chegou. Parou ao lado de meu carro. Tinha uma expressão entre desilusão, decepção,
repugnância.

“Me manterei em contato” disse “Devemos ter a cerimônia agora”.


Crystal saiu a porta envolvida em um roupão com desenhos de leopardo, e antes que me
dirigisse a palavra liguei o carro e fui tão rápido como podia. Dirigi a casa aturdoda. Quando
cheguei na porta traseira, Amélia estava cortando algo na velha tábua de cortar, a mesa que
tinha sobrevivido ao fogo com só algumas marcas de queimadura. Virou para falar comigo e
tinha aberto sua boca quando olhou minha expressão. Sacudi minha cabeça para ela, lhe
avisando que não falasse e fui direto para meu quarto.

Este teria sido um bom dia para mim se vivesse minha própria vida sozinha.

Sentei em meu quarto na pequena cadeira do canto, a mesma em que tinha sentado tantos
visitantes ultimamente. Bob estava aconchegado em minha cama, um lugar em que tinha
estritamente proibido dormir. Alguém tinha aberto minha porta durante o dia. Pensei em ir
falar com Amélia a respeito, mas logo descartei a idéia quando vi uma pilha de roupa intima
limpa e dobrada em cima de minha cômoda.

“Bob” disse e o gato desprezou e levantou em um fluido movimento. Seguia em minha


cama, me olhando fixamente com seus olhos dourados, muito abertos. “Sai daqui” disse.
Com grande dignidade Bob pulou da cama e foi para a porta. Abri uns centímetros e o gato
saiu, deixando a impressão que ele fazia por sua própria vontade. Fechei a porta atrás dele.
Amo os gatos. Só que queria ficar sozinha.

O telefone tocou e atendi.

“Amanhã de noite” disse Calvin “Vista algo confortável. Sete em ponto” soava triste e
cansado.

“Ok” disse e ambos desligamos. Sentei um longo tempo. O que seja que consista a
cerimônia, devo ser uma participante? Sim, me disse. Ao contrario de Crystal, mantenho
minhas promessas. Tive que estar ao lado Jason em seu casamento, como seu parente mais
perto, como substituta para tomar seu castigo se ele fosse infiel a sua nova esposa. Calvin
tinha sido por Crystal, e agora olha o que vem.

Não sabia que ia acontecer, mas sabia que ia ser espantoso. Ainda que os seres-pantera
entendiam a necessidade de cruzar cada pantera masculina pura com cada fêmea pantera
pura (a única maneira de produzir seres-pantera de linhagem pura), também acreditavam que
uma vez que tinha se produzido alguma cria, qualquer casal formado devia ser monógamo.
Se você não queria tomar esse voto, não formavas um casal. Esta é a forma em que levavam
sua comunidade. Crystal tinha absorvido essas regras desde seu nascimento, e Jason as tinha
aprendido de Calvin antes do casamento.

Jason ligou e me alegrei. Me perguntava o que estaria acontecendo nessa casa, mas só
superficialmente. Quando Crystal tinha conhecido Dove Beck? A esposa de Dove sabia
sobre isso? Não me surpreendeu que Crystal enganasse Jason, mas estava um pouco surpresa
de sua escolha. Decidi que Crystal teria querido fazer sua traição tão enfaticamente como
fosse possível. Ela teria dito: Farei sexo com alguém mais enquanto leve seu filho. E será
mais velho que você, e de diferente raça, e até trabalhará para você. Torcer a faca, mais
profundamente com cada estocada. Se isto era vingança pelo maldito hambúrguer, diria que
ela tinha conseguido uma vingança tamanho filé.

Como não quis parecer chateada, sai na hora da janta que era macarronada com atum,
ervilhas e cebola. Logo de empilhar os pratos para que Octavia os lavasse, sai de meu quarto.
As duas bruxas andavam praticamente nas pontas dos pés para não me incomodar, ainda que
com certeza morriam de vontade de me perguntar o que estava acontecendo. Mas não
fizeram, Deus as abençoe. Realmente não podia me explicar. Estava demasiado
envergonhada.

Disse um milhão de orações antes de dormir, mas nenhuma delas me fez sentir melhor.

Fui trabalhar no outro dia porque tinha que ir. Ficar em casa não ia me fazer sentir melhor.
Estava profundamente agradecida que Jason não veio ao Merlotte‟s, porque teria jogado nele
uma jarra se tivesse vindo.

Sam me observou atentamente por algum tempo e finalmente me levou atrás do bar com ele.
“Me diga o que está acontecendo” me perguntou.

As lágrimas fluíram de meus olhos e estive a um tris de fazer uma cena. Me agachei
precipitadamente, como se tivesse jogado algo no chão e disse “Sam, por favor não me
pergunte. Estou muito transtornada para falar disso”. De repente, me dei conta que seria uma
grande comodidade dizer a Sam, mas não podia, não com o balcão cheio de gente.

“Ei, você sabe que estou aqui se precisar” sua cara estava séria. Acariciou meu ombro.

Tenho tanta sorte de tê-lo como chefe.

Seu gesto me lembrou que tenho muitos amigos que não se desonrariam a si mesmos como
Crystal tinha feito. Jason tinha se desonrado também, forçando Calvi e a mim serem
testemunhas de sua barata traição. Tinha muitos amigos que não fariam algo assim! Foi um
truque do destino que o único que fez tinha sido meu próprio irmão.

Esse pensamento não fez me sentir melhor e mais forte.

Tinha realmente um osso duro de roer quando cheguei a casa. Ninguém mais estava aí.
Duvidei, me perguntando se poderia chamar Tara ou pedir a Sam uma hora livre, ou até
chamar Bill para que me acompanhasse a Hotshot, mas isso era só debilidade falando. Era
algo que devia fazer por mim mesma. Calvin tinha me advertido de usar roupa confortável e
não elegante, e meu uniforme do Merlotte‟s era ambas coisas. Mas parecia mal vestir minha
roupa de trabalho para um evento desse tipo. Poderia ter sangue. Não sabia o que ia
acontecer. Coloquei calças de yoga e uma velha camiseta cinza. Me assegurei que meu
cabelo estivesse em seu lugar. Me via como se fosse limpar um armário.

No caminho para Hotshot, liguei o rádio a todo volume para me manter ocupada e não
pensar. Cantei Evanescence e estive de acordo com as Dixie Chicks em que ia desmoronar...
uma boa canção para escutar.
Cheguei a Hotshot antes das sete. A última vez que estive aqui foi no casamento de Jason e
Crystal, onde dancei com Quinn. Essa visita de Quinn foi a única vez que ele e eu tivemos
relações. Olhando para trás, me arrependi de ter dado esse passo. Foi um erro. Estava
contando com um futuro que nunca ia acontecer. Esperava não cometer este erro outra vez.

Estacionei, como fiz no casamento de Jason, no lado da via. Não tinha tantos carros como
nessa oportunidade, em que vários humanos tinham sido convidados. Mas tinha vários
veículos. Reconheci a camionete de Jason. Os outros pertenciam aos poucos seres-pantera
que não viviam em Hotshot.

Uma pequena multidão se encontrava na pátio traseiro da casa de Calvin. A gente me fez
espaço até que cheguei no centro da reunião e me encontrei com Crystal, Jason e Calvin. Vi
algumas caras familiares. Uma mulher pantera de meia idade chamada Maryelizabeth
cabeceou em minha direção. Vi sua filho perto. A garota, cujo nome não lembrava, não era a
única observadora menos de idade. Senti essa sensação arrepiante que levantava os pelos de
meus braços, igual como cada vez que tentava imaginas a vida em Hotshot.

Calvin olhava para suas botas, não levantou o olhar. Jason também não encontrou meus
olhos. Só Crystal estava direita e desafiante, seus escuros olhos pendendo os meus, me
desafiando com o olhar. Me atrevi, e logo de um momento ela desviou seu olhar a algum
outro ponto. Maryelizabeth tinha um andrajoso livro nas mãos, ela o abriu em uma página
que tinha marcado com um pedaço de jornal. A comunidade parecia alerta e expectante. Este
era o propósito pelo que tinham acudido.

“Nós, gente da presa e garras, estamos aqui porque um dos nosso quebrou seu voto” leu
Maryelizabeth. “O matrimonio de Crystal e Jason, seres-pantera desta comunidade, ambos
prometeram permanecerem fieis a seus votos matrimoniais, tanto em forma de gatos como
em forma humana. O substituto de Crystal foi seu tio Calvin, e o de Jason sua irmã Sookie”,

Estava consciente dos olhos da assembléia movendo-se de Calvin para mim. Um monte
desses olhos eram dourados. A endogamia em Hotshot tinha produzido resultados algo
alarmantes.

“Agora que Crystal quebrou seus votos, um feito presenciado pelos substitutos, seu tio se
ofereceu tomar o castigo já que Crystal se encontra encinta”.

Isto ia ser ainda mais repugnante do que tinha suspeitado.

“Já que Calvin toma o lugar de Crystal, Sookie você escolhe tomar o lugar de Jason?”

“Oh, diabos”. Olhei para Calvin e soube que com toda minha cara estava pedindo alguma
forma de escapar disto. E sua expressão me disse NÃO. Na realidade se via pesaroso por
mim.

Jamais perdoaria meu irmão – ou Crystal – por isso.

“Sookie” pronunciou Maryelizabeth.


“O que teria que fazer?” disse, e soava seca, chateada e aborrecida, pensei que tinha uma boa
razão.

Maryelizabeth abriu o livro novamente e leu a resposta “Existimos por nosso engenho e
nossas garras, e se a fé se quebra, uma garra se quebra” disse.

A olhei fixamente, tentando encontrar sentido nisso.

“Você e Jason devem quebrar um dedo de Calvin” disse simplesmente “De fato, já que
Crystal quebrou completamente a fé, terás que quebrar dois pelo menos. Enquanto mais,
melhor. Jason escolhe, acho”

Enquanto mais, melhos. Jesus Cristo, pastor de Judéia. Tentei ser desapaixonada. Quem
poderia causar mais dano a meu amigo Calvin? Meu irmão, sem duvida. Se eu fosse uma
amiga verdadeira de Calvin, eu faria. Poderia fazer? E então foi tirado de minhas mãos.

Jason disse “Não pensei que aconteceria desta maneira, Sookie”. Ele soava simultaneamente
chateado, confuso e na defensiva. “Se Calvin substitui Crystal, quero que Sookie me
substitua” disse a Maryelizabeth. Nunca pensei que pudesse odiar meu próprio irmão, mas
nesse momento encontrei possível.

“Assim seja” disse Maryelizabeth.

Tratei de subir o animo. Depois de tudo, talvez isto não fosse tão ruim como tinha
antecipado. Tinha me representado a Calvin sendo castigado, ou tendo que castigar Crystal.
Ou ter que fazer algo atroz que envolveria facas. Isso teria sido bastante pior. Tratei de
acreditar que isto não ia ser tão ruim, até que dois dos machos levaram um par de blocos de
concreto e colocaram em cima da mesa de piquenique. E então Maryelizabeth pegou o
ladrilho. O segurou em minha direção.

Comecei a sacudir minha cabeça involuntariamente porque sentia uma forte pontada em meu
estomago. Náuseas fizeram slip-slop em meu ventre. Olhando o corrente ladrilho vermelho,
comecei a ter uma idéia do que ia me custar isso. Calvin alcançou e pegou minha mão.

Se inclinou para falar ao meu ouvido “Querida” disse “você deve fazer isso. Aceitei isto
quando me fiz seu substituto no dia de seu matrimonio. E sabia como ela era. E você
conhece Jason. Isto poderia ter sido ao contrario. Poderia ser eu que fizesse com você. E
você não se cura tão bem como eu. Assim é melhor. E deve ser feito. Nossa gente exige”. Se
endireitou e me olhou nos olhos. Os seus eram dourados, completamente estranhos e
absolutamente tranqüilos.

Mordisquei meus lábios e assenti. Calvin me dei um olhar de apoio e tomou seu lugar na
mesa. Colocou sua mão no bloco de concreto. Sem mai aviso Maryelizabeth me estendeu o
ladrilho. O resto dos seres-pantera esperaram pacientemente a que eu realizasse o castigo. Os
vampiros teriam se vestido de maneira especial e provavelmente teriam trazido um ladrilho
extra especial de luxo de um antigo templo ou algo assim, mas não os seres-pantera. Era só
um maldito ladrilho. O segurei com ambas mãos.
Depois de olhar-lo por um longo minuto, disse a Jason “Não quero falar de novo com você.
Nunca”. Enfrentei Crystal “Espero que desfrutes disso, cadela” disse e virei tão rápido como
pude e bati o ladrilho na mão de Calvin.

Amélia e Octavia apareceu ao redor, por dois dias antes de decidir que me deixar sozinha era
a melhor olitica. Ler seus ansiosos pensamentos me colocava mais rude, já que não queria
aceitar apoio. Devia sofrer pelo que tinha feito e isso significava que não podia aceitar
nenhuma trégua a minha miséria. Assim azedei, sofri e chorei meu severo humor por toda a
casa.

Meu irmão veio ao bar uma vez, e lhe dei as costas. Dove Beck não escolheu beber no
Merlotte‟s, o que foi bom, ainda que era o menos culpado de todos pelo que a mim concernia
– pensamento que não o fez mais limpo. Quando Alcee Beck veio ao bar, estava claro que
seu primo tinha confiado nele, porque Alcee parecia ainda mais chateado que o usual, e
encontrou meus olhos cada vez que pode, só para me deixar saber estava igual a mim.

Graças a Deus, Calvin não veio. Não teria suportado. Escutei bastante conversas de seus
companheiros em Norcross sobre o acidente que tinha tido enquanto trabalhava em sua
camionete em casa.

O mais inesperado foi que na terceira noite, Eric entrou no Merlotte‟s. Lhe dei uma olhada e
de repente minha garganta fechou e senti lágrimas fluindo em meus olhos. Mas Eric
caminhou como se o lugar fosse dele e foi pelo corredor até o escritório de Sam. Momentos
depois Sam tirou sua cabeça e me fez um sinal.

Logo que entrei, não esperei que Sam fechasse a porta do escritório.

“O que há de errado” perguntou Sam. Ele tinha estado tratando de descobrir por dias e eu de
evitar suas bem-intencionadas perguntas.

Eric se encontrava a um lado, seus braços cruzados através de seu peito. Fez um gesto com
uma mão como dizendo „nos diga, estamos esperando‟. Apesar de sua maneira brusca, sua
presença relaxou o grande nó que tinha dentro de mim, o mesmo que mantinha as palavras
fechadas em meu estomago.

“Quebrei a mão de Calvin Norris em pedaços” disse “com um ladrilho”.

“Então ele... Ele era o substituto de sua cunhada no casamento” disse Sam, adivinhando tudo
rapidamente.

Eric parecia me branco. Os vampiros sabem algumas coisas sobre os metas – tem que fazer-
lo – mas os vampiros pensam que ele são superiores, assim que não fazem nenhum esforço
por aprender especificações sobre os rituais e ritmos de ser um meta.

“Ela teve que quebrar sua mão, que representa as garras em sua forma de pantera” explicou
Sam impacientemente. “Ela substituía Jason”. E então Sam e Eric trocaram olhares que me
assustou por seu completo acordo. Nenhum deles gostava muito do Jason. Sam olhou de
mim a Eric como se esperasse que Eric fizesse algo para me fazer sentir melhor.

“Não pertenço a ele” disse agudamente, já que via para onde iam as intenções de Sam. “Você
acha que o fato de que viesse Eric me faria sentir feliz e despreocupada?”

“Não” disse Sam, soando um pouco chateado consigo mesmo, “Mas esperava que te
ajudasse com o que estivesse errado”.

“O que está errado” disse muito tranquilamente “Ok, o que está errado é que meu irmão
arrumou para que eu e Clavin visitássemos Crystal, quem tem 4 meses de gravidez, ao
mesmo tempo. E quando chegamos encontramos Crystal na cama com Dove Beck. Como
Jason sabia que aconteceria”

Eric disse “E por isso você teve que quebrar os dedos do homem-pantera”. Ele deve ter
estado se perguntando se tive que vestir ossos de galinha e dar volta ao redor três vezes, era
tão óbvio que estava se perguntando sobre os costumes de tribos primitivas.

“Sim Eric, isso foi o que tive que fazer” disse severamente “Tive que quebrar os dedos e meu
amigo com um ladrilho na frente de uma multidão”.

Pela primeira vez Eric parecia se dar conta que tinha tomado o caminho errado. Sam o
olhava com total exasperação “E eu pensava que serias de grande ajuda” disse. “Tenho
algumas coisas indo embora de Shreveport” Eric disse na defensiva. “Incluindo a recepção
do novo rei”

Sam murmurou algo que soou suspeitosamente como: “Malditos vampiros”.

Isto era totalmente injusto. Tinha esperado toneladas de simpatia ao finalmente responder a
razão de meu mal humor. Mas agora Sam e Eric estavam tão focado em irritar um ao outro
que nenhum voltou a pensar em mim.
“Bem, obrigada rapazes” disse “Tem sido muito entretido. Eric, grande ajuda, aprecio as
amáveis palavras”. E sai no que minha avó chamava Uma Grande Saída. Cheguei perto do
balcão a atendi as mesas tão severamente que algumas pessoas se assustaram de me chamar
para novos pedidos de bebidas.

Decidi limpar as superfícies atrás do bar, já que Sam estava ainda em seu escritório com
Eric... ainda que era possível que Eric tivesse ido pela porta traseira. Esfreguei e puli e servi
algumas cervejas para Holly, e arrumei tudo tão meticulosamente que Sam talvez teria
problemas para encontrar as coisas. Talvez por uma ou duas semanas.

Logo Sam saiu para tomar seu lugar, viu os arrumados que eu tinha feito com bastante
descontento e moveu sua cabeça para indicar que deveria ter me mantido longe da parte de
trás do balcão. Meu mal humor aumentava.

Você sabem como é as vezes, quando alguém trata de te levantar o astral? Quando decides
que nada no mundo te fará sentir melhor? Sam tinha lançado Eric para mim como se
estivesse lançando uma pílula de felicidade, mas ele tinha se incomodado porque eu não a
tinha engolido. Em vez de estar agradecida que Sam estava tão carinhoso comigo para
chamar o Eric, me incomodei com ele por ter se atrevido a fazer.

Estava em um humor negro.

Quinn tinha ido embora. O tinha desaparecido. Erro estúpido ou decisão sábia? Ainda não
havia veredito. Muitos metas tinham morrido em Shreveport por culpa de Priscilla, e tinha
visto vários deles morrerem. Acreditem, isso gruda em você.

Mais de uns quantos vampiros tinham morrido também, incluindo alguns que eu tinha
conhecido bastante bem.

Meu irmão era um desviado bastardo manipulador.

Meu bisavô nunca ia me levar para pescar.

Ok, agora estava ficando idiota. Repentinamente sorri, porque estava imaginando o príncipe
das fadas em um guarda-pó de mistura e um chapéu de beisebol dos Falcões de Bon Temps,
levando uma lata de minhocas e um par de varas de pescar.

Captei os olhos de Sam enquanto limpava uma mesa de pratos. Pisquei um olho. Virou,
sacudindo sua cabeça, mas captei uma careta de sorriso nos cantos de sua boca. E assim
como assim, meu mal humor tinha oficialmente ido. Meu sentido comum ganhou. Não tinha
sentido seguir me atormentando com o incidente de Hotshot mais tempo. Fiz o que tinha que
fazer. Calvin entendeu melhor do que eu fiz. Meu irmão era um imbecil, e Crystal era uma
vadia. Eram feitos com os que tinham que viver.

Concedido, ambos eram pessoas infelizes que agiram mal porque estavam casados com a
pessoa errada, mas ambos eram adultos, pelo menos cronologicamente, e eu não podia
arrumar seu matrimonio mais pra lá do que tinha podido preveni-lo.
Os metas lidavam com seus próprios problemas em sua forma particular, e eu tinha feito o
melhor possível para lhes ajudar. Vampiros, mesma coisa... ou perto pelo menos.

Ok, nem tudo estava melhor, mas o suficiente.

Quando sai do trabalho, não estava completamente incomodada de encontrar Eric me


esperando ao lado de meu carro. Ele parecia estar desfrutando da noite, ficando no frio. Eu
tremia porque não tinha trazido uma jaqueta grossa. A minha não era suficiente.

“Tem sido agradável ser eu mesmo por um tempo” disse Eric inesperadamente.

“Imagino que no Fangtasia estão sempre ao seu redor” disse

“Sempre rodeado de gente que quer coisas” disse

“Mas você desfruta disso, verdade? Ser o grande chefe?”

Eric se viu como se refletisse sobre isso “Sim, gosto. Gosto de ser o chefe. Não gosto de
ser... supervisado. Isso é uma palavra? Estarei feliz quando Felipe de Castro e sua
subordinada Sandy forem embora. Victor ficará para tomar o controle de Nova Orleans”.

Eric estava compartilhando. Isso era quase sem precedentes. Era como um normal dar e
receber entre iguais.

“Como está o novo rei?” ainda que estivesse congelando, não pude resistir manter a
conversa.

“É atrativo, inteligente, sem piedade” disse Eric.

“Como você” poderia ter me esbofeteado.

Eric assentiu logo de um momento “Mas, ainda mais” disse Eric severamente. “Terei que me
manter alerta para permanecer diante dele”.

“É gratificante ouvir você dizer isso” disse uma voz com forte acento.

Isso foi definitivamente um momento desses „Oh Merda!‟ (como digo a mim mesma, um
OM). Um homem lindo saiu entre as árvores, e pestanejei para ele. Como Eric fez uma
reverencia, dei uma longa olhada a Felipe de Castro, desde seus cintilantes sapatos a sua
ousada expressão. Como eu também fiz uma reverencia, ainda que tardiamente, me dei conta
que Eric não tinha exagerado quando disse que o novo rei era lindo.

Felipe de Castro era um latino que deixava a Jimmy Smits nas sombras, e isso que sou uma
grande admiradora do Sr. Smits. Talvez 1,65 de altura ou algo assim, Castro dava a si
mesmo tanta importância e tinha uma postura tão forte que você podia pensar que era baixo –
é mais, para ver outros homens como demasiado altos. Seu grosso e escuro cabelo estava
amarrado fortemente a sua cabeça e levava bigode e barba.
Tinha a pele de cor caramelo e olhos escuros, fortes sobrancelhas arqueadas, nariz forte. O
rei usava uma capa – não estou brincando – uma capa muito longa e negra. Lhes direi quão
impressionante era, nem sequer tinha pensado em rir nervosamente. Além da capa, parecia
vestido para uma noite que incluísse dança flamenca, com uma camisa branca, colete preto, e
jaqueta da mesma cor. Uma de suas orelhas estava perfurada e levava uma pedra escura no
lóbulo. A luz não deixou me dar conta de que tipo: rubi? Esmeralda?

Tinha me endireitado e o olhava fixamente outra vez. Mas quando olhei para Eric, vi que
ainda estava em posição de reverencia. Oh-oh, eu não era uma dos súbitos e não ia fazer-lo
de novo. Iria contra meu americanismo fazer-lo outra vez.

“Olá, sou Sookie Stackhouse” disse, já que o silêncio estava ficando incomodo.
Automaticamente estiquei minha mão, lembrando que os vampiros não fazem isso, assim
que a retirei “Me desculpe” disse;

O rei inclinou sua cabeça “Senhorita Stackhouse” disse, seu acento fazia soar meu nome
encantadoramente. (Senhorita Stekhuss).

“Sim Senhor. Sinto muito conhecê-lo e ir embora, mas está muito frio aqui e preciso chegar
em casa” sorri para ele, meu sorriso lunático de quando estou realmente nervosa “Adeus
Eric” balbuciei e fiquei na ponta do pá para beijá-lo na bochecha. “Me ligue quando tenhas
um minuto. A não ser que você queira que eu fiquei por alguma louca razão?”

“NÃO amor, você precisa ir para casa e te cobrir” disse Eric, pegando minha mãos nas suas
“Ligarei quando o trabalho me permita”.

Quando me soltou, fiz uma desastrada espécie de inclinação em direção ao rei (Americana!
Não acostumada as reverencias) e entrei no carro antes que quaisquer dos vampiros
mudassem de opinião sobre minha ida. Me senti como uma covarde – uma covarde muito
aliviada – quando retrocedi e dirigi fora do estacionamento. Mas já debatia a minha sabia
saída quando virei na Humminbird Road.

Estava preocupada por Eric. Era um fenômeno inteiramente novo, um que me inquietou
muito, e que tinha começado na noite do golpe. Preocupar-se por Eric era como preocupar-se
sobre o bem estar de uma rocha ou um tornado. Quando tinha tido que me preocupar por ele
antes? Ele era um dos mais poderosos vampiros que eu tinha conhecido. Mas Sophie Anne
tinha sido ainda mais poderosa e estava protegida por seu enorme guerreiro Sigebert, e já
vimos o que tinha acontecido a ela. Me senti abrupta e agudamente miserável. O que estava
de errado comigo?

Tive uma idéia terrível. Talvez estava preocupada, simplesmente porque Eric estava
preocupado? Miserável porque Eric era miserável? Podia receber suas emoções tão fortes
nesta distância? Deveria voltar e verificar o que estava acontecendo? Se o rei estava sendo
cruel com Eric, eu não podia se nenhuma maneira ser de ajuda. Tive que para no
acostamento. Não podia dirigir mais.
Nunca tinha tido um ataque de pânico, mas pensei que estava tendo um agora. Estava
paralisada pela indecisão, novamente, não uma de minhas características habituais. Lutando
comigo mesma, tratando de pensar claramente, me dei conta que deveria voltar atrás quisesse
ou não. Era uma obrigação que não podia ignorar, não porque estava amarrada a Eric, se não
porque gostava dele.

Girei as rodas e virei em U na metade de Hummingbird Road. Já que só havia visto carros
desde que deixei o bar, a manobra não era nenhuma violação de transito. Dirigi de volta
bastante mais rápido que a ida, e quando cheguei no Merlotte‟s encontrei o estacionamento
totalmente vazio. Estacionei na frente e tirei meu velho bastão de softball debaixo do banco.
Minha avó tinha me dado de presente no meu aniversário de 16. Era um bom bastão, ainda
que tivesse tido melhores dias. Me movi sigilosamente ao redor do edifício, aproveitando os
arbustos que cresciam ao redor. Urtigas. Odeio urtigas. São desordenadas, feia, tenho alergia
e queimam. Ainda que estivesse coberta por uma jaqueta, calças e meias, no minuto que
estava me arrastando entre as plantas meu nariz começou a escorrer.

Espiei do canto muito cuidadosamente.

Fiquei tão louca que não podia acreditar o que estava acontecendo.

Sigebert, o guardião da rainha, não tinha sido assassinado no golpe de estado. Não senhor,
ele ainda se encontrava entre os não-mortos. E ele estava aqui no estacionamento do
Merlotte‟s, e estava se divertindo bastante com o novo rei, Felipe de Castro, e com Eric e
Sam, quem tinha sido arrastado na rede, provavelmente, em seu caminho desde o bar a seu
acoplado.

Respirei profundamente – um profundo mas silencioso – e me fiz analisar que estava vendo.
Sigebert era um cara como uma montanha e tinha sido o musculoso da rainha por séculos.
Seu irmão, Wibert, tinha morrido a serviço da rainha, e estava segura que Sigebert tinha sido
alvo dos vampiros de Nevada, eles tinham deixado sua marca nele. Os vampiros saram
rápido, mas Sigebert não tinha se ferido muito que ainda dias depois de ter lutado, ele se via
muito machucado. Tinha um profundo corte através da testa e uma horrorosa marca bem
onde deveria estar seu coração. Suas roupas estavam rasgadas, manchadas e asquerosamente
sujas.

Talvez os vampiros de Nevada pensaram que tinha se desintegrado quando, de fato, ele
tinha conseguido escapar e se esconder. Não importa, me disse.

O importante é que tinha tido êxito em amarrar Eric e Felipe de Castro com correntes de
prata. Como? Não era importante, me disse novamente. Talvez esta tendência em me fazer
perguntas mentalmente vinha de Eric, quem se via muito mais machucado que o rei. Com
certeza, Sigebert via Eric como um traidor.

Eric sangrava da cabeça a seu braço claramente quebrado. Castro sangrava pela boca, assim
que Sigebert provavelmente tinha pisado nele. Eric e Castro jaziam no chão, e a luz dos
faróis, se viam mais brancos que a neve. Sam tinha sido amarrado no pára-choque de sua
própria camionete não sei como, e não estava machucado, pelo menos até agora. Graças a
Deus.

Estava tentando imaginar como poderia atacar Sigebert com meu bastão de alumínio, mas
não me ocorreu nenhuma boa idéia. Se aparecesse assim, só riria. Inclusive tão penosamente
ferido como estava, era ainda um vampiro e eu não era rival para ele a não ser que me
ocorresse alguma grande idéia. Assim que olhei, e esperei, mas no final não pude ficar
olhando como machucava Eric; acredite, quando um vampiro te bate, realmente dói. Alem
disso, Sigebert estava tendo um bom momento com a grande faca que trazia consigo.

A melhor arma a meu alcance? Ok, isso seria meu carro. Senti uma pontada de
arrependimento, já que era o melhor carro que tinha tido alguma vez, e Tara tinha me
vendido por 1 dólar quando ela adquiriu outro novo. Mas foi a única coisa em que pensei que
pudesse machucar Sigebert.

Assim que voltei me arrastando, rezando que Sigebert estivesse tão absorto em sua tortura
para que não se desse conta do som da porta do carro. Coloquei minha cabeça no volante e
pensei tão profundamente como nunca tinha pensado. Considerei o estacionamento e sua
topografia, e pensei sobre onde os vampiros estavam, respirei profundamente e arranquei.
Comecei ao redor do edifício, desejando que meu carro se arrastasse sobre a maldita urtiga
como tinha feito, medi a distancia para me permitir manobrar e minhas luzes captaram
Sigebert, e pisei no acelerador para ele com toda potência.

Tentou ir para um lado, mas não era demasiado brilhante e o peguei com as calças abaixadas
(literalmente – de verdade não quero pensar em qual era seu próximo plano de tortura) e bati
nele muito forte, o lançando ao ar e aterrissando com um forte ruído de meu carro. Girei e
freei, porque até aí chegava meu plano. Se deslizou do carro, deixando uma horrível poça de
sangue preto e desapareceu da vista.

Assustada que aparecesse pelo espelho retrovisor, lancei o carro em reverso e pisei no pedal
de novo. Bump. Bump. Puxei o freio de mão e sai, bastão não mão, para encontrá-lo ferido,
com suas pernas e a maioria de seu torso preso debaixo do carro. Corri para Eric e comecei a
lutar com a corrente de prata, enquanto ele me olhava fixamente. Castro estava
amaldiçoando em espanhol, freqüente e fluidamente, e Sam dizia “Rápido Sookie, rápido”
que não me ajudava no meu poder de concentração.

Renunciei as malditas correntes, agarrei a grande faca e cortei as amarras de Sam para que
ajudasse. A faca esteve bastante perto de sua pele como para fazer-lo se queixar uma ou duas
vezes, mas eu estava fazendo o melhor que podia e ele não sangrou. Para lhe dar crédito,
esteve em cima de Castro em tempo Record e começou a liberar-lo enquanto eu corria para
Eric novamente, deixando a faca no chão a meu lado enquanto trabalhava. Agora que tinha
ao menos um aliado que tinha o uso de suas mãos e pernas, pude me concentrar e liberei as
pernas de Eric (pelo menos agora ele podia correr – acho que foi meu pensamento), e então,
muito lentamente, continuei com seus braços e mãos. A prata tinha sido enrolada ao seu
redor muitas vezes, e Sigebert tinha se assegurado que tocasse nas mãos de Eric.
Se viam horrendas. Castro tinha sofrido ainda mais pela corrente já que Sigebert o tinha
despojado de sua linda capa e uma boa parte de sua camisa. Desenrolava o último tramo
quando Eric me empurrou tão forte como pôde, agarrou a faca e ficou sobre seus pés tão
rapidamente que só o vi borrado. Foi para Sigebert, quem tinha levantado o carro para liberar
suas pernas presas. Tinha começado a se arrastar desde em baixo do carro e em outro minuto
ele tinha se liberado.

Mencionei que era uma faca bem grande? E deve ter estado muito afiada também, porque
Eric aterrissou sobre Sigebert e disse “Vai a seu criador”, cortando a cabeça do vampiro
guerreiro.

“Oh” disse tremendo, e sentei abruptamente não gelado chão do estacionamento. “Oh, uou”.

Todos nós ficamos onde estávamos, ofegando, pelo menos por 5 minutos. Logo Sam se
endireitou ao lado de Felipe de Castro e lhe ofereceu sua mão. O vampiro a pegou e quando
estava de pé, se apresentou a Sam, quem automaticamente também se apresentou.

“Senhorita Stackhouse” disse o rei “Estou em divida com você”

A pura verdade.

“Está bem” disse, com uma voz que não estava no nível que deveria.

“Obrigado” disse “se o seu carro ficou muito estragado para arrumar, ficarei feliz de comprar
um novo para você”

“Oh, obrigada” disse com absoluta sinceridade, enquanto me levantava. “Tratarei de dirigi-lo
a casa esta noite. Não sei como poderei explicar o dano. Acha que o seguro acreditará que
passei por cima de um crocodilo?”. Isso acontece ocasionalmente. Era muito estranho que eu
estivesse preocupada pelo seguro do carro?

“Dawson pode dar uma olhada” disse Sam. Sua voz soava tão impar como a minha. Ele
também tinha pensado que ia morrer. “Sei que é um mecânico de motos, mas aposto que
pode concertar seu carro. Ele tem trabalhado no seu todo o tempo”

“Faça o necessário” disse Castro grandiosamente “Eu pagarei. Eric, te importaria explicar o
que acaba de acontecer?” sua voz soava consideravelmente mais dura.

“Deveria pedir explicações a sua gente” retrucou Eric, com certa justificação “Eles não te
dissera, que Sigebert, o guarda-costas da rainha estava morto? Pois aqui está”

“Excelente ponto” Castro olhou para o corpo que começava a desmoronar “Assim que isto
era o legendário Sigebert. Ele foi se unir com seu irmão Wybert” soava muito satisfeito.

Não sabia que os irmão eram famosos entre os vampiros, mas certamente tinham sido
únicos. Suas constituições como montanhas, seu primitivo inglês, sua completa devoção a
mulher que os tinha transformados séculos atrás – seguramente, qualquer vampiro amaria
essa historia. Fraquejei no lugar que estava parada e Eric, se movendo mais rápido do que eu
podia ver, me pegou. Foi em um momento muito „Scarlett e Rhett‟, estragando só pelo fato
que tinha outros dois sujeitos ali, estávamos em entediante estacionamento e eu era infeliz
sobre o dano no meu carro. Além disso, um pouco aterrorizada.

“Como conseguiu pular sobre três caras fortes como vocês?” perguntei. Não me preocupei
sobre Eric me segurando. Me fazia sentir pequena, não era um sentimento que pudesse
desfrutar. Foi um momento de vergonha geral.

“Eu estava parado com minhas costas contra as árvores” explicou Castro “Levava as
correntes arrumadas para lançar-las, a palavra que vocês usam, um lazo”

“Laço” disse Sam.

“Ah, laço. Primeiro lançou ao meu redor, e com certeza, a surpresa foi grande. Antes que
Eric pudesse alcançar-lo, tinha prendido Eric. A dor da prata... muito rapidamente estivemos
amarrados. Quando este – daí apontou para Sam – veio em nossa ajuda, Sigebert o golpeou
deixando-o inconsciente e o amarrou com uma corda que encontrou na parte de trás da
camionete de Sam”.

“Estávamos muito envolvidos em nossa discussão para estarmos alertas” disse Eric. Soava
bastante sombrio, e não o culpei. Mas decidi manter minha boquinha fechada.

“Irônico, ein. Que necessitássemos uma garota humana para que nos resgatasse” disse o rei
despreocupadamente, a mesma idéia que eu tinha decidido calar.

“Sim, muito divertido” disse Eric em um voz nada divertida. “Porque voltou Sookie?”

“Sentia sua, ah, raiva por ser atacado”. Por „raiva‟ se lia desespero.

O novo rei se via muito interessado “Um lazo de sangue, muito interessante”

“Não, não realmente” disse. “Sam, me pergunto se te incomodaria me levar para casa. Não
sei onde você cavalheiros deixaram seus carros, ou se voaram. Me pergunto como Sigebert
soube onde os encontrar”.

Felipe de Castro e Eric mostraram idênticas expressões de duvida.

“Descobriremos” disse Eric, e me soltou. “E então algumas cabeças vão rolar”. Eric era bom
fazendo cabeças rolarem. Era uma de suas coisas favoritas. Estava disposta a por meu
dinheiro a que Castro compartilhava essa predileção, porque o rei parecia antecipadamente
alegre ante a perspectiva.

Sam pegou as chaves se seu bolso sem dizer uma palavra e eu trepei em sua camionete.
Deixamos os dois vampiros envolvidos em uma profunda discussão. O corpo de Sigebert
ainda parcialmente em baixo de meu pobre carro, quase tinha ido, deixando uns resíduos
oleosos e escuros no chão do estacionamento. O bom dos vampiros, não há cadáveres de que
se desfazer.

“Ligarei para Dawson esta noite” disse Sam.

“Oh, Sam, obrigada” disse. “Estou tão feliz que você estivesse ali”

“É o estacionamento do meu bar” disse, e pode ter sido minha própria reação de culpa, mas
acho que detectei uma reprovação. De repente me dei conta que Sam tinha caminhado para
essa situação em seu próprio pátio, uma situação respeito a qual não tinha interesse nenhum e
que quase tinha morrido como resultado. E porque Eric estava no estacionamento para falar
com o... ainda que não estivesse segura do porquê. Mas o ponto era que se eles estavam ali,
era por minha culpa.

“Oh, Sam” disse quase chorando “Não sabia que Eric me esperaria e nem sabia que o rei o
seguiu. Ainda não sei por que estava ali. Me desculpe” disse de novo. Poderia dizer cem
vezes se tirasse aquele tom da voz de Sam.

“Não é sua culpa” disse “Eu pedi para Eric vir em primeiro lugar. É culpa deles. Não sei
como podemos seguir nos intrometendo nessas coisas”.

“Isso foi ruim, mas de alguma maneira você não está agindo como pensei”

“Só quero que me deixem em paz” disse de maneira inesperada “Não quero me ver
envolvido em política sobrenatural. Não quero ter que tomar bandos em merda dos lobatos.
Não sou um lobato nem um ser-alguma coisa. Sou um meta, e nós não nos organizamos.
Somos muito diferentes. Odeio a política dos vampiros ainda mais que a política dos lobatos
e seres-alguma coisa.

“Você está chateado comigo”.

“Não!” parecia estar lutando com o que queria dizer “Não quero isso pata você também.
Você não era mais feliz antes?”

“Você se refere antes de conhecer algum vampiro, antes de saber sobre o resto do mundo que
jaze fora dos limites estabelecidos?”

Sam assentiu.

“De alguma maneira. Era agradável ter uma trajetória clara ante mim” disse “Realmente me
deixa doente a política e as batalhas. Mas minha vida não era nenhum prêmio, Sam. Cada dia
era uma luta para agir como se fosse uma humana comum, como se não soubesse as coisas
que sabia sobre outros humanos. As traições e as infidelidades, os pequenos atos de
desonestidade, a falta de amabilidade. Os julgamentos realmente severos que as pessoas
fazem umas das outras. Sua falta de caridade. Quando você sabe de tudo isso, é duro seguir
em frente algumas vezes. Saber sobre o mundo sobrenatural colocou tudo isso em uma
perspectiva diferente. Não sei porque; as pessoas não são melhores nem piores que os
supernaturais, mas nem todos estão aí.

“Suponho que entenda” disse Sam. Soava um pouco duvidoso.

“Além disso” disse muito tranquilamente “é agradável ser avaliada pelas mesmas coisas que
a gente normal pensa que estou louca”.

“Definitivamente entendo isso” disse Sam. “Mas há um preço”

“Oh, não há duvida disso”

“Você está disposta a pagar?”

“Com muito”

Chegamos a minha calçada. Não tinha luzes acesas. A dupla de bruxas tinha ido para a cama.
Ou talvez estavam farreando ou fazendo feitiços.

“Ligarei para Dawson de manhã” disse Sam. “Ele revisará seu carro. Se assegurará que você
pode usá-lo, ou o levará a sua oficina. Você acha que pode conseguir alguém que te leve ao
trabalho?”

“Claro que posso” disse “Amélia pode me levar”.

Sam me acompanhou até a porta traseira como se fosse um encontro. A luz do alpendre
estava acesa, detalhe de Amélia. Sam colocou seus braços ao meu redor, o que foi uma
surpresa e acomodou sua cabeça perto da minha, e ficamos ai desfrutando do calor do outro
por um longo tempo.

“Sobrevivemos a guerra dos lobisomens” disse “Você sobreviveu ao golpe de estado


vampiro. Agora sobrevivemos ao ataque do guarda-costas frenético. Espero que
mantenhamos nosso recorde”.

“Agora você está me assustando” disse, lembrando todas as outras coisas que sobrevivi. Eu
deveria estar morta, não há duvida disso.

Seus lábios roçaram minha bochecha “Talvez é uma boa coisa” disse e virou para voltar a
sua camionete. O vi por em marcha ré, logo fechei a porta traseira e fui para meu quarto.
Depois de toda a adrenalina e o meso e o passo acelerado da vida (e da morte) no
estacionamento do Merlotte‟s, meu próprio quarto se via pacifica, limpa e segura. Tinha
colocado meu melhor esforço por matar a alguém esta noite.

Foi só sorte que Sigebert tivesse sobrevivido minha tentativa de homicídio veicular. Duas
vezes. Não era de ajuda, mas me dei conta que não sentia remorsos. Era um defeito, mas pelo
momento não me importava. Definitivamente tinha partes de meu caráter que eu não
aprovava e talvez de vez em quando tinha momentos em que não gostava de mim mesma
demasiado. Mas passei através de todos os dias que vinham a mim, e até agora tinha
sobrevivido cada coisa que a vida tinha me lançado. Só podia esperar que o sobreviver
valeria o preço que estava pagando.

Para meu alivio, acordei em uma casa vazia. Nem as palpitantes cabeças de Amélia e
Octavia estavam em baixo de meu teto. Permaneci na cama e me ocorreu algo. Talvez a
próxima vez que tenha o dia livre, o possa passar completamente sozinha. Isso não parecia
que ia acontecer, mas uma garota pode sonhar. Depois de planejar meu dia (ligar para Sam
para saber como estava meu carro, pagar algumas contas e trabalhar), me meti na ducha e
realmente fiquei ali, usei tanta água quente como quis. Pintei minhas unhas dos pés e das
mãos, me vesti com um par de calças e uma camiseta e fui fazer café. A cozinha estava
reluzente de limpa. Deus abençoe a Amélia.

O café estava fantástico, as torradas deliciosas com geléia de framboesa. Inclusive minhas
papilas gustativas estavam felizes. Depois de limpar, praticamente cantava com o prazer de
estar sozinha. Voltei a meu quarto para fazer a cama e por maquiagem.

Com certeza, isso foi o momento em que vieram bater na minha porta traseira, quase me
fazendo pular de susto. Coloquei uns sapatos e fui atender.

Tray Dawson estava aí e estava sorrindo “Sookie, seu carro está bem” disse. “Tive que fazer
algumas pequenas mudanças aqui e ali, e é a primeira vez que tive que raspar cinzas de
vampiro, mas está pronto”.

“Oh, obrigada! Quer entrar?”

“Só por 1 minuto” disse. “Você tem coca-cola na geladeira?”

“Claro que sim”. Lhe trouxe a coca, lhe perguntei se queria alguns biscoitos ou um pão uma
torrada com manteiga para levar e quando recusou ambas me desculpei para ir finalizar
minha maquiagem. Imaginei se Dawson me levaria onde estivesse meu carro, mas resultou
que o tinha trazido com ele, assim que agora eu deveria lhe dar uma carona.
Tinha meu talão de cheques e minha caneta pronta nas mãos quando me sentei na mesa e lhe
perguntei quanto lhe devia.

“Nem um centavo” disse Dawson “O cara novo pagou por tudo”

“O novo rei?”

“Ele mesmo, me ligou na metade da noite. Me contou a historia, mais ou menos, e me


perguntou se poderia dar uma olhada no carro na primeira hora da manhã. Estava acordado
quando ligou, assim que não me incomodou. Fui até o Merlotte‟s esta manhã, disse a Sam
que tinha perdido uma ligação já que sabia de tudo. O segui enquanto ele dirigia o carro até
minha oficina, e coloquei mãos na obra e tivemos sorte”.

Isso era um discurso longo para Dawson. Coloquei o talão de cheques em minha carteira e
escutei, lhe perguntando silenciosamente se queria mais coca ao apontar o copo vazio.
Negou com a cabeça, me fazendo ver que estava satisfeito.

“Temos que reforçar algumas coisas, substituir o deposito do limpa pára-brisas. Sei que há
um carro como o teu no deposito de Rusty, e não levará nada de tempo fazer o trabalho”.

Só poderia lhe agradecer novamente. Dirigi e levei Dawson a sua oficina. Desde a ultima vez
que tinha dirigido por aí, tinha colocado um pórtico em sua casa, a que era modesta mas
arrumada, bem no lado da oficina. Dawson tinha colocado todas as partes e peças de
motocicleta em algum lugar, em vez de ter-las espalhadas ao redor, de maneira pouco
atrativa. E sua camionete estava limpa.

Enquanto Dawson saia do carro, disse “Estou muito agradecida. Sei que os carros não são
sua especialidade e verdadeiramente aprecio que tenhas trabalhado no meu”. o reparador do
Sub-mundo, esse era Tray Dawson.

“Bom, fiz porque quis” disse Dawson e fez uma pausa “Mas se não te importa, gostaria que
você falasse de mim para sua amiga Amélia”.

“Não tenho muita influencia sobre Amélia” disse. “Mas adoraria falar para ela do excelente
cara que você é”. Ele sorriu amplamente, sem pressa. Não pensei que alguma vez veria
Dawson sorrir assim.

“Ela parece saudável” disse, e já que eu não tinha idéia sobre os critérios admirativos de
Dawson, isso me deu uma idéia.

“Você liga para ela, eu lhe dou as referencias” disse.

“É um acordo”.

Nos separamos felizes, e ele trotou até sua loja, não sabia se Dawson seria o gosto de Amélia
ou não, mas faria o melhor para persuadir-la para lhe dar uma chance. Amélia e Octavia
chegaram quando eu ia para o trabalho.
“Como você se sente?” me perguntou Amélia com ar de saber de tudo.

“Bem” disse automaticamente. Então me dei conta que ela pensava que eu não tinha vindo
para casa na noite anterior. Pensava que eu tinha tido passado um bom tempo com alguém.
“Ei, lembra do Tray Dawson, certo? Você o conheceu no apartamento de Maria Estrela”

“Certo”

“Ele vai te ligar. Seja amável”

A deixei fazendo caretas em minhas costas enquanto entrava no carro.

Por uma vez, o trabalho esteve entediante e normal. Terry substituía Sam, já que este odiava
trabalhas nas tardes de domingo. Merlotte‟s estava tendo um dia tranqüilo. Abrimos tarde no
domingos e fechamos cedo, assim que estava pronta para ir para casa as sete. Ninguém
estava no estacionamento, e pude caminhar diretamente a meu carro sem ser acuada por uma
conversa estranha ou um ataque.

A manhã seguinte tinha diligencias que atender na cidade. Estava curta de dinheiro assim
que dirigi até o banco ATM, agitando a mão para Tara Thornton Du Rone. Tara sorriu e me
cumprimentou de volta. O casamento ia bem e esperava que ela e JB fossem mais felizes que
meu irmão e sua esposa. Quando dirigia para fora do banco, para meu assombro encontrei
Alcide Herveaux saindo do escritório de Sid Matt Lancaster, um renomado advogado.
Estacionei e Alcide veio falar comigo.

Deveria ter dirigido sigilosamente, esperando que não me notasse.

A conversa foi incomoda. Alcide tinha tido um monte de coisas que manejar. Sua namorada
estava morta, brutalmente assassinada. Muitos outros membros de sua manada estavam
mortos também. Tinha tido que fazer um grande encobrimento. Mas agora era o líder da
manada e tinha tido que celebrar sua vitoria na forma tradicional. Em retrospectiva, acho que
lhe deu bastante vergonha fazer sexo com uma mulher em publico, em especial tendo
transcorrido tão pouco tempo desde a morte de sua namorada. Eram muitas emoções que eu
lia em sua cabeça, as que se lavaram quando veio a janela de meu carro.

“Sookie, não tive a oportunidade de agradecer por toda sua ajuda naquela noite. Foi uma
sorte para nós que seu chefe decidisse ir com você”.

É, já que você não ia salvar minha vida e ele fez, estou agradecida também. “Não há
problema Alcide” disse, minha voz maravilhosamente calma. Ia ter um bom dia, maldito seja
“Você tem coisas pendentes em Shreveport?”

“A policia não parece ter pistas” diss, olhando ao redor para se assegurar que ninguém mais
estava escutando. “Não encontraram ainda o lugar, e tem chovido bastante. Esperamos que
mais cedo que tarde abandonem a investigação”.

“Ainda estão planejando fazer o Grande Anúncio?”


“Terá que ser cedo. Os chefes de outras manadas da área, tem estado em contato comigo.
Não temos uma reunião de todos os lideres como fazem os vampiros, mai que nada porque
tem 1 líder por cada estado e nós temos um monte de chefes de manada. Parece ser que
escolheremos um representante dentre todos os chefes, um porcada estado, e esses
representantes irão a uma reunião nacional”.

“Isso soa como um passo na direção correta”.

“Além disso, pode ser que perguntemos a outros metas se eles querem se unir a nós. Como
Sam, que poderia pertencer a minha manada em uma forma auxiliar, já que não é um
lobisomem. E seria bom que os lobos solitários, como Dawson, venham as festas de
manada... e uivar com nós ou algo”.

“Dawson parece gostar de sal vida do jeito que está” disse. “E você terá que falar
diretamente com Sam, não a mim, sobre associar-se a vocês formalmente”.

“Certo. Você parece ter muita influencia sobre ele. Só pensei que poderia falar com ele”

Duvidava. Alcide começou a fazer pequenas mudanças em sua postura que me avisaram, tão
claramente como se fosse seu cérebro, que ele estava para ir e seguir com os negócios que o
tinham trazido a Bon Temps.

“Alcide” disse seguindo um impulso. “Tenho uma pergunta”.

“Claro” disse.

“Quem está tomando conta dos filhos de Furnan?”

Me olhou, logo para outro lado “A irmã de Libby. Ela tem três filhos seus, mas disse que
estaria feliz de tomar conta deles. Há suficiente dinheiro para sustentá-los. Quando chegue o
momento de ir para a Universidade, veremos o que podemos fazer pelo garoto”.

“Pelo garoto?”

“É um lobo pura sangue”.

Se tivesse tido um ladrilho em minha mão, não teria me importado usar-lo contra Alcide.
Meu bom Deus. Respirei profundamente. Para lhe dar crédito, o sexo do garoto não tinha
nada que ver. Era seu puro sangue.

“Haverá suficiente dinheiro do seguro para que a garota vá a Universidade também” disse
Alcide, que idiota era “A tia não está muito segura disso, mas sabe que a ajudaremos”

“E ela sabe que são „NÓS‟?”

Ele negou com a cabeça “Lhe dissemos que éramos uma sociedade secreta, como os Maçons,
a qual Furnan pertencia”
Pelo que parecia não tinha mais o que dizer.

“Boa sorte” disse. Ele já tinha tido uma boa parte de sorte, sem contar o que pensam sobre a
morte de duas mulheres que tinham sido suas namoradas. Depois de tudo, ele mesmo tinha
sobrevivido para alcançar a meta de seu pai.

“Obrigado a você, e obrigado novamente por sua parte nessa sorte. Você ainda é uma Amiga
da Manada” disse seriamente. Seus lindos olhos verdes ficaram em minha cara “E você é
uma das minhas mulheres favoritas no mundo” acrescentou inesperadamente.

“Esse é um ótimo elogio, Alcide” disse, e fui embora. Estava feliz de ter conversado com ele.
Alcide tinha amadurecido um monte nas últimas semanas. Considerando tudo, ele tinham se
transformado em um homem ao que admirava muito mais que o antigo.

Nunca esqueceria o sangue e os gritos dessa horrorosa noite nos escritórios abandonados de
Shreveport, mas começava a sentir que algo bom tinha saído de tudo isso. Quando voltei a
casa, encontrei Octavia e Amélia na parte da frente, rastelando. Foi um descobrimento
encantador. Odiava rastelar mais que nada no mundo, mas isso não limpava uma ou duas
vezes durante o outono, as agulhas de pinho cobriam tudo. Tinha estado agradecendo a gente
todo dia. Estacionei atrás e fui na frente.

“Você embolsa estas coisas ou as queima?” perguntou Amélia.

“Oh, as queimo quando a lei me permite” disse. “É muito agradável que vocês tenham
pensado em fazer isso”. Não queria ser muito efusiva, mas ver que a tarefa que menos gosta
de realizar a está fazendo outro era realmente um gosto.

“Necessito do exercício” disse Octavia “Fomos ao Mall em Monroe ontem, assim que estive
muito tempo fechada”.

Pensei que Amélia tratava Octavia mais como uma avó que uma professora.

“Tray ligou?” perguntei.

“Claro que sim” Amélia sorria amplamente.

“Ele acha você linda”

Octavia riu “Amélia, você é uma caçadora de homens”

Ela se via feliz e disse “Acho que é um cara interessante”

“Um pouco mais velho que você” disse, só para que soubesse.

Amélia encolheu os ombros “Não me importa. Estou pronta para ter um encontro. Acho que
Pam e eu somos mais amigas que amantes. E desde que encontrei aquela ninhada de gatps,
estou aberta a negócios com garotos”
“Realmente você acha que Bob fez uma escolha? Não seria, melhor dizendo, instinto?” disse.

Então, o gato em questão apareceu vagando, curioso de ver que estávamos fazendo fora
quando tinha um sofá perfeitamente bom dentro de casa e umas quantas camas.

Octavia suspirou “Oh, inferno” murmurou. Se endireitou e colocou suas mãos ao lado
“Potestas meã te in formam veram tuam commutabit natura ips reaffirmet Incantationes
praeviae deletae sunt” disse.

O gato pestanejou para Octavia. Logo fez um som peculiar, um tipo de gemido que nunca
tinha escutado ontem, antes de sair da garganta de um gato. O ar ao redor dele ficou denso,
nublado, como grosso, e se encheu de fagilhas. O gato gritou outra vez. Amélia olhava o
animal com sua boca aberta. Octavia parecia resignada e um pouco triste. O gato se retorcia
no pasto, e de repente tinha uma perna.

“Deus bendito” disse, e coloquei uma mão sobre minha boca.

Agora tinha duas pernas, duas peludas pernas e logo tinha um pênis e começou a se ver como
um humano completo, gritando todo o tempo. Depois de dois horríveis minutos, o bruxo Bob
Jessup jazia no chão, tremendo mas inteiramente humano. Depois de outro minuto, deixou
de tremer e só se movia nervosamente. Não muita melhora, realmente, mas sim para os
tímpanos.

Quando fiquei de pé, pulou sobre Amélia e começou a fazer um resolvido esforço para a
estrangular até a morte. Agarrei seus ombros para tentar tirá-lo de cima de Amélia.

Octavia disse “Você não quer que eu use magia sobre ti novamente, não?”

Isso foi mais efetivo. Bob soltou Amélia e começou a ofegar no ar frio. “Não posso acreditar
que você fez isso comigo” disse . “Não posso acreditar que passei os últimos meses como
um gato”

“Como se sente?” perguntei “Fraco? Necessitas ajuda para entrar na casa? Te trago algumas
roupas?”

Olhou para si mesmo vagamente. Não tinha levado roupas por um bom tempo, mas ficou
vermelho. “Sim/‟ disse rigidamente. “Sim, gostaria de roupa”.

“Vem comigo” disse. A escuridão caia enquanto levava Bob para a casa. Bob era um tipo
pequeno, e pensei que um par de meus moletons lhe caberiam. Não, Amélia era algo mais
alta, e uma doação de roupa por parte dela parecia mais justo. Peguei a cesta cheia de roupa
limpa que estava nas escada, onde Amélia deixava para subir-la a seu quarto. No fundo tinha
uma velha camiseta azul e um par de calças pretas.

Estendi a roupa para Bob sem dizer uma palavra, e ele as colocou com seus dedos tremendo.
Revisei novamente a pilha de roupa até encontrar umas meias brancas. Bob sentou no sofá
para colocá-las. Isso era o mais longe que podia chegar o vestuário para ele. Seus pés eram
mais grandes que os meus ou os de Amélia, assim que os sapatos estavam descartados.

Bob envolveu seus braços ao redor dele mesmo como se temesse desaparecer. Seu cabelo
escuro grudado em seu crânio. Pestanejou e me perguntei que tinha acontecido com seus
olhos. Esperava que Amélia tivesse guardado os óculos em alguma parte.

“Bob, posso te trazer uma bebida?” perguntei.

“Sim, por favor” disse. Parecia estar tendo problemas para formar as palavras com sua boca.
Suas mãos se moveram para sua boca em um gesto curioso, e me dei conta que era igual
como fazia minha gata Tina quando levantava a pata para lamber a si mesma. Bob se deu
conta o que fazia e desceu o braço abruptamente. Pensei em lhe levar leite em um pote, mas
decidi que seria insultante. Levei chá gelado. Engoliu e fez uma careta.

“Desculpa” disse “Deveria ter te perguntado se gostava de chá”

“Gosto de chá” disse e olhou fixamente o copo como se recém houvesse conectado o chá
com o liquido que tinha tido na boca “É que não estou acostumado”.

Ok, sei que isto soa atroz, mas abri minha boca para perguntar se queria algo triturado.
Amélia estava tentando sua sorte. Mordi o interior de minha boca antes de dizer nada “E que
tal um sanduiche com manteiga e geléia?” perguntei. Não tinha idéia de que falar com Bob.
Ratos?

“Claro” disse. Não parecia saber o que queria fazer na continuação.

Assim que preparei o sanduiche com manteiga e geléia e outro com presunto e pepinos com
mostarda. Comeu os dois, mastigando muito lentamente e cuidadosamente. Depois disse
“desculpe” e se levantou para encontrar o banheiro. Fechou a porta atrás dele e permaneceu
ai por um longo tempo. Amélia e Octavia entraram na casa enquanto Bob estava no
banheiro.

“Sinto muito” disse Amélia.

“Eu também” disse Octavia. Se via ainda mais velha e pequena.

“Sabiam todo este tempo como transformá-lo?”. Tratei de manter meu tom de voz e de não
julgar “Sua tentativa falida foi uma fraude?”

Octavia assentiu com a cabeça. “Tinha medo que se não me necessitassem, não poderia
visitar-las novamente. Teria que ficar todo o tempo com minha sobrinha. Aqui é muito mais
agradável. Teria dito algo cedo, porque minha consciência estava me incomodando muito,
especialmente desde que vivo aqui”. Movia sua cabeça grisalha de um lado a outro. “Sou
uma mulher muito ruim por ter deixado Bob como gato esses dias extra”.
Amélia estava tonta. Obviamente, a atitude de sua professora tinha sido um duro golpe,
eclipsando sua própria culpa do que tinha feito a Bob em primeiro lugar. Amélia era
definitivamente um tipo de pessoa das que vivem o momento.

Bob saiu do banheiro. Se dirigiu a nós “Quero voltar a meu lar em Nova Orleans” disse.
“Onde diabos estamos? Como cheguei até aqui?”

O rosto de Amélia perdeu toda animação. Octavia se via severa. Eu sai silenciosamente do
quarto. Seria muito desagradável ver as duas mulheres contar a Bob sobre o Katrina. Não
queria estar perto quando ele processasse essas horríveis noticias, além de todas as demais
coisas com as que tinha que lidar.

Me perguntei onde teria vivido Bob, se sua casa ou apartamento ainda estava de pé, se suas
posses estavam de alguma maneira intactas. Se sua família estava viva. Escutei a voz de
Octavia subindo e descendo, e logo escutei um terrível silêncio.

Levei ao dia seguinte o Bob no Wal-Mart para comprar um pouco de roupa. Amélia tinha
colocado um pouco de dinheiro na mão de Bob, e ele tinha aceitado porque não tinha outra
opção. Ele não podia esperar para se afastar de Amélia. E não podia dizer que o culpava.

Enquanto dirigíamos para a cidade, Bob se mantinha pestanejando de maneira aturdida.


Quando entramos no armazém, foi ao corredor mais perto e esfregou sua cabeça contra o
canto. Sorri alegremente a Márcia Albanese, uma saudável mulher mais velha que estava
interna num colégio. Não a tinha visto desde que tinha dado a Halleigh uma festa de
casamento.

“Quem é seu amigo?” perguntou Márcia. Ela era tão naturalmente sociável como curiosa.
Não perguntou pelo esfregamento de cabeça, o que fez que a quisesse para sempre.
“Márcia, este é Bob Jessup, um visitante de fora da cidade” disse e desejei ter preparado
uma historia. Bob cumprimentou com a cabeça a Márcia com os olhos muito abertos e
levantou suas mãos e disse a Bob que estava encantada de conhecê-lo.

“Encantado de te conhecer, também” disse Bob. Oh, bem, ele soava realmente normal.

“Vai ficar muito tempo em Bon Temps, Bob?” disse Márcia.

“Oh, Deus, não” disse. “Me desculpe, tenho que comprar alguns sapatos”. E se retirou
(muito suavemente e sinuosamente” ao corredor de sapatos de homens. Usava um par de
flip-flop que Amélia tinha doado, os verde intenso que não eram suficientemente grandes.

Márcia ficou claramente desconcertada, mas realmente não podia pensar em uma boa
explicação.

“Nos vemos” disse e o segui. Bob conseguiu algumas sapatilhas de esporte, algumas meias,
dois pares de calças, duas camisetas e uma jaqueta, mas um pouco de roupa intima. Perguntei
a Bob o que queria comer, e me perguntou se poderia fazer croquetes de salmão.

“Claro que posso” disse, aliviada de que houvesse respondido algo tão fácil, e peguei as latas
de salmão que ia precisar. Também queria pudim de chocolate, o que era bastante fácil,
também. Me deixou as outras seleções do menu.

Jantamos cedo essa noite antes que tivesse que ir para o trabalho, e Bob parecia realmente
feliz com os croquetes e o pudim. Se via muito melhor, também, desde que tinha tomado
banho e colocado suas roupas novas. Inclusive falava com Amélia. Recolhi de sua conversa
que ela tinha lhe mostrado nos sites sobre o Katrina e os sobreviventes, e ele tinha estado em
contato com a Cruz Vermelha. Sua família tinha crescido ali, sua tia tinha vivido em Bay
Saint Louis, no sul de Mississipi, e todos sabíamos o que tinha acontecido ali.

“O que você fará agora?” perguntei, porque imaginei que teria tido um tempo para pensar
nisso.

“Tenho que ir ver” disse, “Quero tentar descobrir o que aconteceu ao meu apartamento em
Nova Orleans, mas minha família é mais importante. E tenho que pensar em algo que lhes
dizer, explicar onde estive e porquê não estive em contato”.

Estávamos todos em silêncio, porque isso era um quebra-cabeça.

“Você poderia lhes dizer que uma bruxa malvada te enfeitiçou” disse Amélia sombria.

Bob respirou. “Podem acreditar” disse, “Sabiam que não era uma pessoa normal. Mas não
acho que podem engolir que durou tanto tempo. Talvez lhes diga que perdi minha memória.
Ou que fui a Las Vegas e me casei”.

“Você estava em contato com eles regularmente, antes do Katrina?” perguntei.


Ele se encolheu. “Cada duas semanas” disse. “Não pensei em nós tão perto. Mas
definitivamente teria tentado depois do Katrina. Os amo”. Pareceu ausente durante um
minuto.

Batemos idéias durante algum tempo, mas realmente não tinha uma razão acreditável pela
que houvesse estado fora de contato durante tanto tempo. Amélia disse que ia comprar para
Bob uma passagem de ônibus para Hattiesburg e ele tentaria encontrar um caminho desde ali
até a área mais afetada assim poderia localizar sua gente. Amélia tinha sua consciência
tranqüila gastando dinheiro em Bob. Não tinha nenhum problema com isso. Ela deveria estar
fazendo tudo isso; e esperava que Bob encontrasse sua gente, ou pelo menos descobrisse o
que tinha lhes acontecido, onde estavam vivendo agora.

Antes de que fosse ao trabalho, estive parada no umbral da cozinha durante um minuto ou
dois, os olhando. Tentei ver que Amélia tinha visto em Bob, o elemento tão poderoso que a
tinha atraído. Bob era magro e não particularmente alto, e pintado cabelo naturalmente liso
caia sobre seu crânio. Amélia tinha desenterrado seus óculos, e eram de armação preta e
grossa. Tinha visto cada polegada de Bob, e me dei conta que a mão natureza tinha sido
generosa com ele em certas sessões masculinas, mas seguramente isso não era suficiente para
explicar as ardentes escapadas sexuais de Amélia com este garoto.

Então Bob riu, a primeira vez que tinha rido desde que era humano outra vez, e consegui.
Bob tinha brancos e alinhados dentes e grandes lábio e quando sorriu, tinha um tipo de
mordaz erotismo intelectual sobre ele.

Mistério resolvido.

Quando cheguei em casa, tinha ido, assim que disse adeus a Bob, pensando que nunca
voltaria a lhe ver, ao menos que decidisse voltar a Bon Temps para se vingar de Amélia.
Enquanto dirigia pela cidade, me perguntava se poderíamos conseguir um gato verdadeiro.
Depois de tudo, tínhamos a caixa de areia, e a comida para gatos. Perguntaria a Amélia e a
Octavia em um par de dias. Isso seguramente lhes daria tempo para deixar de estarem tão
ansiosas sobre o gato Bob.

Alcide Herveaux estava sentado no balcão falando com Sam quando entrei pronta para
trabalhar. Curiosamente, ele se virou de novo. Parei por um segundo, e depois fiz meus pés
se moverem de novo. Lhe cumprimentei com a cabeça, e cumprimentei com a mão a Holly
para lhe dizer que a estava substituindo. Ela levantou um dedo, indicando que estava
terminando a conta de um cliente, e então estaria fora. Recebi um oi de uma mulher e um
como está de um homem, e me senti imediatamente cômoda. Este era meu lugar, meu lar
longe do meu lar.

Jasper Voss queria outro rum com coca-cola, „Siluro‟ queria uma jarra de cerveja para ele,
seu esposa e outro casal, e um de nossos bêbados, Jane Bodehouse, estava pronta para comer
algo. Ela disse que não prestou atenção no que tinha, assim que lhe consegui a oferta da cesta
de frango. Conseguir que Jane comesse era verdadeiramente todo um problema, e esperava
que comesse pelo menos a metade do cesto. Jane estava sentada no extremo oposto do balcão
de Alcide, e Sam fez um sinal para que me juntasse a eles. Dei o pedido de Jane na cozinha e
então fui para ele de má vontade. Me apoiei no extremo do balcão.

“Sookie” disse Alcide, me cumprimentando com a cabeça. “Vim para agradecer a você e
Sam”.

“Bem” disse francamente.

Alcide assentiu, não encontrando meus olhos.

Depois de um momento o novo packmaster disse “agora ninguém se atreverá a tentar


usurpar. Se Priscilla não tivesse atacado no momento que escolheu, com nós todos juntos e
sabendo do perigo fazendo frente como grupo, ela teria podido nos manter divididos e nos
escolhendo até que tivéssemos nos matado”.

“Assim que ela estava louca e você teve sorte” disse.

“Nos mantivemos juntos devido a seu talento” disse Alcide “E você sempre será uma amiga
da manada. Você também Sam. Peça-nos um serviço para você, em qualquer momento, em
qualquer lugar, e estaremos aí”. Ele cabeceou para Sam, colocou dinheiro no balcão e foi
embora.

Sam disse “É agradável ter um favor escondido no banco, huh?”

Tive que devolver o sorriso. „Sim, é uma boa sensação”. De fato, me senti cheia de ânimo de
repente. Quando olhei para a porta, descobri porquê. Eric entrava com Pam a seu lado. Se
sentaram em uma de minhas mesas, e fui até ali, consumida pela curiosidade. Também
exasperada. Não podiam permanecer longe?

Ambos pediram True Blood, e depois de que servisse a Jane Bodehouse sua cesta de frango
e, Sam esquentasse as garrafas, me dirigi de novo a sua mesa. Sua presença não teria
encalhado se Arlene e seus comparsas não tivessem estado no bar nessa noite. Comentavam
de maneira inequívoca enquanto coloquei as garrafas na frente de Eric e de Pam, e tive um
tempo difícil controlando minha calma de garçonete enquanto lhes perguntei se queriam
jarras com elas.

“A garrafa estará bem” Eric disse “Posso necessitar quebrar alguns crânios”

Se eu tinha estado sentindo o ânimo de Eric, Eric estava sentindo minha ansiedade.

“Não, não, não” disse quase em um sussurro. Sabia que podiam me ouvir “Vamos ter paz. Já
temos tido bastante guerra e matança”.

“Sim” conveio Pam. “Podemos reservar a matança mais para frente”.

“Me alegro de ver ambos, mas estou tendo uma tarde ocupada” disse. “Você está fora como
cliente só para conseguir idéias para o Fangtasia, ou posso fazer algo pra você?”
“Podemos fazer algo por você” disse Pam. Ela sorriu a os dois indivíduos com as camisetas
da Irmandade do Sol, e por estar um pouquinho chateada, suas pressas estavam aparecendo.
Esperava que a vista os submetessem, mas eram uns bastardos sem uma ponta de sentido,
isso inflamou seu zelo.

Pam engoliu o sangue e lambeu seus lábios.

“Pam” disse entre dentes. “Por bondade, para de deixar pior”

Pam me deu um sorriso, simplesmente assim golpearia todos os alvos.

Eric disse “Pam” e toda a provocação desapareceu imediatamente, ainda que Pam olhava um
pouco decepcionada. Mas ela se incorporou mais reta, colocou as mãos sobre seu colo, e
cruzou suas pernas no tornozelo. Ninguém poderia parecer mais inocente.

“Obrigado” disse Eric “Querida, essa é você, Sookie, impressionaste tanto a Felipe de Castro
que nos deu permissão para te oferecer nossa proteção formal. Isto é uma decisão tomada
somente pelo rei, você entende, e é um contrato obrigatório. Lhe rendeu tal serviço que esta
era a única maneira de te compensar”

“Então, isso é um grande acordo?”

“Sim, minha amante, é um acordo muito grande. Isso significa que quando nos chame por
ajuda estamos obrigados a vir e arriscar nossas vidas pela sua. Esta promessa de vampiro não
se faz muito, porque crescemos mais e mais ciumentos de nossas vidas quanto mais tempo
vivemos. Terias pensado que seria outra maneira de se aproximar”.

“De vez em quando encontrarás alguém que queira encontrar o sol depois de uma longa
vida” disse Pam, como se ela quisesse deixar as coisas claras.

“Sim” disse Eric, franzindo o cenho. “De vez em quando. Mas ele te oferece um verdadeira
honra, Sookie”

“Estou então obrigada a informar a vocês, Eric , Pam”

“Com certeza; esperava que entrasse sua linda companheira de quarto” disse Pam. Ela me
olhou maliciosamente. Assim que talvez o tempo que perdia com Amélia não tinha sido uma
completa idéia de Eric.

Ri ruidosamente “Bem, tem muito sobre o que pensar nesta noite” disse.

Tinha estado pensando tão duramente na proteção dos vampiros que não tinha notado que o
mais baixo dos afiliados da Irmandade do Sol tinha chegado perto. Agora ele empurrou a
meu lado de tal maneira que chocou com meu ombro, me batendo deliberadamente para um
lado. Cambaleei antes de recuperar meu equilíbrio. Ninguém fez caso, mas uns poucos
clientes do bar perceberam. Sam tinha começado a rodear o balcão e Eric estava de pé
quando virei e desci minha bandeja na cabeça do bastardo com todas as forças que pude
reunir.

Ele cambaleou um pouco. Os que tinham percebido a provocação começaram a aplaudir.

“Isso mesmo Sookie” disse Siluro. “Ei, o babaca fora, a garçonete fica sozinha”.

Arlene estava corada e chateada, e ela quase estalou ali. Sam caminhou para ela e murmurou
algo em seu ouvido. Corou mais ainda e o olhou cheia de ódio, mas manteve sua boca
fechada. O individuo mais alto da Irmandade do Sol veio ajudá-lo e foram embora do bar.
Nenhum deles falou (não estava segura de que o baixinho pudesse falar), mas puderam
também ter tatuado em suas testas „viram o último de nós‟.

Podia ver onde a proteção dos vampiros e a de meu status de amiga da manada poderia ser
prática.

Eric e Pam acabaram suas bebidas e se sentaram o tempo suficiente para provar que não
estava fugindo porque se sentiram incômodos e não iam perseguir os seguidores da
Irmandade. Eric me deu uma gorjeta de vinte e me soprou um beijo enquanto saia pela porta.
Pam também fez, me conseguindo um extra-especial olhar de ódio de minha anterior melhor
amiga Arlene.

Trabalhei muito duro o resto da noite para pensar sobre alguma das coisas interessantes que
tinham acontecido nesse dia. Depois de que todos os clientes se foram, inclusive Jane
Bodehouse (seu filho veio por ela), tiramos os enfeites de Halloween. Sam tinha colocado
uma pequena abóbora para cada mesa e tinha pintado uma cara em cada uma. Me encheram
de admiração, porque as caras eram realmente inteligentes, e algumas delas pareciam com as
dos cliente do bar. De fato, uma se parecia muito a meu querido irmão.

“Não tinha nenhuma idéia de que você pudesse fazer isso” disse e pareceu feliz.

“Foi divertido” disse e pendurou um colar de folhar outonais, com certeza, estavam feitas de
tela, ao redor do espelho do balcão e entre algumas garrafas. Prendi com tachinhas um
esqueleto de tamanho natural de cartolina com pequenos remates nas juntas que podia se
manter em sua postura.

Arrumei isso assim que dançava claramente, não podíamos ter nenhum esqueleto deprimente
no balcão. Tínhamos que tê-los felizes.

Inclusive Arlene se endireitou um pouco porque isto era algo diferente de divertido de fazer,
ainda que tivessemos que ficar um tempo para fazê-lo.

Estava pronta para ir para casa e cair na cama quando me despedi de Sam e de Arlene.
Arlene não me respondei, mas não me lançou nenhum olhar de repugnância que me
concedia geralmente, de qualquer modo.

Naturalmente, meu dia não tinha terminado.


Meu bisavô estava sentado no alpendre dianteiro quando cheguei a casa. Era muito estranho
lhe ver no alpendre se balançando, na curiosa combinação da noite e a luz da lâmpada de
segurança e a hora escura combinava para criar. Desejei por um momento ser tão linda como
ele era, e então tive que sorrir. Estacionei meu carro e sai. Tentei caminhar tranquilamente
subindo os degraus assim não acordaria Amélia, cujo dormitório dava na frente. A casa
estava escura, assim que certeza que estava na cama, a menos que tivesse se atrasado na
estação de ônibus quando levaram Bob.

“Bisavô” disse “me alegro de te ver”

“Estás cansada, Sookie”

“Bom, acabei de sair do trabalho”. Me perguntava se ele alguma vez estaria cansado de si
mesmo. Não poderia imaginar o príncipe das fadas cortando madeira ou tentando encontrar
uma descarga em sua tubulação de água.

“Queria te ver” disse. “Você pensou em algo que possa fazer por você?”. Ele soava
poderosamente esperançado.

Quê noite de gente me dando reações positivas. Porque não tinham mais noites como esta?
Pensei durante um minuto. Os lobisomens tinham feito as pazes, de sua própria maneira.
Quinn tinha sido encontrado. Os vampiros estavam em um novo regime. Os fanáticos da
Irmandade tinham deixado o bar com um mínimo de problemas. Bob era um homem de
novo. Não tinha suposto que Niall desejava oferecer a Octavia um quarto em sua própria
casa, onde quer que isso possa estar. Tudo o que sabia, era que tinha uma casa em um arroio
que gaguejava ou debaixo de um carvalho vivo em alguma parte profunda do bosque.

“Tem algo que quero” disse surpresa por não ter pensado antes.

“O que é?” perguntou, soando totalmente feliz.

“Quero saber o paradeiro de um homem chamado Remy Savoy. Pode ter deixado Nova
Orleans durante o Katrina. Pode ter um filho pequeno com ele”. Dei a meu bisavô o último
endereço conhecido de Savoy.

Niall parecia seguro “O encontrarei para você, Sookie”

“Tenha certeza que apreciarei”

“Nenhuma outra coisa? Nada mais?”

“Tenho que dizer... isto soa poderosamente descortês... mas não posso deixar de me
perguntar porque você parece querer fazer algo para mim tão mau”.

“Porque não faria? Você é meu único parente vivo”.


“Mas você parece ter estado feliz sem mim durante os primeiros vinte e sete anos de minha
vida”

“Meu filho não me deixava chegar perto de você”

“Você me disse, mas não entendi. Porquê? Ele não apareceu para me deixar saber que se
preocupava comigo. Ele nunca se mostrou para mim, ou...” jogou Scrabble comigo, me
enviou um presente de graduação, alugou uma limusine para que fosse ao baile de formatura,
me comprou um vestido bonito, me pegou em seus braços nas muitas ocasiões que chorei
(crescer não é fácil para um telepata). Ele não tinha me salvado se ser molestada por meu tio-
avô, ou resgatou meus pais, um deles era seu filho. Toda esta proteção e observação que
tinha feito de mim presente meu avô Fintan não tinha preço de alguma maneira tangível para
mim; e se tinha sido pago intangívelmente, não tinha conhecimento disso.

Poderia ter acontecido algo pior? Difícil de imaginar.

Supus que meu avô poderia ter estado lutando contra hordas de demônios escravizados fora
da janela de meu quarto cada noite, mas não podia me sentir agradecida se não sabia sobre
isso.

Niall olhava transtornado, que era uma expressão que nunca tinha visto antes nele “Há coisas
que não posse te contar” disse finalmente. “Quando eu mesmo possa falar delas, farei”.

“Certo” disse secamente. “Só que isto não é dar e receber que queria ter com meu bisavô,
tenho que dizer. Eu te conto tudo, e você não me conta nada”.

“Pode não ser o que você queria, mas é o que eu posso te dar” disse Niall com certa frieza.
“Te amo, e tinha esperado que isto fosse suficiente”.

“Fico feliz de escutar que me amas” disse muito lentamente, porque não queria me arriscar a
vê-lo se afastar da Exigente Sookie. “Mas agindo como se fosse inclusive melhor”

“Não ajo como se te amasse?”

“Desapareces e reapareces quando quer. Todas suas ofertas de ajuda não são ajuda do tipo
prático, como as coisas que a maioria dos avôs ou bisavôs fazem. Eles arrumam os carros de
seus bisnetos com suas próprias mãos, ou oferecem ajuda com sua cota da universidade, ou
regam sua grama assim elas não tem que fazer. Ou se encarregam de sua caça. Não vai fazer
isso”.

“Não” disse. “Não vou fazer”. Um fantasma de sorriso atravessou sua cara. “Você não vai
querer vir para caçar comigo”.

Certo, não estava pensando nisso demasiado atentamente. “Assim que, não tenho idéia de
como se supõe que é estar juntos. Você está fora do meu ponto de referência”.
“Entendo” disse seriamente, “Todos os bisavôs que conheces são humanos, e eu não sou.
Você não é o que eu esperava, também”.

“Sim, eu entendo”. Alguma vez conheci outros bisavôs? Entre amigos de minha idade,
inclusive seus avôs não era uma coisa segura. Muito menos seus bisavôs. Mas os que tinha
conhecido eram seres humanos 100 por cento. “Espero não ser uma decepção” disse.

“Não” disse lentamente. “Uma surpresa. Não uma decepção. Sou tão pobre predizendo suas
ações e reações como suas predições cobre mim. Teremos que trabalhar nisso lentamente”.

Me encontrei pensando outra vez porque não estava mais interessado em Jason, cujo nome
ativou uma profunda dor dentro de mim. Cedo ia ter que falar com meu irmão, mas agora
não podia fazer frente a idéia. Quase pedi a Niall que investigasse a Jason, mas depois mudei
minha mente e me mantive silenciosa. Niall observou minha cara.

“Não quer me contar algo, Sookie. Você me preocupa quando fazes isso. Mas meu amor é
sincero e profundo, e encontrarei Remy Savoy para você”. Ele me beijou na bochecha.
“Você cheira como meus parentes” disse de maneira aprobatória.

E ele desapareceu.

Assim que, outra misteriosa conversa com meu misterioso bisavô tinha concluído por ele em
seus próprios términos. Outra vez. Suspirei, pesquei minha chaves em meu moedeiro, e abri
a porta da frente. A casa estava tranqüila e escura, e fiz o caminho da sala de estar ao
corredor fazendo pouco barulho como podia. Acendi meu abajur e realizei minha rotina
habitual de cada noite, cortinas fechadas contra o sol da manhã que tentaria me acordar em
algumas horas.

Teria sido uma cadela ingrata com meu bisavô? Quando repassei o que tinha dito, me
perguntei se tinha soado exigente e suplicante. Era uma interpretação mais otimista, pensei
que podia ter soado como uma mulher plantada, o tipo de pessoa com a que não deveriam se
meter, o tipo de mulher que fala com franqueza.

Girei para o fogo antes de ir para a cama. Octavia e Amélia não tinham se queixado, mas
tinha estado fazendo definitivamente frio nas passadas manhãs. O cheiro de envelhecido que
vem sempre que se utiliza o calor encheu pela primeira vez o ar, e enruguei meu nariz
enquanto me aconchegava em baixo dos lençóis e na manta. Então o barulho do aquecedor
acalmou meu sono.

Tinha estado escutando vozes durante algum tempo antes de me dar conta de que estavam
fora de minha porta. Pestanejei, vi que era de dia e fechei meus olhos outra vez. De volta a
sonho. As vozes continuaram, e podia dizer que estavam discutindo. Abri um olho um pouco
me esforçando para ver o relógio digital da mesinha. Eram nove e meia. Gak. Desde que as
vozes tinha calado ou tinham ido, abri de má vontade ambos olhos na vez, absorta pelo fato
de que o dia não era brilhante, me ergui, empurrando a colcha. Me movi para a janela, deixei
a cama e olhei para fora. Cinza e chuvoso. Enquanto estava parada ali, as gotas começaram a
bater no vidro; ia ser esse tipo de dia.
Fui ao banheiro e ouvi as vozes lá fora agora, estava evidentemente levantada e acordada.
Me lancei a abrir a porta para encontrar minhas companheiras no exterior, o que não era uma
grande surpresa.

“Não sabíamos se deveríamos te acordar” Octavia disse. Ela parecia ansiosa.

“Mas pensei que deveríamos, porque uma mensagem de uma fonte mágica é claramente
importante” disse Amélia. Ela parecia ter dito muitas vezes a poucos minutos, pela expressão
na cara de Octavia.

“Que mensagem?” perguntei, decidindo não fazer caso de parte da discussão desta conversa.

“Este” disse Octavia, me dando um envelope grande de cor bege. Era um papel pesado,
como um super convite de casamento. Meu nome estava no exterior.

Nenhum endereço, só meu nome, estava selado com cera. A impressão na cera era a cabeça
de um unicórnio.

“Ok, ok” disse. Esta ia ser uma carta inusual.

Caminhei para a cozinha para conseguir uma xícara de café e uma faca, e nessa ordem,
ambas bruxas se arrastavam atrás de mim como um coro grego. Tendo vertido o café e tendo
puxado uma cadeira para me sentar na mesa, escorreguei a faca em baixo do selo e o separei
suavemente. Abri a aba e tirei um cartão. No cartão tinha um endereço manuscrito: 1245
Bienville, Red Dicht, Louisiana. Isso era tudo.

“O que significa?” perguntou Octavia. Ela e Amélia estavam naturalmente paradas atrás de
mim, assim poderiam ter uma boa visão.

“É o endereço de alguém a quem estive procurando” disse, ainda que não fosse exatamente a
verdade, mas chegava bem perto.

“Onde está Red Ditch?” perguntou Octavia “Nunca ouvi falar”. Amélia trazida o mapa da
Louisiana da gaveta de debaixo do telefone. Ela olhava em cima da cidade, movendo seu
dedo em baixo das colunas de nomes.

“Não está muito longe” disse “Está vendo?” ela colocou seu dedo em um ponto minúsculo
ao redor de uma hora e meia dirigindo até o sudoeste de Bon Temps.

Bebi meu café tão rapidamente como pude e me meti em um jeans. Coloquei um pouco de
maquiagem e escovei meu cabelo, e fui para fora pela porta da frente para meu carro, com o
mapa na mão.

Octavia e Amélia me seguiram para fora, morrendo por saber o que ia fazer e que significado
tinha a mensagem para mim. Mas teriam que esperar, pelo menos por agora. Me perguntava
porque tinha tanta presa por fazer isso. Não era como se ele fosse desaparecer, a menos que
Remy Savoy fosse uma fada, também.
Pensei que era altamente inverossímil.

Tinha que estar de volta para o turno da tarde, mas tinha um monte de tempo. Dirigi com o
rádio ligado e esta manhã estava em um país do oeste de certo humor. Travis Tritt e Carrie
Underwood me acompanharam e durante o tempo que dirigi até Red Ditch, eu estava
sentindo minhas raízes. Tinha inclusive menos a Red Ditch que a Bon Temps, e isso estava
dizendo algo.

Calculei que seria fácil encontrar a rua Bienville, e tinha razão. Era o tipo de rua que você
pode encontrar em qualquer lugar da América. As casas eram pequenas, asseadas,
encaixadas, com lugar para um carro na garagem e um pequeno jardim. No caso do 1245, o
pátio traseiro, estava cercado e podia ver um pequeno cachorro preto correndo ao redor. Não
tinha uma casinha de cachorro, assim que o cachorrinho era um animal de doméstico. Tudo
estava arrumado, mas não obsessivamente. Os arbustos ao redor da casa estavam cortados
E o jardim rastelado. Dirigi outro par de voltas, e então me perguntei o que ia fazer. Como
descobriria o que queria saber?

Tinha um furgão estacionado na garagem, assim que Savoy estava provavelmente em casa.
Respirei profundamente, estacionei do outro lado da casa, e tentei enviar minha capacidade
extra na caça. Mas em uma vizinhança cheia de pensamentos da gente que vive nestas casa, é
difícil. Pensei que estava obtendo duas ondas de cérebro da casa que estava olhando, mas era
difícil estar absolutamente segura.

“Caralho” disse, e sai do carro. Coloquei minha chaves no bolso da jaqueta e fui pela calçada
para a porta da frente. Bati.

“Espera filho” disse a voz de um homem dentro, e ouvi que a voz de um menino dizia
“Papai, eu! Eu faço!”

“Não, Hunter” disse o homem, e abriu a porta. Ele me olhava através de uma porta de tela e
abriu quando viu que era uma mulher. “Oi” disse “Posso te ajudar?”

Olhei para o menino que se afastou dele para me olhar. Ele tinha talvez uns quatro anos.
Tinha cabelo e olhos escuros. Era a imagem viva de Hadley. Então olhei o homem outra vez.
Algo em sua cara tinha mudado durante meu prolongado silêncio.

“Quem é você?” disse com uma voz inteiramente diversa.

“Sou Sookie Stackhouse” disse. Não podia pensar em nenhuma maneira engenhosa de fazer
isso. “Sou prima da Hadley. Acabo de descobrir onde estavas”

“Não pode reclamar nada sobre ele” disse o homem, guardando um estrito controle sobre sua
voz.

“Claro que não” disse surpresa. “Só quero o conhecer. Não tenho muita família”
Houve outra pausa significativa. Ele estava medindo minhas palavras e minha maneira e
estava dizendo se fechava a porta na minha cara ou me deixava entrar.

“Papai, ela é bonita” disse o garoto, e isso pareceu inclinar a balança a meu favor.

“Entre” disse o ex marido de Hadley.

Olhei ao redor da pequena sala de estar, que tinha um sofá e uma cadeira de balanço, uma
TV e uma estante cheia de DVDs e livros para crianças, e brinquedos espalhados.

“Trabalhei no sábado, assim que hoje estou de folga” disse, no caso de que pensasse que
estava desempregado. “Oh, sou Remy Savoy. Suponho que já sabias”

Assenti.

“Este é Hunter” disse, e o menino teve um momento de vergonha. Se escondeu atrás das
pernas de seu pai e me olhou através delas. “Sente-se por favor” acrescentou Remy.

Empurrei o jornal a um extremo do sofá e me sentei, tentando não olhas fixamente ao


homem ou ao menino. Minha prima Hadley tinha sido muito chamativa, e tinha se casado
com um homem oposto. Era difícil vincular o que causava isso. Seu nariz era grande, sua
mandíbula sobre saia um pouco, e seus olhos grandes estavam um pouco separados. Mas
somando tudo isto era um homem que a maioria das mulheres olhariam duas vezes. Seu
cabelo entre loiro e marrom, e era grosso e capeado, a parte de trás pendurando sobre seu
pescoço. Ele usava uma camisa de flanela desabotoada sobre uma camiseta branca de Hanes.
Jeans. Nenhum sapato. Uma covinha em seu queixo.

Hunter usava calçar de pano e um moletom com um grande balão na frente. Suas roupas
estavam para estrear, ao contrario das que usava seu pai. Tinha acabo de olhar para eles antes
que Remy acabava de me olhar. Ele não achava que tinha nenhum rastro de Hadley em
minha. Meu corpo era mais atarracado e minha tez mais suave, e não era tão dura. Pensou
que me via como se não tivesse muito dinheiro. Pensou que era linda, como fez seu filho.
Mas não confiava em mim.

“Quanto tempo passou desde que ouviu dela?” perguntei.

“Não ouço sobre Hadley desde alguns meses depois de que ele nascera” disse Remy. Estava
acostumado a isso, mas tinha tristeza em seus pensamentos, também.

Hunter estava sentado no chão, brincando com alguns carrinhos. Ele carregou algum Duplo
na parte posterior de um caminhão de descarga, segurando um carro de bombeiros do Duplo
que se sentava na cabine do carro de bombeiros, o carro de descarga deixou cair sua carga
sobre o carro de bombeiros. Hunter conseguiu uma grande batida com isso e disse, “Olha
papai!”

“Estou vendo, filho” Remy me olhava atento. “Porque você está aqui?” perguntou, decidindo
ir direto ao assunto.
“Simplesmente descobri que poderia ter um bebê faz um par de semanas” disse “Não estava
interessado em te localizar até que ouvi”

“Nunca conheci sua família” disse “Como você soube que estava casada? Te contou?” então
disse “ela está bem?”

“Não” disse muito tranquilamente. Não queria que Hunter estivesse interessado. O garoto
carregava todos os Duplos novamente dentro do caminhão de descarga. “Ela morreu antes do
Katrina”,

Podia ouvir o golpe detonando como uma pequena bomba em sua cabeça. “Já era um
vampiro, ouvi” disse incerto, sua voz tremendo. “Que tipo de mortos?”

“Não. Quero dizer realmente, definitivamente”.

“O que aconteceu?”

“Foi atacada por outro vampiro” disse “Ele estava ciumento da relação de Hadley com ela,
ah, ela...”

“Namorada?” nenhuma confusão de amargura na voz de seu ex-marido e em sua cabeça.

“Sim”

“Isso foi indignante” ele disse, mas em sua cabeça toda a indignação tinha se desgastado.
Tinha só uma desalentadora resignação, uma perda de orgulho.

“Não soube nada disto até depois de que falecera”

“Você é sua prima? Lembro que me dizia que tinha... você tem um irmão, verdade?”

“Sim” disse.

“Você soube que tinha se casado comigo?”

“Descobri quando esvaziei sua caixa de segurança faz umas semanas. Não sabia que tinha
tido um filho. Me desculpo por isso”. Não estava segura de porquê me desculpava ou como
poderia saber, mas estava entristecida por não ter considerado o fato de que Hadley e seu
marido poderiam ter tido um filho. Hadley tinha sido uma pouco mais velha que eu, e achava
que Remy tinha provavelmente trinta ou trinta e poucos.

“Você está muito bem” disse repentinamente, e corei, entendendo imediatamente.

“Hadley te disse que tinha uma deficiência” olhei atrás dele, ao garoto, que pulou em seus
pés, anunciando que tinha que ir ao banheiro, e se precipitou fora da sala. Não podia ajudar,
mas sorri.
“Sim, disse algo... disse que você não ia bem na escola” disse com tato. Hadley tinha lhe dito
que estava louca como o demônio. Ele não via nenhuma amostra disso, e se perguntava
porquê Hadley tinha pensado assim. Mas deu uma olhada na direção que o garoto tinha ido, e
sabia que estava pensando que deveria ter cuidado porque Hunter estava em casa, tinha que
estar alerta sobre qualquer amostra de instabilidade, ainda que Hadley nunca tinha
especificado que tipo de loucura tinha.

“É certo” disse “não ia bem. Hadley não era de nenhuma grande ajuda. Mas sua mãe, minha
tia Linda, era uma grande mulher antes de que o câncer a vencesse. Ela foi realmente
encantadora comigo, sempre. Hadley e eu tivemos bons momentos de vez em quando”.

“Poderia dizer o mesmo. Tivemos alguns bons momentos/‟ Remy disse. Seus antebraços, se
penduravam em baixo. Era um homem que sabia o que era trabalho duro.

Houve um som na porta da frente e uma mulher entrou sem bater “Ei, bebê” disse, sorrindo a
Remy. Quando me viu seu sorriso vacilou e se afastou.

“Kristin, ela é uma parente de minha ex-esposa” disse Remy, e não houve nenhuma rapidez
ou desculpa em sua voz.

Kristin tinha um cabelo marrom e longo, os olhos grandes e marrons, teria talvez vinte e
cinco. Ela usava caquis e uma camiseta com uma insígnia no peito, um pato que ria. A
escrita sobre o pato dizia „Jerry Detailing‟.

“É um prazer te conhecer” disse Kristin pouco sincera. “Sou Kristen Duchesne, namorada de
Remy”.

“É um prazer de conhecer” disse, mais honestamente “Sookie Stackhouse”.

“Não ofereceu a esta mulher uma bebida, Remy! Sookie, posso te trazer uma coca-cola ou
uma sprite?”. Ela sabia o que tinha na geladeira. Me perguntava se vivia aqui. Bem, não era
do meu interesse, enquanto ela fosse boa para o filho de Hadley.

“Não, obrigada” disse. “Tenho que ir embora em um minuto” fiz uma pequena representação
de olhar meu relógio. “Tenho que ir trabalhar esta tarde”.

“Oh, onde é isso?” Kristin perguntou. Estava um pouco mais relaxada.

“Merlotte‟s. É um bar em Bon Temps” disse “A umas oitenta milhas daqui”

“Claro, de aí era sua mulher” Kristin disse, dando uma olhada a Remy.

Remy disse “Sookie veio com algumas noticias, estava assustado”. Suas mãos se juntaram,
ainda que sua voz fosse constante. “Hadley está morta”

Kristin inalou bruscamente, mas teve que guardar seu comentário porque Hunter correu de
novo na sala. “Papai, lavei minha mãos” gritou e seu pai sorriu.
“Muito bem, filho” disse, e alvoroçou o cabelo escuro do garoto. “Diga oi para Kristin”.

“Ei, Kristin” disse Hunter sem muito interesse.

Estava parada. Desejava ter um cartão para deixar. Isso parecia raro e incorreto, assim que
caminhei para fora. Mas a presença de Kristin inibia estranhamente. Pegou Hunter e o
colocou em sua cadeira. Ele era absolutamente uma carga para ela, mas fez um esforço para
que parecesse fácil e habitual, ainda que não fosse. Mas amava o pequeno; podia ver em sua
cabeça.

“Gosto da Kristin” disse Hunter, o olhei agudamente.

“Claro” Kristin disse e riu.

Reny olhava de Hunter para mim com cara de preocupação, uma cara que era só o principio
de um olhar preocupado.

Me perguntava como explicar nossa relação a Hunter. Seria bonito ser sua tia chegada, como
dizemos aqui. As crianças não gostam de primos de segundo grau.

“Tia Sookie” disse Hunter, provando as palavras. “Tenho uma tia?”

Respirei profundamente. Sim, Hunter. Pensei.

“Nunca tive uma antes”

“Agora você tem uma” lhe disse e olhei nos olhos de Remy. Estavam assustados. Ele não
tinha explicado com detalhes a si mesmo ainda, mas sabia. Havia algo que tinha que dizer,
sem importar a presença de Kristin. Podia sentir sua confusão e seu sentido de que algo
estava acontecendo sem seu conhecimento. Mas não tinha espaço em minha agenda para me
preocupar com Kristin, também. Hunter era a pessoa importante.

“Vai precisar de mim” disse a Remy. “Quando seja um pouco mais velho, você vai precisar
falar comigo. Meu número está na lista, e não vou a nenhum lugar. Entendeu?”

Kristin disse “O que está acontecendo? Porque estamos sendo tão sérios?”

“Não se preocupe Kristin” Remy disse suavemente. “Só coisas de família”.

Kristin desceu Hunter que serpenteava no chão. “Uh-hu” disse, com o tom de alguém que
sabe de sobra que está colocando um véu sobre seus olhos.

“Stackhouse” lembrei a Remy. “Não adie até que seja muito tarde, quando seja desgraçado.

“Entendo” disse. Parecia desgraçado, consigo mesmo, e não o culpei.

“Tenho que ir” disse outra vez para tranqüilizar Kristin.


“Tia Sookie, você vai embora?” perguntou Hunter. Ele não estava totalmente pronto para me
abraçar ainda, mas pensou. Gostava dele. “Vai voltar?”

“Algum dia, Hunter” disse. “Talvez seu pai te leve algum dia para me visitar”.

Sacudi a mão e Kristin, a de Remy, cujos pensamentos eram estranhos, e abri a porta.
Quando coloquei um pé nos degraus, Hunter disse silenciosamente, Adeus, tia Sookie.

Adeus, Hunter, lhe respondi.

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