| AvauiacAo:
| “MOTOR” DA APRENDIZAGEM
vocé ENTENDEU?
E ISSO MESMO?
De olho na sala de aula
as provas excrites, Analisaremos diferentes questdes ¢ discutirerncs
perguntas feitas nas orovas escritas podem ser elaborads
mais coerentes com orientagbes co
utivistas para o ensino-aprendizagem.
Dia de prova
Raquel comecou a se sent diferente. Nao tirava acuilo da cabeca. Um m+
ute depcis do outro queria rir algum de seus livros, Degcis, rectava em voz
alta aquilo que la
‘Com Jogo néo era multo diferente: nao sala da frente ve seu Leuerno,
preccupado, com os cabelos em pé.
‘Matianinha fazia pouco caso. “EU, heim! Para que me preocupar com isso?"
Paulo nem pouco caso consequia fazer; estava com as oreihas quentes de
tanto ouvir seus pals: "Menino, vem estudar, Voce no quer dar um vexame na
semana que ven, nao €2”.
sim acontece com as criang2s um pouco antes das avallagbes. Nosse
sensagdc é que, para 2 maioria delas, nao importa se estejam mais cu menos
preocuipades, 0 dia a dia muda, £ o calendério escolar que avanca. € a “semana
de provas” que chega. Séo os &nimos que se alteram.
Nés, adultos, ja fizemos muitas provas na nossa vide. £ ainda continuamos
tazendo: quando prestamos um concurse, quando criweirenias &s poucss va
gas iso etc. Mesmo com toda essa experiéncia, na hora H parece que
nao ha como evitar equele friozinho na barriga. Sera que com as crianges Iss0
poderia ser diferente?
17Questionamento
* Come voc# se sente ao fazer uma prova escrita? For que serd que wocd se
sente dessa maneira?
+ Hié quem ache que as criangas na folxa etéria do I40 5¥an0 do Ensino
Fundamental ndo deveiam ser expostas a uma stucco de “dla de prova”,
Qual a sua opinido?
Ensino-aprendizagem-avallacao
Em fungao da experiéncia pessoal, a maloria dos jovens professares tende
2 encarar a avallagéc como algo que acorre somente em momentos isolados,
apés 0 processo de ensine-aprenclzagem, com é finalidade dnica de classiicar
{2 desernpenho dos alunos ern bom ou im.
‘Atualmente, porém, considera-se que 2 avaliagdo permeia todo processo
de ensino-aprendizagem, ajudando o professor a buscar resoostas para as se
guintes pergunt
* Quais as concepcdes dos alunos sobre dado assunto?
* Ocorreu aprendizagem significativa dos conteddos?
* Que esirateules devem ser adotacas para promover essa aprendizagem?
* De que ajuda cada aluno precisa para continuar avangando?
Por isso, cada vez mais se fala ern ensino-aprendizagem-avaliacSo para en-
fatizar a associacto entre esses trés conceltos. Iso significa que 0 professor € 0
aluno v8o constanterente verificar e analisar a coeréncla de suas explicagbes,
95 procedimentos que adatam e as atitudes que toriam. As avaliagbes dever
Portanto, nortear as decisdes a serem tomiadas, agindo como um “motor” das
Tudangas de todo o processo de ensino-aprendizager.
Avalia¢ao escrita: em busca de novos caminhos
138
VANTAGENS DAS PROVAS ESERITAS
Muitos profissionais da educagto citcam 0 uso de proves excritas coma
instrumento de avaliacgo por nao analsarem aspectos mais subjetivs relacio-
nados ao aprendizado. Realmente, pera essa finalidade seriam mais adequados
outros instruments, como a autoavallagdo @ os relatérios ou reistros dos pro-
fessores sobre o progresso de cada um dos alunos
A prove escrita, contudo, é 0 formato mais difundido de avaliagdo, Uma das
razbes que pode justficar sua grande ocorréncia em diferentes situacdes de
ensino-aprendizagem & 0 fato de que 2 prova escrta apresenta uma série de
vantagens praticas, entre elas
+ Avalia muitos alunos e conteddos de uma 6 vez.
+ € um documento que se pode revere analisat.
+ relativamentef&cl de apicar e pode ser fall de corrgi.
+ Sua execugéo evige um tempo relatvamente cute,
Por sero Instrumente de avallacéo mais utlizado, pretendemos priorzar nes
te captulo a andlise das provas escrtas, destacando principalmente formas de
utli2d-as como um instrumento “inserido” no pracesso ensinc-aprendizager,
ANALISANDO UM EXEMPLO
\Vejamas ura prova escitaelaboreda para alunos do 3¢ ano do Ensino Fun-
damental apés uma unidade didstica sobre vegetais e aqudries. Na sequénci,
vamos propor algumas sugestées de como professores que utlzern metodolo-
cise palitadas numa visto construtivsta para 0 ensino-aprendizagem poderiam
reformular tals questées, de modo a torné-ias mais coerentes com suas propos-
tas didaticas.
Aluno: 2292929392 Ane: 99S da
Prova de Ciencias
1 Desenhe e escreva o nome das duas partes mals importantes:
do fruto
iY
Yyy
jj
Wy
| Wy, Wi fh
| wyyiyyiy yy
Yj Uy
2, Escreva o nome das plantas nos lugares certos
linho — eucaipte — algodso — imbuia —cana-de-acicer — peroba
Moves Tecides Indstria
@80880009 990909099 ee0008008
289000088 980009080 05008008
200800009 990000080 3909900009
9. Cscreve 0 gue & necesstro pera montar um aquére
2 99900ec00c00 9 989009000900
1 88eG00000008 4) 988800000000
clog —ssuctos eat se amORNESH 19Questionamento
‘No sua opine, que objet:
Que metodologia de ensino voct acha que o professor que elaborou essa prova
eve ter uvlizade? justifique sua resposta
a prova estd avaliando?
|A prova citada reflete uma situagéo muito comum de avaliagéo no ensino
dde Ciencias para os anos iniias. la ter formato de uma prova escritae fica
evidente que o professor aspera que o aluno "devoiva” aquilo que foi transmi-
100; diga OU repita algo que ja [ui estabelecido em sale de aule,
A primeira @ @ terceira questées s8o exemplos disso. Do modo come estéo,
apresentadas, sugerem que o aluno pode respondé-las acertadamente util-
zando apenas a mem6rie, N3o convidam o aluno a fazer uma real selegso ou
escolha, respectivamente, de quais seriam as partes mais importantes do fruto
eds flor ou de quatro procedimentos para se montar um aquatic.
No entanto, uma prova escrita com a intengo de avaliar a aprendizagem
significativa dos conteudos deve exigir mais dos alunos. Ou sela, para respon-
der &s questdes com que se denaram em seu dia a dia e nas proves escritas, os
alunos dever utizar diferentes cepacidades relacionadas ao ensino-aprendiza-
{gem e no somente 2 meméria
Capacidade
Refere-se & associagdo entre habildade e contesdo espectfico.
| Para lidar com determinada situagdo, sdo requisitadas certas habilidades re-
Incionadas ao dominio cognitivo, como meméria, critica etc, E como dada si
tuagio remete sempre a determinado conjunto de fatos, conceitos e principios
| espectficos, para designar a associagto de habilidade mais conteddo usamos 0
terme capacidade.
\ St eee Pet eer ee)
‘Analisendo a primeira questdo da prova, podemos perceber como essas ca-
pacidades podem ser exigidas para que os alunos formulem suas resoostas.
Numa situacdo de ensino bazeada na aprendizagam signifiativa dos conted-
dos e diente de uma questéo como a apresentada, espera-se que 0 aluno n&o
dé uma resposta mecenicamente, sto é, 0 reconhecimento do que vem a ser
"duas partes mais importantes” de uma estrutura vegetal é aigo que exige
muita ciscussdo. Espera-se, assim, que diferentes alunos cheguem a diferentes
respostas, Para dar uma resposta o aluno deve, além de se lembrar do que jé
memorizou, ter bom conhecimento do assunto e saber lidar com esse conheci-
mento manifestando:
‘+ Perceber @ existencia de diferentes elementos que infiuer na vide vegetal
+ Reconhecer quais so esses elementos, esses fatores essas variave's,
+ Selecionar, entre eles, aqueles que vai utilizar em sua resposta.
‘+ Posicionarse pessoalmente diante da circunstancia proposte ¢ ernitir sua
opinigo,
+ Dominar cs recursos da lingua escrita para
demonstrar a coeréncla do seu pensamento.
ee,
seguir expressarese bem &
140 ‘tons rmarcapaceucaswasscous
PEROBA, IMBUIA
EUCALIPTO, LINO, FLORES,
FRUTOS, HASTE, INDUSTRIA,
MOVETS,
Portanto, nao sé a memeéria, mas diferentes capacidades séo requeridas para
que seam elaboradas as respostas as quest6es que surger sobre os fenémenos
de nialureca, Assim, Ueveinus let uidedo a0 elaborar e comrigir as questées das
provas escritas, de forma a consderar essas outras capacidades,
‘Algumas capacidades cognitivas elementares que podem ser requeridas para
responder a quest6es que avaliam 2 aprencizager significativa dos conteudos
S80 (Noto, 1995, p. 347-61)
Capacidades relacionadas a0 ensino-aprendizagem
Meméria Recordacao ou “chamado”. Evocacéo, no plano abstrato, de um
contesdo.
Percepedo Certa clareza do conteido no plano consciente.
Percepeao pontual ou particular
Restrita a aspectos mals delimitados do conhecimento.
| Percepcao global
| Percepeio de diferentes aspectos do conhecimento que se arti:
calam fornecendo respostas a uma situagao-problema,
Critério Percepeio acentuada de um contesdo:
a) dos aspectos particulares de um fenomen
situacdo;
») das variaveis que influem num fendmenc ou numa situarao.
| Refere-se ao fenémeno em i
ou de uma
Critica Posicionamento do individua em relagdo as variveis, aos fatores
8s evidencias que suportam a existencia de um fendmeno,
sms —asuneso-Nere8 2A wae “1