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Técnicas de Investigação

Percepção Vibracional
De
Vivaldi a Raul
Como pesquisar internamente as
influências musicais
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Marcos 7:34-35

“E, levantando os olhos ao céu,


suspirou, e disse: Efatá; isto é, Abre-te.
E logo se abriram os seus ouvidos, (...)”

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NOTA:

Luz do S.E.R. juntamente com o


Consciência Livre, unem-se para proporcionar
mais um encontro com as possibilidades do saber.

Com o presente curso, sugere-se a proposta


inicial do conhecimento que se encontra solto no
universo à nossa disposição, livre para acessar e
desfrutar. Resta saber de sua existência e ter as
noções necessárias para trabalhá-lo. Não nos
olvidando de que a premissa básica é o querer!

Este livreto não tem o condão de querer se


prevalecer sobre qualquer outro conhecimento,
dogma, doutrina, fé, crença, filosofia, religião,
seita, ordem, tratado, estudo ou até mesmo
opinião pessoal, isso deve ficar bem frisado para
o leitor que busca o Conhecimento! A palavra de
ordem é: LIBERDADE!

Agradecemos aos colaboradores e em


especial ao nosso verdadeiro e real SER Interno.

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“Não existe um lá fora e um aqui dentro. Tudo no
universo está conectado, é apenas um campo de
energia.”
Kheóps Justo

Motivos não nos faltam para indagações.


O ser humano é uma máquina perfeita construída
com uma ferramenta adequada para essa função
maravilhosa que é o pensar, o questionar, reflexionar.
Indagar-se primeiramente sobre os motivos pelos
quais se escolhe dois personagens tão díspares da nossa
historiografia musical seria uma dessas questões que
deveria nos assolar num curso voltado para esse tema.
Pesquisando profundamente antes da construção
deste curso, nos voltamos para o momento em que fomos
incumbidos de ministrá-lo e estruturá-lo.
A opinião das pessoas é formada por conceitos,
conceitos estes que se resumem em gostos e, gosto se
discute – como diria o pensador Immanuel Kant.
Verificando com critério não é muito difícil
perceber muitas similaridades entre o universo pessoal de
Vivaldi com o de Raul, suas paixões pela música, pela

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necessidade de se divulgar uma mensagem à
humanidade, suas dificuldades de reconhecimento e sua
reabilitação musical perante a humanidade após suas
passagens. Se não dissermos o nome de um ou de outro,
pode-se falar de ambos sem que se distinga de quem se
trata no discurso.
Mas, a base que nos compete é a liberdade
conceitual. Livrar-nos do rechaço automático da música
clássica ou do rock nacional é o alicerce principal para
aquele que envereda pelo campo da pesquisa epistêmica
isenta de opiniões subjetivas com o fito unicamente de
extrair o melhor de ambos (ou do que se investiga).
Investigar as escalas musicais, a origem do som
desde as esferas superiores, sua captação e conversão em
notas e sons possíveis de serem percebidos por nossos
aparelhos orgânicos – tanto os ouvidos quanto nossas
células – é obra para poucos, portanto, considerados
mestres!
Podermos fazer uso de uma pequena parcela desse
momento importante que é o ato de ouvir uma música, é
saber com consciência o que nos serve e o que não nos

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serve internamente e a música é um veículo muito
especial nesse sentido.
A música nos transporta e nos conduz a frequências
diversas e multidimensionais, não somente alcançando
notas que nossos ouvidos podem ouvir, mas fazendo
vibrar nossos átomos em um ritmo distinto e diferente do
que estamos acostumados em nossa rotina diária. Não
sermos vítimas involuntárias do processo musical que
hoje se alastra é um ato de esforço pessoal importante,
tanto quanto não sermos omissos às músicas que
alimentam a alma e nos ajudam a resgatar partículas
importantíssimas de nossa própria existência evolucional.
Como fazer isso? Como desfrutar desse cenário
musical tão amplo e variado que está ao nosso alcance?
Buscando entrar em sintonia com as esferas vibracionais
da música e seus Mestres. Entretanto, um exercício
absolutamente opcional, eis que a proposta é consciência
livre.
Este o estímulo do presente curso de Percepções
Vibracionais, esta a oportunidade que se apresenta para
quem dedica um pouco de tempo a si mesmo e refletir,

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compreender, assimilar de uma forma díspar esse novo
projeto de vida.

À todos, um bom proveito.

LUZ DO SER CONSCIÊNCIA LIVRE

http://www.luzdoser.org http://kheops.blog.terra.com.br

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“Essa energia de frequência elevada penetra o
nosso sistema nervoso, nosso coração, nosso
cérebro, aumentando assim a nossa energia, e
assegurando-nos uma vida melhor.”
Gilberto Franzoni

Antonio Lucio Vivaldi

Antonio Lucio Vivaldi, nascido em Veneza, 4 de março


de 1678 e falecido em Viena, 28 de julho de 1741, foi
um compositor e músico italiano do estilo barroco
tardio. Tinha a alcunha de il prete rosso ("o padre
vermelho") por ser um sacerdote de cabelos ruivos.

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Compôs 770 obras, entre as quais 477 concertos e 46
óperas. É, sobretudo conhecido popularmente como
autor da série de concertos para violino e orquestra Le
quattro stagioni ("As Quatro Estações").

Filho de Camila Calicchio e Giovanni Battista Vivaldi , era


o mais velho de sete irmãos. Seu pai, um barbeiro, mas
também um talentoso violinista (alguns chegam a
considerá-lo como um virtuoso), ajudou-o a iniciar uma
carreira no mundo da música, matriculando-o ainda
pequeno, na Capela Ducal de São Marcos para
aperfeiçoar seus conhecimentos musicais e foi
responsável pela sua admissão na orquestra da Basílica
de São Marcos, onde se tornou o maior violinista do seu
tempo. Em 1703, Vivaldi tornou-se padre. Em 1704, foi-
lhe dada dispensa da celebração da Santa Eucaristia
devido à sua saúde fragilizada (aparentemente sofreria
de asma), tendo-se voltado para o ensino de violino
num orfanato de moças chamado Ospedale della Pietà
em Veneza. Pouco tempo após a sua iniciação nestas
novas funções, as crianças ganharam-lhe apreço e
estima; Vivaldi compôs para elas a maioria dos seus
concertos, cantatas e músicas sagradas. Em 1705 a
primeira colecção (raccolta) dos seus trabalhos foi
publicada. Muitos outros se lhe seguiram. No orfanato,
desempenhou diversos cargos interrompidos apenas
pelas suas muitas viagens. Em 1712 compôs o "Estro
armonico", uma coleção de 12 concertos que repercutiu
em toda a Europa e mais tarde teve seis obras
transcritas por Bach, em 1713, tornou-se responsável
pelas atividades musicais da instituição. Em paralelo

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com suas atividades sacras, Vivaldi obteve permissão
para apresentar no teatro de Santo Ângelo suas
primeiras óperas e alguns concertos: "Outtone in villa" e
"Orlando Furioso" e entre outros concertos, "La
Stravaganza". Em 1723 publicou o Opus 8, que contém
"As Quatro Estações", sua obra mais conhecida.

Apesar do seu estatuto de sacerdote, é suposto ter tido


vários casos amorosos, um dos quais com uma de suas
alunas, a cantora Anna Giraud, com quem Vivaldi era
suspeito de manter uma menos clara atividade
comercial nas velhas óperas venezianas, adaptando-as
apenas ligeiramente às capacidades vocais da sua
amante. Este negócio causou-lhe alguns dissabores com
outros músicos, como Benedetto Marcello, que terá
escrito um panfleto contra ele.

Vivaldi foi realmente um compositor prolífico e a sua


fama deve-se, sobretudo à composição das seguintes
obras:

Concertos: Há divergências sobre o número exato de


concertos compostos por Vivaldi. Algumas publicações
contam 550 concertos compostos por ele. Em outras
publicações, cita-se 477 concertos e outros ainda 456.
Seus concertos mais conhecidos e divulgados são Le
quattro stagioni (As quatro estações).

46 óperas,

44 motetos,

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sinfonias,

2 serenatas,

73 sonatas,

100 árias

30 cantatas

música de câmara (mesmo se algumas sonatas para


flauta, como Il Pastor Fido, lhe tenham sido
erradamente atribuídas, apesar de compostas por
Nicolas Chédeville),

música sacra - três oratórios (Oratorio Juditha


Triumphans, composto para a Pietá; dois Gloria; Stabat
Mater; Nisi Dominus; Beatus Vir; Magnificat; Dixit
Dominus e outros).

Menos conhecido é o fato de a maior parte do seu


repertório ter sido descoberto apenas na primeira
metade do século XX em Turim e Gênova, mas publicado
na segunda metade. A música de Vivaldi é
particularmente inovadora, quebrando com a tradição
consolidada em esquemas; deu brilho à estrutura formal
e rítmica do concerto, repetidamente procurando
contrastes harmônicos, inventando melodias e trechos
originais.

Ademais, Vivaldi era francamente capaz de compor


música não-acadêmica, apreciada supostamente pelo
público geral, e não só por uma minoria intelectual. A

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alegre aparência dos seus trabalhos revela uma alegria
de compor. Estas estão entre as razões da vasta
popularidade da sua música. Esta popularidade
rapidamente o tornou famoso em países como a França,
na altura muito fechada nos seus valores nacionais.

Legado

Johann Sebastian Bach foi deveras influenciado pelo


concerto e Aria de Vivaldi (revivido nas suas Paixões e
Cantate). Bach transcreveu alguns dos concertos de
Vivaldi para o cravo, bem como alguns para orquestra,
incluindo o famoso Concerto para Quatro Violinos e
Violoncelo, Cordas e Baixo Contínuo. Contudo, nem
todos os músicos demonstraram o mesmo entusiasmo:
Igor Stravinsky afirmou em tom provocativo que Vivaldi
não teria escrito centenas de concertos, mas um único,
repetido centenas de vezes.

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Capa da primeira edição de Juditha Triumphans

Apesar de todos os detratores e das críticas negativas


que Vivaldi recebeu, seu talento é inegável. Foi o
compositor que inventou ou, pelo menos, estabeleceu a
estrutura definitiva do concerto e da sinfonia. Foi o
primeiro compositor a usar consistentemente a forma
ritornelo em seus concertos, como pode ser verificado
em "As quatro estações". Sua facilidade na escrita era
impressionante, escrevia tão rápido quanto a pena o
permitia. Consta que demorava a escrever um novo
concerto em menos tempo que um copista a copiá-lo.

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A ressurreição do trabalho de Vivaldi no século 20 deve-
se, sobretudo aos esforços de Alfredo Casella, que em
1939 organizou a agora histórica Semana Vivaldi. Desde
então, as composições de Vivaldi obtiveram sucesso
universal, e o advento da "atuação historicamente
informada" conseguiu catapultá-lo para o estrelato
novamente. Em 1947 o empresário veneziano Antonio
Fanna fundou o Instituto Italiano Antonio Vivaldi, cujo
primeiro diretor artístico foi o compositor Gian
Francesco Malipiero, com o propósito de promover a
música de Vivaldi e publicar novas edições de seus
trabalhos.

A música de Vivaldi, juntamente com a de Mozart,


Tchaikovsky, Corelli e Bach foi incluída nas teorias de
Alfred Tomatis sobre os efeitos da música no
comportamento humano, e usada em terapia musical.

Últimos anos e morte

Vivaldi, tal como muitos outros compositores da época,


terminou sua vida em pobreza. As suas composições já
não suscitavam a alta estima que uma vez tiveram em
Veneza; gostos musicais em mudança rapidamente o
colocaram fora de moda, e Vivaldi terá decidido vender
um avultado número dos seus manuscritos a preços
irrisórios, por forma a financiar uma migração para
Viena. As razões da partida de Vivaldi para essa cidade
não são claras, mas parece provável que terá querido
conhecer Carlos VI, que adorava as suas composições
(Vivaldi dedicou La Cetra a Carlos em 1727), e assumiu a

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posição de compositor real na Corte Imperial. Contudo,
pouco depois da sua chegada a Viena, Carlos VI viria a
morrer. Este trágico golpe de azar deixou o compositor
desprovido da proteção real e de fonte de rendimentos.
Vivaldi teve que vender mais manuscritos para
sobreviver. Faleceu pouco tempo depois, no dia 28 de
julho de 1741. Foi-lhe dada sepultura anônima de pobre
(a missa de Requiem na qual o jovem Joseph Haydn teria
cantado, no coro). Igualmente desafortunada, sua
música viria a cair na obscuridade até aos anos de 1900.

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“O que as pessoas realmente procuram é um
entendimento que não lhes obrigue a fazer
mudança alguma em suas vidas".
General Uchôa.

Raul Santos Seixas

Raul Santos Seixas, nascido em Salvador-BA, aos 28 de


junho de 1945, faleceu em São Paulo, aos 21 de agosto
de 1989, foi um cantor, compositor, produtor e músico

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brasileiro, é considerado por muitos o maior
representante do rock brasileiro.

Biografia

Filho do engenheiro Raul Varella Seixas e da dona de


casa Maria Eugênia Santos Seixas, Raul nasceu e cresceu
na cidade de Salvador. Tinha um irmão, quatro anos
mais novo, Plínio Seixas. Em casa, mergulhava nos livros
que tinha à disposição, na biblioteca do pai.

Seu gosto musical foi se moldando: primeiro, no rádio,


acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga, e nas viagens,
onde acompanha o pai, ouve os matutos desfiarem
repentes - e esta "raiz" nordestina nunca o abandonara.
Porém, logo Raul Seixas conheceu um estilo que
influenciou muito sua vida: o Rock'n Roll. Raul teve
contato com o Rock através do consulado norte-
americano, que ficava próximo de sua casa. A partir daí,
foram muitas horas diárias na loja "Cantinho da
Música", ouvindo discos de rock e várias sessões nos
cinemas, onde passou a apreciar as performances de
Elvis Presley, de quem torna-se fã. Tão fã que chega a
fundar o "Elvis Presley Fã-Clube de Salvador". Sempre
gostou também de clássicos do rock dos anos 50 e 60.

Juntamente com alguns amigos de Salvador, monta um


conjunto, "Os Relâmpagos do Rock", a primeira banda
de Salvador a utilizar instrumentos elétricos. Mais tarde,

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a banda muda de nome, passa a se chamar "The
Panters", e por último "Raulzito e os Panteras". Fazem
shows pelo estado em bailes e festinhas e até mesmo
para um público de duas mil pessoas no Festival da
Juventude. Mas o sucesso da banda não ultrapassava o
eixo baiano, fato que aborrecia Raul. A decepção com o
mundo artístico foi reforçada pelo namoro com a
americana Edith Wisner. A pedidos do pai da garota -
que era pastor protestante - Raul abandona a carreira
musical.
Algum tempo depois casa-se com Edith e passa a
lecionar inglês e violão para ganhar a vida.

Em 1967, Jerry Adriani vai a Salvador realizar um show,


mas ele necessita de um músico local para tocar com
sua banda. O pessoal local o indica Raulzito e Os
Panteras. Raul Seixas o impressiona e é convidado para
acompanhá-lo numa turnê pelo Rio de Janeiro pedido
este que Raul Seixas aceita de imediato. E lá ele grava
um disco pela gravadora Odeon.
Após algum tempo, Raul foi convidado por Evandro
Ribeiro para ser produtor da CBS (atual Sony BMG). Ali
participa da produção de diversos artistas da Jovem
Guarda, como o próprio Jerry Adriani, Leno e Lilian e
mais tarde Sérgio Sampaio, Diana, entre outros.
Também compõe sessenta músicas para a Jovem
Guarda.

Em 1971, Raul acaba se rebelando. Aproveitando a


ausência do presidente da empresa, grava seu segundo

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LP (intitulado Sociedade da Grã-Ordem Kavernista
Apresenta Sessão das 10), em que faz parceria com
Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star. O disco,
todavia, foi retirado do mercado sob o argumento de
não se enquadrar à linha de atuação da gravadora e Raul
acabou demitido.

Em 1972, participou do VII FIC (Festival Internacional da


Canção), promovido pela Rede Globo, e conseguiu a
classificação de duas músicas, "Let Me Sing, Let Me
Sing" (um misto de baião e rockabilly) e "Eu Sou Eu
Nicuri é o Diabo". Devido à façanha, assinou com a
gravadora Philips (atual Universal Music) para gravar o
álbum Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, que não
tinha o seu nome na capa.

No início dos anos 1970, Raul se interessou por um


artigo sobre extraterrestres publicado na revista A
Pomba e teve o seu primeiro contato com o escritor
Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro
musical.

No ano de 1973, Raul conseguiu um grande sucesso com


a música "Ouro de Tolo" no álbum Krig-Ha, Bandolo,
uma música com letra quase autobiográfica, mas que
debocha da Ditadura e do "Milagre Econômico".
O mesmo LP também continha outras músicas que se
tornaram grandes sucessos, como: "Metamorfose
Ambulante, "Mosca na Sopa" e Al Capone.

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Raul Seixas finalmente alcançou grande repercussão
nacional como uma grande promessa de um novo
compositor e cantor. Porém, logo a imprensa e os fãs da
época foram aos poucos percebendo que Raul não era
apenas um cantor e compositor.

No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a


Sociedade Alternativa, uma sociedade baseada nos
preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, onde a
principal lei é "Faze o que tu queres, há de ser tudo da
Lei". Em todos os seus shows, Raul divulgava a
Sociedade Alternativa com a música de mesmo nome. A
Ditadura, então, através do DOPS (Departamento de
Ordem Política e Social) prendeu Raul e Paulo, pensando
que a Sociedade Alternativa fosse um movimento
armado contra o governo. Depois de torturados, Raul e
Paulo foram exilados para os Estados Unidos onde Raul
Seixas teria supostamente se encontrado com John
Lennon. No entanto, o seu LP Gita gravado poucos
meses antes faz tanto sucesso com a música "Gita", que
a Ditadura achou melhor trazer os dois de volta ao Brasil
para não levantar suspeitas sobre seus
desaparecimentos. O álbum Gita rendeu a Raul um disco
de ouro, após vender 600.000 cópias. Ainda neste ano,
Raul separa-se de Edith, que vai para os Estados Unidos
com a filha do casal, Simone.

Em 1975, casa-se com Gloria Vaquer, e grava o LP Novo


Aeon, onde Raul compôs uma de suas músicas mais

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conhecidas, "Tente Outra Vez". O LP, porém, vendeu
menos de 60 mil cópias.

Em 1976, Raul supera a má-vendagem do disco anterior


com o disco Há Dez Mil Anos Atrás. Neste mesmo ano,
nasce sua segunda filha, Scarlet.
Naquele final de década as coisas começaram a ficar
ruins para Raul. A parceria com Paulo Coelho é desfeita.
O cantor lança três discos pela WEA (hoje Warner Music
Brasil), a partir de 1977, que fizeram sucesso de público
e desgosto na crítica (O Dia Em Que A Terra Parou, que
continha canções como "Maluco Beleza" e "Sapato 36";
Mata Virgem, em 1978 e Por Quem Os Sinos Dobram,
em 1979). Por volta deste período, intensifica-se a
parceria com o amigo Cláudio Roberto, com quem Raul
compôs várias de suas canções mais conhecidas.
A partir do ano de 1978, começa a ter problemas de
saúde devido ao consumo de álcool, que lhe causa a
perda de 1/3 do pâncreas. Separa-se de Glória, que vai
embora para os EUA levando a filha Scarlet. Neste ano,
conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver.
No ano de 1979, separa-se de Tania. Começa então a
depressão de Raul Seixas junto com uma internação
para tratar do alcoolismo. Conhece Angela Affonso
Costa, a Kika Seixas, sua quarta companheira.

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Altos e baixos

No ano de 1980, assina novamente contrato com a CBS


(desta vez como cantor) lançando mais um álbum, Abre-
te Sésamo, que contém outros sucessos e têm as faixas
"Rock das 'Aranha'" e "Aluga-se" censuradas. Logo
depois o contrato é rescindido.

Em 1981 nasce a terceira filha, Vivian, fruto de seu


casamento com Kika.

Em 1982 faz um show na praia do Gonzaga, em Santos,


reunindo mais de 150 mil pessoas. No mesmo ano, Raul
apresenta-se bêbado em Caieiras, São Paulo, e é quase
linchado pela platéia que não acredita que Raul é o
próprio, mas um impostor.

Desde 1980 Raul estava sem gravadora e agora também


sem perspectiva de um novo contrato. Mergulhado na
depressão, Raul afunda-se nas drogas. Porém, em 1983,
Raul é convidado para gravar um disco pelo Estúdio
Eldorado. Logo depois, Raul é convidado para gravar o
especial infantil Plunct, Plact, Zuuum da Rede Globo,
onde canta a música "Carimbador Maluco". O álbum
Raul Seixas (1983), que continha a canção, dá à Raul
mais um disco de ouro. Em 1984 grava o LP "Metrô
Linha 743" pela gravadora Som Livre. Mas depois Raul
teve as portas fechadas novamente, devido ao seu
consumo excessivo de álcool e constantes internações

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para desintoxicação. Também em 1984 a Eldorado lança
o disco Ao Vivo - Único e Exclusivo.

Em 1985, separa-se de Kika Seixas. Faz um show em 1º


de dezembro 1985, no Estádio Lauro Gomes, na cidade
de São Caetano do Sul. Só voltaria a pisar no palco no
ano de 1988, ao lado de Marcelo Nova.

Conseguindo um contrato com a gravadora Copacabana,


em 1986 (de propriedade da EMI), grava um disco que
foi lançado somente no ano seguinte, devido ao
alcoolismo de Raul. O disco Uah-Bap-Lu-Bap-Lah-Béin-
Bum! faz grande sucesso entre os fãs, chegando a
ganhar disco de ouro e estando presente até em
programas de televisão, como o Fantástico. Nesta
época, conhece Lena Coutinho, que se torna sua
companheira. A partir desse ano, estreita relações com
Marcelo Nova (fazendo uma participação no disco Duplo
Sentido, da banda Camisa de Vênus).

Um ano mais tarde, 1988, já separado de Lena, faz seu


último álbum solo, A Pedra do Gênesis.
A convite de Marcelo Nova, faz alguns shows em
Salvador, após três anos sem pisar num palco.

No ano de 1989, faz uma turnê com Marcelo Nova,


agora parceiro musical, totalizando 50 apresentações
pelo Brasil. Durante os shows, Raul mostra-se
debilitado. Tanto que só participa de metade do show, a
primeira metade é feita somente por Marcelo Nova.

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"Canto Para Minha Morte"

Universo Alternativo - Profeta Raul Seixas

As 50 apresentações pelo Brasil resultaram naquele que


seria o último disco lançado em vida por Raul Seixas. O
disco foi intitulado de A Panela do Diabo, que foi
lançado pela Warner Music Brasil no dia 19 de agosto de
1989.

Dois dias depois, na manhã do dia 21 de agosto de 1989,


Raul Seixas foi encontrado morto sobre a cama pela sua
empregada Dalva, por volta das oito horas da manhã,
vítima de uma parada cardíaca: seu alcoolismo,
agravado pelo fato de ser diabético, e por não ter
tomado insulina na noite anterior, causaram-lhe uma

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pancreatite aguda fulminante. O LP A Panela do Diabo
vendeu 150.000 cópias, rendendo a Raul um disco de
ouro póstumo, entregue à sua família e também a
Marcelo Nova, tornando-se assim um dos discos de
maior sucesso de sua carreira.
Após a morte

Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas


de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos,
como O Baú do Raul (1992), Raul Vivo (1993 - Eldorado),
Se o Rádio não Toca... (1994 - Eldorado) e Documento
(1998). Inúmeras coletâneas também foram lançadas,
como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de (1993), a
grande maioria sem novidades, mas algumas com
músicas inéditas como As Profecias (com uma versão ao
vivo de "Rock das Aranhas") de 1991 e Anarkilópolis
(com "Cowboy Fora da Lei Nº2") de 2003. Sua penúltima
mulher, Kika, já produziu um livro do cantor (O Baú do
Raul), baseado em escritos dos diários de Raul Seixas
desde os seis anos de idade até a sua morte.

Em 2004, o canal a cabo Multishow promoveu um show


especial de tributo a Raul, intitulado O Baú do Raul: Uma
Homenagem a Raul Seixas. O show, gravado na Fundição
Progresso (Rio de Janeiro) e lançado em CD e DVD,
contou com artistas como Toni Garrido, CPM 22,
Marcelo D2, Gabriel o Pensador, Arnaldo Brandão,
Raimundos, Nasi, Caetano Veloso, Pitty e Marcelo Nova
(os três últimos, baianos, como Raul).

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Lápide de Raul Seixas

Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua


fazendo sucesso entre novas gerações. Vinte anos
depois de sua morte, o produtor musical Mazzola, amigo
pessoal de Raul, divulgou a canção inédita "Gospel",
censurada na década de 1970. A canção foi incluída na
trilha sonora da telenovela Viver a Vida, da Rede Globo.

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AS QUATRO ESTAÇÕES.

Vivaldi

A primavera: Adagio-Largo-Allegro

O Verão: Allegro Non Molto-Adagio Molto-Presto

O Outono: Allegro-Adagio Molto

Inverno: Allegro Non Molto - Largo - Allegro

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As Profecias
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho
Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil
Um dia de maio ou abril
Sem qualquer amigo do lado
Sozinho em silêncio calado
Com uma pergunta na alma
Por que nessa tarde tão calma
O tempo parece parado?

Está em qualquer profecia


Dos sábios que viram o futuro,
Dos loucos que escrevem no muro.
Das teias do sonho remoto
Estouro, explosão, maremoto.
A chama da guerra acesa,
A fome sentada na mesa.
O copo com álcool no bar,
O anjo surgindo no mar.
Os selos de fogo, o eclipse,
Os símbolos do apocalipse.
Os séculos de Nostradamus,
A fuga geral dos ciganos.

- 31 -
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.

Um gosto azedo na boca,


A moça que sonha, a louca.
O homem que quer mas se esquece,
O mundo do dá ou do desce.
Está em qualquer profecia
Que o mundo se acaba um dia.
Sem fogo, sem sangue, sem ais
O mundo dos nossos ancestrais.
Acaba sem guerras mortais
Sem glorias de Mártir ferido
Sem um estrondo, mas com um gemido.

Os selos de fogo, o eclipse


Os símbolos do apocalipse
A fuga geral do ciganos
Os séculos de Nostradamus.

Está em qualquer profecia


Que o mundo se acaba um dia (3x)

Um dia...
Sim, sim, sim...

- 32 -
Meu Amigo Pedro
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho
Muitas vezes, Pedro, você fala
Sempre a se queixar da solidão
Quem te fez com ferro, fez com fogo, Pedro
É pena que você não sabe não

Vai pro seu trabalho todo dia


Sem saber se é bom ou se é ruim
Quando quer chorar vai ao banheiro
Pedro as coisas não são bem assim

Toda vez que eu sinto o paraíso


Ou me queimo torto no inferno
Eu penso em você meu pobre amigo
Que só usa sempre o mesmo terno

Pedro, onde você vai eu também vou


Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Tente me ensinar das tuas coisas


Que a vida é séria, e a guerra é dura
Mas se não puder, cale essa boca, Pedro
E deixa eu viver minha loucura

Lembro, Pedro, aqueles velhos dias


Quando os dois pensavam sobre o mundo

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Hoje eu te chamo de careta, Pedro
E você me chama vagabundo

Pedro, onde você vai eu também vou


Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

Todos os caminhos são iguais


O que leva à glória ou à perdição
Há tantos caminhos tantas portas
Mas somente um tem coração

E eu não tenho nada a te dizer


Mas não me critique como eu sou
Cada um de nós é um universo, Pedro
Onde você vai eu também vou
Pedro, onde você vai eu também vou
Pedro, onde você vai eu também vou
Mas tudo acaba onde começou

É que tudo acaba onde começou

Meu amigo Pedro.

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Caroço de Manga
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas e Paulo Coelho
Sempre que eu lhe dou a mão
Você segura no meu pé
Eu faço tudo por você
Tudo o que você quiser
Eu quero uma colher de chá
No grande jogo do xadrez

Não quero ver você chorar


Não quero ver você chorar

Tou aqui pro que vier


Eu danço o que você tocar
É só dar corda no boneco
Tango, Rock ou Chá-chá-chá
Não tenho nada a perder
Aquilo que pintar eu tô

Porque eu gosto de você


Porque eu gosto de você

Essa vida inteira é uma brincadeira


É só ficar quieto e não dar bandeira
Você chupou a manga até o fim
E só deixou o caroço para mim
E melhor que isso só carnaval

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Pegue essa motocicleta
E vá mostrar quem é você
Bota o seu blusão de couro
Agora é que eu quero ver
Na arrancada pro futuro
Sem nunca pedir arrego

Nos olhos cego do morcego


Nos olhos cego do morcego

Essa vida inteira é uma brincadeira


Eu fico feliz com qualquer besteira
Você chupou a manga até o fim
E só deixou o caroço para mim
E melhor que isso só carnaval

Pegue essa motocicleta


E vá mostrar quem é você
Bota o seu blusão de couro
Agora é que eu quero ver
E na arrancada pro futuro
Sem nunca pedir arrego

Nos olhos cego do morcego


Nos olhos cego do morcego
Nos olhos cego do morcego
Nos olhos cego do morcego.

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Aquela Coisa
Raul Seixas
Composição: Raul Seixas/ Kika Seixas/ Cláudio Roberto
Meu sofrimento, é fruto do que me ensinaram a ser
Sendo obrigado, a fazer tudo mesmo sem querer
Siimm
Quando o passado morreu e você não enterrou
O sofrimento do vazio e da dor
Fica o ciúmes, preconceitos de amor
E então, e então

É preciso você tentar


Mas é preciso você tentar
Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer
(bis)

Minha cabeça, só pensa aquilo que ela aprendeu


Por isso mesmo, eu não confio nela eu sou mais eu
Sim... pra ser feliz e olhar as coisas como elas são
Sem permitir da gente uma falsa conclusão
Seguir somente a voz do seu coração
E então, e então

É preciso você tentar


Mas é preciso você tentar
Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer
(bis)

E aquela coisa que eu sempre tanto procurei


É o verdadeiro sentido da vida

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Abandonar o que aprendi parar de sofrer
Viver é ser feliz e nada mais

Mas é preciso você tentar


Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer
(bis)

Mas é preciso você tentar


Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer
(bis)

Vai fundo...

“No mundo existem muitos iniciados, mas poucos


acabados.”
Bruce Lee.

* O presente livreto é entregue na totalidade da forma que


aqui se apresenta. Não nos responsabilizamos por
quaisquer mudanças, alterações ou tergiversações de seu
conteúdo! *

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