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Grátis Pelo Sistema de Ensino a Distancia – SED
CNPJ º 21.221.528/0001-60
Registro Civil das Pessoas Jurídicas nº 333 do Livro A-l das Fls.
173/173 vº, Fundada em 01 de Janeiro de 1980, Registrada em
27 de Outubro de 1984
Presidente Nacional Reverendo Pr. Gilson Aristeu de Oliveira
Coordenador Geral Pr. Antony Steff Gilson de Oliveira
Apostila 33
Não é um novo apelo. O apóstolo já o havia feito com outras palavras em ocasiões
A PREGAÇÃO (vv.2-4)
"o evangelho do reino de Deus" ("Depois disto andava Jesus de cidade em cidade
e de aldeia em aldeia, pregando e anunciando o evangelho do reino de Deus"3);
"a palavra de reconciliação" ("Deus estava em Cristo reconciliando consigo o
mundo, não imputando aos homens os seus pecados, e nos confiou a palavra da
reconciliação",4);
"o evangelho de Cristo" ("Deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de
Cristo. Então, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que
estais firmes em um mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo
ânimo pela fé do evangelho",5).
Sim, o pregador do evangelho está na linha de sucessão dos profetas que
anunciam esta extraordinária palavra que nunca volta vazia, razão porque não
pode mutilá-la ou modificá-la. Seu dever de obediência é comunicar a Palavra de
Deus que lhe foi confiada.
Há quem deseje um evangelho sem cruz, sem maiores compromissos, o
evangelho da facilidade e sem conflitos. É o evangelho do Cristo desfigurado.
Diferente daquele que o pregador cristão é convocado a anunciar, o do Cristo
crucificado6. O evangelho do Cristo desfigurado é o do "espetaculoso" (mistura do
"espetáculo"com "horroroso"), evangelho tão do gosto dos evangelistas e
missionários de porta de esquina, o do povo que pede sinais, o da-
concupiscência-dos olhos. O evangelho do sucesso, o da soberba da vida, da
vitória sem cruz, da coroa sem sofrimento, dos valores materiais, dos atalhos . O
pregador evangélico, no entanto, é o que anuncia a palavra da cruz sem a qual
não pode existir proclamação de boas novas,
"porque nós não somos falsificadores da palavra de Deus, como tantos outros;
mas é com sinceridade, é da parte de Deus e na presença do próprio Deus que,
em Cristo, falamos" 7.
A Didaquê
2. "admoesta"
Há um crescendo nas palavras: insta, admoesta, repreende, exorta. Até podemos
falar em níveis de pregação. O apóstolo fala em admoestação, uma abordagem
intelectual usando-se a argumentação. Jesus Cristo ordenou que ensinássemos
os crentes "a guardar todas as coisas" que Ele havia mandado. A proclamação
admoestadora é a confrontação da pessoa com a realidade dinâmica da palavra
anunciada; é a pregação da esperança. Deve levar a confissão do pecado ou a
sua convicção porque proclamar o evangelho , instar em tempo oportuno, é
confrontar. Hoje quando o antinatural é vendido como natural, e o pecado parece
ter desaparecido, a Igreja de Jesus Cristo deve conduzir à salvação dos perdidos
e a santificação dos salvos. É a didaquê.
3. "repreende"
A repreensão tem pontuação moral. Jesus Cristo deixou-nos o mandamento sobre
promover a reconciliação de vidas, o perdão no aconselhamento com vistas ao
arrependimento. Dr. Wayne Oates, professor de Psicologia Pastoral do The
Southern Baptist Theological Seminary (em Louisville, EUA) ensina que como
homem de Deus, como representante divino, o pastor se torna uma consciência
visível. E essa é a razão porque pode admoestar, repreender e exortar com
sabedoria e compaixão. A repreensão movida pelo amor de Cristo Jesus e pelo
calor do Espírito dá ao pregador autoridade da qual o seu rebanho precisa.
4. "exorta"
É encorajamento, é conforto. O ministério da paráclese tinha lugar destacado na
Igreja apostólica. Era uma missão especial dos profetas. É encorajamento à vida
justa, perfeita, à ética. As cartas paulinas trazem com muita freqüência passagens
de exortação.
O Modo De Fazer ( v. 2c )
"Com loganimidade e ensino", diz Paulo. Com paciência, com perseverança , sem
cansaço, sem irritação, apesar das tentações do aborrecimento e da impaciência
com certas ovelhas de cabeça dura e miolo mole.
O pregador há de ter boa doutrina, que é a base do ensino cristão.
"O espírito do Senhor está sobre mim, porquanto me ungiu para anunciar boas
novas aos pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos, e restauração
de vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos, e para proclamar o ano
aceitável do Senhor". 13
Os mitos ( v. 4 )
Paulo diz que "não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às
fabulas". A propósito, Paulo encoraja outro jovem pastor a repreender com
severidade objetivando a saúde da fé, "não dando ouvidos a fábulas judaicas, nam
a mandamentos de homens que se desviam da verdade".16 Afinal, a função do
quérigma inclui uma luta contra os mitos, as "fábulas" das traduções bíblicas. Isso
é o que diz Harvey Cox. Comblin, referindo-se aos mitos do homem
contemporâneo, menciona o que chama "mitos do passado", os "sonhos da noite"
de acordo com Ernest Bloch, e os "mitos do futuro", a projeção da vida presente
no futuro. Aliás, segundo alguns, o ser humano de nosso tempo teria feito uma
grande descoberta: que é possível viver sem Deus, dando como conseqüência
que a pessoa humana não tem necessidade de Deus para viver e trabalhar. Aí
pessoas com tal idéia na cabeça "...se desviaram, e se entregaram a discursos
vãos", e "...já... se desviaram, indo após Satanás". Por razões deste tipo,
necessário é que o pregador viva "não dando ouvidos a fabulas judaicas, nem a
mandamentos de homens que se desviam da verdade" .17
Verdade Viva
1 Vv. 6-8.
2 At 4.12.
3 Lc 8.1
4 2Co 5.19.
5 Fp 1.27.
6 1Co 1.18-24.
7 2Co 2.17.
8 1Ts 1.6 BJ.
9 1Tm 1.10.
10 Tt 1.9; cf. v.2; 2.8.
11 Cf. At 17.21.
12 Jo 8.36.
13 Lc 4.18,19.
14 Rm 8.2.
15 Mc 5.1-20.
16 Tt 1.14.
17 1Tm 1.6; 5.15; Tt 1.14.
Parte II
PREGAÇÃO E O PREGADOR II
O fato e o ato
"Conjuro-te, pois, diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar os vivos e os
mortos, na sua vinda e no seu reino; prega a palavra, insta a tempo e fora de
tempo, admoesta, repreende, exorta, com toda a longanimidade e ensino. Porque
virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas tendo coceira nos ouvidos,
cercar-se-ão de mestres, segundo as suas próprias cobiças; e se recusarão a dar
ouvidos à verdade, voltando às fábulas. Tu, porém, sê sóbrio em tudo, sofre as
aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre bem o teu ministério" (2 Timóteo
4.1-5).
A primeira parte deste estudo teve como tema central A PREGAÇÃO como
missão cristã, como proclamação e ensino autorizado das doutrinas, princípios e
leis espirituais deixados por Jesus Cristo. Nesta segunda parte, será analisada a
figura do Proclamador, do mensageiro da mensagem do evangelho.
"...não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós".
Não é fácil ser pastor. Humanamente falando, é uma tarefa complexa pelo fato
salvação pessoal, chamada divina porque se for de homens, o pastor não resiste,
fidelidade à palavra de Deus, convicção de que fora de Jesus Cristo não há
salvação,
convicção da existência do diabo (o candidato a pastor no concílio de exame disse
não crer no diabo. Suspensão do concílio, e um pastor idoso disse aos colegas,
"não se preocupem; basta um mês no pastorado e ele vai se convencer) , e
dedicação ao Espírito Santo.
Bushell afirmou com muita propriedade:
"A pregação não é outra coisa senão a explosão de uma vida que primeiramente
se abasteceu de poder nas regiões onde o próprio Deus está entre os alicerces da
alma"2
A primazia é que o pregador ame o Senhor3, por isso Paulo pode dizer,
"O Senhor esteve ao meu lado e me fortaleceu, para que por mim fosse cumprida
a pregação..." 4
É isso que lhe dará integridade, da parte de Deus o shalom, palavra que quer
dizer, inteireza, plenitude, totalidade, paz, saúde, salvação.
"Eu de muita boa vontade gastarei, e me deixarei gastar pelas vossas almas".10
Existe base bíblica para uma teologia do sofrimento. Romanos 5.3 menciona uma
glória nas tribulações, e essa glória decorre do fato de as aflições são vistas como
a experiência do dia a dia do cristão. É um sinal de que Deus considerava os que
as suportavam como dignos do Seu reino.12
Não há glória sem sofrimento, isso, porém, nào quer dizer qualquer dor, mas, sim,
o sofrimento com Cristo, não é uma enxaqueca, uma mialgia ou mesmo um
malígno câncer. Não é morbidez ou masoquismo do cristão. Assim, devemos
sofrer com Cristo. Como foi, então, o Seu sofrimento? Que ou quem O fez sofrer?
Foram pessoas , suas necessidades, tragédias, dores, resistência, má vontade e
abandono. Jesus Cristo sofria com as pessoas. Chorou quando elas choraram.13
Sofreu por elas.14 Do mesmo modo, o pregador da Palavra há de sofrer com e
pela igreja que lhe foi confiada, e pelo seu apostolado no mundo:
"Agora me regozijai no meio dos meus sofrimentos por vós, e cumpro na minha
carne o que resta das aflições de Cristo por amor do seu corpo, que é a igreja" .15
O ministro da palavra deve sofrer as aflições por causa da verdade, visto que a
pregação do evangelho sempre demanda exaustào e perseguição, e envolve a
participação nos sofrimentos do Salvador, como tão bem coloca o apóstolo:
"Agora me regozijo no meio dos meus sofrimentos por vós, e cumpro na minha
carne o que resta das aflições de Cristo, por amor de seu corpo, que é a igreja; da
qual eu fui constituído ministro segundo a dispensação de Deus, que me foi
concedida para convosco, a fim de cumprir a palavra de Deus".16
"Concebi eu porventura todo este povo? dei-o à luz, para que me dissesses: Leva-
o ao teu colo..." ;18
"ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos,
apto para ensinar, paciente; corrigindo com mansidão os que resistem, na
esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento para conhecerem
plenamente a verdade".21
Se os nervos afloram,
e beiras os limiares do abismo da estafa;
"Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazeis" .38
Precisamos de lábios ungidos pela brasa do altar, tanto quanto nossos ouvidos,
mãos , pés e olhos.42 Nossa vida interior vai se refletir no púlpito. É nesse ponto
que vale a pena citar Lutero o qual dizia que três coisas fazem o pastor: a oração,
a meditação e a tentação, visto que as três lhe abrem a consciência para
compreeder as grandes , magníficas, abençoadas verdades espirituais.43
O apóstolo Paulo faz a Timóteo alguns apelos de cunho pessoal. Diz por exemplo:
"Conjuro-te... que sem prevenção guardes estas coisas, nada fazendo com
parcialidade" .50
"... guarda o depósito que te foi confiado, evitando as conversas vãs e profanas e
as oposições da falsamente chamada ciência" .52
"Procura apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro de que não tem de
que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" ,54
De onde vem a força do pastor? Com atribuições tão variadas , e por vinte e
quatro horas à disposição do seu rebanho, as suas forças espirituais, emocionais
e físicas provém de, pelo menos, duas fontes:
Deus ("Posso todas as coisas naquele que me fortalece" 55) Aquele que chamou
também o sustenta. Na experiência de chamada de algumas das personagens
bíblicas, há um senso de inadequação, de estar aquém da vocação. Não foi assim
com Amós?56 Com Jeremias?57 Com Ezequiel?58 Mas pelo poder do Senhor, a
voz interior continua a falar: o desejo forte, continuado de fazer do ministério a
ocupação suprema da vida:
"Se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, porque me é imposta essa
obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!" 59
Utiliza-nos
BIBLIOGRAFIA
BRAUMANN, G. Exortar (Parakaleo). Em: COENEN, Op. Cit., Vol. 2. Pp. 176-177.
CHRISTIANS, Clifford et al. (Orgs.) Who in the World.? Grand Rapids, Eerdmans,
1972.
DONFRIED, Karl Paul. The Dynamic Word. San Francisco, Harper & Row, 1981.
FORD, D. W. Cleverley. The Ministry of the Word. Grand Rapids, Eerdmans, 1980.
GÄRTNER, B. Revelação, Manifestar. Em: COENEN. Op. Cit. Vol. 4. Pp. 227-230.
HINSON, E. Glenn. 1-2 Timothy and Titus. Em: ALLEN, Clifton J. (Org.) The
Broadman Baptist Commentary. Vol. 11. Nashville, Broadman, 1971.
RICHARDSON, Alan. Preaching, Teaching. Em: RICHARDSON, Op. Cit. Pp. 171-
172.
WUEST, Kenneth S. Wuest's Word Studies from the Greek New Testament. Vol. 2.
Reimpr. Grand Rapids, Eerdmans, 1988.
1 Js 1.9.
2 Cit. Harvey.
3 Cf. Jo 14.21.
4 2Tm 4.17.
5 Cf. 1Tm 6.11; 2Tm 3.17.
6 2Co 5.20.
7 Mt 7.15; 24.11,24; 2Pe 2.1; 1Jo 4.1.
8 Ap 13.11.
9 2Tm 3.12.
10 2Co 12.15.
11 Rm 8.17.
12 Cf. 2Ts 1.5; Mt 5.11,12; Lc 6.22; Jo 16.2; At 5.41; 8.1; 26.9-11; Fp 1.29; 2.17;
Hb 10.32-36; Tg 1.2,3,12; 1Pe 2.19; 3.14; 4.13-16.
13 Jo 11.35.
14 Is 53.4,5,8; Hb 10.10.
15 Cl 1.24.
A Natureza da Psicanálise
A Natureza da Pregação
"tanto mais o pregador conhece e vive o conteúdo do seu sermão, tanto mais
identificação há entre ele e a mensagem, tanto mais é possível ter ouvintes
interessados e atentos" (6)
"Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo... vêm a ti, como o povo
costuma vir, e se asentam diante de ti como meu povo... Deveras, tu és para eles
como quem canta canções de amor, que tem voz suave, e que tange bem..." (9)
VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE
Inconsciente e Cia.
do Consciente, que é usado no dia-a-dia, pois qualquer sensação que possa ser
Ego, Superego e Id
O Ego, por seu lado, tem por objetivo maior a "autopreservação do organismo", e
como função principal a coordenação de funções e impulsos internos, bem como
fazer com que os mesmos se expressem no mundo exterior sem conflitos.
Pulsão
Transferência
Referindo-se a este tema, Karen HORNEY afirma ser, na sua opinião, "a mais
importante descoberta de Freud", pelo fato de que é possível a utilização
terapêutica das reações emocionais do paciente em relação ao analista e à
situação analítica. Este assunto já foi objeto de tratamento mais acima.
Ansiedade
O VOCABULÁRIO DA PREGAÇÃO
Há, igualmente, um vocabulário utilizado pelo pregador e que tem como fonte a
Teologia cristã e a Doutrina bíblica. São ricas e plenas de significado as palavras
que o constituem e que são empregadas na comunicação do evangelho. Os
conceitos mais destacados são Graça, Fé, Salvação, Justifica0ção, Santificação,
Glorificação.
Graça
Efésios 2.8 declara que "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus". Graça é o amor de Deus que por força do pecado é
imerecido pelo ser humano. É a mais expressiva das palavras do vocabulário da
pregação.
Fé
A fé é instrumental, básica e essencial, pois sem ela "é impossível agradar a
Deus", como ensina Hebreus 6.11. A fé nos conduz à justificação, outro excelente
vocábulo da fé cristã. (22)
Salvação
A obra de restauração do ser humano pela graça divina mediante a fé pessoal é
chamada de salvação, e compreende três fases: a justificação, a santificação e a
glorificação. A primeira ocorre num momento crítico do kairos, ponto de retorno de
caminhada, e se estende na busca da semelhança a Jesus Cristo naquilo que é
denominado santificação. A glorificação, ápice da obra salvadora, ocorre tão-
sómente na Glória Eterna.
Paz
O resultado de toda a obra de salvação é trazer qualidade de vida ao convertido.
Alguém jocosamente definiu o Neurótico como uma pessoa que constrói castelos
no ar, o Psicótico como quem mora nele, e o Psicanalista como sendo aquele que
cobra o aluguel. O fato é que a igreja é formada por uma quantidade de pessoas
que podem ser classificadas como neuróticas, visto que "neurose é uma reação
que afeta os aspectos de uma pessoa".(23) Difere do Psicótico porque a psicose
implica na fragmentação de toda a personalidade.
Os Neuróticos são pessoas que vivem com esses chamados Sintomas Neuróticos
no seu dia a dia, sem qualquer alteração nas atividades normais. ELLIS esclarece
o assunto com palavras simples: "Basicamente, é o indivíduo que age, com
freqüência, de maneira ilógica, irracional, imprópria e infantil" (25). Certa gravidade
surgirá quando o estado emocional se tornar por demais intenso e os sintomas se
evidenciarem com muita clareza. Esses sintomas são principalmente a angústia, a
ansiedade e as fobias. Mas há sempre a possibilidade de recuperação.
Mas não é fácil reconhecer um Neurótico que não deve ser confundido com o
Infeliz. O Neurótico é quem por defeitos herdados ou adquiridos em idade
precoce, não sabe pensar com clareza, agir como pessoa adulta e fazer as coisas
de modo eficiente. Muitos neuróticos têm grande talento, inteligência elevada e
boa aparência, no entanto, a sua condição psíquica atrapalha a capacidade
potencial e as realizações efetivas.
Einstein afirmou certa ocasião que "A ciência sem religião é manca; a religião sem
ciência é cega"(28) É um modo de dizer que não se pode prescindir de ambas as
realidades; um modo de afirmar a verdade de ambas e como mutuamente podem
se ajudar. Para o pastor/pregador, o conhecimento de si mesmo pela auto-análise
e do aparato psíquico do seu rebanho pela análise de seu comportamento, suas
angústias e necessidades é o mais poderoso instrumento para repassar a
mensagem de que a esperança de cura existe: é só trabalhar com o kairos, o
tempo de Deus, num labor paciente, tranqüilo, organizado através da terapêutica
da palavra, do púlpito com mensagem preparada e ungida nos ditames de
Jeremias 3.15, "Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem
com conhecimento e com inteligência".
Há, entretanto, certa qualidade de religião pessoal que pode ser classificada como
enferma. Também estes estão nas igrejas. É a pessoa que, fazendo uma leitura
ultralinear da Escritura Sagrada, transforma sua vida, a de familiares e a de outras
pessoas num fardo tão pesado que quase não podem transportar. OATES no seu
When Religion Gets Sick afirma que quando a religião fica enferma, prejudica de
maneira total as funções básicas da vida.(29) Isso quer dizer que a disfunção é um
critério para medir a enfermidade. Por exemplo, normal é a prática do jejum;
recusar-se a se alimentar por ter medo do castigo de Deus, já é Neurose
conduzindo a uma religião enferma.
"tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é
PSICOSSOMÁTICA E PREGAÇÃO
Não podemos esquecer que o ser humano é um todo harmônico. Tanto a visão
hebraica do 'adam (o ser humano) como Deus criou, quanto a Teoria Geral dos
Sistemas tão bem conceituada por VON BERTALANFFY, são concordes em
afirmar a unidade essencial da pessoa humana. Sempre ocorreu haver pessoas
enfermas que sem apresentar lesões em órgãos do corpo, sofriam dos mesmos.
Hoje essas pessoas são chamadas Neuróticas e tratadas de acordo, quando no
passado a própria Medicina caminhava às cegas no tocante ao psiquismo
humano.
E esse povo está tanto nos consultórios dos psicanalistas quanto nos santuários
para ouvir a ministração do púlpito, o qual, em havendo a inteligência mencionada
em Jeremias 3.15, transformará a igreja e a sua mensagem numa enorme
comunidade terapêutica. Não era sem motivo que Jesus Cristo dizia ao suplicante
que lhe pedia a cura física, "Filho, tem bom ânimo; os teus pecados estão
perdoados", ou, ainda, "Tem bom ânimo filha, a tua fé te salvou" (31) Estes são
apenas dois exemplos do divino interesse de Jesus pelo homem total, que vive
angustiado, sentindo-se culpado e necessitado de perdão.
Angústia
Uma jovem que sofria de Angústia, após consulta a um ginecologista, descobriu
que portava um distúrbio nos ovários. Tratada, a Angústia desapareceu. A tireóide,
quando funciona mal, é responsável por alterações de humor no indivíduo. Muita
gente considerada fria, impulsiva, alienada ou angustiada porta distúrbios na sua
tireóide.
Depressão
OATES ensina haver diferentes níveis de relacionamento na atividade do Cuidado
Pastoral. É aí que psicanalista e pastor seguem rotas diferentes. É nos diferentes
níveis de relacionamento que o ministro de Deus se torna amigo pessoal, vizinho,
pastor-pregador, pastor-conselheiro e companheiro de outras atividades.
Dependendo da situação em vista ou da emergência criada, o pastor deve saber o
que fazer quando chamado a intervir. Isso vale igualmente no púlpito. Salienta,
ainda, cinco níveis de Psicoterapia Pastoral, que são: o da Amizade, o do
Conforto, o da Confissão, o do Ensino, o do Aconselhamento e Psicoterapia.
Sentimento de Culpa
Para muitos psicanalistas e psicólogos, a idéia de Culpa é a causa de inúmeras
perturbações psíquicas. No entanto, a realidade verificada é que estes
sentimentos são tão universais quanto o medo, a fome e o amor.
CONCLUSÃO: O RESULTADO
A Pregação tem seu lado terapêutico como acima exposto. E o objetivo do púlpito
evangélico é levar o crente em Jesus Cristo a crescer. Crescer "na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo", aperfeiçoá-lo para o desempenho do ministério do
seu ministério, e levá-lo "à medida da estatura da plenitude de Cristo";
conduzindo-o à abundância de vida libertando-o de suas mazelas, afetos e
complexos. (43)
FONTES PRIMÁRIAS
Parte IV
O VERBO E O PÚLPITO
o pregador e o seu auditório numa abordagem psicanalítica
A Natureza da Psicanálise e a Natureza da Pregação
A Natureza da Psicanálise
A Natureza da Pregação
"tanto mais o pregador conhece e vive o conteúdo do seu sermão, tanto mais
identificação há entre ele e a mensagem, tanto mais é possível ter ouvintes
interessados e atentos" (6)
"Quanto a ti, ó filho do homem, os filhos do teu povo... vêm a ti, como o povo
costuma vir, e se asentam diante de ti como meu povo... Deveras, tu és para eles
como quem canta canções de amor, que tem voz suave, e que tange bem..." (9)
VOCABULÁRIO DA PSICANÁLISE
Inconsciente e Cia.
do Consciente, que é usado no dia-a-dia, pois qualquer sensação que possa ser
descrita é consciente.
Ego, Superego e Id
O Ego, por seu lado, tem por objetivo maior a "autopreservação do organismo", e
como função principal a coordenação de funções e impulsos internos, bem como
fazer com que os mesmos se expressem no mundo exterior sem conflitos.
Pulsão
Transferência
Referindo-se a este tema, Karen HORNEY afirma ser, na sua opinião, "a mais
importante descoberta de Freud", pelo fato de que é possível a utilização
terapêutica das reações emocionais do paciente em relação ao analista e à
situação analítica. Este assunto já foi objeto de tratamento mais acima.
Resistência
Ansiedade
O VOCABULÁRIO DA PREGAÇÃO
Há, igualmente, um vocabulário utilizado pelo pregador e que tem como fonte a
Teologia cristã e a Doutrina bíblica. São ricas e plenas de significado as palavras
que o constituem e que são empregadas na comunicação do evangelho. Os
conceitos mais destacados são Graça, Fé, Salvação, Justifica0ção, Santificação,
Glorificação.
Graça
Efésios 2.8 declara que "Pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de
vós, é dom de Deus". Graça é o amor de Deus que por força do pecado é
imerecido pelo ser humano. É a mais expressiva das palavras do vocabulário da
pregação.
Salvação
A obra de restauração do ser humano pela graça divina mediante a fé pessoal é
chamada de salvação, e compreende três fases: a justificação, a santificação e a
glorificação. A primeira ocorre num momento crítico do kairos, ponto de retorno de
caminhada, e se estende na busca da semelhança a Jesus Cristo naquilo que é
denominado santificação. A glorificação, ápice da obra salvadora, ocorre tão-
sómente na Glória Eterna.
Paz
O resultado de toda a obra de salvação é trazer qualidade de vida ao convertido.
Paz é a conseqüência da justificação.
Alguém jocosamente definiu o Neurótico como uma pessoa que constrói castelos
no ar, o Psicótico como quem mora nele, e o Psicanalista como sendo aquele que
cobra o aluguel. O fato é que a igreja é formada por uma quantidade de pessoas
que podem ser classificadas como neuróticas, visto que "neurose é uma reação
que afeta os aspectos de uma pessoa".(23) Difere do Psicótico porque a psicose
implica na fragmentação de toda a personalidade.
Os Neuróticos são pessoas que vivem com esses chamados Sintomas Neuróticos
no seu dia a dia, sem qualquer alteração nas atividades normais. ELLIS esclarece
o assunto com palavras simples: "Basicamente, é o indivíduo que age, com
freqüência, de maneira ilógica, irracional, imprópria e infantil" (25). Certa gravidade
surgirá quando o estado emocional se tornar por demais intenso e os sintomas se
evidenciarem com muita clareza. Esses sintomas são principalmente a angústia, a
ansiedade e as fobias. Mas há sempre a possibilidade de recuperação.
Mas não é fácil reconhecer um Neurótico que não deve ser confundido com o
Infeliz. O Neurótico é quem por defeitos herdados ou adquiridos em idade
precoce, não sabe pensar com clareza, agir como pessoa adulta e fazer as coisas
de modo eficiente. Muitos neuróticos têm grande talento, inteligência elevada e
boa aparência, no entanto, a sua condição psíquica atrapalha a capacidade
potencial e as realizações efetivas.
Einstein afirmou certa ocasião que "A ciência sem religião é manca; a religião sem
ciência é cega"(28) É um modo de dizer que não se pode prescindir de ambas as
realidades; um modo de afirmar a verdade de ambas e como mutuamente podem
se ajudar. Para o pastor/pregador, o conhecimento de si mesmo pela auto-análise
e do aparato psíquico do seu rebanho pela análise de seu comportamento, suas
angústias e necessidades é o mais poderoso instrumento para repassar a
mensagem de que a esperança de cura existe: é só trabalhar com o kairos, o
tempo de Deus, num labor paciente, tranqüilo, organizado através da terapêutica
da palavra, do púlpito com mensagem preparada e ungida nos ditames de
Jeremias 3.15, "Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração, que vos apascentem
com conhecimento e com inteligência".
Há, entretanto, certa qualidade de religião pessoal que pode ser classificada como
enferma. Também estes estão nas igrejas. É a pessoa que, fazendo uma leitura
ultralinear da Escritura Sagrada, transforma sua vida, a de familiares e a de outras
pessoas num fardo tão pesado que quase não podem transportar. OATES no seu
When Religion Gets Sick afirma que quando a religião fica enferma, prejudica de
maneira total as funções básicas da vida.(29) Isso quer dizer que a disfunção é um
critério para medir a enfermidade. Por exemplo, normal é a prática do jejum;
recusar-se a se alimentar por ter medo do castigo de Deus, já é Neurose
conduzindo a uma religião enferma.
"tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é
puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se
há algum louvor, nisso pensai".
PSICOSSOMÁTICA E PREGAÇÃO
Não podemos esquecer que o ser humano é um todo harmônico. Tanto a visão
hebraica do 'adam (o ser humano) como Deus criou, quanto a Teoria Geral dos
Sistemas tão bem conceituada por VON BERTALANFFY, são concordes em
afirmar a unidade essencial da pessoa humana. Sempre ocorreu haver pessoas
enfermas que sem apresentar lesões em órgãos do corpo, sofriam dos mesmos.
Hoje essas pessoas são chamadas Neuróticas e tratadas de acordo, quando no
passado a própria Medicina caminhava às cegas no tocante ao psiquismo
humano.
E esse povo está tanto nos consultórios dos psicanalistas quanto nos santuários
para ouvir a ministração do púlpito, o qual, em havendo a inteligência mencionada
em Jeremias 3.15, transformará a igreja e a sua mensagem numa enorme
comunidade terapêutica. Não era sem motivo que Jesus Cristo dizia ao suplicante
que lhe pedia a cura física, "Filho, tem bom ânimo; os teus pecados estão
perdoados", ou, ainda, "Tem bom ânimo filha, a tua fé te salvou" (31) Estes são
apenas dois exemplos do divino interesse de Jesus pelo homem total, que vive
angustiado, sentindo-se culpado e necessitado de perdão.
Angústia
Uma jovem que sofria de Angústia, após consulta a um ginecologista, descobriu
que portava um distúrbio nos ovários. Tratada, a Angústia desapareceu. A tireóide,
quando funciona mal, é responsável por alterações de humor no indivíduo. Muita
gente considerada fria, impulsiva, alienada ou angustiada porta distúrbios na sua
tireóide.
Depressão
OATES ensina haver diferentes níveis de relacionamento na atividade do Cuidado
Pastoral. É aí que psicanalista e pastor seguem rotas diferentes. É nos diferentes
níveis de relacionamento que o ministro de Deus se torna amigo pessoal, vizinho,
pastor-pregador, pastor-conselheiro e companheiro de outras atividades.
Dependendo da situação em vista ou da emergência criada, o pastor deve saber o
que fazer quando chamado a intervir. Isso vale igualmente no púlpito. Salienta,
ainda, cinco níveis de Psicoterapia Pastoral, que são: o da Amizade, o do
Conforto, o da Confissão, o do Ensino, o do Aconselhamento e Psicoterapia.
Sentimento de Culpa
Para muitos psicanalistas e psicólogos, a idéia de Culpa é a causa de inúmeras
perturbações psíquicas. No entanto, a realidade verificada é que estes
sentimentos são tão universais quanto o medo, a fome e o amor.
CONCLUSÃO: O RESULTADO
A Pregação tem seu lado terapêutico como acima exposto. E o objetivo do púlpito
evangélico é levar o crente em Jesus Cristo a crescer. Crescer "na graça e no
conhecimento de Jesus Cristo", aperfeiçoá-lo para o desempenho do ministério do
seu ministério, e levá-lo "à medida da estatura da plenitude de Cristo";
conduzindo-o à abundância de vida libertando-o de suas mazelas, afetos e
complexos. (43)
FONTES PRIMÁRIAS
Parte V
PREGAÇÃO
O literal e o analógico
Usamos com muita normalidade imagens, analogias e ilustrações na conversação
diária. Com efeito, fazemos poesia quando conversamos, e, como pregadores,
realizamos a pregação como uma atividade poética. Se é criação, feitura, há de
ser um poema. É lembrar que na língua grega, "feitura" se diz poeimia, de onde
resulta a nossa palavra "poema". Pregação é igualmente uma atividade dramática.
No ato de interpretar e repassar a palavra um verdadeiro sociodrama, ou, melhor
ainda, um psicodrama, quando nos vemos, e nos descobrimos nos meandros e na
mensagem do texto sagrado. Ainda mais: pregação é um canal de graças.
Bênçãos sem conta descem nessa virtual escada de Jacó quando os anjos sobem
levando o incenso e o fervor de nossas orações, e descem trazendo a bênção, a
unção e a graça do trono de Deus.
É verdade. A Bíblia precisa ser interpretada por, pelo menos, dois motivos:
2. Tem uma mensagem válida e permanente que deve ser aplicada a situações
vividas hoje.
Observe-se, no entanto, que a interpretação bíblica tem sido uma área de intenso
conflito. Ou como o expressou Bultmann: "Não existe uma interpretação neutra da
Bíblia". No entanto, faz-se a interpretação com base em:
· diferentes formas de interpretar;
· diferentes comunidades de intérpretes: judaísmo, protestantismo, catolicismo;
· diferentes visões: científica, literária, pastoral, teológica.
A Escola Alexandrina (Egito), que vigorou entre 180 e 450, conciliava a filosofia
grega com a mensagem cristã, usando igualmente o método alegórico. Na
verdade, os alexandrinos viam três sentidos na Bíblia:
· literal
· moral
· alegórico
Assim, diziam que as funções da Bíblia eram: narrar o que acontecera; sugerir
ensinos morais e exigir a busca do sentido profundo. O próprio Orígenes
pontificava que para os principiantes era o sentido corporal; para os avançados, o
psíquico; para os perfeitos, o espiritual.
LITERALIDADE
ANALOGIA
Ensina Buttrick que "a pregação busca a linguagem metafórica porque Deus é
uma misteriosa Presença-na-Ausência". Daí o aparente misterioso nome de Deus
Eu-Sou-O-Que-Sou, que visa a dizer (o que não foi repassado pelos antigos
tradutores) "Eu-Sou-O-Que-Sempre-Serei", "Eu-Serei-O-Que-Sempre-Tenho-
Sido", "Eu-Continuarei-A-Ser-O-Que-Sempre-Fui", "Eu-Não-Mudo", ou, ainda, "Eu-
Sou-O-Eterno".
De fato, algumas vezes, onde não há uma definição formal, torna-se claro o
significado pelo uso de alguma expressão análoga ou pela antítese, em sentido
figurado ou metafórico. Nesse caso, há largo uso de sinédoques, metonímias,
metáforas, ênfases, hipérboles e elipses. Entenda-se alegoria como uma metáfora
continuada.
Aristóteles entendia que a denominação por analogia era o tipo mais importante
de metáfora ou de sentido translato. A própria palavra "metáfora" significa
"transporte"; transporte de conceitos, de idéias, de significados. Dizer que alguém
"entrou pelo cano" é um metáfora, assim como algumas metáforas perderam esse
sentido, como, por exemplo, quando alguém na Idade Média da língua portuguesa
era perseguido por cães ferozes, e lembrando que a palavra "cão" no português
antigo se dizia "perro", era uma pessoa "aperreada", alguém que estava em sérias
dificuldades de ser destroçado por aqueles animais intratáveis. Diz-se que há uma
"analogia", uma "correspondência". A linguagem já foi definida como uma
dicionário de metáforas extintas. Entendendo assim, a Bíblia deve ser definida
Símbolos Sagrados
Sangue em hebraico é dam. É palavra tão importante que aparece 360 vezes no
Alegoria
FONTES PRIMÁRIAS
FONTES SECUNDÁRIAS
1. Caird, G. B. The Language and Imagery of the Bible. Philadelphia, Westminster,
1980.
2. Fuller, Reginald H. The Use of the Bible in Preaching. Philadelphia, Fortress,
1981.
3. Girardi, Marc. Os Símbolos na Bíblia. SP, Paulus, 1997. Trad. B. Lemos.
4. Kaiser, Jr. Walter C. The Old Testament in Contemporary Preaching. 3ª impr.
Grand Rapids, Baker, 1979.
5. Knierim, Rolf P. A Interpretação do Antigo Testamento.São Bernardo do
Campo: Editeo, 1990. Trad. P. P. Schütz.
6. Mateos, Juan e Camacho, Fernando. Evangelho, Figuras e Simbolos. SP,
Paulinas, 1992. Trad. I.F.L. Ferreira.