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Dessa maneira, Churras concebido como uma terceira pessoa, um elemento Outro
que no protagoniza a obra e est distante de ser um sujeito total da obra, j que sua
subjetividade no foi destacada e o leitor no tem esse conhecimento devido aos poucos
fragmentos protagonizados pelo co, mas que se torna um elemento de grande
importncia para o autoconhecimento de seu dono. Alm disso, Churras pode ser
concebido como o sujeito animal especificamente, o elemento de distino em uma
obra preenchida por problematizaes prprias do ser humano. Ele responsvel pela
frao da animalidade, da presena animal como elemento modificador.
J no fim de sua vida, Churras desperta no dono uma compaixo at ento adormecida, e
assim o faz sem precisar verbalizar. Dominique Lestel em A animalidade, o humano e
as culturas hbridas (2007) afirma que, ainda que sejam apresentados tantos contrastes
entre o homem e o animal, principalmente com relao comunicao, no possvel
restringir a animalidade como aquilo que se ope ao homem. Justamente o contrrio: a
animalidade habita naquilo que comum entre ambos. Por isso o terceiro pensante na
obra torna-se, portanto, um elemento ao qual o homem recorre para conceber a si mesmo,
para sua compreenso pessoal, ainda que o co no protagonize a obra, como o caso do
romance estudado.
REFERNCIAS
GALERA, Daniel. At o dia em que o co morreu. Porto Alegre: Livros do Mal, 2003.