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Ou seja:
Quando h o amor, no precisamos das questes morais. Quando no h o amor, estamos
diante de uma preocupao moral.
"Uma me amamenta o seu filho e algum chega e diz: "Parabns por cumprir seu dever
moral e jurdico de alimentar o seu filho." A me, portanto, responde: "Voc no
entendeu nada! Quando eu amamento meu filho, a ltima coisa que passa pela minha
cabea, o dever. Eu o amamento pelo amor.""
Quando o amor est, a moral no precisa estar.
Entretanto, nem sempre o amor est. nesse momento que a moral ganha toda a sua
importncia. "J que no ama, faa como se amasse." "A me que ama o filho, o
amamenta. Pois ento, voc que no ama o seu filho, amamente-o do mesmo jeito."
Para Kant, a moral uma imitao do comportamento de quem ama. "J que no ama,
faa como se amasse. J que no ama, finja." uma simulao racionald do
comportamento amoroso.
Por isso Kant chama a moral de "amor prtico": um amor sem amor, um amor sem
sentimento. A isso chamamos de moral.
Se um Senador amasse seus eleitores, no precisaria haver tica e moral no Senado.
Como no h sempre o amor pelo eleitor, esses dois elementos ganham grande
importncia.
"Voc tem que amar o seu filho, espinafre, Flamengo, etc" uma afirmao que no
faz sentido per se. Quem ama no escolhe amar. Porque quem ama, ama. Que no ama,
age, moralmente, como se amasse.
H situaes que voc nem ama, e nem age como se amasse. Algumas vezes, o amor
exige muito de ns. Mas tambm, certas vezes, a moral tambm o faz. Quando no h
um nem outro, "como faz"?
A entra em cena o Direito. Direito, este, fingimento da Moral.
"J que no generoso (virtude moral), pelo menos no furte, no roube, no
estupre..." O Direito o substrato. O mnimo.
O contexto do Banquete:
- Eros o nome de um deus grego. Portanto, aquele que ama, tem em si uma
inspirao divina ou "tem deus no corao".
- Quem conta a histria do Banquete no Plato, mas Apolodoro. Entretanto,
Apolodoro no estava no Banquete. Apolodoro ouviu o relato do Banquete de
Aristodemo. Este ltimo, sim, estava l.
- O Banquete pode no ter acontecido como descrito, mas isso o que menos
importa. No importa a veracidade histrica da ocorrncia. O que importa so as
ideias ali contidas.
- O Banquete oferecido por Agato, poeta (o artista na sua concepo mais ampla),
que acaba de vencer um concurso de tragdias e estava comemorando esse triunfo.
Agato convida pessoas representativas da elite. Dentre elas, Scrates - o
representante da Filosofia.
- O Banquete no um de festa simplesmente, mas sim um espao de confronto.
Enfrentamento de ideias. Em especial, enfrentamento entre a Filosofia e a Poesia.