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O construtivismo segue popular no Brasil apesar das críticas. O método propõe a autonomia do aluno, mas alguns estudiosos apontam falhas no modelo, como a defasagem em relação às mudanças tecnológicas e a limitação em lidar com alunos desfavorecidos. Há também quem veja o construtivismo como um retrocesso em relação ao aprendizado por repetição.
O construtivismo segue popular no Brasil apesar das críticas. O método propõe a autonomia do aluno, mas alguns estudiosos apontam falhas no modelo, como a defasagem em relação às mudanças tecnológicas e a limitação em lidar com alunos desfavorecidos. Há também quem veja o construtivismo como um retrocesso em relação ao aprendizado por repetição.
O construtivismo segue popular no Brasil apesar das críticas. O método propõe a autonomia do aluno, mas alguns estudiosos apontam falhas no modelo, como a defasagem em relação às mudanças tecnológicas e a limitação em lidar com alunos desfavorecidos. Há também quem veja o construtivismo como um retrocesso em relação ao aprendizado por repetição.
Mtodo empregado no pas desde os anos 1980 e prope autonomia do aluno; para alguns estudiosos, h falhas no modelo
Bruno Raphael Mller, especial para a Gazeta do Povo
[16/07/2017]
[07h43]
Pedagogo portugus Jos Pacheco: pioneiro Alexandre MazzoGazeta do Povo
Tachado por crticos como um mero conceito e definido pelos
adeptos como uma metodologia concreta, o construtivismo tema de divergncia entre especialistas de educao, mas segue popular no Brasil.
As primeiras escolas a adotar a prtica em territrio nacional datam da
dcada de 80, com notria inspirao na Escola da Ponte, instituio pblica portuguesa que foi criada por Jos Pacheco em 1976 e no possui diviso de alunos por classe ou srie.
Oposta ao mtodo tradicional, a Ponte privilegia o poder de tomada de
deciso em todas as fases de aprendizado at o Ensino Mdio, sem o uso de livros didticos. Nesse contexto, o professor se torna uma espcie de mediador, criando situaes em que os alunos podem aprender de forma emprica e autnoma os temas tratados em sala de aula.
O construtivismo como conhecido hoje no Brasil surgiu a partir dos
estudos da psicolinguista argentina Emilia Ferreiro sobre a obra de Jean Piaget. Em sua obra mais conhecida, Psicognese da Lngua Escrita, de 1984, a autora defende uma alfabetizao ativa, baseada no questionamento do que est estabelecido. Por trs da mo que pega o lpis, dos olhos que olham e dos ouvidos que escutam, h uma criana que pensa. Ela pensa tambm a propsito da lngua escrita e os componentes conceituais desta aprendizagem precisam ser compreendidos, escreveu.
A viso dos adeptos
Diretora da maior e mais longeva instituio construtivista do Brasil, a
Escola da Vila, criada em 1980 em So Paulo, Snia Barreira afirma que em propostas construtivistas srias o estudante no deixado prpria sorte em sala de aula. H um grau de interao que garante que o aluno se aproprie do saber atravs de reformulaes, comparaes e, claro, da compreenso. Dizer que o professor construtivista no ensina e espera o aluno descobrir um equvoco, afirma.
Lino de Macedo, professor aposentado do Instituto de Psicologia da
USP, tem sido nos ltimos anos uma das vozes mais ativas em prol do construtivismo nas escolas brasileiras. Para o no-construtivista, a criana s saber escrever no final do ano, quando tiver repetido o processo de alfabetizao (ou dominado seus paradigmas). Para o construtivista, a criana j sabe escrever desde o primeiro dia de aula, ainda que este seu saber conhecer muitos aperfeioamentos, argumenta ele no artigo O construtivismo e sua funo educacional.
Na viso de Macedo, existe um aspecto crtico da prtica que muitas
vezes incompreendido: o mtodo clnico, descrito por Piaget em suas obras. Em uma viso no-construtivista a ao induzida , muitas vezes, a mais frequente, diz.
Crticas
Crticos do mtodo construtivista veem o modelo como inadequado
para camadas sociais mais baixas e apontam a defasagem de uma prtica cujas diretrizes no so alteradas h mais de 30 anos. Neste perodo, as mudanas tecnolgicas transformaram radicalmente a forma como crianas e jovens assimilam o mundo ao seu redor.
Na viso do filsofo e socilogo Pierre Bordieu, o construtivismo
deveria ser desenvolvido de forma estrutural, isto , levando em conta o aspecto cultural, econmico e social dos estudantes. Dentro dessa lgica, a prtica falha ao lidar com alunos mais desfavorecidos, justamente pela limitao das suas aes no contexto em que esto inseridos. O rendimento da ao escolar depende do capital cultural previamente investido pela famlia e do capital social, herdado, apontou Bourdieu em um de seus artigos.
J o pesquisador Ivan Izquierdo, coordenador do Centro de Memria
da Pontifcia Universidade Catlica do Rio Grande do Sul (Pucrs), v a aplicao de prticas construtivistas na educao nacional como um retrocesso em relao aprendizado por meio da repetio de informaes, algo inerente assimilao dos contedos escolares.
Os construtivistas acabaram com isso [uso da memria no
aprendizado], disse ele em entrevista de 2012 ao Jornal do Comrcio. Quem aprende o crebro, e o faz de muitas maneiras ao mesmo tempo. Isso o professor tem de saber. Contatado pela reportagem da Gazeta do Povo, Izquierdo comunicou que no iria mais se manifestar sobre o tema.
Em um artigo escrito para a University of California, Santa Barbara em
2004, o autor norte-americano Richard E. Mayer avaliou a prtica do construtivismo nos Estados Unidos por meio de pesquisas realizadas por instituies e pesquisadores entre 1960 e 1990. Mayer chegou seguinte concluso: a descoberta emprica no funcionou nos anos 60, 70 e 80. Aps esses trs strikes, h pouqussima razo para acreditar que um dia isso ir funcionar.
Rtulos diferentes
Apesar das divergncias entre os que criticam ou enaltecem o
construtivismo, h metodologias que tentam encontrar um meio termo, absorvendo o que julgam como til. o caso da implantada pelo SESI-PR (Servio Social da Indstria do Paran). A proposta da instituio, conforme define a gerente de educao bsica e continuada Lilian Luitz, est fundamentada no pensamento sistmico do filsofo francs Edgar Morin, que busca superar a fragmentao do conhecimento atravs de oficinas de aprendizagem interdisciplinar, entre outras aes.
Lilian afirma que a metodologia do SESI possui algumas similaridades
com o construtivismo, principalmente referente ao processo de produo de conhecimento por parte do prprio aluno, ao invs de apenas reproduzi-lo. No entanto, a produo do conhecimento que propomos vai alm do envolvimento do aluno com o objeto de estudo e da hipteses que levanta. Propomos a contextualizao real do que deve ser aprendido, em que o professor o gestor da sala de aula orientando, organizando os roteiros de estudo e de pesquisa junto aos alunos e as questes chave a serem aprendidas, justifica.
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