Sei sulla pagina 1di 15
196 A intorprotagio biblon Rute 2.126 2 Corintios 6.9, 10 Genesis 42.385 Exodo 34.14 Marcos 15.32 Génesis 4.1a Amés 3.3, 4 Outro exercicio € procurar em Isaias 40.1-17 todas as figuras de Jinguagem que puder encontrar. Alguns versiculos contém varias figuras. - Luck, Roy 8 A Interprebago Brblica capitulo oito O exame dos tipos e a compreensao dos simbolos maioria dos estudiosos da Biblia concorda em que o Antigo Ais contém tipos que posteriormente so especificados de lguma forma no Novo Testamento. Os dois Testamentos corre- lacionam-se por meio de tipos e antitipos, sombras ¢ concretizag6es, O Novo Testamento considera um grande niimero de personagens, elementos ¢ fatos do Antigo como prefiguragdes do que, entfo, ainda estava por vir, s intérpretes da Biblia, contudo, possuem opiniSes muito divergentes no focante a ocorréncia dos tipos nas Escrituras. Alguns dizem que estes se evidenciam em quase todo o Antigo Testamento, Afirma-se que iniimeros clementos ¢ acontecimentos retratam verdades neotestamentirias. Por excm- Plo, diz-se que as dobradigas da porta do templo de Salomiio representam as duas naturezas de Cristo. Outros sustentam que os tipos ou estio explicita- tamente identificados no Novo Testamento, ou encontram-se implicitos, Al- Buns estudiosos da Biblia acreditam que tipos sto aqueles que 0 Novo Testamento assim identifica, ou seja, aqueles que se afirma explicitamente Setem tipos. Outros ainda entendem que niio existe tipologia na Biblia. Varias questées precisam ser analisadas. Que & um tipo? Isto é, 0 que 0 Catacteriza? Que elementos do Antigo Testamento devem ser aceitos coma ‘pos auténticos? Que normas sfio necesséirias para interpreté-los? Termos neotestamentérios associados 3 tipologia © termo “tipo" deriva do grego typos, que aparece 15 yezes no Novo Testamento. Ele ganhou diversas tradugées, como vemos nos exemplos Seauintes: 198 A interpretagdo biblon “*.,, Nas suas miios 0 sinal dos cravos...”" (Jo 20.25) figuras {ou imagens] que fizestes para as adorar..." (At7.43) “0 taberndculo {...] segundo 0 modelo que [Moisés] tinha visto” (v. 44) “a quem escreveu uma carta nestes fermos (deste tipo ou para esse fim..." (23.25) Adio, o qual prefigurava aquele que havia de vir” (Rm 5.14) “*... viestes a obedecer de corago & forma de doutrina...” (6.17) “Ora, estas cousas se tomnaram exemplos para nbs..." (I Co 10.6) ‘observai os que andam segundo 0 modelo que tendes em nds” (Ep de sorte que vos tomastes 0 modelo para todos os crentes na Macedénia e na Acaia” (1 Ts 1.7) “.,, mas por termos em vista oferever-vos exemplo em nos mesmos, para nos imitardes” (2 Ts 3.9) “tomate padrdo dos fidis.."" (1 Tm 4.12) “Tomma-te, pessoalmente, padrdo de boas obras..." (Tt 2.7) “a. V@ que fagus todas as cousas de acordo com miele que te foi ‘mostrado no monte” (Hb 8.5) “... antes tomando-vos modelos do rebanho” (1 Pe 5.3) Esses versiculos mostram que typos foi traduzido de diversas manciras: sinal, forma, figura, prefigurago, padrlo, modelo e exemplo. A idéin comum em todas esses casos ¢ a de correspondéncia ou semelhanga. A pessoa, o fitto ou o elemento tinham o intuito de lembrar outro, de corres+ ponder-lhe de alguma forma, Um devia combinar com 0 outro, ‘O estilo de vida dos filipenses devia assemelhar-se ao de Paulo (Fp 3.17) Os cristios devem espelhar 0 exemplo de Timéteo (1 Tm 4.12). O tabernéculo representava o modelo mostrado a Moisés (Hb 8.5), Até mesmo 1a marea dos cravos nas mos de Jesus lembrava ou represen:ava os proptios cravos, Um elemento corresponde a0 outro, Os idolos refletiam ot correspondiam aos conceitos que 0 adorador tinha de seus deuses caidas (At 7.43). Quando Paulo mencionou “a forma de doutrina’’ a que os ccristios romanos vieram a obedecer (Rm 6.17), éstava referindo-se sua doutrina como modelo a ser seguido, ou seja, os ensinamentos que suas vidas deveriam refletir. Evidentemente, a palavra typos nao é um termo técnico no sentido dé sempre possuir 0 mesmo significado ou sempre significar um tipo teolégicO © exame dos tipos © « comprooneio dos simbolos 199 Na verdade, a tinica ocorréncia de typos associada a uma prefiguraco no Antigo Testamento de algo do Novo esti em Hebreus 8.5. E possivel que pas derive do verbo typi — “bater”, “golpear’. A idéia original, entio, era o resultado de um impacto, o agente do impacto ou impressio. A partir daf surgiu a idéia de sinal, molde, selo, forma, modelo, esbogo.' 0 termo correlato sypikos aparece em 1 Corintios 10.11: “Estas cousas thes sobrevieram como exemplos...". A fungi aqui ¢ de advérbio: “Estas cousas Ihes sobrevieram ripicamente...””. A palavra antitypos & empregada duas yezes no Novo Testamento. Ela representa algo que corresponde a um modelo, 1 Pedro 3.21 diz que o batismo nas éguas é um antitipo do dikivio que ocorreu nos dias de Nog. O ilivio foi um tipo ou figura do batismo, no sentido de que nos dois casos a pelavra simbolizava julgamento; 0 dilivio significou morte para os perver- sos, ¢ 0 batismo nas Aguas retrata a morte de Cristo ¢ a identificagto do crente com ela. Mais uma vez a idéia de semelhanca esta presente, De acordo com Hebreus 9.24, 0 santuério, ou 0 santo dos santos do tabernéculo, era uma eépia (antitypa) do verdadeiro taberndculo nos céus. Isto é, um correspondia ¢0 outro. O termo antitio significa literalmente “corresponder a0 tipo” e sugere um correspondente. Em I Timéteo 1.16 vemos um termo parecido: hypotyposis. A “completa longanimidade” de Cristo serviria de “modelo” para aqueles que viessem @ rer Paulo empregou a mesma palavra em 2 Timéteo 1.13: “Mantém 0 padrdo das sis palavras que de mim ouviste...". Existem dois termos associados a sspos: deigma (“Como Sodoma e Gomorra [..] so postas para exemplo”, Jd 7) e hypodeigma, Este iltimo parece seis vezes, como vemos a seguir: “Porque eu vos dei o exemplo...” (Jo 13.15) “... segundo 0 mesmo exemplo de desobediéneia” (Hb 4.11) “os quais ministram em figura e sombra das cousas celestes..” (8.5) “Era necessério, portanto, que as figuras das cousas que se acham nos ‘céus se purificassem..."* (Hb 9.23) “Irmdos, tomai por modelo no sofrimento ¢ na paciéncia os profetas... (Te 5.10) 1. Richard M. Davinson, Typology in Scripture, Berrien Springs, Andrews University Press, 1981, p. 184, 200 A interpretagio bibloe *.. Sodoma e Gomorra [...] tendo-as posto como exemplo @ quantos venham a viver impiamente" (2 Pe 2.6) Em cada um desses casos 0 termo significa claramente “exemplo”, “e6pia’” ou “modelo” a ser reproduzido. Outra palavra é skia, que significa “sombra’". Assim como uma sombra é ‘uma imagem produzida por um objeto, assim também certos elementos do Antigo Testamento eram um esbogo ou sombra de coisas por vir. O termo aparece trés vezes no Novo Testamento com esse sentido figurado. Hebreus 8.5 diz: “os quais ministram em figura e sombra [skia] das cousas Curiosamente, és termos semelhantes sito utilizados nese “figura” (hypodeigma), “sombra” (skia) e “modelo” (typos). “Ora, visto que a lei tem sombra (skia] dos bens vindouros, no a imagem real das cousas...” (10.1) Paulo também disse que as festas reli celebragdes da lua nova € do Sébado tém sido “sombra das cousas que haviam de vir; porém a corpo € de Cristo” (C12.16, 17). ‘Uma sombra representa algo vago, transitério, mas também sugere um grau de semelhanga. Cada um desses cinco termos contém a idéia de correspondéncia ou semelhanca. Contuclo, deve-se ter em mente que o termo fypos nem sempre significa um tipo oficial no Antigo Testamento que prefigura algo do Novo. Muitas vezes, o sentido é simplesmente de padrio, exemplo ou modelo a ser adotado. Quando o tipo ¢ tipo? Semelhanga ‘A primeira caracteristica de um tipo & sua semelhanga, similaridade o correspondéncia com o antitipo. Mas niio se deve pensar que se trate de uma correspondéncia superficial; é sim uma correspondéncia substancial, ave téntica. Deve ser algo natural, em vez de forgado. Como ja vimos no cas0 dos termos gregos que significam tipos ou exemplos, existe a idéia de um correspondéncia ou semelhanga concretas. Contudo, nem tudo o que possui um elemento correspondente ou semelhante ¢ um tipo, embora a relagiio de correspondéncia esteja present obrigatoriamente em todos 0s tipos. -_ © exame dos fipos © « compreanaio doe simbolos 201 Existem iniimeros elementos no Antigo Testamento que encontram correspondéncia no Novo, mas nfio slo tipos necessariamente. Um tipo, Jembra 0 que representa, mas nfo se limita a isso. Os fatores que apre- sentamos a seguir também so necessérios para a caracterizagllo de um tipo, auténtico Realidade historica Os personagens, 0s fatos ou os elementos do Antigo Testamento que stio tipos de coisas do Novo possufam realismo histérico. Um tipo no Antigo Testamento nfo era algo imaginério. Os tipos consistiam em pessoas que cexistiram, em acontecimentos reais, em fatos testemunhados, ‘Quando ao estudioso da Biblia se depara um tipo no Antigo Testamento, nio deve procurar no texto sentidos ocultos ou mais profundos. Ele deve ater-se aos fatos histéricos conforme registrados no Antigo Testamento. Em. ‘outras palavras, o tipo deve surgir naturalmente do texto, em vez de ser algo ue o intéxprete acrescente ao texto, O taberndculo é um tipo (Hb 8.5; 9.23, 24), o que nilo significa que cada pormenor de sua construgdo represente, de alguma forma, uma verdade neotestamentitia, Prefigurag3o © tipo contém tragos de predigdo, de simbolismo. Ele antevé ¢ chama a tengo para 0 antitipo. O tipo é uma sombra (Cl 2.17) que indica outra ‘ealidade. Os tipos sto uma forma de profecia. A profecia consiste numa Predigdo verbal, ao passo que a tipologia é a predigfo feita pela corres- Pondéneia entre duas realidades — o tipo ¢ o antitipo. Repetindo, existem muitas semelhangas ¢ correspondéncias nas Escrituras, mas nem todas so ‘ipos. Num tipo auténtico, a correspondéncia ou semelhanea precisa conter 0 aspecto de predigio, prefigurago do antitipo. Dizendo de outra maneira, 0 tipo aponta para a frente. Entiio quer dizer que as personagens do Antigo Testamento sabiam que diversas coisas eram tipos? Quando os israclitas matavam os cordeiros Pascais todo ano, eles sabiam que aqueles cordeiros simbolizavam Cristo, a quem Jodo Batista referiu-se como “O Cordeiro de Deus" (Jo 1.29)? Sera 202 A intorpretagio bt que Melquisedeque sabia que representava Cristo (Sl 110.4; Hb 6.20)? £ improvavel que eles tivessem consciéncia dos antitipos. E possivel que percebessem que aqueles elementos simbolizavam realidades futuras, mas provavelmente ndo tinham pleno conhecimento das relagdes entre 05 tipos e {9 antitipos. Como explica Mickelsen: “Muito embora um personagem, um fato ou elemento do Antigo Testamento fosse um tipo, isso nio quer dizer que as pessoas da época reconhecessem essa natureza representativa’”.” O mais provavel & que fossem elementos proféticos do ponto de vista de Deus «, quando os anttipos eram revelados, o aspecto profético ficava evidente, O que Deus via em antecipago, o homem via posteriormente em retrospectiva © homem percebe as semelhaneas quando olha para trés e compara o tipo com o antitipo. Os tipos eram placas de sinalizagdo que falavam de pessoas, acontecimentos ou fatos futuros. Elevagao i ia, 0 antitipo ¢ maior que 0 tipo e a ele superior. Ovorre uma See Ri oes ete ca quisedeque. A obra redentora do Senhor € superior & da Pascoa, 0 tipo do qual ele é © antitipo, Muitos aspectos do Antigo Testamento iJustram vordades do Novo, mas, se nfo houver essa elevayo (@ a prefiguragao), nfo se trata de tipos. Os antitipos ocupavam posi¢io mais elevada que a dos = Planejamento divino Os tipos nfo so meras analogias ou ilustragdes a que os leitores da Biblia do iengo.Pelo contro, sio semethangesplancjadas por Deus. © tipa ta projetado para apresentar uma similaridade como antitipo, que, por vez, fora eiado por Deus para ser o “cumprimento” ea elevagto do tipo. B claro que, como um espao de séeulos separava a maocia dos tpos de su antitipos, tinha de haver um planejamento divino para que aq retratassem ou representassem estes, 2A. Berkeley MicKEL SEN, Interpreting the Bible, Grand Rapids, Eerdmans, 1963, p- 246 © cama dos tpos @ a compresnsso dos simbolos 208 Esse filo mostra que os tipos tém valor apologético, pois a tipologia confirma 0 planejamento divino na relao entre 0 Antigo ¢ o Novo Testa, ‘mento. Como vamos saber quais personagens, acontecimentos ¢ fatos do Antigo Testamento Deus pretendeu que servissem de tipos? Deus deve ter criado os tipos, mas a questo ¢ descobrir com que finalidade os criou. Chegamos agora ao maior problema do estudo da tipologia, Como afirmamos no inicio deste capitulo, alguns professores bfblicos enxergam muito mais tipos que outros, Ha também aqueles que sustentam que os tipos silo apenas os que se encontram expressos no Novo Testamento. Outro grupo ainda adota a posicdo intermedidria entre essas duas opiniGes, e afirma que tipos podem Ser tanto os que esto explicitados como também os que esto implicitos, ou seja, que sto insinuados mas nao declarados, Os pais da igreja primitiva, principalmente Origenes © Jeténimo, Jocalizaram tipos em muitos acontecimentos ¢ fatos de pouca importincia, ¢ essa tipologia extremada resultou no processo de alegorizago. Outros, mais modernos, também procuram descobrir uma infinidade de tipos na Biblia, Wilson escreveu o seguinte: “Quando lemos sobre 0 mar Vermelho ou sobre 2 Jordo, sabemos que sto tipos pelo simples fato de ensinarem tantas ligdes interessantes e iiteis"? Aliés, Wilson comenta 1 163 tipos que afirma ter “descoberto” na Biblia. Na verdade, yrande parte dos elementos a que ele chama tipos nto passa de figuras de linguagem, das quais grande nimero So similes © metéforas, Outros sto ilusttagdcs ou analogias, Habershon também onxerga uma grande quantidade de tipos na Biblia.’ Dentre os estudiosos da Biblia que consideram os tipos elementos Srlicitos e implicitos, figuram: Solomon Glassius, autor de Philologia Sacra (em cinco volumes, 1623-1636); Johannes Coceio (1602-1665), que Siiteveu Summa Doctrina de Foedere et Testaments Dei; Jossph Frey (The Scripture Types, 1841); Patrick Fairbairn (Typology of Scripture (1852; Fimp., Grand Rapids, Zondervan, s.d.J) e Milton S. Tey (Biblical Hermeneutics [Grand Rapids, Zondetvan, s.d)). No grupo dos que sustentam a terceiro opiniiio — a de que os tipos sto “*slusivamente os assim especificados nas Escrituras — estdo Joseph Angus 3. Walter L. WiLsON, Wilson's dlctionary of Bible ‘bpes, Grand Rapids, Eerdmans, 1957, Bd. 4. Ada R, HABERSHON, The stacy ofthe types, Grand Rapids, Kregel Publieations, 1987, 204 A intorpretagéo bibiica (The Bible Hand Book, rey. Samuel G. Green [New York, Fleming H, Revell, 1908); Sylvester Burnham (The Elements of Biblical Hermeneutics (Hamilton, Publican Press, 1916}); Thomas Hartwell Home (An Introduction 10 the Critical Study and Knowledge of the Holy Scriptures, 2 vols, [Philadelphia J. Whetham and Son, 1841)); Herbert Marsh (Lectures on the Criticism and Interpretation of the Bible (London, J, G. & Rivington, 1838) Moses Stuart (Hints on the Interpretation of Prophecy (Andover, Allen, Morrill and Wardwell, 1842)), Marsh expressou tal concepeao nos seguintes termos; “No Antigo Testamento, devem ser considerados tipos todos og elementos que 0 Novo Testamento assim designar; nao mais,’ Em resumo, um tipo deve ter pelo menos estes cinco elementos: uma semelhanga ou comespondéncia visivel com 0 antitipo, realismo histérion tanto da parte do tipo quanto do antitipo, 0 aspecto da prefiguragio ou predigao do antitipo, a clevacio, que confere superioridade ao antitipo, € 0 planejamento divino, Os tipos devem ser identificados como tals no Novo Testamento? Se entendemos as cinco caracterfsticas dos tipos vistas acima, ainda temas de resolver se os tipos podem ser tanto os que esto impl{eitos quanto os que esto explicitos ou se esto limitados aos expressamente identificados m0 Novo Testamento, Por exemplo, muitos professores biblicos afirmam que José © Moisés so tipos representativos de Cristo, baseados nas muitas semelhangas que pereebem entre as vidas de José e de Cristo ou de Moisése de Cristo, De fato, existem varias analogias entre José e Cristo, mas que fundamento temos para afirmar com certeza que Deus queria que vissem0s José como um tipo representativo de Cristo? Analisando os cinco caracteristicos ou elementos, podemos dizer que #8 vidas de José © de Cristo apresentam semelhangas, tém fundamento his- t6rico, evidentemente, e, sem divida alguma, Cristo é superior a José. Mas podemos afirmar que a vida de José tenha sido uma representagiio profétics de Cristo, divinamente projetada para ser um tipo que representasse Cristo? 5, Herbert MARSH, Lectures on criticism and interpretation of the Bible, London, J. G.& 0 examo dos fipos © « comprooneso dos simbolos 205 Dada a dificuldade de afirmarmos com certeza que José satisfazia a estas duas tltimas condigées, podemos questionar se era de fato um tipo valido, auténtico de Cristo, B certo que ele retrata Cristo, pelas muitas analogias que se vé entre 08 dois, mas simples correspondéncias nfo constituem um tipo, Habershon fez uma relag&io de 131 comparagées entre José e Cristo (uma das quais, curiosamente, é que ambos foram até Siquém!). Fla também vé Moisés como uma prefiguragio de Cristo, fundamentada em 69 compa- rages. Se José é um tipo que representa Cristo, por que os professores biblicos nZio dizem que Isaque, Samuel, Elias, Jeremias e Daniel também o slo? E claro que também havia semelhangas entre todos estes e Cristo, Outros acreditam que Salomao simbolizasse Cristo. Contudo, mais uma yez Deus nos conta a histéria de Salomio para retratar Cristo? Podem-se perceber algumas analogias e semelhangas, e & claro que ambos foram figuras histéricas, mas as Escrituras apresentam algum indicio de que Salomio fosse uma prefiguragto de Cristo, de que Cristo era superior a Salomio ¢ de que tudo isso fora planejado por Deus? Seré que a vara de Allo que floresceu simbolizava a ressurreigdo de Cristo, como acreditam varios autores? Novamente, onde esto o aspecto proftico ¢ o planejamento divino? Como evitar a transformagio de todos os elementos do Antigo Testamento em “analogias evidentes, nitidas", conforme se exprimiu Glassius em 1623? Onde devemos estabelecer o limite? Que tipo de controle temos? Sou da opinio que, para uma figura ser um tipo, ela tem de obedecer 2 uma sexta condigdo: precisa ser especificada no Novo Testamento, O texto deve indicar de alguma forma que o elemento é um tipo. Como ja vimos, ssa especificagdo néo precisa ser feita necessariamente pelo termo fypos ou Por palavras correlatas. Os tipos, portanto, so especificados no Novo Testamento; as ilustragdes, por outro lado, sio mais amplas e numerosas. AS ilustrapées e as analogias nfo vém rotuladas, mas os estudiosos da Biblia so Sapazes de perceber paralelos ¢ analogias entre as verdades do Antigo ¢ do Novo Testamento. Um tipo pode ser definido como uma personagem, um acontecimento ou lum fato do Antigo Testamento historicamente veridico, que foi projetado Por Deus para prefigurar, em preparaco, outra personagem, acontecimento u ffato real especificado no Novo Testamento, o qual corresponde ¢ Completa (eleva) o tipo. J uma jlustrago pode ser definida como uma. Personagem, um acontecimento ou fato biblico de fato ocorrido na historia, 206 A interpretegio bition que retrata ou é andlogo a alguma verdade espiritual, com naturalidade © espontaneidade, ndo estando expresso no Novo Testamento como tipo, ‘Segundo essa definig&io, uma ilustragdo contém trés dos seis elementos necessérios a um tipo: correspondéncia ou semelhanga, historicidade ¢ planejamento divino, Contudo, elas no so proféticas, nfo trazem elevagiio ow intensificagdo, nem sao ditas tipos. Por exemplo, Elias é o retrato do homem que ora com fervor (Tg 5.17). ‘Uma ilustragao é apenas uma dentre muitas possibilidades. Tiago também. poderia ter usado Samuel ou Daniel como exemplos de homens de oragio, José retrata Cristo, visto que ambos foram rejeitados ¢ libertados. Moisés ilustra a qualidade de profeta de Cristo, enquanto Davi é sua representagiio como rei. Os sacerdotes do Antigo Testamento exemplificam o ministério sacerdotal dos cristdos, e a arca pode ser uma ilustrago da seguranga que Cristo proporciona aos crentes, Em cada um desses casos, hi paralelismos ou analogias, mas um simples paralelismo ou uma simples analogia no implicam a existéncia de um tipo legitimo. Quando Paulo se referiu & igreja como “'santudrio dedicado ao Senhor” (Ef2.21), estava apenas fazendo uma analogia, tragando um paralelo entre o templo de Salomao e a igreja, sendo ambos lugar de habitagdo espiritual de Deus. Ele ndo estava dizendo que © templo de Salomao era um tipo da igreja. Nem mesmo o paralelo que Jesus estabeleceu entre a experiéncia de Jonas, que permaneceu “no ventre do grande peixe”, e seu proprio sepultamento (Mt 12.40) precisa ser considerado um tipo. O episédio de Jonas nao foi necessariamente profético, ‘nem apontava para o futuro, como também nfio fol identificado como um. tipo (embora alguns sustentem que os termos “assim como” e “assim” no versiculo 40 indicam que se trate da especificago de um tipo). “E possivel que certas personagens e acontecimentos do Antigo Testamento tenham sido interpretados erroneamente como tipos, quando deviam ser entendidos como simples ilustragdes."° tipo aponta para o anttipo eo prefigura, ao passo que, na ilustrago, © fato aludido no Novo Testamento remonta a uma personagem ou a uma situagtio andloga no Antigo Testamento ¢ traga alguns paralelos. Um aponta para o futuro; o outro se volta para o passado. 6. Emest F. KEVAN, The principles of interpretation, in: Carl F, H. HENRY, ed, Revelation ‘and the Bible, Grand Rapids, Baker, 1958, p. 28. © wxame dos tipos © a compreensiio dos simbolos 207 Em que a tipologia difere da alegorizagio? © quadro a seguir pode ajudar ‘a salientar as diferengas entre tipos, ilustragdes e alegorizagao, Como se pode ver na tabela da pagina seguinte, 0 tipo € a ilustrago possuem correspondéncia ou semelhanga, enquanto a alegorizaglo nto encontra correspondente exato e usa, ent, um sentido ou sentidos ocultos no texto. No caso dos tipos e das ilustragbes, a autenticidade histérica € identificada, ao passo que na alegorizagao ¢ desconsiderada ou negada. O tipo prefigura ou prenuncia o antitipo, jé a ilustragao no possul esse aspecto profético € a slegorizacto examina o que esti por tras do texto, em vez de olhar para a frente, Na relagio tipo—antitipo, existe uma elevasio; isso jé nil acontece nem na ilustragio, nem na alegorizagio. O projeto divino esta presente tanto nos tipos quanto nas ilustrages, mas nio na alegorizago, que é fruto da imaginagdo do intérprete, O tipo ¢ idemtficado como tal no Novo Testamento, 0 que no acontece com uma ilustrago nem com uma alego- zagho. Que tipos sao validos? Nosso estudo até a momento mostrou que, para um termo bfblico ser um tipo, ele precisa satisfazer todas as seis condigdes. Precisamos fazer as seguintes perguntas para sabermos quais 0s tipos vélidos nas Eserituras: 1. Existe correspondéncia ou semelhanga clara entre o tipo e o antitipo? O tipo apresenta os. mesmos fatos, prinefpios ¢ relagSes que o elemento neotestamentivio correspondente? 2. 0 antitipo esté de acordo com o contexto histérico do tipo? 3. O tipo é uma prefiguragio ou prenunciagtio do antitipo? ou niio passa de exemplo, de ilustragiio? O tipo aponta para a frente, para o futuro? 4. 0 antitipo eleva ou “cumpre” 0 tipo, sendo-the ainda superior? 5. Pode-se perceber © propésito divino na relagao tipo—antitipo? 6. © Novo Testamento especifica de alguma forma o tipo ¢ 0 antitipo? 208 A interprotacdo bibles Tipologia™ Musragto Alegorizagao’ (Exemplo, Paraleto) T, Otipo eo antitipo pos- | 1. A ilustragto eo fato pos- | 1, Nao ha correspon- ssuem uma correspon- ‘suem uma correspondén- | déncin exata. Pelo déncia ou semethanga | cia ousemelhanga exata. | contritio, procura-se exata. no texto um sentido cculto,forgado. 2. O tipo possui historic dade. (A regio ti- ‘po—anttipo depende do} sentido literal) 2, Arelagdo enire a ilustragio| 2, A auterticidade histéri- eo fato depende da auten- | ca do aT 6 desconside- Heidade hidricada pie | rada ox negada. O sige mei, nifiado literal nto importante 3. Otipo ¢uma prfigue repo ou prenunciaedo do antipa.E profetico; volla-se para o futuro e aponta para. 0 antitipo 4, Otipo encontra cum- ‘primento (ou conclusdo, ¢levaedo) no antitipo. Este € maior e superior Aaquele, 3. Nailustragio ndo existe | 3. A alegorizagio consis- prefgurap, Nive tea frmagdo de con- Profi; € apenas um ceitosoultos,eta- Exemplo. 0 fio remonta | mhoresjecntes so so exemplo doar teva db at Ela pro- cura que et por ris, 4. A ilustrgao ito enconera ‘cumprimento (ou conclu 0, elevaro) no Fato que ‘usr. 5. Otipo € divinamente ‘instituldo, & planejado por Deus, 6. O tipo-e o antitipo sto especificados como tats ONT. $. A ilustraglo ¢divinamente | $. A alegorizaglo ¢fruto institu pare retratar um | da imaginagado do fat, Intérprete, no dos de- slgnios de Deus. 6. Oconjugado fato-ilustra- | 6, A alegorizagdo nto é ‘glo nto é chamado de tipo} indicada no texto, 7. Para um elemento das Escrituras ser um tipo, deve saisfazr rods os seis requisitos. 8. 0 estilo alegérico utilizado pelos judeusvalexandrinos e pelos pais alexandrinos da igreja (Clemente e Origenes) nfo é 0 mesmo que a alegoria a que Paulo se referiu em Galatas 4 © exame dos tpos « w compreensio dos simtolos 209 ‘Com base nesses seis critérios, quais personagens, fatos ou elementos do Antigo Testamento sio tipos? Acho possiveis os 17 a seguir: Tipo Personagens 1, Melquisedeque 2. Ariio Fatos 3. Festa da Péscoa 4, Festa dos Paes As- ‘mos 5. Festa das Primicias 6, Festa de Pentecoste 7. Festa das Trombe- tas 8. Dia da Expiagao 9. Festa dos ‘Taberniculos * 10, Sabado Elementos 11, Taberniculo 12. Cortina do ‘Tabernéculo 13, Holocausto Anttipo sacerdécio eterno de Crist © ministério sacerdotal de Cristo Cristo, nosso sacrificio O caminhar santificado do cristéo A ressurreigio de Cris- to, garantia da ressur- reigao dos crentes A vinda do Espirito Santo reagrupamento de Israel Conversio de Israel pe- lo sangue de Cristo Provisto divina para as necessidades humanas (com Israel no reino) Descanso espiritual do cristio Cristo — 0 acesso do erente a Deus e a base a comunhiio com ele Cristo — 0 acesso do crente a Deus O sectifcio perfito de isto Passagem Hb 7.3, 15-17 Hb 5.4,5 1005.7 100 5.7,8 1 Co 15.20-23 2.28; At2I-47 Mt 24.21.23, Ze 12.10; Rm 11.26, 27; Hb 9,19-28 Jo7.2, 37-39 C1217; Hb 4.3, 9, 11 Hb 8.5; 9.23, 24 Hb 10.20 Lv 1; Hb 10,5-7; Bf5.2 210 A intorprotagéo biblioe 14, Oferta de manjares 0 sacrificio perfeito de Ly 2; Hb 10.8 Cristo do mais elevado grau 15, Sacrificios pacifi- O sacrifieio de Cristo, Lv 3; BF 2.14; C11,20 cos tase de nossa comu- no com Deus 16. Sacrificio pelos pe- A morte de Cristo pelo Lv4.1—5.13; cados pecador em relagio a Hb 13.11, 12 ccondenagiio do pecado 17. Sacrificio pelo sa- A morte de Cristo co- Ly 5.14—6.7; crilégio mo expiagiio da trans- Hb 10.12 transgresstio do pecado Somente uma das sete festas de Isracl — a Pisscoa — ¢ especificamente identificada como tipo (1 Co 5.7), mas Colossenses 2.16, 17 fala de todas as festas religiosas como “‘sombra das coisas que haviam de vir". E com base rnisso que a tabela acima apresenta todas as festas como tipos. Seme- Ihantemente, Hebreus 9.9, 10 dia entender que todos 08 cinco sacrificios de Israel eram tipos. Que dizer de Addo? Por que no € mencionado como tipo de Cristo? E verdade que Adio era um ‘pos de Cristo, conforme Romanos 5.14. Mas, como vimos anteriormente, o termo fypos nem sempre se refere a um tipo ‘auténtico, Nao se trata de termo técnico relativo a pos, pois normaimente significa apenas exemplo, padrlo ou analogia. Adio era andlogo a Cristo em alguns aspectos, mas nfo o prefigurava. Por conta da queda, sua vida dificilmente simbolizaria ou prefiguraria Cristo. Romanos 5.14 diz apenas que Adio foi um exemplo, uma ilustragdo de Cristo, uma vez que tinham uma coisa em comum: ambos foram cabegas de uma raga — Adio, o cabega da bumanidade; Cristo, 0 Cabega da igreja. Os trés dias e as trés noites que Jonas passou na barriga do peixe simbolizam o sepultamento de Cristo. A serpente de bronze que Moisés levantou no deserto ilustra a necessidade de fas pessoas recorrem a Cristo hoje para obter salvagdo, mas ela no prefigurava nem simbolizava Cristo para aquela gerag20. Em outras palavras, Adio, Jonas ¢ a serpente de bronze sdo ilustrag6es> nilo tipos legitimos, pois nio satisfazem todos os seis requisitos do tipo auténtico, Paulo escreveu que certos fatos ocorridos com of israclitas sob a direg40 0 wxame dos tipos © a compreensiio des simbolos 2 de Moisés se tornaram exemplos” (1 Co 10.6). Os versiculos de 1 a4 desse capitulo fizeram alustio aos quatro seguintes acontecimentos: a travessia do mar Vermelho, a nuvem que os conduziu, a provisio do mana e a rocha. ‘Alguns estudiosos da Biblia consideram-nos tipos legitimos. J4 outros acreditam que typos, no versiculo 6, fala desses fatos como ilustragdes, no como tipos. Esse versiculo afirma que objetivo de tais exemplos € que “niio cobicemos as cousas mis, como eles cobigaram". O yersiculo 11 diz algo parecido: “Estas coisas Ihes sobrevieram como exemplos [qypiks], € foram escritas para adverténcia nossa... As atitudes dos israelitas no deserto servem, portanto, de exemplos para os eristios no tomar parte na idolatria, na imoralidade, no pdr o Senhor & prova ¢ na murmuraglo (Vv. 7-10), Parece improvivel que esses sejam tipos, Seria mais apropriado traté-los como exemplos negativos para os cristdos. Quais as etapas a ser seguidas na interpretagdo dos tipos? 1, Descobrir o sentido literal do tipo. Aspecto fundamental na interpretago precisa sempre é a apuragio do sentido literal do texto, 2. Reparar no ponto ou nos pontos de correspondéncia ou semethanca entre 0 tipo e 0 anttipo. Por exemple, Melquisedeque era rei e sacerdote, € ra superior a Aardo, Pelo menos nesses dois aspectos ele . i 1 representava Cristo, pois Cristo ¢ Rei e Sacerdote,e seu sacerdécio é superior ao de Arto. Devore procura as semelhanas princi, mo a secundias insignis foantes, 3. Reparar nos elementos de contraste ou de diferencas, para evitar caracterizd-los como aspectos do tipo. Melquisedeque era humano, mas Cristo era Deus ¢ homem. Aartio tinha de oferecer sacriffcios por seus Proprios pecados, enquanto Cristo nfo precisava fazé-lo por causa da Ratureza sania que possuia como Deus encamado, Na Pascoa, os israelitas Sactificavam animais, mas Cristo, nossa Pascoa, sacrificou-se a si mesmo, Os sacrificios que retratavam varios aspectos de Cristo eram rey Passo que a morte do Senhor na cruz foi um evento definitivo, 12. A intorpretagéo biblica 4, Atentar para as afirmagées explicttas no Novo Testamento que atestem a correspondéncia tipoldgica. Por que se preocupar com a tipologh Embora os eruditos divirjam nese pormenor, o estudo dos tipos e dos antitipos sem diivida tem sua utilidade. Uma das vantagens € que nos permite enxergar 0 tragado divino da historia, pelo fato de ele escolher pessoas, acontecimentos e elementos de Isracl para retratar e predizer aspectos de Cristo ¢ de seu relacionamento ‘com os crentes de hoje, Enxergar essas relagées tipo—antitipo ajuda-nos a ver amo de Deus na histéra. Quando seguimos cuidadosamente os critérios de identificagdo dos tipos, temos instruments mais concretos para interpretar o Antigo Testamento. Se ‘a 4gua da bacia do tabemaculo representava 0 Espirito Santo, por que nao afirmarmos também que a madeira de acécia representa a condigtlo humana de Cristo? Quando desconsideramos os seis critérios de identificacdo dos tipos, caimos num mar de incertezas, 0 que nos pode levar a dizer, como Keach, que 0 fato de Sansfo ter dominado um Ie&0 no deserto corresponde & vitoria de Cristo sobre o leo rugidor, o diabo, no deserto.? Tendo em mente os seis critérios, examine a seguinte lista de 37 ele- mentos, todos os quais foram considerados tipos por virios autores, ¢ veritique quais $40 tipos, quais sto ilustraydes © quais sto alegorias, Escreva um “T” diante dos que Ihe parecem tipos, um “1’" diante dos que acredita serem ilustrages ¢ um “A” diante dos que pensa serem alegorias, 1. Adiio representa Cristo 2. A vara de Aro que floresceu representa a ressurreigdo de Cristo. 3. A hospedaria da parébola do bom samaritano simboliza a igreja, ‘a qual deve estar repleta de cristos para alimentar os recém-convertidos. 4, Salomto, na gléria de seu reino, representa Cristo em sua gloria. 5,0 fato de Davi ter comido os pies da proposigio do tabernéculo representa Cristo comendo cereais no sibado. 9, Benjamin KEACH, Preaching from the types and metaphors ofthe Bible, reimpr., Grand Rapids, Kregel, 1972, p.977, © exame dos tipos @ « compreensiio dos simbolos 213 6. dgua da bacia do taberndculo simboliza a Palavra ministrada pelo Espirito Santo, 7.0 episddio em que Jonas foi cuspido da barriga do peixe fala da ressurreigio de Cristo, ____8.A serpente de bronze levantada no deserto retrata — a crucificagtio __ 9.0 fato de Jac6 ter usado uma pedra por travesseiro simboliza a caminhada de Jesus do templo até a cruz. _ 10. 0s pavios do candelabro do tabemaculo representam a natureza pecaminosa do cristo, que precisa sempre ser aparada, 11.0 episédio em que 0 servo de Abratio saiu em busca de uma noiva para Isaque retrata a busca do Espirito Santo de uma noiva (a igreja) para Cristo. ____ 12. José representa Cristo. 13.0 fato de Moisés ter orado com os bragos erguidos fal crucifieagdo de Cristo. cere 14, Abrado € um retrato de todo o que cra 15.0 aparo dos pavios do candelabro por parte do sacerdote representa Cristo lidando com nossos pecados, 16, Melquisedeque fala do sacerdécio etemo e superior de Cristo, _ 17. A roupa de Esai que Jac6 usou quando enganou seu pai, Isaque, simboliza a igreja vestida com a justiga de Cristo 18. A tor de farinha usada na oferta de manjares representa a homo- geneidade € o equilforio do caréter de Crist. 19.0 cozimento da flor de farinha usada na oferta de manjares representa o softimento por meio do qual Cristo foi provado, ___ 20.0 encontro de Sanso com o leo simboliza o encontro de Cristo com Paulo, na estrada de Damasco, 21. A madeira de acécia usada no taberniculo fala da condigio humana de Crist. 22.0 altar de incenso no tabemdculo simboliza a fungio inter- cessora de Cristo, 23. As peles de cameiro tingidas de vermelho (colocadas como cobertura do tabemdculo) representam Pedro e Paulo depois de salvos. 24, A Festa da Péscoa fala de Cristo, nosso sacrificio, 25, 0 sacrificio de Tsaque pelas mos de Abraflo representa 0 sacri ficio de Cristo por nés, “2 214 A intorprotagdo bition 26. As campainhas ¢ as roms na orla da tinica de Aart filam da ‘fo do evangelho. F reins unhas endides de cates aims (LY 11.3) simbolizam o jo caminhar espititual et dividido. : sae FO mand no deseco simbolizn a proviso espinal que Cristo dé a0 create, 29. Caim representa o homem natural. . 30, Enoque representa os santos que sero arrebatados antes da Tri- balagio, eS OM 's1.A Festa de Pentecoste representa a ctiaglo da igeja no dia de ste, eee As dobradga das prtas do Santo Lar do ans do Santor d ida do cristBo. templo de SalomAo representam os propdsites na vida do cris me leNP'S3. Abel representa o homem espiritual cyo sacrifcio de sangue cia sun compreenséo de um substituto para seu pecado, 34, Eva representa a igreja na qualidade de noiva de Crist. 35.08 dois ples na Festa de Pentecoste simbolizam os judeus € os Bentios.. 0 descanso sabitico simboliza 0 descanso espirtual do cristo ¢ erimenta em Cristo. . aenesee 7 A cobernua de peles de bode do tabemdeulo representa pres- timosidade, ‘A compreensio dos simbolos Em que consiste um simbolo? A palavra “simbelo” derivado argo sombala, que significa “Teun 9 simbolo é 0 objeto (eal ou imaginii) ou a ago ao qual se atibui um significado com vistas a representar em vez de afirmar as qualidades outro elemento. , Simbolos e sips representam alguma oura cise, Enietano, ied representa um elemento futuro, mas 0 simbolo nfio estd preso a ic aa tempo. A certa altura, 0 tipo tem seu cumprimento no antitipo + berndculo no deserto cra tipo de Cristo; como tipo, nenhum out © exams dos fipos © « compresnséo dou simbolow 215, taberndculo lembrava ou falava de Cristo. Por outro lado, quando se diz que Cristo € como um Jedo, qualquer lefio Pode servir para retratar determinada caracteristica do Senhor, Um simbolo “no tem sentido simbélico em si mesmo, Esse sentido é-Ihe atribuido ¢ s6 Ihe cabe ao ser usado como simbolo”.! Melquisedeque era tipo Cristo porque ambos eram sacerdotes. Essa é uma associagGo normal, ‘em que 0 sentido do tipo decorre de sua prépria esséncia. Jé no caso de um. simbolo, o sentido élhe atribuido, Normalmente, ninguém associaria um simbolo ao que ele representa. Por exemplo, a imagem de figos bons normalmente nfo lembra em nada os judeus cativos na Babilonia; no entanto, € 0 que simbolizam em Jeremias 24.3-5, Quals so alguns dos principios que regem a interpretagdo de simbolos? 1. Reparar nos trés fatores da interpretagdo dos simbolos: o objeto (que é 0 simbolo), 0 referente (0 elemento simbolizado) e o significado (a seme- ‘hanga entre 0 simbolo e 0 referente). Em JoRo 1.29, 0 cordeiro (objeto) ‘etrata Cristo (referente), © o significado (semethanga) é que Cristo serviu de saeriffeio como muitos cordeiros também serviram. Ainda em Isaias 53,6, as ovelhas (objeto) simbolizam os seres humanos (referentes), e o significado (semethanga) € que estes se desgarram espiritualmente de Deus assim como acontece com as ovelhas no plano natural, 2. Lembrar-se de que os simbolos estado fundamentados na realidade, Os simbolos baseiam-se em objetos ou agbes reais, tais como um leo, um usso, tums panela ao fogo, 0 ato de sacudir a poeira dos pés, efc. Quando se diz ue Cristo ¢ um cordeiro ou lef, ele nao ¢ literalmente um cordeiro nem um \cHo, mas, como esses animais realmente existem, é possivel estabelecer uma correspondéncia significativa entre o objeto ¢ o referente. Nas passagens broféticas, os simbolos as vezes apdiam-se na imaginago, em vez de nos ‘tos. Nenhuma fera conhecida hoje tem sete cabeyas e dez chifres (Ap 17.3); nenhum leopard jamais teve quatro cabegas € quatro asas (Dn 7.6), 10, Sylvester BURNHAM, The elements of biblical hermeneutics, Hamilton, Publican Press, 1916,p.49, 216 A interpratagio biblics como também nenhuma mulher normalmente é transportada num cesto (Ze 5.5-11). No entanto, esses simbolos contém aspectos reais, como cabecas, chiftes, um leopardo, asas, uma mulher e um cesto. 3. Descobrir que significado ou semelhanga, se existente, 0 texto atribul de forma explicita ao referente. Quando um objeto ou uma aso numa profecia é usado como simbolo, o texto normalmente o indica, Por exemplo, em Apocalipse 9.1, a estrela que caiu do céu & chamada no versiculo 2 de “ele”, a quem foi dada uma chave. Isso indica que a estrela simboliza uma pessoa. Comparando esse texto com 20.1, parece niio restar divida de que se trata de um anjo. O dragdo do versiculo 2 ¢ identificado no mesmo versiculo como Satands, Sodoma ¢ Egito, em 11.8, simbolizam Jerusalém, Os dez chifres das quatro bestas de Daniel 7 so, ou seja, simbolizam ou lembram “dez reis que se levantardo" (v. 24). 4. Se o versieulo ndo indicar o significado ou o elemento de semethanga do simbolo, consultar outras passagens, analisar a natureza do simbolo e verificar que caracteristica principal este ¢ o referente tém em comum. Quando Joo referiu-se a Cristo como “o Cordeiro de Deus, que tira 0 pecado do mundo” (Jo 1.29), usou a figura do cordeiro para simbotizar Cristo, sem contudo explicitar a semelhanga. 5. Tomar o cuidado de ndo atribuir ao referente a caracteristica errada do simbolo. Um leto € feroz e forte, mas somente sua ferocidade esté associada a Satands (1 Pe 5.8) e apenas sua forga refere-se a Cristo (Ap 5.5). ‘As pombas sto déceis © estouvadas, mas em Mateus 10.16 apenas sua docilidade é associada aos cristios, enquanto em Oséias 7.11 somente seu estouvamento é relacionado a Israel. 6. Procurar o elemento principal de semelhanga. Resista a tentagao d€ tragar muitos paralelos entre o simbolo e o elemento que simboliza. Quando [..J @ 4gua representa a Palavra de Deus, é porque ambas purificat; ndo porque sejam claras, refrescantes, baratas ow saudaveis. Quando o szsite simboliza 0 Espirito Santo, & porque a ungio se faz com ambos, O azeite nll0 simboliza 0 Espirito pelo fato de gerar luz ao ser queimado, nem porque € utilizado para amolecer a crosta de uma ferida, tampouco porque s6 é extraido © wane dos tipos © « compreensio dow simboloe 217 do fruto quando espremido. A procura de muitos pontos de semethanca significa tratarindevidamenteo simbolo.!* 7. Entender que um elemento principal pode ser representado por varios objetos. Cristo, por exemplo, é representado por um cordeiro, um leo, um ramo, uma raiz, efc. O Espirito Santo ¢ simbolizado pela Agua, pelo azeite, pelo vento e por uma pomba. 8. Na literatura profética, ndo presumir que, pelo fato de uma profecia conter alguns simbolos, tudo 0 mais na profecia tenha cardter simbélico. Em Apocalipse 19.19, a ‘“besta” & um simbolo, mas isso no significa que “os reis da terra, com os seus exércitos”, no mesmo versiculo, também deva ser encarado como simbolo. No versiculo 15, a espada que sai da boca de Cristo é um simbolo (do juizo que faz por suas palavras), mas isso nilo quer dizer que as nagdes citadas no mesmo versiculo simbolizem outra coisa, 9. Na literatura profética, nao transformar em simbolos as descrigies de ‘faios futuros que sefam provévels ou plausiveis. Apocalipse 8,12 afirma que um tergo do sol, da Iua © das estrelas serio feridos e escurecerio. Como se trata de um fato plausivel, o sol, a lua e as estrelas mencionadas no versiculo nao precisam ser encarados como simbolos. Em Apocalipse 9, os gafanhotos ‘que sairam do abismo representam um fato possivel de acontecer, seja como gafaanhotos de verdade, seja como eriaturas semelhantes a gafanhotos; assim sendo, alo éevem ser tomades como simbolizago dos turcos, como jé se Pensou no passado, A profecia dos 144 000, em 7.4-8, nfo precisa set tomada como um némero simbélico, Deve ser considerada ao pé da letra, Porque se sabe que serio selados 12 000 individuos de cada uma das 12 tribos de Israel, Como os nomes das tribos tém sentido literal, nfo simbélico, nfo ha motivo para atribuir um sentido simbélico aos niimeros. Alguns exemplos de simbolos na Biblia Apresentames a seguir, dispostos em cinco categorias, apenas alguns dos simbolos que existem na Biblia. 11, Thomas E FOUNTAIN, Keys to understanding and teaching your Bible, Nashville, Thomas Nelson, 1983, p. 128 218 A interprotagéo biblica Objeto ow Agiio (Simbolo) Simbolos divinos Espada a oriente do Eden (Gn 3.24) Sarga ardente (Ex 3.2) Coluna de muvern (Ex 13.21, 22) ‘Simbolos vistos em visoes Panela a0 fogo (Jr 1.13) Figos bons (Ir 243-5) Figos ruins (24.3, 8) (Osos secos que recebem nova carne (E237) Quatro bestas (Dn 7) Carneiro e bode (Dn 8) Cesto de frutos de vertio. (Am 8.1-12) Candelabro de ouro (Ze 4.2) Duas oliveiras (Ze 4.3, 11-14) Azeite (Ze 4.1-6) Mulher dentro do cesto (Ze 5.5-11) Sete candeeiros de ouro (Ap 1.12-20) Sete estrelas (Ap 1.12-20) ‘Simbolos materials ‘Sangue (Dt 12.23-25; Lv 17.11; ‘Hb 1.3; 7.16; 9.14; 13.20) Pao e vinho (Le 22.19, 20) Querubim eseulpido (Ex 25.18-22) Pomba (Mt 10.16) Pomba (Os 7.11) Drago (Ap 12.3-17; 13.2, 4, 115 20.2) Cchiffe (1 Sm2.1; $1112.95 Lm2,3) Significado A cist da relagdo entre ohomem e Deus A santidade de Deus ‘A presenga e a orientagio divinas 0 julgamento vindo do norte s judeus cativos na Babilénia (O remanescente dos judeus que permaneceram em Juda A restauragio de Isracl Babilénia, Medo-Pérsia, Grécia e Roma Pérsine Grécia © julgemento vem (assim como as ~ frutas indicam o final do verdo) Israel dé testemunho de Deus para o ‘mundo Zorobabel ¢ Josué O Espirito Santo O Israel pecaminoso As sete igrejas Os anjos (ou ministros) das sete igrejas Avida O compo eo sangue de Cristo Assantidade de Deus A submissio do cristto ‘O estouvamento de Israel Satans A forge ea defesa © exame dos tipos @ a compreenado doo simboloe 219 Incenso (Ap 83, 4) ‘Chaves (Mt 16.19) Cordeito (Is 53.6) Cordeiro (Io 1.29) Lelio(1 Ap 5.8) Lelio (Ap 5.5) Arco-lris (Gn 9.13-16; Ez 1.28; Ap43) Serpente (Gn 3.1; 2 Co 11.3; ‘Ap 12.9, 14, 15; 20.2) Pedra (Dn 2.44, 45; Is 28.16) Agua (Jo 7.38, 39) Agua (Ef 5.26) Agua (113.5) Gestos simbicos Imposigo das mos sobre outra pessoa (Gn 48.13, 14,17; Mr 19.13) Bater no peito (Le 18.13) Sentar-se sobre pé e cin- as (16 42.6) ou em pa- no de saco e cinzas (Le 10.13) ‘Rasgar a propria roupa (6 1.20) Rasgar a propria roupa (Me 14.63) Sacudir 0 pé dos pés 20 stir de uma cidade que tivesse reeitado Cristo (Mr 10.14; At 13,31) Lavar as miios (Mt27.24) Atos simbéticos ‘Um serafim (anjo) toca (8 bios de Isaias com uma brasa viva (Is 6.5, 6) Aooragtio A autoridade A desobediéncia humana Cristo como sacrificio viesrio ‘A ferocidade de Satands Arrealeza de Cristo AA fidelidade de Deus Satands Cristo O Espirito Santo ‘A Palayra de Deus A regeneragiio A transmissio de uma béngio ‘A manifestagao de remorso ‘A manifestagio de arrependimento Expressto de tristeza Expressti de raiva Significn que os discipulos haviam de rejeitar a cidade a tal ponto que nem o pé dela queriam levar consi ‘A manifestapo de inoctncia e de transferéncia de responsebilidade Isaias foi purificado no fntimo (ls 6.7) 220 A interprotagto bibion Jeremias esconde um cinto de finho na fenda de uma rocha € mais tarde o retira, quando jé estava podre (Ir 13.1-8) Jeremias observa um oleiro trabalhiando um vaso de barro (Ur 18.1-4) Jeremias quebra uma botija de barro (Ir 19.10) Jeremias usa um jugo r27.1, 2) Jeremias encaixa pedras na arganassa do pavimento do palacio do Egito Jr 43.8 9) Ezequiel come um rolo contendo lamentagdes, suspiros e ais (6228-33) Ezequiel faz um esboyo de Jerusalém, pée cerco e uma rampa contra ela (Ez 4.1-3) Ezequiel fica deitado sobre seu lado esquerdo 390 dias «¢, sobre 0 lado direito, 40 dias, pesa a comida e, usando estereo de vaca, cozinha o alimento (Ez 4.4-6, 9-15) Ezequiel rapa a cabegae a barba, queima um tergo dos cabelas, corta outro terg0 ‘0 langa ao ventoe uma parte prende is vestes (Ez 5.1-4) ‘Oséias cast-se com uma prostituta, que o abandona; ele a compra novamente € volta a amé-la (Os 1.2, 3 Joao come um rolo (Ap 109, 10) 2) Os deuses falsos que Judé adorava eram indteis como um cinto pode (Jr 13.10) Deus soberano sobre seu povo Gr185,6) Juda haveria de ser destruida ‘como uma botija de barro (Jr 19.11) Zedequias haveria de render-se & auioridade da B (0527.12) ‘A Babilénia conguistaria o Egito (r43,10-13) Ezequiel deveriatransmitir uma ‘mensagem de lamento ¢ de ai (Ex2.10) Jerusalém seria atacada pela Bubildnia (Ez 4.3) Os habitantes de Jerusalém haveriam decomer alimentos contaminados em rituais nas nagées que os ceseravizariam (Ez 4.13) Um tergo da populagdo de Jerusalém morreria de peste ou de forme, outro tergo a espada e 0 outro terga seria disperso (€5.12) Deus restauraré Israel, ainda que teaha pecado contra ele (Os 3.5) Jodo deveria assimilar a mensagem que Deus the haveria de dar (Ap 10.11) 0 exame dos fipos © a comproonaio dos simbolee 221 Até mesmo as ordenangas da igreja — o batismo a ceia do Sentor — siio atos simb6licos. O batismo nas 4guas simboliza a identificagao do erente com 0 sepultamento, a morte e a ressurreigio de Cristo. Quando 0 cristo toma os elementos da ceia do Senhor, esté simbolicamente proclamando a morte do Senhor: 0 plo representa o corpo de Jesus, que foi quebrado na crucifieagio, © célice representa seu sangue, que foi derramado ns cruz para a remisséo dos pecados. Némeros simbélicos Parece que certos niimeros transmitem determinados conceitos, pelo fito de estarem freqientemente associados a tais idéias, Em geral o nimero 7 associado perfeigdo (Gn 2.2, 3; Ap 1.12; 4.5; 5.1; 8.1; 15.1; 16.1). O numero 40 costuma ser relacionado 4 provagio, como os 40 anos que ‘Moisés passou em Midia (At 7,29, 30), os 40 anos que Israel peregrinou no deserto (Nm 32.13) e os 40 dias em que Jesus foi tentado (Le 4.2). Contudo, apesar de certos niimeros apresentarem conotagdes simbSlicas devido as idéias que thes sdo associadas, isso nao é motivo para atribuir-thes sentido diferente do normal, literal. Embora a duragiio do periodo de tentago que Jesus atravessou esteja associada a idéia de provagio, ele foi realmente tentado durante 40 dias. Ainda que os sete candeeiros de ouro simbolizem as sete igrejas (Ap 1.12, 20) e 0 namero 7 simbolize perfeigo, isso ndlo nos dé o direito de negligenciar o sentido literal do numero 7 ¢ ‘imaginar que existisse uma quantidade maior ou menor de candeeiros. Nomes simbdlicos Os nomes de certs pessoas © locais nas Escrituras revestem-se de significado simbélico. Mas o estudioso da Biblia nfo deve procurar significados simbélicos em nomes, a menos que ela 0 indique. O nome Eva foi dado & mulher de Adio “por ser a mile de todos os seres humanos” (Gn 3.20). Em hebraico, Eva significa “vivo”, Parece que é uma expresso da fé de Adio em relagdo ao futuro, muito embora Deus tivesse acabado de declarar que ambos morreriam (v. 19), Deus mudou o nome de Abrio para Abratio com o intuito de mostrar que ele haveria de ser o pai de muitos 222 A intorpratagio bibioa povos. Abréo quer dizer “pai exaltado”, e Abraio, “pai de muitos” (17.5) Deus também mudou o nome de sua esposa, Sarai, para Sara, cujo significado é “princesa” (v. 15). As vezes as mées davam nomes aos filhos que retratavam as cir cunstiincias do nascimento ou as caracteristicas que acreditavam que os filhos adquitiriam. Jacé niio amava sua esposa Lia, e, assim, quando Senhor the deu um fitho, ela o batizou de Riben, simbolizando que o Senhor atendera a sua afligio”. A palavra Reuben soa como a expresso hebraica “ele atendeu A minha afligo”. Provavelmente o sentido do nome de sew segundo filho, Simedo, ¢ “aquele que ouve"’. Levi soa como a palavra hebraica para “tnido”, por isso Lia batizou o terceiro filho de Levis disse ela: “Agora, desta vez, se uniré mais a mim meu marido, porque lhe dei a luz trés filhos...", Quando o quarto filho nasceu — Judd — ela louvou 0 Senhor, pois a palavra Judlé € parecida com o termo hebraico para louvor (29.31-35). Os fithos de Raquel, a outra esposa de Jacé, também receberam nomes que falavam das circunsténcias do nascimento (veja 30.1-24 ¢ as notas de rodapé da Biblia Vida Nova) A filha de Faraé batizou o menino que encontrou no Nilo de Moisés, “e disse: Porque das aguas o tirei” (Ex 2.10). A palavra Moisés assemelha-se ‘a0 verbo hebraico que significa “retirar”. Em hebraico, Moisés ¢ masheh, € © verbo mashd significa “retirar”, ‘Ana chamou seu filho de Samuel, pois disse: “Do SENHOR o pedi” (1 Sm 1.20). Entretanto, 0 nome Samuel nfo tem ligagfio com o temo hebraico sh@'al, que significa “pedido”, mas sim com shama’, cuja tradugo € “escutado”, Ana queria dizer que Deus havia ouvido seu pedido, “Samuel” deriva de palavras hebraicas que significam “‘escutado por Deus”. © nome Daniel quer dizer “Deus julgow” ou “Deus é meu Juiz” ‘Nabucodonosor mudou o nome de Daniel para Beltessazar, que significa “Senhora, proteja 0 rei". Nabucodonosor queria que Daniel esquecesse 0 nome de Deus, 0 qual fazia parte de seu nome, Foram feitas alteragdes semelhaintes nos nomes dos trés amigos do jovem (Dn 1.6, 7). Os trés filhos de Gémer, que era a esposa de Oséias, representavam: mensagens para os israelitas. Jezreel, como se chamava o primeiro, significava que Deus quebraria o arco de Israel no vale Jezseel (Os 1.5); 0 nome da menina, L3-Ruhamé, quetia dizer "desfavorecida”’ ¢ indicava que 0 amor de Deus por Israel cessaria temporariamente (v. 6); ¢ 0 nome do segundo menino, L3-'Ammi, cujo significado era “nilo-meu-povo”, trazia a © axame dos fipos @ a compreenado dos simboloe 299 Pvae ra rn de que Deus niio considerava como povo aquele Israel Jesus mudou o nome de Simio para Cefas (aramai que significa pedra (Jo 1.42; of Mt 16.18), oe To ee age petro ma insti da ej (at 2) : 's nomes de lugares as vezes ganhavam si nificado fst oeorridos nagqueles louis ou a caractertios Ge soos heehee Quando © anjo do Senhor apareceu a Hagar, ela batizou 0 pogo de Beer-Laai-Rei, pois, como explicou, “Nao olhel eu neste lugar para aquele que me v8?" (Gn 16.13, 14). No hebraico, o significado é “popo daquele que vive € me vé™, Jacé mudou o nome da cidade Luz para Betel, pois disse: “ee casa de Deus, a porta dos céus’* (28.17, 19), - F s vezes uma cidade ou nagdo ganhava outro nome, P chamow os lideres de Jerusalém como “principes ‘de Sede eee habitantes de Jerusalém como “povo de Gomorra” (Is 1.10), porque sea Pecado igualava-se ao daquelas cidades antigas. Ezequiel chameu Jud de Sodoma (Ez 16.46), ¢, em Apocalipse 11,8, Jerusalém é chamada simbolicamente de Sodoma e de Egito, Os estudiosos divergem quanto & mengdo que Pedro fez da Babilénia em 1 Pe 5,13 — deve ser entendida como una referéncia A verdadeira Babilénia, no rio Eufmates, ou simbolicamente a Roma? Os que susientam esta iltima possibilidade argumentam que 0 termo “Babilénia” pode ter sido usado para fazer uma ‘engi indirein de Roma, 2 fim de proteger os eristios lactis contra ae Pesseguiges de Nero, De acordo com fatos histricas, Pedro passou os ‘thimos anos de sua vida em Roma, e seu “filho” Marcos, mencionade ne Ratha sete pode ser Jodo Marcos, que Paulo afirmou estar em Roma Cores simbélicas As vezes determinadas cores adquiriam significado simbélico, mas re ie se deve tomar cuidado para no extrapolar o que as Escrituras dizem {iaismente. A pirpura era uma cor usada em tecidos que, aprentomente is olizava a realeza (iz 8,26; Es 1.6; 8. 15; Ct 3.10; Dn 5.7, 16, 29; Me 17, 20) ow ariquezn (Pv 31.22; Le 16.19; Ap 17.4; 18.16), O branco geralmente esta associado & pureza (Is 1.18; Dn 7.9; Mt 17.2; 224 A Interprotagéo bibtoa 28,3; At 1,10; Ap 1.14; 3.4, 5; 4.4, 6.11; 7.9, 13, 14; 19.11, 14; 20.11), Devemos evitar atribui significados a outras cores, tais como azul, vermelho, escarlate, preto ou amarelo, j4 que as Escrituras aparentemente ino especificam seu significado por associagdes. Repetindo, os estudiosos da Biblia devem evitar 0 acréscimo de algo que niio se encontre 14. capitulo nove O exame das parébolas e a andlise das alegorias pardbolas, as alegorias ¢ as fabulas exigem atengo especial no estudo biblico. A parabola é um tipo de linguagem figurada em que se azem comparagdes; mas, em vez de usar uma s6 palavra ou expresso para a comparagdo ou analogia, como ocorre num simile, numa metéfora ou numa hipocatéstase, a pardbole faz uma ampla analogia em forma de historia, Uma parabola ¢ uma histéria baseada em fatos do cotidiano com 0 objetivo de ilustrar ou aclarar uma verdade. Apesar de ter base plausivel, ela Pode nfo ter realmente ocorrido com todos os detalhes como foi apre- sentada, Os acontecimentos histéricos podem servir de ilustragées, mas as pardbolas so histérias especiais, no necessariamente fatos histéricos, contadas para ensinar certa verdade. Como se baseiam na realidade, diferem «das alegorias ¢ das fabulas, que serfo discutidas mais adiante neste capitulo. Pardbola vem do grego para (‘a0 lado” ou ‘junto a”) e ballein (‘lan- ser"), Assim, a histéria € langade com a verdade para ilustré-la. Os ouvintes € leitores, ao perceber a comparasio ou analogia entre a historia e a situago em que se encontram, sto estimulados a pensar. Antes de interpretar uma Parabola, pergunta-se: Qual é o cbjetivo da historia? Que verdade espiritual sté sendo ilustrada? Que analogia esté sendo feita? Podem existir pardbolas estranhas e surpreendentes, mas nunca inverossimeis ou ficticias. Além de fazer referéncia a histérias, a palavra grega parabolé também diz respeito a afirmagdes curtas (as vezes chamadas de similitudes) e a Provérbios. As similitudes geralmente falam de costumes no tempo presente, 20 passo que as pardbolas falam de determinado momento no passado (e.g.. “0 fazendeiro saiu a semear”, 2t 13,3),

Potrebbero piacerti anche