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(Pre)viso ou conversa de elevador

Por Nathlia Ronfini

No sei se vai fazer frio ou muito calor,


O casaco na bolsa, o guarda-chuvas made in China.
No Clima-tempo diz que a manh de sol,
Rajadas de chuva no fim da tarde,
E granizo na madrugada.

Meteorologista, palavra difcil, profisso mais polemista.


Nem sei o que bem faz, mas sei que no para confiar.
Se diz que o existe uma tempestade tropical vista,
Sai espirro de So Pedro.
E se falam que sbado vai dar praia,
gua na cabea o que ns vamos tomar.

O taxista gela logo o ar:


Ligaram o maarico no Rio!
O ascensorista arrisca seu palpite:
Hoje noite vai serenar!
As velhinhas de Copacabana resmungam:
Na minha poca no era esse braseiro. (E desmaiam)
Mame olha o pico do morro:
S dilvio nesta droga lugar!

A casa cai, a rua inunda,


O Bumba desmorona.
Isso uma calamidade, diz o prefeito.
Mas o cientista, dot j feito, por essa j esperava:
Eu avisei, mas ningum quis escutar,
Essa foi uma tragdia mais que (ou menos) anunciada!

Esse poema foi uma reflexo (ou tentativa de) sobre o texto As cincias Climticas
como Antropografias do futuro: sobre a performatividade das previses.

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