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PROJETO SER CRIANÇA - CURVELO| MG - 2009

Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP

C O N G R E G A Ç Ã O
R E D E N T O R I S T A
IQP - INDICADORES DE QUALIDADE DE PROJETO

A equipe de educadores do CPCD sempre trabalhou seus programas de educação popular e de desenvolvimento
comunitário, assim como seus projetos específicos – “Sementinha”, “Ser Criança”, “Bornal de Jogos”, “Fabriquetas
Comunitárias”, “Agentes Comunitários de Educação”, De UTI Educacional a Cidade Educativa, etc. – como processos de
permanente apreensão, compreensão e devolução.

Uma das maiores dificuldades que enfrentávamos era em relação ao quesito “indicadores de avaliação” dos nossos
projetos.

Esse problema (que não era só nosso, mas ainda aflige e compromete o trabalho das ONGs e da grande maioria dos
projetos sociais e de intervenção comunitária) passou a ser um desafio permanentemente enfrentado pela equipe. Entre as
muitas questões que formulávamos, destacamos algumas:
- Se entre os objetivos específicos de nossos projetos apareciam “desenvolvimento de auto-estima”, “socialização”,
“aprendizagem lúdica”, “alegria”, “prazer”, etc. como podíamos medir (mensurar ou aferir) concretamente o alcance (ou
não) desses objetivos? se houve aumento ou diminuição da auto-estima? o grau e a qualidade de socialização alcançada?
os indicadores de felicidade? etc.

Não havia indicadores elaborados e concretos para medir os chamados “objetivos intangíveis.”

Por outro lado, havia (e ainda há) por parte das agências financiadoras de projetos uma crítica à falta de critérios palpáveis
e tangíveis nos projetos sociais.

E para se defender, a maioria das ONGs se escondia atrás do discurso dos “objetivos intangíveis” dos projetos sociais.
Resolvemos encarar de frente esse desafio. Foi por isso que começamos a construir os nossos próprios indicadores.

Num primeiro momento, e lá se vão alguns anos, buscamos, junto com os educadores, na observação diária e sistemática
de nossas crianças e jovens, os pequenos avanços e respostas (sorriso x choro, envolvimento x desinteresse, limpeza x
sujeira, delicadeza x agressividade, etc.). Essas questões surgiam em nossas memórias de campo e relatórios técnicos e
avaliações. Aos poucos, fomos formando uma massa crítica, constituída de elementos que apontavam (indicavam) se os
objetivos propostos estavam ou não sendo alcançados e como.

Surgiu assim o que denominamos de “micro-indicadores.” À guisa de exemplo, são indicadores de auto-estima, o cuidado
com o corpo (cabelos penteados, constância dos banhos, uso de batom, etc), o cuidado com as roupas e os objetos
pessoais, as pequenas vaidades, a busca de uma melhor estética, a expressão de opinião e de gostos, o protagonismo na
roda, a disponibilidade para ajudar e participar de ações coletivas, a relação sorriso x choro, etc.

Todos esses elementos palpáveis e perceptíveis no dia a dia formavam um indicador mensurável. Assim fizemos com todos
os objetivos específicos: a aprendizagem, a socialização, a cidadania, a participação.

Esse acúmulo de experiências e reflexões nos mostraram que podíamos, dessa base, construir “macro-indicadores” que
pudessem balizar nossos projetos. Depois de muito trabalho, conseguimos, por consenso (e isso é o mais importante)
chegar a 12 (doze) índices. Nós os chamamos de Indicadores de Qualidade de Projeto. Segundo nossa perspectiva, se
pudéssemos medir (e aferir concretamente) esses índices em nossos projetos, poderíamos afirmar se tínhamos ou não um
projeto de “qualidade.”

Dessa forma, o conceito de qualidade, praticado pelo CPCD, passou a ser formado pela somatória e interação de doze
índices, que se completam, mas podem ser observados e mensurados individualmente:

Apropriação: Equilíbrio entre o desejado e o alcançado.


Esse indicador nos convida a dar tempo ao tempo, a não fazer do estresse um instrumento de ensino forçado, a respeitar
o tempo de aprendizagem e o ritmo de metabolização do conhecimento de cada um.

Coerência: Equilíbrio entre teoria e prática.


Esse indicador nos aponta a importância da relação equilibrada entre o conhecimento formal e acadêmico e o conhecimento
não formal e empírico. Mostra-nos que ambos são importantes porque são relativos, nenhum superior ao outro, mas
complementares.
Cooperação: Espírito de equipe e solidariedade.
Esse indicador nos instiga a “operar com” o outro, nosso parceiro e sócio na mesma empreitada, que é o ato educativo,
incluindo a dimensão da solidariedade como base humana dos processos de ensino-aprendizagem, tomando o outro,
crianças ou adolescentes, como fundamental para a Educação ser algo plural.

Criatividade: Inovação, animação, recriação.


Esse indicador nos provoca a criar o novo, a descobrir os caminhos obsoletos, a ousar andar na contramão do academicismo
pedagógico “bolorento”, a buscar soluções criativas e inovadoras, para resolver velhos problemas.

Dinamismo: Capacidade de auto-transformação segundo as nossas necessidades.


Esse indicador propõe que nos vejamos sempre como seres repletos de necessidades e em permanente busca de
complementaridade. Viemos ao mundo para ser completos e não para ser perfeitos, que é atribuição do Divino.

Eficiência: Identidade entre o fim e a necessidade.


Esse indicador nos convida a equilibrar as nossas energias, adequando os meios e recursos aos fins propostos. “Aprender
a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer e aprender a conviver”, são os quatro pilares da aprendizagem.

Estética: Referência de beleza e gosto apurado.


Esse indicador fala-nos do bom gosto e da busca do lado luminoso da vida. Se “a estética é a ética do futuro”, segundo
Domenico di Masi, precisamos reconstruir o conceito de estética, de modo que incorpore a luminosidade de todos os seres
humanos, fontes e geradores de luz e de beleza.

Felicidade: Sentir-se bem com o que temos e somos.


Esse indicador aponta-nos para a intransigente busca do ser feliz (e não do ter feliz), como razão principal do existir do
ser humano.

Harmonia: Respeito mútuo.


Esse indicador nos conclama à compreensão e à aceitação generosa do outro (meu igual, mas diferente) como contraparte
do nosso processo de aprendizagem permanente e a incorporar os tempos passados e futuros ao nosso presente.
Oportunidade: Geração de oportunidade e possibilidade de opção.
Esse indicador nos apresenta o conceito contemporâneo de desenvolvimento (=geração de oportunidades) como meio
e alternativa de construção de capital social. Quanto mais formos capazes de gerar oportunidades para as crianças e
adolescentes como participantes de nossos projetos, mais opções, eles (e elas) terão para realizar suas potencialidades e
suas utopias.

Protagonismo: Participação nas decisões fundamentais.


Esse indicador nos fala de nossa possibilidade sempre presente para assumir os desafios, romper barreiras, ampliar os
limites do possível, disponibilizar nossos saberes-fazeres-e-quereres, estar à frente do nosso tempo e participar integralmente
da construção dos destinos humanos. O que cada um pode fazer? Queremos ser protagonistas de que peça, de que escola,
de que país, de que sociedade?

Transformação: Passagem de um estado para outro melhor.


Esse indicador traduz a nossa missão de passageiros pelo mundo, de inquilinos do “Paraíso”, de propiciadores de mudanças,
cuja responsabilidade é deixar para as gerações presentes e futuras um mundo melhor do que este que encontramos e o
que recebemos de nossos antecessores.

A partir dessa matriz, elaboramos uma série de perguntas. A ideia era (e é) formular tantas perguntas quantas fossem
necessárias para levar o participante (educador, criança, jovem e pais) a perceber nas atividades do projeto a presença
(qualitativa) e o grau da presença (quantitativa) do índice.

Após responder a essa bateria de questões sobre cada índice, o participante dá uma nota (de zero a dez) para esse
quesito.

Foi assim que construímos o IQP. Ele é aplicado em cada um de nossos projetos, tomando uma amostragem equitativa e
representativa dos participantes – educadores, pais, crianças e jovens, considerando inclusive a questão de gênero.

O IQP, já no seu nono ano de aplicação sistemática, transformou-se em eficiente tecnologia educacional, pois nos possibilita,
a partir da leitura e análise dos indicadores de avaliação, contextualizá-los e percebê-los como estão sendo introjetados e
metabolizados no fazer e saber-fazer dos nossos educadores, possibilitando-lhes um novo olhar sobre a própria prática.

Tião Rocha
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninas de 7 a 9 anos -
1. Apropriação “Os educadores e algumas crianças fazem e respeitam os combinados, mas
Nota: 9,6 às vezes algumas crianças desrespeitam os combinados e tem que resolver
na roda.”
De acordo com as crianças, elas se sentem donas do projeto porque se Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
sentem livres para crescer, aprender e criar.

“Às vezes algumas crianças desrespeitam os combinados e voltamos para


“Eu me sinto um pouco dona do projeto porque aqui posso dar ideias. Aqui
a roda para resolver. Levo as coisas do projeto para minha casa sempre: a
os brinquedos que a gente faz são para todos e para mim também.”
alimentação, o cuidado com o outro, o respeito.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

“Eu me sinto dona do projeto, porque aqui tenho liberdade para brincar,
3. Cooperação
falar e aprender. Os coordenadores preocupam com a gente porque vão a
Nota: 9,0
nossa casa, conversam com nossa mãe e com a gente.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
Segundo as crianças o grupo trabalha junto, cooperando para que haja
“Não me sinto dona sozinha, porque o projeto é de todo mundo. O projeto aprendizagem e crescimento de todos.
nos ensina tudo de bom.”
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos “Aqui as pessoas ajudam uns aos outros. No dever, por exemplo, as
coordenadoras ajudam e os meninos que já sabem mais também ajudam.”
2. Coerência Maria Vitória Lucas, 8 anos
Nota: 9,0
“Aqui existe muita cooperação. O trabalho em grupo é muito bom e eu gosto
A maioria das crianças acha que nem todas as crianças cumprem as regras, muito. Minha participação é boa. Penso que os jogos e as brincadeiras são
mas isso é resolvido entre elas nas rodas. Sempre que alguém faz o que não
competitivas, mas isso ajuda a gente a aprender a ganhar e perder.”
é combinado, a roda ajuda a resolver e há a participação de todos. A roda
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
faz parte do dia a dia das crianças.

“Eu acho que existe muita cooperação. As atividades do grupo são muito
“Teve um dia que eu fiz um peão bola e mamãe me ajudou. Outra coisa que
boas.”
gostei muito também de fazer lá em casa foi o suco de limão com cará.”
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos
Maria Vitória Lucas, 8 anos

7
4. Criatividade “Quando falo que sou do projeto, as pessoas perguntam se é bom, se eu
Nota: 10,0 gosto e falam que também querem entrar para o projeto.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos

De acordo com as crianças, tudo que é feito no Ser Criança é criativo e as


pessoas fazem o possível para que o projeto seja um lugar agradável e elas “O projeto é muito bem visto por perto de onde eu moro. Sempre elogiam as
se sintam bem. coisas que fazemos aqui, o modo de resolver os problemas.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos

“No projeto acho as pessoas criativas. O Marcos, por exemplo, é criativo,


faz lindas esculturas usando arame, bonecos, bichos. Os enfeites são muito “O projeto está sempre aberto para receber as pessoas e novas ideias. Acho
que é por isso que é um local de aprendizagem.”
criativos também porque são feitos com coisas que poderiam estar no lixo.
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos
Maria Vitória Lucas, 8 anos

6. Eficiência
“As coisas do projeto são criativas. Aqui todo mundo se preocupa em deixar
Nota: 9,6
tudo mais bonito com coisas diferentes. Acho que nós somos mais criativos,
inovadores é na cozinha experimental, nos jogos e na horta.”
Segundo as crianças, o projeto tem a roda como melhor maneira de resolver
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
seus problemas, é onde aprendem e se ensina muito.

“Acho tudo muito criativo. Todo mundo tem o cuidado de deixar o projeto
“Eu não tenho problemas e, quando as outras pessoas têm, eu ajudo a
sempre muito bonito.”
resolver nas rodas, dando ideias para tudo se resolver.”
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos
Maria Vitória Lucas, 8 anos

5. Dinamismo “Os problemas são resolvidos na roda. Às vezes falta material para todos,
Nota: 9,6 por exemplo. Aí vamos para a roda e discutimos como resolver.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
De acordo com as crianças, o projeto é muito bem visto pela comunidade.
As pessoas sempre elogiam os brinquedos e as pinturas com tinta de terra. “No projeto aprendi uma coisa muito legal que é nunca gastar material
As crianças falam bem do trabalho e se sentem orgulhosas em participar e desnecessariamente.”
falar sobre o mesmo. Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

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7. Estética “O que me causa mais alegria em vir pra cá, é que posso brincar, cantar,
Nota: 10,0 fazer coisas legais, como brinquedos, ter amizades, ser feliz.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
As crianças demonstram grande alegria em estar no projeto. O Ser Criança é
um lugar bonito, onde tudo é feito com reaproveitamento de material. É um “O que me faz mais feliz aqui são as músicas, as oficinas... Tudo aqui.”
espaço que valoriza tudo o que as crianças sabem e/ ou tentam fazer. Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

“Todo mundo que visita o projeto faz elogios e é bom porque é a gente que 9. Harmonia
ajuda a fazer a ornamentação para torná-lo ainda mais bonito. Adoro ver Nota: 10,0
a horta verdinha.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos As crianças acreditam que a boa convivência, a resolução de problemas sem
violência, a liberdade de expressão são itens que ajudam a melhorar suas
“Acho que uma coisa que ajuda a gente a ser mais feliz aqui é que tudo é vidas.
bonito. Aí vejo como vale a pena reaproveitar a sucata que é transformada
sempre em coisas bonitas.” “A convivência no projeto é bem melhor que na escola, porque aqui a gente

Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos


pode conversar com os colegas, pode brincar e na escola não. Nas rodas
posso falar o que penso, até ajudo nas rodas, sem nenhum problema.
Isso é muito bom porque nas rodas as pessoas melhoram sua educação e
“As coisas mais bonitas que já vi aqui são as coisas feitas de sucata. Acho
aprendem a não falar palavrão, a respeitar os outros.”
isso muito legal.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

“O projeto contribui muito par melhorar a relação entre as pessoas,


8. Felicidade
ensinando a resolver os problemas. Isso pode ser visto quando diminuiu a
Nota: 10,0
violência aqui. O modo de resolver as coisas é muito melhor, posso falar o
que penso, dar minha opinião.”
Partindo dos depoimentos das crianças, pode-se perceber que elas são
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
felizes porque são respeitadas e fazem atividades interessantes que lhes
proporcionam bom desenvolvimento.
“A relação entre as pessoas no cotidiano do projeto é boa e quando surgem
problemas, são resolvidos na roda. Acho que é isso que contribui para
“Sou muito feliz aqui, porque eu brinco, posso subir em árvores, até entrei
melhorar as amizades, acabar com a violência porque a gente conversa para
na piscina no dia do passeio.”
resolver os problemas.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

9
10. Oportunidade “Eu já recebo muitos elogios porque faço as coisas certas, obedeço minha
Nota: 9,0 mãe, e ajudo todo mundo. É porque eu não sou problema no projeto. Acho
que já aprendi a conviver melhor com as pessoas.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos
De acordo com as crianças, o projeto proporciona condições para
aprenderem coisas que contribuem para uma melhor convivência em casa
“No projeto a gente tem oportunidade de falar com todos e isso me faz sentir
e isso ajuda a resolver seus problemas. Conversando, a vida de cada um
bem, grande por dentro.”
melhora muito.
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos

“O meu maior sonho é ser educadora porque é bom ensinar de um jeito “Na roda todo mundo é igual e todo mundo pode falar com os outros. Aqui
diferente, do jeito daqui.” as pessoas escutam a gente falar.”
Maria Vitória Lucas, 8 anos Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

“Eu aprendi a fazer brinquedo, resolver problemas sem violência e ajudar na 12. Transformação
cozinha. Isso fez mudar minha vida, meu comportamento, a aprendizagem
Nota: 10,0
na escola. Agora já consigo ajudar a picar verdura em casa e resolvo meus
Segundo as crianças, o projeto mudou suas vidas, oportunizando momentos de
problemas sem brigar. Quero sempre ter oportunidade de aprender mais, ter
aprendizagem, convivência, de cuidados, enfim, a serem ainda melhores.
um bom emprego, ser alguém.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos “O projeto transformou minha vida porque aqui aprendi a fazer coisas, lavar
e picar verduras, fazer enfeites. Porque aqui tenho amigos para brincar.”
“Aprendi muitas coisas, mas o mais importante foi a convivência e ajudar na Maria Vitória Lucas, 8 anos
cozinha. Agora posso ajudar minha mãe. Gostaria de sempre aprender mais
e de ser respeitada em casa.” “Eu penso que todo mundo que quiser pode mudar sua vida, é só vir para
Giovanna Correia S. Silva, 7 anos o projeto, porque aqui eu mudei a minha. Estou aprendendo a respeitar os
outros, a resolver melhor os problemas. Hoje sou mais feliz.”
Rosélia Maria Oliveira Silva Viana, 9 anos
11. Protagonismo
Nota: 10,0
“Desde quando entrei para o projeto, até agora, mudei muito o modo de
tratar as pessoas, a alimentação e o cuidado comigo e com os outros. Ainda
As crianças se sentem valorizadas no projeto, através da liberdade e tenho que mudar, mas já pareço uma pessoa melhor.”
igualdade que a roda proporciona. Giovanna Correia S. Silva, 7 anos

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Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninos de 7 a 9 anos -
1. Apropriação “A maioria dos combinados são respeitados por todos. Uma coisa que passei
Nota: 9,0 a fazer em casa é ser mais educado. Antes eu era bem sem educação, não
comia devagar e agora aprendi a me servir.”
As crianças sentem que o projeto é sua segunda casa, cheia de alegria e de João Pedro Barbosa, 9 anos

um jeito bom de resolver as coisas.


“Eu fiz em casa muitos brinquedos que aprendi aqui: telefone de lata,
carrinhos de pet e cavalinho de pau. Meus irmãos também me ajudam e
“O projeto procura sempre resolver os problemas na roda. Comigo mesmo
gostam muito.”
sempre tem tido roda. Então acho que todo mundo tem direito porque na
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
roda todo mundo fala e resolve junto.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
3. Cooperação
Nota: 8,0
“O projeto é uma grande apropriação para mim, é alegre. Aqui posso ficar
à vontade.” Segundo as crianças, é possível perceber que a cooperação e solidariedade
João Pedro Barbosa, 9 anos são fatores sempre presentes no cotidiano do projeto.

“Eu me sinto dono do projeto, aqui me sinto bem, é como se fosse a minha “Aqui tem mais cooperação. Por exemplo, a coordenadora ajudou a lavar os
casa.” copos de doce como nós ajudamos. Todo dia todo mundo ajuda a lavar as
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos vasilhas e a fazer as outras coisas do projeto.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
2. Coerência
Nota: 9,0 “Aqui as pessoas ensinam a cooperar, mas nem todo mundo sabe colocar
em prática. Isso é muito ruim pra gente, para o projeto, porque ele quer
ajudar e acolher mais crianças. Eu coopero, mas acho que posso cooperar
O que as crianças aprendem no projeto levam para casa como meio de
ainda mais.”
melhorar e alegrar seus dias.
João Pedro Barbosa, 9 anos

“Nem sempre o que era combinado comigo era cumprido. Agora é que
“Eu vejo muita cooperação no projeto. As pessoas sempre estão colaborando
começou a melhorar isso dos combinados e eu também melhorei. Eu já até
na cozinha, nas atividades de grupo, na hora do dever. A minha colaboração
pude coordenar a roda.”
é regular. Às vezes eu tenho preguiça, mas eu posso melhorar mais.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos

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4. Criatividade “Várias escolas conhecem aqui. Tem umas que os meninos até vem jogar
Nota: 10,0 aqui!”
João Pedro Barbosa, 9 anos

As crianças se encantam com as novidades e criatividade do projeto e


desenvolvem o senso de preservação e respeito ao meio ambiente. “Sempre, quando falo do projeto, as pessoas dizem que vão colocar os filhos
aqui também, para eles aprenderem coisas diferentes como eu. O projeto é
“Acho os brinquedos muito legais e bem diferentes dos que eu já conhecia.” um lugar bom para criança ficar.”

Diogo Santos Diniz, 9 anos Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos

“Tudo aqui é bonito e faz a gente se sentir bem. Os enfeites, as pinturas com
6. Eficiência
Nota: 9,0
tinta de terra, a decoração do espaço para se tirar as fotos, os brinquedos
também.”
No Ser Criança tudo é usado como meio de aprendizagem. Isso se sente
João Pedro Barbosa, 9 anos
quando as crianças veem que até na hora de se servirem estão aprendendo
a evitar o desperdício e que, quando surgem os problemas, o meio mais
“O que eu acho mais criativo aqui são os enfeites e brinquedos que são
eficiente para resolver é a roda.
feitos de coisas recicladas e que poderiam estar contribuindo para enchentes,
provocando poluição.”
“Aqui não tem desperdício de nada. Até a comida é a gente que serve e a
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
coordenadora ensinou que é porque nós mesmos é que sabemos o tanto
que queremos comer. Aí, se deixar no prato, temos que resolver. Às vezes,
5. Dinamismo
guardamos para o lanche. Foi assim que consegui controlar e não servir mais
Nota: 9,6 do que conseguia comer.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
As crianças sentem que o projeto é um lugar acolhedor, onde aprendem as
coisas e que é reconhecido por outras instituições. “Sempre resolvemos tudo na roda. Algumas vezes tem gente que demora
muito, mas resolve.”
“Tem gente que não conhece o projeto, mas quem conhece sabe que é bom João Pedro Barbosa, 9 anos
e fala pra todo mundo que aqui é um lugar gostoso, pois tem muita coisa
boa pra fazer e descobrir. Eu também acho.” “Os nossos problemas são resolvidos na roda. Acho essa forma boa porque
Diogo Santos Diniz, 9 anos ensina as pessoas a respeitar. Quanto aos materiais são muito bem utilizados,

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principalmente as tintas de terra, porque as outras tintas poluem o mundo e a “Eu adoro vir para cá e brincar nas árvores, e nas sombras delas. Isso pra
nossa tem o resultado muito bonito. Alguns meninos desperdiçam a comida mim é que é felicidade.”
porque ainda não aprenderam se servir.” João Pedro Barbosa, 9 anos
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos

“O que me traz mais felicidade no projeto são as amizades. E com esses


7. Estética
amigos a gente pode confiar e brincar muito. Descobri que para ser feliz é
Nota: 10,0
só a gente não brigar.”
A preservação do meio ambiente é uma preocupação das crianças, além da Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
satisfação de serem tratadas com respeito e carinho no projeto.
9. Harmonia
“É bom usar a sucata como aqui usa porque evita a dengue, por exemplo, e Nota: 9,0
cuida do ambiente que fica muito bonito.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
Existem conflitos, amizades e soluções para os problemas, mas as crianças
gostam e aprendem a valorizar a boa convivência.
“Eu acho que a beleza do projeto está nas árvores e eu gosto muito de
árvores. E também o jeito que somos tratados aqui.”
João Pedro Barbosa, 9 anos “Aqui as pessoas falam com educação, isso ensina a respeitar.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos
“O projeto é muito bonito, porque tem pintura com tinta de terra, tem ar
puro, tem muitos enfeites. O meu lugar preferido é em cima das árvores.” “Quando tem alguma briga, na hora faz roda para resolver. Bom mesmo é
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
ficar tudo bem, todo mundo amigo.”
João Pedro Barbosa, 9 anos
8. Felicidade
Nota: 10,0
“Às vezes, eu não me sinto em harmonia com os outros porque eu brigo e
A tranquilidade, segurança e amizade que as crianças encontram no projeto, procuro muita confusão, mas mesmo assim eu tenho muitos amigos. A roda
segundo elas, justificam a felicidade que sentem. ajuda a convivência das pessoas porque conversa com a gente para não
brigar e aprender a respeitar.”
“O que me deixa mais feliz aqui é o jeito como sou tratado.” Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
Diogo Santos Diniz, 9 anos

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10. Oportunidade “Ah! É muito bom a gente poder falar e ter gente para escutar, dar valor.”
Nota: 10,0 João Pedro Barbosa, 9 anos

As crianças veem o projeto e sua metodologia como um meio de se “Umas das coisas que fiz no projeto e fui muito elogiado foram os brinquedos
promoverem e serem pessoas melhores.
como: pé de lata, carrinhos, bilboquês e minha participação na cozinha foi
muito boa.”
“Aprendi muitas coisas aqui: fazer brinquedo, melhorar o comportamento,
Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos
fazer pomada. O projeto já me ajudou até a resolver problema lá na escola.
Quando o pessoal do Conselho Tutelar e da escola me levaram para casa
e não me deixaram estudar mais. A coordenadora conversou comigo, com 12. Transformação
meu pai e as coisas se resolveram. Eu até voltei para a escola.” Nota: 9,6
Diogo Santos Diniz, 9 anos
As transformações de comportamento e atitudes nas vidas das crianças é
“No projeto a gente aprende um monte de coisas. Aprende a respeitar o fácil de ser percebido por todos. Isso proporcionou melhor convivência e
outro, a comer melhor. Ah! Aprende a ser uma pessoa melhor e pode até segurança para resolver problemas.
ensinar para as outras pessoas.”
João Pedro Barbosa, 9 anos
“Depois de um tempo aqui, eu mudei muito meu comportamento, minhas
atitudes e até o jeito de pensar. Antes achava que ninguém gostava de mim,
“As crianças do projeto têm a oportunidade de não ficar à toa, em ambiente
agora sei que não é bem assim.”
ruim, aprender coisas ruins para nossa vida. Quem fica no projeto tem
oportunidade de conviver com pessoas, de aprender muitas coisas e, Diogo Santos Diniz, 9 anos

principalmente, de ser feliz.”


Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos “Já vi muita gente mudar de comportamento aqui. Eu também antes achava
muito ruim ajudar os outros e aqui aprendi que eu recebo ajuda, mas devo
11. Protagonismo ajudar também. É melhor viver em conjunto.”
Nota: 9,0 João Pedro Barbosa, 9 anos

As crianças se sentem valorizadas e respeitadas. Sabem que são importantes


“Minha maior transformação foi deixar de brigar com meus irmãos. E agora
para o projeto.
meus problemas diminuíram bastante. Quase toda semana tinha roda
comigo porque eu aprontava muito.”
“Sempre podemos dar opinião e sugestão nas coisas do projeto, na roda.”
Diogo Santos Diniz, 9 anos Victor Manuel Gonçalves dos Santos, 9 anos

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Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninas de 10 a 12 anos -
1. Apropriação “Tudo que é ensinado na roda é praticado: o respeito, a amizade e os
Nota: 9,6 combinados. Umas das coisas que faço em casa e que aprendi aqui foi o
modo de limpar as coisas, de lavar e picar as verduras.”
As crianças se sentem à vontade no projeto. Gostam daqui e têm carinho em Daniela dos Santos Neves, 10 anos
cuidar do espaço que é delas. Entendem que cuidar do projeto é cuidar do
que é delas, pois fazem parte dele. “Aqui estou aprendendo a alimentar melhor. Na minha casa eu só gostava
de comer arroz e banana. Agora já estou aprendendo a comer verduras e a
“Eu cuido bem do projeto. E todo mundo deve cuidar, porque o projeto é preparar saladas. Ajudar a preparar as saladas em casa é bem divertido, a
nosso. Devemos cuidar, não destruindo os brinquedos, usando e devolvendo-
gente brinca com as cores das verduras.”
os para os mesmos lugares onde estavam. Assim, os brinquedos não
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos
quebram, nem somem e vai ter brinquedos pra todo mundo.”
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos
3. Cooperação
Nota: 9,0
“Eu me sinto dona do projeto e todo mundo é. Por isso ajudo a cuidar dele,
limpo o chão, ajudo a fazer a comida e brinco.”
Daniele dos Santos Neves, 10 anos De acordo com as crianças, a partir do dia a dia do projeto aprendem a ser
cooperativas e isso as faz sentir bem.
“Eu sinto que sou parte do projeto. Aqui me sinto bem. Por isso, procuro
cuidar das coisas, falo com os colegas pra não fazer coisas erradas, não “Aqui tem muita cooperação nas brincadeiras, na cozinha, e nas atividades.
estragar o que é de todo mundo.” Eu participo bem, ajudo o tempo todo, fazendo tudo direito. Alguns do grupo
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos brincam muito na hora errada.”
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos
2. Coerência
Nota: 9,6 “Aqui vejo sempre as pessoas ajudando umas às outras, seja na limpeza,
jogos, dever ou na cozinha. Aqui aprendi a cooperar e quem chega ao
Segundo as crianças, as coisas que aprendem no projeto facilitam e projeto sempre aprende.”
melhoram suas vidas em casa e em outros lugares. Daniele dos Santos Neves, 10 anos

“Aqui eu aprendi a fazer muitas coisas como remédios (pomadas) bolos que
“Aqui tem muita cooperação, principalmente na cozinha. Eu sempre vou
até já faço na minha casa. Aprendi que não devemos brigar com ninguém e
ajudar quando Dona Geralda precisa. Quando todo mundo coopera o
temos que compartilhar tudo, seja comida, brinquedo, brincadeira. Antes eu
projeto fica melhor.”
brigava muito com meus irmãos, agora parei de brigar.”
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos

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4. Criatividade fazemos aqui, sobre as atividades e ficam muito interessadas em conhecer o
Nota: 10,0 projeto. Sempre falo bem porque é verdade, aqui sempre tem coisa pra fazer
e ninguém fica cansado.”
As crianças consideram que no projeto as coisas são inovadoras e bonitas. Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

“Aqui sempre aparecem brincadeiras novas. Mas não é só isso não, tem 6. Eficiência
passeios, remédios, até suco a gente inventa.” Nota: 9,6
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos

As crianças acreditam que a melhor forma de resolver os problemas é


“Tudo aqui tem muita criatividade: nos enfeites, nos jogos e até nos banheiros
fazendo roda, pois todos conversam e acontece o aprendizado. Além de
que ficaram lindos com a pintura de tinta de terra.”
perceberem a importância de utilizar a sucata.
Daniele dos Santos Neves, 10 anos

“O projeto resolve os problemas da melhor forma que já vi, fazendo roda e


“Acho os jogos muito criativos. Com eles a gente aprende brincando.”
conversando. Nem sempre tem todo material necessário, mas, se for preciso,
Jennifer Victoria Cordeiro de Santana, 10 anos
a gente sempre tenta outro material pra ver se dá certo. E mesmo se não dá
certo a gente aprende do mesmo jeito.”
5. Dinamismo
Nota: 9,0 Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos

Segundo as crianças, o projeto é um local que proporciona aprendizagem e “Aqui a gente resolve os problemas como, por exemplo, as brigas entre nós
isso é reconhecido pelas pessoas. ou quando somem as coisas da gente. E quando o problema é fofoca, os
coordenadores fazem roda com todos os envolvidos e resolve.
“Antes eu brigava muito com meus irmãos, agora não brigo mais. Eu não
gostava de ler, agora que o grupo começou a ler, eu também comecei a me Todo material no projeto é bem utilizado principalmente as sucatas que são
interessar, leio até dois livros ao mesmo tempo.” transformadas em brinquedos ou enfeites. Mas, às vezes a gente desperdiça
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos papelão que poderia ser reaproveitado.”
Daniele dos Santos Neves, 10 anos
“Quando eu falo que sou do projeto, as pessoas sempre dizem que aqui é
muito bom e quem não conhece quer saber como é o projeto.” “Aqui a gente utiliza bem as sucatas, por que delas a gente faz brinquedos,
Daniele dos Santos Neves, 10 anos enfeites. As garrafas pet são reutilizadas até na horta pra fazer os canteiros
de mandala.”
“Quando falo que sou do projeto, as pessoas sempre perguntam o que
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

18
7. Estética “Eu sou muito feliz. O que me traz mais felicidade no projeto são os amigos
Nota: 10,0 que brincam comigo. Para aumentar a nossa felicidade é só a gente brincar
mais e reunidos.”
As crianças veem o projeto como um lugar bonito e valorizam seus Daniele dos Santos Neves, 10 anos
benefícios.
“O que me traz mais felicidade no projeto são as educadoras, as brincadeiras,
“Acho o projeto muito bonito, colorido e animado. As pinturas são lindas e os jogos e os amigos.”
eu nem imaginava que a gente usava terra. Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

Os brinquedos, os enfeites que a gente faz, reaproveitando a sucata, também


9. Harmonia
Nota: 9,0
são legais. É bom pois podemos fazer em casa, não precisamos comprar
brinquedos e nem material porque é fácil de conseguir.”
As crianças têm boa convivência no projeto e acreditam que isso se deve às
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos
rodas.

“O projeto é muito bonito. Os enfeites que a gente faz ajudam a torná-


“No projeto eu convivo bem com quase todo mundo. Só tem algumas
lo mais bonito. Pra mim o lugar mais bonito é a horta. Lá tem remédio,
pessoas de quem ainda não tive oportunidade de me aproximar mais e
verduras o ano inteiro e ela sempre está bonita.” brincar com elas. Com as rodas as pessoas vão aprendendo a respeitar e a
Daniele dos Santos Neves, 10 anos ser amigas.”
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos
“O projeto é muito bonito, porque a gente o deixa sempre enfeitado. E,
quando o campo está limpinho, fica bem verdinho, fica lindo! Mas o meu “Aqui, às vezes, há desentendimento, mas, com as rodas, as pessoas vão
lugar preferido mesmo é a horta.” aprendendo a conviver melhor umas com as outras.”
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos Daniele dos Santos Neves, 10 anos

8. Felicidade “Eu me relaciono bem com todo mundo. De vez em quando alguém briga,
Nota: 10,0 mas tudo é resolvido na roda.”
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

Segundo as crianças, o que as faz mais felizes são as amizades que o projeto
proporciona fazer.
10. Oportunidade
Nota: 10,0
“Todos aqui são felizes principalmente eu porque aqui tem brincadeiras,
brinquedos, aprendizagem e também por causa dos amigos que a gente Segundo as crianças, através das atividades do projeto, elas aprendem
arruma aqui e pode brincar com eles.” muitas novidades boas que levam para suas vidas, além da oportunidade
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos de serem mais felizes.

19
“Aqui no projeto tenho oportunidade de aprender, conhecer novas pessoas, sempre faço brinquedos pegue-bola, carrinhos, enrola bola e cavalinho. A
brincadeiras diferentes, comidas diferentes. Posso aprender a fazer remédios. roda ajuda a melhorar as pessoas.”
E ainda temos oportunidade de ser felizes e fazer amigos.” Daniele dos Santos Neves, 10 anos
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos
“Minha participação é boa, porque fico no grupo, participo sempre das
“Eu vejo muitas oportunidades; de melhorar cada vez mais, estudar mais, de atividades e brincadeiras. E sempre sou elogiada. No grupo, sempre ajudo
ser uma boa pessoa, uma boa companheira e ser muito feliz.” a resolver os problemas, dando opiniões.”
Daniele Santos Neves, 10 anos Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

“Quem participa do projeto tem a oportunidade de aprender muitas coisas: 12. Transformação
fazer brinquedos, jogos, cozinhar, fazer salada, aprende a respeitar todo Nota: 9,6
mundo.”
Segundo as crianças, houve mudanças para melhor nelas próprias e
Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos
conseguem perceber o mesmo em outras crianças também, que demonstraram
isso no comportamento, nas atitudes, habilidades e atividades escolares.
11. Protagonismo
Nota: 9,0
“Eu ainda tenho muita vergonha, mas já perdi bastante, pois até participo
quando tem coisas legais na roda. Antes eu brigava muito com meus irmãos
Através da roda, as crianças se sentem valorizadas, o que levanta a auto-
Jone e Jadson agora não brigo mais.”
estima e as faz mais participativas.
Rutiele Ferreira da Mota, 10 anos

“As coisas que acontecem na roda ajudam a gente a ir perdendo a vergonha e


“Eu mudei muito, aprendi a respeitar as pessoas. Percebi que o meu irmão
vai aparecendo a coragem para participar das brincadeiras e apresentações.
Gabriel melhorou muito. Antes ele era chato e não respeitava ninguém;
Eu até criei coragem para participar da produção de texto coletivo, na roda agora, está bom, respeitando todo mundo, colaborando nas atividades e
grande, e dei minha contribuição. Nas rodas, a gente sempre pode dar as nas brincadeiras, sem brigar com ninguém.”
nossas opiniões para resolver os problemas. Outro dia até ajudei a resolver Daniele dos Santos Neves, 10 anos
o problema de uma briga de Aline e Jadson dei minha opinião e tudo foi
resolvido.” “Minha maior transformação foi porque eu aprendi mais, estou esperta tanto
Rutiely Ferreira da Mota, 10 anos pra correr como para aprender. Antes eu era meio devagar, não tirava boas
notas. Agora minhas notas são quase totais.”
“Eu nem sempre participo bem, de vez em quando tenho preguiça. Mas Jennifer Rafaely Lima Rodrigues, 10 anos

20
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninos de 10 a 12 anos -
1. Apropriação “Na maioria das vezes, tudo que é falado na roda é cumprido.Quando
Nota: 9,0 alguém não cumpre faz a roda de novo e resolve.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos

Sentir–se dono do Ser Criança é saber que tudo é de todos, que tudo será
repartido e bem cuidado por todos. É ver no projeto a sua casa. “Eu tenho evoluído bastante, tanto na escola, quanto em casa. Em casa
tenho mostrado interesse em ajudar meu pai. Hoje, sou mais sociável.

“O que me faz sentir dono do projeto é que aqui as coisas são repartidas.” Quando entrei no projeto, era acanhado.”

Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos Atos Moura Monteiro, 12 anos

“Tudo que tem aqui no projeto é para todo mundo usar e por isso cuidamos
3. Cooperação
Nota: 10,0
de tudo.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
O Ser Criança é um espaço de muita colaboração. Os combinados da roda
são para todos. Ajudar passa a fazer parte do cotidiano e alguns até sentem
“Sinto-me muito bem aqui. Gosto sempre de vir, gosto dos colegas, de jogar
falta disso.
bola e das brincadeiras. Aqui é minha casa.”
Atos Moura Monteiro, 12 anos
“Na roda combinamos a atividade e todos participam. Algumas vezes, não
gosto de fazer algumas atividades, mas faço assim mesmo porque depois
2. Coerência
os outros fazem o que eu pedir.”
Nota: 9,0
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos

O que é vivenciado no Ser Criança é usado fora do espaço também. As


“Eu acho que a história de ir para a cozinha é uma coisa boa porque todo
experiências são levadas para a escola e para casa. A roda é um lugar de
mundo precisa aprender de tudo, mas eu não gosto de cozinha não. Assim,
combinar e cobrar resultados, é um espaço de aprendizagem. tem gente que não gosta de ir e precisa fazer a roda para resolver.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
“Aqui no projeto eu aprendi a comer de garfo e faca... Agora eu só como
assim. Tudo o que aprendo aqui eu faço em outros lugares porque sei que “Aqui todo mundo se ajuda, é bom ajudar. Eu aprendi a ajudar todo mundo
é certo.” e sinto falta disso em outros lugares, na escola, por exemplo.”
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos Atos Moura Monteiro, 12 anos

22
4. Criatividade “Meus vizinhos dizem que o projeto é muito bom porque aprendemos a fazer
Nota: 10,0 coisas sem dificuldades. Gosto de tudo que faço aqui. É bom porque tenho
amigos e nunca estou sozinho.”
O Ser Criança é um lugar onde tem muita criatividade nos enfeites, nos Wesley da Silva Barreto, 11 anos
brinquedos, mas, principalmente, no jeito de resolver as coisas na roda.

“Aqui sempre tem atividades para todo mundo, eu gosto muito da horta.
“Uma coisa que eu acho muito criativo é a maneira como aproveitamos os
Eu faço uma coisa pensando na outra, sempre termino rápido para poder
materiais. Tudo é reciclado. Um pedaço de arame vira um brinquedo muito
brincar mais tempo. Amo o futebol.”
bonito.”
Atos Moura Monteiro, 12 anos
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos

6. Eficiência
“Nunca tinha visto um lugar igual o projeto. O jeito de resolver as coisas na
Nota: 9,0
roda é muito melhor e os enfeites são todos bonitos e feitos com sucata.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
As crianças já conseguem substituir os materiais que não encontram por
“As coisas produzidas são bem criativas, ajudam a coordenação motora e a outros alternativos, além de reaproveitar tudo. As soluções para os problemas
desenvolver a criatividade de todos nós.” são encontradas pelas próprias crianças, na roda. A roda faz parte do dia a
Atos Moura Monteiro, 12 anos dia das crianças até mesmo fora do projeto.

5. Dinamismo “Normalmente tem material suficiente, mas, quando não tem, usamos algo
Nota: 8,5 alternativo. Outra coisa também é que não desperdiçamos as coisas, nem o
material, nem a comida.”
Estar no Ser Criança é uma forma de ocupar a cabeça e o corpo com Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos
atividades prazerosas, além de contribuír com meio ambiente.

“Aqui no projeto, para todo problema que aparece faz roda e se conversa com
“O projeto é bem visto pelas pessoas porque é um lugar onde todos nós
calma. Só chama a mãe quando não tem jeito mesmo. Os coordenadores
preocupamos com a natureza, reciclamos, recebemos visitas e participamos
falam que se nós é que temos o problema nós é que temos que resolver. Já
de programa de televisão. Isso me ajudou muito a entender que eu também
fiz uma roda na rua lá de casa, deu certo.”
preciso ajudar a terra.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos

23
“Sei que as coisas são bem aproveitadas. O espaço é bem dividido e a horta “Eu me sinto muito bem aqui porque aprendi a gostar muito da horta, da
é bem cuidada, é de lá que retiramos a maioria dos alimentos para nosso cozinha e de jogar futebol.”
almoço.” Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos
Atos Moura Monteiro, 12 anos

“Eu sou muito feliz aqui porque aqui tem amor. Sinto que as pessoas que
7. Estética ficam com a gente querem cuidar da gente.”
Nota: 10,0 Wesley da Silva Barreto, 11 anos

O Ser Criança é um lugar agradável e bonito, mas a boa vontade das


“Felicidade pra mim é segunda-feira porque vai ter cinco dias de projeto.
pessoas e o cuidado que têm com o espaço também ajudam a deixá-lo
Aqui é minha casa.”
ainda mais bonito.
Atos Moura Monteiro, 12 anos

“Penso que vale a pena reciclar porque com sucata fazemos o projeto ficar
9. Harmonia
sempre bonito. Até a pintura com tinta de terra foi usada nos banheiros este
Nota: 9,0
ano.”
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos
O Ser Criança é um espaço onde as crianças se sentem iguais, se respeitam
“Eu acho o projeto um lugar agradável e muito bonito e o que faz com que e se gostam.
seja assim é a boa vontade das pessoas daqui.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos “Aqui no projeto todo mundo é amigo porque todos somos iguais.”
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos
“O espaço do projeto é uma boa área, bem grande, dividido e muito bonito.
Os meninos da escola ficam loucos pelo nosso campo. Aqui só é bonito “Aqui no projeto todo mundo é tratado igual, temos os mesmos direitos. Acho
assim porque todo mundo cuida com carinho.” que é isso que faz a gente conviver bem.”
Atos Moura Monteiro, 12 anos Wesley da Silva Barreto, 11 anos

8. Felicidade “O projeto me ensinou que todo mundo é igual, que todo mundo tem que
Nota: 10,0 respeitar e ser respeitado. Acho isso muito bom, tanto para os grandes
quanto para os pequenos, adulto e criança.”
A felicidade faz parte do dia a dia das crianças. Elas sentem-se felizes,
Atos Moura Monteiro, 12 anos
amadas e bem cuidadas por todos.

24
10. Oportunidade “Aqui aprendemos a partilhar as coisas boas e ruins. Assim, sempre podemos
Nota: 9,0 dar opinião e os trabalhos que fazemos são valorizados. Agora mesmo, com
sucata fizemos os presentes para as famílias.”
O Ser Criança é um lugar de aprendizagem e descobertas. As crianças Wesley da Silva Barreto, 11 anos
sentem-se valorizadas e passam a ter outros valores também.
“Participo de tudo, acho legal ser do projeto, agora já consigo até coordenar
“Aqui aprendi a reutilizar as coisas velhas e isso é uma boa maneira de
as atividades na cozinha e a coordenação da roda grande.”
economizar.”
Atos Moura Monteiro, 12 anos
Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos

12. Transformação
“Penso que com as coisas que aprendo no projeto, vou arranjar um bom
Nota: 10 ,0
emprego e ser alguém na vida.”
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
O Ser Criança consegue interferir no comportamento das crianças de forma
“O projeto me ajuda a entender muita coisa, tem coisas que não pergunto positiva. A mudança de comportamento chega até a casa e à escola regular,
a meu pai, mas pergunto para a educadora. Eu aprendo sem vergonha e às vezes. As crianças conseguem entender e avaliar estas mudanças.
posso perguntar tudo que não sei. Aqui as pessoas acreditam no que eu falo,
não preciso ficar repetindo toda hora, isso é bom.” “Eu mudei demais o comportamento na escola. Antes eu só atentava, saía
Atos Moura Monteiro, 12 anos da sala toda hora, matava aula... Agora compreendo que não devo perder
matéria. Aprendi, aqui no projeto, que é bom estudar.”
11. Protagonismo Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos
Nota: 8,5
“Aqui aprendi a parar de responder minha mãe. Essa foi uma boa
Aos poucos as crianças vão aprendendo a dividir tudo, até opiniões.
mudança.”
Coordenar atividades e, principalmente, a roda é um indicador de que o
Wesley da Silva Barreto, 11 anos
protagonismo está em alta.

“Mudei muito e pra melhor. Agora eu já consigo até coordenar algumas


“Não dou muita opinião porque, às vezes tenho medo de dar opinião
coisas, antes só dava trabalho. Na escola é um pouco difícil de mudar, mas
errada. Outras vezes até que falo. Quando a coordenadora pergunta, na
roda, é mais fácil.” estou tentando.”

Marcos Paulo Silva Marques, 11 anos Atos Moura Monteiro, 12 anos

25
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninas acima de 12 anos -
1. Apropriação “Nem todas as coisas que são faladas na roda são feitas porque alguns
Nota: 9,0 fazem e outros desmancham. Ai faz roda de novo pra resolver. Não é tudo
da roda que conseguimos levar para outros lugares, mas as brincadeiras e
As adolescentes veem a roda como um meio de resolver seus problemas e comer bem, eu levo sempre.”
de compartilhar as coisas. Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

“Dona, não me sinto, porque o projeto é de todo mundo. Acho que as 3. Cooperação
propostas do projeto são boas, ensinam a gente muitas coisas. O projeto se Nota: 8,5
preocupa em resolver as coisas porque vai atrás das pessoas.”
Marcie Tália Souza dos Reis, 13 anos Existe cooperação na maioria das vezes, mas entre os adolescentes este é um
item que ainda pode melhorar.
“Eu não me sinto dona sozinha porque todo mundo pode se considerar
um pouco dono pela maneira que compartilhamos tudo: os problemas, a “Algumas pessoas fazem mais que as outras. Eu quase não faço as atividades
comida, os brinquedos, enfim tudo.” porque é muita coisa na minha cabeça. Tem coisa que ainda não sei fazer
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos e até tento.”
Marcie Tália Souza dos Reis, 13 anos

“Aqui no projeto tudo é de todo mundo, então é meu também. Não é sempre
que ajudo, mas quando pego firme, ajudo.” “Acho que as pessoas cooperam umas com as outras, pois a limpeza, por
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos exemplo, é dividida com todos, a comida é feita por todos.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos

2. Coerência
Nota: 8,7 “Pode ser que um ou outro não ajuda, mas a maioria participa de tudo.”
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

As adolescentes percebem que a roda é um instrumento muito importante


4. Criatividade
para resolver os problemas.
Nota: 9,5
“Nas rodas aprendemos a discutir as coisas e a mudar o nosso jeito.
A liberdade de experimentar e reaproveitar material desenvolve a criatividade
Melhorar a convivência com os pais.”
e surpreende até os próprias adolescentes.
Marcie Tália Souza dos Reis, 13 anos

“As brincadeiras e as oficinas são sempre diferentes e dão oportunidades


“Nem tudo que é falado é cumprido. Por exemplo, na roda fala-se muito de
para todos brincar.”
respeito mas, algumas pessoas ainda não sabem respeitar os outros.”
Marcie Tália Souza dos Reis, 13 anos
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos

27
“As brincadeira e os brinquedos sempre são diferentes e não são repetitivos. 6. Eficiência
Fazemos também experiências na cozinha e nas oficinas sempre tem Nota 9,5
novidades.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos As adolescentes percebem o valor da roda e da facilidade que esta
proporciona em discutir os assuntos e encontrar a melhor saída.
“As coisas do projeto são interessantes e criativas. Isso acontece porque
temos liberdade de tentar, desmanchar e fazer de novo. Outro dia, quando “Quando tenho problemas, o projeto faz roda e resolve, conversando. Lá

começamos uma oficina para aproveitar uns pedaços de madeira, parecia em casa, resolve mas é batendo e isso faz a gente piorar e não resolve de
verdade.”
difícil, mas depois fomos criando e as peças ficaram muito bonitas.”
Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

“Este ano não deixamos de fazer nem uma oficina por falta de material. Às
5. Dinamismo
vezes usamos coisas alternativas, como o grude no lugar da cola.”
Nota: 10,0 Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos

As adolescentes veem o projeto como um lugar onde sempre compartilham “Tudo é resolvido nas rodas. Algumas vezes precisamos mudar um pouco os
tudo, onde há aprendizagem. planos para conseguir fazer oficinas. Ainda existe um pouco de desperdício.
Meu grupo já melhorou bastante, pois aprendemos a comer direito sem
“As coisas que aprendo aqui como a damática me ajudou muito. Agora sou desperdiçar e o suficiente para sustentar a gente.”
melhor na escola, entendo mais a matemática.” Brenda Ianca Barbosa, 13 anos
Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos
7. ESTÉTICA
“Muitas pessoas perguntam como é o projeto. O bom é que recebemos e Nota: 9,7
damos ideias. Na maioria das vezes o projeto é que ensina as coisas para
As adolescentes se sentem muito bem por descobrir que a partir de sucata
outras pessoas. Recebemos muitas visitas e trocamos experiências.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos e reaproveitamento de objetos é possível tornar o ambiente muito mais
bonito.

“Penso que o projeto é muito bem visto porque sempre vem gente de bem
“A beleza é uma preocupação constante em tudo que fazemos para a
longe, de todo canto, para ver o que a gente faz. Sinto-me bem com isso.”
qualidade não cair, mesmo sendo com sucata.”
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos
Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos

28
“Os enfeites do projeto são muito bonitos e isso me faz sentir muito bem. 9. Harmonia
Adorei a área dos jogos. Tudo que tem aqui é feito por nós, reaproveitando Nota: 9,7
material. Talvez seja isso o mais legal da minha participação.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos Os adolescentes percebem a importância de respeitar os outros e do direito
que têm de exigir respeito e valorizam isso.
“O projeto é sempre bonito. Às vezes, quando chego triste, só de bater o olho
no espaço já melhoro meu humor e penso que o dia vai ser bom. O melhor é “Sempre respeitamos as decisões de todos. Daí, somos respeitados nas
que tudo é feito de sucata, mesmo quando recebemos garrafas amassadas, brincadeiras. Por exemplo, um dia todos brincam do jeito que quero e, no
conseguimos arrumar e transformar em algo bonito.” outro, brinco do jeito que o outro quer.”
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos

8. Felicidade “Às vezes temos problemas como falta de respeito e tentamos encontrar jeito
Nota: 9,5 de solucionar isso nas rodas. Eu convivo bem com as pessoas.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos
As adolescentes se sentem felizes porque têm liberdade de expressão e se
sentem úteis. “O projeto contribui muito para melhorar as relações porque, às vezes,
tem gente que chega com algum problema, com uma vida difícil, aí as
“Somos felizes porque aqui brincamos com os brinquedos que nós mesmos coordenadoras fazem roda conversam e a gente começa a ver as coisas de
fazemos.” um jeito mais fácil e melhora a convivência.”
Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

“Minha grande felicidade é estar perto das pessoas que gosto. Aqui sou feliz 10. Oportunidade
por isso.” Nota: 10,0
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos
As adolescentes veem o projeto como um lugar que proporciona oportunidades
“O que tenho mais prazer aqui é na brincadeira. Para ficar melhor ainda de aprenderem a ser pessoas melhores e capazes de realizar seus sonhos.
só falta acontecer a colaboração de todo mundo, quando, por exemplo, os
meninos menores conseguirem fazer a atividade deles sem atrapalhar a de “Aprendi muita coisa no projeto e uma delas foi respeitar os outros, não
outro grupo.” brigar por qualquer coisa e resolver os problemas conversando.”
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos

29
“Aqui no projeto aprendi a fazer jogos que me ajudam muito na escola, por “Aqui todo mundo pode e deve tomar decisões. Tudo que é feito, antes é
exemplo, hoje aprendo com mais facilidade, entendo melhor a matemática levado para a roda e é discutido até a gente encontrar uma maneira boa de
e o português. Meu sonho é ser policial e acho que o que aprendo na roda resolver. Então todo mundo que quiser pode opinar.”
como o modo de agir, respeitar, o modo de falar, vai me ajudar bastante.” Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos


12. Transformação

“Acho que aqui temos oportunidades de aprender muito e depois ainda Nota: 9,5

vamos para as fabriquetas e lá podemos trabalhar e ter nosso próprio


dinheiro.” À medida que o tempo foi passando e as adolescentes foram se desenvolvendo

Brenda Ianca Barbosa, 13 anos foram percebendo o quanto transformaram e que essas transformações
trouxeram grandes benefícios para suas vidas.

11. Protagonismo
Nota: 9,5 “Houve muita transformação em mim porque antes já até levantei a mão
para mamãe e hoje nós até discutimos, mas nunca mais pensei nisso. Acho

As adolescentes veem o projeto como uma maneira de se promoverem, pois que estou aprendendo a respeitar os outros e também sei que posso ser

é um lugar que valoriza suas opiniões e participações. respeitada.“


Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos

“No projeto, no grupo, sempre ajudo a decidir e escolher o que vamos fazer.
“Agora é melhor. Antes só fazia as coisas em casa e estudava. Agora posso
Vejo que a roda é a melhor maneira de resolver e escolher as coisas porque
brincar, dá tempo para cuidar mais de mim. Sou mais feliz assim.”
todo mundo participa.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos
Marcie Tália de Souza dos Reis, 13 anos

“Acredito que as pessoas podem mudar. Eu mesma mudei muito. Hoje, por
“As pessoas escutam minhas opiniões, mas não é sempre que sou atendida,
exemplo, sou mais bem humorada, participo mais, coopero mais. Na escola
apesar de a roda facilitar a participação de todos e as coisas que faço serem
estou pior. Não entendo porque umas pessoas podem sair da sala para
valorizadas.”
beber água, por exemplo, e outras não.”
Bruna Ianca Barbosa de Araújo, 14 anos
Brenda Ianca Barbosa, 13 anos

30
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Meninos acima de 12 anos -
1. Apropriação “As rodas ultimamente não estão resolvendo os problemas de algumas
Nota: 9,0 pessoas, ou melhor, resolvem só nos primeiros dias, depois voltam a repetir
o mesmo erro. Eu levo muitas coisas que são apresentadas, principalmente
Os adolescentes não se sentem donos do projeto, acreditam que o espaço é na permacultura, para minha família. Do jeito de cultivar até chegar aos
de todo mundo que o frequenta. Concordam com a proposta do projeto de pratos.”
fazê-los melhores e sentem responsáveis pelo espaço. Lucas Roberto Primo, 13 anos

“Eu entrei no projeto com o objetivo de aprender algo que serviria para “Os problemas que são gerados dentro do projeto são resolvidos em rodas
minha vida. No inicio eu não gostava, mas agora acho que é super legal que discutem todos os assuntos. Eu vou tirar muito daqui para mim, para
esse tipo de trabalho. Eu acho que o projeto é de todos que participam minha vida, mas tem gente que ainda vai levar um tempo para cumprir os
dele. O projeto tem a missão de ensinar e educar jovens a aprender várias combinados e entender a importância disso.”
atividades e eu concordo com isso. É bom para mim e para todos que Eric Nicolas Lucas, 16 anos
aprendem. Os problemas são resolvidos de uma forma legal e educativa e
você aprende muito a lidar com isso lá fora.” “O que é combinado, nas rodas, na maioria das vezes, é cumprido. Uma
Lucas Roberto Primo, 13 anos hora ou outra os coordenadores tem mais dificuldade com as crianças,
mas faz roda, conversa, conversa até resolver. Aí parece que as coisas vão
“O projeto é de todo mundo que nele convive, respeitando as coisas que clareando pra gente que vai aprendendo o que é o certo.”
nele são apresentadas. Muitas coisas servem para minha vida fora daqui. João Pedro Lucas, 15 anos
Acho que posso contribuir passando para outras pessoas que não ficam aqui
também.” 3. Cooperação
Eric Nicolas Lucas, 16 anos Nota: 9,0

“O projeto não tem dono especificamente. Aqui todas as crianças são os Existe cooperação dentro do projeto, principalmente nas atividades do grupo
donos. Nós concordamos, porque no projeto eles querem ensinar o que vai onde todos contribuem da maneira que podem e que julgam melhor.
ser um beneficio para nós. O projeto se preocupa em resolver os problemas
através das conversas.” “Aqui há muita complicação, mas também há cooperação. Quando alguém
João Pedro Lucas, 15 anos não quer contribuir, a gente faz a roda e discute o problema. Acabamos
resolvendo, porque todo mundo sabe que se todos trabalham é muito mais
2. Coerência justo.”
Nota: 8,0 Lucas Roberto Primo, 13 anos

O que é combinado na roda nem sempre é respeitado ou cumprido por “Todo lugar tem problemas, mas em relação às atividades e brincadeiras
todos. Tem gente que ainda vai levar um tempo para cumprir os combinados tem muita cooperação e alguma competição entre as pessoas, mas sempre
e entender a importância disso. A alimentação natural e a prática do dialogo ajudando o próximo.”
é o que levam para as famílias. Eric Nicolas Lucas, 16 anos

32
“Aqui há um pouco de cooperação e de complicação. Às vezes eu reclamo, “Eu acho que as pessoas de fora ainda têm muito que conhecer do projeto,
mas acabo ajudando. Alguns jogos são competitivos e isso não atrapalha essa é a realidade. Pelo benefício que recebemos aqui, mais pessoas da
porque ensina a ganhar e perder e sempre tem alguém ajudando o outro a nossa cidade têm que conhecer este lugar. Desde que entrei, o projeto
entender determinada matéria e todos acabam aprendendo.” mudou muito. Eu também mudei e aqui tomei conhecimento de muitas coisas
João Pedro Lucas, 15 anos que eu não sabia. Quem vem conhecer pensa em fazer igual, mas não dá
conta.”
4. Criatividade Lucas Roberto Primo, 13 anos
Nota: 9,6
“Pelo que é feito aqui, deveriam falar coisas boas, mas com certeza tem
Tudo que é feito no projeto exige criatividade, desde as brincadeiras, pessoas que falam de coisas sem saber, por exemplo, como funciona. Isso
fica chato para quem aqui convive. As escolas estão tendo participação nos
alimentação diversificada e os objetos decorativos. A presença constante de
esportes, na permacultura, conhecendo remédios, plantas. Nós ensinamos
pessoas que vêm visitar o espaço mostra que o que é feito é inovador.
tudo que sabemos, é bom dividir conhecimento.”
Eric Nicolas Lucas, 16 anos
“O projeto tem muitas coisas e pessoas criativas. Sempre tem coisas
novas.”
“Como o lugar onde as crianças aprendem algo de bom, através de
Lucas Roberto Primo, 13 anos
intercâmbios é que os alunos vêm conhecer o projeto. Atualmente, algumas
escolas estão participando mais do Ser Criança e isso é bom para torná-lo
“Aqui há grande criatividade na alimentação, nos enfeites e, principalmente, mais conhecido. Eu acho que todos nós mudamos bastante, o projeto, os
na reciclagem que utiliza quase tudo e isso é bom porque quando a gente combinados, o visual...”
sente que consegue ser criativo e inovador fica com a alegria estampada no João Pedro Lucas, 15 anos
rosto.”
Eric Nicolas Lucas, 16 anos 6. Eficiência
Nota: 9,0
“No projeto tudo é feito usando o método da reciclagem que é muito criativo.
Sempre se tem novas ideias de enfeites, brincadeiras. A decoração do projeto Os problemas surgidos são resolvidos, na roda, através do diálogo e
está sempre mudando. Sempre recebemos visitas que elogiam as criações.” da contribuição de todos. Os materiais para atividades nem sempre são
João Pedro Lucas, 15 anos suficientes, mas busca-se resolver de alguma forma para que o trabalho não
fique prejudicado. No projeto não existe desperdício, tudo é bem dosado e
5. Dinamismo bem aproveitado.
Nota: 9,0
“A coisa mais importante do projeto é a roda. Tudo que vai acontecer
As pessoas conhecem pouco o trabalho realizado dentro do projeto e até combinamos, na roda, antes. Esta também é uma maneira de não
buscam parceria para melhorar a qualidade de seus trabalhos, mas não desperdiçar as coisas, porque se combinamos antes, todo mundo dá sua
fazem como o Ser Criança. opinião e procura fazer a atividade sem desperdício.”
Lucas Roberto Primo, 13 anos

33
“Aqui no projeto aprendemos a usar tudo sem desperdício. Às vezes falta 8. Felicidade
algum material, como cola, por exemplo, aí fazemos roda e tentamos Nota: 10,0
resolver. Algumas vezes usamos material alternativo, como o grude no lugar
da cola.” Os adolescentes se sentem felizes aqui no projeto quando estão brincando
Eric Nicolas Lucas, 16 anos
e também na cozinha experimental, testando alguma receita ou produzindo
o lanche para todos.
“Resolvemos os problemas sentando em rodas e conversando. Às vezes
falta material para a realização das atividades, mas elas acontecem mesmo
“Eu sou feliz aqui porque o projeto me oferece coisas bacanas, como cultura
assim.”
João Pedro Lucas, 15 anos
e coisas novas.
Lucas Roberto Primo, 13 anos
7. Estética
Nota: 10,0 “Aqui sou feliz. Jogar futebol e diversificar lanches na cozinha experimental é
um dos meus maiores prazeres.”
O projeto é considerado um espaço bonito e agradável, principalmente pela Eric Nicolas Lucas, 16 anos
enorme área verde. Os adolescentes valorizam muito a utilização de sucata
que viram belos enfeites, além de preservar o meio ambiente. “Eu sou feliz é quando aprendo algo diferente, para mim todos nós somos
felizes colaborando para que tudo corra bem.”
“O projeto tem muita beleza interior. Aqui a gente aprende a ter boas João Pedro Lucas, 15 anos
atitudes, e tem também a exterior que todo mundo pode ver que são os
enfeites, os espaços daqui.”
9. Harmonia
Lucas Roberto Primo, 13 anos
Nota: 9,0
“O projeto é bonito, além da grande área verde e a beleza dos enfeites,
usam-se sempre novas ideias e a reciclagem. Através da sucata, podem- Tem dias mais tranquilos e outros mais complicados, mas tudo se resolve
se fazer várias coisas, brinquedos, enfeites, jogos, entre outros, além de com uma boa conversa na roda e os adolescentes valorizam muito esse
preservar o meio ambiente. A mandala lá da horta é uma das coisas mais diálogo.
bonitas quando ela está plantada.”
Eric Nicolas Lucas, 16 anos “Aqui tem muito diálogo entre as pessoas, o que nos torna melhores.”
Lucas Roberto Primo, 13 anos
“O projeto é um lugar bonito e eu ajudo na sua aparência. As coisas que
são feitas aqui são bonitas, porque são de materiais que nós reaproveitamos. “Há dias que são tumultuados, mas, na maioria, os dias são tranquilos.
Outro dia mesmo fizemos vários porta-retratos para dar de presente. No A roda é utilizada não só para resolver problemas, mas também para
começo eram só uns pedaços de madeira para jogar fora e depois viraram conscientizar as pessoas. Eu me sinto em harmonia com todos.”
peças muito bonitas.”
Eric Nicolas Lucas, 16 anos
João Pedro Lucas, 15 anos

34
“O projeto contribui para melhorar a relação entre as pessoas através da Então, aprendi a participar das atividades e sou ouvido, dou opiniões.”
conversa.” Lucas Roberto Primo, 13 anos
João Pedro Lucas, 15 anos
“Todo mundo que convive no projeto tem o direito de opinar, e é isso o que
10. Oportunidade move o projeto, as opiniões de todos. Opinando todos podem resolver as
Nota: 10,0 coisas. A roda facilita a participação das pessoas, pois dá a todos o direito
de opinar e de ajudar a resolver as coisas.”
Eric Nicolas Lucas, 16 anos
Valorizar e respeitar todo tipo de cultura, dialogar e crescer de um jeito
diferente são algumas das oportunidades oferecidas pelo Ser Criança.
“Aqui todo mundo dá ideia para fazer as coisas. Quando fizemos o espiral
de ervas mesmo, foi um bom exemplo disso. Cada um falava uma coisa até
“Eu aprendi muitas coisas novas no projeto, como valorizar e respeitar todo
que chegamos a um consenso.”
tipo de cultura e até melhorei minha aprendizagem na escola, o que foi João Pedro Lucas, 15 anos
muito bom para meu desenvolvimento.”
Lucas Roberto Primo, 13 anos 12. Transformação
Nota: 10,0
“Eu aprendi a resolver problemas, conversando. A oportunidade que eu
ainda quero é uma vaga no Dedo de Gente.” De acordo com os adolescentes, sempre há mudanças no projeto, desde
Eric Nicolas Lucas, 16 anos pequenas coisas como ornamentações até as transformações próprias do
ser humano. Acreditam que as pessoas podem mudar e que isso só depende
“Que a rotina da vida é crescer eu já sabia, mas aqui a gente cresce de um delas.
jeito bom, com o respeito dos outros, além de poder ter uma profissão e até
a oportunidade de ir para a fabriqueta.” “O projeto muda todo dia. Sempre trocamos a decoração, inventamos coisas
João Pedro Lucas, 15 anos na cozinha experimental. E a gente também muda, isso é muito legal. A
gente aprende a crescer.”
Lucas Roberto Primo, 13 anos
11. Protagonismo
Nota: 10,0
“Sempre há coisas novas aqui, promovendo mais alegria para as pessoas,
que, se quiserem podem mudar sempre para melhor.”
A roda dá a todos o direito de opinar, todos se sentem valorizados e levados
Eric Nicolas Lucas, 16 anos
a sério. Esta forma de agir do Ser Criança é um grande passo para o
protagonismo dos adolescentes. “Aqui no projeto tem uma coisa muito importante que é aprender que mudar
só depende da própria pessoa. As outras podem ajudar, mas nós fazemos
“Antes eu não levava as coisas muito a sério, mas agora acho que amadureci as escolhas.”
um pouco e percebo que mesmo antes as pessoas daqui me levaram a sério. João Pedro Lucas, 15 anos

35
Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Comunidade | Mães -
1. Apropriação “Marcos Paulo aprendeu a fazer pão de cebola e pé-de-moleque, no projeto.
Nota: 9,5 Outro dia ele inventou de fazer o pão que ele aprendeu e não é que ficou
bom! Às vezes, ele e o Maicom fazem em casa brinquedos que aprenderam
Todas as mães percebem que os filhos se sentem donos do projeto. A a fazer aqui no projeto.”
Rosilene de Fátima Silva Marques
forma de falar e cuidar do espaço deixa bem claro a apropriação de cada
criança.
“O que Vinicius aprende aqui e leva para casa os conhecimentos de
permacultura, meio ambiente, as oficinas em que aprende a fazer
“Para minha filha, Ângela, o projeto é a extensão da nossa casa e sempre brinquedos, jogos, etc. As crianças gostam muito do projeto e incorporam
quando ela fala do projeto é com muita naturalidade. Aqui ela se sente em sua metodologia.”
casa.” Maria Verônica
Mércia Maria de Campos Cordeiro
3. Cooperação
“Meus filhos falam muito bem do projeto, gostam muito daqui. Tanto é que Nota: 9,3
o dia que é para ficarem em casa, eles até brigam com a gente.”
Rosilene de Fátima Silva Marques Dentro do projeto há muita cooperação. As pessoas são muito companheiras.
É um espaço diferente.
“As crianças se sentem donas do projeto, sim, pois o projeto é de todos e elas
“Eu creio que há muita cooperação dentro do projeto. As pessoas aqui são
se sentem felizes aqui. Todas as crianças falam bem do projeto.”
mais companheiras. E o que vejo em relação à convivência é muito bom e
Maria Verônica
diferente lá de fora.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro
2. Coerência
Nota: 9,0 “A convivência deles em casa é ótima, a gente se dá muito bem. Na escola e
também no projeto a convivência deles é boa. Às vezes eles são competitivos,
O que é feito no Ser Criança é levado para casa e comunidade, sempre. As porque falam querendo agradar a gente, um mais que o outro. Aí há certa
mães gostam porque acabam aprendendo com os filhos e eles se sentem competição, mas nada que prejudique. Sei que a forma de agir deles tem
mais importantes em poder ensinar. muito a ver com o que vocês fazem aqui.”
Rosilene de Fátima Silva Marques

“Ângela sempre comenta, em casa, sobre a fabricação de brinquedos,


“Aqui tem muita cooperação em tudo o que fazem. A competitividade
as pomadas, as receitas da cozinha experimental. Inclusive ela até se
acontece, às vezes, nas brincadeiras, mas isso é normal e até saudável, pois
responsabilizou em me ajudar sempre que eu for fazer bolos, sucos, o
abre chance de discussões nos grupos. A convivência entre as crianças é
almoço e até em arranjar a cozinha do jantar todos os dias.” muito boa.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro Maria Verônica

37
4. Criatividade “Quando precisa, a gente que é mãe vem para ajudar a resolver junto com
Nota: 10,0 vocês. A participação da comunidade é pouca, deveria ter mais interesse
dos pais, mas a correria do dia a dia não ajuda e acabamos deixando pra
A criatividade no Ser Criança está em todo lugar, sempre tem enfeite novo e amanhã.”
bonito, coisas diferentes que deveriam ser expostas pela cidade. Rosilene de Fátima Silva Marques

“No projeto, as pessoas têm muita criatividade na cozinha, no divertimento “Acho que tudo aqui é muito bem feito, sim, poderia ser melhor se as mães
e lazer das crianças. Vejo muita criatividade também na montagem dos participassem e se envolvessem mais. Às vezes algumas mães ajudam na
brinquedos e reaproveitamento das sucatas. Aqui sempre tem novidades.” cozinha, mas é muito pouco.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro Maria Verônica

“As coisas feitas no projeto são criativas e muito. Sempre tem enfeite novo no 6. Eficiência
projeto e novidades nas rodas.” Nota: 10,0
Rosilene de Fátima Silva Marques
O que as crianças aprendem no projeto, elas sempre levam para casa. O
“Tudo aqui é criativo e inovador, mas acho que deveria haver exposição projeto é sempre muito bom para todos os envolvidos, até para as mães que
com as produções feitas por toda a cidade, porque sempre há novidade. Os acabam aprendendo com os filhos.
educadores, as crianças se preocupam muito em ser criativos, inovadores e
fazem coisas interessantes.” “Tudo aqui é bem utilizado: o espaço físico, a comida, as sucatas. Sempre
Maria Verônica vejo alguém reutilizando algum material por aqui, o que acaba me dando
algumas ideias também.”
5. Dinamismo Mércia Maria de Campos Cordeiro
Nota: 9,5
“As coisas do projeto são bem utilizadas porque vejo que tudo é feito pelas e
A forma de envolver as crianças em tudo o que aparece é muito boa. As para as crianças usarem. Não há desperdício das coisas e eles sempre levam
mães poderiam participar mais, mas a correria do dia a dia não ajuda. as práticas para casa.”
Rosilene de Fátima Silva Marques
“Até os dias de hoje o projeto sempre foi muito eficiente e conseguiu resolver
todos os problemas. Não tenho nada a reclamar, pelo contrário, gosto muito “Aqui muitas coisas são reaproveitadas e até nós, as mães, aprendemos
da forma de resolver as coisas na roda, gosto da dinâmica de envolver as muito com isso. O projeto é muito importante para as crianças, pois elas
crianças em tudo.” levam tudo o que aprendem aqui para casa, escola e comunidade. É sempre
muito bom para todos os envolvidos.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro
Maria Verônica

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7. Estética “Sei que aqui meu filho é muito feliz. Aqui tudo gira em torno deles e eles
Nota: 9,0 gostam disso. Vinicius fala das oficinas e de tudo o que aprendeu no dia.”
Maria Verônica
O Ser Criança é um espaço simples e bonito. É atrativo e sempre se supera
na decoração. 9. Harmonia
Nota: 9,6
“Acho o espaço simples, mas bonito e rodeado de verde. E a criatividade das
pessoas ao enfeitá-lo o torna bem atrativo para as crianças.”
O diálogo em casa aumentou depois da participação das crianças no projeto.
Mércia Maria de Campos Cordeiro
O diálogo é uma forma de conhecer melhor os filhos e o projeto contribui na
educação das crianças, ensinando-as a respeitar umas as outras.
“O projeto é um lugar bonito, mas o que mais me chama a atenção é o
trabalho com tinta de terra. É muito bonito.”
Rosilene de Fátima Silva Marques “Depois que Ângela veio para o projeto, nosso diálogo aumentou muito. Ela
passou a expor melhor suas ideias, a falar do que não acha certo. Acho bom
“A criatividade de todos aqui parece que pega nos outros. A decoração é ela falar o que pensa porque é uma forma de conhecê-la melhor.”
bonita e sempre supera a anterior.” Mércia Maria de Campos Cordeiro
Maria Verônica
“A convivência das crianças em casa é muito boa, na escola também. O
8. Felicidade projeto contribui na educação das crianças, ensinando a respeitar uns aos
Nota: 10,0 outros.”
Rosilene de Fátima Silva Marques
No Ser Criança tudo gira em torno das crianças e elas gostam disso. O
projeto se preocupa com a alegria das crianças.
“A convivência aqui é boa. Vinicius dá menos trabalho, faz as coisas com
mais boa vontade. Ser filho único, às vezes, atrapalha, mas aqui ele convive
“Para falar de felicidade, eu posso falar por minha filha, Ângela, porque
com mais crianças e aprende com todos.”
aqui ela é feliz. Prova disso é que ela vem para o projeto sem nenhuma
Maria Verônica
relutância.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro
10. Oportunidade
Nota: 10,0
“As crianças gostam do projeto e a gente vê que elas não vêm porque são
obrigadas, mas porque gostam. Com certeza o projeto se preocupa com a
No Ser Criança todos têm muitas oportunidades. As crianças têm até
alegria das crianças. Gosto de ver as crianças brincando, felizes.”
oportunidade de errar e consertar o erro. O Ser Criança é o lugar das
Rosilene de Fátima Silva Marques
oportunidades, onde eles podem falar e ouvir.

39
“Acredito que todas as crianças têm muitas oportunidades como, por exemplo, “Eu venho sempre ao projeto. Sempre que posso venho aqui, participo das
conhecer pessoas novas, ampliar a aprendizagem, principalmente paras as reuniões quando tem. Quando precisa, eu venho ao projeto para ajudar
crianças que dão continuidade na “Dedo de Gente. Minha expectativa é que a resolver junto com vocês alguns problemas. Na escola elogiaram meus
Angela retire daqui algo positivo para a vida dela, pois ela convive com filhos, estão participando melhor do que é proposto para eles.”
pessoas com diversos conhecimentos e experiências e que isso se torne um Rosilene de Fátima Silva Marques
aprendizado para o futuro dela.”
Mércia Maria de Campos Cordeiro “As crianças são mais protagonistas do que nós até na comunidade. Muitos
pais vindo às reuniões descobrem porque os filhos são mais saídos. Meu
“A partir do projeto, o que muda é a convivência com as pessoas, com os filho é mais participativo em tudo, agora mostra mais interesse até nas
colegas, professores. Aqui eles têm oportunidade de falar e ouvir. Tenho conversas.”
expectativa de que meus meninos melhorem ainda mais, que possam Maria Verônica
aprender muitas coisas.”
Rosilene de Fátima Silva Marques 12. Transformação
Nota: 10,0
“O projeto é o lugar das oportunidades. Aqui as crianças têm até
oportunidade de errar e consertar o erro, porque aprendem várias coisas. As crianças mudam para melhor assim que começam a fazer parte do
Traz oportunidade de emprego, muda a esperança na vida das crianças. Ser Criança. Ficam mais calmas, comunicativas, mais alegres. Aumenta a
Minha expectativa de vida é que o projeto não acabe nunca e melhore cada responsabilidade.
vez mais.”
Maria Verônica “Ângela, depois que passou a participar do projeto, ficou mais comunicativa,
mais solta, extrovertida, mais alegre.”
11. Protagonismo Mércia Maria de Campos Cordeiro
Nota: 9,5
“Houve mudança de comportamento, sim, porque antes Marcos Paulo era
A participação dos pais ainda é pequena, mas as crianças participam um pouco agressivo. Agora ele está mais calmo, sabe conviver com as
de tudo, até em casa e na escola estão mais participativas. As crianças pessoas, sabe dividir as coisas.”
demonstram mais interesse pelas conversas em casa e participam melhor das Rosilene de Fátima Silva Marques
atividades da comunidade.
“Vinicius tem mais disciplina e dialogo, respeita os combinados que faço
“Os pais participam pouco. Poderiam ter uma participação melhor. Falo isso com ele, mas cobra da minha parte também. A influência do projeto é boa
por mim que poderia ter participado mais, mas vejo meus filhos participando
porque só ensina coisas que fazem eles crescerem como ser humano.”
de tudo e até em casa eles participam melhor de tudo.”
Maria Verônica
Mércia Maria de Campos Cordeiro

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Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Comunidade | Pais -
1. Apropriação “O mais importante que levam para casa é o conhecimento adquirido.
Nota: 10,0 Esse, sim, ninguém toma. Levam outras coisas como produtos da horta, da
cozinha experimental. Criança gosta de criar e brincar, o projeto faz isso
As crianças têm o projeto como a segunda casa, sentem falta se precisam muito bem.”
faltar e explicam para os pais como é ser dono e responsável pelo projeto. Manoel Geraldo Silvério da Mota

“Meu filho gosta do projeto, até briga para vir quando é impedido. Acredito “Diogo quase não conversa, mas percebo que agora tem mais cuidado com
que os conhecimentos adquiridos aqui têm feito muito bem para todos da as coisas e sempre cobra para resolver as coisas conversando. Admiro muito
família.” o jeito que vocês trabalham aqui.”
Renato Magela Freitas Geraldo Vieira Diniz

“O projeto é como se fosse a sua segunda casa. Nele as crianças se sentem 3. Cooperação
felizes e valorizadas. Meu filho sempre fala bem do projeto.” Nota: 9,0
Manoel Geraldo Silvério da Mota
O projeto ensina cada um a fazer uma parte para a construção de tudo.
“Eu achei até meio esquisito quando Diogo chegou falando que as coisas A competição existe porque cada um tenta mostrar o que aprendeu de
do projeto eram todas dele. Conversei, disse que não era assim, e ele me melhor.
explicou que no projeto tudo era de todo mundo, por isso ele tinha que
ajudar, cuidar de tudo também.” “Vejo meu filho menos competitivo, não era de cooperar, sempre arrumava
Geraldo Vieira Diniz
desculpas para não contribuir em casa, dizia que estava sempre muito
casado.”
Renato Magela Freitas
2. Coerência
Nota: 10,0
“Em alguns momentos, as crianças são mais competitivas porque gostam de
mostrar o que aprenderam de melhor. Admiro a maneira como as atividades
As crianças ensinam para os pais o que aprendem no Ser Criança,
do projeto são divididas, cada um faz sua parte para a construção de
principalmente resolver os problemas, conversando.
tudo.”
Manoel Geraldo Silvério da Mota
“O que o meu filho mais gosta é da cozinha experimental. Conta para nós,
em casa, o que é feito lá principalmente as receitas de sucesso. A utilização
“Eu vejo que Diogo reclamava em ajudar, mas agora já consegue. Antes
da sucata, o cultivo da horta também é repassado.”
passava a gente para trás, agora ele vai fazer a limpeza sem problema.”
Renato Magela Freitas
Geraldo Vieira Diniz

42
4. Criatividade “A comunidade nem sempre ajuda a resolve os problemas existentes. Só há
Nota: 10,0 participação quando somos convidados ou convocados e mesmo assim é
difícil arrumar um tempo para vir.”
Existe a preocupação em fazer algo diferente para a formação integral das Manoel Geraldo Silvério da Mota
crianças. O mais criativo é o jeito de sensibilizar as crianças.
“Diogo gosta muito de bola e contou que toda quinta- feira vem uns meninos
“O espaço é bonito, ambiente tranquilo e muito agradável. Os educadores de uma escola pra jogar futebol. Eu acho que todo mundo devia colocar
estão sempre preocupados em fazer algo diferente, buscam a todo o o filho aqui, não existe lugar melhor. A prova são as crianças que sempre
momento a formação integral das crianças.” falam bem do projeto.”
Renato Magela Freitas Geraldo Vieira Diniz

“Aqui as coisas são criativas e eficientes. Sempre existem atividades 6. Eficiência


inovadoras, graças aos educadores que são competentes e dedicados.” Nota: 9,0
Manoel Geraldo Silvério da Mota
O que aprendem no Ser Criança colocam em prática, lá fora. Tudo é bem
“A coisa que acho mais interessante aqui é o jeito seus de mexer com os utilizado, principalmente os produtos da horta.
meninos. Eles acabam melhorando. O ambiente é muito bom, com uma
vibração boa. Os enfeites são alegres.” “As coisas são bem utilizadas, principalmente os produtos da horta, pois
Geraldo Vieira Diniz favorece as crianças com as verduras de qualidade e uma alimentação
saudável.”
5. Dinamismo Renato Magela Freitas
Nota: 8,0
“Tudo aqui é muito bem utilizado, principalmente as coisas da horta, a sucata
A participação dos pais é tímida, só há participação quando são convocados. para produção de brinquedos, enfeites e jogos.”
Já as crianças são participativas e falam muito bem do projeto. Manoel Geraldo Silvério da Mota

“A participação dos pais é tímida, poderiam participar mais, inteirar de tudo “Acho que as coisas são bem utilizadas e não tem desperdício. Diogo está
que acontece no projeto.” aprendendo que não pode colocar comida no prato para jogar fora.”
Renato Magela Freitas Geraldo Vieira Diniz

43
7. Estética saudável, educadoras. Não há preocupação porque sei que aqui meu filho
Nota: 10,0 está bem cuidado.”
Manoel Geraldo Silvério da Mota
O espaço é bonito e agradável, mas a beleza do lugar é que encanta o
ambiente, traz o clima de paz e aconchego. “Posso falar com certeza que aqui Diogo é mais feliz porque o jeito que vocês
o tratam é muito carinho e ao mesmo tempo é firme. Vocês estão ensinando
“O espaço do projeto é bonito e agradável, não vejo nada ruim, o que acho a ele a ter limite, ser gente. E é isso que mais quero, ele já teve uma vida
mais bonito e melhor é a horta.” muito difícil.”
Renato Magela Freitas Geraldo Vieira Diniz

“O visual, logo na entrada com os arranjos reciclados, é muito bonito. A 9. Harmonia


horta também tem sua beleza peculiar. O ruim é não poder estar no projeto Nota: 9,0
junto com as crianças, todos os dias.”
Manoel Geraldo Silvério da Mota As crianças brigam ainda, mas descobriram uma forma diferente de resolver.
Estão mais calmas, a convivência melhorou muito em casa.
“Mais que a beleza das coisas aqui, que são bonitas, o que me encanta é o
ambiente, o clima de paz e aconchego do lugar.” “Acredito que meu filho melhorou um pouco o comportamento, diminuiu um
Geraldo Vieira Diniz pouco o atrevimento, ficou mais amável.”
Renato Magela Freitas
8. Felicidade
Nota: 10,0 “Em casa a convivência é participativa, na escola é tranquila e muito
responsável. Para mim meu filho estar no projeto é bom para a segurança
As crianças são mais felizes no Ser Criança. Não há preocupação por parte dele, fica mais tranquilo e amável.”
dos pais, pois sabem que os filhos são bem cuidados. Manoel Geraldo Silvério da Mota

“Meu filho fica feliz no projeto, não gosta de faltar de forma nenhuma. Não “Eu sei que os meninos brigam aqui. O meu mesmo já brigou demais. Ele
é muito de falar o que acontece no dia a dia, ele é muito calado.” provocava, não aceitava provocação dos outros, mas o que me tranquiliza
Renato Magela Freitas é que vocês resolvem de um jeito muito bom, que é conversando e não tem
castigo. Isso ensina o menino a conviver bem.”
“As crianças gostam muito do projeto, pois tem amigos, alimentação Geraldo Vieira Diniz

44
10. Oportunidade “Os pais participam através de encontros e costumam ajudar a resolver os
Nota: 9,0 problemas dando opiniões, sugestões e parcerias. O projeto é diferente da
escola que só chama a gente pra falar do filho. Aqui vocês ouvem a gente e
As crianças têm oportunidade de serem respeitadas e valorizadas, aprendem aceitam sugestões quando são boas.”
isso no Ser Criança. Os pais também têm oportunidades de aprender. Manoel Geraldo Silvério da Mota

“Todas as crianças serão mais respeitadas e valorizadas, pois aprendem isso “A participação da família é imprescindível. Eu estou sempre presente. Quero
aqui no projeto. Quando completarem 16 anos, têm esperança de ir para participar e educar meu filho, mas vejo que seria muito mais difícil sem

as fabriquetas.” vocês. Esse jeito seus de valorizar os meninos é maravilhoso.”


Geraldo Vieira Diniz
Renato Magela Freitas

12. Transfomação
“No projeto tem mais oportunidades para crescerem, amadurecerem, o
Nota: 10,0
primeiro emprego e serem muito felizes.”
Manoel Geraldo Silvério da Mota
As crianças estão mais carinhosas, respeitam as pessoas. Os pais percebem
que o projeto contribui para esta transformação.
“Aqui tanto os meninos têm boas oportunidades, como a gente também.
Outro dia, por exemplo, vocês me alertaram sobre os direitos que meu filho
“Meu filho é mais carinhoso, ouve mais e me respeita mais também, respeita
tem na escola. O jeito como trabalham com os meninos ensina a serem
os irmãos e colegas.”
gente de verdade.”
Renato Magela Freitas
Geraldo Vieira Diniz

“As crianças chegam a casa mais calmas e alegres. São mais solidárias,
11. Protagonismo
comunicativas, têm mais iniciativas e espírito de liderança.”
Nota: 9,0 Manoel Geraldo Silvério da Mota

Os pais participam pouco, mas são ouvidos sempre. É diferente da escola “Olha, de uma época pra cá, o Diogo transformou. Ainda fica nervoso,
que chama só pra falar. O Ser Criança aceita sugestões dos pais. tenta chantagear a gente, mas devido à maneira como vocês o tratam,
está aprendendo que é preciso ter limite e que mentir não vale a pena.
“Os pais participam pouco do projeto. Nunca ajudei a resolver nada aqui, Hoje posso dizer que ele é outro menino e confio que ainda vai ser muito
não tenho muito tempo.” melhor.”
Renato Magela Freitas Geraldo Vieira Diniz

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Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Educadoras -
1. Apropriação “As pessoas que participam do projeto agem como se o projeto fosse seu,
Nota: 9,5 tomando conta dos espaços, utilizando de forma consciente ou inconsciente
dessa apropriação. Muitas vezes alguns adultos e crianças não têm
As educadoras se apropriaram do projeto, buscam atingir os objetivos consciência de que já se apropriaram do projeto, mas em suas atitudes
propostos e cuidam de tudo como responsáveis por todo o processo. deixam transparecer pessoas comprometidas com o trabalho e o projeto
como um todo.”
“A responsabilidade com o trabalho, no projeto, é algo muito presente, Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora
pois a seriedade que é trabalhar com crianças, que muitas vezes nos
confiam dramas, situações difíceis de suas vidas, a nós educadores, é algo “O processo de apropriação do projeto se dá de maneira natural entre
grandioso. Então, acredito que, para conseguir um mundo melhor, uma das todos, crianças e adultos. Muitas vezes as pessoas nem se dão conta de tal
maneiras mais eficientes é usar a metodologia do projeto, pois a roda é um acontecimento. Mas é fácil perceber como as crianças e adultos agem com
instrumento que a cada dia dá mais resultados positivos, ajudando a tornar naturalidade, se sentem à vontade É como se fossem uma grande família.
os meninos mais seguros e confiantes para enfrentarem seus problemas e Cuidam do projeto, participam e criam ornamentações e espaços para
mudarem suas vidas.” deixá-lo cada vez mais agradável a todos.
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
Um exemplo de apropriação do projeto foi a criação das pracinhas. O meu
“Analisando, desde o início do trabalho aqui no projeto, até os dias de grupo, depois da 1ª praça, fez questão de criar o próprio espaço, cavaram
hoje, sinto-me mais adaptada, consigo chegar mais próximo dos objetivos o chão, carregaram tocos, pedras, pedaços de ardósia, conseguiram mudas
propostos.” e aí a praça ficou pronta, foi o local do grupo fazer a roda. E continuaram
Valdiléia da S. Miranda, educadora a cuidar dela, brigando com quem subia nos bancos. Eu até não colocava
muita fé que a praça iria durar, pelo fato de ficar debaixo das árvores onde
“Todos zelam e cuidam para que o projeto seja agradável e sua proposta eles mais gostam de subir, mas durou e as plantas pegaram todas.”
educativa seja realizada de forma a atender os objetivos propostos pela Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
instituição. Há uma preparação da criança e do adolescente para viver em
harmonia com a sociedade, como um cidadão consciente de seus direitos e 2. Coerência
deveres. O processo de apropriação de situações conflituosas e polêmica, Nota: 9,0
naquilo que se diferem da sociedade, se dá de uma forma tranquila, com
diálogo, respeito e ética.” Existe coerência por parte de todas, em todo o trabalho realizado. A teoria e
Joana Aparecida da Silva, educadora a prática andam juntas no processo de ação - reflexão - ação.

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“As crianças incorporam a metodologia do projeto, com certeza, e isso é Na nossa prática pedagógica, as atividades planejadas têm como principais
visível quando elas mesmas pedem a roda para resolver as divergências, os objetivos levar as crianças a mudar o comportamento, a começar a ter
problemas que surgem no dia a dia.” atitudes mais conscientes em relação ao meio ambiente, a se preocuparem
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora mais com hábitos saudáveis, procurarndo conviver e compartilhar com
todos. Por isso, praticamos a permacultura, nas oficinas procuramos reutilizar
“Acredito que a teoria deve estar ligada à prática de forma unificada. Houve os materiais e usar sempre o alternativo, como por exemplo, a tinta de
momentos em que isso não aconteceu. Foi preciso parar para analisarmos terra. Por essas razões, em nossas receitas e cardápios procuramos usar o
as falhas, buscando, dessa forma, melhorar a qualidade do trabalho. Há alternativo e o natural, cada vez mais.”
uma busca constante do equilíbrio entre os quatro tipos de conhecimentos Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
para tentarmos construir na verdade a educação que queremos.”
Valdiléia da S. Miranda, educadora 3. Cooperação
Nota: 7,0
“O trabalho é coerente uma vez que a prática está lado a lado com a teoria
e os procedimentos e objetivos de trabalho de acordo com a filosofia para Entre a equipe este foi um ano de dificuldades com relação a cooperação.
atender a proposta. O que trabalhamos aqui é levado pelas crianças e Aconteceram problemas que levaram alguns membros a trabalhar
adolescentes para suas casas: brinquedos, a roda, músicas, brincadeiras, isoladamente, mas não houve competição e sim incômodo com a situação
etc. As crianças e adolescentes incorporam a metodologia do projeto e levam criada pela própria equipe.
coisas novas para a escola e comunidade.”
Joana Aparecida da Silva, educadora “A competição é um sentimento que esteve presente em alguns momentos
este ano. Um deles foi num jogo de queimada contra uma escola, mas o
“Nós, educadores, procuramos ser coerentes com o que fazemos e o que mais importante é que foi feita a roda, as crianças expuseram seus pontos de
falamos, para que não haja um desequilíbrio no trabalho, pois as crianças vista, e ficou combinado outro jogo para a próxima semana. Este tempo foi
percebem muito mais que os adultos o que acontece ao seu redor. Acho usado para a realização de outras rodas e conversas com os meninos sobre
muito importante sermos coerentes, porque nós educadores somos como a grande importância de se preservar a boa convivência e enaltecer valores
um espelho para as crianças e elas percebem mais do que ninguém quando positivos como o estar junto.”
cometemos algo que diverge daquilo que falamos.” Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora

“Existe certa harmonia entre a equipe de trabalho, mas ainda há muito que
“O maior exemplo de coerência no projeto são as rodas, ou melhor, o
melhorar, principalmente em relação à ética profissional.”
resultado das mesmas. Pois a prática das rodas, as discussões levam as
Valdiléia da S. Miranda, educadora
reflexões que transformam em mudanças de comportamento.

48
“Entre os membros do projeto não há competição, há mais solidariedade. para a criar e executar brincadeiras, jogos e peças como as que foram
Quando um precisa, todos ajudam. O trabalho em equipe é evidente, há confeccionadas para presentear os familiares, usando sucata de retalhos,
harmonia entre nós. Trabalhamos sempre o respeito, a solidariedade e a madeira, arame e tinta de terra.”
cooperação. A competição sadia é uma forte aliada na aceitação de regras Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
e limites. Sempre haverá conflitos, mas a forma como são resolvidos pode
melhorar o relacionamento.” “A equipe é boa, criativa, competente. Esse ano foram realizados ótimos
Joana Aparecida da Silva, educadora trabalhos.”
Valdiléia da S. Miranda, educadora
“Procuramos trabalhar em grupo para que o nosso trabalho tenha resultados
satisfatórios e alcancemos nossos objetivos. Quando isso não acontece, as “Acho tudo que é produzido no projeto muito criativo: brinquedos, jogos,
dificuldades aumentam, o trabalho fica mais difícil. Durante este ano houve enfeites. Há a preocupação em se fazer um projeto mais interessante com
algumas dificuldades porque alguns membros da equipe trabalharam quase atividades como passeios, brincadeiras, oficinas de brinquedos e jogos.
que isoladamente em seu grupo, causando certo incômodo, mas nada que Sempre estamos em busca de inovações, como filme e participação em
atrapalhasse tanto a ponto de o projeto não caminhar. Caminhou, mas com atividades culturais.”
certa dificuldade, devido, também, a muitos contratempos que ocorreram Joana Aparecida da Silva, educadora
durante todo este ano.”
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora “Há a preocupação dos participantes do projeto em deixá-lo mais
interessante. Tanto os educadores quanto as crianças procuram formas de
“O trabalho neste ano foi um pouco prejudicado porque faltou trabalho de deixar o projeto mais atrativo, buscando inovar. Este ano houve reclamações
equipe. Houve uma insatisfação por parte de alguns membros, que gerou por parte de alguns pais de que o projeto inovou pouco, que eles quase não
muita indisposição. Alguns preferiram trabalhar quase que isoladamente.” viram coisas diferentes pelo projeto.”
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora

4. Criatividade “Houve muito empenho dos educadores, que usaram de muita criatividade
Nota: 9,0 para tornar o projeto mais atrativo para as crianças. Um exemplo disso
foram as rodas que ficaram mais animadas com as brincadeira que, às
A inovação faz parte do dia a dia do Projeto. Todas as educadoras se vezes, aconteciam até mais de uma vez , na roda. Outros exemplos foram o
envolvem e procuram inventar moda como as pinturas, o concurso de concurso de leitura, passeios, criação de pracinhas, reutilizando os pneus e
leituras e passeios. as pinturas com tinta de terra. Assim como os presentes que foram sorteados
entre as mães na última reunião de pais.”
“A preocupação em buscar inovações é ponto substancial em todas as Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
atividades para que se proporcione às crianças momentos de liberdade

49
5. Dinamismo “Os intercâmbios, de uma maneira ou de outra, enriquecem o trabalho,
Nota: 8,0 pois aprendemos muitas coisas como as trocas de conhecimentos que temos
através das relações com outras pessoas. Este ano o projeto esteve aberto,
O Ser Criança está sempre aberto para atender a quem procura, valoriza a como sempre, para as pessoas que vieram para conhecer o trabalho aqui
troca de experiências e procura contribuir sempre que requisitado. Este foi realizado. São pessoas de outras instituições, de faculdades, de escolas

um ano de muitos intercâmbios. As crianças exigem um trabalho mais cheio públicas e particulares, parceiros do projeto que vêm para conhecer,

de energia e diversificado. Com isso, todos aprendem a pensar mais rápido aprender como a gente e acabam ensinado, passando muitas coisa para a
gente.”
e buscar alternativas para o dia a dia ser mais interessante.
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora

“A ideia de que o projeto está sempre aberto para receber quem quiser entrar,
“O Ser Criança é bastante dinâmico. As crianças exigem um trabalho mais
conhecer, frequentar é muito presente e efetiva. Durante todo o ano várias
cheio de energia e diversificado. Com isso nós aprendemos a pensar mais
pessoas de lugares diferentes, de outras cidades, de outras comunidades,
rápido e a buscar alternativas para o dia a dia ser mais interessante. Os
estudantes, sempre vêm trocar experiências conosco. Isso só enriquece o
intercâmbios que aconteceram este ano contribuíram para grande troca
trabalho.”
de experiência. As crianças conseguem pensar e argumentar com mais
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
segurança. A roda, as dinâmicas e as discussões dos grupos fortalecem e
propiciam o dinamismo em cada um.”
“O projeto está sempre pronto para atender as pessoas que o procuram. Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
Realizamos parcerias com outras escolas no decorrer do ano.”
Valdiléia da S. Miranda, educadora 6. Eficiência
Nota: 9,0
“Os projetos estão sempre receptivos às necessidades sociais de trocas,
externas e internas, porque é através dessas trocas que podemos alcançar A equipe procura a todo momento fazer um trabalho o mais eficiente
nossos objetivos aqui dentro e fora. A capacidade de resolução de problemas possível, buscando atender aos seus reais destinatários, que são as crianças
do projeto é boa, porque todos ajudam e se interessam pela resolução dos e adolescentes que participam do projeto, pois o trabalho de todos gira em
mesmos. Os intercâmbios enriquecem o trabalho porque abrem novas portas torno deles.
para todos nós, através das empresas, escolas, faculdades e comunidade.
Há flexibilidade nas posturas do trabalho e isso é facilitador, porque fica mais “Vejo que a maneira de o projeto proporcionar momentos para pensar
fácil conduzir e realizar um trabalho de forma dinâmica.” maneiras alternativas de fazer as coisas, preservando o máximo o ambiente

Joana Aparecida da Silva, educadora


e cada vez procurando avançar mais neste sentido é gratificante, pois as
crianças e o bem estar delas são sempre prioridade. Assim, existe grande

50
preocupação em utilizar muito bem todo o material e os recursos que temos evitando gastos e ainda protegendo o meio ambiente. Os problemas são
disponíveis em todas as atividades.” resolvidos e há a participação de todos.”
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora Reginalda Célia Souza Trindade, educadora

“Estamos constantemente perseguindo essa eficiência o que é bastante difícil. 7. Estética


Articular os quatro pilares para a construção da aprendizagem é um grande Nota: 9,0
desafio, mas não é impossível.”
Valdiléia da S. Miranda, educadora O projeto se preocupa com a estética. Acredita-se que a auto-estima é
elevada com belas produções e um ambiente agradável e bonito. O meio
“Os recursos humanos e de materiais são bem utilizados. O atendimento ambiente é valorizado e preservado em todas as discussões e produções.
às necessidades é feito dentro do possível. Quem define as prioridades é o
coordenador geral. O projeto está sempre empenhado em solucioná-las, “Tudo que se produz leva-se em consideração a beleza e qualidade do
mas há necessidades que ainda precisam de ajuda para serem solucionadas. produto. Isso já é uma exigência das próprias crianças, como por exemplo,
Tenta-se fazer o melhor para atendê-las, então.” na organização dos espaços, nas peças para presentear alguém, confecção
Joana Aparecida da Silva, educadora de jogos ou brinquedos.”
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
“Tanto os recursos materiais quanto os recursos humanos foram devidamente
utilizados, buscando atender aos seus reais destinatários, que são as crianças “A imagem que se projeta é importante desde que seja verdadeira. Estamos
e adolescentes que participam do projeto, pois o trabalho de todos gira em tentando construir com as crianças e adolescentes o conceito do belo, que
torno deles. é possível fazer coisas ótimas e lindas sem essa ideia do consumismo, sem
agredir o meio ambiente e que outras pessoas também busquem isso de
Procuramos trabalhar com o alternativo, valorizando a cultura, o conhecimento maneiras diversificadas.”
que cada um tem, através da pintura feita com tinta de terra, da sabedoria Valdiléia da S. Miranda, educadora
das receitas da farmacinha, do papel reciclado ou do que é encontrado na
natureza da permacultura, dos brinquedos feitos com material reciclável, “Procura-se levar em conta a estética, a beleza para se ter bem-estar, gostar
entre outras coisa. Procuramos utilizar formas eficientes para que em nenhum do ambiente e fazer mais felizes as pessoas que ficam aqui. O que é
momento o trabalho com as crianças seja prejudicado.” produzido é bonito, os brinquedos, os jogos. O projeto trabalha o belo com
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora o aproveitamento de material alternativo, reciclável, através do processo de
transformação e isso é muito bonito: ver o lixo se transformar em arte. O
“Os recursos humanos e de material são bem utilizados. Procuramos sempre projeto não trabalha a estética com a cultura de que “qualquer coisa para
evitar desperdícios e utilizar o máximo possível os materiais alternativos, pobre está bom”, não leva em conta essa cultura e procurar fazer o melhor.

51
Beleza é importante, facilita o desenvolvimento do projeto, porque o belo “As pessoas precisam estar felizes e contagiar outras pessoas, só assim
chama a atenção, torna o ambiente bom e agradável.” haverá crescimento total.”
Joana Aparecida da Silva, educadora Valdiléia da S. Miranda, educadora

“Acho que tudo que produzimos no projeto é bonito, porque procuramos “As pessoas são felizes. Há alegria, interesse, descontração ao participar
fazer o melhor que podemos, dentro de nossas possibilidades, utilizando do projeto e isso se evidencia no jeito de ser de cada criança que brinca,
o material reciclável e alternativo, procurando fazer bem feito, com um corre, sorri e sonha. A felicidade é objeto de avaliação, sim. Nota-se isso,
acabamento bom, levando em conta a beleza do que estamos fazendo,
observando a satisfação das crianças em estarem no projeto, que trabalha o
seja através dos enfeites, brinquedos, jogos. Procuramos fazer o melhor,
sentir- se bem com o que se tem, sem gerar acomodações, não colocando
valorizando o espaço que temos de maneira simples, criativa e bonita.”
o ter mais em primeiro lugar e sim o ser mais. Através do ser mais, consegue-
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora
se trabalhar o sentir-se bem com o que tem, sem deixar buscar o melhor
sempre.”
“Há uma grande preocupação entre os educadores em trabalhar a estética
Joana Aparecida da Silva, educadora
de forma responsável, buscando valorizar o que somos e o que temos, o
bem estar físico e social. E preocupar-se com a beleza é importante porque
eleva a auto-estima. Mas é preciso fazer isso sem perder nossa identidade. “Eu me sinto feliz por trabalhar no Projeto, que é um lugar que eu gosto
Podemos fazer isso de forma sustentável, sem prejudicar a nós e ao meio muito, e onde eu me sinto bem. Acho que a maioria das pessoas que aqui
ambiente.” trabalham ou que participam no dia a dia do projeto também são felizes
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora aqui. Procuramos fazer com que as crianças se sintam bem no projeto,
que brinquem muito, que sorriam muito, que sejam realmente felizes aqui,
8. Felicidade porque ser feliz é muito importante. A felicidade abre portas para inúmeras
Nota: 10,0 outras coisas.”
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora
Todos os envolvidos são felizes por estar no Ser criança. A felicidade de um
contagia o outro e é a grande preocupação ao se planejar as atividades. “Felicidade é um dos objetivos que tentamos alcançar com os nossos
trabalhos. Por isso há grande preocupação no planejamento das atividades
“Pode-se perceber o quanto as crianças são felizes e como contagiam os para maior interesse e satisfação das crianças, que participam no
que com elas convivem, com sorrisos, vontade de não ir embora, ao final do
planejamento das atividades. As crianças são felizes no Projeto e isso fica
dia. Na presença dos pais, que se chegam mais cedo e esperam seu filho
evidente na alegria delas ao participarem das atividades e brincadeiras no
lanchar, sentam-se à mesa com eles e participam da conversa do grupo com
dia a dia do projeto, frequentemente.”
entusiasmo.”
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora

52
9. Harmonia equipe, estremecendo assim as relações entre as pessoas. Algumas pessoas
Nota: 8,0 se fecharam, ficaram mais isoladas e isso foi muito ruim, porque o trabalho
se tornou um pouco pesado, o “clima” não estava bom e isso refletiu nas
Em alguns momentos a harmonia da equipe foi quebrada, mas que não pessoas.
chegou a prejudicar o trabalho com as crianças. Se por um lado foi negativo
para os adultos, por outro serviu de crescimento. Há, sim, liberdade para as crianças se expressarem e agirem. Isso ocorre de
uma maneira bem natural no projeto. Houve conflito entre criança e adulto,
“A todo momento, em todas as atividades realizadas leva-se em consideração quando alguns desrespeitaram os combinados. A partir do momento em
valorizar e respeitar a cultura da região, da comunidade envolvida. Isso é que sai uma educadora, é meu papel intervir naquilo que não está certo. Daí
trabalhado, mostrando os pontos positivos e como a diversidade enriquece é que ocorrem os conflitos. Fizemos várias rodas este ano por esse motivo,
o ambiente, além de oportunizar, de maneira mais justa, que todos sentamos, conversamos, resolvemos, com respeito mútuo, que é o que deve
participem.” existir.”
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora

“Em linhas gerais há certa harmonia, embora algumas situações de “Neste ano eu achei que em certa época as relações foram mais superficiais,
desconforto tenham quebrado isso. Essas divergências, na verdade, foram houve pouca harmonia entre os adultos. Mas não chegou a prejudicar o
boas, pois contribuíram para crescimento pessoal do grupo.” trabalho com as crianças. Alguns membros demonstraram insatisfação por
Valdiléia da S. Miranda, educadora causa de algumas decisões tomadas pela direção da instituição.”
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
“As relações interpessoais são boas, centradas na boa convivência e no
respeito mútuo. Há respeito às diferenças ideológicas e à cultura local. Essas 10. Oportunidade
relações contribuem muito para o desenvolvimento do projeto. O respeito Nota: 9 ,0
mútuo entre as crianças e adolescentes é trabalhado através de rodas de
conversas, brincadeiras, oficinas e jogos. Eles têm oportunidade e liberdade O Ser Criança é um espaço gerador de muita oportunidade para as crianças
de se expressarem e de agir.” e para as educadoras. Aprende-se e ensina-se muito. Estar no Ser Criança
Joana Aparecida da Silva, educadora é uma chance de valorizar outra cultura, levar para casa outras formas de
pensar e ver a vida.
“Eu procuro manter boas relações com as pessoas, respeitando-as e também
sendo respeitada por elas. Acho que este ano foi um pouco conturbado, “É evidente que oportunidades são oferecidas e aceitas pelas crianças
devido à troca de coordenação, que não agradou a alguns membros da e adultos para aprender coisas novas e lidar com situações diferentes,
enriquecendo as pessoas, que aprenderam a opinar e manifestarem suas

53
escolhas, dando sugestões.” 11. Protagonismo
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora Nota: 9,0

“Todas as oportunidades que surgiram abracei. Participei com afinco de Tudo no Ser Criança faz com que os participantes sejam protagonistas. A
todas as capacitações oferecidas.”
começar pela roda, todas as pessoas se envolvem e procuram contribuir da
Valdiléia da S. Miranda, educadora
melhor maneira possível. Crianças e educadores se envolvem nesta prática
com muita facilidade, tornando-se protagonistas logo que entram para o
“O Ser Criança é um espaço gerador de muita oportunidade tanto para as
Ser Criança.
crianças quanto para nós educadoras. Aqui aprendi muito e sei que também
contribui com o trabalho. Estar no Ser Criança é uma chance de valorizar
outra cultura, levar para casa outras formas de pensar e ver a vida.” “Tudo que é decidido tem a participação das crianças, desde a escolha

Joana Aparecida da Silva, educadora das oficinas até o que fazer com o objeto produzido, por exemplo. Isso
proporciona o bom desenvolvimento de todos os envolvidos, valorizando
“Participar do projeto abre, sim, oportunidades na vida das pessoas, crianças, suas participações.”
adolescentes e também educadores. Temos oportunidade de aprender Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora
muitas coisas, de crescer como pessoas, respeitando todos, suas diferenças
e também de sermos respeitados. Não houve comodismo em relação às “As decisões são tomadas na roda, o que facilita o envolvimento e o
situações, porque trabalhamos muito o ano inteiro, lidando com situações comprometimento de todos. Essa prática é usada com as crianças como
conflituosas, procurando buscar o bem estar das crianças. Conseguimos
também nos encontros com os pais.”
alcançar muitos objetivos.”
Valdiléia da S. Miranda, educadora
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora

“Tudo no Ser Criança nos leva a sermos protagonistas. As crianças, assim


“São inúmeras as oportunidades que o projeto abre na vida das pessoas tais
que passam a fazer parte do projeto, conseguem assimilar a metodologia
como a oportunidade de desenvolver suas próprias habilidades e adquirir
novas, de aprender a conviver e de ser feliz, de conhecer novas pessoas, de e passam a ser mais participativas. O mesmo acontece com os adultos

adquirir auto-confiança e elevar a auto-estima. Quem participa do projeto envolvidos no projeto. O que é vivenciado aqui é levado para a casa, a
ainda tem a oportunidade de conhecer e adquirir hábitos saudáveis para sua escola, outros ambientes. A liberdade para falar, dar sugestões, criticar...
saúde, como lazer e alimentação e ainda ser um adulto que se preocupa acaba tornando todos mais ativos e interessados no projeto como um
com o bem comum e sabe lidar com o meio ambiente sem destruí-lo.” todo.”
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora Joana Aparecida da Silva, educadora

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“Acho que cada um teve o seu papel e procurou fazê-lo da melhor maneira “É possível ver a mudança das crianças no decorrer do dia a dia. Observando
possível. Apesar de vários acontecimentos que ocorreram durante este ano, as crianças nos esquecemos que nós também mudamos, passamos a
o resultado do nosso trabalho foi bom. Procuramos fazer nosso trabalho entender melhor muita coisa e a descobrir formas de conversar e entender
diário, através das rodas das atividades em grupo, das brincadeiras,
cada um. Eu mudei minha forma de relacionar com as pessoas, sei que cresci
trabalhar a participação e desenvolver o protagonismo nas crianças e
mais e a roda é a grande transformadora de conceitos.”
adolescentes, criando condições para que isso acontecesse de forma mais
Joana Aparecida da Silva, educadora
tranquila possível.”
Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora
“O grupo, que eu coordenei este ano era um grupo bem difícil, com crianças
“São inúmeras as atividades do projeto que facilitam o protagonismo das cheias de problemas emocionais, às vezes agressivas e através do trabalho
crianças, entre elas a participação delas no planejamento das atividades, realizado com elas, eu pude ver que algumas mudanças no comportamento
no cardápio, na coordenação da roda grande e nas rodas de grupo, dando
aconteceram. Havia muita agressividade delas umas com as outras e era
opiniões e discutindo os problemas, sendo ouvidos e ouvindo os outros.”
muito difícil conversar com elas. Houve muito desgaste para se conseguir
Reginalda Célia Souza Trindade, educadora
alguma coisa. Depois, com o passar do tempo, percebi essa mudança,
12. Transformação que eles estavam mais cordiais, dispostos a conversar para resolver os
Nota: 10,0 problemas, participando, dando suas opiniões, mais amáveis uns com os
outros e comigo. Isso para mim foi muito gratificante.”
As mudanças acontecem um pouco a cada dia. Quando se avalia é que se Magna de Fátima Oliveira Freitas, educadora
percebe que aconteceu. Todos mudaram, aprenderam e ensinaram, crianças
e adultos. A roda é a grande transformadora de conceitos.
“O processo de transformação sempre ocorre à medida que os membros
vão se interagindo no projeto, no grupo, ao longo do ano. O que se
“O projeto tem grande influência na transformação das crianças, pois através
delas, dos assuntos levantados e até dos desabafos de algumas crianças é percebe mais são as melhoras no comportamento, no relacionamento com
possível tomar decisões que favoreçam o crescimento e o desenvolvimento, todos. Alguns se mostram mais tímidos, mas depois vão se tornando mais
além de possibilitar segurança e proteção aos direitos delas, priorizando o expressivos, dizendo o que pensam.
bem estar de cada uma.”
Onésima Gomes Ferreira Mourthé, educadora Outro tipo de transformação frequente é a maturidade. Eles vão demonstrando
mais responsabilidade e participando melhor do grupo, cooperam mais
“Somos sujeitos em constantes transformações. Durante esse período
e muitas vezes chegam até coordenar atividades e brincadeiras com mais
que estou aqui, no projeto, melhorei muito minha prática de vida tanto
profissional como particular.” facilidade; como por exemplo, Marcos e Erick..”
Valdiléia da S. Miranda, educadora Reginalda Célia Souza Trindade, educadora

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Indicadores de Qualidade de Projeto - IQP
- Resultados -
Crianças - 7 a 9 anos

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

57
Crianças - 10 a 12 anos

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

58
Crianças acima de 12 anos

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

59
Comunidade

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

60
Educadores

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

61
Média Total

Transformação

Protagonismo

Oportunidade

Harmonia

Felicidade

Estética

Eficiência

Dinamismo

Criatividade

Cooperação

Coerência

Apropriação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

O IQP é constituído pela avaliação de 12 índices. Para cada índice específico foram utilizadas, em média, 5 questões. A pontuação está apresentada na escala de 0 a 10

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