Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de
Salomão
Prólogo:
No Século XI a região onde está situada Jerusalém, considerada como lugar
santo para os adeptos das religiões de origem semita (cristãos, judeus e muçulmanos) estava em posse dos muçulmanos que não impunham restrições aos peregrinos de outras religiões. Porém o Papa Urbano II e os adeptos da Igreja de Roma achavam que tais territórios não deveriam permanecer nas mãos de “infiéis”, e com o objetivo religioso de “devolver a Deus o que era de Deus” foi dado o início para a Primeira Cruzada em 1905.
Templários, o Início:
“Não por nós, Senhor, Não por nós, mas para que Seu nome tenha glória.”
Após o sucesso da Primeira Cruzada a Igreja de Roma começa a incentivar
as peregrinações a terra santa, e com objetivo de proteger tais peregrinos, nove cavaleiros liderados por Hugues de Payens chegam a Jerusalém, onde contaram com a ajuda do Rei Balduíno II de Jerusalém que lhes deu alojamento na porção leste de seu palácio, nas proximidades onde antigamente existira o Templo de Jerusalém (ou de Salomão) detalhe este que foi incorporado ao nome desta Ordem que surgia: “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” ou simplesmente Templários. Muito se fala que tendo em posse as ruínas do Templo, os cavaleiros iniciaram escavações que duraram por volta de nove anos e que geraram grande parte da riqueza que a Ordem apresentaria durante sua existência. No ano de 1127 Hugues de Payens e mais cinco cavaleiros voltaram a Europa com a finalidade de tornar a Ordem legalizada pela Igreja de Roma e para tal fato é realizado o Concílio de Troyes, onde Bernardo, abade de Clairvaux, é indicado para fazer as regras da Ordem a qual ele contextualizou com algumas regras da Ordem Cisterciense da qual fazia parte. Bernardo além de escrever as regras, cultivou uma amizade com Hugues de Payens e o ajudou a recrutar cavaleiros e conseguir doações para os Templários, tarefa fácil para Bernardo devido o tamanho de sua influência. Segundo as Regras, aqueles que desejarem se tornar cavaleiros não necessitam ter origem nobre e devem a partir da investidura manter o voto de castidade e de pobreza e seus únicos pertences seriam três cavalos, a veste templária e um escudeiro o qual não poderiam castigar por servir gratuitamente. Fariam suas refeições em silêncio ouvindo a sagrada escritura, não são aconselhados a caçar exceto que sua caça seja um leão. A Ordem aceitava homens casados, porém estes não poderiam vestir mantos brancos e viveriam separados de suas esposas e se morressem antes delas seu patrimônio seria dividido entre a esposa e a Ordem. De forma resumida para ser aceito nas fileiras templária o cidadão deveria jurar servia a Deus, manter um voto de castidade e de pobreza, após isso lhe seria lido as regras da Ordem e seria realizada a cerimônia de iniciação que só podia ser feita pelo Grão-Mestre ou alguém designado por ele.
Templários, o Fim:
Na passagem do século XIII para XIV os templários eram possuidores de
imensa riqueza, sendo mais ricos que diversos reinos, mas como conseguiram arrecadar tanto?Parte foi por doações (principalmente aqueles que entravam na Ordem), mas a maior parte foi pela atividade bancária a qual eles praticavam com a aprovação do Papa. Toda essa riqueza e rumores de tesouros ainda maiores vindos do Oriente despertaram a cobiça do Rei Filipe, o Belo que reinava em uma França a beira da falência. Na época os muçulmanos haviam reconquistado todo o Outremer (região onde ocorreram as Cruzadas) e todo o contingente Templário havia retornado à Europa, principalmente à França. Os Templários desprovidos de seu objetivo inicial passaram a somente exercer a função de bancários e passaram a arquitetar planos que incluíam a organização de um estado Templário independente como haviam feito os Cavaleiros Teutônicos ( cruzados alemães extremamente bárbaros que proclamaram um estado independente onde hoje é o norte da Polônia) e a partir deste estado começar a criar um governo do mundo. Enquanto isso Filipe, o Belo, que anteriormente teve recusado seu pedido de entrar na Ordem, inicia seu plano para a destruição da Ordem contando com o apoio do Papa que era apenas um fantoche nas mãos do Rei francês, com os falsos depoimentos de Templários dissidentes e com a inquisição e seu “santo” método de julgamento. E no dia treze de outubro de 1307 os Templários que se encontravam em território francês são presos devido a uma mensagem enviada secretamente por Filipe a todos os seus subordinados franceses. Entre os Templários presos estava seu Grão-Mestre, Jacques de Molay. O julgamento realizado pela inquisição, que consistia em torturar o acusado até que este confesse os crimes de que o acusam, fez com que os Templários confessassem crimes como cuspir na cruz, prática de bruxaria e sodomia e adoração a uma cabeça decapitada e um demônio encarnado em um gato preto. Jacques de Molay após sua condenação negou publicamente todas as acusações feitas contra ele e sua Ordem, declarando que tudo o que disse foi para livrar-se da tormenta da tortura. Em catorze de março de 1314 Jacques de Molay e Guy D’aurvegnie, Preceptor da Normandia foram queimados em frente a catedral de Notre Dame e diz a lenda que Jacques de Molay convocou o Rei Filipe IV e o Papa Clemente V a serem julgados perante Deus no prazo de um ano, Clemente morreria quarenta dias depois e Filipe durou seis meses. A Ordem foi oficialmente extinta pelo Papa Clemente V num consistório privado em 1312 após a falha tentativa no Concílio de Viena um ano antes. Com o fim da Ordem todos seus bens passaram para as mãos da Igreja que as repassou para outras de suas Ordens subordinadas, como os Hospitalários, exceto na França onde foram tomados pelo Rei, porém para sua surpresa o que foi encontrado não chegava aos pés do que se supunha, dizem que no dia doze de outubro de 1307 um conjunto de grandes carroças saíram do Templo de Paris, o principal reduto Templário na Europa, com destino desconhecido e supõem–se que nelas estava o grande tesouro Templário.
Fim dos Templários?
Fora da França os Templários gozavam de grande respeito com os Reis do
resto da Europa e ao terem notícias de que a Ordem havia sido extinta pelo Papa apenas os destituíram do ofício de cavaleiros, porém em muitos países estes permaneceram unidos como em Portugal onde com a ajuda do Rei criaram a Ordem de Cristo e na Escócia onde a bandeira templária tremulou pela última vez em um campo de batalha na guerra pela independência deste país e supostamente uniram-se com a sociedade de pedreiros que havia por lá.