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: Gollecago F. T. D. INSTRUCGAO RELIIOSA PARA USO | 1067 ria do Owvidor 49-4, Tua IAbero’ Badoré be Jainiso. Sko Pawo "1068, ria do. Babia, Buuio Hoswoxen NIBIL OBSTAT IMPRMMATOR, 8, Pauli, 28 Martie 1027, Sao Paulo, 18 de Marzo de 1087, Gan. Dor. Martina Lapzima, Mar. Poreire Banos, censor. vig. geral. COLLECGAO PEDAGOGICA LIVROS DIDACTICOS Por uma reuniio de Professores F. T. D. Obedece 4s seguintes normas: 14 Respeitar sempre a moral mais rigorosa pelo culto a Deus, 4 Patria, & Familia 24 Suavizar o ensino, pelo emprego dos melhores methodos. 34 Tornal-o prétieo quarto possivel pela multiplici- dade dos exercicios de applicagéo, 4% Adaptar-se, no que diz respeito 4 extensio dos programmas, a todas as exigéncias das Eseolas Superiores. Versam sobre todos os ramos do ensino primério ¢ secundério. Para os respectivos precos ¢ mais amplas ‘injormagées, consulte 0 BIBLIOGRAPHO, periddico da Colleceao. Do_DESTINO DO KOMEN 8 4.* LIGAO PRELIMINAR, Destino do homem, 4) Origem do_homem, Destine [o* pratect 4° (8) Bint oman | 4° Coracter Destine 5° Obrigagbee 2) Melos que lavem ao fim. 20 0 Cutectsino 6% Soluzds do problema, 8° Natureza dof a) O destino nko 6 ordom natural &) Gratuito, por parte de Deus, b) Obrigntcrio, por parte do" homem, 4) Bstudo da Religiéo, f que impée. \b) Obediencia aor preceiton da Religito fal 68 A terstigito é 1. — Vocabulos. ino. a) No sentido lato, palavra destino significa o fim a que tendem os seres. — b) Em sentido partiewlar, com roferen- cia ao homem, o destino 6 a questo da vida futura, isto & das recompensas ou dos eastigos que ali nos siio reservados, Catecismo ou Catechese (do Brego «catechesis> instrugio 4) Instrugiio religiosa por meio de porguntas e respostss, Na Tgreja primitiva, era’oral, o en- sino sempre, Ministrava-se aos catechumenos, antes do baptis- ‘mo. Com o uso de se baptizarem as criancinhas, ficou, a eatoche- 8, pars os annos que antecedem a primeira communhfo, — b) Como livrinko, 0 catecismo apa- receu_na época do protestantis- mo. Espalhou-sé muito, entio, Para oppdr-se aoe opusculos em que os protostantes iam publi eando suas idéas novas. Além do cateciemo do Conoi- Yio de Trento, que encerra a .) Ingeatiano, Destino. “°\ t) 0 homom, “ehamado @'feledate io cba ao U (8) Lotus. explicagio theologiea de toda a doutrina christa, os que tiveram mais eelebridade sio: — 1° 0 catecismo de Sdo Suplioio, pu- Blicado no soeulo xvIt, sob a diregio de M. Olier; —- 2.0 9 catecismo a6 Meaux, publicado por Bossuet em 1686; — 3.0 emfim, no seculo xrx, depois da Concordata, 0 catecismo. impe- rial. Hate eateeismo preceituava, entre outros deveres, os quo cumpria observar para com Napoleio 1°, debaixo de condemnagio eterna, Foi imposta a toda a Franga em 1806 por deereto do seu im- perador, com 0 beneplacito do cardeal-legado Caprara. Este dou a aprovagio canonice sem consultar 0 papa Pio VII, ¢ con- tra o parecer do cardeal Con- salvi. Contra ease eompendio em frances protestaram com algun vigor, diversos bispos daquella, nagio © da Belgica, A Restaura- gio © fez desaparecer. o_DESIIXo DO _HOMEM DESENVOLVIMENTO 2, — Problema do destino. Poder-se-ia enunciar o problema do destino como segue: desde que a vida presente nfo passa de viagem, & preciso que saibamos qual é a nossa origem: donde vimos; qual, 0 nosso fim: aonde vamos; e quaes meios nos hio de levar a este nosso fim. Tal problema apresenta-se, espon- tanea e inevitavelmente, ao espirito, e no ha outro cuja béa solugio seja to importante, Na verdade, destino é 86 0 fim do homem ; mas, o ponto de chegada esté, forgosa- mente, relacionado ao ponto de partida, e é certo tambem, que nao se aleanga determinado logar, sino pelos cami- nhos que ali vio ter. Logo as tres questdes: origem, fim, e meios de conseguir o fim, estiio intimamente ligados, ¢ exigem uma solugio. 3,—IL O Catecismo resolven o problema do destino. , Quem nos d'a solugio do problema do destino, & a religido. Ora, encontramos a religiao exposta num livrinho que se chama Catecismo. Q celebre Joutfroy esereveu: “Existe um livo pequeno, que as criangas tém de decorar, e depois tém de recitar na Igreja, Lede esse livro pequeno; 60 catecismo. Nelle, haveis de achar a resposta a todas as perguntas que formulei, A todas, pois nao, digo bem, a todas sem excepgio, Indagai, de um christdo, donde vem a especie humana: sabe; para onde vae: sabe; e como 6 que ali vae: sabe. Dirigi-vos a esse meninozinho, que, até agora, nio cogitou muito. disso, e perguntai-lhe porque esté neste mundo, o que lhe suecederé depois da. morte: elle vos daré uma fesposta sublime... H’ isso que é uma grande religido, Para mim, esté caracterizada por este facto de ndo deixar sem resposta, nenhuma das questdes que interossam a humanidade”. HoMEn, 4, — IE. Natureza do destino. A primeira cousa que queremos conhecer, a respeito do destin. a naturera dello. A rasko oa revelagio eto de acbrdo part os mostrar Deus como nosso creador, ¢ como ereador intelligente e sabio, Impossivel, portanto, que nos tenha creado & tha, sem proposite, sem fim preestabelecido, E qual é este fim? Foi feito 0 homem para uma felicidade ephemera, deleites do corpo o gozos do eapirite {uo acabastem om a mortat Ou entio, polo contrarl, sr morte 6 mora trantigho, introdusindo’ o° homem no neu, destino Yordadeirot neato, ultimo cago, de que ordem 6 now destiaa! De ordem natural, into 6, a plena extonsto, 0, completo desenvalt- mento das nossns faculdedest Ou de ordem soSrenatura, elovanlo 6 homem asima du ua naturesat ‘Todos estos quesites ado respon dos satisfactoriamonto pela teligito, om effet, ella ensina que. homem ost na terra, antes de tudo, para promover'& gloria de. Deus, 0 nfo para gots terrenos} ensina que o homem esd Fe mundo, para ganbar o cfu, © tornar-se ¢participante da vida 5. — IV. E? livre, o destino, ou & obrigatorio? Agradou-se, Deus, de elevar o homem a um estado sobrenatural, e de Ihe conceder, numa vida ulterior, a realizagio perfeita desse estado. Seré licito, ao homem, aceitar ou recusar este destino sobrenatural? E’ outra pergunta de summa importancia, O Catecismo resolve-a, e diz: Si o destino sobrenatural & gratuito. por parte de Deus, &, no mesmo tempo, obrigatorio por parte do honiem. Deus nol- dé por bondade, e esta’ bondade divina chega a nol-o impér, para que nossa leviandade nos niio esbulhe de tio grande privilegio. Logo, nfo temos a liberdade de aceitar ou de recusar. 6. — V. Obrigagées que nos incumbem para consecugiio da nossa meta. Desde que 0 destino ¢ de ordem sobrenatural e de caracter obrigatorio, 6 logico que todo homem tem de escolher os meios adaptados ao fim que Deus propoz. a) Primeira obrigagto assim imposta ao homem, & 0 estudo da religiéo que determina as relagdes entre o Crea- dor e suas creaturas: — b) Quando conhecida a religiao, ¥ po DESTINO _DO_HOMEM existe segunda obrigagto, e & a obediencia aos’ seus preceitos: adhesio do espirito és verdades que ella pro- fessa, e pritica dos seus mandamentos, jé que Deus quiz que nossa vida fosse tempo de provagio ; e jé que nos con- cedeu 0 poder de escolher e o merito da nossa eseolha, cumpre tomemos 0s meios de atingir a meta que Deus nos propée, e ganhemos, deste modo, a reeompensa eterna. 7. — VI. Que se deve pensar da irreligiio? ‘Manda, o'ndsso destino futuro que estudemos ¢ pra- tiquemos a religitio. Somente ella, de facto, nos desvenda 0 mysterio da existencia; por ella, unicamente, ficamos seientes de que Deus nos poz no mundo para 0 conheeer- mos, para o amarmos ¢ o servinmos, e por este meio, adquirirmos a vida eterna. Dahi resulta que a irreligido 6: — a) ingratidao por- que 0 homem irreligioso pretende passar bem sem Deus, supprimil-o ou ignoral-o; — b) lowcura, Porque o homem nio péde duvidar de uma cousa: que ha de morrer. B agora, nem com toda a incredulidade delle, nio seré capaz de provar que tambem a alma, acaba no mesmo tempo que 0 corpo. Logo, quem néo esti precavido, de sobreaviso, e vae -vivendo como si Deus nfo existisse, procede estultamento; est em perigo grave, imminente e horrendo. Conelusiio prati 12 Por ser, a sciencia da religiio, a seiencia mais importante, ¢ até, a unica necessaria, assiste-nos a obriga- gio rigorosa de a estudarmos, de a aprofundarmos, para, termos della conhecimento serio ¢ esclarecido. Apds a morte, Deus nfo se informaré si tivermos sido ricos ¢ sabios; mas, si nos instruimos acerca da nossa religifo, © sobretudo, si a observamos. 22 , recolher, tratar com euidado (opposto de cneglege- rea, deixar de lado, descuidar) porque o homem religioso zela, ‘com maximo empenho, profun- do respeite, pelas eousas refe- rentes 20 culto do Deus, H’ a etymologia que dé Crono; — 2) outro autores, como. tao. ‘Tanc1o, Si0 JERONYMO, SANTO Acosivx0, pensam que vem de ereligares, ligar, porque a reli- gio ten, como base, os lagos que unem o homem a Dous. A. etymologia, alids, pouco i ‘Usamos a palavra reti- gido com diversas accepgoes 4) douirina, Professar a reli- gido christd, 6 admittir a dou- trina, os ensinos de Nosso Se- nhor Jesus Christo: 6 erer as verdades que nos revelou, © observar os mandamentos que nos dew. — b) Igreja, Perten- cer 4 teligiéo christa, 6 8 pore & ‘vem ser ohtlatfo, 1: 0 Signal { a) Modos de fazelo. da ‘rus. | 8) Uno. ‘Symbilo dos Apostolor membro da _Igreja catholics, isto 6, da Sociedade fundada por Jesus Christo, cujos fieis tm, todos, mesma’ erengs, mes- mo ‘eulto ¢ mesmo chefo, — ¢) piedade. Besa possa tem muita religifo = tem grande piedade, £6 © devogio, —.d) Ordem mo- nastica. Entrar na religilo, 6 abragar a vida cenobitica ‘em algum convento; religiio fran- ciscana, trappista, carmelitana, denedictina, ete. “Assume aqui, ‘a palavra religido, o primeiro sentido, Christio (do latim - A ‘Washington Luiz Pxeeta de Souza. JUESTIONARIO. — I. 1° Existem varias religides? 2.° Quaes siclar prineiest 2° Bordo, todas an religises, igualmente Blast 4° Qual 6 a religiio verdadeirat 3 IE, 1° Qual 6 a origem do nome christéo? 2.° Quaes foram os primeiros ehristéos? 3.° Como se designavam entre sit 4.° Como os Chamavam os Judens? 5.° Ondo foi que deram a primeira ves, © nome de quer di- rer! — 1. um artigo de f6; — 2. 0 conjunto dos artigos dé 76. B neste ultimo sentido que se diz 0 «dogma eatholicos, abrangendo-se todas as verda- des reveladas por Deus, © defi- nidas, pela Igreja, eomo artigos de 6. Revelago. Duas accopsi 1, Acto pelo qual Deus commu- nicou aos homens os mysterios ¢ os mandamentos. — 2. Conjun- to das verdades que Deus nos ensinou. Symbolo (do grego pela primeira palavra com que prineipia, em Inti, Apostolos. — 8&0 0s doze dis- cipulos eseolkidos por Jesus Christo para ir pregar a doutri- na evangelica por todo o orbe, NOMES DOS APOSTOLOS: 8, Pedro, o chefe, ¢ Santo An- dré, irmio delle; 8, Thiago 0 Maior e So Joo, immo delle, Apostolo bem amado; Séo F' lippe © Sao Matheus’ ou Levi, evangelista; Sio Bartholomeu ¢ Santo Thomé (0 ineredulo) ; Sio Thiago 0 Menor e Sdo Ju- das_(chamado tambem Thadeu ‘ou Leben); Simio 0 Zelotas, ‘Judas de Carioth (0 Iscariotes), substituido, depois da traigéio, por Mathias. A estes nomes vie- Tam juntar-se, mais tarde os de Barnabé ¢ de’ Paulo, apostolos dos Gentios. Mysterio (grego «musterion>, cousa oceults, (verdude revelada), ¢ si por outra parte, ow accrescen- tar: «Dens iy'de recempensar 0} punir 0 homem, s6 si tiver dado a elle a liberdade de pratiear o bem ou o mal (verdade de razio), poderei eoneluir que o homem é livre. Assim, a existencia da liber- dade humana é conclusiio theologica. Na verdade, certas conclusées theologicas estio implicitamente encerradas no deposito da Reve- lagao, e por isso, terdo sido definidas pela Igreja como artig £6: 6 justamente 0 caso da iberdads humana definida pelo concilio de Trento, sess. VI, can. 5. — Entende-se, por facto dogmatico, qualquer facto, néo revclado, unido porém estreitamente com 0 dogma revelado, que negar esse facto era o mesmo que abslar os fundamentos do proprio dogma. Exemplo: dizer que tal concilio ecumenico & legitimo; que tal papa foi eleito de aceOrdo com os santos canones; que tal versio das Bagradas Hsoripturas (v. ga Vulgata) 6 eonforme, substancial- mente, ao texto original; que tal doutrina heterodoxa est contida ‘em determinado livro (1). So outros tantos factos dogmaticos, ‘Panto as conclusies theologicas, como os factos dogmaticos, im- poem-se & nossa crenga com a garantia do ensino infallivel da Igroja. Todavia, essas verdades néo sio dogmas. ‘c) Muito menos cinda, serfio dogimas, os systemas philosophicos que servem para 0s sxplicar e formular; nem tZo pouco as expros- Séee: essencia, pesséa, natureza, aubstaneia, accidente, materia, forma, usadas para exposigio dos mysterios da Santissima Trin- Gade, da Eucharistia © a natureza dos Sacramentos. Taes systemas taes vocabulos tém, por parte da Igreja, simples preferencia. E’ porque ella os julgs ‘mais adequados para dar, dos dogmas, idéa exact, 11. — IL. Fontes do Dogma. . Sendo, o dogma, antes de tudo, verdade .revelada por Deus, trata-se de saber onde é que se acha exarada, a Revelagao divina. ‘A fonte da Revelagdo é dwpla: 1° A Esoritura Sagrada 2.2 A Tradigao. Artigo de fé definido pelos Concilios de Trento e do Vaticano. T° Escritura Sagrada. — A, DEFINICAO. A Eseri- tura Sagrada, ou Biblia (do grego «biblia», plural (a) Gumnds & Taree declare quo uma obra aprosate formulas bertcas 1 seuttee ails ceils gates Obrig- das exprawsen, © 340 Mis Taide barticlas quo o'utar ihn posse airbsi. 20 o Dogma o Dogma 21 de «biblion» livro), & 0 conjunto dos livros que «foram eseritos por inspiragio do Espirito Santo, tém, como autor, 0 proprio Deus, e chegaram 4 Igreja com este caracters (Concilio tridentino). EY por esse motivo que tacs livros sio denominados: C. CANONE (V. N2 476). — Cénone, ou regra, 6 a reuniio dos livros (2) que Igreja reconhece cof inspi- rados. H vém a ser todas as obras mencionadas no canone do coneilio de Trento: art. de fé, definido pelo Coneilio do Vaticano, Const. de Fide, cap. 1, can. 4. Os canones abran- gem duas partes: o Antigo Testamento (3) anterior a Jesus Christo, e 0 Novo Testamento, posteror. Constituem, os livros do Antigo Testamento, quatro classes: — 4) 0 Pentateuco (Genesis, Exodo, Levitico, Numeros, Deuterono- mio), que encerra a Lei, isto o codigo religioso, liturgico e civil, dos Judeus; — b) 08 livros historicos, sendo os principace: Josus, os Juizes, Ruth, Samuel, os Reis, Tobias, Judith, Esther, os Mac’ chabeus; — ¢) 08 livros posticos ¢ sapienoiaes; Job, o8 Pealmos, 08 Proverbios, 0 Ecclesiastes, o Cantico dos canticos, a Sabedoria, o Bcclesizstico; — @) 08 livros propheticos, contendo as predicgoes dos quatro grandes prophetas, Isaias, Jeremias (com Baruch), Ezechiel e Daniel, ¢ dos doze prophetas menores: Osias, Joel, Amos, Abdias, Jonas, Micheu, Nahum, Habacue, Sophonias, Aggeu, Zacharias, Malachias. ; Os livros do Novo Testamento abrangem: — a) livros historicos, os tres Evangelhos de sio Matheus, siio Marcos, e50 Lucas, compostos antes do anno 70, © chamados (do grego.«sunopeis> vista simultanea), porque muitas narrag6es dos tres, sendo identicas, 2) _Reapondiam affirmativamente personalidades catholicas ominontos: ve Dnxonenien da orgens da hart 1380, ceeal Mien Le Dee: ondant, maiorde a) hte ‘864; Mar. D'HULEN, Le Correspondant, janeivo de 1608, i mestes livros, op autores, goralmente, distinguem: @) Woros 0 to quo, sempre," deade a origem, e” sem dicrepas crados como do. Inepizagia. divin ° equelles caja -autoridade iol, ‘primeivo, objeato eh tzaren 20 561 don Livron ‘Tobias, Judith, a Sabedorin, o. Heclosiatico, Baruch "eos Mucchabous; no N. tesa Epistoln aon Hebvoun, a finale de alo’ Thiago, alge e ii 2 Se oo Jedas.'o'0 Apocaiyie. ‘Pesiaemnto™ slgaitica.aliionge, com 0 vo julaleo, oo Novo Testamento 6 4 allang jada pelo sangus do Jesus ‘Ohriato, com a humanidade intoise. 22 © poems podem sor collocadas frente a frente, em tres columnas que se vejam Simaltaneamento, com o mesmo olhar; depois, o Evangelho de Sio Todo que apparccou mais tarde; os Actos dos Apostolos, natragio {que sdo Incas fer, como proseguiments do sea evangellio; — b) seriptos didacticos, versando questées de doutrina, e constando de instrucedes dirigidas 4s differentes communidades christis: as Epistolas de sio Paulo, de so Thiago, de sio Judas, de sio Pedro e de sio Joi0; — c) um livro prophetico, 0 Apocalypse, no qual sao Jofio prediz os destinos futuros da Igreja. D. VARIOS SENTIDOS DA BIBLIA. — O texto da Escritura Sagrada, muitas vezes, offerece multiplas interpretagées. Péde-se considerar: — a) 0 sentido literal ou historico, isto 6, 0 que aparece, tomando-se, as palavras, na sua accepgéo natural, o que o autor tencionava expri- mir com termos proprios ou metaphoricos; — b)-0 sentido mystico, ou alegorico, ou figurative, ou typico, isto 6, 0 sentido que se deproende de ter havido pessoas, cousas ou factos escolhidos por Deus para signiticarem 0 porvir, para serem figuras ou typos de Nosso Senhor e da sua Igreja, Por exemplo, Isaac, que leva a Jenha do seu sacri- ficio, 6 figura de Jesus, levando a sua cruz; 0 sacerdote Melchisedech, que offerece a Deus 0 holocausto do pio ¢ do vinho, é figura de Nosso Seahor, sacerdote por excel- leneia, ¢ do santo Sacriticio da Missa; — c) 0 sentido accomodaticio, isto é uma signifieago supposta, arbi- traria, artificial, convencional, como seja a que se atribue a uma gravura. Este sentido nfo possue nenhum valor dogmatico. — Segundo os racionalistas, dever-se-ia admi- tir, © sentido mythico para diversos passos da Biblia, Assim & que todos os milagres seriam mythos ou fabulas, sem valor historico algum. sentido mythico vem con- demnado por Pio IX no Syllabus, prop. VIL . 2° Tradigéio. — A. DEFINIGAO. — A palavra tra- digo (lat. «tradition, acto de transmitir), tem duas aceepgées. — 1. Em sentido largo, tradigdo é 0 conjunto das verdades reveladas por Deus e transmitidas até nés, quer por eserito, quer oralmente. — 2. Em sentido 0 vocwa 23 estricto, que 6 0 sentido usado aqui, a tradigfio abrange as verdades ensinadas por Jesus Christo e pelos Apostolos, @ transmitidas, de seculo a seculo por outro caminho que niio soja a Esoritura Sagrada B. CARACTERES DA TRADIQAO. — a) A Tradi- gao é anterior 4 Escritura Sagrada. Foi, a catechese, o pri- meito e principal modo de ensino empregado pelos Apos- tolos. Apenas em circumstancias execpcionaes, enviaram, estes, 45 igrejas quo tinham fundado, instrucgdes por escrito: as Hpistolas todas de sio Paulo foram exigidas pelas occasides. Mesmo o Evangelho era espalhado, de primeiro, s6 por pregagio; mais tarde foi que se lembra- ram de eserevel-o. Pensando bom, vé-se que era essa. mes- ma, a ordem do Divino Mestre aos Apostolos. Jesus, com effeito, Ihes dissera: b) E? mais extenso, portanto o dominio da Tradigao que o da Escritura Sagrada. Ao terminar o seu Evan- golho, adverte, séo Joio, chaver muitas outras eousas ainda, que Jesus fez; si alguem as quizesse escrever, pormenorizadas, estou que 0 proprio universo nfo poderia conter os livros que se houveram de compdr.> (Jodo, xx1, 25.) c) A Tradigéo 6 uma fonte da Revelagao, distinta da Escritura Sagrada, merecedora, porém da mesma fé. “Art. de fé definido pelo coneilio de Trento, e depois pelo coneilio do Vaticano, Const. de Fide, cap. 1. Aliés, néo 6, isso, dogma novo: na Igreja, sempre foi, a tradigao, principal regra de fé. Vae wma prova nos seguintes tes- temunkos de sio Paulo: — 1. « Meus irmios, esereve elle aos Thessalonicenses, sede firmes, e observai as tradigdes que aprendestes, ou de nossos discursos, ou de carta.» (II Thess., u, 15.) — 2. Ea Timotheo: «Os ensinos que + de mim recebeste, na presenga de muitas testemunhas, confia-os a homens fieis, que os possam communicar a outros> (II Tim. 1, 2.) No seculo m°, j4 retorquia, OniceNes, aos herejes dessa epoca: «Muito embora argumentem os herejes ecm as Escrituras, ewnpre nao darmos #6 nas palavras delles, nem afastar-nos da tradigao primitiva da Igreja, nem erer outra cousa sino 9 que foi transmitido, por successio, na Igreja de Deus.» Logo, ser erro, pretender, como fazem os Protestantes, que somente as Hscrituras vontém o deposito da Reve. lagio (1). ©. PRINCIPAES CANAES DA TRADIGAO, — A Tradigdo esté consignada: — nos symbolos ¢ profissses de fé, nas definigdes dos concitios, nos Actos dos papas (bullas, encyclicas, decisdes das congregagdes romanas homologadas pelo papa), — 2. nos esoritos dos Padres da Igreja, que so um como echo das crengas do seu tempo, 3. na pratica geral e constante da Igreja, — 4. na liturgia, que encerra as preces e os ritos concernentes 20 culto publico e 4 administracio dos sacramentos. — 5, Patenteia-se tambem nos Actos dos martyres e nos mont. mentos da arte christa: nas inscripgées, nas pinturas das Catacumbas que reproduzem, entre outras cousas, muitas vezes, 0 acto du culto eucharistico. Odservagéo. — Tanto a tradigéo como a Hscritura Sagrada tém, para interpretes e orgdos infalliveis, quer © Papa sozinho, quer os Bispos reunidos em Concilio ecumenico, quer, até, os Bispos separados e em com. munhéo, com o Papa. Dahi resulta que 0 magisterio, ou ensinamento da Igreja, 6 a regra prozima da nossa £6; © pocma 25 Escritura Sagrada e a Tradigio, regra remota. Ou por outras, todo 6 fiel reeebe o symbolo e erengas, immediata- mente da Igreja, e mediatamente, da Hseritura Sagrada e da Tradigao. 18. — IIL. © que se ha de entender por (2), como ‘normas de proceder, eujo tim exelusivo 6 influir na vida do homem, para clle conseguir a salvagdo eterna, Nao importaré nada, pois, terem elles ou néo terem, algum valor de verdade, comquanto apre- sentem valor de vida, e orientem o fiel para os caminhos do bem ¢ ao eéu, 2.° Doutrina catholics. — Para se entender bem a doutrina da Igreja, 6 preciso considerar as duas accepedes da palavra dogma, lembradas no Vocabulario (15). (2) | Prasmatios, — (gr. pragma, sooo). Principaes representantes. do pragmatisme sto: W, Sante, nos stedos Unidos" (1842-1910); Some in, ‘na Inglaterra; Ly Ro¥, na Franca; G. Pasint, ne Italic” BY wn stoma phllosophico, ‘tambem eplicado & religifo, que toma para. ba ds verdade de ‘ums id6x ow doutvins, 0 valor pratics costa idéa, ou doi fring, “Uma idén 6 verdade porque 6 wily 6 ail porque verdadelra, ai YW. anos, Bho duae proposicées exprimindo exactamento “0. ‘mesmo, smo 4 0 systems. opposto ao intellectualismo que attribue. ‘50 4 Yanko papel preponderante no deecobrimento da verdade. (2) Ba. La Roy, Dopmae erica. A, Si considerarmos o dogma como ARTIGO DE F¥, condonsa-te, 0 ensino da Igreja, nos dois pontos a seguir: —a) 4 formula de um dogma poder soffrer alteragdes, Dose que as formulas possucm apenas uma perfeigio relativa, assiste 4 Igreja o direito de precisar, de explanar, do modificar os tormos para melhorar a exposigéo, ¢ derramar, em torno da verdade, maiores Iuzes. Logo, nao 6 immu- tavel, a formula dogmatica, nem estereotypada: admitte progressos. —b) Mas si bem quo variavel quanto & formula, néo péde, 0 dogma, mudar no sentido; a sua substancia permanece sempro a mesma. O * concilio do Vaticano de 1870 decretou, com offeito, (Const, de Fide, cap. 11) (Jodo, xv, 15); 0 — 2. este outra palavra, a respeito da dessida do Espirito Santo sobre 08 Apostolos: (Jodo, xv1, 14). Destes textos, infere-se que os Apostolos receberam 0 deposito completo da Reve- ago (1), Bevelagdes postoriores toré havido, para instruogéu_¢ santificagio de algumas almas, mas nio pertencom 4 Revelagio christ geral: dahi o seu nome de revelagdes partioulares, que as i ida ao genoro-humano em peso. Aprovando-as, néo tenciona, # Igreja, assimilar, aos dogmas, aes revelagées. Quor affirmar, simplesmente, nada haver qué, nellas, se opponha 4 £6 eatholica, & moral, ou 4 disciplina christs. - ‘ordom rolrenstural, 26" not dé jomos neoeasidade do conhecer para alcangarmos fm que cvirmos Dous face a {ac scrto incompletog nossos conhecimentoss. (I, Cor, xt, 12.) b) Mas, si é immutavel, a Revelegio, no 0 6, 0 conhecimento que della possamos ter. Hste péde, pelo contrario, progredir. Jesus Christo confiou 4 sua Tgreja a missiio de ensinar aos fieis de todos os tompos as verdades revoladas o do defendel-as contra os ataques dos advorsarios. Ora esta missio inelée, forgosamente, eertos deson- yolvimentos na exposigio da doutrina revelada, Dogmns novos nio io, portanto, verdades recentemente reveladas, sindo, recentemente propostas, pela Igreja, & nossa erenga, Entre outras, a Immaculada Conceigao’¢ a Infallibilidade pontifical, que foram proclamadas ‘no seculo passado, como artigos de 76, 3 entavam contidas, lntentes, a Bocriptura Sagrada ona TradigGa, A Tgrej ao dofinir ents dois dogmas, limitou-se a tiralos do seio da Revelagio. — Em resumo, quando, no decorrer dos seculos, vioram, novos dogmas, inserever-so nos symbolos de £6, a Igreja sempre os tirou de uma dupla fonte: a Eseriptura Sagrada e a Tradigéo, onde j4 se encontravam, quer fa, quer implicitamente, 19. — IV. Symbolos de £6. 1° Definicfio. — Symbolo de {4, 6 um breve formu- lario que encerra as princtpaes verdades de fé, que a Igreja offerece aos fieis, como meio de professarem suas erengas. 2° Utilidade. — A propria definigao do symbolo des- taca bem a sua utilidade. Por nos apresentar, num texto curto ¢ conciso, os pontos essenciaes da Religiio, — ¢) 0 symbolo vem a ser, para os que leccionam, a melhor garantia de conservagio e propagagio inalteravel da mesma regra de £6; — b) para os que oprendem, 6 um meio sobreexcellente de gravar, na memoria, os dogmas mais importantes, por ser resumida ¢ simples, a formula; —c) tem, além disso, a vantagem de facilitar 0 reconheci- mento dos fieis entre si, de estabelecer a necessaria dis- tingéo das outras religides, e de proporeionar armas e munigdes contra heresias. 20. — V. Os tres prineipaes Symbolos, Sua origem. Na Igreja, contam-se tres Symbolos prineipaes: Symbolo dos Apostolos, Symbolo de Nicéa-Constantinopla, © Symbolo de santo Athanasio. SYMBOLO De ré A. Symbolo dos Apostolos. — Nao é possivel deter- minar, a0 certo, a origem do mais antigo dos Symbolos. — a) Uma opiniio, muito acreditada, e longo tempo inconteste, considerava os Apostolos como autores, tanto no fundo como na forma, do symbolo que traz o’nome delles. O padre Rufino diz que , Este Symbolo 6 que se canta, ou se reza, na missa, ap6s 0 Bvangelho. C. Symbolo de santo Athanasio, — Nio se encontra, este Sym bolo, nos escritos de santo Athanasio, si bem que leve o nome deste santo. E’ provavel que tera sido composto para o seculo vi, talvez Por sio Gesario, bispo de Arles, O costume deste autor, era collocar, no principio de suas obras, 0 nome de um Padre da Igreja. Dahi proviria a denominagdo de Symbolo de santo Athanasio (273). Este ‘Symbolo expée a doutrina eatholica acerca da Trindade e da Incar- nagéo. Entra no officio de Primas do Breviario, e os Anglicanos incluiram-no seu ¢Livro da oragao commumy (Prayer book) (1). 21. — VL Symbolo dos Apostolos. Sua divisio. © Symbolo dos Apostolos, que nos serviré de direetriz para a explanagéo do dogma, consta de doze artigos, e divide-se em tres partes. —a) ‘Trata, a primeira, de Deus Padre ¢ da-obra da ereagSo; — b) a segunda, do Filho e da Redempgio; — c) a terceira, do Espirito Santo. Os artigos que se seguem falam da Igreja e da Communhio dos Santos; da salvagio (remissio dos peceados), e da vida futura, e dependem do artigo do Espirito Santo, desenvolvendo-o, por assim dizér desde que exprimem os dons sobrenaturaes de inspiragio ¢ santificagio conside- rados como obra do Espirito Santo. 22. — VIL. Verdades contidas no Symbolo dos Apostolos. Symbolo quer dizer resumo (15). B? logico que nfo Péde conter o Symbolo dos Apostolos, todas as verdades de £6. Encerra somente os dogmas principaes. E nem estes todos. Assim 6 que nio ost4 mencionada, a presenga real —_ OY Ngee ten tren aymbolos, sind id do Papa beso IX (seeule. x1) Tumonrar ne Taran cutholce, Bata ag Ue estos para Tecaber”&. con 5 4o'8e,de {6 de Pio Tv (ecculo xvi), redigioa om constauencia doe deere fe, Cenc, do Trento, completada depois do. Conciio do Vaticano, © poze EE_2Ne Plo X que” acerescenton “a. condemnagio dev erroe modern tis. cece hele de todos os que tém. de aasumir algun tcargo ot dignidade 2) podem lombrar: a) A profiseda ae a TOUT. oan. (1.* Parte). de Nosso Senhor na Eucharistia. Tambem é claro que-nBo os poderia abranger todos, attenta a faculdade que tem a Igreja de realizar modificagdes ¢ aperfeigoamentos no ensino e na proposigao dos dogmas. Com o andar dos tempos, com o apparecimento de novas heresias, com as diseussdes entre theologos catholicos, ou ainda como fruto de estudos especiaes acuradissimos, suecedeu que foram melhor exploradas, e melhor aprofundadas, as fontes da Revelagio, e portanto, melhor conhecidas. Em todo o caso, quanto a dogmas recentes, Immaculada Coneeigio, Infallibilidade pontificia, si no os vemos, explicitos, no Symbolo, sempre os podemos ineluir no artigo Ix, porque, ao professarmos nossa creanga «na Igreja catholica», affirmamos a nossa £6 no ensino integral desta mesma Igreja. 28, — VIII. Os Mysterios perante a razio. . Antes que se dé principio 4 exposigéo do Symbolo dos Apostolos, deve ser resolvida, uma questo preliminar. Seré possivel, a revelagio dos mysterios, alli apresentados? Nao contradiz, isto, og dietames da raziot ‘Tres especies de mysterios se hao de distinguir. Temos: — 1. Mysterios da ordem natural. Innumeras verdades ¢ leis scientificas existem, que conhecemos perfeitemente, ignorando, todavia, por completo, a sua essencia. Que vem a ser, por exemplo, a germinagio? Que 6 a vida vegeta- tivat A vida animal? Que é, a electricidade? A atragio? Como se realiza a unido substancial da alma com 0 corpot ete, Existencia de Deus. g) Buneten ox hos orton, [2 deters ou sthoun theorine. aa ( @) Ontologimme. matress { t) Fradictnatiome. mela da | d) Oritcirme. rl sea 3 a eae i etre farts oo A ere vole anc) i as ( , in 3° Proves da - ‘Deus. phyrlons. ee 1, Lei moral. » { 3, “Goareat: eager = 4) Prose sada 8h ute { 1? Pye don etrcescon 24. — Vocabulos. Greio. Duss accepgdes: a) Na conversa commum, a palavra importa duvida. Exem- plo: Creio que amathé chovo, significa: julgo que choveré mas néo tenho certeza completa, — b) No Symbolo dos Aposto- los, écreio> quer dizer: tenho a conviegao firme, absoluta, da existencia de Deus, @ professo sta verdade, sem 0 menor recejo de orrar, Deus. Sor infinitamente per- feito, ereador do céu e da terra, e soberano Senhor de todas as cousas. Quem 6 Senhor 6 Mestre, Ora, Deus 6 «Soberano Senhoro, isto 6, Mestre eeima de todos 03 mestres, que manda em todos, @ quem todas as creaturas devem obediencia. NOMES DE DEUS NO AN- TIGO TESTAMENTO. “ a) Elohim, & plural de majestade, @ quer dizer «todo poderoso.» EH? designagio que serve tanto para 0 verdadeiro Deus como Para os deuses estrangeiros. — 2) Jehovah 0% © ser por excellencia, o que tem eo poder de exear, Os Judeus tinham, por este nome, tal reapeito que nun- ca o pronunciavam, usando em lugar as palavras €Blohim> ou «Adonaiv. — 0) Adonai, 0 Mes- tre soberano que governa o mundo. — d) Sabaoth ou Deus dos exereitos, Aquello que esté 4 frente dos exercitos, ¢ dé vietoria a quem Ihe apraz. 4 BAZ4O chama Deus: — a) ente necessario, 0 que nio Ode deixar de sor, nem ser dif- ferente do que elle 6, As erea- turas, pelo contrario, podiam néo ter existido, ou apparecer outras, ¢ Dor isso so seres con- tingentes: — b) causa primeira, @ que deu origem a todas as causas segundas, Causas segun- das, 6 tudo 0 que foi creado, tudo 0 que existe devido & causa primeira, @ vem a scr o univer- se © que nolle entra; — o) primeiro motor. Athen (do grego priya: tivo, e etheos> deus = sem deus). O que nio acredita na existencia de Deus, Razio, Faculdade pela qual © homem pensa ¢ julga. Com o auxilio da razio, 6 homem con- segue descobrir certas verdades, Outras verdades, porém, exis ‘tem, qué ultrapassam a capaci- dado do homem, e estas, 86 as couhece porque Dous as revelou. DESENVOLVIMENTO 25. — I. Objecto do 1.° Artigo do Symbolo. O primeiro Artigo do Symbolo: ) TRADICAO. — 1. Os Padres da Tgreja e os escolas- ticos provavam a oxistencia de Deus, tanto pelos textos da Eseritura Sagrada, como pelas luzes da razio. — 2. A existencia de Deus é a primeira verdade mencionada nos diferentes symbolos. — 3. Este dogma foi definido pelo IV° Concilio de Latréo contra os Albigenses ¢ autros herejes, e pelo Concilio do Vaticano que declara Sessdo III, cap. I: «A santa Igreja catholica eré e pro- fessa que ha um s6 Deus, verdadeiro ¢ vivo, Creador @ Senhor do eéu e da terra.» B. A existencia de Deus provada pela razio.— A exis. tencia de Deus pode ser conhecida com certeza pela razao, Este artigo de fé, condenando as opinides expostas prece. dentemente, foi definido pelo Coneilio do Vaticano, o qual declara, sesso IIL, cap. u, canone I: «Si alguem disser que © Deus unico e verdadeiro, nosso Creador e Mestre, nio pode ser conhecido com eerteza pela luz natural da razio humana, por meio das cousas que foram.creadas, soja elle anathema.» No Motu proprio de 1.° de Setembro de 1910, Pio X foi ainda mais explicito: Deus, diz elle, péde ser conhecido e portanto demonstrado tambem, com certoza, Pela Iuz natural da razio por meio das cousas que foram feitas, isto 6, pelas obras visiveis da ereagiio, como a causa Por seus effeitos-» _Hste dogma tem fundamentos na Escritura e na Tradi- Sao. Bis alguns textos da Hseritura Sagrada: Logo, 0 mundo exige uma causa primeira e um ser Recessario que deu, ao mundo, existencia, Hsta causa Primeira, este ser necessario, 6 Deus. 42 FXIMILKO ARTIGO DO SYMBOLO 2° Prova tirada do movimento do mundo. — Motores segundos, isto 6, que nfo tém em sia razio de ser do seu movimento exigem um primeiro motor. Ora, 0 mundo esté auimado de um movimento do qual nao 6 autor. Logo, obedece a um primeiro movel. A. EY intuitivo: para os motores segundos, como para as causas segundas, nada adianta, suppér uma serie in- finita de motores que se communicam 0 movimento uns aos outros. Desde que eada um nfo’é capaz de se dar a si proprio 9 movimento que 0 anima, ha de se, forgosamente, admittir um primeiro movel. B. Isso, de haver movimento rio mundo, 6 facto palpavel, de verificacgio constante, Por outto lado, a seiencia ensina, que a materia, os sores inorganicos so inertes. Quer dizer, néo podem, por si, adquirir movimento, nem modifiear © movimento que os anima. Ainda quando se concedesse que 0 universo se move desde sempre, — contrariando a hypothese de Laplace, certo de haver tido um prineipio © movimento no mundo, — ainda assim, nfo f6ra Keito preseindir de um primeiro motor que Ibe houvera dado movimento. J4 que nenhum ser 6 capar de dar 0 que nio possue, tudo o que é inerte por natureza, e se acha no estado de movimento, deve ter recebido, de uma causa estranha, esse movimento. E a tal causa estranha, a este primeiro movel, chama-se Deus. 3.° Prova tirada da ordem do mundo, ou prova das Causas finaes (1).— A ordem 6 sempre obra de uma causa intelligente, Ora, impera no universo, ordem. admi- ravel- Logo, a ordem do universo exige uma causa intelligente. A. Do principio de causalidade, decorre que todo e qualquer plano requer um organizador, e que a ordem e a harmonia nos efeitos provam intelligencia na causa. G)_ Beta prove, dada por Socrates, Cieuro, Plutercho, Botsuet, foi desenvolvida por Fénelon, do extenso, « com Tratado da existoncia de Deus, 1.* parte. wanto Agostinho, auencia. no seu crn _ ve _ vrs 43 —— es De facto, ordem signifiea adaptagio dos meios ao fim. Para ter um relogio funecionando, nfo basta enganchar as rodinhas de qualquer geito, no. E? preciso collocar todas no logar proprio. E isto, nfio o fara quem nio entende do negocio. B. Mas reinaré mesmo ordem no mundo? Havers na verdade, por toda a parte, proporeéio exacta entre os meios ¢ o fim? Um olhar attento, si bem que rapido, que lancemos ao universo, no conjunto ou nas pareellas, nos diré, claramente, o genio portentoso, a arte infinita de quem © constreiu. Tudo, na natureza, é harmonia. Acima de nés, vemos astros que seguem sua érbita, sem o minimo desvio: «Os céus, diz o Psalmista, narram a gloria de Deus» (Ps., xvi, 2). Na terra, e em cada um dos entes que a povoam, néo é menor a harmonia. Todo o ser possue orgams perfeitemente adaptados ao fim que lhe 6 proprio: © passaro tem azas e véa; 0 homem, olhos para ver, ouvi- dos para ouvir, © quem estudar estes aparelhos nfo deixaré de admirer quantas maravilhas existem na estru- etura delles. — Dir-se-6 que a ordem: do mundo talven seja obra do ccaso. Mas isto um disparate colossal. Justamente o caracter typico dos effeitos do acaso, é a falta dé ordem e de symetria. Qual seré a fonte desta crenca geral? H? inutil pro- curar entre as causas das illusées. Nao provém: — a) do temor: ninguem tem medo de um ente cujo atributo precipuo, € a bondade; — b) téo pouco da ignorancia, desde que cultos e ignaros commungam na mesma £6; —¢) nem das paizdes, Estas si0 amordagadas pela existencia de Deus: — d) nem das legislagées humanas. Principes houve, certamente, que exploraram a crenca (1) Pédea» impugner a promissa desta prove. Com effeito, © couhe- cimento da lei moral, com caraeter absolute, universal © obrigatario, imparts © conhecimente prévio de um Lepislador supremo ede um Remunerador, Dorque «a6 Deus, como dis o cardeal BiiLo® De Deo uno, pédo wer eater Ga lel © da obeigactio morale, néo tendo valor, 0 imperativo eategorico da consciencia, sinko quando esta manda em nome de Deus, Results. q ei ‘moral presuppée a existencia de Deus, nko condus «ella, Bm eumma, 0 Aateito do argunento 6 enc ‘remissa maior, © que sé devéra aparscer na coneluso, EXISTENCIA DE DEUS AT eS de seus subditos, para grangear 0 respeito, a submissio. Exploraram-na, talvez, Nao a criaram. Sinéo, a historia nos repetiria o nome do inventor. Logo, impée-se a conclusio: si todos os povos tém admittido uma divindade, 6 signal de que esta erenga é filha da razio, de modo que 0 consenso universal, ainda que néo seja, propriamente falando, novo argumento, corrobora e estela, solidamente, o valor das provas precedentemente expostas, e constitue uma demonstragiio indirecta da existencia de Deus: 31. — VIL Prova tirada da refutagio do’ atheismo. Trata-se, aqui, do atheismo soientifico, 0 qual, com a capa dupla de positivismo © materialismo, pretende, ou qué Deus pertence a0 dominio do incognoscivel, ou que, simplesmente, nio existe. Ponto de apoio das duas escolas, um s6¢ mesmo prineipio, quo vem a ser: no ha nada verdadeiro, sindo o que péde ser averiguado pela expo Hencia, Apenas differem quanto ds conelusées: a primeira, aparen- temente, nada resolve: a outra ensina, afoita, a negagéo, Porém, no fim das contas, o positivismo, na pratica, sempre leva aos mes mos resultados, desde que néo 6 possivel, em taes assumptos, cceupar terreno igualmente afastado da affirmagio e da nogacic, © que a neutralidade apresenta tantos inconvenientes como 0 atheismo positivo. Este principio do positivismo © do materialismo, dizendo que a experiencia & a unica fonte dos nossos conhecimentos, 6, com evidencia, por demais exclusivo e falso. Outros principios existe, do facto, necessarios e universaes, como o principio de eausalidads (tudo 0 que comegou de ser tem uma causa), ou o principio de cox- tradiegio (nio péde, uma cousa, ser e nao sor no mesmo tempo), Que a razio nos ministra, e que todo o espirito recto aceita, ainda que nio seja sempre possivel fazer a verificagio experimental, Nio sémente 6 falsa a theoria dos materialistas, mas nem elles traduzem na pratica. Admittem, por exemplo, que duas rectas par lelas néo se encontraréo nunca, ou ainda, que um objecto nfo péde, no mesmo tempo, ser branco e preto, nio sendo capazes, entretanto, de verificar, experimentalmente, nem uma nem outra cousa. Quando os materialistas, querendo explicar 0 mundo, declaram que a materia 6 eterna e increada, e tem como attributos, a forga @ © movimento, onde est a experioneia que abone taes assergiest Porquanto, se ha de legitimamente concluir que a existencia éo Deus 6 a ‘verdade melhor estabelecida quer considerando-e 48 PRIMBIRG ARTIGO DO SYarBOLO conjunto de provas aduzidas pela razio, quer considerando-se 9 fraqueza das objecgées levantadas pelos adversarios. Conelusée pratiea. 1.° «Ninguem nega a Deus, sinéo os que receiam que Deus exista.» (Santo AdosrinHo.) , fazer por inteiro, completar). Qualidade levada 20 grau mais alto, — Ser infinitamente per- feito, 6 possuir todas as quali- Gades imaginaveis, ¢ num grau illimitado. Quando dizemos que uma cousa 6 perfeita, falando ao que ha no mundo, trata-sc de Perfeigdo relativa, nada. daquillo ue foi creado é perfeito, nem Péde ser perfeito. NOTA, Os vocabulos que de- signam as perfeigdes de Deus vém explicados no . Attributo (do latim tom aqui sentido adver- bial e significa puramente, uni- camente, — Deus 0 08 Anjos so 50 PRIMEIRO ARTIGO DO SYMBOLO puros espiritos; sio unicamente | mento qne Tous tem de tudo (nada_mais do que) espiritos; | quanto deve acontocer. no so, como o homem, espi- | Providencia (40 latim | mal, nio o impede, afim de antes, ¢ . disse Jesus & Sama- ritana. (Jodo, 1, 24.) Nao esté unido & materia, desde que a essencia da materia 6 constar de partes, sor divisivel, © por conseguinte, imperfeita. Na verdade, objecta-se que, na linguagem da Sagrada Escritura, Deus possuiria exten- sio limitada, desde que se fala nos seus membros, nos seus olhos, nos seus ouvidos (Ps. xxi, 16), e que o vemos, ahi, ora sentado (Isaias, v1, 1), ora em pé (Isaias, 1, 18) ; mas, isso, slo apenas convengées, symbolos, expressdes figuradas, ageitadas & nossa mancira de imaginar as cousas. 52 PRIMEIRO ARTIGO DO SYMROLO 2 3° Immutabilidade. — Deus no péde maudar, pois quem muda, 6 porque adquire perfeigées que no tinha, ou porque perde as que j4 possuia, Em qualquer hypo- these, Deus deixaria de ser 0 Ente necessario, desde que no fosse sempre o mesmo, e tambem o Ser perfeito, passando de um estado mais perfeito a outro menos perfeito, ou vice versa. 4° Eternidade. — «Sou o alpha © 9 omega, o principio © 0 fim, diz 0 Senhor, o que 6, 0 que era,» (Apoc., 1, 8.) A eternidade 6 consequencia da immutabilidade: no que 6 immutavel, no ha suecessio, logo, niio ha comego nem fim. Alifis, 6 preciso deseriminar bem as nogdes de tempo ede eternidade. O tempo é feito de momentos successivos : passado, presente e futuro, a eternidade 6 um presente perpétuo. «Em Deus, nada foi, nada seré; mas tudo & FENELON. - 5.° Immensidade. — Deus 6 immenso na seieneia, no poder, e na sua natureza. Esti em toda a parte, nio como 0s eorpos, limitados pela propria extensio, mas eomo espirito, euje omnipotencia criou todas as substancias quo unicamente por elle tém a vide e o ser: (1, Paralip., xvi, 9). «Creatura alguma esté occulta aos olhos de Deus, mas esti tudo claro, patente e descoberto diante delle.» (Heb., 1v, 13). Conhece 0 passado, o presente ¢ o futuro, inclusive os actos futuros livres, isto é os que dependem unicamente da liberdade do homem. Objece’o, — PRESCIENCIA DIVINA B LIBERDADE HUMANA. — Jé que a scioncia de Deus ¢ infinita, ¢ abarea tanto as cousas do passado como as do futuro, deve-se concluir que succederé neccssariamente tudo o que Deus prevé; do contrario, seria falha a sciencia delle; e nao mais infinita, Porém, si f6r aesim, que 6 feito da liberdade do homem? Si Deus sabe que Pedro nogaré seu Mestre, fiea porventura Pedro livre de néo o negart Como se ha de harmonizar a presciencia divina e a liberdade humana? Refutagio. — Hvidentomente, conciliar a preseiencia divina e a Uiberdade humana, no 6 1¢ muito facil. Entretanto, talvez sejam mais aparentes do que reaes as difficuldades. — a) Convem, antes de tudo determinar, de commum ace6rdo, o sentido das palavras, = 19 Primeiro, o 'termo presciencia, em se tratando de Deus, 6 improprio. J4 sabemos (34) que em Deus, néo existe passado nom futuro; o que ha, 6 a cternidade: Dahi resulta que Deus nao prevé, lle va. €As cousas que chamamos de futuras, explana santo Agos- TINHO, esto presentes para Deus, e por isso no se péde affirmar que elle tem presciencia, mas unicamente soiencia — 2° Nem seré melhor adequado, dizer que acontece, neceasariamente, 0 que Deus tem previsto.. A sciencia de Deus 6 infallivel, néo padece duvidas, © 0 que Deus vé por toda a eternidade, realizar-se-f, eertamente, Ro tempo. Mas, reparemos bem. Isto se effectuaré: — 1) de modo necessario, quanto aos entes desprovidos de raziio, e,regidos pelas leis physicas da natureza, ou pelo impulso de seus instintos; — 2) de modo tivre no tocante aos entes dotados de razio. ») B demos de barato que se usa o vocabula presoioncia para desi- Snar 0 conhecimento divino daquillo que, para nés, 6 futuro, Ora, Bio esté mesmo clarissimo que a previsio de um acontecimento nio tem nada que ver com a causa deste acontecimento? Um exemplo, Abi vae um cégo, caminhando para o precipicio. Bu, de longe, em 54 PRIMEIRO ARTIGO DO _SYMBOLO cima de uma collina, estou vendo que o homem ha de eair no abys- mo, e esté perdido. Quem se lembraré de dizer que eu, por ter pre- visto o facto, eausci essa quéda e essa morte? 86 um Iouco varrido, Logo, perdeu o juizo, o que argumonta: Dens prevé que kei de ser salvo ou condemnado, e portanto faga eu o que fizer, dé na mesma; minha sorte j& esté resolvida, — Nada disso. Deus v6 qué vos salva reis, porque vé que tomareis os meios, Mas 6 patente a sixeeridade pouca, e a logica mais enfezada ainda, dos que se valem de taca muletas no terreno religioso. Manifesta'se o illogismo na sua exis- tencia material e pratica. Nao Ihes acode mais & lembrangs, 0 com- modo ¢ estulto dilemma, quando devem furtar-se a um perigo, ou pare grangearem honras, riquezas ou quaesquer vantagens na vida. ‘A conclusio 6 firme: si 6 muito acanbado, o espirito do homem, para explicar satisfactoriamente ease problema, e si os theclogos, — thomistas ox molinistas, — sio ineapazes de mostrar cono 6 que a causa primeira move as causas segundas som Ihes aniquilar Uberdade, nem por isso somos autorizados a declarar, qué se contra dizem, 08 dois termos: presciencia divina © liberdade humana. Bossvur, no seu (xm, 18). ‘Trata, a Providencia, des cousas magnas: «Por mim reinam os reis, ¢ os prineipes mandam 0 que 6 justo.» (Prov., vut, 15). Mas trata, ignalmente, das cousas infimas. . ¢) Na verdade, surge, 0 mal com a dor — sejam physicas as dores, ou sejam moraes: nfo importa. Bem. Nao ha negar que a dor é tortura da alma ou do corpo. Mas nem por isso seré licito affirmar que a dor seja, de modo absoluto, um mal. Nao 6 — 1. Porque, de um lado, ni raro, no ponte de vista physica, condiciona um bem: assim 6 que o soffrimento nos leva a procurarmos remedios que curem a molestia, contribuindo, destarte, na conservagio do ser. Além disso, devemos considerar que o individuo & parcella minima do universo, ¢ que o bem geral resulta 1) A dmperfetgdo do mundo ou deficiencla do sor & chamada por tntsiess (Sodoe ae thsodeta) do eal meta ‘os phllosepior, ‘llés, nfo concordam aanto a0 valor do. mundé Muted Gitaueamanome, Lnrances) julgam que ‘Mo pte er mehor: —'b) on petnimateg Iristas relation cocupam 0 melo entre eeeer dala extromon ‘sdequado ao fim, que Deus se Propos. ‘Taos, de Bossuzr, de Pixerow. ATTRISUTOS _DE_DEUS 59 do sacrificio do bom particwlar: com o sangue de nume- rosos soldados é que se aleanga, a salvagio da patria. — 2. De outro lado, no ponto de vista moral, a dor nio 6 um fim, é um meio. H’ uma das componentes do plano divino. Serve para provocar, no ente que padece, a oxpia- géo dos seus lapsos moraes, e a ascensio aos cumes da virtude mais heroica. Porque, o homem, sempre se pode exalgar acima das dores, dominando-as pela grandeza do animo, pela energia da vontade. Péde recebel-as como meio de aperfeigoamento, como fonte de merecimentos ¢ de recompensas. Sao motivos que nos explicam 0 porque da existencia do mal physico, Mas, quando nos parecessem eseassos, neuhum direito nos assistiria de pensar que Deus tenha agido nisto sem fundamentos legitimos. E’ a raziio que nos ministra as explicagdes precedentes. A doutrina da Igreja esclarece ainda melhor o caso, ¢ deixa a Providencia mais livre ainda de qualquer censura que Ihe queiram assacar. Ensina, com effeito, que os males physicos sio a consequencia do peccado original (65), eabendo, entéo, a nossos primeiros paes, a respon- Sabilidade. Ensina mais que, no estado actual, 0 homem fica assim, contrangido pelas miserias da vida, a desape- Bar-se do mundo, que nao péde ser, para elle, (Math., v, 45.) Mais exacto até, dizer que 0 homem virtuoso goza de maior felicidade, mesmo neste mundo, Nao frue, elle, com effeito, esta paz da alma, esta satisfagio intima, que resultam da boa consciencia, emquanto o impio soffre, quantas vezes, os tormentos do remorso, as ancias da duvida, auferindo apenas alegrias envenenadas e ephe- meras? (Gen, 1, DA_SANTISSIMA _TRINDADE 67. distintas depreende-se de varias passagens dos Synopticos, de so Jodo e de sdo Paulo. Eis os textos mais expressivos em que vém nomeadas, quer duas pessoas, quer as tres no mesmo tempo. Nos Synopticos, diz Jesus, de si proprio: «86 0 Padre eonheee o Filho e 0 Filho conhece o Paep. (Math., x, 27; Lucas, x, 22.) Em sao Joao, esté. que o Espirito Santo «procede do Pae>, que é «enviado pelo Filho» (Jodo, xv, 26; xvi, 7). Igualmente claros sio os textos em que aparecem, no mesmo tempo, as tres pessoas: — 1) No baptismo de Nosso Senhor. Quando Jesus Christo foi baptizado (Math., m1, 16, 17), cos eéus Ihe foram abertos, e viu o Espirito de Deus, descendo sobre elle na forma de pomba; e nesse instante, fez-se ouvir uma voz, que, do alto do céu, dizia: «Este 6 0 meu Filho bem amado.> Aqui temos, indiseutivelinente, as.tres pessoas: 0 Pae que fala, o Filho que esté sendo baptizado, e o Espirito Santo que aparece na forma de pomba, — 2) Promessa do Espirito Santo. Jesus, antes de se elevar no Céu, anuneia, aos Apostolos, que o Pae thes enviaré, 0 Espirito Santo que os ensine e os for- talega na £6: (Joao, x1v, 16, 26.) O Pae que envia, 0 Filho que roga ao Pae, o Espirito Santo que sord enviado, claro é que sao tres pessoas distintas. — 3) Formula do Baptismo. Na hora de deixar os Apostolos, transmitte-lhes, Nosso Senhor, os seus poderes. Confialhes, por estas Palavras, a missio quo lhes cabe: «Ide; ensinae todas as Nagées, baptizando-as em nome do Pae, do Filho, e do Espirito Santo.» (Math, xxvut, 19.) Mesma formula irinitaria oecorre, tres vezes, nas epistolas de sio Paulo iceio Ga Worse do Babel: «Vamos, excama, Jchovs Gmndamos ‘a Tinguagem delle» (Gen... 7.) “Argum logos, que. o_ plural encontrado ‘nemses texto) nfo" 6m ‘0 modo nturel de expresafo de uma pitvalidade de pluusivel, impossivelporém do $0 firmar. 8 por, polo contravio, que Deus nko tera revelado Ai Judens este mysterio, Até 4 incaruagio di eeguada pessba, com effelto, Plo teria vontagom alguma. Antes exporia os Hebreus, de i {So propensos Wolntie,”= admire adorar varion deuce, desgamo tam, 08 ditos plural do SYMBOLO 68 PRIEERO _ARTIGO_DO (Eph, w, £7; 1, Cor., xi, 13). Bis a ultima que é mais explicita: «Estejam com todos vés, a graga de Nosso Senhor Jesus Christo, o amor de Deus, e a communicagéo do Espirito Santo!» — 2, Tambem a divindade das tres pessoas resalta de numerosos textos escriturarios. Nao é este o lugar de estabelecer a divindade do Pae, a mindo affirmada na Escritura, ¢ nunca posta em duvide pelos herejes, nem 2 divindade de Christo provada adiante, numero 95. Quanto 4 divindade do Espirito Santo, 0 pro- prio Jesus Christo é quem nol-a ensina, quando fala em mandar outro consolador que communicaré aos homens toda ¢ qualquer verdade. (Jodo, x1v, 16.) Ora, como nao ha ninguem sino Deus, capaz de ensinar toda e qualquer verdade, resulta, dessas palavras, que-tal Consolador é Deus, como o'Pae ¢ o Filho que héo de mandal-o. Sio Pedro repreende Ananias que procurou illudir o Espirito Santo, e accusa-o de ter, assim, mentido a Deus, nfio aos homens. (Actos, v, 8, 4.) b) UNIDADE DE NATUREZA. — «Meu Pae e eu, somos wm», fala Nosso Senhor aos Judeus. (Jodo, x, 30.) E to claramente entenderam, os Judeus, que se igualava com a divindaie, o autor destas palavras, que ficaram indignados, e tomaram pedras para o apedrejar. Outra vez usou, Nosso Senhor, com seus diseipulos, a mesma linguagem. Responden a Filippe que lhe havia pedido para ver o Pee: wissimas tambem, na sua concisio, as palavras de Tertuliano: «0 Padre 6 Deus, o Filho 6 Deus, o Espirito Santo é Deus ¢ Deus € cada um delles> ¢) PRATICA DA IGREJA. — Do accordo com a sua cronga, 4 Igreja sempre administrou 0 Baptismo em nomé das tres pessoas, ceupa o primeiro Iugar na liturgia, o mysterio da Santissima tindade. Della fazem mengio todas as bengams, todas as oragées, todas as ceremonias, quer por melo do signal da eran quer pela exologia: «Gloria a0 Padro, ao Filho e a0 Espirito Santo.» PRIMRIRO ARTIGO DO SYMROLG 41. — TIL. Relacées das tres pessoas divinas. Seu: attributes. Suas obras. A. Relagdes das tres Pessoas, — A segunda pessoa provede daff primeira por geragdo; dahi provém os dois nomes de Pao © Filho. {i ‘Muitas vozes, na Sagrada Escritura, diz-se, falando da segunda! pessoa, que 6 0 Filho proprio: «Deus no poupsu 0 seu proprio| Filko>d (Rom., vm, 32), 0 Filho unico: «Tanto amou, Deus, a0 mundo, que entregou seu Filho unico.» (Jodo, mi, 16.) B de Jean Christo que so Paulo fala: ¢Qual seré o Anjo a quem Deus jamaia disse: . ‘Temos, na alma Kimana, um eomposto de tres faculdades: sensibilidade, intelligen- cia e vontade. Imaginemos, um instante, que estas tres faculdades Sdquirem, cada uma, @ personalidade, teremos assim a trindade 2a unidade (1). coh), ‘Nba somos, ontendemos © queremos.,. Dasta. ma a, ho tros ‘ser, conhecsr e querer, que tornam feliz e just ume 26 alma Suando vent crdenadas, Hossa ssa nio’poderia-existr sem ser couheciy ‘ep ter ‘conhealda nom que’ fons ‘uetida-> osaver, ‘i+ Blscagda a strana, ‘Taes comparagées serfio mais ou menos interessantes. Comtudo, todas claudieam. Nao se devom aprofundar muito. Parafusar demais. E’ mysterio, a Trindade, e mysterio ha de continuar, em que pese a “xplicagées engenhosas, raciocinios subtis, ou sabias analogias que 0 espirito hunano possa idea, 43. — V. O mysterio da Santissima Trindade perante a razao. O dogma da Santissima Trindade é mysterio propria- mente dito, ¢ isto na accepgio plene ¢ mais estricta do vocabulo. Donde tifamos os dois corellarios a seguir: a) Era incapaz, a razéo, por suas proprias ¢ unicas forgas, de descobrir esta verdade. O mysterio pode ser conheeido tio somente por quem vé a Deus. Logo, ninguem sindo Deus nol-o podia revelar, porque a ninguem é concedida, a visio de Deus na terra. «Pessoa alguma nunca viu a Deus, diz sio Joo; é 0 Filho unico, que esté no seio do Pae, quem o deu a conhecer.» (Jodo, 1, 18.) d) A razio, impotente para descobrir o mysterio, para entender porque ou como estdo, em Deus, tres pessoas, sempre consegue provar que nio vae nisso, nonhum absurdo. Quando affirma que ha, em Deus, tres pessoas 4 © uma naiuresa, nao pretende, a Igreja que tres e wm, soja © mesmo, nada. Si as palawras LEITURAS, — 1.° Baptismo de Nosso Senhor. (S. Matheus, cap. m1). 22 Capitulo re capitulo x1v de sao Jodo. 3.2 Corta oceasidio, santo Agostinho, eujo engenho possante se librava, néo raro, nas maiores alturas, estava passeando 4 beiramar, Queria penetrar nas profundezas do mysterio. Enviow-lhe Deus um anjo que o desenganasse, quo he recordassé a impotencia radical, a fraqueza ingenita. O anjo, disfargado sob as aparencias de uma criancinha, tava agua do occano com uma coucha © derramavara numa covinha, que elle mesmo fizora na areia: , quer dizer que no estio unidos a um corpo como acon tece com a. alma do .homem. © adjective puro tem aqui sentido adverbial (Ver n.° 32) e nio 6 synonymo de innocentm ‘J& perderam a innocencia, os maus_anjos. Nem por isso’ dei- xam de ser, apezar da sua culpa, puros espiritos. NOTA. A Escritura, Sagrada fala, fs vores, da face ¢ das asas dos Anjos, Sao figuras | por exempio, os representa de | rosto velado dianto de Deus, | 6 para indicar o respeito da sua adoragio. As azas symbolizam a sua rapidez na exeeugdo das ordens divinas. Demonio (do grego genio). Diabo (do grogo calumniador). — Sata- nag (de uma palavra hebraica significando o inimigo), — La- cifer (do latim «lucs, luz, 0 , porque de facto, estlo, todos elles, a0 dispor fo Diu emissarion que elle péde enviar para eumprizem diving, 80. PRIMEnto #1G0_DO_S¥MMOLO ale nc 49. — IV, Estado original dos Anjos. Prova e queda, 19 Estado original. — Sor que Devs, ereando os Anjos, Thes outorgou apenas as faculdades proprias da natureza espiritual? Ou ter-lhes-é concebido logo os privilegios da ordem sobrenatural? Néo ha texto, na Sagrada Wscritura, que autorize uma ou outra opiniéo, Uma cousa, porém, parece fora de duvida: 6 possuirem, elles, na hora da prova, a graca santifieante, e isso, sabemol-o pelas exprossies dos Livros Santos, Ahi vem designados, os Anjos, por afilhos de Deus» (Job, xxxvm, 7), «santos» (Daniel, vit 13), «anjos de luz> (Cor, x1, 14). 22 Prova ¢ queda. — Antes de presentear 08 Anjos com a bema- venturanga celeste, Deus quiz que fossem submettides a uma prova © assim tivessem ensojo de merecer. Que peccado commetteram os que fraquearam na prova’ A opi- nido eommum 6 que foi peceado de orgulho. Lemos, com effeito, na Sagrada Wscritura, que «no orgulho tiveram inicio todos os males.> (Tod., 1, 14).'Como 43 haveria manifestado, este orgulhot Porventura, quizeram elles, segundo ponsa Santo THowaz, igua- lar-se a Deus, negando-lhe as homenagens ¢ a veneragio devides 20 Creador? Ou’ serd, conforme julga Suarez, que néo consentiram, quando Deus thes houve revelado o mysterio da Inearnagio, em reverenciar 0 Verbo eterno, posto abaixo delles pela natureza humana que adoptou? A este respeito, podemos fazer sémente conjecturas. Desde esses tempos, os Anjos ficis passaram a gozar da Visio beatifiea, emquanto os maus, os demonios, condenados déra em diante ao mal, ¢ ao soffrimento, ineapazes de se redimirem do peecado de orgulho, foram preeipitados ao Inferno, creado para elles na hora da quéda. 50. — VE. Os Anjos da Guarda, Sua existenci: Acs Anjos esté confiado o cuidado dos homens. Os fieis possuem, cada um, um Anjo custodio. E até os poceadores e os intieis, porque Christo morren por todos os homens (1). A existencia dos Anjos da Guarda é demonstrada pela Sagrada Escritura e pela Tradigéo. A. Eseritura Sagrada. — a) Antigo Testamento « (Math. 1v, 24.) Nao tém razio, os protestantes, nem os racionalistas, dizendo que os demo- niacos aqui lembrados, eram enfermos como outros quaes- quer. Entdo, por que faria, 0 Evangelista, esta disori- minagio entre possessos, e outras categoria? Além disso Nosso Senhor dé, a seus Apostolos, poder de expellir os demonios (Math., x, 1) e indica-lhes os meios. (Marcos, xvt, 17.) . ‘A. TradigGo onsina-nos ter havido, nos primeiros seculos, nume- roses casos de posrereéo, Quizeram, em nossos dins, que, af posses sees diabolicas de outréra nfo passassem de accessos de loucura, hysteria ou epilepsia. Pretenderam que os magicos, feiticeiros 0 Gemoniacos dos tempos aatigos, tinham muita semethanse com og sans, os espiritas ¢ somnambulos contemporancos. ranle numer. de facts explicaveis pela, pathologia, ou pela Erapaga, foram erroneamente attribuidos 4 intervenglo do demonio, de modo que, nesto particular, foi, a idade média, demasiado cre ula, Nem por lato doixa do ser provade, © provadissimo, que houve casos do verdadeiras possessies (1). Que motivo haverS, aliés, para negar, ao demonie, 0 poder do praticar cousas mais assombrosas do {que os feitos dos hypnotizadores, dirigindo % vontade 0 corpo © ‘ima dos individuos influencindost Conclusio pratica. , 1 Repetir amiudo esta oracio ao Anjo da Guard «Anjo de Deus que por divina piedade, sois minha guar e protecgdo, inspirai-me, defendei-me, dirigime e gover- nai-me.> ; i 2.9 Nada fazer que nosso, Anjo da Guarda nao possa ver, 3. Nossa obrigagio, antes da tentagio, é fiearmos de sobreaviso ¢ rezarmes, para que nio nos faltom, as gras necessarias. Durante a tentagio, 6 preciso resistir aos ataques do demonio. Depois da tentagio, si houvermos “Au i. ywanwon, Dict. de Gy Dikuta, Dict, apo. Ge te Pot. — VacaxnMaxanxor, D) tndaooie. PRINRIRO ART! sido victoriosos, seré bom que demos a Déus toda a gloria do triumpho. LEITURAS. — 1° Historia de Tobias, levado, pelo Anjo Ra- Phael, ao paiz dos Medas, e presorvado do peixe monstruoso que 0 queria devorar. (Tobias, ¥, vi.) 2° Um Anjo conforta Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras. (Lucas, xxi) 3° Ler uma das paginas mais sublimes de Bossurt acorea da quéda dos Anjos (Blevagoes sobre os Mysterios, IV! semana, II? Blevagio): «Como 6 yuo eaistes dos e6us, 0” lindo astro da manhat> QUESTIONARIO. — I. 1.° Que vem a ser a croagiof 2° Quaes sio as provas da creaciot 3.° Que nome se @& aos qué ensinaram a cternidade da materia? 4° Tinha, Deus, liberdade de erear ou néo creart 5.° Qual o fim da creaciot 6° Quaes sio as obras de Deus? TL 1° Por quem foi negada a existencia dos Anjos? 2.° Como podemos provar a oxistencia dos Anjost IIL. 1° Qual 6 a natureza dos Anjos? 2.° Que se entende dizendo que so puros espiritost TV. 19 Seré muito grande, 0 numero dos Anjos? 2.° Quaes sio as tres jerarchiast V. 19 Em que estado foram ereados os Anjos? 2° Nio os submetten Deus, a uma provat 3.° Que culpa tiveram? VE. Quaes sio as provas da existencia dos Anjos da Guardat VIL 1. Qual'é 0 papel dos Anjos da Guarda? 2.° Quaes sio as nossas obrigagies para com elles? ‘VIII. 1° Em que se occupam os mans Anjos? 2.° Que vem a ser obsessiof 3,° Quem vom a ser possessio? . ‘TRABALHOS ESCRITOS. — 1. Teria sido menor, a gloria de Deus, si nio tivesse creato o céu oa terra? 2° Em quo occasiio creo, Deus, 0 Inferno? 8% LICGAO Obras de Deus (Continuagio). © Mundo. 0 Homem. Sern (3) ea a oat, oe s (1. Formato do mundo. fe asgeais $2 Es, Py |. ‘Transtor: * ERE | 9) Home 1s, ram [sts ae sess ios sores (2, Tranaformi wae Pen iemagéee an F6. rc 4 ‘Sciencia. 1, Materiatsan, rata in oxvatt| Bea {eUiesstoinas mote Vs) poutine eathaticn a) Cor. 1) Adverstie. a. Bxis-() Prov fencia. 3} Ghiecses epivtoaitade sto, rect f2) B22, aden. \?) Ve, 1) lator Saar J timer. B ante, 2 a Auma. { | | | { | satldede (5) "Consent ‘nonia ae Tone. Bouttina estholion. segundo «6 Segundo & Seieacia 53. — Vocabulo: = Greatura composta | Esté scima do animal porque — | possue a razéo, eo animal, nio. Pela razdo, 6 espaz de julgar, diseutir, apreciar e separar 0 bem ¢ 0 mal, emquante o guia ‘animal 6 0 instinto. Homo elma razoavel de corpo e alma . ‘Kesim 6 que © homem oecupa 0 lugar entre o anjo eo a Differencia-se do anjo, porque | bem ¢ ° possue corpo, e 0 anjo, mA 86, Corpo. Conjuncto dos 6r- | prineipi game de um sor animado, Pode. | mente Doon a ofott, 22) 86 Zoe vor um eorpo, toc ©) A alma 6 um epi calito, Espino Sorta, dos | tinado «ant amide ene, de a ser lo a um corpo: lis iffore do o a wine Pe mene pe 6 que o homem differe do Bate em de material come os | “Deus fer 0 homem sepund SBrBO%, No a0 pédo ver, nto a0 | sua imagem.” hers seeunde me rage ve péde dividir. quer dizer que a alma do homens Fame ech ima 6 um exprito | eeapiritos come Dect pane irmertal lato 6, teve principio, claro, quo semelhanga née’ 6 wo foe tim completa. Sto linat Pee iso niio confundir im- | lidades da alma romana ate com eterno (que néo teve | Deus so infinitas "” “* DESENVOLVIMENTO 54. — I. Obras de Deus, brangem, as obras de -D a jeus, duas grandes classes: creaturas espirituaes, isto 6, os Anjos, @ cresturas son, » eras, ito & 9 mundo. Logu, depois de estudarmos a Man ent eg hti dovemos ostudar a orizem do mundo, mundo, tem significaga \ tr pe 7 » ignificagao muito vasta, 3 het ser%, por isso, consideremos, primeiro, 9 conjunto niverso. Volveremos, entio, os nossos olharee, mais per eularmente, 4 Terra que habitamos, e aos seres vivos ae Povoam. Emfim, dentre estes ultimos, 6 natural que atentemos, com especial interésse, no homem, na tue pailem seus eaxacteres, sou destino, Para eada tm desiea tasineg Ganev Sadagar quaes slo, de uma ‘parte, os i 'é catholica, € quaes sio, de outra parte, Roms 1, ” arte, os ensinos da Soke, _ dist, das domais vantagons, este , iré verificarmos si ha desharmoni discordancia, con} ynagies done conjlito, entre as affirmagé icas cia, , cdes dogmat (1) de Primeira e a8 conclustes certas da sogundan Boa Origen do mundo, de accordo com a Fé i ‘uit. — Releva notar, desde j4, i , ; , para eli- Minar todo © qualquer equivoco, que a expressie onigem {LSE ie exranto,atirmasse somatic, exondave van usntp S pelinido” pela Tere, todo’ swletto 6 livre discussie sntorprotatio doe onto 8 36 no wologos “on don ‘otog oBRAS DB DEUS (cowTmUACKo) 87 do mundo apresenta dois sentidos. Serve para lembrar, ora a origem da materia que compée 0 mundo, ora a formagao ou organizagao do universo, eomo o vemos hoje, com a ordem ¢ harmonia nelle existentes. Determinar-se-4, portanto, qual seja, o ensino da Igreja, nestes dois pontos de vista, Antes disso, porém, indicar-se- a fonte, em que tirou, a Igreja, a sua doutrina, isto 6, o primeiro capitulo do Genesis com os tres primeiros versiculos do segundo. 1° Narragio mosaica da origem do mundo. — 1) No principio creou, Deus, 0 e6u a torra. 2) A terra estava informe @ varia; trevas cobriam o abyamo. 3) Deus disso: 0 a lus foi. 4) Depois, separou das trevas a luz. 5) A’ luz, poz o nome dia, ¢ As trevas, noite. E houve uma tarde, ¢ houve madrugada: era’ primeiro dia, 6) Deus disse: 7) E fez o firmamento.. 8) Ho chamou de eéu. E houve uma tardo, © houve madrugada; era o segundo dia. 9) Dens disse: «Que as aguas que estiio debaixo do oéu se ajun- tem num 6 lugar que apareca o elemento arido» 10) Ao arido, chamou de terra, © mar, 4 multidio das aguas. E viu quo era bom, tudo isso. 11) E disso: Produza grama, a terra, hervas de semente, arvores de frutas, dando, conforme a sua especie, fructo... 12) E da terra, brotou 0 gramado, hervas de semente, conforme a sua especie... © Deus viu quo aquillo ora bom..13) E houve uma tarde, e houve madrugada: era o tereeiro dia. 14) Deus disse: «Que haja, no firmamento, luminares, separando © dia 6 a noite, e servindo de signaes para discriminagao do tempo, das estagées, dos dias e dos annos. 15) servindo, tambem, de fachos, para alumiar a terra.> 16) E Deus fez os dois grandes luminares, 0 maior que presidisse a0 dia, o menor que presidisse & noite; fez mais as estrellas. E Deus vin quo aquillo tudo era bom. 19) E houve uma tarde, @ houve madrugada: era o quarto dia. ~ 20) Deus disse: ¢PovOem-se, a5 aguas, com uma quantidade de séres animados, e voem por sobre a terra as aves.» 21) E creou os grandes peixes, © os animaes, qué pululam nas aguas, e todo o Yolstil alado, conforme sua especie. E viu que tudo isso era bom. 23) E houve uma tarde, © houve madrugada: foi o quinto dia, 24) Dous disse mais: PRIMEIRO _ARTIGO DO SYMBOLO 26) Depois, Deus disse: «Fagamos o homem a nossa semelhanca © a nossa imagem, e mande elle nos poixes do mar, nas avos do eéu, nos animacs domesticos, em toda a torra, © om todos os reptis qué rojam sobre a terra.» 27) E Deus ercou o homem a sua imagem... 31) E houve uma tarde, -houve madrugada: foi o sexto dia.> Capitulo 2. — 1) «Assim foram terminados, 0 céu ¢ a terre. 2) Depois, Deus descansow no setimo dia. 3) E abengoou este dia, santificou-o, porque, neste mesmo dia, tinha deseansado da obra toda que creéra.> HY facil discernir, na relagéo mosaica, dois elementos do caracter differento: 0 elemento theologico e > elemento scientific, ~~ A. ELEMENTO THEOLOGICO. — Nio ha duvida nenhuma: o elemento essencial da narragio mosaica, 6 0 elemento theologico, dogmatic © moral. — 1. No ponto de vista dogmatico, o fim colli. mado pelo escritor sacro, era, certamente, ensinar, a’ seu povo, a idéa de creagdo: mostrar-lhe que wm Deus unico creou 0 universo, © c6u ea terra, no inicio dos tempos; que nada existo som ser obra delle, e que 6 boa, essa obra, devendo inspirar ao homem, sentimontos do gratidio, ainda mais fervorosos por ter sido estabelecida por Deus, rei da ereagio. — 2, No ponto de vista moral, tira, o autor sagrado, as conclusies do ensino dogmatico: proclama a obrigagdo do culto ¢ 08 meios por que ha de ser prestado, O Oreador tem direito, e sémente elle, a receber das creaturas um culto. Logo nao podem, os Hebreus, imitar as nagées polytheistas e idolatras que adoram varios deuses, que adoram mesmo séres ereados, plantas, animaes. Mas, de-que maneira so deve tributar a Jehovah, o eulto divinot — Pela santificagéo do sabbado. Da mesma forma que 2 semana divina, deve, a semana do homem, dividirse om duas partes: seis dias de trabalho, © um de descanso. E cumpre seja, esse dia de descanse ou sabbado, consagrado ao Creador. B. ELEMENTO SCIENTIFICO. — Entretanto, o elemento reli- gioso, apezar de ser nucleo central da narragio mosaiea, esté como que absorvido pelo elemento scientifico. Nao s6 0 escritor sacro resolve a questo da origem da materia, desde que affirma o facto da creagdo, mas parece ainda profestar uma cosmogonia (grego, Kosmos, mundo, gonos, creagio), isto §, uma historia da formagdo do mundo. Vamos pisando, portanto, ahi, os dominios da sciencia, © occorre, espontaneamente, a duvida: qual seré 0 valor da cosmo. © gonia mosaica? Conformarse, ella, com a realidade, ou quando menos, com as informagées certas da sciencia modernat E si houver Givergencia, seré licito incriminar de errancia o escritor inspi- rado? — Para resolver esta difficuldade, basta applicar um prin- cipio de exegere ormulado, desde muito, por santo Aosmiita. Th ensinava, com effeito, o illustre Douter, que «nao foi vontade do eseritor eacro, ensinar, aos homens, nogdes referentes 4 constitut ORGEN _DO_MUNDO_SEGUNDO_A__SCIENCIA 89. fo intima das cousas visiveis, porque ellas, de nada serviriam para Sia alvagéo>. ste 6 0 principio lembrado por LeBo XILT, aos exegetas na Encyclica Providentissimus. ¢Os escritores sagrados, Giz elle, poveo ae preoeeupavam em desvondar os arcanos da natu: rena’ A's vezes, deserevem ou exprimem as cousas por meio re het, Ena pen ee ee parecida, om muitissimos casos, com a Tinguagem corrente, ainda hoje, na vida commum, mesmo entré as pessoas mais cultas.> B sempre 0 mesmo principio, eneontramol-o na 7.* resposta da Com- ‘nissdo biblica, de 30 de Junho de 1909, declarando que, na inter- pretagio do primeiro capitulo do Genesis, «no se deve exigir, Constantemente, propriedado rigorosa da linguagem scientifica, porque ndo foi proposito do autor saero, explanar, technicamente, a constituigdo intima das cousas visiveis, ¢ a ordem completa da crea- Gao, sino minitrar, 9 seus compatrioias, conhecimentor a0 aleance Go povo, consoante 0 falar do vulgo nessa época, consoante as i eo nivel intellectual dos seus contemporancos.> é a 1a oreaedo dove, pois, ser con- Conclusio. — A narragdo mosaica da oreagao deve, 7 siderada, nio como cosmogonia scientifiea, mas como narragdo Historica popular das nossas origens. Narragao popular significa qualquer narragéo que se faz sem a precisio metieulosa do histo- Hiador moderno, que relata os acontecimentos para deixal-os consi- gnados; antes, 6 a que so limita na escolha dos pormenores adapte- dos ao fim almejado. Ora, no caso vertente, que almejava a inspi- ragio, guiando 0 esoritor sagrado? Levava-o a distribuir. um ensino religioso, e nada mais, Na verdade, suecede que este ensino aparece de envolta com um elemento scientifico. Porém, desde que 0 ele- ‘mento scientifico no entra como alvo que o autor se propunha muito justo que este use a lnguagom duy veus contem- poranoog, allude a phenomenos da naturosa sogundo as paren: ias, © de accordo com a sciencia da sua época. 2° As affirmagées dogmaticas da Fé. — Vejamos, i ja tirou da narragéo mosaica. agora, os ensinos que a Igroja — A. Quanto 4 questo da ORIGEM DO MUNDO, a Igreja definiu, com o auxilio do elemento theologico da relagio, os dogmas: — a) da creagdo do universo, con- siderado no seu conjunto, e na materia que 0 compoe; — b) da creagdo, quer directa, quer indirecta, dos seres vivos ; © —c) da creagéo especial do homem. — B. Quanto. & questéo da FORMAGAO DO MUNDO, a Igreja, conside- rando a narragéo mosaica como narragio popular, sem nenhuma pretensio seientifica, nunca formulou ensino | 90 PRIMEIEO ARTIGO DO _SYMBOLO official a este respeito. Julga que este assumpto esta f6ra de sua algada e entrega-o as pesquizas dos sabios. Logo, declaramol-o oittra vez, no tocante ao modo de formagao do mundo e da Terra, nem quanto 4 epoca a que rentonta a creagéo a F'¥ catholica nao impde dogmas. 56. — IIL Origem do mundo e dos seres vivos segundo a Sciencia. Estado da questéo. E? insoluvel, pelo processo da observagio directa, o problema da origem da materia, e por isso, nada ensina a este respcito a sciencia positiva séria. Ignora o caso, ou, pelo menos, delle nao trata. Unica, a philosophia materialista, eom 0 tito do supprimir Deus, pretende que a materia 6 eterna; maa, cate asserto gratuito desafia qualquer demonstracdo experimental. -Os vordadeiros sabios, dignos deste nome, occupam-se, exclusivamente, 4 com as questies da formagao do mundo e da origem dos séres vivos, 1° Formagio do mundo. — HYPOTHESE DE LAPLACE- FAYE. — Os systemas que procuram expliear a historia da forma- gGo do mundo, ou por outra, as cosmogoni ceram em datas ainda recentes. Certo é que a idéa j6 tinha occor- ido 4 antiguidade, de indagar da origem das cousas. Prova-o 0 poema de Lvorxcio (de Natura rerum), que d& a formagio do mundo como resultante de uma evolugio lenta, Entretanto, até & 6poca moderna, — até & hypothese de Laplace, a qual mais tarde foi modificada por Faye, ou mesmo substituida por outras hypo- theses, — 08 systemas careciam de base scientitics, As descobertas da geologia (grego, geo, terra; logos, discurso) e da paleontologia (gr. palaios, antigo; on, ontos, ente; logos, discurso), serviram de ponto de partida 4 hypothese de Laplace. A geologia tem averiguado, com effeito, que a torra, nem sempre teve 0 aspecto que Ihe conhecemos, mas, passou por phases vari dissimas, soffrendo, na sua estructura ¢ na sua superficie, mo ficagies profundas. Assim 6 que a vomos constituida por diversas camadas de terrenos — primarios, secundarios, tereiarios ¢ quater- narios — superpostos ¢ differenciados, uns dos outros, pela pre- senga de numerosos fosseis, ou restos de vegetaes e de animacs. A paleontologia estuda, acuradamente, estes foss ver, que houve suecessio de especies; que surgiram, em primeiro lugar, os vegetaes; depois os animaes, e finalmente, o homem. Baseado nostos factos, Laplace emittin a seguinte hypothese da formagio do mundo, Na origem, a materia quo constitue a terra, os outros planetas © o sol, formava ingente massa gazosa 10 estado de atomos isolados. Submettidas 4s forcas da atragio, cujas leis foram descobertas por Newton, aproximaram-se as moleculas scientificas, appare- © conelue, por sua § who MA coNrrito mwrer somxota_t vt ot dosta massa, ¢ combinaram-se. Depois, por eatisa do movimento de rotagio que as animava, triumphou a forga centrifuga contra a forga de atragio. Ao pasto que se in accclerando, a velocidade, des- yregavam-se pedagos de materia gazosa, e iam formando os astros, Os planetas © sous satelites. Aos poucos, foram-se condensando, 08 lomentos gazosos, e 0 estado liquido sueceden ao estado de vapor. Com o decorrer' dos tempos, resfriou-se, a superficie do astro, e a vida comegou, ; 2.2 Origem dos seres vivos. — Em certa época, que nio a a eae vida aparecs na terra, Donde veem os primeiros seres vivos? Quem Thes dou a vidat B qual a origem das especies? A estas perguntas, responde a seiencia, com duas hypotheses: creacionismo © trans- formismo. - ‘A. CREACIONISMO. — Nesta primeira hypothese, suppé que as difforentes especies, vegetaes ¢ animaes, das éras passadas © dos tempos modernos, foram suecessivamente creadas por Deus, que fs especies sfio fixas, que no se transformam, e que no péde haver passagem de uma para outra por via de evolugéo, B, TRANS¥ORMISMO ABSOLUTO. — Assim designamos a hypothese da geragdo espontanca e a hypothese da transformagdo das especies. Com 0 fim de eliminar Deus, profossam, os materia listas como foi dito, a oternidade.da materia, Isso, porém, nio basta, Ainda lhes fica por explicar a origem da vida o das especies. Pengam que estaré resolvida a diffieuldade com as hypotheses da ‘gerago espontanea e da transformacdo das especies. Affirmam, de ‘uma parte, que certo dia, a materia eterna produziu, espontanea- ‘mente, ¢ por suas unicas forcas, um ou mais seres vivos. B do outra Parte, affirmam que esses primeiros seros vivos deram origem, por via de evolugio, por transformagdes lentas e progressivas, 4s varias eepecies de quo averiguamos a existencia, quer no passado, quer no presente. Como so teria realizado, esta evolugdo? Na opiniéo de alguns, como LAMAROK, 08 desejos as necessidades dos indivi- duos crearam faculdades ¢ orgams que o tempo e o uso haveriam ae aperfeigoar. Na opiniao de outros, como Danwr, 08 principaes factores da transformagio das especies sao a luta pela vida ea selecgGo natural. B, TRANSFORMISMO PAROIAL, — Péde-se apresentar, & thes do transformismo, com feigiex menos radicaes. O transfor. mismo parcial, sempre suppondo que as especies nasceram umas das outras, admitte, na base, a existeneia de uma causa suprema que eroou 2 materia. Admitte, além disso, que o primeiro ser vivo foi creado por Deus, ou por intervengdo directa do Todo Poderoso, ou Porque Deus concedesse, & materia, forgas capazes de produzir a

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