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O PARADOXO DE FERMI (OU ONDE ESTÃO OS

EXTRATERRESTRES?)

03/07/2005

O paradoxo de Fermi (ou onde estão os extraterrestres?)


A evidência de que dispomos diz que estamos sozinhos

Marcelo Gleiser,
é professor de física teórica do Dartmouth College, em Hanover
(EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu"

Enrico Fermi foi um dos grandes físicos do século 20 e da história.


Além de descobrir uma das propriedades mais importantes da
matéria (a de que partículas como elétrons, prótons e nêutrons,
quando sujeitas a alta pressão, exercem uma força repulsiva que
explica a condutividade térmica de metais e a estabilidade de
estrelas de nêutrons), foi o pioneiro do estudo de reação nuclear em
cadeia, importante para bombas atômicas e reatores nucleares.

Além de sua legendária rapidez de cálculo e habilidade em estimar


respostas para perguntas aparentemente absurdas ("Quantos
afinadores de piano moram em São Paulo?", por exemplo), Fermi
gostava de criar paradoxos.

No verão de 1950, ele estava em Los Alamos, onde a bomba


nuclear americana foi desenvolvida. A revista "New Yorker" tinha
publicado uma charge com um ET roubando todas as latas de lixo
de Nova York, aparentemente explicando o seu misterioso sumiço.

Durante o almoço, Fermi comentou o assunto. De repente, no meio


da conversa, ele exclamou: "Cadê todo mundo?". Seus colegas
sabiam que Fermi falava dos ETs. Mesmo que ninguém tenha
publicado o que foi dito, podemos estimar o teor da discussão.

Nossa galáxia tem 100 mil anos-luz de diâmetro e uma idade


aproximada de 10 bilhões de anos. Vamos supor que a vida só é
possível em planetas como a Terra, girando em torno de estrelas
como o Sol.
Foram necessários 5 bilhões de anos para que a vida inteligente se
desenvolvesse aqui na Terra, metade da idade da galáxia, a
segunda metade.

É razoável supor que estrelas como o Sol tenham surgido também


durante os cinco primeiros bilhões de anos de existência da galáxia.
Portanto, deveria haver várias civilizações inteligentes, muito mais
antigas que a nossa, talvez bilhões de anos mais antigas.

Supondo que existam, imaginemos uma "apenas" 1 bilhão de anos


mais velha. Se os ETs fossem capazes de viajar à 1/10 da
velocidade da luz, em 1 bilhão de anos já poderiam ter atravessado
a galáxia mil vezes. Ou seja, essa civilização já poderia ter
colonizado a galáxia inteira. Cadê todo mundo? Esse é o paradoxo
de Fermi.

Inúmeras soluções foram propostas ao longo dos anos. Não tendo


espaço para discuti-las em detalhe (o leitor pode consultar o livro de
Stephen Webb, "Where is Everybody?") , menciono os três tipos de
solução.

1) "Eles estão aqui". A mais popular para os que acreditam em


objetos voadores não-identificados e em intrigas secretas,
especialmente as atribuídas ao governo americano. Infelizmente,
não existem provas convincentes. Uma idéia curiosa é a de que
vivemos em uma zona de proteção criada por ETs. "Eles" não
querem que saibamos de sua existência. Esse cenário, embora
interessante, não pode ser testado.

2) "Eles existem, mas ainda não se comunicaram conosco". Ou


porque os sinais ainda não chegaram, ou porque ainda não somos
capazes de decodificá-los, ou porque os alienígenas não querem se
comunicar.

3) "Eles não existem". Planetas rochosos com água são raros, a


vida é rara e a vida inteligente mais ainda, especialmente no
mesmo nível mental e tecnológico alcançado por nós.

A evidência de que dispomos aponta em uma direção: estamos


sozinhos. Felizmente, ainda não podemos concluir nada com base
nisso. A situação pode mudar a qualquer momento, com um sinal de
rádio, uma visita com provas. Mas, se estamos sozinhos, temos a
responsabilidade de preservar nosso planeta e a vida nele. Até
estarmos prontos para colonizar a galáxia.

Marcelo Gleiser é professor de física teórica do Dartmouth College,


em Hanover (EUA), e autor do livro "O Fim da Terra e do Céu"

Autor: MARCELO GLEISER


Origem do texto: COLUNISTA DA FOLHA
Editoria: MAIS! Página: 9
Edição: São Paulo Jul 3, 2005
Seção: + CIÊNCIA; MICRO/MACRO
Assuntos Principais: ASTRONOMIA; UFOLOGIA; ENRICO FERMI

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