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66. Introduo
De acordo com o disposto no art. 1178/1 CC, se o mandatrio for representante, por ter
recebido poderes para agir em nome do mandante, aplicvel ao mandato o disposto nos
arts. 258 segs. CC.
Ao lado do mandato, que impe ao mandatrio a obrigao de celebrar um acto por conta do
mandante, existe a procurao, que, uma vez aceite obriga o mandatrio-procurador, em
princpio, a celebrar o acto em nome daquele. Nestes casos, a que se pode chamar mandato
representativo, so de aplicar as disposies do mandato, e so de aplicar tambm as
disposies relativas representao. So pois, de aplicar conjuntamente as normas dos dois
institutos e no apenas as do mandato (art. 178/1 CC).
Para que funcione o mecanismo da representao mister, que o agente tenha sido investido
na qualidade de representante, atravs do conferimento de poderes de representao, o qual
se processa atravs da procurao. Mas tambm necessrio que o agente, titular do poder
actue, invocando o nome do representado.
O art. 1178/2 CC, obriga o mandatrio a agir por conta e em nome do mandante, salvo se
outra coisa tiver sido estipulada. No se lhe permite, portanto agir em seu nome e por conta
do mandante. A razo de ser deste preceito est na convenincia, que normal, de dar
conhecimento aos contraentes das pessoas com quem contratam, por ser na esfera jurdica
destas, e no dos representantes, que os actos produzem os seus efeitos (art. 258 CC) e
sobretudo na vantagem de fazer com que o negcio realizado pelo intermedirio produza
imediatamente os seus efeitos na esfera jurdica do representado, de harmonia com a vontade
deste, sem necessidade de actos posteriores de transmisso, como sucede no mandato sem
representao.
Pelo mandato simples, os efeitos do acto jurdico praticado pelo mandatrio repercutem-se na
sua prpria esfera jurdica (art. 1180 CC); quando o mandato seja representativo, repercutem-
se na esfera jurdica do mandante nos mesmos termos em que os actos praticados pelo
representante se repercutem directamente na esfera do representante (art. 1178 CC).
A representao no faz, portanto, parte da essncia do mandato: algo que se lhe pode
acrescentar, mas que no faz parte da sua estrutura.