ESTADO DA PARABA COMARCA DE TEIXEIRA - META 4 - CNJ
DESPACHO
Vistos, etc.
O pedido de suspenso do processo, em razo do
reconhecimento de repercusso geral da matria, pela Suprema Corte, no encontra amparo legal, merecendo destacar que a necessidade de eventual sobrestamento do feito ter lugar quando do exame de admissibilidade do Recurso Extraordinrio, acaso interposto, a teor do art. 543-B do Cdigo de Processo Civil.
Com efeito, apesar do reconhecimento de repercusso
geral da matria envolvendo discusso sobre aplicao da Lei de Improbidade Administrativa aos prefeitos no agravo em recurso extraordinrio n 683235, pendente de julgamento de mrito no Supremo Tribunal Federal, no cabe a suspenso automtica do feito.
Destarte, a existncia de repercusso geral no resulta
no sobrestamento imediato de todos os processos em andamento sobre o assunto, salvo quando expressamente determinado pela Suprema Corte, o que no o caso. Confira-se, por oportuno, a reclamao 12.912/DF, Supremo Tribunal Federal, rel. Marco Aurlio, 9.3.2012:
No mais, evidente que a admisso de existncia de repercusso geral no
impem sejam imediatamente suspensos todos os processos sobre o assunto, que estejam em curso. O artigo 543-B, 1 do Cdigo de Processo Civil tem aplicao restrita aos extraordinrios.
No mesmo sentido, j se manifestou o STJ, eis o
precedente:
EMBARGOS DE DECLARAO. PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DO
RECURSO ESPECIAL, AT O JULGAMENTO DE REPERCUSSO GERAL SOBRE O TEMA, NO STF. AUSNCIA DE AMPARO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE DE ANLISE, NO MBITO DO RECURSO ESPECIAL, DE DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. INEXISTNCIA DE VCIO A SER SUPRIDO. I. O pedido de suspenso do julgamento do Recurso Especial, como decorrncia do reconhecimento de repercusso geral sobre o tema no Supremo Tribunal Federal, no encontra amparo legal, sobretudo considerando que a necessidade de sobrestamento ter lugar quando do exame de admissibilidade do Recurso Extraordinrio, recurso interposto, nos termos do art. 543-B do Cdigo de Processo Civil. Omissis IV. Embargos de Declarao rejeitados.( STJ, Relator: Ministra ASSUSETE MAGALHES, Data de Julgamento: 18/04/2013, T6 - SEXTA TURMA)
Desse modo, REVOGO a suspenso determinada
anteriormente, pelo que DETERMINO a continuidade regular do feito.
Outrossim, a diversidade de sistemas de apreciao de
provas no mbito processual, o ordenamento ptrio consagrou o sistema de livre apreciao das provas que consiste em possibilitar ao Juiz analis-las sem que tenha que se ater a critrios apriorsticos de valorao, podendo, inclusive optar por rejeitar determinada prova.
Desse modo, tenho que a produo da prova
testemunhal ou pericial mostra-se desnecessria em razo da prova documental constante dos autos ser suficiente apreciao do feito. Nesse sentido, colaciono o precedente:
PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AO CIVIL PBLICA POR
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. INDEFERIMENTO DE PRODUO DE PROVA PERICIAL CERCEAMENTO DE DEFESA. NO OCORRNCIA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. Em se tratando da anlise da necessidade de produo de prova de determinada prova aplica-se o disposto no art. 130 do Cdigo de Processo Civil. 2. Dessa forma, no h que se falar em cerceamento de defesa em virtude de indeferimento da prova pericial, documental e testemunhal quando a deciso prolatada nesse sentido se encontra devidamente fundamentada, pois cabe ao julgador avaliar a necessidade de sua produo para o fim de formar o seu convencimento. Aplicao de precedentes jurisprudenciais do egrgio Superior Tribunal de Justia e deste Tribunal Regional Federal. 3. Justificado o indeferimento, no h violao dos princpios da ampla defesa e do contraditrio, visto que devem ser conjugados com outros princpios processuais e constitucionais, como da razovel durao do processo e celeridade processual. 4. Agravo desprovido.(TRF-1 - AG: 541374420124010000 , Relator: JUZA FEDERAL ROSIMAYRE GONALVES DE CARVALHO (CONV.), Data de Julgamento: 30/09/2014, QUARTA TURMA, Data de Publicao: 31/10/2014)
Ante o exposto, DECLARO encerrada a instruo
processual, razo pela qual INTIMEM-SE as partes para oferecerem alegaes finais, no prazo legal.
Da não violação ao princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII, CF/88) em face da execução provisória da pena após condenação em segunda instância