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Este documento descreve a intoxicação por antibióticos ionóforos em animais. Os principais pontos são: 1) os ionóforos alteram a permeabilidade das membranas celulares, causando degeneração muscular e cardíaca; 2) os sinais clínicos incluem fraqueza, tremores e insuficiência cardíaca; 3) o diagnóstico é baseado na história, exames clínicos e aumento de enzimas musculares no sangue.
Este documento descreve a intoxicação por antibióticos ionóforos em animais. Os principais pontos são: 1) os ionóforos alteram a permeabilidade das membranas celulares, causando degeneração muscular e cardíaca; 2) os sinais clínicos incluem fraqueza, tremores e insuficiência cardíaca; 3) o diagnóstico é baseado na história, exames clínicos e aumento de enzimas musculares no sangue.
Este documento descreve a intoxicação por antibióticos ionóforos em animais. Os principais pontos são: 1) os ionóforos alteram a permeabilidade das membranas celulares, causando degeneração muscular e cardíaca; 2) os sinais clínicos incluem fraqueza, tremores e insuficiência cardíaca; 3) o diagnóstico é baseado na história, exames clínicos e aumento de enzimas musculares no sangue.
Os antibiticos ionforos (AI) so metablitos de fungos que possuem ao
coccidiosttica, antimicrobiana, promotora de crescimento e reguladora do pH ruminal, estes so includos na alimentao animal visando o melhoramento dos parmetros produtivos. Alm disso eles so utilizados como agentes preventivos de timpanismo, edema pulmonar agudo e enfisema em bovinos.
A intoxicao por este grupo de antibiticos j foi descrita em eqinos,
bovinos, sunos, aves, ovinos, coelhos, bfalos e ces, seu curso pode ser rpido, com leses macroscpicas pouco frequentes/ausentes, ou pode haver uma evoluo crnica e, neste caso, h sinais de insuficincia cardaca congestiva.
2 Etiologia
A monensina, a lasalocida, a narasina e a salinomicina so os principais
ionforos utilizados. Esses compostos so considerados seguros quando utilizados nas dosagens recomendadas pelo fabricante e nas espcies-alvo, porem o uso inadequado de AI pode provocar quadros de intoxicao.
Dose
Dose txica monensina de 3mg/kg em equinos, 12 mg/kg em ovinos,
22mg/kg em bovinos e 200mg/kg em aves
3 Epidemiologia
Casos de intoxicao por AI usualmente so resultado da suplementao com
rao ou outro tipo de alimento contendo AI, falhas na homogeneizao da rao, ingesto acidental de raes contendo esses compostos por espcies no-alvo ou em situaes onde h o envolvimento de substncias que potencializam a ao dos AI (tiamulina, clorafenicol, eritromicina), retardando a eliminao pelo organismo. Em avirios onde as aves recebem tratamento com antibiticos ionforos, suas fezes podem conter nveis condiderveis da droga e camas desses avirios fornecidas como alimentao de ruminantes podem produzir a intoxicao (obs. Botulismo, int. por cobre e consumo ilegal)
4 Patogenia
Estes so politeres carboxlicos que formam complexos lipossolveis com
ctions mono e divalentes (K+, Ca++, Mg++), os quais alteram a permeabilidade das membranas, facilitando o fluxo de ons para o interior das clulas e comprometem o equilbrio osmtico e eletroltico que causam a degenerao de micro-organismos. Este mesmo mecanismo ocorrem nas clulas dos animais aps ingerirem a dose txica dos ionforos.
Esse efeito pode ser seletivamente prejudicial ao tecido muscular devido ao
intenso metabolismo de clcio na miofibra, de forma que a sobrecarga intracelular de Ca++ pode exceder a capacidade homeosttica e provocar as alteraes degenerativo- necrticas na miofibra.
A patogenia das leses musculares causadas pelos AIs
envolve trs mecanismos, no autoexcludentes: 1) sobrecarga de clcio (Wrongemann & Pena 1976), 2) toxicidade por catecolaminas (Novilla 1992), ou 3) peroxidao das membranas por radicais livres (RLs) (Van Vleet & Ferrans 1984). Os AIs causam influxo celular de sdio e efluxo de potssio para o interstcio, seguido pelo influxo de clcio (Novilla 1992). Para manter a homeostase intracelular, a mitocndria seqestra o excesso de clcio, resultando em sobrecarga desse on na mitocndria, com posterior liberao para o sarcoplasma (Wrongemann & Pena 1976). O aumento de clcio no citossol ativa fosfolipases e enzimas proteolticas que danificam as membranas celulares (Langston et al. 1985) e ATPases que reduzem o estoque de ATP (Wrongemann & Pena 1976). Alguns AIs provocam a liberao de catecolaminas que, atravs dos produtos de sua oxidao (RLs), provocam peroxidao lipdica das membranas e adicional influxo celular de clcio (Novilla 1992). O excesso de clcio no sarcoplasma induz a hipercontrao e coagulao das protenas contrteis, e, em conseqncia, necrose (Hulland 1993).
Os sinais clnicos relacionados musculatura esqueltica (mesmo na ausncia
de leses macro e microscpicas) podem ser resultantes do efeito dos AIs na distribuio dos ons sdio, potssio e clcio nas miofibras. Distrbios inicos podem afetar a funo muscular, pois os ons clcio so essenciais para processos como transmisso neuromuscular e ativao e regulao da contrao muscular.
5 - Sinais Clnicos
Dentre os sinais clnicos nesta intoxicao temos: manifestao de
incoordenao, andar rgido, fraqueza, diarria, emagrecimento, tremores musculares, cansao aps pequenos movimentos, dispneia, secreo nasal, ingurgitamento de jugular, decbito esternal e, ocasionalmente, urina escura, podendo ocorrer a morte dos animais em poucas horas.
6 Diagnstico
Epidemiologia, histrico e achados clinico-patolgicos.
Entre os achados laboratoriais h aumento da atividade de enzimas sricas
como creatina fosfoquinase, lactato desidrogenase e aspartato aminotrasferase em conseqncia das leses musculares. A determinao da atividade srica de CK deve ser o mtodo diagnstico auxiliar de escolha nos casos agudos da intoxicao por AIs em equinos (Bezerra Jr. et al., 2000)
Em bovinos, o corao tende a ser o rgo mais afetado pela toxicose e as
alteraes caracterizam-se por reas e estrias plidas no miocrdio, e hemorragias subepicrdicas e miocrdicas. Hidropericrdio, hidrotrax, edema pulmonar, dilatao cardaca, ascite, fgado com aspecto de noz-moscada e edema subcutneo de declive so observados com frequncia. O edema pulmonar geralmente apresenta distribuio interlobular. Essas alteraes so secundrias insuficincia cardaca congestiva. So descritas tambm reas plidas em msculos esquelticos, predominantemente naqueles de movimentos mais intensos como diafragma e quadrceps femoral.
Entretanto, sinais de insuficincia cardaca podem ser encontrados mesmo em
animais sem evidncias macro ou microscpicas de leses no miocrdio. Tais casos so atribudos a leses ultraestruturais afetando principalmente as mitocndrias do miocrdio, a distrbios bioqumicos associados a hipercalemia, liberao de potssio dos msculos esquelticos lesados ou ao excesso de clcio no sarcoplasma das miofibras provocado pelos AIs. Insuficincia respiratria causada por miopatia degenerativa nos msculos intercostais e diafragmticos pode tambm contribuir para a morte.
As leses histolgicas do miocrdio constituem-se de degenerao e necrose
de miofibras acompanhadas, dependendo do perodo de evoluo, de infiltrao por macrfagos e proliferao de fibroblastos entre as fibras. H perda de miofibras com substituio por tecido fibroso. Necrose e congesto centrolobulares podem ser observadas no fgado, associadas fibrose nos casos mais crnicos de insuficincia cardaca.
Ovinos poucas horas aps o consumo:
Macroscopicamente havia marcado edema pulmonar, hidrotrax, ascite e
palidez heptica. Histologicamente todos os ovinos afetados mostravam discreto grau de degenerao de miofibras na musculatura esqueltica dos membros plvicos e torcicos, caracterizada por perda da angulao das fibras musculares (em sees transversais), que se apresentavam sarcoplasma tumefeito e intensamente eosinoflico.
Ovinos que desenvolvem quadro hiperagudo ou agudo podem no apresentar
alteraes macroscpicas ou histolgicas evidentes nos msculos esqueltico e cardaco.
Bovinos aps nove dias da administrao:
As leses macroscpicas consistiam basicamente de reas plidas no
miocrdio, hemorragias subepicrdicas, hidropericrdio, hidrotrax, congesto e edema pulmonar e, em alguns casos, edema de declive e fgado de noz-moscada. Os principais achados microscpicos foram leses multifocais de necrose e perda de fibras miocrdicas, que eram substitudas por tecido conjuntivo fibroso.
Considera-se que a causa da morte em casos de intoxicao por AI
decorrente ou da paralisia dos msculos respiratrios (secundria degenerao de miofibras ou de neuropatia perifrica) ou de alteraes nos mecanismos contrteis do miocrdio
7 Tratamento
8 Controle
9 Diagnsticos diferenciais
Planta cardiotxica: Tetrapterys spp
Leso em musculo cardaco e esqueltico: Senna occidentalis
Em eqinos provoca um quadro principalmente hepatotxico
A. glazioviana
Miopatia nutricional causada pela deficincia de vitamina E e selnio:
Atingidos animais jovens, superalimentados e de crescimento rpido, com
predisposio maior naqueles em que as mes recebem alimentos de baixa qualidade, e aqueles com deficiente suplementao.
Adicionalmente degenerao e necrose muscular, mineralizao de
miofibras uma caracterstica histolgica comumente descrita em casos de miopatia nutricional.